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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA ELT087– TURMA L3 RELATÓRIO DE ATIVIDADES LABORATORIAIS P12 – MODULAÇÃO ASK E FSK Pedro Henrique de Oliveira Barbosa João Vitor Silva Gama Gabriel Reis Gama Barbosa 22 de novembro de 2022 Relatório de Atividades Laboratoriais P12 – Modulação ASK e FSK Visa documentar as práticas sobre modulação ASK, realizada em labo- ratório, e a modulação FSK, a partir de resultados obtidos via simulação no soft- ware LT Spice. Desse modo, este re- latório busca não somente expor os re- sultados e conceitos de cada uma dessas modulações digitais, como também com- pará-las. Autores: Pedro Henrique de Oliveira Barbosa João Vitor Silva Gama Gabriel Reis Gama Barbosa Prof. Andrea Chilcharelli 22 de novembro de 2022 Conteúdo 1 Introdução 1 2 Objetivos 2 3 Materiais 2 4 Procedimentos 3 5 Resultados 7 5.1 Onda Quadrada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 6 Simulação 14 7 Conclusão 20 8 Bibliografia 21 1 Introdução A modulação digital, também denominada modulação discreta é utilizada em casos em que se está interessado em transmitir uma forma de onda ou mensagem, que faz parte de um conjunto finito de valores discretos representando um código. Dependendo das caracterı́sticas do canal, muitos bits podem ser combinados para formar sı́mbolos, a fim de aumentar a eficiência espectral da modulação. En- tretanto, sem filtragem, o espectro da frequência dos sinais digitais é teoricamente infinito, o que implicaria em uma largura de banda infinita para sua transmissão, o que não é possı́vel. A filtragem será obrigada a limitar a largura de banda necessária, e ela é escolhida de forma a aperfeiçoar o desempenho da cadeia de transmissão global. A limitação da largura de banda de um sinal resulta em um aumento teoricamente infinito da sua resposta temporal, que, sem precauções es- peciais, resulta em sobreposições entre os sı́mbolos sucessivos, e isto se chama interferência inter-sı́mbolo. O filtro mais comumente utilizado é o filtro de Nyquist. Para aperfeiçoar a largura de banda necessária e a relação sinal-ruı́do, a filtragem é dividida em partes iguais entre o transmissor e o receptor. Esta filtragem é caracterizada pelo fator de roll–off. Para um sinal com um perı́odo T, a largura de banda B ocupada após a filtragem de Nyquist com roll-off é dada pela relação: B = 1 + α 2T sendo α o fator de roll–off que define a inclinação e T o perı́odo. A primeira modulação digital pauta de análise neste relatório é a modulação ASK (Amplitude Shift Keying). Nesta modulação os sı́mbolos zeros (0) e uns (1) são representados pela presença ou ausência do sinal da portadora. Desse modo, o sinal ASK consiste em um chaveamento da portadora, existindo portadora quando o sinal digital está em 1 e sem portadora quando em 0; modulando o nı́vel de amplitude da onda portadora da mensagem a ser transmitida. As principais caracterı́sticas dessa modulação são: facilidade de modulação e demodulação, pequena largura de faixa e baixa robustez a ruı́dos. Assim, ela é indicada nas situações em que exista pouco ruı́do para interferir na recepção do sinal ou quando o custo baixo é essencial. O processo de modulação FSK (Frequency Shift Keying) consiste na variação 1 da frequência da onda portadora em função do sinal digital a ser transmitido. A amplitude da onda portadora é constante durante o processo de modulação tendo variação apenas na sua frequência conforme os nı́veis lógicos do sinal modulante. A principal caracterı́stica dessa modulação é a boa imunidade a ruı́dos, mas necessita de uma maior largura de banda. (a) instante t1 (b) instante t2 Figura 1: Formato de onda ilustrativo da modelagem ASK e FSK 2 Objetivos Avaliar o comportamento do sinal de onda ASK em ambiente experimental de laboratório, gerado pelo circuito modulador com base no CI CD4066; assim como analisar os resultados da modulação FSK, obtidos das simulações via software LT Spice, a fim de elucidar as particularidades de cada uma dessas modulações digitais. 3 Materiais Inicialmente, montou–se o circuito da Figura 2 na protoboard utilizando os seguin- tes componentes: • 1 Osciloscópio modelo TDS1001B da Tektronix; • 1 Gerador de sinais avançado RIGOL DG822; 2 • 1 Analisador de espectro HP 8590; • CI CD4066; • 1 Protoboard; • 1 Resistor de 2.2kΩ; • 1 Resistor de 3.3kΩ; • 1 Resistor de 120Ω; • 1 Gerador de sinais HP; • 1 Fonte de bancada para alimentação; 4 Procedimentos O circuito modulador de sinal digital pode ser visto na Figura 2. Sua montagem foi realizada em bancada, resultado no circuito da Figura 3. Figura 2: Esquemático do circuito. 3 Figura 3: Circuito montado. Foi utilizado um gerador de funções avançado (Rigol) para gerar sinais PRBS e ondas quadradas, além de um gerador de sinais HP para gerar a portadora. A organização final da bancada ficou da forma da Figura 4. 4 Figura 4: Bancada da prática. O setup do Rigol para geração da PRBS está na Figura 5. O sinal e seu espectro podem ser vistos nas Figuras 6 e 7, respectivamente. Na última, destaca-se com os cursores a periodicidade de 2kHz na formação dos vales. 5 Figura 5: Setup Rigol para PRBS. Figura 6: PRBS. 6 Figura 7: Espectro do sinal PRBS. Os resultados foram obtidos utilizando o osciloscópio TDS1001B e o analisador de espectro HP 8590 e seguiram o guia prático. 5 Resultados Inicialmente, foi gerada uma PRBS com bit rate de 2 kbps e amplitude 5Vpp, mostrada na Figura 6; além de um sinal senoidal de 100 kHz e 3 Vpp. Aplicando- os no circuito, temos a seguinte saı́da após a modulação (Figura 8). Importante notar que a PRBS gera uma sequência aleatória de pulsos, logo diferentes instantes terão sinais de entrada e saı́da diferentes. 7 (a) instante t1 (b) instante t2 Figura 8: Saı́da modulada em instantes diferentes Se aproximarmos a imagem do sinal modulado, podemos verificar com o cursor que o sinal modulado oscila na frequência da portadora 100 kHz (Figura 9). Figura 9: Zoom do sinal modulado. Podemos verificar que Tb = 1/bps ao variar o número de bits por segundo do sinal de entrada. Com auxı́lio dos cursores, é possı́vel obter as Figuras 10, 11 e 12. 8 Figura 10: Tb = 500µs com PRBS de 2 kbps. Figura 11: Tb = 200µs com PRBS de 5 kbps. 9 Figura 12: Tb = 100µs com PRBS de 10 kbps. Analisando o espectro dos sinais aplicados, podemos observar que os vales se localizam nos múltiplos da frequência de bits. Além disso, o espectro é muito ruidoso, em decorrência da natureza aleatória da geração de sinais PRBS. Foi utilizada a função ”marker”do analisador de espectro para obtenção das frequências nos vales, como pode ser observado nas Figuras 13 a 15. 10 (a) 1º vale esquerda (b) 2º vale esquerda (c) 1º vale direita (d) 2º vale direita Figura 13: Pontos notáveis do espectro do sinal modulado de 2kbps 11 (a) pico (b) 1º vale direita (c) 2º vale direita (d) 3º vale direita Figura 14: Pontos notáveis do espectro do sinal modulado de 5kbps (a) 1º vale esquerda (b) 1º vale direita Figura 15: Pontos notáveis do espectro do sinal modulado de 10kbps 12 5.1 Onda Quadrada Alterando a sequência de controle para onda quadrada (Figura 16), é esperado que o espectro se torne muito menos ruidoso. Isso porque o espectro tende a ficar muito mais vazio entre os picos (portadora múltiplos da frequência da onda quadrada), já que não há nenhuma componente com frequência fora dos harmônicos de frequência da mensagem, como há no sinal aleatório PRBS. Na Figura 17, é possı́vel observar a forma suave do espectro, no qual de destacam os picos em n · fm, em que a frequência da onda quadrada é de 2.5 kHz. Figura 16: Modulação da onda quadrada. 13 (a) pico portadora (b) 1º pico direita (c) 2º pico direita (d) 3º pico direita Figura 17: Pontos notáveis do espectrodo sinal modulado de onda quadrada 2.5kHz 6 Simulação Técnicas de modulação digital são, em geral, mais vantajosas, uma vez que o circuito demodulador é menos sensı́vel a ruı́dos, permitindo assim uma melhor qualidade do sinal. Dessa forma, para complementar a modulação digital ASK (Amplitude Shift-Keying), utilizaremos a simulação para desenvolver conhecimento sobre outra técnica de modulação por chaveamento, a modulação FSK (Frequency Shift-Keying). Na modulação FSK os sinal de mensagem (digital/binário) são associados a diferentes valores de frequência. Desta forma quando transmitimos o sı́mbolo um (1/”HIGH”) a portadora assume a frequência f1 e na transmissão do sı́mbolo zero 14 (0/”LOW”) a portadora assume a frequência f2. Este tipo de modulação pode ser considerado equivalente a modulação em FM para sinais analógicos. Nesse tipo de modulação, a amplitude da onda portadora modulada é mantida constante durante todo o processo. Sua implementação fı́sica requer somente duas fontes senoidais (gerando frequências f1 e f2), um circuito modulador (ADG1219, da Analog Devices), e o sinal de mensagem digital. A montagem é ilustrada a seguir (figura 18). Figura 18: Circuito modulador FSK. A fonte B1 é responsável pela geração de um sinal de mensagem digital de 5V de amplitude, e através do comando rand(), a função retorna um valor 1 ou 0, simulando assim, uma mensagem binária de interesse. O sinal gerado é ilustrado em 19. 15 Figura 19: Sinal de mensagem produzido pela função rand(). Reduzindo a janela temporal para um momento de chaveamento (nesse caso, falling edge), podemos ver claramente a transição de uma portadora para outra. Figura 20: Alteração da frequência da portadora em função da alteração do bit de mensagem/informação. Para o chaveamento de 1 para 0 em t = 4.4ms temos, á esquerda, um perı́odo de aproximadamente 0,005 ms (200kHz), e á direita, um perı́odo de aproximadamente 0,01 ms (100kHz). Assim, como de se esperar, a FFT (Fast Fourier Transform) desse sinal é basicamente um pico nas frequências das portadoras e o espectro atenuado do sinal de mensagem e suas réplicas (figura 21). 16 Figura 21: Espectro em frequência do sinal modulado. Para esse tipo de modulação, também podemos comparar o espectro de um sinal modulado ”faixa larga”e ”faixa estreita”. Sabemos que o ı́ndice de modulação β >> π 2 caracteriza um sinal faixa larga. Assim, para que seja gerado um sinal faixa estreita, utilizando a equação abaixo, podemos elevar a frequência do sinal de mensagem e/ou reduzir a distância entre as portadoras. β = ∆ 2fm Sendo ∆f a distância total entre as duas frequências modulantes, e fm a frequência máxima do sinal de mensagem. Assim, utilizando f1 = 100kHz, f2 = 140kHz, e fm = 10Khz, temos ∆f = 40kHz e β = 2 o que não satisfaz a regra que define sinais de faixa larga, demonstrada anteriormente, uma vez que ambos os valores são de mesma ordem de grandeza (100). Assim, como consequência dessa escolha, temos uma portadora efetiva dada pela média aritmética das duas frequências modulantes (f = 120kHz) e espectro de sinal com maior influência das réplicas do sinal de mensagem (menor atenuação) entre as portadoras envolvidas. Isso é ilustrado na figura 22. 17 Figura 22: FFT do sinal faixa estreita, com β = 2 Por sua vez, utilizando f1 = 100kHz, f2 = 400kHz, e fm = 0.5Khz, temos ∆f = 300kHz e β = 300 o que satisfaz a regra que define sinais de faixa larga. Assim, como consequência dessa escolha, temos uma portadora efetiva dada pela média aritmética das duas frequências modulantes (f = 250kHz) e espectro de sinal com menor influência das réplicas do sinal de mensagem (maior atenuação) entre as portadoras envolvidas, e portanto, maior eficiência na transmissão do sinal de mensagem. Isso é ilustrado na figura 23. Fica visı́vel também, que a redução da frequência máxima do sinal de mensagem, aproxima os picos das réplicas em frequência do sinal, tornando o espectro quase contı́nuo. Figura 23: FFT do sinal faixa larga, com β = 300. Para esse mesmo sinal, podemos estimar o valor de largura de banda (BandWith) através da regra de Carson, dada abaixo: 18 BW = 2fm(β + 1) Para o sinal original (f1 = 100kHz,f2 = 200kHz, fm = 5kHz e β = 10), podemos medir a largura de banda a partir da FFT gerada, medindo os extremos laterais a -3dB. Assim obtemos, a partir de 24 e 25, BW = 200, 12 − 99, 91 = 100, 21kHz. Figura 24: Frequência de corte inferior a 99,91kHz. Figura 25: Frequência de corte superior a 200,12kHz. Pela regra de Carson por sua vez, obtemos: BW = 2 ∗ 5kHz ∗ (10 + 1) = 110kHz 19 Assim, obtemos uma estimativa muito eficiente, com um erro inferior a 10%, e de igual ordem de magnitude do sinal verificado através da FFT. Alterando o sinal de mensagem formado por pulsos randomicamente gerados para um sinal onda quadrada perfeito, temos como seu espectro de frequência a figura 26, cuja análise revela um espectro consideravelmente mais vazio em comparação com o sinal gerado anteriormente, demonstrando que não há informação relevante sendo transportada, uma vez que o sinal possui uma frequência especı́fica e fixa. Figura 26: FFT do sinal modulado para sinal de mensagem onda quadrada. 7 Conclusão Com base na prática realizada em laboratório e na simulação computacional feita, foi possı́vel perceber os comportamentos inerentes de cada uma das modulações digitais referenciadas neste relatório. Deste modo, na modulação ASK o com- portamento de modulação da amplitude foi observado a medida que o sinal de entrada digital variou em frequência, correspondendo a teoria. Ao gerar uma PRBS, com bit rate de 2 kbps de amplitude 5 Vpp, e um sinal senoidal de 100 kHz e 3 Vpp no circuito de modulação tornou–se possı́vel observar que o sinal modulado oscilou na frequência da portadora – em 100 kHz – onde o perı́odo do sinal modulado foi inversamente proporcional com o aumento do número de bits por segundo do sinal de entrada. Por meio do analisador de espectro, pu- demos observar que os vales se localizaram nos múltiplos da frequência de bits; junto a isso o comportamento ruidoso devido ao processo aleatório da geração dos sinais PRBS teve efeito considerável na qualidade do espectro. Foi possı́vel 20 atenuar os ruı́dos do espectro alterando a sequência de controle para onda quadrada. Com uso do software LT Spice tornou–se viável validar os resultados obtidos da simulação com base no comportamento previsto pela teoria; mantendo uma divergência suficientemente baixo. 8 Bibliografia [1] CHUI, W. Princı́pios de Telecomunicações: Manual de Laboratório e Exercı́cios. 10a ed. São Paulo: Livros Érica Editora Ltda, 1998. 21 Introdução Objetivos Materiais Procedimentos Resultados Onda Quadrada Simulação Conclusão Bibliografia