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Universidade Estácio de Sá Aluna: Larissa Ouverney da Rosa Matrícula: 201803014539 Matéria: Fisioterapia na saúde da criança CIF O que é a CIF? A CIF é descrita nas literaturas como a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde, ela pode ser caracterizada como um modelo para a organização e documentação de informações sobre a função e a incapacidade (OMS 2001). Com isso ela descreve a funcionalidade como uma ‘interação dinâmica entre a condição de saúde de uma pessoa, os fatores ambientais e os fatores pessoais, ou seja, em outras palavras, a CIF diz que a forma que o indivíduo realiza a execução de algumas tarefas e as suas ações podem estar diretamente ligadas aos fatores externos como o meio em que ele vive, como é a vida social do indivíduo, o que está acontecendo no dia a dia dele para ele possa estar apresentando determinados sinais e sintomas e isso tudo pode nos dizer muito sobre o estado de saúde daquele paciente, se a queixa principal pode ter alguma conexão com ações realizadas em seu cotidiano, a forma como é a sua alimentão, por exemplo, entre outros. A CIF conceitualiza a funcionalidade e a incapacidade no contexto da saúde, e, portanto, não cobre circunstâncias que resultam de forma exclusiva de fatores socioeconômicos ou culturais. Contudo, se a pobreza resultar em uma condição de saúde como desnutrição, as dificuldades de funcionalidade relacionadas podem ser descritas usando a CIF. Uma condição de saúde, seja ela diagnosticada ou não, é sempre entendida como estando presente quando a CIF é aplicada. Como a CIF é organizada? A CIF organiza as informações em duas partes. A parte 1 lida com a funcionalidade e a incapacidade possuindo dois componentes que são as funções e estruturas do corpo, as atividades e participação e a parte 2 que cobre fatores contextuais, tendo os fatores ambientais e os fatores pessoais. Prática clínica A CIF é relevante para muitas atividades na prática clínica como a consideração de saúde e funcionalidade, estabelecimento de metas, avaliação de resultados de tratamentos, comunicação com colegas ou a pessoa envolvida. Ela oferece uma linguagem comum entre disciplinas clínicas e com pacientes ou clientes. A CIF e a CID - o padrão global para a classificação de doenças - são complementares e, quando usadas em conjunto, fornecem uma imagem completa da condição de saúde de um indivíduo. Importância da CIF na avaliação pediátrica É muito importante a aplicação da CIF no momento da avaliação pediátrica para entendermos um pouco melhor sobre o que aconteceu com aquela criança, saber quais podem ser as possíveis causas, entre outras coisas. Com isso, na avaliação sempre perguntamos tudo aos responsáveis, perguntamos à mãe como foi a descoberta da gestação, se era um filho planejado ou não, se ela queria ter a criança ou não, se ela já teve algum aborto antes, se é o primeiro filho dela ou não, perguntamos como foi a gestação, se ela se alimentou bem durante esse período, se teve alguma intercorrência durante a gravidez, se sofreu algum trauma físico ou psicológico, perguntamos também tudo sobre o nascimento, como foi o parto, avaliamos o APGAR da criança, se nasceu pré maturo, no tempo ou se passou um pouco do tempo, se precisou de incubadora, se ficou internado, como foi a chegada em casa, se essa adaptação foi tranquila, se ocorreu tudo bem após o parto e alta do hospital, como foi o desenvolvimento psicomotor, se engatinhou, se conseguia sentar sozinho, dentre várias outras coisas que são de extrema importância para investigarmos possíveis causas de algumas doenças e lesões. Relato de caso e observação do emprego da CIF Realizando o estágio em pediatria pude presenciar isso na prática clínica, nós recebemos um paciente onde a queixa principal da mãe era o andar da criança estar concentrado muito sobre a ponta dos pés, percebemos também alguns movimentos desordenados mas nada motor a princípio. Durante a avaliação, a mãe nos relatou que quando bebê, o paciente apresentou um quadro de pneumonia onde precisou ficar internado e desde que voltou pra casa ela não colocou mais a criança no chão com medo de novos problemas respiratórios, sendo assim ele não pode treinar o engatinhar e outras posturas importantes para o seu desenvolvimento, vale ressaltar que isso não necessariamente quer dizer que vai ser um empecilho para a criança se desenvolver normalmente, pode ser que a criança passe por isso e depois consiga andar e se desenvolver perfeitamente, mas no caso dele, a queixa principal poderia estar acontecendo hoje por conta de detalhes como esse. Outra coisa que ela nos relatou foi que ele nunca andava descalço, que isso era uma coisa muito rara pois ela e o pai tinham medo do filho adoecer por conta do frio entre outros, ou seja, isso também é um fator muito importante para a parte sensorial, pois ele precisa sentir diferentes texturas, mudanças de terrenos. A mãe nos contou que de início ela não queria ter um filho naquele momento, não foi uma gravidez planejada, ela estava fazendo um tratamento para combater a ansiedade na época, outra informação relevante era que a gestação era gemelar, um dos bebês acabou falecendo ainda na barriga e ela não pode realizar a curetagem. Ou seja, com isso tudo e agora entendendo um pouco mais sobre a CIF, pude perceber o quanto ela é importante em uma avaliação, pois por meio dela nesse caso que conseguimos entender melhor a situação, entender que o fato dele andar sobre a ponta dos pés pode e provavelmente está diretamente ligado com o fato dele não ter andado descalço, não ter estimulado o aparecimento do arco plantar, e por meio disso nós pudemos direcionar melhor as orientações a serem passadas para a mãe, pedimos pra ela deixar ele andar descalço em casa e explicamos o quanto isso era importante, realizamos durante os atendimentos atividades de brincadeiras com os pés que estimulassem o arco plantar, treino de marcha utilizando obstáculos e diferentes tarefas, estimulamos o subir e descer escadas também que ele não conseguia sozinho em casa segundo a mãe nos relatou, utilizamos o disco proprioceptivo com ele também, e em apenas duas sessões a mãe nos relatou que já observou melhora significativa nas atividades diárias do filho dela e até mesmo no comportamento, as professoras da creche também relataram essa melhora para mãe, vamos continuar atendendo e evoluindo esse paciente e agora na minha percepção entendendo o quanto foi importante a aplicação da CIF, uma avaliação bem realizada, um coleta de dados e informações bem completinha perguntando todos os detalhes para identificarmos o porque estava acontecendo isso com o paciente e para definirmos com mais exatidão um plano terapêutico focado na problemática.
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