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Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 1 Apresentação A presente apostila contém 174 questões de Língua Portuguesa de diversos concursos elaborados pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FAURGS, todas comentadas e respondidas. Trata-se de material didático que servirá para a preparação a concursos públicos de todas as áreas, em provas de Língua Portuguesa que vierem a ser elaboradas pela FAURGS. Logo após cada questão, vêm os comentários, incluindo-se a identificação do conteúdo a que pertence, bem como todas as explicações que, de forma clara e didática, explicam a proposta, muitas delas alternativa por alternativa. As respostas (letras das alternativas), porém, vêm após cada prova, para evitar a visualização antecipada da resposta. Este material segue a ordem das provas apresentadas no índice abaixo. As questões foram retiradas de provas de exigência de Nível Médio e de Nível Superior. Para facilitar a informação, as provas estão identificadas sempre no início, em que constam a instituição, o cargo, o ano de ocorrência da prova e o nível de exigência escolar. O autor deste compêndio pode ser contatado por intermédio do endereço de e-mail menegotto@cpcrs.com.br para dirimência de dúvidas, solicitando-se que seja enviada apenas uma dúvida por mensagem, sem limite de mensagens. Roga-se, também, que o consulente identifique o material (no caso este compêndio de questões comentadas da FAURGS) e a questão, informando a prova e o número da questão. Isso agilizará o processo de localização do item em dúvida e, consequentemente, diminuirá o tempo da resposta. Convidamos o consulente a visitar a página Menegotto no Facebook, em que são postadas questões comentadas, regras, curiosidades da Língua Portuguesa, além de informações sobre concursos e cursos do CPC Concursos. Boa preparação a todos. Prof. Alberto Menegotto® Índice Prova Página Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2013 – Nível Médio (30 questões) 2 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Guarda de Segurança – 2012 – Nível Médio (30 questões) 15 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Técnico Judiciário – 2012 – Nível Médio (26 questões) 24 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2010 – Nível Médio (28 questões) 33 Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul – SEFAZ-RS – Agente Fiscal do Tesouro do Estado – 2008 – Nível Superior (30 questões) 46 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial de Justiça – 2014 – Nível Médio (30 questões) 55 Total: seis (6) provas e 174 questões objetivas comentadas e respondidas. mailto:menegotto@cpcrs.com.br Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 2 Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2013 – Nível Médio Instruções: As questões 01 a 15 referem-se ao texto abaixo. Apesar de você 01. Você é a favor ou contra cortarem árvores para 02.alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma 03.casa para construir um edifício? Devem ser reabertos 04.os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos 05.protestos? Publicadas biografias não autorizadas? 06. A arena de debates públicos foi ampliada 07.virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes 08.sociais. Pode parecer apenas mais uma discussão 09.banal sobre um aumento de 20 centavos nas 10.passagens, mas por _____ de toda polêmica que 11.exalta ânimos e inflama espíritos há um conflito de 12._____ de mundo, um choque tectônico de ideias. 13.Quase nunca é só pelos 20 centavos. 14. Como nem sempre são evidentes todos os 15.aspectos envolvidos em um debate – e como poucas 16.pessoas entendem de todos os assuntos, tirando 17.Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite 18.sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à 19.maneira como diferentes pessoas _____ confiamos 20.se posicionam antes de formarmos a nossa própria 21.opinião. O conceito de formador de opinião, porém, 22.mudou muito nos últimos anos. Hoje há formadores 23.de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e 24.por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem 25.vale a pena ouvir. 26. Na busca da iluminação cotidiana, gosto de 27.prestar atenção em quem entende do riscado: 28.arquitetos para falar de arquitetura, médicos para falar 29.de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta 30.entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, 31.é preciso conseguir construir argumentos que voem 32.além dos interesses de sua categoria. Médicos a 33.favor.do Mais Médicos, jornalistas contra o diploma de 34.jornalismo, empresários dispostos a perder algum 35.dinheiro: pode-se concordar ou não com eles, mas 36.ganham um crédito adicional de confiança por 37.pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o 38.coração. 39. Quero que o formador de opinião seja coerente, 40.mas, se for dizer algo desatinadamente oposto _____ 41.disse antes, que reconheça isso, com humildade, 42.porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de 43.inteligência e integridade. Quero ler opiniões _____ 44.me surpreendam de vez em quando, porque o 45.pensador independente não se torna refém de 46.inclinações políticas ou ideológicas – e nada é mais 47.triste do que ver pessoas inteligentes esforçando-se 48.para tornar plausível um pensamento torto apenas 49.para justificar uma ideologia ou um interesse 50.particular. Ainda assim, quero o conforto de saber que 51.certas pessoas têm a capacidade de iluminar os 52.caminhos mais tortuosos, invariavelmente apontando 53.para a trilha do que é justo, honesto, honrado, 54.coerente. 55. A polêmica recente envolvendo o grupo de 56.artistas que defende restrições às biografias não 57.autorizadas talvez seja lembrada menos pelo assunto 58.em si do que pelo fato de ter colocado sob fogo 59.cerrado dois dos nomes mais emblemáticos da 60.cultura brasileira. Não me importa que Caetano 61.Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões 62.diferentes das minhas – muitas vezes tiveram, 63.inclusive politicamente. O que é triste é ver que 64.emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a 65.uma causa maior do que eles, mas a interesses 66.restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao limite, o 67.raciocínio da proteção à privacidade torna impossível 68.publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de 69.qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito 70.parecido com censura. 71. O mais irônico é que justamente esse gesto 72.pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias 73.dos dois – quando, “apesar de você”, elas forem 74.escritas. E serão. Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 2012, n.º 17581. 01. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 10 e 11 do texto. (A) tras – visões (B) trás – visões (C) trás – vizões (D) traz – visões (E) traz – vizões Questão sobre ortografia. As lacunas das linhas 10 e 12 do texto devem ser preenchidas pelas palavras “trás”, com acento agudo e “s” final, pois se trata de advérbio (antônimo de “frente”) e “visões”, obviamente com “s”. ____________________________________________ 02. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 19, 40 e 43 do texto. (A) que – de quem – de que (B) em quem – a quem – de quem (C) que – ao que – cujas (D) em quem – ao que – que Prof. Alberto MenegottoLÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 3 (E) que – ao que – que Questão sobre Regência e emprego de pronomes relativos. A lacuna da linha 19 deve ser preenchida pela expressão “em quem”; a preposição “em” é exigida pela regência do verbo “confiar” (quem confia confia “em”); o pronome relativo deve ser “quem” em razão de “pessoas” (usa-se “quem” para seres humanos). Quanto à lacuna da linha 40, o vocábulo “oposto” exige a preposição “a” (o que é oposto é oposto a), devendo ser construído com o artigo “o”, em “ao que”. Com relação à lacuna da linha 43, deve aparecer ali apenas o pronome “que”, sem preposição, porque o verbo “surpreender” é transitivo direto. ____________________________________________ 03. Considere as afirmações a seguir. I - Formadores de opinião que defendem pontos de vista contrários aos interesses de sua categoria profissional privilegiam a razão na expressão de suas opiniões. II - As restrições às biografias não autorizadas constituem uma limitação à liberdade de expressão que se aproxima da censura. III - A posição de Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda na polêmica relativa às restrições às biografias não autorizadas é motivada por interesses particulares. Quais expressam ideias presentes no texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre interpretação de texto. No trecho “... pode-se concordar ou não com eles, mas ganham em crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração. Quero que o formador de opinião seja coerente, mas, se for dizer algo desatinadamente oposto ao que disse antes, que reconheça isso, com humildade, porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de inteligência e integridade” (l. 35-38), é possível observar que a afirmação I está correta. No trecho “Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito parecido com censura” (l. 66-70), encontram-se bases para que a afirmação II esteja correta. Observando-se o trecho “O que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao se cercadinho” (l. 63-66), pode-se considerar correta a airmação III. ____________________________________________ 04. Assinale a alternativa que apresenta conteúdo que se pode depreender da leitura do texto. (A) O programa Mais Médicos é uma boa iniciativa do Governo Federal. (B) Formadores de opinião inteligentes costumam ter uma segunda opinião para mostrar que são íntegros. (C) É sinal de independência de um pensador elaborar seus argumentos com o objetivo de justificar sua ideologia particular. (D) A ironia característica de Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda será registrada em suas biografias em forma de nota. (E) Ao aumento do número de formadores de opinião corresponde um aumento da dificuldade de seleção das opiniões que merecem ser consideradas. Questão sobre interpretação de texto. As alternativas A, B, C e D contêm aspectos que se podem depreender da leitura do texto, por estarem implícitas. Quanto à afirmação contida na opção E, não se pode depreender da leitura do texto que haja relação direta entre o aumento do número de formadores de opinião e o aumento da dificuldade de seleção das opiniões que merecem ser consideradas. ____________________________________________ 05. Na linha 73, a expressão “apesar de você”, empregada no texto entre aspas duplas, é uma citação de um trecho de uma canção de Chico Buarque de Hollanda em que o músico faz uma crítica à ditadura militar no Brasil. No texto em análise, pode-se afirmar que a autora faz essa citação a fim de estabelecer uma analogia entre os censores do regime militar e (A) o leitor do texto. (B) Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. (C) os autores de biografias. (D) médicos, jornalistas e empresários. (E) os leitores de biografias. Questão sobre interpretação de texto. No trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, elas forem escritas. E serão.” (l. 71-74), a expressão “apesar de você” foi utilizada pela autora para Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 4 estabelecer analogia entre os censores do regime militar e os próprios artistas Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. ____________________________________________ 06. Ao utilizar a expressão capilaridade das redes sociais (l. 07-08), a autora refere-se à (A) profundidade dos debates que acontecem nas redes sociais. (B) segmentação de redes sociais especializadas em distintas questões de caráter público. (C) capacidade das redes sociais de propagar ideias entre um número expressivo de pessoas. (D) clandestinidade das redes sociais, necessária para garantir o anonimato de seus participantes. (E) finalidade das redes sociais de exercer um papel de crítica radical a iniciativas do poder público. Questão sobre semântica e interpretação de texto. A utilização do segmento “capilaridade das redes sociais” (l. 07-08), no trecho “A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais” (l. 06-07), é referência à capacidade de as redes sociais propagarem ideias entre grande quantidade de pessoas, o que confere correção à alternativa C. Observe-se que não poderia ser a opção A porque as redes sociais não servem de fórum de discussão profunda de debates. Também não pode ser a opção B, haja vista que, no texto, não se encontra referência à presença de segmentos específicos de debates nas redes sociais. Está errada a alternativa D, uma vez que, além de as redes sociais não serem clandestinas, mas abertas e conhecidas, não há referência sobre clandestinidade desses meios de comunicação. De igual forma, não está em discussão – nem há referência a isso no texto – o papel das redes sociais de exercer crítica radical a iniciativas do poder público. ____________________________________________ 07. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, os sentidos das conjunções Como (l. 14) e porque (l. 44), conforme empregadas nos períodos em que ocorrem no texto. (A) oposição – causa (B) causa – explicação (C) explicação – causa (D) oposição – explicação (E) explicação – explicação Questão sobre No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo - ...” (l. 14-18), o conetivo “Como” (destacado) é claramente utilizado para expressar causa, tanto que pode ser substituído, sem alteração de sentido, por “Porque”. Já no segmento “Quero ler opiniões que me surpreendam de vez em quando, porque o pensador independente não se torna refém de inclinações políticas ou ideológicas – e nada é mais triste do que ver pessoas...” (l. 43-47), o nexo “porque” (destacado) tem nítida intenção explicativa em relação à oração anterior. ____________________________________________ 08. A expressão choque tectônico de ideias (l. 12) contém uma metáfora que remete ao campo da (A) história. (B) biologia. (C) química. (D) medicina. (E) geologia. Questão sobre semântica e interpretação de texto. A expressão “choque tectônico de ideias” contém o adjetivo “tectônico”, que significa relativo a tectonismo, termo geral relativo a todos os movimentos(ou acomodações) da crosta terrestre com origem em processos tectônicos. Portanto remete ao campo da geologia. ____________________________________________ 09. Considere o trecho a seguir, extraído do texto (l. 22- 25). Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir. Assinale a alternativa que propõe uma conversão do trecho acima para o passado que esteja de acordo com a norma gramatical e que preserve a perspectiva modal e as relações de ordenamento entre estados e eventos expressas originalmente. (A) Antigamente haviam formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo fosse cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir. (B) Antigamente havia formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhara, e por isso mesmo fora cada vez mais difícil escolher quem valesse a pena ouvir. (C) Antigamente havia formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo era Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 5 cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir. (D) Antigamente houveram formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhara, e por isso mesmo seria cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir. (E) Antigamente haviam formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo seria cada vez mais difícil escolher quem valera a pena ouvir. Questão sobre Reescritura de trecho, com aspectos de flexão verbal. O trecho “Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir” (l. 22-25) é base para a questão, cuja proposta é de reescritura com transformação para o passado de acordo com a norma gramatical. A técnica é simples: os verbos que estão no modo indicativo (“há”, “é” e “vale”) devem permanecer no mesmo modo, sofrendo alteração do tempo para pretérito imperfeito do indicativo. O verbo “olhar”, que está no subjuntivo, deve permanecer neste modo, apenas sofrendo passagem para o pretérito imperfeito do subjuntivo. Observe-se: o verbo “haver” (em “há”, no presente do indicativo) deve passar para o pretérito imperfeito do indicativo, devendo ficar no singular, porque se trata de verbo impessoal: “havia”. Quanto à forma “olhar”, que está no futuro do subjuntivo, deve passar para o pretérito imperfeito do subjuntivo: “olhasse”. O verbo “ser”, em “é” (presente do indicativo), deve passar para o pretérito imperfeito do indicativo”: “era”. Já o verbo “valer”, em “vale” (presente do indicativo), deve ir para o pretérito imperfeito do indicativo: “valia”. O trecho, portanto, deve ter a seguinte redação: “Antigamente havia formadores de opinião por todos os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo era cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir”. ____________________________________________ 10. Considere os trechos a seguir, extraídos do texto. I - Devem ser reabertos os arquivos da ditadura? (l. 03- 04) II – A arena de debates públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes sociais. (l. 06-08) III - Para conquistar o meu respeito, é preciso conseguir construir argumentos que voem além dos interesses de sua categoria. (l. 30-32) IV -... pode-se concordar ou não com eles, mas ganham um crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração. (l. 35-38) Quais deles contêm oração na voz passiva? (A) Apenas I e II. (B) Apenas I e IV. (C) Apenas II e III. (D) Apenas II e IV. (E) Apenas I, II e IV. Questão sobre vozes verbais. Na assertiva I, a forma verbal “Devem ser reabertos” apresenta verbo “ser” auxiliar (“ser”) e particípio (“reabertos”), condições mínimas para a estrutura de voz passiva analítica. Em II, a construção “foi ampliada” também apresenta verbo “ser” (“foi”) e particípio (“ampliada”), o que lhe confere estrutura de voz passiva analítica. Na frase III, não há verbo “ser” auxiliar, nem particípio, o que não lhe confere situação de voz passiva analítica. Não se observa, também, estrutura de voz passiva sintética, pela ausência de partícula apassivadora “se”. A voz, nessa construção, é ativa. Na IV, mesmo que haja “pode-se concordar”, com “se”, entre outras expressões verbais no contexto, não há voz passiva. ____________________________________________ 11. Considere as seguintes afirmações sobre relações de referência estabelecidas no texto. I - A expressão sua categoria (l. 32) faz referência à qualidade dos argumentos dos envolvidos em um debate. II - O pronome eles (l. 35) faz referência aos possíveis argumentos em um debate. III - A expressão esse gesto (l. 71) faz referência ao posicionamento assumido por Chico Buarque de Hollanda e Caetano Veloso em relação às restrições às biografias não autorizadas. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II (E) Apenas II e III. Questão sobre emprego de pronomes (referentes). A expressão “sua categoria”, destacada no trecho “Na busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar atenção em quem entende do riscado: arquitetos para falar de arquitetura, médicos para falar de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, é preciso conseguir construir argumentos que voem além dos Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 6 interesses de sua categoria” (l.26-32), faz referência às categorias profissionais em geral, tanto as citadas no trecho quanto as demais. Portanto está errada a assertiva I. No trecho “Médicos a favor do Mais Médicos, jornalistas contra o diploma de jornalismo, empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode- se concordar ou não com eles, mas ganham um crédito adicional de confiança por pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o coração” (l. 32-38), o pronome “eles” (destacado) faz nítida referência a médicos, jornalistas, empresários, entre outros profissionais. Está errada, portanto, a assertiva II. Quanto à afirmação III, o termo “esse gesto” (l. 71), destacado no trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, elas forem escritas. E serão.” (l. 71-74) retoma a posição assumida por Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. Correta a afirmação III. ____________________________________________ 12. Considere as seguintes propostas de pontuação. I - A colocação de duas vírgulas, uma depois de mas (l. 10) e uma depois de espíritos (l. 11). II - A inserção de uma vírgula depois do travessão da linha 18. III - A retirada da vírgula depois de porém (l. 21). Quais seriam gramaticalmente corretas, se incorporadas ao texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre pontuação. No trecho “Pode parecer apenas mais uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos há um conflito de visões de mundo...” (l. 08-12), o segmento “por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos” é adjunto adverbial deslocado associado à oração subordinada adjetiva (esta iniciada por “que”) e poderia ficar corretamente isolada por vírgulas. O trecho, com vírgulas, ficaria com a seguinte redação: “Podeparecer apenas mais uma discussão banal sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, mas, por trás de toda polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos, há um conflito de visões de mundo...” Certa a afirmação I. Quanto ao segmento “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate – e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à maneira como diferentes pessoas...” (l. 14-19), a inserção de vírgula logo após o segundo travessão é correta e indicada, porque o período inicia por oração subordinada causal (começa com “Como...”) deslocada. Correta a afirmação II. No trecho “O conceito formador de opinião, porém, mudou muito nos últimos anos” (l. 21-22), a conjunção coordenativa adversativa “porém” (destacada) está deslocada, devendo permanecer isolada por vírgulas, o que não permite que a vírgula após a conjunção seja suprimida. Errada a afirmação III. ____________________________________________ 13. Considere as seguintes propostas de alterações. I - Na linha 56, a substituição de às por a. II - Na linha 65, a substituição de a, depois de mas, por à. III - Na linha 72, a substituição de a, antes de ser, por à. Quais seriam gramaticalmente corretas, se incorporadas ao texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre crase. No trecho “A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições às biografias não autorizadas talvez seja...” (l. 55-57) o sinal indicativo de crase é decorrente da regência de “restrições”, que exige preposição “a” e do artigo “as” antes de “biografias”. A supressão do artigo “as” é possível, permanecendo apenas a preposição “a”, exigida pela regência do substantivo “restrições”. Observe-se: “A polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que defende restrições a biografias não autorizadas talvez seja...”. A correção gramatical e o sentido original do texto serão mantidos. Correta a assertiva I. Já no segmento “o que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho” (l. 63-66), o “a” antes de “interesses” é apenas preposição, haja vista que “interesses” é palavra masculina. Portanto não é possível indicar-se sinal de crase. Errada a assertiva II. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 7 No trecho “O mais irônico é que justamente esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias...” (l.71-72), o “a”, no segmento “pode vir a ser” é apenas preposição, já que a palavra imediatamente seguinte é verbo, e antes de verbo não existe crase. Portanto não se pode indicar crase. Errada a assertiva III. ____________________________________________ 14. Considere as seguintes propostas de alteração de trechos do texto envolvendo mudança de ordem de palavras. I - Substituição de muitas vezes tiveram (l. 62) por tiveram muitas vezes. II - Substituição de emprestaram seu prestígio não a um princípio (l. 64) por emprestaram não seu prestígio a um princípio. III - Substituição de Pois, levado ao limite, o raciocínio (l. 66-67) por Levado ao limite, pois, o raciocínio. Quais preservam a correção gramatical e o sentido literal dos períodos originais? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre colocação dos termos na frase. No trecho “Não me importa que Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões diferentes das minhas – muitas vezes tiveram, inclusive politicamente” (l. 60-63), o segmento “muitas vezes tiveram” poderá ser alterado em sua ordem para “tiveram muitas vezes”, mantendo-se a correção gramatical e o sentido original do texto. Correta a afirmação I. No segmento “o que é triste é ver que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a uma causa maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu cercadinho” (l. 63-66), a substituição de “emprestaram seu prestígio não a um princípio” por “emprestaram não seu prestígio a um princípio” alteraria o sentido original da ideia, porque o advérbio “não”, no texto original, está modificando o sentido de “um princípio”, enquanto na sugestão o advérbio “não” está a serviço de “seu prestígio”. Embora preserve a correção gramatical, não mantém o sentido original do texto. Errada a assertiva II. Quanto à assertiva III, no trecho “Pois, levado ao limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer pessoa...” (l. 66-69), a conjunção “Pois” está sendo empregada com sentido explicativo. Se a redação for substituída por “Levado ao limite, pois, o raciocínio...”, a conjunção “pois”, deslocada na sugestão, assume a ideia de conclusão, podendo, inclusive, ser substituída por “portanto” e, por consequência, alterando o sentido original do texto. Errada a afirmação III. ____________________________________________ 15. Considere as seguintes propostas de substituições de expressões do texto. I - A substituição das expressões nem sempre (l. 14) e todos os (l. 14), respectivamente, por nunca e alguns dos. II - A substituição das expressões poucas (l. 15) e todos os (l. 16), respectivamente, por todas as e poucos. III - A substituição da expressão torna impossível publicar (l. 67-68) por impede a publicação de. Quais resultariam em alteração do sentido literal dos períodos originais? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre reescritura de trechos. No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os aspectos envolvidos em um debate...” (l. 14-15), as substituições de “nem sempre” por “nunca” e “todos os” por “alguns dos” causariam alteração de sentido no texto. “Nem sempre” poderia ser trocado por “às vezes”, mas não por “nunca”. E “todos os” representa totalidade, não podendo ser substituído por “alguns dos”, cujo universo de abrangência não corresponde a “todos os”. Portanto as sugestões de substituição propostas pela afirmação I causariam alteração de sentido. As substituições de “poucas” (l. 15) por “todas as” e “todos os” (l. 16) por “poucos” causariam alterações no contexto. Observe-se que o adjetivo “poucas”, no trecho “e como poucas pessoas entendem de todos os assuntos”, levaria de um pequeno universo para a totalidade. Situação inversa ocorreria na substituição de “todos os” por “poucos”. Portanto as sugestões presentes na afirmativa II causariam alteração no sentido original do texto. No trecho “... o raciocínio da proteção à privacidade torna impossível publicar qualquer coisa que contrarie o interesse...” (l. 66-68), a substituição de “torna impossível publicar” por “impede a publicação de” não alteraria o sentido original do Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 8 texto. Observe-se o trecho com a nova redação: “... o raciocínio da proteção à privacidade impede a publicação de qualquer coisa que contrarie o interesse...”. A sugestão da afirmação III não causa alteração de sentido. ____________________________________________ Instrução: As questões 16 a 30 referem-se ao texto abaixo. Devo educar meus filhos para serem éticos? 01. Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saí de casa 02.para a escola numa manhã fria de inverno. Chegando 03.___ portaria, meu pai interfonou, perguntando se eu 04.estava levando um agasalho.Disse que sim. Ele me 05.perguntou qual. “O moletom amarelo”, respondi. Era 06.mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas 07.estava com pressa, não queria me atrasar. 08. Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal 09.moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da 10.casa, e eu imaginava _ _ _ _. Gelei. À noite, meu pai 11.chegou de cara amarrada. Ao me ver, tirou de sua 12.pasta o moletom e me disse: “Eu não me importo que 13.tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, 14.ninguém mente. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi 15.apenas um episódio memorável de algo que foi o 16.leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um 17.obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, 18.honestidade, código de conduta, escala de valores, 19.menschkeit (firmeza de caráter, decência 20.fundamental, em iídiche) e outros termos que eram 21.repetitiva e exaustivamente martelados na minha 22.cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei. No Brasil 23.atual, eu me sinto deslocado. 24. Até hoje chego pontualmente aos meus 25.compromissos e, na maioria das vezes, fico 26.esperando por interlocutores que se atrasam e nem 27.se desculpam (quinze minutos parece constituir uma 28.“margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando 29.um prestador de serviço promete entregar o trabalho 30.em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu 31.atraso. Fico revoltado sempre que pego um táxi em 32.uma cidade que não conheço e o motorista tenta me 33.roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem 34.corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos 35.que o devido. Isso sem falar nas quase úlceras que 36.me surgem ao ler o noticiário e saber que, entre os 37.governantes, viceja um grupo de imorais que roubam 38.com criatividade e desfaçatez. 39. Sócrates, via Platão, defende que o homem que 40.pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, 41.pois está em conflito interno, em desarmonia consigo 42.mesmo, perenemente acossado e paralisado por 43.medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo 44.uma existência desprezível, para sempre amarrado 45.___ algo (sua própria consciência!) onisciente que o 46.condena. Com o devido respeito ao filósofo de 47.Atenas, nesse caso acredito que ele foi 48.excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece 49.ter chegado mais perto da compreensão da 50.perversidade humana ao notar que esse desconforto 51.interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de 52.cada pessoa com a sua consciência, que na verdade 53.não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. 54.Para aqueles que cometem o mal em uma escala 55.menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que 56.sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor, o 57.medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes 58.não funcionava, e a sua explicação era que o homem 59.pode mentir para si mesmo”. Todo corrupto ou 60.sonegador tem uma explicação, uma lógica para os 61.seus atos, algo que justifique o _ _ _ _ de uma 62.determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas 63.não a ele, pelo menos não naquele momento em que 64.está cometendo o seu delito. Cai por terra, assim, um 65.dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas 66.pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques 67.também! Se eles tivessem dramas de consciência, se 68.travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu 69.travesseiro, ou não teriam optado por sua “carreira” 70.u já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo 71.é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos 72.um comportamento moral _ _ _ _ ele nos foi inculcado 73.por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da 74.perda do amor paterno. 75. Na minha visão, só existem, assim, dois 76.cenários em que é objetivamente melhor ser ético do 77.que não. O primeiro é se você é uma pessoa religiosa 78.e acredita que os pecados deste mundo serão 79.punidos no próximo. Não é o meu caso. O segundo é 80.se você vive em uma sociedade ética em que os 81.desvios de comportamento são punidos pela 82.coletividade, quer na forma de sanções penais, quer 83.na forma de ostracismo social. O que não é o caso do 84.Brasil. Não se sabe se De Gaulle disse ou não a 85.frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país 86.sério. 87. Assim é que, criando filhos brasileiros morando 88.no Brasil, estou ___ voltas com um deprimente 89.dilema: acredito que o papel de um pai é preparar o 90.seu filho para a vida. Esta é a nossa 91.responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos 92.para que naveguem, com segurança e destreza, 93.pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a 94.ética e a honestidade são valores axiomáticos. Eis aí 95.o dilema: será que o melhor que poderia fazer para 96.preparar meus filhos para viver no Brasil seria não os 97.aprisionar na cela da consciência, do diálogo consigo 98.mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 9 99.certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá- 100.los a serem escroques, mas poderia, como pai, 101.simplesmente ser mais omisso quanto a essas 102.questões. Tolerar algumas mentiras, não me 103.importar com atrasos, não insistir para que não 104.colem na escola, não instruir para que devolvam o 105.troco recebido a mais... 106. O fato de pensar ___ respeito do assunto e de 107.viver em um país em que existe um dilema entre o 108.ensino da ética e o bom exercício da paternidade já é 109.causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a 110.meus filhos a mesma educação que recebi de meu 111.pai. Não porque ache que eles serão mais felizes 112.assim – pelo contrário –, nem porque acredite que, 113.no fim, o bem compensa. Mas _ _ _ _, em primeiro 114.lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e 115.com a memória de meu pai – se criasse meus filhos 116.para serem pessoas do tipo que ele me ensinou a 117.desprezar. Além disso, porque acredito que 118.sociedades e culturas mudam. Muitos dos países 119.hoje desenvolvidos e honestos eram antros de 120.corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil 121.há de seguir o mesmo caminho, e aí a retidão que 122.espero inculcar em meus filhos há de ser uma 123.vantagem (não um fardo). Oxalá. Adaptado de: Devo educar meus filhos para serem éticos? (http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavoioschp e-devo-educar-meus-filhos-para-serem-eticos). Acessado em 21/10/2013. 16. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 03, 45, 88 e 106. (A) à – a – às – a (B) a – à – as – a (C) à – a – às – à (D) a – à – as – à (E) à – à – as – à Questão sobre crase. A lacuna do trecho “Chegando ___ portaria, meu pai interfonou, perguntando...” (l. 02-03) deve ser preenchida com “à”, uma vez que o verbo “chegar” rege a preposição “a”, e o substantivo “portaria” é feminino, exigindo artigo “a”. Quanto à lacuna da linha 45, no trecho “... para sempre amarrado ___ algo...”, deve receber apenas a preposição “a”, haja vista que o adjetivo “amarrado” exige a preposição “a”, mas a palavra seguinte é pronome indefinido, e antes de pronome indefinido não há crase. No trecho “Assim é que, criando filhos brasileiros morando no Brasil, estou ___ voltas com um deprimente dilema...” (l. 87-89), a lacuna deve ser preenchida com “às”, já que se trata de locução adverbial feminina. A lacuna do trecho “O fato de pensar ___ respeito do assunto e de viver em um país...” (l. 106-107) deve ser preenchida apenas com a preposição “a”, já que se trata de locução adverbial masculina, porque o substantivo “respeito” é masculino. ____________________________________________ 17. Assinale a alternativa que preenche,correta e respectivamente, as lacunas das linhas 10, 61, 72 e 113. (A) por quê – porquê – porque – por que (B) porque – por quê – porque – porque (C) por quê – porquê – porque – porque (D) porque – por quê – por que – porque (E) por que – porquê – porque – porque Questão sobre a grafia dos “porquês”. A lacuna do trecho “Não estava lá, nem em nenhum lugar da casa, e eu imaginava _______.” (l. 09-10) deve ser preenchida com a grafia “por quê”, separado e com acento, porque está no final da frase, antes do ponto final. Com relação ao trecho “Todo corrupto ou sonegador tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, algo que justifique o ______ de uma determinada lei dever se...” (l. 59-61), a lacuna deve ser preenchida com a grafia “porquê”, junto e com acento, uma vez que funciona como substantivo, equivalente a “motivo”. No trecho “Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral ______ ele nos foi inculcado por nossos pais...” (l. 70-73), a lacuna deve receber “porque”, junto e sem acento, já que se trata de explicação. Por fim, com relação à lacuna do trecho “Mas _____, em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e com a memória...” (l. 113-115), deve ser completada com “porque”, junto e sem acento, pois se trata de explicação. ____________________________________________ 18. As palavras abaixo foram retiradas do texto. Assinale a alternativa que contém apenas palavras com dígrafos. (A) acossado – escroques – oxalá – consciência (B) compromissos – quando – iídiche – acossado (C) onisciente – pessoa – frequência – claríssimo (D) pessoa – iídiche – queria – claríssimo (E) consciência – quase – oxalá – onisciente Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 10 Questão sobre fonética. Inicialmente, deve-se observar que a banca, no enunciado, solicita que o candidato indique a opção que “contém apenas palavras com dígrafos”, não especificando a natureza de dígrafos orais ou nasais. Observem-se as alternativas: (A) em “acossado” e “escroques”, há dígrafos orais: “ss” e “qu”, respectivamente; em “consciência”, há dígrafo nasal em “on” = [õ] e oral em “sc”. Em “oxalá” não há dígrafo. (B) em “iídiche” e “acossado”, há dígrafos orais: “ch” e “ss”, respectivamente; já em “compromissos” há dígrafo nasal em “om” = [õ] e oral em “ss”; na palavra “quando”, há dígrafo nasal em “an” = [ã]. Portanto nesta alternativa todas as palavras apresentam dígrafos. (C) em “pessoa” e “claríssimo”, há dígrafos orais em “ss”; já em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e nasal em “em”, com [e] nasalizado; e na palavra “frequência” há dígrafo nasal em “em” com [e] nasalizado. Portanto nesta alternativa todas as palavras apresentam dígrafos. (D) em “pessoa”, “iídiche”, “queria” e “claríssimo”, há dígrafos: “ss”, “ch”, “qu” e “ss”, respectivamente. Todas as palavras desta alternativa apresentam dígrafos. Tal opção foi dada como correta. (E) em “consciência”, há dígrafo nasal em “on” = [õ] e oral em “sc”; em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e nasal em “em”, com [e] nasalizado; nas palavras “quase” e “oxalá” não há dígrafos. A banca indicou como gabarito a opção (D), mas há três alternativas (B, C e D) que apresentam todas as palavras com dígrafos. QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO. ____________________________________________ 19. As palavras abaixo foram retiradas do texto. Assinale a alternativa que contém apenas palavras formadas por derivação sufixal. (A) exaustivamente – infeliz – honestidade (B) perenemente – desprezo – objetivamente (C) desarmonia – perversidade – coletividade (D) superego – pressupõe – desconforto (E) fundamental – excessivamente – pontualidade Questão sobre formação de palavras. Na opção A, o advérbio “exaustivamente” e o substantivo “honestidade” são formados por derivação sufixal: o adjetivo “exaustivo” recebe o sufixo formador de advérbios “-mente”, resultando em “exaustivamente”; no caso do substantivo “honestidade”, sua formação ocorre a partir do adjetivo “honesto”, que recebe o sufixo formador de substantivos abstratos “-dade”, resultando em “honestidade”. Já o adjetivo “infeliz” apresenta prefixo (-in), mas não sufixo. Quanto à opção B, os advérbios “perenemente” e “objetivamente” apresentam sufixo formador de advérbios “-mente” e são decorrentes dos adjetivos “perene” e “objetivo”. O substantivo “desprezo” não apresenta sufixo. A alternativa C apresenta duas palavras com sufixo: “perversidade” e “coletividade”, ambas formadas pelo acréscimo do sufixo formador de substantivos abstratos “-dade” aos adjetivos “perverso” e “coletivo”. Em “desarmonia” não há sufixo. A opção D relaciona “superego”, “pressupõe” e “desconforto”, todas formadas pelo processo de prefixação: “super”, “pré” e “des”, respectivamente. Nenhuma delas apresenta sufixo. Quanto à alternativa E, as palavras “fundamental”, “excessivamente” e “pontualidade” são formadas por sufixação: “-al”, sufixo formador de adjetivo a partir de substantivo (fundamento+al=fundamental); “-mente”, sufixo formador de advérbios a partir de adjetivos (excessivo+mente=excessivamente) e “-dade”, sufixo formador de substantivos abstratos derivados de adjetivo (pontual+dade=pontualidade, com o auxílio da vogal de ligação “i”). ____________________________________________ 20. Assinale a afirmativa INCORRETA com relação à análise sintática de frases e orações do texto. (A) Na frase Meu pai era um obcecado por retidão (l. 16-17), por retidão exerce a função sintática de agente da passiva. (B) O pronome o (l. 54) exerce a função sintática de objeto direto do verbo confrontam (l. 54). (C) O sujeito do verbo Cai (l. 64) é um dos poucos consolos das pessoas honestas (l. 64-65). (D) O sujeito do verbo seguimos (linha 71) pode ser classificado como desinencial. (E) Na oração a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem (l. 121-123), o sujeito do verbo haver é a retidão que espero inculcar em meus filhos. Questão sobre funções sintáticas. Quanto à alternativa A, na frase “Meu pai era um obcecado por retidão” (l. 16-17), o segmento “por retidão” é complemento nominal do adjetivo “obcecado”, não agente da passiva. Errada a afirmação. Na opção B, o pronome “o”, destacado no trecho “Para aqueles que cometem o mal em uma escala menor e o confrontam...” (l. 54-55), é objeto direto do verbo “confrontar”, na forma “confrontam”, Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 11 representando o “mal”. Correta a afirmação. Na alternativa C, o verbo “cair”, na forma “Cai”, tem como sujeito “um dos poucos consolos das pessoas honestas”. Observe-se o trecho: “Cai por terra, assim, um dos poucos consolos das pessoas honestas” (l. 64-65). Correta a assertiva. Com relação à opção D, o sujeito do verbo “seguir”, na forma do presente do indicativo “seguimos”, destacado no trecho “Esse diálogo consigo mesmo é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos um comportamento moral...” (l. 70-72), tem como sujeito desinencial a primeira pessoa do plural (nós). Correta a afirmativa. No trecho indicado pela opção E, “a retidão que espero inculcar em meus filhos” é sujeito do verbo “haver”. Observe-se o trecho: “a retidão que espero inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem...”. Quem há de ser uma vantagem? “A retidão que espero inculcar em meus filhos”. Correta a assertiva. ____________________________________________ 21. Se a palavra homem (l. 39) estivesse no plural, quantas outras palavras teriam deser, necessariamente, alteradas na frase para fins de concordância? (A) Dez. (B) Onze. (C) Doze. (D) Treze. (E) Quatorze. Questão sobre concordância. Se no trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena” a palavra “homem” (destacada) fosse passada para o plural, teríamos a seguinte redação: trecho “Sócrates, via Platão, defende que os(1) homens que praticam(2) o mal são(3) os(4) mais felizes(5) e escravizados(6) de todos, pois estão(7) em conflito interno, em desarmonia consigo mesmos(8), perenemente acossados(9) e paralisados(10) por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrados(11) a algo (sua própria consciência) onisciente que os(12) condena”. As palavras destacadas são as que, por força da sugestão, devem sofrer alteração, no total de 12 (doze). ____________________________________________ 22. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir, referentes a funções sintáticas de trechos do texto. (__) A oração se eu estava levando um agasalho (l. 03- 04) exerce a função sintática de objeto direto. (__) A oração que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez (l. 36-38) exerce a função sintática de objeto direto. (__) A oração que nunca chegaria a ponto d e incentivá- los a serem escroques (l. 99-100) exerce a função sintática de objeto indireto. (__) A oração que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade (l. 107-108) exerce a função sintática de complemento nominal. (__) A oração que sociedades e culturas mudam (l. 117- 118) exerce a função sintática de objeto direto. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) V – V – F – F – V. (B) V – F – V – F – V. (C) F – V – F – V – V. (D) V – F – V – V – F. (E) F – V – V – F – F. Questão sobre funções sintáticas. No trecho “... perguntando se eu estava levando um agasalho...” (l. 03-04), o segmento “se eu estava levando um agasalho” funciona como objeto direto de “perguntar”. Quem pergunta pergunta alguma coisa a alguém. No caso, “alguma coisa”, que é o objeto direto, está em forma de oração: “se eu estava levando um agasalho”. Verdadeira a primeira afirmação.Com relação ao trecho “Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez” (l. 36-38), o segmento “que, entre os governantes, viceja um grupo de imorais que roubam com criatividade e desfaçatez” funciona como objeto direto de “saber”. Quem sabe sabe alguma coisa. Verdadeira a segunda afirmação. Quanto ao trecho “Tenho certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques...” (l. 99-100), o segmento “que nunca chegaria a ponto de incentivá-los a serem escroques...” funciona como complemento nominal do substantivo “certeza”. Falsa a terceira afirmação. No trecho “O fato de pensar a respeito do assunto e de viver em um país em que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade já é Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 12 causa para tristeza” (l. 107-108), o segmento “que existe um dilema entre o ensino da ética e o bom exercício da paternidade” é uma oração subordinada adjetiva restritiva, não funcionando como complemento nominal de “país”, cujo sentido não exige complemento. Falsa a quarta afirmação. Quanto ao trecho “Além disso, porque acredito que sociedades e culturas mudam” (l. 117-118), o segmento “que sociedades e culturas mudam” é objeto direto de “acreditar”. Verdadeira a quinta afirmação. ____________________________________________ 23. Considere as seguintes afirmativas acerca de recursos coesivos empregados no texto. I - O pronome que (l. 33), antes de fazem, introduz uma oração adjetiva explicativa. II - O pronome que (l. 35) introduz uma oração adjetiva restritiva. III - O pronome demonstrativo Esta (l. 90) está sendo usado para se referir a dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real (l. 91-93). Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre pronomes. O pronome “que”, no segmento “que fazem corpo mole”, no trecho “Detesto os colegas que fazem corpo mole” (l. 33), introduz oração subordinada adjetiva restritiva. Observe-se que diz respeito apenas aos “colegas que fazem corpo mole” e não está isolada por vírgulas, característica essencial das orações adjetivas explicativas. Errada a afirmação I. No trecho “Isso sem falar nas quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e saber...” (l. 35-36), a oração introduzida pelo “que”, em “que me surgem”, é subordinada adjetiva restritiva, pois se relaciona às “úlceras” de que fala o autor e não está isolada por vírgulas, característica essencial das orações adjetivas explicativas. Correta a afirmação II. Com relação ao trecho “Esta é a nossa responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real” (l. 90-93), o pronome demonstrativo “Esta” está sendo empregado para introduzir e identificar a “responsabilidade”, que é “dar a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, com segurança e destreza, pelas dificuldades do mundo real”. Correta a afirmação III. ____________________________________________ 24. Assinale as afirmativas abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso) em relação ao uso da pontuação no texto. (__) A vírgula da última frase do segundo parágrafo é justificada porque separa duas orações em sequência. (__) As vírgulas da primeira frase do terceiro parágrafo estão empregadas para isolar um elemento intercalado. (__) O uso de vírgula depois de mole (l. 34) é facultativo. (__) As vírgulas da última frase do penúltimo parágrafo são empregadas para enumeração de elementos. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) V – V – F – V. (B) F – V – F – V. (C) V – F – V – V. (D) F – V – V – F. (E) V – V – F – F. Questão sobre pontuação. No trecho “No Brasil atual, eu me sinto deslocado” (última frase do segundo parágrafo – l. 22-23), a vírgula separa adjunto adverbial deslocado, não orações em sequência. Falsa a primeira afirmação. O segmento “na maioria das vezes”, no trecho “Até hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, na maioria das vezes, fico esperando por interlocutores” (l. 24-26), é adjunto adverbial e está deslocado, intercalado na oração. Verdadeira a segunda afirmação. No trecho “Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos que o devido” (l. 33-35), a vírgula separa orações em sequência e não pode ser suprimida, pois é obrigatória. Falsa a terceira afirmação. Na frase “Tolerar algumas mentiras, não me importar com atrasos, não insistir para que não colem na escola, não instruir para que devolvam o troco recebido a mais...” (l. 102-105), as vírgulas estão empregadas para separar elementos de uma série. Verdadeira a quarta afirmação. ____________________________________________ 25. Assinale a alternativa que apresenta sinônimoscontextualmente adequados para as palavras desfaçatez (l. 38), escroques (l. 66) e axiomáticos (l. 94), respectivamente. (A) rapidez – políticos – inestimáveis Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 13 (B) descaramento – trapaceiros – inquestionáveis (C) desenvoltura – fraudulentos – antigos (D) descaso – mentirosos – questionáveis (E) impunidade – escrupulosos – sinônimos Questão sobre semântica. O substantivo “desfaçatez” (l. 38) significa “descaramento”, “atrevimento”. O substantivo “escroques” (l. 66) significa aquele que se apodera de bens alheios por meios ardilosos e fraudulentos, podendo ser substituído por vocábulos como “defraudador”, “espoliador”, “embusteiro”, “trapaceiro”. Já o adjetivo “axiomáticos” (l. 94) significa relativo ao ato ou efeito de axiomatizar, de reduzir a axiomas (= valores) doutrinas, ideias ou argumentos e tê-los como inquestionáveis. ____________________________________________ 26. Assinale a alternativa que apresenta uma versão modificada da frase Até hoje acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso (l. 28-31), sem alteração de seu significado literal. (A) Hoje acredito até quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. (B) Acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado até hoje pelo seu atraso. (C) Apenas para ficar exasperado pelo seu atraso, hoje até acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data. (D) Acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, até hoje, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. (E) Hoje até acredito quando um prestador de serviço promete entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso. Questão sobre reescritura de trecho. O trecho original (l. 28-31) foi reescrito de forma a manter seu significado na opção D. Nas demais alternativas, há alteração de sentido. Observem-se: nas opções A e E, a inversão de “Até hoje acredito”, que significa sempre ter-se mantido acreditando, por “Hoje acredito até” e “Hoje até acredito”, que expressa que “até acredita”, altera significativamente o texto original; na alternativa B, o deslocamento de “até” estendeu seu significado diferentemente do sentido da mensagem; na assertiva C, houve inversão de “apenas para ficar exasperado...”, propondo nítida alteração do sentido original. ____________________________________________ 27. Assinale a afirmativa correta acerca de recursos relacionados à coesão e coerência do texto. (A) O pronome relativo que (l. 33), antes de fazem, refere-se a os colegas de trabalho (l. 33). (B) O pronome o (linha 45) refere-se a algo (l. 45). (C) A expressão esse desconforto interior do “pecador” (l. 50-51) refere-se às quase úlceras mencionadas na linha 35. (D) Na linha 63, em que poderia ser corretamente substituído por onde sem que houvesse alteração de sentido na frase. (E) Na linha 84, o se depois de Não e o se depois de sabe são conjunções subordinativas condicionais. Questão sobre pronomes (coesão). No trecho “Detesto os colegas de trabalho que fazem corpo mole...” (l. 33), o pronome relativo “que” (destacado) retoma “os colegas de trabalho”. Correta a afirmação A. No trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena” (l. 39-46), o pronome oblíquo átono “o” (destacado) retoma “homem” (destacado), não “algo”. Errada a assertiva B. O segmento “esse desconforto interior do “pecador” (l. 50-51) retoma o mal praticado pelo homem. Errada a afirmação C. No trecho “... pelo menos não naquele momento em que está cometendo o seu delito” (l. 63-64), a expressão “em que” (destacada) está sendo empregada para referência a tempo. O pronome relativo “onde” só pode ser empregado em relação a lugar físico, portanto é impossível a substituição. Errada a assertiva D. No trecho “Não se sabe se De Gaulle disse ou não a frase” (l. 84), o primeiro “se” é partícula apassivadora (= é sabido, na voz passiva analítica), e o segundo “se” é conjunção subordinativa integrante. Errada a afirmação E. ____________________________________________ 28. Considere as afirmativas abaixo. I - A palavra devido (l. 46) está sendo empregada como advérbio. II - A palavra respeito (l. 46) está sendo empregada como substantivo. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 14 III - A palavra tranquilo (l. 66) pode estar sendo empregada tanto como adjetivo quanto como advérbio. IV - A palavra troco (l. 104) está sendo empregada como verbo. Quais estão corretas? (A) Apenas I e II. (B) Apenas I e III. (C) Apenas II e III. (D) Apenas III e IV. (E) Apenas I, II e III. Questão sobre classes gramaticais. No trecho “Com o devido respeito...” (l. 46), a palavra destacada funciona como adjetivo do substantivo “respeito”, não como advérbio. Errada a assertiva I e correta a assertiva II. O segmento “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo” (l. 65-66) apresenta a palavra “tranquilo” (destacada), que pode estar sendo empregada como adjetivo, qualificando o pronome pessoal “eu” (que representa um substantivo), ou funcionando como advérbio, caso em que pode ser entendido como modificador do verbo “dormir” (= tranquilamente). Correta a afirmação III. No trecho “... não instruir para que devolvam o troco recebido...” (l. 104), “troco” é substantivo, tanto que está até articulado. Errada a assertiva IV. ____________________________________________ 29. Assinale a alternativa que apresenta ideia que NÃO pode ser depreendida do texto. (A) O autor, apesar de suas dúvidas sobre a educação dos seus filhos, vai tomar como modelo a educação que recebeu de seu pai. (B) Para a filósofa Hannah Arendt, o homem que pratica o mal só será atormentado por sua consciência se ele admitir para si mesmo que agiu errado. (C) No Brasil, as pessoas que não são éticas não costumam ser punidas nem por leis nem pela sociedade. (D) As pessoas éticas sofrem crises morais quando cometem ações imorais ou antiéticas. (E) O autor concorda com as ideias de Sócrates a respeito do sofrimento interior que acomete o homem que pratica o mal. Questão sobre interpretação de texto. Nas propostas das assertivas A, B, C e D, há ideias que podem ser depreendidas do texto. Já na opção E, com base no trecho “Sócrates, via Platão, defende que o homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado de todos, pois está em conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado e paralisado por medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para sempre amarrado a algo (sua própria consciência) onisciente que o condena. Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse caso acredito que ele foi excessivamente otimista” (l. 39-48), vê-se que o autor não concorda com as ideias de Sócrates, o que se justifica no trecho sublinhado. Errada a assertiva E. ____________________________________________ 30. Assinale a alternativa que apresenta ideia que pode ser depreendida a partir da leitura do texto. (A) Aqueleque pratica ações eticamente questionáveis tem de enfrentar sua consciência com um desconforto interior, ainda que crie uma justificativa lógica ou moral para seus delitos. (B) Mesmo os escroques enfrentam crises de consciência ao lidar com seu superego quando praticam ações eticamente questionáveis. (C) A expectativa de punição, social, penal ou religiosa, aos desvios de conduta é um desestímulo aos comportamentos antiéticos. (D) Na educação dos filhos, é importante enfatizar que ética e honestidade são conceitos flexíveis, que podem ser adaptados a cada situação enfrentada pelas crianças. (E) Antigamente, a educação dos filhos era melhor e mais fácil; hoje em dia, há muitos dilemas envolvendo ética e honestidade na sociedade brasileira. Questão sobre interpretação de texto. Nas propostas das assertivas A, B, D e E, há ideias que não podem ser depreendidas do texto. Na opção C, a expectativa de punição social, penal ou religiosa aos desvios de conduta é um desestímulo aos comportamentos antiéticos, o que pode ser observado em todo o texto, especialmente no parágrafo compreendido entre as linhas 75 e 86. ___________________________________________ GABARITO 01B 02D 03E 04E 05B 06C 07B 08E 09C 10A 11C 12D 13A 14A 15D 16A 17C 18* 19E 20A 21C 22A 23D 24B 25B 26D 27A 28C 29E 30C *Sem resposta. Questão anulável. ________________________________________________________________ Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 15 Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS Guarda de Segurança – 2012 – Nível Médio Instrução: As questões 01 a 15 referem-se ao texto abaixo. 01. Dizem que quando os dois estavam chegando a 02.Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para 03.Jung e perguntou: 04. – Será que eles sabem que nós estamos 05.trazendo a peste? 06. Não sei se a história, que li num texto do 07.Stephen Greenblatt publicado recentemente na 08.revista The New Yorker, é ______________. Nem sei 09.se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York 10.algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a 11.peste” é fácil de entender. Era tudo o que os dois 12.estavam explorando em matéria de subconsciente, 13.inconsciente coletivo, sexualidade precoce – enfim, a 14.revolução no pensamento humano que na Europa já 15.se alastrava, e era ________ como uma epidemia. 16.Os agentes alfandegários não teriam identificado o 17.perigo que os dois recém-chegados representavam 18.para as mentes da América, deixando-os passar para 19.contagiá-las. 20. Todo desafio ao pensamento convencional e a 21.crenças arraigadas é uma espécie de praga 22.solapadora, uma ameaça à normalidade e à saúde 23.públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era 24.uma doença. Os que procuravam explicações para o 25.universo e a vida além dos dogmas da Igreja ou da 26.ciência tradicional eram _______ do vírus da 27.discórdia, a serem espantados como se espanta 28.qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de 29.Freud e de Jung .......... – Jung acabou derivando 30.para um quase misticismo, literariamente mais rico 31.mas menos consequente do que o que pensava 32.Freud -, mas as descobertas dos dois significaram 33.uma reviravolta no autoconceito da humanidade 34.comparável ao que significou o heliocentrismo de 35.Copérnico e as sacadas do Galileu. O homem não só 36.não era o centro do universo conhecido como 37.carregava dentro de si um universo desconhecido, 38.que mal controlava. Agostinho tinha razão, a 39.curiosidade debilitava o homem. A partir de 40.Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir 41.desvendando, pouco a pouco, sua própria 42..................... cada vez mais longe de Deus. 43. Marx, outro pestilento, tinha proposto o 44.determinismo histórico e a luta de classes como 45.eventuais formadores do Novo Homem, livre da 46.superstição religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, 47.e a reação às suas ideias, convulsionaram o mundo. 48.Esta peste se disseminou com violência e foi 49.combatida com sangrias e rezas e no fim – como 50.também é próprio das pestes – amainou. Todas as 51.pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há 52.séculos não é o centro do universo, o que não 53.impede o prestígio crescente da astrologia. O 54.iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo 55.de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. 56.O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez 57.pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de 58.Freud e Jung, que revolucionariam as relações 59.humanas, nunca foram aplicadas nas relações que 60.interessam, a do homem com seus e instintos e a dos 61.seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como 62.as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que 63.............. . Mas também é próprio das pestes serem 64................. . Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz 65.da ignorância de Santo Agostinho. E passar. Adaptado de: VERÍSSIMO, L.F. A Peste. ZERO HORA, quinta-feira, 1º de setembro de 2011. 01. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 08, 15 e 26. (A) verdadeiro – combatida – portador (B) verdadeira – combatido – portador (C) verdadeira – combatida – portadores (D) verdadeiro – combatido – portadores (E) verdadeiro – combatida – portadoras Questão sobre concordância nominal. No trecho “Não sei e a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é ________” (l. 06-08), a lacuna deve ser completada pelo adjetivo “verdadeira”, no feminino singular porque tem como referente “história” (l. 06). Na lacuna da linha 15, deve ser registrado o adjetivo “combatida”, no feminino singular, porque seu referente é “revolução”. Por fim, na lacuna da linha 25, deve ser registrada a palavra “portadores”, pois seu referente é “Os que procuravam...” (l. 23.) ____________________________________________ 02. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 29, 42, 63 e 64, indicadas por linhas pontilhadas. (A) diverjiram – precaridade – espirou – reincidentes (B) divergiram – precariedade – expirou – reincidentes (C) diverjiram – precaridade – espirou – reicindentes (D) divergiram – precaredade – expirou – reicindentes (E) divergiram – precariedade – espirou – reicidentes Questão sobre ortografia. O verbo “divergir” escreve-se com “g” nas formas em Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 16 que aparece “e” e “i” (“diverge” e “divergi”), portanto a forma verbal que deve completar a lacuna da linha 29 é “divergiram”. Quanto à lacuna da linha 41, deve aparecer o substantivo “precariedade”, derivado de “precário”. Na lacuna da linha 62, deve aparecer a forma verbal “expirou”, com “x”, que significa “venceu”, “prescreveu”, “perdeu a validade”. Finalmente, a lacuna da linha 63 deve receber a palavra “reincidentes” (derivado de “reincidir”). ____________________________________________ 03. (Adaptada) Assinale a alternativa correta sobre o que é dito no texto. (A) Segundo o texto, o autor não tem certeza de que Freud e Jung chegaram juntos a Nova York, nem mesmo se os dois estiveram alguma vez em Nova York. (B) Jung pergunta a Freud se o povo americano sabia que eles estavam levando peste à América. (C) Os agentes alfandegários identificaram Freud e Jung e o perigo por eles representado, mas os deixaram ingressar na América. (D) Marx, depois de transporo muro que dividia as Alemanha, nunca mais foi visto. (E) A partir de Freud e Marx, a curiosidade do homem só fez com que ele se tornasse cada vez mais fragilizado. Questão sobre interpretação de texto. Correta a alternativa A, pois, no trecho compreendido entre as linha 06 e 08, em que se lê “Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é verdadeira”. Além disso, no período seguinte (l. 08- 09), o autor também duvida de que Freud e Jung teriam estado juntos algum dia em Nova York. Errada a opção B, porque a pergunta foi feita por Freud a Jung, não o contrário, confome o trecho contido nas linhas 04-05). Errada a opção C, porque não há, no texto, informação de que os agentes alfandegários tivessem reconhecido Freud e Jung, muito menos o perigo que ambos levavam à América. Errada a alternativa D, pois, segundo o texto, no trecho compreendido entre as linhas 55-57, quem foi visto pulando o muro de Berlim foi o Novo Homem de Marx, não Marx. Errada a opção E, pois, segundo o texto, a curiosidade do homem vem muito antes de Freud e Jung. ____________________________________________ 04. Em todas as alternativas abaixo, o autor utiliza-se da ironia como recurso para expressar seu ponto de vista, EXCETO em uma delas. Assinale-a. (A) Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença. (l. 23-24) (B) Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem. (l. 38-39). (C) Marx, outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes (l. 43-44) (D) Esta peste se disseminou com violência e foi combatida com sangrias e rezas (l. 48-49). (E) O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez pulando o muro para Berlim Ocidental. (l. 55-57) Questão sobre figuras de linguagem. Na opção A, o segmento “Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma doença” (l. 23-24) não há linguagem figurada. Na opção B, o emprego de “debilitava” indica utilização de linguagem figurada, haja vista a ironia ali presente. No trecho da alternativa C, o emprego de “pestilento” evidencia a utilização de linguagem figurada, numa forte ironia às ideias de Marx. No caso da D, o autor utiliza o termo “peste” para se referir às ideias, o que se traduz por ironia, ou seja, linguagem figurada. Quanto à construção da alternativa E, o emprego de “O Novo Homem de Marx” indica ironia, portanto o autor usou linguagem figurada. ____________________________________________ 05. Assinale a alternativa em que a palavra da direita substituiria corretamente a palavra da esquerda, se empregada no texto. (A) solapadora (l. 22) – corrosiva (B) derivando (l. 29) – regredindo (C) consequente (l. 31) – complacente (D) desvendando (l. 40) – desmascarando (E) amainou (l. 50) – recrudesceu Questão sobre semântica. A palavra “solapadora” (l. 22) indica “corrosiva, portanto está correta a assertiva A. A forma verbal “derivando”, no trecho “Jung acabou derivando para um quase misticismo, literariamente mais rico mas menos consequente do que o que pensava Freud...” (l. 29-31), indica “progredindo”, ao contrário de regredindo, portanto está errada a opção B. “Consequente” (l. 31) traduz-se por responsável, idôneo; “complacente” significa desejoso de agradar, de ser cortês, portanto está errada a opção C. A forma verbal “desvendando” indica revelando, mostrando, não desmascarando, que indicaria tirando a máscara, desfazendo a farsa. Errada, por isso, a opção D. “Amainou” significa diminui, reduziu; “recrudesceu” Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 17 indica intensificou, aumentou, portanto está errada a assertiva E. 06. Em relação ao período que o antecede, o período Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia (l. 08-10) estabelece a relação de (A) adição. (B) objeção. (C) tempo. (D) contraposição. (E) conclusão. Questão sobre identificação de nexos e interpretação de texto. O emprego da conjunção “Nem”, no trecho “Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York algum dia... “(l. 08-10), evidencia que o autor está somando a afirmação contida no trecho anterior (“Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker, é...”) a essa nova afirmação. A relação entre o segundo trecho e o anterior é, portanto, de adição. Não se deve esquecer de que “e”, “nem” e “mas também” são conjunções coordenativas aditivas. ____________________________________________ 07. Assinale a alternativa que apresenta o significado do vocábulo preâmbulo (l. 54) no contexto em que se encontra. (A) peroração (B) parte preliminar de uma lei ou decreto (C) palavreado vago (D) introdução, início (E) predestinação Questão sobre semântica. A palavra “preâmbulo”, no trecho “O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo” (l. 53-54), significa introdução, início, parte inicial de um movimento ou texto. ____________________________________________ 08. Considere as seguintes sugestões, com relação à pontuação do texto. I - Inserção de uma vírgula depois de da ciência tradicional (l. 25-26). II - Substituição da vírgula depois de Agostinho tinha razão (l. 38) por dois-pontos. III - Inserção de uma vírgula depois de A partir de Copérnico (l. 39). Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre pontuação. A inserção de vírgula após “da ciência tradicional” (l. 25-26) separaria o sujeito “(“Os que procuravam...” – l.24) do seu verbo. Portanto está errada a sugestão presente na assertiva I. No trecho “Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o homem” (l. 38-39), a vírgula pode ser substituída por dois-pontos, porque o trecho que segue após “razão” é a revelação do disse Agostinho. Correta, portanto a assertiva II. No trecho “A partir de Copérnico” (l. 39) é oração subordinada deslocada (reduzida de infinitivo). E, por estar deslocada, há de ser registrada vírgula logo após “Copérnico”, antes da oração seguinte, que é a principal. Correta a assertiva III. ____________________________________________ 09. Nos trechos destacados abaixo, assinale se a palavra destacada é preposição (P) ou artigo (A). (__) a Nova York (l. 01-02) (__) a crenças arraigadas (l. 21-22) (__) a serem espantados (l. 27) (__) a luta de classes (l. 44) Assinale a alternativa que apresenta a sequência de preenchimento correta dos parênteses, de cima para baixo. (A) P – A - P – A (B) P – P – P – A (C) A – P – A – A (D) P – P – A – P (E) A – A – P – P Questão sobre classes gramaticais (artigo e preposição). No trecho “... chegando a Nova York...” (l. 01-02) o “a” destacado é preposição, exigida pela regência de “chegar”. Portanto (P). No segmento “Todo desafio ao pensamento convencional e a crenças arraigadas...” (l. 20-21), o “a” destacado é preposição. Observe-se que a preposição “a” é gerada pela regência de “desafio” e pelo fato de o “a” estar no singular e a palavra seguinte, no plural. Portanto (P). Em “a” serem espantados” (l. 27), o “a” destacado só pode estar sendo empregado como preposição, porque está antes de verbo. Logo (P). No ultimo segmento, presente no trecho “... outro pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a luta de classes como eventuais formadores...” (l. 43- 45), o “a” destacado é somente artigo, o que se pode observar pelo registro do elemento anterior: “... o determinismo”, em que “o” é claramente artigo. Prof. Alberto MenegottoLÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 18 Portanto (A). ____________________________________________ 10. A relação de significado que o trecho iniciado pela conjunção e (l. 55) mantém com o trecho anterior do mesmo período poderia ser explicitada inserindo-se, entre vírgulas, antes de prevaleceu (l. 55), a expressão (A) desse modo. (B) além disso. (C) no entanto. (D) portanto. (E) aliás. Questão sobre interpretação de texto e emprego de conjunções ou nexos. No trecho “O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo” (l. 53-55), a conjunção “e” (destacada na transcrição) está sendo empregada como oposição, porque, ainda que o iluminismo parecesse ser o início de um futuro racional, prevaleceu o irracionalismo. Portanto pode ser inserida a conjunção “no entanto” antes de “prevaleceu”. A redação ficaria assim: “O iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro racional e, no entanto, prevaleceu o irracionalismo”. A expressão “desse modo” indicaria conclusão ou consequência. “Além disso” indicaria somente adição, e a ideia é de oposição. O emprego de “portanto” indicaria conclusão. “Aliás” é expressão re-ratificativa, que não expressaria oposição. ____________________________________________ 11. Identifique a função que o pronome relativo que das linhas 06, 11 e 17 desempenha nas orações em que aparece. (A) sujeito (B) objeto direto (C) predicativo (D) objeto indireto (E) complemento nominal Questão sobre funções do “que”. No trecho “Não sei se a história, que li num texto do Stephen Greenblatt publicado recentemente na revista The New Yorker... (l. 06-08), o “que” (destacado na transcrição) exerce a função de objeto direto de “li”, pois representa “história”. No trecho “Era tudo o que os dois estavam explorando em matéria...” (l. 11-12), o “que” (destacado na transcrição) exerce a função de objeto direto da forma verbal “explorando”. Por fim, no trecho compreendido entre as linhas 16-17 (o perigo que os dois recém-chegados representavam...”), o “que”, destacado na transcrição, exerce a função de objeto direto de “representavam”. _____________________________________________ 12. Considere as seguintes propostas de alterações de trechos do texto. I - substituição de significou (l. 34) por significaram II - substituição de há (l. 51) por fazem III - substituição de Foi (l. 74) por Foram Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas de acordo com a norma gramatical? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III. Questão sobre reescritura e substituição de expressões. No trecho “... comparável ao que significou o heliocentrismo de Copérnico e as sacadas do Galileu” (l. 34-35), a forma verbal “significou” (destacada na transcrição) está anteposta ao sujeito, que é composto (“o heliocentrismo de Copérnico e as sacadas de Galileu”). Quando o verbo vier anteposto a sujeito composto, poderá concordar com o núcleo mais próximo (que é “heliocentrismo”) ou com os todos (“heliocentrismo” e “sacadas”). Portanto a forma verbal “significou” poderá ir para o plural: “significaram”, concordando co o “heliocentrismo” e “sacadas”. Correta a assertiva I. No trecho “A Terra há séculos não é o centro do universo” (l. 51-52), a forma verbal “há” está sendo empregada como impessoal, pois indica tempo decorrido, passado. O verbo “fazer”, indicando tempo decorrido, passado, também é impessoal, e a substituição poderia ser feita com “faz”, não “fazem”. Errada, por isso, a assertiva II. No trecho “Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade” (l. 61-62), a forma verbal “Foi” (destacada na transcrição) poderá ir para o plural, optando-se pela concordância com “teses” (l. 57). Correta, portanto, a assertiva III.) ____________________________________________ 13. Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada pela mesma regra que preceitua o acento em última (l. 56). (A) fácil (l. 11) (B) América (l. 18) (C) saúde (l. 22) (D) vírus (l. 26) (E) virá (l. 64) Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 19 Questão sobre acentuação gráfica. A palavra “última” (l. 56) é acentuada pela regra das proparoxítonas. “Fácil” (A) e “vírus” (D) são acentuadas pela regra das paroxítonas. “Saúde” é acentuada pela regra do “i” e do “u” (no caso, o “u” é tônico, precedido de vogal e forma sílaba sozinho). A palavra “América” é acentuada pela regra das proparoxítonas, de igual forma que “última”. ____________________________________________ 14. As afirmações que seguem referem-se à crase. I - No trecho comparável ao que significou (l. 34), o vocábulo ao poderia ser substituído por aquilo. II - Para evitarmos a sua repetição na frase, poderíamos substituir a expressão às suas ideias (l. 47) por à elas. III - Caso substituíssemos como (l. 61) por igual, seriam criadas as condições para a crase. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre crase. No trecho “... comparável ao que significou” (l. 34), “ao” poderia ser substituído por “àquilo”, com registro de sinal indicativo de crase, porque está presente a preposição “a”, exigida pela regência do adjetivo “comparável”. Errada a assertiva I. Errada a assertiva II, porque a substituição de “às suas ideias” (l. 47) poderia ser feita por “a elas”, sem sinal indicativo de crase, porque não há crase antes de pronome pessoal. No trecho “Foi, como as outras, uma novidade, ou uma curiosidade... “ (l. 61-62), a subsitutição de “como” (destacado na transcrição) por “igual” produziria o aparecimento de preposição “a” (exigida pela regência do adjetivo “igual”), resultando “... igual às outras...”. Correta a assertiva III. ____________________________________________ 15. Considere o emprego do vocábulo se nos trechos destacados abaixo. I - Freud virou-se para Jung (l. 03) II - que na Europa já se alastrava (l. 17-18) III - como se espanta qualquer praga (l. 33-34) Em quais deles, admite-se a análise do se como indicador de voz passiva? (A) Apenas em I. (B) Apenas em II. (C) Apenas em III. (D) Apenas em II e III. (E) Em I, II e III. Questão sobre funções do SE e vozes verbais. No trecho “Freud virou-se para Jung (l. 03), o “se” funciona como pronome reflexivo, portanto não se trata de voz passiva. Na voz passiva sintética, o verbo acompanhado do “se” deve ser transitivo direto ou transitivo direto indireto. Portanto a construção presente na assertiva I não admite análise do “se” como pronome apassivador. Na construção “que na Europa já se alastrava (l. 17- 18), o “se” é índice de indeterminação do sujeito, porque o verbo “alastrar” é intransitivo. Portanto a construção presente na assertiva II não admite análise do “se” como pronome apassivador. No segmento “como se espanta qualquer praga (l. 33- 34), o “se” é partícula apassivadora, porque a cosntrução está na voz passiva sintética, haja vista que o verbo “espantar” é transitivo direto. Equivale à cosntrução “como qualquer praga é espantada”, na voz passiva analítica. Portanto a construção presente na assertiva III admite análise do “se” como pronome apassivador. ____________________________________________ Instrução: As questões 16 a 30 referem-se ao texto abaixo. 01. Há na palavra tolerância algo de 02.condescendente, se não de desdenhoso, que 03.incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês 04.Paul Claudel: “Tolerância? Há casas para isso!” Isso 05.diz muito sobre Claudel e sobre atolerância. Tolerar 06.as opiniões do outro acaso já não é considerá-las 07.inferiores ou incorretas? ___________ rigor, só 08.podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de 09.impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, 10.não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo 11.......................... da tolerância, que parece invalidar 12.sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de 13.expressão e de culto são de direito, não podem ser 14.toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, 15.celebradas. 16. A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na 17.linguagem corrente, para designar a virtude que se 18.opõe ao fanatismo, ao ....................., ao autoritarismo, 19.em suma .... ______ intolerância. Esse uso não me 20.parece desprovido de razão: ele reflete, na própria 21.virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em 22.verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de 23.impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que 24.nós não temos quase sempre temos a sensação de Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 20 25.tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? 26.E, se temos razão, como os outros não estariam 27.errados? E como a verdade poderia aceitar – a não 28.ser por tolerância – a existência ou a continuidade do 29.erro? O ............. sempre renasce, ele nada mais é 30.que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso 31.chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais 32.lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar- 33.se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é 34.a palavra que convém, pois o amor falta, pois a 35.simpatia falta, pois o respeito falta. 36. A tolerância – por menos exaltante que seja 37.esta palavra – é, pois, uma solução passável; _____ 38.espera de melhor, isto é, de que os homens possam 39.se amar ou simplesmente se conhecer e se 40.compreender, demo-nos por felizes com que eles 41.comecem a se suportar. Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins Fontes, 1999. p.186-188. Disponível no site do COMITÊ DA CULTURA DE PAZ: http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm 16. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 07, 19 e 45, indicadas por linhas cheias. (A) À – à – a (B) A – à – à (C) A – a – a (D) À – à – à (E) A – a – à Questão sobre crase. Na linha 07, a lacuna deve receber apenas preposição “a”, porque se trata de locução adverbial masculina, já que a palavra “rigor” é masculina. No trecho “...que se opõe ao fanatismo, ao ....................., ao autoritarismo, em suma .... ______ intolerância” (l. 17-19), a lacuna representada por traço deve receber “à”, com sinal de crase, porque a preposição “a” é decorrente da exigência de “se opõe” (quem se opõe se opõe “a”), e a palavra seguinte (“intolerância”) é feminina. Observe-se que, no mesmo período, há “ao fanatismo”... “ao autoritarismo”, situações que revelam a regência de “se opõe”. Com relação á lacuna da linha 37, também há exigência de crase, porque se trata de locução adverbial feminina: “à espera”. _____________________________________________ 17. Considerando as ideias veiculadas pelo texto, assinale a alternativa que preenche adequada e respectivamente as lacunas das linhas 11, 18 e 29, indicadas por linhas pontilhadas. (A) contra-senso – perfeccionismo – racionalismo (B) contra-senso – sectarismo – racionalismo (C) paradoxo – sectarismo – dogmatismo (D) paradoxo – perfeccionismo – dogmatismo (E) contra-senso – sectarismo – racionalismo _____________________________________________ Questão sobre interpretação de texto e semântica. Na lacuna da linha 11, deve aparecer “paradoxo”, que significa pensamento, proposição ou argumento que contraria os princípios básicos e gerais que costumam orientar o pensamento humano, ou algo que desafia a opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria; em suma, aparente falta de nexo ou de lógica, contradição. Observa-se o emprego de “paradoxo” pela ideia que o autor expõe, de modo a afirmar que há contradição entre o direito à liberdade de opinião ou crença, de um lado, e, de outro, o fanatismo, o que gera comportamento paradoxal. Na lacuna da linha 18, deve aparecer “sectarismo”, que indica estado de espírito ou atitude sectária, intransigência, intolerância. Por fim, na lacuna da 29, deve ser registrado o vocábulo “dogmatismo”, que significa pressuposto teórico comum a diversas doutrinas filosóficas, ou aquilo que considera o conhecimento humano apto à obtenção de verdades absolutamente certas e seguras. _____________________________________________ 18. O texto trata essencialmente (A) do emprego correto que se deveria fazer da palavra tolerância. (B) da importância de tolerarmos concepções diferentes das nossas. (C) do egoísmo que se esconde atrás do dogmatismo. (D) do uso da palavra tolerância na linguagem corrente e de suas motivações. (E) do chiste do poeta francês Paul Claudel acerca da palavra tolerância. Questão sobre interpretação de texto. O texto, desde seu início, enfatiza o significado da palavra “tolerância” e de suas motivações, o que valida como correta a opção D. A alternativa A não pode ser considerada como a essencialidade do texto, porque não se trata do emprego correto da palavra “tolerância”, mas de seu uso e as razões motivacionais de seu uso. Está errada a opção B, haja vista que o autor tece justamente o contrário em seu texto. Quanto à alternativa C, o egoísmo é um dos traços tratados pelo autor, não a essencialidade do texto, portanto está errada. Na opção E, por fim, o chiste do poeta francês Paul Claudel é um exemplo importante utilizado no texto, mas não contém a essencialidade do texto, porque se http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 21 trata, obviamente, de outro uso da palavra “tolerância”. 19. Considere as seguintes afirmações. I - Tolerar, de acordo com o sentido preciso dessa expressão, relaciona-se à ideia de fazer concessão. II - As pessoas usam a palavra tolerância inadequadamente por desconhecerem seu significado mais preciso. III - Quem tolera respeita. Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas I e III. Questão sobre interpretação de texto. De acordo com o sentido preciso da expressão, “tolerar” é ação relacionada à ideia de fazer concessão, portanto está correta a assertiva I. Segundo o texto, as pessoas conhecem o significado da expressão “tolerância”, o que se pode notar no trecho compreendido entre as linhas 16 a 19, portanto está errada a assertiva II. Conforme o texto, “tolerar” não é respeitar, pois há, no termo, uma forte impressão de oposição. Errada, dessa forma, a assertiva III. _____________________________________________ 20. Considere as seguintes propostas de reformulação da pontuação do texto, envolvendo o emprego da vírgula. I - Suprimir a vírgula que segue renasce (l. 29). II - Substituir os travessões que isolam por menos exaltante que seja esta palavra (l. 36-37) por vírgulas. III- Substituir o ponto-e-vírgula que segue passável (l. 37) por uma vírgula. Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas de acordo com a norma gramatical? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre pontuação. No trecho “O ............. sempre renasce, ele nadamais é que um amor ilusório e egoísta da verdade”, a vírgula depois de “renasce” não pode ser suprimida, porque separa orações coordenadas sem conetivo. Errada, portanto, a assertiva I. Os travessões que isolam “por menos que seja esta palavra” (l. 36-37) podem ser substituídos por vírgulas, mantendo-se o sentido original da mensagem e a correção gramatical do segmento. Correta a assertiva II. No trecho “A tolerância – por menos exaltante que seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; _____ espera de melhor, isto é, de que os homens ...” (l. 36-38), o ponto-e-vírgula depois de “passável” não pode ser substituído por vírgula, porque está separando orações independentes. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 21. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere à pontuação do texto. (__) As aspas empregadas em "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 04) têm a função de destacar ironia veiculada pelas sentenças. (__) Os dois-pontos usados em Esse uso não me parece desprovido de razão: (l. 19-20) servem para introduzir uma enumeração. (__) O ponto de interrogação empregado em Não temos razão de pensar o que pensamos? (l. 25) serve para caracterizar uma pergunta retórica. (__) As reticências em ou amor... (l. 33) poderiam ser substituídas por um ponto, sem prejuízo da ideia veiculada pela pontuação original. A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é (A) F – F – V – F. (B) V – V – V – F. (C) V – F – F – V. (D) F – V – V – F. (E) V – F – F – F. Questão sobre pontuação. É falsa a primeira afirmação, porque as aspas no segmento "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 04) têm a função de destacar citação, não ironia, embora seu teor seja irônico. No trecho “Esse uso não me parece desprovido de razão” (l. 19-20), os dois-pontos foram empregados para introduzir um complemento, um aposto, não enumeração. Falsa a segunda afirmativa. O ponto de interrogação no trecho “Não temos razão de pensar o que pensamos?” (l. 25) foi empregado para marcar uma pergunta retórica, isto é, uma interrogação caracterizada como argumento, não necessariamente uma pergunta a que o autor não sabe responder. Verdadeira a terceira afirmativa. A presença de reticências no trecho “se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... (l. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 22 31-33) diz respeito ao sentido da frase, que fica em aberto, permitindo uma interpretação pessoal do leitor. Portanto as reticências não podem ser substituídas por ponto, sob pena de alterar a mensagem. Errada a quarta afirmação. _____________________________________________ 22. Considere as seguintes propostas de reescrita do trecho Esse uso não me parece desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que a supera, a intolerância de cada um (l. 19-21). I - Tal uso a mim não me parece desprovido de razão: reflete, na própria virtude que o supera, a intolerância de cada um. II - Tal uso não soa sem razão para mim: reflete, na própria virtude que lhe supera, a intolerância de cada um. III- Esse emprego não parece, para mim, desprovido de razão: ele reflete, na própria virtude que supera a intolerância, a intolerância de cada um. Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas de acordo com a norma gramatical? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre reescritura de texto. Na reconstrução da assertiva I, a ideia está correta, mantendo-se o sentido original da mensagem, mas há erro de pleonasmo em “... a mim...” e “...me ...”. Portanto a reescritura da assertiva I não mantém a correção gramatical. Quanto à sugestão de reescritura presente na assertiva II, há manutenção de sentido que corresponde ao trecho original, mas apresenta erro de regência no registro do pronome “lhe”. O verbo “superar” é transitivo direto, exigindo, portanto, “o” (que substitui o objeto direto), não “lhe” (que substitui o objeto indireto. A reconstrução da assertiva II, dessa forma, não apresenta correção gramatical. A reconstrução sugerida na assertiva III mantém o sentido e a correção gramatical. _____________________________________________ 23. Assinale a alternativa em que a palavra que, no texto, introduz uma oração adjetiva explicativa. (A) que teríamos o direito de impedir... (l. 08-09) (B) que parece invalidar sua noção... (l. 11-12) (C) que se opõe ao fanatismo... (l. 17-18) (D) que a supera... (l. 21) (E) que convém... (l. 34) Questão sobre funções do “que” e identificação de orações. A palavra “que” introduz oração adjetiva sempre que funcionar como pronome relativo, isto é, quando vier a se referir a substantivo. Quando a oração subordinada adjetiva vier isolada por vírgula, será explicativa, o que acontece no trecho “Daí um novo .......................... da tolerância, que parece invalidar sua noção” (alternativa B). Nos trechos das demais alternativas, o pronome “que” introduz oração subordinada adjetiva restritiva, porque em nenhuma delas a oração está isolada por vírgula. _____________________________________________ 24. Considere a seguinte relação de pronomes do texto e de elementos por eles recuperados. I - las (l. 06) – casas (l. 04) II - sua (l. 12) – as opiniões (l. 09) III - lo (l. 25) – esse direito (l. 23) IV - eles – (l. 40) – os homens (l. 38) Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) Apenas III e IV. Questão sobre pronomes e seus referentes. No trecho “Tolerar as opiniões do outro acaso já não é considerá-las inferiores ou incorretas?”, o pronome “- las” retoma “opiniões”, não casas. Errada a assertiva I. O pronome “sua” (l. 12) retoma “tolerância” (l. 11), não “as opiniões” (09). Aqui, fica fácil de observar que está errada a assertiva II, porque o pronome “sua” está no singular, e “as opiniões”, no plural. No trecho “Mas esse direito que nós não temos quase sempre temos a sensação de tê-lo”, o pronome “-lo” retoma “esse direito” (l. 23). Correta a assertiva III. No trecho “de que os homens possam se amar ou simplesmente se conhecer e se compreender, demo- nos por felizes com que eles comecem a se suportar” (l. 38-41), o pronome “eles” (l. 40) retoma “os homens” (l. 38). Correta a assertiva IV. _____________________________________________ 25. Considere a classificação das orações a seguir, no que concerne à relação sintática estabelecida com suas respectivas orações principais ou coordenadas. I - se as opiniões são livres (l. 09) – relação de condição II - a não ser por tolerância (l. 27-28) – relação adversativa Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 23 III- Portanto, é a palavra que convém (l. 33-34) – relação de conclusão Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre o valor semântico de conjunções e orações. No trecho “se as opiniões são livres, como devem ser, não dependem...” (l. 09-10), a conjunção “se” indica relação de condição. Correta a assertiva I. No trecho “... a não ser por tolerância...” (l. 27-28), a ideia indicada é de condição, equivalente a “se”. Errada a assertiva II. No segmento “Portanto, é a palavra que convém (l. 33-34), a conjunção “Portanto” traduz conclusão. Correta a assertiva III. _____________________________________________26. Se substituirmos o vocábulo liberdades (l. 14) por liberdade, quantos outros vocábulos do período deverão sofrer ajuste de flexão? (A) Dois. (B) Quatro. (C) Cinco. (D) Sete. (E) Oito. Questão sobre concordância. No trecho “Se as liberdades de crença, de opinião, de expressão e de culto são de direito, não podem ser toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, celebradas” (l. 12-15), a mudança de “liberdades” por “liberdade” implicará a mudança nas seguintes palavras: “Se a(1) liberdade de crença, de opinião, de expressão e de culto é(2) de direito, não pode(3) ser tolerada(4), mas simplesmente respeitada(5), protegida(6), celebrada(7)”. Observe-se que, no enunciado, está expressa a instrução “quantos outros vocábulos do período deverão sofrer ajuste de flexão”, portanto não se contabiliza “liberdade”. 27. A seguir são apresentadas alternativas de substituição de segmentos do texto. Assinale a que, se aplicada ao texto, caracterizaria erro de acordo com a norma gramatical. (A) Lembrem-se (l. 03) / Lembremo-nos (B) aquilo que (l. 08) / aquilo a que (C) que (l. 11) / o qual (D) que (l. 30) / do que (E) o que (l. 31) / aquilo que Questão sobre reescritura de trecho (equivalência de sentido e correção). No trecho “Lembrem-se do chiste do poeta francês Paul Claudel” (l. 03-04), a forma verbal “Lembrem-se” pode ser substituída por “Lembremo-nos”, sem causar alteração ou incorrer em erro gramatical. Correta a alternativa A. No trecho “aquilo que” (l. 08), o segmento não pode ser substituído por “aquilo a que”, porque não há elemento que exija preposição “a”. Errada a opção B. No trecho “Daí um novo ......................... da tolerância, que parece invalidar sua noção” (l. 10-11), o pronome relativo “que” pode ser substituído por “o qual”, sem causar alteração de sentido, nem incorrer em erro. Correta a opção C. No trecho “ele nada mais é que um amor ilusório e egoísta da verdade” (l. 29-30), pode-se acrescentar “do” antes do “que”, porque se trata de opção assegurada pela gramática em situações de comparação. Correta a alternativa D. No trecho “chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-se respeito (l. 31-33), o segmento “o que” pode ser substituído por “aquilo que”, pois ambas as formas são demonstrativas. Correta a opção E. _____________________________________________ 28. Marque as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere a processos de formação identificáveis em vocábulos extraídos do texto. (__) impedir (l. 09) – derivação por prefixação (__) autoritarismo (l. 18) – composição por justaposição (__) intolerância (l. 21) – derivação parassintética (__) ilusório (l. 30) – derivação por sufixação (__) passável (l. 37) – derivação por sufixação A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é (A) F – F – F – V – V. (B) F – F – V – V – V. (C) V – F – F – V – V. (D) V – V – F – F – F. (E) F – V – V – F – V. Questão sobre estrutura e formação de palavras. A forma verbal “impedir” (l. 09) não é formada é formada por prefixação, porque “im” não é prefixo, já que não vem do verbo “pedir”. Falsa a primeira afirmação. O substantivo “autoritarismo” (l. 18) é formado por derivação sufixal. Falsa a segunda afirmação. Em “intolerância” (l. 21), há prefixo (“in-“) e sufixo (“- Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 24 ância”). Falsa a terceira afirmação. Em “ilusório” (l. 30), a formação se dá por derivação sufixal, adjetivo derivado do substantivo “ilusão”. Verdadeira a quarta afirmação. O adjetivo “passável” (l. 37) é formado por derivação sufixal, em que o primitivo “passar” recebe o sufixo “- vel”. Verdadeira a quinta afirmação. _____________________________________________ 29. Assinale a alternativa em que os vocábulos pertencem à mesma classe gramatical. (A) não (l. 02) – outros (l. 26) (B) ou (l. 07) – um (l. 10) (C) se (l. 17) – se (l. 30) (D) supera (l. 21) – espera (l. 45) (E) sempre (l. 29) – menos (l. 36) Questão sobre classes gramaticais. A palavra “não” (l. 02) é advérbio; “outros” (l. 26) está empregado como pronome indefinido. Errada a opção A. A palavra “ou” (l. 07) funciona como conjunção. “Um” (l. 10) funciona como pronome indefinido. Errada a opção B. A palavra “se” (l. 17) funciona como pronome, enquanto o “se” (l. 26) é conjunção subordinativa condicional. Errada a opção C. “Supera” (l. 21) é forma verbal. “Espera” (l. 38) é substantivo, pois está compondo locução adverbial (“à espera”). Errada a opção D. “Sempre” (l. 29) e “menos” (l. 36) são advérbios. Correta a opção E. _____________________________________________ 30. Assinale a alternativa em que todas as palavras têm igual classificação quanto à posição da sílaba tônica. (A) condescendente – deveria – melhor (B) diz – Daí – egoísta (C) rigor – razão – compreender (D) direito – tolerância – lúcidos (E) Daí – teria – simpatia Questão sobre tonicidade das palavras. Na opção A, “condescenDENte” e “deveRIa” são paroxítonas quanto à sílaba tônica. Já a palavra “meLHOR” é oxítona. Portanto está errada a opção A. A forma verbal DIZ é monossilábica e, portanto, pertence à classificação das palavras oxítonas. A palavra “daÍ” é oxítona, e o adjetivo “egoÍSta é paroxítono, portanto está errada a alternativa B. As palavras “riGOR”, “raZÃO” e “compreenDER” são oxítonas quanto à sílaba tônica, portanto está correta a opção C. As palavras “diREIto” e “toleRÂNcia” são paroxítonas; a palavra “Lúcidos” é proparoxítona, portanto está errada a opção D. Como já se viu, a palavra “daÍ” é oxítona. Já as palavras “teRIa” e “simpaTIa” são paroxítonas. Está errada a alternativa E. GABARITO 01C 02B 03A 04A 05A 06A 07D 08D 09B 10C 11B 12D 13B 14C 15C 16B 17C 18D 19A 20B 21A 22C 23B 24E 25D 26D 27B 28A 29E 30C _____________________________________________ Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Técnico Judiciário – 2012 – Nível Médio As questões 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. 01. Os chineses, cuja renda per capita não chega a 02.metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já 03.fossem ricos. Segundo um estudo realizado pela 04.Comissão Europeia em conjunto com a Agência 05.Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês 06.emite, em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por 07.ano como resultado da queima de combustíveis 08.fósseis. 09. Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do 10.efeito estufa por pessoa. Isso representa uma queda 11.de 18% em relação ___ duas décadas atrás. Na 12.China, houve um aumento de 227% no mesmo 13.período. Em números absolutos, o país já era o maior 14.emissor de gás carbônico, um dado não muito 15.surpreendente, considerando-se que a China 16.concentra em seu vasto território um quarto da 17.população mundial. 18. Já o fato de a poluição per capita do país 19.asiático ser quase igual ___ europeia é preocupante, 20.porque os chineses têm um padrão de consumo muito 21.mais baixo. Isso significa que o impacto ambiental do 22.crescimento econômico da China supera em muito os 23.ganhos da população com a produção de riqueza. 24. O governo chinês chegou a estabelecer metas 25.de redução das emissões, mas pelo menos três 26.fatores jogam contra. O primeiro é a importância da 27.indústria pesada, que demanda muita energia, na 28.economia nacional. O segundo é o fato de o país ter a 29.terceira maior reserva mundial de carvão mineral – 30.uma matéria-prima barata para a produção de 31.energia, e altamente poluente. 32. O terceiro é o caráterautoritário da hierarquia 33.administrativa na China. Pressionadas pelo comando 34.central do Partido Comunista para conseguir Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 25 35.desempenhos econômicos estratosféricos, as 36.autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao 37.aprovar indústrias e usinas. Quando a população local 38.se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é 39.reprimida de maneira violenta, como ocorreu no início 40.deste mês em Shifang, durante um protesto contra a 41.construção de uma refinaria. 42. Como resultado dessa postura, além do ar das 43.grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país 44.estão poluídos. Na extinta Alemanha Oriental, os 45.primeiros cidadãos a se organizarem para fazer 46.oposição à ditadura comunista estavam indignados 47.com os poluentes químicos lançados no Rio Saale. 48.Regimes autoritários são um veneno para a natureza. Adaptado de: O crescimento não é desculpa. VEJA, São Paulo, p. 69, 25 jul. 2012. 01. Assinale a alternativa que preenche corretamente a lacuna da linha 02. (A) de (B) dos (C) de dos (D) da dos (E) das dos Questão sobre regência (emprego de preposições). No trecho “Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade _________ brasileiros...” (l. 01-02), a lacuna deve ser preenchida com o segmento “da dos”. A presença de contração da preposição “de” com o artigo “a”, na primeira ocorrência, deve-se à supressão do termo “renda”, e a segunda ocorrência, em “dos”, refere-se aos brasileiros. Portanto “Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da (renda) dos brasileiros...”. _____________________________________________ 02. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas das linhas 11 e 19. (A) a - a (B) há - à (C) há - a (D) à - a (E) a - à Questão sobre crase e emprego de verbo “haver”. No trecho “Isso representa uma queda de 18% em relação ______ duas décadas atrás” (l. 10-11), a lacuna deve receber apenas preposição “a” ou preposição “a” contraída com artigo “as”, resultando “às”. Entre as respostas, a banca não oferece a possibilidade da indicação de sinal em “às”. Já na lacuna da linha 19, no trecho “Já o fato de a poluição per capita do país asiático ser quase igual _____ europeia é preocupante...” (l. 18-19), deve ser registrado “à”, porque o adjetivo “igual” exige preposição “a” e o adjetivo “europeia” é feminino. 03. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto. (A) Antes do aumento de 227% na emissão per capita de gás carbônico, a China já apresentava a maior taxa de emissão do gás do efeito estufa por habitante. (B) Apenas um quarto da população da China contribui para que o país seja responsável pela maior emissão de gás carbônico do planeta. (C) Foi preciso mais de um estudo para constatar que cada chinês emite, em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano. (D) Há duas décadas, a emissão per capita de gás carbônico na China era menor do que a da Europa. (E) Atualmente, em números absolutos, a emissão de gás carbônico pela China é similar à europeia. Questão sobre interpretação de texto. Errada a opção (A), porque a China, antes do aumento de 227% na emissão per capita de gás carbônico, era o maior emissor de gás carbônico em números absolutos, não per capita, conforme se pode observar no trecho das linhas 13-17. Errada a alternativa (B), porque o texto informa que a China concentra em seu território um quarto da população mundial, não que apenas um quarto da população chinesa seja responsável pela emissão de gás carbônico. Somente um estudo constatou que cada chinês emite, em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano. O estudo foi feito em conjunto por duas entidades, conforme se observa nas linhas 03-08. Errada, portanto, a opção (C). Correta a alternativa (D), porque o texto afirma que há duas décadas a Europa emitia maior quantidade de gás carbônico por pessoa, tendo se verificado uma redução de 18%. Logo a Europa produzia mais poluição que a China. Errada a assertiva (E), pois o texto que a China era o maior emissor de gás carbônico. Se “era”, já não é atualmente. _____________________________________________ 04. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se pode depreender da leitura do texto. (A) Na China, à medida que cresce o impacto ambiental, decresce o padrão de consumo dos habitantes. (B) Na China, quanto mais cresce a economia, menores são os benefícios da população do país com a produção de riqueza. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 26 (C) O que preocupa no fato de a poluição per capita da China ser quase igual à europeia é o estímulo a um baixo padrão de consumo. (D) Atualmente, o impacto ambiental do crescimento econômico da China é maior que o impacto ambiental do crescimento econômico da Europa. (E) Considerando a média de emissão de poluentes por habitante, atualmente, o impacto ambiental provocado pela economia chinesa é similar ao impacto ambiental provocado pela economia europeia. Questão sobre interpretação de texto. Erradas as assertivas (A) e (B), porquanto não há, no texto, relação de proporção entre o crescimento do impacto ambiental e o padrão de consumo dos chineses. O que se afirma é que a poluição produzida pela China é preocupante porque, mesmo poluindo mais que a Europa, os chineses têm um padrão de consumo muito mais baixo, mas não existe a ideia de proporcionalidade entre as grandezas. Errada a assertiva (C), porque no texto não há referência a estímulo a baixo padrão de consumo. Apenas se informa que os chineses têm baixo padrão de consumo. Errada a assertiva (D), porque o que é maior na China é a produção de poluição, não de impacto ambiental de crescimento. Correta a assertiva (E), pois o texto se refere à similaridade do impacto ambiental produzido pela China em comparação com a Europa. _____________________________________________ 05. Considere as seguintes propostas de reescrita da sentença que se inicia com Pressionadas (l. 33) e termina com usinas (l. 37). I - As autoridades provinciais pressionadas pelo comando central do Partido Comunista para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas. II - As autoridades provinciais, pressionadas pelo comando central do Partido Comunista para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas. III- As autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas pressionadas pelo comando central do Partido Comunista para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos. Quais têm sentido equivalente ao da sentença original? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas I e III. Questão sobre reescritura de texto. Na assertiva I, há erro de pontuação pela ausência das vírgulas de um isolamento. Observe-se o texto original: “As autoridades provinciais pressionadas pelo comando central do Partido comunista para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas”. Na construção, a oração reduzida iniciada por “pressionadas” e terminada por “estratosféricos” deve ficar isolada por vírgulas. Observe-se o trecho já corrigido: “As autoridades provinciais, pressionadas pelo comando central do Partido comunista para conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas”. Correta a reconstrução da assertivaII. Errada a construção da assertiva III, porque as indústrias e usinas não estão pressionadas pelo comando central do Partido Comunista. As autoridades é que são pressionadas pelo Partido Comunista. _____________________________________________ 06. Considere as afirmações a seguir sobre o valor referencial de expressões utilizadas no texto. I – A expressão do gás do efeito estufa (l. 09-10) faz referência ao gás carbônico. II – A expressão no mesmo período (l. 14) faz referência ao início da década de 90. III- A expressão dessa postura (l. 42) faz referência aos protestos feitos pela população chinesa contra a criação de indústrias poluentes. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas I e III. Questão sobre Semântica (valor referencial de expressões) e interpretação de texto. No trecho [...] “Segundo um estudo realizado pela Comissão Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês emite, em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano como resultado da queima de combustíveis fósseis” (l. 03- 08). “Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do efeito estufa por pessoa” (l. 09-10). Observe-se que “gás carbônico”, no primeiro período, está referido no segundo como “gás de efeito estufa”. Portanto está correta a afirmação I. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 27 Observe-se o seguinte trecho: “Isso representa uma queda de 18% em relação a duas décadas atrás. Na China, houve um aumento de 227% no mesmo período” (l. 10-13). Obviamente, a expressão “no mesmo período” refere-se a todo o período, portanto não apenas ao início da década de 90. Errada a afirmação II. No trecho “Quando a população local se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é reprimida de maneira violenta, como ocorreu no início deste mês em Shifang, durante um protesto contra a construção de uma refinaria”. “Como resultado dessa postura, além do ar das grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país estão poluídos” (l.42-44). Pode-se verificar que a poluição do ar das grandes cidades e a poluição de dois terços dos rios e lagos da China se devem à repressão violenta aos protestos da população às construções que poluem. Portanto a referência expressa em “dessa postura” está associada à não existência de escrúpulos das autoridades chinesas em aprovar indústrias e usinas e à repressão a movimentos contrários a essas construções. Portanto a referência “dessa postura” não retoma os protestos da população chinesa contra a criação de indústrias poluentes. Errada a afirmação III. _____________________________________________ 07. Assinale a alternativa em que as palavras, todas retiradas do texto, apresentam, respectivamente, ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de acordo com a pronúncia padrão do português brasileiro. (A) fósseis - poluindo - muito (B) país - poluídos - território (C) maneira - poluídos - chegou (D) importância - início - padrão (E) poluindo - asiático - significa Questão sobre fonética. Com relação à alternativa (A), nas palavras “fósseis” e “muito” há ditongos, respectivamente “ei” e “ui”. Na forma verbal “poluindo”, há dígrafo nasal no “i”. Incorreta a opção em relação ao enunciado. Na opção (B), há hiatos nas palavras “país” (“aí”) e “poluídos” (“ui”). No substantivo “território”, há ditongo crescente em “io”. Errada a opção em relação ao enunciado. Quanto à assertiva (C), há ditongo em “ei” na palavra “maneira”, hiato em “ui” em “poluídos” e “dígrafo “ch” em “chegou”. Correta a alternativa em relação ao enuncia Na alternativa (D), há ditongo em “importância” (“ia”) e “início” (“io”). E na palavra “padrão” há ditongo nasal em “ão”. Incorreta a opção em relação ao enunciado. Com referência à assertiva (E), na forma verbal “poluindo”, há dígrafo nasal no “i”; em “asiático” há hiato em “ia” e na forma verbal “significa” há dífono em “gn”, gerando maior número de fonemas: /siguinifica/. Errada a opção em relação ao enunciado. _____________________________________________ 08. Considere as afirmações a seguir sobre a pontuação de frases no texto. I – A retirada da vírgula depois de chineses (l. 01) não provoca alteração de sentido na sentença e não representa erro gramatical. II – A colocação de uma vírgula depois de concentra (l. 16) e de outra vírgula depois de território (l. 16) não provoca alteração de sentido na sentença e não representa erro gramatical. III – A retirada da vírgula depois de energia (l. 27) não provoca alteração de sentido na sentença e não representa erro gramatical. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas I e III. Questão sobre pontuação. No trecho “Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da dos brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos” (l. 01), a supressão da primeira vírgula produziria erro de pontuação, pois a oração “cuja renda per capita não chega à metade da dos brasileiros” é subordinada adjetiva explicativa e deve ficar obrigatoriamente entre vírgulas. Errada a assertiva I. No trecho “... considerando-se que a China concentra em seu vasto território um quarto da população...”, o segmento “em seu vasto território” é adjunto adverbial de lugar e está deslocado, podendo ficar entre vírgulas sem alteração de sentido e sem representar erro gramatical. Observe-se o trecho com as vírgulas: ““... considerando-se que a China concentra, em seu vasto território, um quarto da população...”. Correta a assertiva II. Quanto ao trecho “O primeiro é a importância da indústria pesada, que demanda muita energia, na economia nacional”, a vírgula depois de “energia” não pode ser suprimida porque é parte integrante do entre-vírgulas que isola a oração subordinada adjetiva explicativa “que demanda muita energia”. Errada a assertiva III. _____________________________________________ Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 28 09. Assinale a alternativa que identifica, no texto, respectivamente, a ocorrência de uma preposição com valor de companhia e a ocorrência de uma conjunção com valor de comparação. (A) com (l. 04) como (l. 02) (B) com (l. 23) como (l.07) (C) com (l. 23) como (l. 39) (D) com (l. 47) como (l.07) (E) com (l. 47) como (l. 42) Questão sobre valor semântico de preposições e conjunções. No trecho “Segundo um estudo realizado pela Comissão Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de Avaliação Ambiental...” (l. 04), a preposição “com” está empregada indicando valor de companhia (= em companhia da Agência Holandesa). Já no trecho “Os chineses, cuja renda per capita não chega à metade da dos brasileiros, estão poluindo como se já fossem ricos” (l. 02), o nexo “como” está traduzindo ideia de comparação, em que se aproximam, comparativamente, os chineses de países ricos. A preposição “com”, na ocorrência da linha 23, expressa ideia de razão; já na linha 47, a preposição “com” atende à regência de “indignados”, completando-lhe o sentido. O nexo “como, nas linhas 07 e 42, indica ideia de consequência, decorrência; na linha 39, indica comparação, indicando ideia de “a exemplo de”. _____________________________________________ 10. Assinale a alternativa que apresenta um substantivo derivado de verbo. (A) surpreendente (l.15) (B) administrativa (l. 33) (C) construção (l. 41) (D) poluídos (l. 46) (E) indignados (l. 46) Questão sobre classes e estrutura e formação de palavras. O único substantivo derivadode verbo presente nas alternativas é “construção” (derivado de “construir”). As palavras “surpreendente”, “administrativa”, poluídos” e “indignados” são adjetivos. _____________________________________________ As questões 11 a 18 referem-se ao texto abaixo. 01. O avanço das mídias nas últimas décadas tem 02.sido recebido com grande entusiasmo œ não sem 03.razão. Entre elas, uma, especialmente, é saudada 04.como revolucionária: trata-se desta quase 05.incompreensível massa de informações que circula 06.por milhões e milhões de computadores pelo mundo, 07.que é a Internet e que dá ____ todos nós a sensação 08.de que podemos encontrar respostas para quase 09.tudo, bastando colocar a palavra certa no buscador. 10. A Internet realmente transformou o mundo, 11.facilitou a vida de todos os que têm acesso ____ ela e 12.tem um enorme potencial para popularizar e 13.democratizar a informação e o conhecimento ao longo 14.deste novo século. 15. A rede possibilitou que pessoas se conheçam. 16.Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, 17.estranhamente, para surpresa dos jovens, as 18.bibliografias respondem. Aproximou colegas 19.distantes, promovendo o intercâmbio científico e 20.cultural, acelerou o mundo dos negócios, as bolsas de 21.valores, e promete uma revolução da educação para 22.os próximos anos. Fez surgir impensadas amizades e 23.até grandes paixões. 24. Há, no entanto, uma grande perversidade na 25.rede: ela está substituindo os encontros entre 26.pessoas que não têm nenhum tipo de impedimento 27.objetivo para se falarem olho no olho. Ou pelo menos 28.para ouvir a voz do outro por um telefone, para o bem 29.ou para o mal. 30. O e-mail, como as cartas, é um monólogo, mas 31.as cartas não são ou não eram usadas para a 32.comunicação com o vizinho de sala e não faziam 33.parte da vida cotidiana de pessoas que viviam na 34.mesma cidade. Elas existiam e existem para atenuar 35.a ausência, não para impedir a presença. 36. Estamos tão encantados na frente da tela do 37.computador, ditando as regras ao mundo, sem 38.sermos interrompidos, sem sermos chamados ____ 39.razão, que esquecemos de olhar ao redor. Estamos 40.seguros e confortáveis, mas menores como seres 41.humanos. Estamos ficando sós. Adaptado de: PINTO, Céli Regina Jardim. Perverso mundo dos e-mails. Zero Hora, 17 fev. 2007. 11. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 07,11 e 38. (A) à – a - à (B) a – à - a (C) à – à - à (D) a – a - à (E) a – a – a Questão sobre crase. A lacuna da linha 07 deve ser preenchida pela preposição “a”, porque “todos” é pronome indefinido, e não há crase antes de pronome indefinido. E, ainda assim, é masculino. A lacuna da linha 11 também deve receber apenas Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 29 preposição “a”, porque “ela” é pronome pessoal, e não há crase antes de pronome pessoal. Já na lacuna da linha 38, deve haver crase, pois o verbo “chamar”, no significado em que está empregado, exige preposição “a”, e a palavra “razão” é feminina, logo “chamar à razão”, como “chamar ao compromisso”. _____________________________________________ 12. O objetivo principal do texto é (A) refletir sobre o avanço das mídias nas últimas décadas, considerando benefícios e malefícios ao homem contemporâneo. (B) ressaltar a importância da Internet no mundo atual, que já não pode prescindir dela. (C) alertar para a alteração nas relações interpessoais provocada pela Internet, o que tem levado as pessoas à solidão e à desumanização. (D) demonstrar os riscos de onipotência que corre o homem moderno, devido às múltiplas possibilidades que as mídias atuais lhe oferecem. (E) salientar a aceleração das relações de negócio e a promoção do intercâmbio cultural que a era dos computadores proporciona. Questão sobre interpretação de texto. Errada a assertiva (A), porque o texto trata de uma só mídia, que é a Internet, e não das mídias. Não é objetivo principal do texto ressaltar a importância da Internet, mas a mudança de comportamento humano imposto por ela. Errada, portanto, a alternativa (B). Correta a opção (C), porque a autora ressalta, como objetivo principal do texto, que “estamos menores como seres humanos”, porque “estamos ficando sós” (observe-se o parágrafo compreendido entre as linhas 36 a 41, especialmente). Errada a opção (D), pois não há, no texto, indicação dos riscos de onipotência que ameaçam o homem moderno em razão da utilização das mídias. Observe- se que somente a Internet é tratada no texto, não mídias (no plural). Não está presente, no texto, como objetivo principal, a afirmação de que a era dos computadores alavanca as relações de negócios e intercâmbio cultural. Errada a alternativa (E). _____________________________________________ 13. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que (A) a autora atribui ao desenvolvimento tecnológico dos últimos decênios as dificuldades de relacionamento do homem contemporâneo. (B) "a revolução da educação", de que fala a autora, foi uma das consequências positivas do advento da Internet, ocorridas nas últimas décadas. (C) a Internet tornou-se, na opinião da autora, um instrumento insubstituível de pesquisa acadêmica, trabalho e comunicação humana. (D) há, por parte da autora, uma postura saudosista no que se refere às formas de comunicação entre as pessoas. (E) ele estabelece uma equivalência entre as antigas cartas e os e-mails atuais, diferenciando-os, porém, no tocante às finalidades com que são utilizados. Questão sobre interpretação de texto. Não há, no texto, condições de se concluir que se possa atribuir ao desenvolvimento tecnológico das últimas décadas as dificuldades de relacionamento do homem contemporâneo. Isso ocorre há menos tempo. Portanto está errada a assertiva (A). No texto, observa-se que a rede promete uma revolução na educação para os próximos anos (l. 21- 22), portanto ainda não ocorreu. Na assertiva (B), lê- se a que revolução na educação foi uma consequência positiva do advento da Internet, como se já tivesse ocorrido. Dessa forma, está errada a assertiva (B). A autora não afirma, no texto, que a Internet tenha se tornado instrumento insubstituível de pesquisa acadêmica, trabalho e comunicação humana, muito menos que haja uma postura saudosista da autora em relação às antigas formas de comunicação. Erradas, portanto, as assertivas (C) e (D). Correta a assertiva (E), porque há, no texto, especialmente no trecho compreendido entre as linhas 30-35, uma equivalência entre as antigas cartas e os e-mails atuais. _____________________________________________ 14. Considere as propostas abaixo, relativas à pontuação do texto. I – acréscimo de vírgula antes de que (l. 05) II – supressão das vírgulas antes e depois de no entanto (l. 24) III – acréscimo de vírgulas antes e depois de pelo menos (l. 27) Quais mantêm o significado e a correção do texto original? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 30 Questão sobre pontuação. Errada a assertiva I, porque, no trecho “... massa de informações que circula por milhões e milhões de computadores pelo mundo...”, a oração iniciada pelo “que” é subordinada adjetiva restritiva; se for registrada vírgula antes de “que”, a oração passaria a ser subordinada adjetiva explicativa, alterando o significado e prejudicando a correção do texto. Não é correto suprimir as vírgulasque isolam “no entanto” no trecho “Há, no entanto, uma grande...” (l. 24), porque a expressão é uma conjunção coordenativa adversativa e está deslocada, devendo, portanto, ficar entre vírgulas. Errada, por isso, a assertiva II. A expressão “pelo menos”, no trecho “Ou pelo menos para ouvir a voz do outro...” (l. 27), funciona como adjunto adverbial deslocado e, por isso, poderá ser isolado por vírgulas. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 15. Passando-se para a voz passiva A Internet realmente transformou o mundo (l. 10) e ela está substituindo os encontros entre pessoas (l. 25-26), as formas verbais resultantes, respectivamente, são (A) tem sido transformado e têm substituído. (B) foi transformado e estão sendo substituídos. (C) tem sido transformado e têm sido substituídos. (D) está sendo transformado e estão sendo substituídos. (E) foi transformado e têm sido substituídos. Questão sobre vozes verbais. A passagem da frase “A internet realmente transformou o mundo” (l. 10) para a voz passiva resultará em “O mundo foi transformado realmente pela Internet”. A passagem da frase “ela está substituindo os encontros entre pessoas” (l. 25-26) para a voz passiva resultará em “os encontros entre pessoas estão sendo substituídos por ela”. _____________________________________________ 16. Passando-se A rede (l.15) para o plural, quantas outras palavras do terceiro parágrafo do texto deverão ser alteradas? (A) Quatro. (B) Cinco. (C) Seis. (D) Sete. (E) Oito. Questão sobre concordância. Passando-se a expressão “A rede” para o plural, no trecho “A rede possibilitou que as pessoas se conheçam. Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, estranhamente, para surpresa dos jovens, as bibliografias respondem. Aproximou colegas distantes, promovendo o intercâmbio científico e cultural, acelerou o mundo dos negócios, as bolsas de valores, e promete uma revolução da educação para os próximos anos. Fez surgir impensadas amizades e até grandes paixões” (l. 15- 23), serão alteradas cinco palavras, a saber: “As redes possibilitaram que as pessoas se conheçam. Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, estranhamente, para surpresa dos jovens, as bibliografias respondem. Aproximaram colegas distantes, promovendo o intercâmbio científico e cultural, aceleraram o mundo dos negócios, as bolsas de valores, e prometem uma revolução da educação para os próximos anos. Fizeram surgir impensadas amizades e até grandes paixões”. _____________________________________________ 17. A expressão no entanto (l. 24) poderia ser substituída, mantendo-se o significado e a correção gramatical da frase, por (A) por conseguinte. (B) mesmo assim. (C) não obstante. (D) todavia. (E) isso posto. Questão sobre conjunções. A expressão “no entanto” (l. 24), no trecho “Há, no entanto, uma grande...”, é conjunção coordenativa adversativa, indicando ideia de oposição, podendo ser substituída por “todavia” ou por “não obstante”, que lhe são sinônimos. As conjunções “por conseguinte” e “isso posto” traduzem ideia de consequência ou conclusão. Já a expressão “mesmo assim” não tem completude, não podendo ser empregada no lugar de “no entanto”. A banca indicou como resposta a alternativa (D), mas, a rigor, a conjunção “não obstante”, que é conjunção coordenativa adversativa e sinônimo de “no entanto”, também poderia substituir “no entanto” na linha 24. Cabe, portanto, recurso contra tal resposta, pleiteando-se a anulação da questão. _____________________________________________ 18. As expressões olho no olho (l. 27), por um telefone (l. 28) e para o bem ou para o mal (l. 28-29 ) exprimem no texto, respectivamente, ideias de (A) modo, instrumento e finalidade. (B) lugar, modo e direção. (C) situação, modo e lugar. (D) modo, lugar e finalidade. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 31 (E) lugar, instrumento e direção. Questão sobre semântica e interpretação de texto. A expressão “olho no olho” revela modo no trecho “... impedimento objetivo para se falarem olho no olho” (l. 27), ou seja, maneira de se falarem. Já a expressão “por um telefone” revela instrumento no trecho “Ou pelo menos para ouvir a voz do outro por um telefone” (l. 27-29), isto é, instrumento pelo qual se possa ouvir a voz do outro. Na expressão “para o bem ou para o mal” (l. 28-29) há ideia de finalidade, expressa pela palavra “para” (=com o fim ou finalidade do bem ou do mal). _____________________________________________ 19. Considere as duas frases abaixo. (1) Por perceber-se despreparado, abandonou a reunião. (2) Ao perceber-se despreparado, abandonou a reunião. Assinale a alternativa que apresenta as transformações das passagens sublinhadas que correspondem, respectivamente, ao significado das frases originais. (A) 1. Assim que se percebeu 2. Já que se percebeu (B) 1. Percebendo-se 2. Embora se percebendo (C) 1. Mal se percebeu 2. Uma vez que se percebeu (D) 1. Já que se percebeu 2. Mesmo se percebendo (E) 1. Porque se percebeu 2. Quando se percebeu Questão sobre equivalência de estruturas (orações reduzidas e desenvolvidas). Na frase (1) “Por perceber-se despreparado, abandonou a reunião”, o segmento “Por perceber-se” tem valor de causa em relação ao restante da mensagem, sendo equivalente à oração desenvolvida “Porque se percebeu”. Na frase (2) “Ao perceber-se despreparado, abandonou a reunião”, o segmento “ao perceber-se” tem valor de tempo em relação ao restante da mensagem, sendo equivalente à oração desenvolvida “Quando se percebeu”. _____________________________________________ 20. Considere as frases abaixo, com relação às concordâncias nominal e verbal. I – Agora é meio-dia e meia e faz três horas que ela saiu. II – Devem ir neste envelope, anexos ao processo, uns dois formulários. III – Ela era meio desatenta, por isso tinha menos condições do que as irmãs. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas III. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre concordância verbal e nominal. Está correta a frase “Agora é meio-dia e meia e faz três horas que ela saiu”. Primeiro, porque o verbo “ser”, em “é”, estando antes de sujeito composto, poderá concordar com o mais próximo, que é “meio- dia” ou com o conjunto” (meio-dia e meia). Dessa forma, estão corretas as formas “é” ou “são”. Segundo, porque se trata de “meio-dia” mais “meia hora”, portanto “meio-dia e meia”. Terceiro, porque o verbo “fazer”, em “faz”, está sendo empregado como impessoal, na indicação de tempo passado. Correta a assertiva I. Está correta a frase “Devem ir neste envelope, anexos ao processo, uns dois formulários”. Primeiro, porque o verbo “dever”, em “Devem”, está concordando com “uns dois formulários”. Segundo, porque “anexos” está no masculino plural para concordar com “uns dois formulários”. Correta a assertiva II. Está correta a frase “Ela era meio desatenta, por isso tinha menos condições do que as irmãs”. Primeiro, porque “meio” funciona como advérbio, já que modifica o sentido do adjetivo “desatenta”. Segundo, porque “por isso” é sempre separado, pois são duas palavras. Terceiro, porque “menos” é invariável. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 21. Assinale a alternativa em que a pontuação da frase está correta. (A) Dos quatro filhos, um era loiro; os outros, morenos. (B) Os últimos exemplares do livro mais recente de Rubem Fonseca, ainda estão guardados na gaveta da escrivaninha. (C) Imagine, minha tia, quem foi quemorreu? (D) As águas do rio muitas vezes, invadiam a fazenda e o casario. (E) Que belos olhos tens Margarida, menina bonita! Questão sobre pontuação. Está correta a frase contida na alternativa (A). Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 32 A frase da opção (B) está errada, porque apresenta vírgula que separa o sujeito (“Os últimos exemplares do livro mais recente de Rubem Fonseca” ) do seu predicado (“ainda estão guardados na gaveta da escrivaninha”). Errada a frase da opção (C), pois a presença de verbo no imperativo (“Imagine”) desfaz a ideia de interrogação, portanto no lugar de interrogação deve haver apenas ponto-final. Errada a frase da opção (D), porque o adjunto adverbial “muitas vezes” pode ficar isolado por duas vírgulas ou sem as duas, mas não com uma só. Errada a frase da opção (E), porque o nome próprio “Margarida” funciona como vocativo na oração, devendo ficar isolado por duas vírgulas, não apenas por uma. _____________________________________________ 22. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase abaixo. A cidade _______ eu vivia na infância é a mesma _______ eles estavam se referindo ontem de manhã. (A) que - de que (B) onde - que (C) na qual - em que (D) em que – a que (E) que – que Questão sobre regência verbal e emprego de pronomes relativos. A primeira lacuna da frase “A cidade _________ eu vivia na infância é a mesma _______ eles estavam se referindo ontem de manhã”, deve ser preenchida por “em que” ou “na qual”, servindo de parte do adjunto adverbial referente ao verbo “viver” (quem vive vive em algum lugar). Já na segunda lacuna, deve aparecer “a que” ou “à qual”, com preposição regida pelo verbo “referir-se”. _____________________________________________ 23. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas da frase abaixo. Na reunião, _______ a calma e, felizmente, _______ todas as acusações e ainda ________ a plateia. (A) manti - rebati - entreti (B) manti - rebati - entretive (C) mantive - rebati - entretive (D) mantive - rebative - entretive (E) manti - rebative - entreti Questão sobre conjugação verbal (com verbos derivados). As lacunas da frase “Na reunião, _________ a calma e, felizmente, _________ todas as acusações e ainda _________ a plateia” devem ser preenchidas pelas formas verbais “mantive”, “rebati” e “entretive”. No primeiro e no terceiro casos, os verbos são derivados de “ter”, devendo ser conjugados como o primitivo, apenas acrescentando-se os prefixos: “tive” – “mantive”, “tive” – “entretive”. No caso do verbo “rebater”, conjuga-se igualmente como o seu primitivo: “bati” – “rebati”. _____________________________________________ 24. Considere as frases abaixo com relação ao emprego das formas verbais. I – Neste momento, vimos solicitar ao diretor que nos libere da tarefa. II – Requeiro a Vossa Senhoria que nos entregue o escritório. III – Se eu vir o Romualdo, pretendo confessar a verdade. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre conjugação verbal. Correta a frase da assertiva I, porque “vimos” é forma do presente do indicativo na primeira pessoa do plural: eu venho, tu vens, ele(a) vem, nós vimos, vós vindes, eles(as) vêm. Correta a frase da assertiva II, porque o verbo “requerer”, no presente do indicativo, deve ser conjugado da seguinte forma: eu requeiro, tu requeres... Correta a frase da assertiva III, porque o verbo “ver”, no futuro do subjuntivo, na primeira pessoa do singular, apresenta a forma “vir”: se eu vir, se tu vires, se ele(a) vir... _____________________________________________ 25. Considere o trecho abaixo. Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro: œ É o senhor o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a festa? Assinale a alternativa que apresenta a correta transposição do trecho para o discurso indireto. (A) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se é ele o senhor que se fantasiou de fantasma durante a festa. (B) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 33 era ele o hóspede que se fantasiara de fantasma durante a festa. (C) Dona Benta, indiscreta, perguntou se o forasteiro era o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a festa. (D) Dona Benta perguntou indiscretamente ao forasteiro se tinha sido ele o hóspede que havia se fantasiado de fantasma durante a festa. (E) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro quem teria sido o hóspede que havia se fantasiado de fantasma durante a festa? Questão sobre discurso direto e indireto. No trecho “Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro: - É o senhor o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a festa?”, o segmento inicial até o dois-pontos já está no discurso indireto, devendo permanecer sem alteração. A segunda parte, do dois- pontos em diante, se for passada para o discurso indireto, resultará na seguinte construção: “Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se era ele o hóspede que se fantasiara de fantasma durante a festa. Observe-se que os verbos “ser”, em “É”, e “fantasiar”, em “fantasiou”, estão, respectivamente, no presente do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo, devendo ser transportados para o pretérito imperfeito do indicativo (“era”) e para o mais-que-perfeito do indicativo (“fantasiara” ou “tinha fantasiado”). Observe-se, também, que, na passagem do discurso direto para o indireto, desaparecem a inicial maiúscula, o dois-pontos e a interrogação. _____________________________________________ 26. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho abaixo. Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. ____________ compôs melodias conhecidas internacionalmente, e _________ escreveu romances inesquecíveis. (A) Este - aquele (B) Aquele - esse (C) Um - este (D) O outro - esse (E) Esse – este Questão sobre emprego de pronomes demonstrativos. Na frase “Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são eminentes cariocas. _________ compôs melodias conhecidas internacionalmente, e _________ escreveu romances inesquecíveis”, a primeira lacuna faz nítida referência a Antônio Carlos Jobim, relacionando, portanto, ao nome mais próximo e, por isso, deve ser preenchida com “Este”, pronome que indica proximidade. A segunda lacuna faz referência a Machado de Assis, nome que está mais distante, portanto deve ser preenchida com “aquele”. _____________________________________________ GABARITO 01D 02E 03D 04E 05B 06A 07C 08B 09A 10C 11D 12C 13E 14C 15B 16B 17* 18A 19E 20E 21A 22D 23C 24E 25B 26A (*Há duas respostas válidas.Questão anulável.) _____________________________________________ Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2010 – Nível Médio Instrução: As questões de números 01 a 13 referem- se ao texto abaixo. 01. Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet 02.no mundo tem uma conta no Facebook. Esse meio 03.bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos 04.diariamente. Os 100 milhões de usuários do Twitter 05.postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 06.google no nome de alguém e os tweets dele vão estar 07.lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a 08."era da hipertransparência" para tentar falar que há 09.xeretas e exibicionistas demais hoje. 10. E a maior rede social do planetadeu um passo 11.grande rumo à tal hipertransparência: em maio, o 12.Facebook mudou as regras sobre o quanto que 13.estranhos podem saber da sua vida. "Estamos 14.construindo uma internet _____ padrão é ser 15.sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e 16.presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia 17.sociológica à parte, interessa para ele que usuários 18.de seu serviço possam ser encontrados com mais 19.facilidade. Se você não está no Facebook e encontra 20.aquele amor antigo da escola ali, tende a entrar para 21.a rede social. E, quanto mais gente lá, mais 22.Zuckerberg pode faturar com publicidade. 23. As mudanças, de cara, parecem bem sutis. 24.Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de 25.uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não 26.ser que o usuário mude as configurações no braço, 27.um resumo de sua ficha ficará exposto na internet. 28.Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término 29.de relacionamento conturbado e quer manter 30.distância de namorados maníacos; ou em um 31.adolescente que mudou de escola por causa de Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 34 32.bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo 33.se os novos colegas descobrirem isso; em quem sofre 34.de assédio moral no trabalho ou foi testemunha de 35.um crime; em quem não quer que os pais descubram 36.detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, 37.qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer 38.uma grande diferença. 39. Não fica nisso. Um dos maiores problemas é 40.que a internet não "esquece" nada. E agora que ela 41.faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma 42.década, qualquer vacilo do passado pode causar um 43.problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de 44.anos atrás vão complicar você na disputa por um 45.emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como 46.uma discussão com um ex, pode estar ao alcance de 47.qualquer um. As redes sociais baseadas em GPS, 48.como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse 49.molho, já que elas mostram num mapa onde os 50.usuários estão a cada momento. Em suma, nunca 51.existiram tantas possibilidades de exposição pública. 52.E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava 53.bisbilhotando você. É natural. O desejo de cavucar 54.a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da 55.história humana, as pessoas viveram em pequenas 56.tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que 57.todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 58.tornando uma vila global. Pode ser que 59.descobriremos que a privacidade, no fim das contas, 60.sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas 61.W. Malone, do Centro de Estudos de Inteligência 62.Coletiva do MIT. 63. Seja como for, trata-se de uma anomalia de que 64.todo mundo gosta. E por isso mesmo um movimento 65.ganha cada vez mais força: há uma preocupação 66.maior com a bisbilhotice. Na prática, está 67.acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. 68.Estamos menos "sociais". 69. Hoje, a quantidade de dados que as pessoas 70.deixam aberta na rede para todo mundo ver é, por 71.cabeça, bem menor do que há 5, 6 anos. É raro 72.encontrar quem deixe suas fotos escancaradas numa 73.rede social. Scraps públicos no Orkut já são parte de 74.um passado remoto... Um estudo da Universidade da 75.Califórnia mostra essa mudança: os entrevistados 76.disseram tomar mais cuidado com o que postam 77.online hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 78.88% dos jovens de 18 a 24 anos manifestaram-se a 79.favor de uma lei que forçasse os sites a apagarem 80.informações pessoais depois de algum tempo. 81. Enquanto não chegam leis concretas, as 82.pessoas reagem por conta própria. Trinta mil usuários 83.cancelaram suas contas no Facebook no dia 31 de 84.maio, para protestar contra aquela mudança na 85.configuração de privacidade. Compare isso com a 86.reação que as pessoas tiveram em 2006, quando o 87.Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. 88.Não faltaram reações de indignação. "Qual é a graça 89.se não dá mais para espionar a vida dos outros 90.escondido?", perguntavam os usuários. É difícil 91.imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos 92.comportar na rede como nos comportamos em 93.público. Porque, cada vez mais, estamos mesmo. Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da privacidade. Revista Super Interessante – Edição 280, junho de 2010. Disponível em http://super.abril. com.br/ tecnologia/fim-fim- privacidade580993.shtm 01. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 01, 14, 32 e 56. (A) as quais – cujo o – que – onde (B) que – cujo – de que – onde (C) que – onde o – que – as quais (D) as quais – onde o – a que – nas quais (E) que – cujo o – de que – em que Questão sobre regência verbal e emprego de pronomes relativos. A lacuna da linha 01 deve receber apenas o pronome relativo “que”, retomando “pessoas” (l. 01). Na lacuna da linha 14, deve aparecer “cujo”, porque se trata de pronome relativo que relaciona elemento possuidor (“internet”) a elemento possuído (“padrão”). O pronome relativo “cujo” não admite ser empregado com artigo. A lacuna da linha 32 deve ser preenchida com “de que”, porque a palavra “risco” exige preposição “de”. Na lacuna da linha 56, deve aparecer “onde”, já que se trata de lugar “pequenas tribos”. Poderia ser, também, “em que”, ou “nas quais”, pois são equivalentes, no caso a “onde”. Na combinação com as outras respostas, ficou “onde”. _____________________________________________ 02. Assinale a alternativa que apresenta uma substituição contextualmente adequada para a respectiva expressão de caráter coloquial empregada no texto, sem prejuízo ao sentido original. (A) de cara (l. 23) – prontamente (B) no braço (l. 26) – com empenho (C) cavucar (l. 53) – revolver (D) bisbilhotice (l. 66) – difamação (E) espionar (l. 89) – solapar Questão sobre semântica. A expressão “de cara” (l. 23) pode ser entendida como “inicialmente”, “no começo”, portanto não pode ser substituída por “prontamente. Errada a alternativa A. A expressão “no braço” (l. 26) indica “manualmente”, portanto não pode ser substituída por “com empenho”. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 35 Errada a opção B. A expressão verbal “cavucar” (l. 53), que também pode ser escrita “cavoucar”, significa “revolver”, “procurar”. Correta a alternativa C. “Bisbilhotice” (l. 66) significa “comentar”, “comentar em segredo”, servindo também para elogiar, não apenas difamar. Errada a opção D. O verbo “espionar” (l. 89) tem como significado textual espiar secretamente, olhar sem ser observado, em segredo. Portanto está errada a alternativa E. _____________________________________________ 03. O texto trata, essencialmente, (A) da utopia de se construir uma internet fundamentalmente sociável. (B) das mudanças implementadas pelas redes sociais nos últimos anos. (C) do comportamento dos usuários das redes sociais em relação à exposição imposta por esses meios. (D) dos riscos da superexposição na internet. (E) da longa "memória" da internet, que pode armazenar dados de seus usuários por muito tempo. Questão sobre interpretação de texto. Errada a opção A, porque o texto defende a cosntrução de uma internet sociável. Quanto à opção B, as mudanças implementadas pelas redes sociais nos últimos anos constituem apenas um dos tópicos tratados no texto, não sendo o tema essencial de que o texto trata. Errada a alternativa B. O comportamento dos usuários das redes sociais com relação à exposição impostapor esses meios é a essencialidade do texto. Correta a opção C Os riscos da superexposição na internet, por parte dos usuários, é apenas um dos tópicos tratados pelo texto, não sendo essencial, portanto está errada a opção D. A longa “memória” da internet é, também, apenas um dos tópicos tratados pelo texto, não sendo essencial, portanto igualmente está errada a opção E. ____________________________________________ 04. Considere as seguintes afirmações. I - Houve uma mudança na postura dos usuários de redes sociais de 2006 para cá, no que tange à preocupação com a privacidade. II - Há quem entenda que a privacidade pode ser considerada um fenômeno peculiar à modernidade. III - A vida privada das pessoas está interessando menos aos usuários de redes sociais. Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? (A) Apenas II. (B) Apenas I e II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre interpretação de texto. De acordo com o texto, em especial no trecho “Compare isso com a reação que as pessoas tiveram em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil” (l. 85-87), houve uma mudança na postura dos usuários de redes sociais de 2006 para cá, no que tange à preocupação com a privacidade. Está correta, portanto, a assertiva I. Em todo o texto, em especial em alguns trechos, como, por exemplo, “Em suma, nunca existiram tantas possibilidades de exposição pública. E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você. É natural. O desejo de cavucar a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da história humana, as pessoas viveram em pequenas tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos tornando uma vila global” (l. 50-58), há quem entenda que a privacidade pode ser considerada um fenômeno peculiar à modernidade. Correta a assertiva II. Pelas mesmas razões presentes nas explicações às assertivas I e II, pode-se observar que, no caso da assertiva III, está errada a visão, porque a vida privada sempre interessou aos usuários e tem interessado cada vez mais. _____________________________________________ 05. Considere as seguintes propostas de reescrita do trecho abaixo. "(...) Pode ser que descobriremos que a privacidade, no fim das contas, sempre foi uma anomalia" (l. 58-60) I - "(...) Pode ser que descubramos, afinal, que a privacidade foi uma anomalia sempre." II - "(...) Descobriremos, possivelmente, no fim das contas, que a privacidade foi sempre uma anomalia." III - "(...) Pode-se acabar descobrindo, finalmente, que a privacidade foi, sempre, uma anomalia." Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas do ponto de vista da norma gramatical? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre reescritura de trechos. As três propostas de reescritura mantêm o sentido original e a correção gramatical. Observe-se que o tempo verbal futuro permanece nas assertivas I e II e é indicado na III. A mensagem foi preservada em Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 36 todas as sugestões. _____________________________________________ 06. Considere as seguintes propostas de reescrita para o seguinte trecho adaptado do texto. "Qual é a graça de continuar usando o Orkut, se não dá mais para espionar a vida dos outros escondido?", perguntavam os usuários. I - Os usuários se perguntavam sobre qual seria a graça de continuar usando o Orkut, uma vez que não poderiam mais espionar secretamente a vida dos outros. II - Os usuários se perguntavam: qual será a graça de continuar usando o Orkut, considerando que não se poderá mais espionar a vida dos outros em segredo? III - A indagação dos usuários era acerca de qual seria a graça de continuar usando o Orkut, já que não seria mais possível espionar em segredo a vida dos outros. Quais propostas conservam o sentido original e estão em discurso indireto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre reescritura de trechos (discursos direto e indireto). Observe-se que, no trecho adaptado, a ideia verbal é de futuro do pretérito, o que se mantém nas assertivas I e III (“seria”, “poderiam”). Na assertiva II, porém, a ideia foi versada para o futuro do presente (“será”, poderá), o que não mantém o sentido da frase do enunciado. _____________________________________________ 07. Se substituirmos o vocábulo vacilo (l. 42) pela forma pluralizada vacilos, quantos outros vocábulos do período terão de ser, obrigatoriamente, pluralizados? (A) Um. (B) Dois. (C) Três. (D) Quatro. (E) Cinco. Questão sobre concordância. No trecho “E agora que ela faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma década, qualquer vacilo do passado pode causar um problema no presente” (l. 40-43), a pluralização de “vacilo” (palavra destacada na transcrição) produzirá as seguintes alterações obrigatórias no trecho: “E agora que ela faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma década, quaisquer (1) vacilos do passado podem(2) causar um problema no presente”. Observe-se que o enunciado indaga “quantos outros vocábulos”, o que assegura não se contabilizar “vacilos”. Além disso, “podem causar” é uma locução verbal, em que somente o verbo auxiliar flexiona (“podem”). _____________________________________________ 08. Considere as seguintes propostas de reformulação da pontuação do texto. I - suprimir a vírgula que segue o vocábulo lá (l. 21) II - substituir o ponto depois de por exemplo (l. 25) por ponto-e-vírgula, com o devido ajuste no emprego de letras maiúsculas e minúsculas. III - inserir uma vírgula depois de divulgue (l. 37) IV - substituir os dois pontos que seguem o vocábulo sim (l. 52) por uma vírgula antes e uma depois desse vocábulo. Quais propostas conservam o sentido original e estão corretas do ponto de vista da norma gramatical? (A) Apenas II. (B) Apenas III. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) Apenas II e IV. Questão sobre pontuação. No trecho “E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg pode faturar com publicidade” (l. 21-22), a vírgula depois de “lá” não pode ser suprimida, pois é a segunda do isolamento do trecho “quanto mais gente lá”, que funciona como subordinada deslocada, equivalendo a “quanto mais gente houver lá”. Errada a assertiva I. No trecho “Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não ser que o usuário mude as configurações no braço” (. 24-26), o ponto após “por exemplo” pode ser substituído por ponto-e-vírgula, porque se trata de orações coordenadas sem conetivo. A inicial maiúscula em “Agora” deveria ser alterada para minúscula. O trecho ficaria assim: “Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo; agora, a não ser que o usuário mude as configurações no braço”. Correta a assertiva II. Não se pode inserir vírgula depois de “divulgue”, no trecho “Para todos eles, qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer uma grande diferença” (l. 38-38), pois separaria o sujeito (“qualquer detalhe que o Facebook divulgue”) do seu predicado (“pode Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 37 fazer grande diferença”. Errada a assertiva III. No trecho “E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você” (l. 52-53), os dois pontos após “sim” poderia ser substituídospor vírgula, desde que a palavra ficasse também com v´rigula antes: “E, sim, sempre vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando você”. Correta a assertiva IV. _____________________________________________ 09. Considere as seguintes afirmações sobre substantivos do texto. I - O vocábulo google (l. 06) está empregado como substantivo comum. II - O prefixo ex (l. 46) está empregado como vocábulo substantivado. III - O vocábulo Scraps (l. 73), por ser estrangeiro, apesar de estar flexionado em número, não estabelece concordância de gênero. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas III. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre classes gramaticais e suas flexões. No trecho “Dê um google no nome de alguém...” (l. 05-06), o vocábulo “google” está sendo empregado precedido de pronome indefinido “um”, equivalendo a “pesquisa”, “olhada”. Portanto está emrpegado como substantivo comum, diferentemente do nome Google, que designa a página na Internet. Correta a assertiva I. O prefixo “ex”, no trecho “Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como uma discussão com um ex” (l. 45-46), foi empregado como substantivo, já que veio precedido por “um”. Correta a assertiva II. No trecho “Scraps públicos no Orkut já são parte de um passado remoto...” (l. 73-74), o vocábulo “Scraps” está sendo empregado como substantivo masculino plural, porque está qualificado pelo adjetivo “públicos”. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 10. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere ao emprego de nexos do texto. (__) A substituição de Se por Caso, em Se você não está no Facebook e encontra aquele amor antigo da escola ali (l. 19-20) exige que os verbos dessas orações subordinadas sejam flexionados no modo subjuntivo. (__) No trecho E agora que ela faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma década (l. 40-42), a conjunção E poderia ser substituída pela conjunção Mas, sem prejuízo do sentido original. (__) A substituição de já que por por, em já que elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento (l. 49-50) exigiria que o verbo mostrar fosse flexionado no infinitivo. (__) para, em para protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade (l. 84--85) poderia ser substituído por a fim de, sem prejuízo do sentido original. A sequência que preenche corretamente os parênteses, de cima para baixo, é (A) V – V – F – V. (B) F – F – V – F. (C) V – F – F – V. (D) V – F – V – V. (E) V – F – V – F. Questão sobre conjunções. No trecho “Se você não está no Facebook e encontra aquele amor antigo da escola ali (l. 19-20), a conjunção “Se” pode ser substituída por “Caso”, pois ambas são sinônimas, mas a forma verbal “está” deverá sofrer ajuste para “esteja”: “Caso você não esteja no Facebook e encontra aquele amor antigo da escola ali”. Verdadeira a primeira afirmação. No trecho “E agora que ela faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma década” (l. 40-42), a conjunção “E” tem valor aditivo, não podendo ser substituída por “Mas”, que indicaria oposição. Falsa a segunda afirmação. No trecho “... já que elas mostram num mapa onde os usuários estão a cada momento” (l. 49-50), a locução conjuntiva “já que” poderia ser substituída por “por”, desde que a forma verbal “mostram”, que está no presente do indicativo, na 3ª pessoa do plural, fosse alterada para a forma do seu infinitivo pessoa: “mostrarem”. A redação ficaria assim: “por elas mostrarem num mapa onde os usuários estão a cada momento...”. Verdadeira a terceira afirmação. No segmento “para protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade” (l. 84--85), a conjunção subordinativa final “para” poderia ser substituída por “a fim de”, porque são sinônimas: “a fim de protestar contra aquela mudança na configuração de privacidade”. Verdadeira a quarta afirmação. _____________________________________________ 11. Considere as seguintes propostas de substituição de segmentos do texto envolvendo emprego de pronomes. I - interessa para ele (l. 17) – interessa-o II - vão complicar você (l. 44) – vão lhe complicar III - bisbilhotando você (l. 53 ) – bisbilhotando-o Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 38 Quais são contextualmente adequadas e estão corretas do ponto de vista da norma gramatical? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre regência e colocação pronominal. No trecho “interessa para ele” (l. 17), “para ele” funciona como objeto indireto, podendo ser substituído por “lhe”: “interessa-lhe”. Errada a assertiva I. No caso de “vão complicar você” (l. 44), o verbo “complicar” é transitivo direto (quem complica complica algo ou alguém). Portanto o pronome só pode ser “o”: “vão complicá-lo”. Errada a assertiva II. No segmento “bisbilhotando você” (l. 53), o verbo “bisbilhotar” é transitivo direto, exigindo o pronome “o”: “bisbilhotando-o”. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 12. Considere a classificação das orações a seguir, no que concerne à relação sintática estabelecida com suas respectivas orações principais no texto. I - se os novos colegas descobrirem isso (l. 33) – relação de condição II - Enquanto não chegam leis concretas (l. 81) – relação de temporalidade III - como nos comportamos em público (l. 92-93) – relação de consecução Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e II. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre valor semântico de conjunções. No trecho “se os novos colegas descobrirem isso” (l. 33), a conjunção “se” revela a ideia de condição. Correta a assertiva I. Quanto à oração “Enquanto não chegam as leis concretas” (l. 81), a conjunção “Enquanto” é subordinativa temporal. Sua ideia, portanto, revela temporalidade (no caso, simultaneidade). Correta a assertiva II. No trecho “Aprendemos a nos comportar na rede como nos comportamos em público” (l. 91-93), o nexo “como” traduz ideia de comparação, não consecução (=consequência). Errada a assertiva III. _____________________________________________ 13. Das alternativas de reescrita dos trechos a seguir apresentadas, assinale a que, se aplicada ao texto, caracterizaria erro, de acordo com a norma gramatical. (A) Esse meio bilhão de pessoas publicam (l. 02-03) / Esse meio bilhão de pessoas publica. (B) à tal hipertransparência (l.11) / a essa hipertransparência (C) não "esquece" nada (l. 40) / não "se esquece" de nada (D) a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta (l. 69-70) / a quantidade de dados que as pessoas deixam abertos (E) que forçasse os sites a apagarem informações pessoais (l. 79-80) / que forçassem os sites a apagar informações pessoais Questão sobre concordância verbal e nominal. No caso da opção A, estão corretas as formas “publicam” e “publica”: na primeira (presente originalmente no texto), preferiu-se a concordância com “pessoas”, com verbo no plural; na segunda, a concordância foi feita com “meio”, ficando o verbo no singular. Na letra B, o trecho “... rumo à tal hipertransparência” (l. 11) poderia ser reescrito “rumo a essa hipertransparência”, sem alterar o sentido da mensagem e mantendo-se a correção gramatical. Quanto à construção da opção C, o verbo “esquecer”, sem pronome, não exige preposição: “... não esquece nada”; se, porém, vier acompanhado de pronome, exigirá preposição: “... nãose esquece de nada”. Ambas as formas, portanto, estão corretas. No trecho “a quantidade de dados que as pessoas deixam aberta” (l. 69-70), o adjetivo “aberta” concordou com “quantidade” (núcleo), mas pode concordar com “dados” (complemento): “a quantidade de dados que as pessoas deixam abertos”. As duas formas são corretas e equivalentes na opção D.. Na alternativa E, o sujeito de “apagarem” é “sites”, portanto a forma verbal deve estar no plural. A sugestão de reescritura dessa alternativa está errada. _____________________________________________ Instrução: As questões de números 14 a 20 referem- se ao texto abaixo. 01. Nada como a iminência de uma catástrofe 02.ambiental em escala planetária para corrigir os maus 03.hábitos de uma comunidade. Sou do tempo em que 04.leite, refrigerante e cerveja eram vendidos em boas 05.garrafas de vidro, reutilizáveis. Para ir _____ feira ou 06.ao supermercado, as donas de casa utilizavam 07.sacolas de lona. O cafezinho era servido em xícaras 08.de louça. A água era bebida em copos de vidro. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 39 09.Pratos e talheres eram feitos de louça e aço inox. 10.Capa de chuva era confeccionada em gabardine. 11. Tudo isso ficou fora de moda da noite para o dia 12.com o advento das garrafas pet, das sacolas, dos 13.copos, talheres e até das capas de chuva de plástico 14.– tudo descartável. “Moderno” passou a ser usar uma 15.vez só o que quer que fosse, e jogar fora em seguida. 16.Até bens mais duráveis, como computadores, 17.eletrodomésticos e celulares, tornaram-se nos últimos 18.anos descartáveis. A obsolescência programada se 19.incorporou aos objetos do nosso cotidiano de forma 20.tão natural, que quase nem percebemos. 21. Felizmente, estamos nos dando conta de que 22.esse modo de vida absurdo, importado acriticamente 23.dos EUA e do Japão, cobra um alto preço da 24.natureza, exaurindo os recursos naturais do planeta e 25.transformando o mundo em que vivemos em um 26.grande lixão. O que até _____ pouco era considerado 27.“antigo” agora é moderníssimo. A CocaCola, por 28.exemplo, já oferece em supermercados e bares 29.garrafas pet reutilizáveis após reciclagem, com um 30.bom desconto no preço do refrigerante. 31.Supermercados estimulam o uso de sacolas de pano. 32.Empresas substituem copos descartáveis por 33.canecas de louça ou vidro e reduzem o consumo 34.interno de papel. Crescem, nos EUA e na Europa, 35.movimentos como os da Simplicidade Voluntária, da 36.Casa Pequena, do Consumo Consciente, e outros, 37.que propõem um novo estilo de vida, baseado na 38.frugalidade, na reciclagem e na sustentabilidade. 39.Moderninha, fashion mesmo, era minha avó. 40. Os praticantes desta nova filosofia de vida não 41.são new hippies. Também não pretendem acabar 42.com o capitalismo. Não se trata de um retorno 43.nostálgico a Woodstock ou de uma nova utopia 44.regressiva. Nada disso. São pessoas comuns, como 45.eu e você, que, um dia, perceberam que o consumo 46.desenfreado não entrega _____ felicidade prometida 47.pela publicidade. Gente que, com seu trabalho de 48.formiguinha, tenta evitar não apenas o aquecimento 49.global, mas a completa exaustão do planeta. 50. Felizmente, as novas gerações já estão mais 51.atentas _____ urgência de economizar recursos 52.naturais. Não me surpreenderia se, dentro de alguns 53.anos, comprar e descartar objetos compulsivamente, 54.como ainda fazemos, venha a ser algo tão malvisto 55.socialmente como é hoje o consumo de cigarro ou de 56.drogas. A diferença é que, quando se trata do meio 57.ambiente, as consequências de nossos atos atingem 58.a todos. Sem exceção. Adaptado de: GUARNIER FILHO, Irineu. Fashion era minha avó. ZERO HORA. 17 de janeiro, nº 16218. 14. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 05, 26, 46 e 51. (A) à – a – à – a (B) à – há – a – à (C) a – a – à – à (D) a – há – a – à (E) à – a – a – a Questão sobre crase e emprego do verbo “haver”. Na lacuna da linha 05, deve aparecer “à”, com sinal de crase, porque o verbo “ir” exige preposição, e a palavra “feira” é feminina. No trecho “O que até _____ pouco era considerado...” (l. 26), a lacuna deve ser preenchida pela forma verbal “há”, porque se trata de tempo decorrido, passado. Já na lacuna da linha 46 deve aparecer apenas o artigo “a”, porque se trata do objeto direto do verbo “entregar” (“entrega a felicidade” = o sentimento). Por fim, na lacuna da linha 51, deve aparecer “à”, com sinal de crase, porque o adjetivo “atentas” exige preposição “a” (quem está atento está atento “a” algo), e a palavra seguinte é feminina (“urgência”). _____________________________________________ 15. Tendo em vista a manutenção das ideias veiculadas pelo texto, assinale a alternativa que contém apenas substituições adequadas, respectivamente, para a iminência (l. 01), A obsolescência programada (l. 18), na frugalidade (l. 37-38) e a completa exaustão (l. 49). (A) a ameaça – A descartabilidade planejada – na simplicidade – o total esgotamento (B) a ameaça – A descartabilidade planejada – na perdulariedade – o completo empobrecimento (C) o medo – O consumo planejado – na perdulariedade – o completo empobrecimento (D) o medo – O consumo planejado – na simplicidade – o total esgotamento (E) a ameaça – O consumo planejado – na perdulariedade – o total esgotamento Questão sobre semântica. No trecho “Nada como a iminência de uma catástrofe ambiental em escala planetária para corrigir os maus hábitos de uma comunidade” (l. 01-03), a expressão “a iminência” pode ser substituída, mantendo-se o sentido original da mensagem, por “a ameaça”, ou “o perigo”. No caso, não há, nas opções “o perigo”. No caso de “A obsolescência programada” (l. 18), “obsolescência” significa o processo ou ato de se tornar obsoleto, isto é, inútil, descartável. No caso da substituição, a expressão “A descartabilidade planejada” é a mais adequada. A expressão “na frugalidade” (l. 37-38) (frugalidade significa simplicidade) pode ser substituída por “na simplicidade”. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 40 Por fim, “a completa exaustão” (l. 49) (exaustão significa ato ou efeito de esgotar-se; esgotamento) pode ser substituída por “o total esgotamento”. _____________________________________________ 16. Considere as seguintes afirmações. I - Os cuidados com o meio ambiente implicam o retorno a algumas práticas consideradas ultrapassadas. II - A preocupação ambiental é uma arma contra o capitalismo. III - A atenção às questões ambientais está em crescimento no mundo. IV - Hábitos irresponsáveis em relação ao meio ambiente são tão graves quanto o consumo de drogas. Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? (A) Apenas I. (B) Apenas I e II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas III e IV. (E) Apenas II, III e IV. Questão sobre interpretação de texto. Está correta a assertiva I, porque, no texto, defende- se o retorno a algumas práticas antigas, consideradas hoje ultrapassadas. Observe-se o incentivo à compra de refrigerante envasado em garrafas pet retornáveis, assim como a utilização de sacolas de pano em lugar das de plástico não reutilizáveis, bem como a substituição de copos plásticos por canecas de louça, entre outros exemplos. Não há registro, no texto, de que a preocupação ambiental seja uma arma contra o capitalismo. Errada a assertiva II. Como se pôde observar nos comentários em relação à assertiva I, cresce no mundo a atenção às questões ambientais.Correta a assertiva III. O autor registra que não se surpreenderia se, no futuro, hábitos irresponsáveis em relação ao meio ambiente forem considerados fatos tão graves quanto o consumo de drogas. Portanto não se pode afirmar que tais hábitos contra o meio ambiente sejam graves quanto o consumo de drogas, porque o texto não afirma isso. Errada a assertiva IV. _____________________________________________ 17. Tendo em vista a manutenção das ideias veiculadas pelo texto, assinale a alternativa que apresenta uma substituição adequada para a expressão Também não (l. 41). (A) Conquanto (B) Tampouco (C) Contudo, não (D) Não obstante, (E) Destarte, não Questão sobre semântica e domínio de conjunções. A expressão “Também não” (l. 41) é uma segunda negação, equivalente a “tampouco”. Portanto está correta a alternativa B. “Conquanto”, na opção A, é conjunção subordinativa concessiva, não indicando ideia de negação. “Contudo” e “Não obstante” são conjunções coordenativas adversativas, indicando oposição, não negação. “Destarte” é expressão que indica conclusão, sinônima de “portanto”. Não indica, dessa forma, negação. _____________________________________________ 18. Considere as seguintes afirmações sobre o emprego de estruturas contendo o vocábulo que. I - A expressão em que, na linha 03, poderia ser substituída por onde, sem se desviar da norma gramatical ou comprometer o sentido da frase. II - Na linha 37, que tem a função de sujeito. III - Na linha 45, que introduz um objeto oracional à sentença que o antecede. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Apenas II e III. Questão sobre funções do “que”. No trecho “Sou do tempo em que...” (l. 03), o pronome “que” não pode ser substituído por “onde”, porque o pronome relativo “onde” só pode ser empregado em relação a lugar, e a mensagem se refere a “tempo”. Errada a assertiva I. No trecho “...e outros, que propõem um novo estilo de vida..I. No trecho da linha 45 (“eu e você, que, um dia, perceberam...), o “que” foi empregado como objeto da oração anterior. Correta a assertiva III. 19. Considere as seguintes propostas de reescrita do período abaixo. Até bens mais duráveis, como computadores, eletrodomésticos e celulares, tornaram-se nos últimos anos descartáveis (l. 16-18). Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 41 I - Mesmo bens mais duráveis – computadores, eletrodomésticos, celulares etc. – tornaram-se, nos últimos anos, descartáveis. II - Inclusive nos últimos anos, bens mais duráveis, como computadores, eletrodomésticos e celulares, foram ficando descartáveis. III - Nos últimos anos, até mesmo bens como computadores, eletrodomésticos e celulares mais duráveis tornaram-se descartáveis. Quais conservam o sentido original veiculado pelo texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre reescritura de trecho. A assertiva I contém proposta quase idêntica à redação original, apenas se substituíram as vírgulas por travessões, pois são equivalentes os sinais de pontuação, já que se trata de isolamento. Conserva, portanto, o sentido original. A proposta apresentada na assertiva II não conserva o sentido original, porque o segmento “Inclusive nos últimos anos” foge da mensagem do texto. Na assertiva III, a expressão “até mesmo” indica ação diferente da mensagem original. Não conserva o sentido. _____________________________________________ 20. Assinale a alternativa em que se identifiquem, respectivamente, os processos de prefixação, sufixação e composição nas seguintes palavras extraídas do texto. (A) supermercado – Felizmente – desenfreado (B) obsolescência – catástrofe – eletrodomésticos (C) acriticamente – moderníssimo – eletrodomésticos (D) aquecimento – reciclagem – supermercado (E) economizar – ambiental – eletrodomésticos Questão sobre estrutura de formação de palavras. Na opção A, “supermercado” é palavra formada por prefixação; “Felizmente” é formado por sufixação; e “desenfreado” é formada por parassíntese, portanto não atende ao enunciado. Na alternativa B, “obsolescência” é formada por derivação sufixal; “catástrofe” é palavra primitiva; e “eletrodomésticos” é formada por composição (justaposição). Na opção C, “acriticamente” é formada por derivação prefixal e sufixal (prefixo “a-“ = negação; sufixo “- mente”, formador de advérbio); “moderníssimo” é formada por derivação sufixal, com acréscimo de sufixo “-íssimo”, formador de aumentativo sintético; “eletrodomésticos” é formada por composição (justaposição), como já se viu. Na alternativa D, “aquecimento” é formada por derivação sufixal, com acréscimo de sufixo “-mento”, formador de substantivo; “reciclagem” é formada por derivação parassintética, com a acréscimo simultâneo de prefixo “re-” e pelo sufixo “-gem”; e “supermercado”, como se viu, é palavra formada por prefixação. Na opção E, a forma verbal “economizar” é formada por sufixação, com o acréscimo do sufixo “-izar” (formador de verbos); “ambiental” é formada por derivação sufixal, com o acréscimo do sufixo “-al”, formador de adjetivos; “eletrodomésticos”, como já se viu, é formada por composição (justaposição). Observa-se que a banca da FAURGS indicou como correta a alternativa C, mas a palavra “acriticamente” não é formada apenas por prefixação, e sim também por sufixação, o que invalida a indicação do gabarito da banca. Questão recorrível. Instrução: As questões de números 21 a 28 referem- se ao texto abaixo. 01. Poucos nomes na história da ciência são tão 02.celebrados quanto Darwin. O que Galileu, Newton e 03.Einstein representam para a física, Dalton e Lavoisier 04.para a química, Darwin representa para a biologia. 05.Antes dele, não havia explicações plausíveis para a 06.incrível diversidade da vida que vemos na natureza, 07.de micróbios unicelulares, plantas e peixes aos 08.insetos, aves e mamíferos. No mundo ocidental, a 09.explicação aceita era bíblica: Deus criou a vegetação 10.no terceiro dia, os peixes e as aves no quinto, e os 11.animais terrestres e o homem no sexto. Mesmo que 12.fósseis de animais estranhos (leia-se dinossauros e 13.mamíferos terrestres agigantados) fossem 14.conhecidos, o argumento para a sua ausência 15.invocava o Dilúvio e a Arca de Noé. Pelo jeito, os 16.monstros não foram bem recebidos no grande barco. 18.Talvez alguns teólogos oferecessem razões mais 19.sofisticadas, mas essa era a opinião de muitos. 20. De todas as suas características, ....... que 21.Darwin mais celebrava eram a meticulosidade e a 22.capacidade de perceber detalhes quando outros não 23........ viam. Quando jovem, atravessou o mundo no 24.navio Beagle, colhendo espécies diversas da flora, 25.observando o comportamento da fauna local, 26.colecionando fatos e anotações. Ficou muito 27.impressionado com a beleza do Brasil. 28. Sua curiosidade pela riqueza com que a vida se 29.manifestava à sua volta e a paixão pelo 30.conhecimento davam-....... a infinita paciência 31._______ para observar as menores variações dentre Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 42 32.espécies de acordo com o ambiente e o clima, a 33.importância da geologia na determinação das 34.espécies de uma região, a complexa relação entre a 35.flora e a fauna. 36. Profundamente influenciado pelo geólogo 37.Charles Lyell, que considerava seu mentor, Darwin 38.aos poucos percebeu que tal riqueza nas espécies só 39.poderia ser possívelse pequenas variações 40.ocorressem ao longo de enormes intervalos de 41.tempo. A filosofia de Lyell pregava que as rochas 42.suas propriedades as várias transformações que 43.sofreram ao longo dos milênios. Os mesmos 44.processos que sofreram no passado continuam ativos 45.no presente. A partir de suas meticulosas 46.observações, Darwin concluiu que algo semelhante 47.ocorria com os seres vivos; eles também sofriam 48.pequenas modificações ao longo do tempo. 49. As que facilitavam a sua sobrevivência seriam 50.passadas de prole em prole mais eficientemente, 51.enquanto que aquelas que dificultavam a 52.sobrevivência dos animais seriam aos poucos 53._______. Com isso, após muitas gerações, a espécie 54.como um todo se alteraria, tornando-se gradualmente 55.______ de seus ancestrais. A funcionalidade dos 56.bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a 57.adaptabilidade de acordo com o ambiente. 58. Esse processo de seleção natural forneceu, 59.pela primeira vez na história, um mecanismo racional 60.capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua 61.ligação com o passado. O legado de Darwin é, antes 62.de mais nada, uma celebração da liberdade que nos é 63.acessível quando nos dispomos a refletir sobre o 64.mundo em que vivemos. Adaptado de: GLEISER, M. Celebrando (o estudo d)a vida. Folha de São Paulo. 17 de janeiro de 2009. 21. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas indicadas por linhas pontilhadas das linhas 20, 23 e 30. (A) a – os – no (B) a – o – lhe (C) as – as – lhe (D) a – o – no (E) as – os – lhe Questão sobre emprego de pronomes. Na lacuna da linha 20, deve aparecer apenas o artigo “a”, que faz parte de um pronome demonstrativo “a que”, equivalente a “aquela que”. Na lacuna da linha 23, deve aparecer o pronome oblíquo “o”, porque o verbo “ver” é transitivo direto, portanto “o” funciona como objeto direto. Na lacuna da linha 30, deve aparecer o pronome oblíquo “lhe”, porque se trata de objeto indireto do verbo “dar” (quem dá dá alguma coisa “a” alguém, portanto “davam-lhe”. 22. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas indicadas por traços contínuos das linhas 31, 53 e 55. (A) necessário – eliminados – distinta (B) necessária – eliminadas – distinta (C) necessário – eliminadas – distinto (D) necessária – eliminados – distinta (E) necessário – eliminados – distinto Questão sobre concordância nominal. A lacuna da linha 31 deve receber “necessária”, no feminino singular, para concordar com “a infinita paciência” (l. 30. Na lacuna da linha 53, deve ser registrado o adjetivo “eliminadas”, no feminino plural, para concordar com “aquelas que...”. Na lacuna da linha 55, deve ser registrada a palavra “distinta”, adjetivo feminino singular, porque concorda com “a espécie” (l. 52). _____________________________________________ 23. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I - Pelo que se depreende da afirmação Antes dele, não havia explicações plausíveis para a incrível diversidade da vida que vemos na natureza (l. 05-06), não é plausível a explicação bíblica para a criação. II - A frase Pelo jeito, os monstros não foram bem recebidos no grande barco (l. 15-16) expressa uma visão irônica da explicação bíblica. III - Depreende-se do texto que alguns teólogos forneciam explicações racionais sobre a multiplicidade das espécies. IV - A importância de Darwin não está somente no desenvolvimento da teoria da seleção natural, mas na proposição de uma abordagem científica da natureza. Quais estão corretas? (A) Apenas I e III (B) Apenas II e III. (C) Apenas II e IV. (D) Apenas III e IV. (E) Apenas I, II e IV. Questão sobre interpretação de texto . Pela afirmação “Antes dele, não havia explicações plausíveis para a incrível diversidade da vida que vemos na natureza” (l. 05-06), é possível inferir que qualquer outra teoria sobre a diversidade da vida, o que inclui a explicação bíblica para a criação. Correta a assertiva I. Correta a assertiva II, pois claramente há ironia na construção “Pelo jeito, os monstros não foram bem Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 43 recebidos no grande barco” (l. 15-16). Não há, no texto, possibilidade de inferir-se que alguns teólogos forneciam explicações racionais sobre a multiplicidade das espécies. Errada a assertiva III. Segundo o texto, além do desenvolvimento da teoria da seleção natural, Darwin ainda é importante pela abordagem científica que criou sobre a natureza (linhas 58 a 64). Correta a assertiva IV. _____________________________________________ 24. Considere a estrutura sintática do período seguinte: Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle, colhendo espécies diversas da flora, observando o comportamento da fauna local, colecionando fatos e anotações (l. 23-26) A respeito desse período, assinale a alternativa INCORRETA. (A) A oração principal é atravessou o mundo no navio Beagle. (B) A sequência Quando jovem pode ser interpretada como uma oração subordinada adverbial proporcional, em que o verbo era está elíptico. (C) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando fatos e anotações estabelecem com a principal uma relação de subordinação explicitada pelo emprego do gerúndio. (D) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando fatos e anotações estabelecem entre si uma relação de coordenação em que está ausente a conjunção. (E) As orações colhendo espécies diversas da flora / observando o comportamento da fauna local / colecionando fatos e anotações classificam-se como subordinadas adverbiais, nas quais se observa uma relação de simultaneidade de eventos. Questão sobre classificação de orações. No período “Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle...” (l. 23-24), o segmento “Quando jovem”, em que o verbo (“era”) está elíptico, é subordinada adverbial temporal, porque indica a temporalidade da ação, não havendo nela ideia de proporção. Está incorreta, portanto, a classificação presente na opção B. As demais alternativas estão corretas. _____________________________________________ 25. Assinale a alternativa correta sobre flexão e emprego de formas verbais no texto. (A) A substituição de havia (l. 05) por existia manteria a frase correta. (B) A forma aceita (l. 09) é incorreta e deveria ser substituída por aceite. (C) A forma leia-se (l. 12) poderia ser substituída por tratam-se de, sem prejuízo à correção da frase. (D) No penúltimo parágrafo, as formas seriam (l. 49), seriam (l. 52) e alteraria (l. 54) poderiam ser substituídas por eram, eram e alterava, respectivamente, sem prejuízo à correção das frases em que se encontram. (E) Caso o verbo é (l. 62) fosse substituído por será, a forma dispomos, no mesmo período, teria de ser substituída por dispormos. Questão sobre concordância verbal e tempos e modos verbais. No trecho “...não havia explicações plausíveis...” (l. 05), a forma verbal “havia” está empregada como impessoal, podendo ser substituída por “existem”, no plural, porque, na substituição, “explicações plausíveis” passa a ser sujeito. Errada a alternativa A. Errada a opção B, porque está correta a forma verbal “aceita” (l. 09), pois o verbo está conjugado no presente do indicativo, não no subjuntivo. Na opção C, a forma verbal “leia-se” não pode ser substituída por “tratam-se de”, mas por “trata-se de”, no singular, porque esta forma verbal exige objeto indireto e, por isso, não pode ser flexionada para o plural. Erradaa alternativa C. Quanto à alternativa D, as formas verbais “seriam” (l. 49), “seriam” (l. 52) e “alteraria” (l. 54) estão empregadas no futuro do pretérito, indicando ação hipotética, provável, mas podem ser substituídas respectivamente pelas formas verbais “eram”, “eram” e “alterava”, conjugadas no pretérito imperfeito do indicativo, mantendo-se a ideia original, porque indicam ações conhecidas na teoria. Correta a alternativa D. Errada a opção E, porque a troca de “é” (l. 62) por “será” levará a forma verbal “dispomos”, que está no presente do indicativo, para “dispusermos”, no futuro do subjuntivo. _____________________________________________ 26. Considere as seguintes afirmações sobre o emprego da crase no texto. I - Caso substituíssemos o verbo invocava (l. 15) por recorria, seriam criadas, no contexto da oração, as condições para o uso da crase. II - Na sequência manifestava à sua volta (l. 29) a crase é obrigatória. III - Caso substituíssemos o verbo refletir (l. 63) pelo substantivo reflexão, seriam criadas, no contexto da oração, condições para uso de crase. Quais estão corretas? (A) Apenas I. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 44 (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre crase. No trecho “...o argumento para a sua ausência invocava o Dilúvio e a Arca de Noé...” (l. 14-15), a substituição de “invocava” por “recorria” produzirá “ao” antes de “Dilúvio” e “à” antes de “Arca de Noé”. Correta a assertiva I. Na sequência “manifestava à sua volta” (l. 29) a crase está registrada no singular antes de pronome possessivo também no singular, caso em que há opção de crase, não obrigatoriedade. Errada a assertiva II. A substituição de “refletir”, no trecho “quando nos dispomos a refletir sobre o mundo em que vivemos” (l. 63-64), por “reflexão” produzirá condições para a crase: “quando nos dispomos à reflexão sobre o mundo em que vivemos”. Quem se dispõe dispõe a algo, e a palavra “reflexão” é feminina. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 27. Assinale, dentre os substantivos abaixo, aquele que funciona como núcleo do sujeito do período em que se encontra. (A) funcionalidade (l. 55) (B) adaptabilidade (l. 57) (C) seleção (l. 58) (D) mecanismo (l. 59) (E) celebração (l. 62) Questão sobre funções sintáticas (sujeito). No trecho “A funcionalidade dos bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade de acordo com o ambiente” (l. 55-57), a palavra “funcionalidade” é núcleo do sujeito “A funcionalidade dos bicos de certos pássaros”. Correta a opção A. No segmento “A funcionalidade dos bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade de acordo com o ambiente” (l. 55-57), a palavra “adaptabilidade” é núcleo do objeto direto da forma verbal “ilustra”. Errada a opção B. No trecho “Esse processo de seleção natural forneceu, pela primeira vez na história, um mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado” (l. 58-61), o termo “seleção” é núcleo o complemento nominal de “processo”. O núcleo do sujeito “Esse processo de seleção natural” é “processo”. Errada a opção C. Quanto ao segmento “Esse processo de seleção natural forneceu, pela primeira vez na história, um mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado” (l. 58-61), a palavra “mecanismo” é núcleo do objeto direto “um mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua ligação com o passado”. O verbo que exige esse objeto direto é “forneceu”. Errada a opção D. No trecho “O legado de Darwin é, antes de mais nada, uma celebração da liberdade que nos é acessível quando nos dispomos a refletir sobre o mundo em que vivemos” (l. 61-64), a expressão “celebração” é complemento do verbo de ligação, na forma “é”. Errada a alternativa E. _____________________________________________ 28. Considere as alternativas de reescrita do período abaixo. Talvez alguns teólogos oferecessem razões mais sofisticadas, mas essa era a opinião de muitos (l. 18-19) I - Essa era a opinião de muitos, não obstante razões mais sofisticadas tivessem sido oferecidas por alguns teólogos. II - Se bem que essa fosse a opinião de muitos, alguns teólogos ofereceram razões mais sofisticadas. III - Ainda que alguns teólogos possam ter oferecido razões mais sofisticadas, a opinião de muitos, no entanto, era essa. Quais propostas conservam o sentido original veiculado pelo texto? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) I, II e III. Questão sobre reescritura de trecho. Na assertiva I, a inversão das ideias gerou alteração de mensagem, portanto não conserva o sentido original. A locução conjuntiva “Se bem que” é condicional, enquanto “mas” gera ideia de oposição. Portanto a reescritura da assertiva II não conserva o sentido original. A reescritura apresentada na assertiva III conserva o sentido original da mensagem. GABARITO 01B 02C 03C 04B 05E 06D 07D 08E 09C 10D 11C 12C 13E 14B 15A 16C 17B 18E 19A 20* 21E 22B 23E 24B 25D 26D 27A 28C *Questão recorrível. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 45 Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul – SEFAZ-RS – Agente Fiscal do Tesouro do Estado – 2008 – Nível Superior Instrução: as questões 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. 01. Aeroporto para alienígenas, sinalização de chifre 02.de boi, multa para motorista morto no trânsito... O que 03.explica o fato de nossos legisladores perderem tempo 04.com leis desse nível? 05. Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país 06.que vem ......... mente são os Estados Unidos, onde 07.já se legislou a respeito da proibição de pesca 08.montado numa girafa (!) ou de ser preso num 09.domingo ou feriado de 4 de julho – curiosamente, 10.ninguém determinou que nessas datas os delitos não 11.são muito diferentes. 12. O texto do “novo” Código de Trânsito (de 1998) 13.precisou ser alterado de última hora porque um de 14.seus artigos, o que estipulava multas aos 15.motoristas envolvidos em acidentes de trânsito que se 16.recusassem a realizar exame de teor alcoólico, punia 17.inclusive os mortos. Em Barra do Graças, Mato 18.Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado 19.Wilmar Peres de Farias (PPS) chegou a propor ......... 20.construção de um aeroporto para discos voadores na 21.cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem 22.partido), quando vereador de Quixeramobim, Ceará, 23.exigindo que caudas de animais fossem pintadas de 24.amarelo fluorescente a fim de evitar atropelamentos? 25.Melhor que isso só um colega de Câmara que 26.apresentou uma emenda determinando também a 27.“sinalização” em chifres, cascos e orelhas. Isso sem 28.mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam 29.nomes de ruas, escolas, aeroportos etc., ou estipulam 30.datas comemorativas como o Dia do Vaqueiro, o Dia 31.da Oração, o Dia do Karatê. 32. A pergunta que fica é: será que os legisladores 33.não têm mais o que fazer? ISTOÉ online ouviu 34.cientistas políticos em busca destas respostas. Foram 35.levantadas pelo menos três razões. 36. Uma primeira resposta possível aos projetos de 37.lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de 38.contas do político com seu eleitorado, “O voto no 39.Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um 40.deputado certamente estabeleceu vínculos com 41.eleitores de determinadaregião, determinado grupo 42.econômico, determinada profissão. E tem que retribuir 43.o apoio. É a regra do jogo”, afirma o cientista político 44.Carlos Ranulfo, professor da UFMG. 45. Outro ponto a ser analisado é a cultura do 46.“mostrar serviço” que se instalou no País. A opinião 47.pública, motivada pela imprensa, de que legislador 48.que não apresenta projeto é incompetente. O 49.consultor político Murilo Aragão alerta que tal análise 50.é superficial: “Tancredo Neves foi um dos 51.parlamentares mais influentes da história da política 52.brasileira e raramente fazia discurso, quase nunca 53.apresentava projeto de lei”. 54. David Fleischer, professor da Universidade de 55.Brasília, acrescenta mais um ingrediente ......... 56.receita que resulta em propostas estapafúrdias: a falta 57.de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos 58.legisladores quanto por parte dos eleitores. ”Em 59.princípio, as Comissões de Constituições e Justiça do 60.Senado e da Câmara têm assessores em direito 61.constitucional que podem flagrar e barrar as ideias 62.que fogem ......... Constituição. Já nas Assembleias 63.Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil 64.ter esse serviço, principalmente em municípios 65.pequenos”, explica. 66. Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. 67.Afinal, não dá pra acreditar em prefeito que promete 68.aumentar o salário mínimo. É engraçado como os 69.eleitores desqualificam os representantes e 70.esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali 71.porque votamos nele. Adaptado de: Boscoll, Cláudia Zucare. Cuidado, isso pode virar lei. Isto é, 05/07/2006.http://www.istoe.com.br 01. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas das linhas 06, 19, 55 e 62, respectivamente. (A) à - à - a – à (B) a - à – à – a (C) à - a - a – à (D) à - a - à – à (E) a - a - à – à Questão sobre crase. Na lacuna da linha 6, o verbo “vir”, em “vem”, exige preposição; a palavra “mente” é substantivo feminino, o que enseja o sinal de crase: “... o primeiro país que vem à mente ...”. Na lacuna da linha 19 , deve ser colocado apenas artigo “a”, pois o verbo “propor”, no caso, está sendo empregado como transitivo direto (quem propõe propõe alguma coisa), logo ficará “... chegou a propor a construção ...”. Na lacuna da linha 55, deve haver crase, porque quem acrescenta acrescenta alguma coisa a outra: “... acrescenta mais um ingrediente à receita...”. http://www.istoe.com.br/ Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 46 Na lacuna da linha 62, deve ser registrada crase no “a”, pois “fugir”, empregado como “escapar”, “afastar- se”, exige a preposição “a”; a palavra seguinte é feminina (“Constituição”), portanto deve ficar “... ideias que fogem à Constituição”. 02. Abaixo são feitas algumas afirmações acerca de ideias veiculadas pelo texto. I. No Brasil, como nos Estados Unidos, legisla-se sobre temas absurdos. II. Os legisladores ocupam-se de matérias supérfluas unicamente porque não têm mais o que fazer. III. O compromisso com o eleitor leva o legislador a propor projetos que beneficiam grupos específicos. Quais são verdadeiras? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) Apenas I, II e III. Questão sobre interpretação de texto. Pelo trecho “Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país que vem ......... mente são os Estados Unidos, onde já se legislou a respeito da proibição de pesca montado numa girafa (!) ou de ser preso num domingo ou feriado de 4 de julho – curiosamente, ninguém determinou que nessas datas os delitos não são muito diferentes”(l 05-11), compreende-se que tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos legisla-se sobre temas absurdos. Correta a afirmação I. Errada a assertiva II, pois, no texto, vê-se que os legisladores se ocupam de matérias supérfluas ou por estabelecerem vínculos e compromissos com seus eleitores, ou por mostrarem serviço (l. 36-44 e 45-46). Correta a assertiva III, porque, no trecho compreendido entre as linhas 36 e 44, observa-se que o texto aborda o compromisso pelo legislador com grupos específicos de seu eleitorado. 03. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou F (falso), no que se refere ao significado de vocábulos e expressões no texto. (__) A expressão os delitos (l. 10) poderia ser substituída, sem prejuízo do significado, por as infrações, garantindo o mesmo sentido no texto, desde que observados os ajustes de concordância (__) A palavra incontáveis (l. 28) tem o sentido de inúmeros. (__) A palavra superficial (l. 50) poderia ser substituída por contraditória, sem prejuízo de significado da frase. (__) A palavra estapafúrdias (l. 56) tem o sentido de esdrúxulas. (A) V - V - F – V (B) V - F - V – V (C) F - F - V – V (D) F - V - F – V (E) V - F - F – F Questão sobre semântica . A primeira afirmação é verdadeira, pois o substantivo “delitos” pode substituído, sem prejuízo do significado, por “infrações”, observados os ajustes de concordância. “Incontáveis” tem igual sentido de “inúmeros”, portanto é verdadeira a segunda afirmação. “Superficial” significa “pouco profundo”, “que não atinge a base”; “contraditória” significa “contrária”, “oposta”. As duas palavras têm sentidos diferentes e, portanto, não podem equivaler-se. Falsa a terceira afirmação. As palavras “estapafúrdias” (que significa “excêntricas, bizarras, singulares”) tem o sentido de “esdrúxulas” (que significa “fora dos padrões”, “esquisitas”, “excêntricas”. Verdadeira a quarta afirmação. _____________________________________________ 04. Assinale a alternativa na qual os vocábulos, todos retirados do texto, são acentuados graficamente pela mesma razão. (A) nível - última - Código (B) é - País - Ceará (C) ninguém - têm - três (D) alcoólico - políticos - possível (E) história – estapafúrdias - princípio Questão sobre acentuação gráfica. Na alternativa (A), “nível” é acentuada por ser paroxítona terminada em ditongo crescente; ”última” e “Código” são acentuadas por serem proparoxítonas. Na alternativa (B), “é” é acentuada por ser monossílaba tônica; “País” é acentuada por apresentar “i” tônico, precedido de vogal e formas sílaba com “s”; “Ceará” é acentuada por ser oxítona terminada em “a”. Na alternativa (C), “ninguém” é acentuada por ser oxítona terminada em “em” com mais de uma sílaba; “têm” leva acento diferencial em razão de o sujeito estar na 3.ª pessoa do plural; “três” é acentuada por ser monossílaba tônica. Na opção (D), “alcoólico” e “políticos” são acentuadas por serem proparoxítonas; “possível” é acentuada por Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 47 ser paroxítona terminada em “l”. Na alternativa (E), “história”, estapafúrdias” e “princípio” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente. 05. Se a expressão um deputado (l. 39-42) fosse substituída por deputados, quantos outros vocábulos da frase (l. 39-43) também deveriam obrigatoriamente ser pluralizados? (A) Um. (B) Dois. (C) Três. (D) Quatro. (E) Cinco. Questão sobre concordância verbal e nominal. Se a expressão um deputado (l. 28) fosse substituída por deputados, dois outros vocábulos da frase (l. 39- 42) também deveriam obrigatoriamente ser pluralizados. Observem-se as alterações: “Para conseguirem se eleger, deputados certamente estabeleceram vínculos com eleitores de determinada região, determinado grupo econômico, determinada profissão.” Consideram-se apenas as palavras que sofrem ajuste de concordância dentro dafrase em que ocorre a expressão modificada. 06. O vocábulo Já (l. 62), no trecho que se inicia por Já nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores... (l. 62-65), com eventuais ajustes de pontuação e de emprego de maiúsculas e minúsculas, poderia ser substituído, no texto, sem prejuízo da ideia, por (A) por isso. (B) enquanto. (C) à medida que. (D) mesmo assim. (E) quando. Questão sobre conjunções. Na construção “Já nas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil ter esse serviço, principalmente em municípios pequenos”, explica”, a substituição de “já” só pode ser feita por “enquanto”, pois se está indicando ideia de algo que ocorre ao mesmo tempo em que ocorre outra ação, anteriormente citada, portanto simultaneidade. A conjunção “por isso” é explicativa; a conjunção “à medida que” indica proporção; “mesmo assim” indica ideia de oposição; e “quando” é temporal de indicação universal, não traduzindo ideia de simultaneidade. 07. Abaixo são apresentadas redações alternativas para o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos neles (l. 70-71). Assinale a alternativa que substituiria adequadamente este trecho, respeitadas a ideia por ele veiculada e sua correção gramatical. (A) esquecem-se que todos eles, excepcionalmente, estão ali porque votamos neles. (B) esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles. (C) esquecem-se de que todos eles, em grande parte, estão ali porque votamos neles. (D) esquecem de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles. (E) esquecem-se de que todos eles, inquestionavelmente, estão ali porque votamos neles. Questão sobre reescritura de trecho. A construção “esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali porque votamos neles” encontra equivalência de estrutura e correção gramatical na frase reproduzida na alternativa (B): “esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque votamos neles”. Na alternativa (A), o erros estão em “esquecem-se que...”, quando deveria ser “esquecem-se de que...”, porque quem se esquece se esquece de algo”, e no emprego de “excepcionalmente”, que não tem igual sentido que “sem exceção”. Na assertiva (C), o erro está no emprego do adjunto adverbial “em grande parte”, que não tem igual sentido que “sem exceção”. Na alternativa (D), o adjunto “na sua totalidade” não tem igual sentido que “sem exceção”. Na opção (E), o advérbio “inquestionavelmente” não significa “sem exceção”, mas o que não pode ser questionado. _____________________________________________ 08. As afirmações que seguem dizendo respeito à pontuação do texto. I. As reticências utilizadas pelo autor, na linha 02, em Aeroporto para alienígena, sinalização de chifres de boi, multa para motorista morto no trânsito..., expressam hesitação. II. Se retirarmos a expressão motivada pela imprensa (l. 33), uma das vírgulas poderá ser mantida. III. Na linha 34, se isolarmos por vírgula a oração que não apresenta projeto (l. 34), seu sentido passará de restritivo a explicativo. Quais estão corretas? Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 48 (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre pontuação. A presença de reticências na construção “Aeroporto para alienígenas, sinalização de chifre de boi, multa para motorista morto no trânsito...” (l. 01-02) indica outras situações de igual natureza que as citadas pelo autor, não hesitação. Errada a assertiva I. Se for retirada a expressão “motivada pela imprensa” (l. 47) da construção “A opinião pública, motivada pela imprensa, de que legislador que não apresenta projeto é incompetente”, as duas vírgulas devem ser suprimidas, porque a estão isolando. Errada a assertiva II. A oração “que não apresenta projeto” é subordinada adjetiva restritiva, porque está sem vírgulas; se for registrada entre vírgulas, a oração passará a ser subordinada adjetiva explicativa. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 09. Assinale a alternativa em que a associação entre os vocábulos e expressões do texto e os elementos a que eles se referem esta INCORRETA. (A) onde (l. 06) - Estados Unidos (l. 06) (B) o que (l. 14) - um de seus artigos (l. 13-14) (C) seu (l. 38) - (d) o político (l. 38) (D) se (l. 46) - cultura do “mostrar serviço” (l. 45-46) (E) eles (l. 70) os eleitores (l. 68-69) Questão sobre pronomes. Correta a alternativa (A), pois, do trecho “são os Estados Unidos (l. 06-07), observa-se que o pronome relativo “onde” se refere a “Estados Unidos”. Na construção “um de seus artigos, o que estipulava multas aos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito...” (l. 13-15), a expressão “o que” faz referência ao segmento “um de seus artigos”. Correta a assertiva (B). Quanto à alternativa (C), está correta a associação entre o pronome possessivo “seu” e “(d)o político”, conforme se pode ver na construção das linhas 37- 38: “é o acerto de contas do político com seu eleitorado”. Correta a alternativa (D), pois “se” está se referindo a “cultura do mostrar serviço”: “Outro ponto a ser analisado é a cultura do “mostrar serviço” que se instalou no País” (l. 45-46). Errada a alternativa (E), pois “eles”, na l. 70, está retomando “representantes” (l. 69), não “eleitores” (l. 69). _____________________________________________ 10. A seguir são apresentadas palavras extraídas do texto acompanhadas de processos de formação. Assinale a alternativa em que os processos indicados estão presentes nos respectivos vocábulos. (A) curiosamente - palavra sufixada; ingrediente - palavra prefixada (B) ex-prefeito - palavra prefixada; fluorescente - palavra composta; (C) ex-governador - palavra composta; estipulam - palavra prefixada; (D) incontáveis - palavra prefixada; personalizado - palavra sufixada; (E) projeto - palavra prefixada; aeroporto - palavra composta Questão sobre estrutura e formação de palavras. Na alternativa (A), a palavra “ingrediente” não apresenta prefixo. Na letra (B), “fluorescente” é palavra derivada, não composta. Na opção (C), não há prefixo em “estipulam”. As identificações de processos de formação de palavras presentes na alternativa (D) estão corretas. Na alternativa (E), “projeto”não apresenta prefixo. _____________________________________________ Instruções: as questões de 11 a 20 referem-se ao texto abaixo. 01. “Contra Alfred Dreyfus nenhuma acusação 02.subsiste”. Com essa declaração, a Corte francesa 03.encerrou, em 12 de julho de 1906, um dos mais 04.rumorosos casos judiciais da historia moderna. “O 05.affaire Dreyfus”, como ficou conhecido, transformou- 06.se num divisor de água, numa crise de consciência de 07.grandes proporções. 08. Em 1894, o capitão da artilharia Alfred Dreyfus foi 09.acusado de passar segredos militares franceses à 10.Embaixada alemã em Paris. Dreyfus era judeu, e a 11.denúncia logo gerou ruidosas manifestações 12.antissemitas. Intimidado por elas, o alto comando 13.militar francês levou o capitão à corte marcial. As 14.evidências eram contraditórias, para dizer o mínimo, 15.mas mesmo assim o tribunal acabou condenando 16.Dreyfus por alta traição. O militar foi deportado para a 17.Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, um lugar que, 18.pelas terríveis condições, fazia jus ao sinistro nome, e 19.lá ficou por quase cinco anos. 20. Nesse meio tempo, assume o novo chefe da 21.contraespionagem, o tenente-coronel George 22.Picquard, que prosseguiu a investigação e descobriu 23.o verdadeiro espião, o major Ferdinand Esterhazy. Os 24.superiores de Picquard disseramque não maculariam 25.ainda mais a imagem do Exército com um novo 26.julgamento. Picquard protestou e foi, por sua vez, 27.preso. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 49 28. A condenação de Dreyfus desencadeou uma onda 29.de protestos que culminaram na famosa carta aberta 30.do escritor Émile Zola ao presidente Félix Faure, 31.publicada em 13/01/1898 no jornal “L’Aurore”, ............ 32.que o jornalista e político Georges Clemenceau deu o 33.título .......... qual até hoje é conhecida: “J’Accuse”, eu 34.acuso. Em setembro de 1899, o presidente da França 35.ofereceu a Dreyfus o perdão judicial, que ele recusou. 36.Finalmente veio a reabilitação e a indenização moral 37.sob a forma da Legião de Honra. 38. Poucos eventos tiveram tamanha repercussão 39.quanto o caso de Dreyfus. De um lado ficou ............ a 40.força do antissemitismo, mesmo num país culto e 41.refinado como a França, berço de uma revolução que 42.supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a 43.fraternidade. De outra parte, diante dessa maré de 44.intolerância, a esquerda e os liberais se deram 45.conta............. não poderiam ficar calados e inermes. 46.Alguém precisava funcionar como intérprete da 47.realidade sociopolítica e cultural, como voz da 48.consciência. 49. Surgiu assim o intelectual. A palavra, 50.aparentemente, não existia antes do caso Dreyfus. 51.Sua criação é atribuída ora a Clemenceau ora ao 52.direitista Mauricie Barrés, que a usou para referir-se 53.ironicamente aos signatários de um manifesto 54.lançados em defesa de Dreyfus. Adaptado de: SCLIAR, M.A consciência de uma nação. Folha de São Paulo. Mais! 25 de junho de 2006 11. Assinale a alternativa que preenche corretamente e respectivamente as lacunas do texto, na sequência em que elas aparecem (linha 31, 33, 39 e 45). (A) a – pelo – claro – de que. (B) à – pela – claro – que. (C) a – pelo – clara – de que. (D) à – pela – clara – que. (E) a – pela – claro – de que. Questão sobre crase, emprego de pronomes, regência e concordância nominal. Na construção “ao presidente Félix Faure, publicada em 13/01/1898 no jornal “L’Aurore”, ............ que o jornalista e político Georges Clemenceau deu o título...”, a lacuna da linha 31 deve ser preenchida apenas pela preposição “a”, regida pelo verbo “dar”, em “deu o título”. Na construção, “deu o título .......... qual até hoje é conhecida: ‘J’Accuse’...”, a lacuna da linha 33 deve ser preenchida com “pelo” (título pelo qual é conhecida). A lacuna da construção “De um lado ficou ............ a força do anti-semitismo...” (l. 39-40) deve ser preenchida com “clara”, pois deve concordar com “força”. A lacuna do trecho “se deram conta ............ não poderiam ficar calados e inermes...” (l. 45) deve ser preenchida com “de que”, pois quem se dá conta se dá conta “de”. 12. De acordo com o texto, assinale a alternativa correta. (A) Segundo defende o autor, os militares manipularam as provas contra Dreyfus com o propósito de acobertar o verdadeiro espião, o major Esterhazy. (B) Segundo se pode concluir da leitura do texto, a opinião do autor é que a principal causa da condenação de Dreyfus foi o anti-semitismo que ganhava força na França. (C) Segundo o que diz o texto, o affaire Dreyfus gerou uma crise de consciência de grandes proporções, que tem como principal marca a perda da confiança no exército e nos serviços secretos franceses. (D) No texto, afirma-se categoricamente que foi o caso Dreyfus e a comoção que se lhe seguiu que deram existência á palavra “intelectual”. (E) Ao informar que a palavra “intelectual” teria sido empregada por um direitista para referir-se aos signatários de um manifesto em defesa da Dreyfus, o autor sugere que a palavra pode ter tido, já à época do caso Dreyfus, um significado pejorativo. Questão sobre interpretação de texto. A leitura atenciosa do texto garante que, na opinião do autor, a principal causa da condenação de Dreyfus foi o antissemitismo que ganhava força na França. _____________________________________________ 13. Em relação à acentuação de palavras do texto, considere as afirmações a seguir. I. Os vocábulos até e é são acentuadas graficamente pela regra dos monossílabos tônicos. II. A forma franceses , formada a partir de francês, não é acentuada graficamente já que, apesar de terminada em es, não é oxítona. III. Os vocábulos Exército e signatários podem ambos ser considerados proparoxítonos. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III. Questão sobre acentuação gráfica. O vocábulo “até” é acentuado por ser oxítona; a forma verbal “é” é acentuada por ser monossílaba tônica. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 50 Errada a assertiva I. Correta a assertiva II, pois “francês” é acentuada por ser oxítona terminada em “es”; “franceses” é paroxítona. “Exército” é proparoxítona; “signatários” é paroxítona terminada em ditongo crescente. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 14. As alternativas abaixo apresentam sugestões de reescrita da frase que se inicia na linha 10. Assinale a que esta INCORRETA. (A) Como Dreyfus fosse judeu, a denúncia logo geraria ruidosas manifestações anti-semitas. (B) A denúncia, na sequência, gerou ruidosas manifestações anti-semitas, dado que Dreyfus era judeu. (C) Em seguida, já que Dreyfus era judeu, a denúncia gerou ruidosas manifestações anti-semitas. (D) Foi por ser Dreyfus judeu que a denúncia gerou logo ruidosas manifestações anti-semitas. (E) Por mais que Dreyfus fosse judeu, a denúncia gerou logo ruidosas manifestações anti-semitas. Questão sobre reescritura de frases com ênfase no emprego de conjunções. A frase “Dreyfus era judeu, e a denúncia logo gerou ruidosas manifestações antissemitas” (l. 10) apresenta relação de causa entre o fato de Dreyfus ser judeu e a denúncia ter gerado ruidosas manifestações antissemitas. Nas alternativas (A), (B), (C) e (D), as reconstruções respeitaram a ideia de causa entre as afirmações. Na letra (E), porém, a conjunção “por mais que” traduz ideia de concessão (oposição), que contraria a mensagem original. _____________________________________________ 15. Considere as informações abaixo, relativas à pontuação no texto. I. Na linha 10, o emprego da vírgula que antecede o e justifica-se porque o sujeito da oração que segue não é mesmo da anterior. II. Na linha 15, a sequencia mesmo assim poderia ser colocada entre vírgulas, sem que isso acarretasse erro. III. Nas linhas 43-44, as vírgulas poderiam ser substituídas por travessões. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre pontuação. “Dreyfus era judeu, e a denúncia logo gerou ruidosas manifestações antissemitas” (l. 10) apresenta dois sujeitos: “Dreyfus” e “denúncia”, e esta é a razão da vírgula antes do “e”. Correta a assertiva I. No trecho da linha 15, “para dizer o mínimo, mas mesmo assim o tribunal acabou condenando Dreyfus por alta traição...”, a construção “mesmo assim” poderia ser isolada por vírgulas sem acarretar erro. Correta a assertiva II. Na sequência das linhas 43-44, “De outra parte, diante dessa maré de intolerância, a esquerda e os liberais...”, o adjunto adverbial “diante dessa maré de intolerância” poderia vir entre travessões em lugar das vírgulas. Correta a assertiva III. _____________________________________________ 16. Suponha que se propusesseuma reescrita do período que se inicia na linha 12. Assinale a alternativa que apresenta uma expressão que NÃO poderia preceder o vocábulo Intimidado (l. 12). (A) Conquanto estava. (B) Tendo sido. (C) Uma vez estando. (D) Como estava sendo. (E) Por estar. Questão sobre semântica, reescritura de trecho e conjunções. A construção “Intimidado por elas, o alto comando militar francês levou o capitão à corte marcial” (l. 12- 13), cuja ideia presente entre as orações é de causa, só não poderia ser iniciada por “Conquanto estava”, por duas razões: 1) porque o nexo “conquanto” é concessivo, gerando ideia de oposição; 2) porque, considerando-se que pudesse ser empregado, o nexo “conquanto”, por ser subordinativo, exigiria verbo no subjuntivo: “conquanto estivesse”. _____________________________________________ 17. Assinale a alternativa em que a associação entre os vocábulos e expressões do texto e os elementos a que se referem está Incorreta. (A) o capitão (l. 13) - Dreyfus (l. 10). (B) O militar (l. 13) - Dreyfus (l.16). (C) sinistro nome (l. 18) - Ilha do Diabo (l. 17) (D) que (l. 29) - uma onda (l. 28). (E) a (l. 52) - A palavra (l. 49). Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 51 Questão sobre pronomes (termos referentes e referidos). O pronome relativo “que”, na sequência “A condenação de Dreyfus desencadeou uma onda de protestos que culminaram na famosa carta aberta do escritor Émile Zola...” (l. 28-30), faz referência a “protestos”, não a “uma onda”. Pode-se observar pelo verbo no plural “culminaram”, que tem como sujeito “protestos”. Errada a assertiva D. As demais alternativas relacionam termos referentes e referidos corretamente. _____________________________________________ 18. Considere as afirmações abaixo sobre o emprego de expressões no texto. I. Ao utilizar a expressão para dizer o mínimo (l. 14), o autor deixa subentendida a ideia de que as evidências não eram meramente contraditórias. II. O emprego da expressão mesmo (l. 40 ) deixa implícita a ideia de que, em um pais culto e refinado, não se espera que o antissemitismo tenha força. III. Ao empregar o advérbio supostamente (l. 42), o autor nega que a Revolução Francesa tenha consagrado a liberdade, a igualdade e a fraternidade. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) Em I, II e III. Questão sobre semântica e interpretação de texto. Na passagem “As evidências eram contraditórias, para dizer o mínimo...” (l. 13-14), a expressão “para dizer o mínimo” informa o fato de que as evidências não eram meramente contraditórias. Correta a assertiva I. Na construção “a força do antissemitismo, mesmo num país culto e refinado como a França, berço de uma revolução que supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a fraternidade” (l. 39-43), o vocábulo “mesmo” traduz ideia de que não se esperava que o antissemitismo tivesse força num país como a França. Correta a assertiva II. Em “como a França, berço de uma revolução que supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a fraternidade...”, o adjunto adverbial “supostamente” indica que o autor não tem certeza de que a França não tenha consagrado a liberdade, a igualdade e a fraternidade, mas não nega tal fato. Errada a assertiva. _____________________________________________ 19. Com relação ao emprego da vírgula, considere as seguintes frases adaptadas do texto. I. Os militares, que pretendiam dar o caso por encerrado, prenderam Picquard. II. O exército pretendia mostrar aos soldados que passavam segredos militares aos alemães, a força da contraespionagem. III. Os superiores de Picquard responderam, então, que não queriam macular ainda mais a imagem do Exército. Em qual(is) delas, a supressão das vírgulas acarretaria alteração de sentido? (A) Apenas em I (B) Apenas em II. (C) Apenas em III. (D) Apenas em I e II. (E) Em I, II e III. Questão sobre pontuação. A supressão das vírgulas na frase da assertiva I determinará que a oração “que pretendiam dar o caso por encerrado”, que é subordinada adjetiva explicativa, passe a ser subordinada adjetiva restritiva, alterando-se o sentido. A supressão da vírgula no trecho da assertiva II produzirá alteração de sentido, pois o segmento “ a força da contraespionagem”, que é aposto na sequência em que se encontra, passará a ser objeto direto de “pretendia mostrar”, alterando-se o sentido. A supressão das vírgulas em “então”, no trecho “ Os superiores de Picquard responderam, então, que não queriam macular ainda mais a imagem do Exército”, não produzirá alteração de sentido. _____________________________________________ 20. No penúltimo parágrafo, o segundo período se inicia com a expressão De um lado (l. 29), e o terceiro se inicia com a expressão De outra parte (l.31). Há, entre esses dois períodos. (A) Uma relação de sucessão de argumentos. (B) Uma relação de causalidade. (C) Uma relação de concessão. (D) Um contraponto entre duas visões totalmente contraditórias. (E) Uma relação de ordem entre as assuntos, do menos importante para o mais importante. Questão sobre interpretação de texto. Entre os períodos iniciados por “De um lado” e “De outra parte”, não se verifica sucessão de argumentos, nem nexo de causalidade ou concessão, tampouco Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 52 relação de ordem de argumentos mais ou menos importantes. Entre os dois períodos há contraponto entre duas visões totalmente contraditórias. _____________________________________________ Instruções: as questões 21 a 30 referem-se ao texto abaixo. 01. “Bebo para esquecer e como para recordar”. 02.Com essas palavras, Pepe Carvalho explica pelo 03.menos uma vez em cada uma de suas aventuras 04.literárias por que bebe em excesso ou por que come 05.tanto assim. O esquecimento e a lembrança, dois 06.antípodas na abordagem do passado histórico, estão 07.sempre espreitando no fundo – quando o detetive 08.particular de Manuel Vázquez Montalbán cozinha 09.pastel de puerros y brioche com tuetano y foie, 10.quando prepara farcelets de col rellenos de langosta y 11.linguado com moras, ou simplesmente come pan amb 12.tomat - sempre acompanhado dos vinhos 13.apropriados. Recorrendo a diversos exemplos dos 14.romances de Montalbán, seria possível explicar como 15.o tema passado, ou seja, a tensa relação entre 16.fixação pela História e recalque da História se liga em 17.seus livros aos temas cozinhar, comer e 18.experimentar. 19. Mas esta sua criação literária, Pepe Carvalho, 20.não é o único bom garfo. O próprio autor tem tudo 21.para se autodenominar um gastrósofo: trabalhou 22.como crítico de restaurante na década de 70, 23.escreveu colunas, livros culinários e um ensaio 24.intitulado Contra los gourmets ( Barcelona 1990). 25.(Não se pode deixar iludir pelo título: trata-se 26.simplesmente de uma história cultural da culinária) 27.que defende a comida tradicional (no melhor sentido) 28.contra a cozinha degenerada, compatível com o gosto 29.dos críticos profissionais de restaurante. Para 30.Montalbán, a comida evidentemente não tem a ver 31.somente com saciedade; o que lhe interessa - além 32.dos prazeres sensoriais elementares – é a 33.superestrutura cultural, isto é, a metafísica da comida. 34. Um romance de Montalbán intitulado 35.Reflexiones de Robinson ante um bacalao ) Paris 36.1995) trata de um bispo que sofre um naufrágio num 37.veleiro no Caribe e acaba sendo levado com sua 38.amada para a ilha dos sonhos, desprovido de 39.qualquer coisa,a não ser uma caixa de bacalhau. 40.Então o bispo fica pensando em tudo o que poderia 41.fazer com o bacalhau, se tivesse os ingredientes 42.certos. Citação: “O que chegou até a minha praia não 43.foi nenhum bicho irrisório e nenhuma conserva 44.insípida, mas evidente prova da transubstanciação”. 45.Afinal, tanto para o bispo como para Montalbán, o 46.preparo do bacalhau corporifica, como nenhum outro 47.prato, o caminho elementar desde o cru até o cozido, 48.por meio do uso correto do fogo. E, se acreditarmos 49.no antropólogo Claude Lévi-Strauss, é justamente 50.nesta passagem do cru para o cozido que surge a 51.cultura. Adaptado de: BUSCHMANN, A. A metafísica do bacalhau ou os limites do bom gosto em Manuel Vázquez Montalbán. Humboldt. http:// www.goethe.de. Edição 90-2005. 21. Considere o que é dito abaixo sobre os trechos do texto. I. Pepe Carvalho, ao abordar o passado histórico, se utiliza de dois opostos, que estão constantemente à espreita enquanto ele come e cozinha, sempre acompanhado dos vinhos apropriados (l. 05-13). II. Montalbán, o criador de Pepe Carvalho, também é um bom garfo porque, entre outros motivos, trabalhou como crítico de restaurante na década de 70 (l. 19-24). III. A cozinha rotulada por Montalbán como degenerada é apreciada pelos críticos profissionais de restaurante (l. 25-29). Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II, e III. Questão sobre interpretação de texto. Correta a assertiva I, porque Pepe Carvalho, segundo o texto, se utiliza de dois opostos que estão constantemente à espreita quando ele come e cozinha, que são o esquecimento e a lembrança (linhas 05-13). Correta a assertiva II, uma vez que o próprio Montalbán é denominado “gastrósofo” (linha 21), tendo sido crítico de restaurante na década de 70. Correta a asserti9que a cozinha rotulada como degenerada por Montalbán agrada aos críticos profissionais de restaurantes. _____________________________________________ 22. Segundo o terceiro parágrafo do texto, quando surge a cultura? (A) Quando se dispõe de todos os elementos necessários à consecução de um determinado objetivo. (B) Quando se define, de forma ortodoxa, um roteiro a ser seguido a fim de se atingir o resultado desejado. (C) Quando se percorre todo o caminho entre a definição de um objetivo e a sua consecução. (D) Quando se aplicam as técnicas disponíveis para a obtenção do resultado final. http://www.goethe.de/ Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 53 (E) Quando, a partir da matéria-prima, se chega a um produto final, a despeito de este ser adequado ou não. Questão sobre interpretação de texto. Segundo o trecho “E, se acreditarmos 49.no antropólogo Claude Lévi-Strauss, é justamente .nesta passagem do cru para o cozido que surge a .cultura” (l. 48-51), portanto está correta a interpretação contida na afirmação “Quando, a partir da matéria- prima, se chega a um produto final, a despeito de este ser adequado ou não”. _____________________________________________ 23. A expressão pelo menos (l. 02-03) poderia ser substituída por? (A) até mesmo. (B) no mínimo. (C) a menos. (D) nem mesmo. (E) não obstante. Questão sobre semântica. A expressão “pelo menos”, no trecho “Com essas palavras, Pepe Carvalho explica pelo menos uma vez em cada uma de suas aventuras literárias por que bebe em excesso ou por que come tanto assim” (l. 02- 05), pode ser substituída por “no mínimo”. A ideia é de que Pepe Carvalho explica no mínimo uma vez em cada uma de suas aventuras literárias... _____________________________________________ 24. Considere as seguintes afirmações sobre a formação de palavras do texto. I. O sufixo de literárias e de culinários tem o sentido de ‘pertencente a, relativo a’. II. A palavra acompanhado provém de um verbo que é derivado de um substantivo pelo acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo. III. O sufixo de saciedade expressa ‘estado, propriedade’. IV. O prefixo de desprovido tem o mesmo sentido do prefixo de desnudado. Quais são as corretas? (A) Apenas I e II. (B) Apenas III e IV. (C) Apenas I, II, III. (D) Apenas II, III e IV. (E) I, II, III e IV. Questão sobre estrutura e formação de palavras. O sufixo “-ário(a)”, presente em “literárias” e “culinários”, indica que pertence a, que é relativo a, como “funcionário(a)” (relativo(a) à função), “estatutário(a)” relativo(a) ao estatuto... Correta a assertiva I. “Acompanhado” é formado por prefixo (“-a”) e por “sufixo (“-ado”) e deriva da forma verbal “acompanhar”, que, por sua vez, deriva do substantivo “companhia”. Correta a assertiva II. Em “saciedade”, o sufixo “-dade” indica estado de, propriedade de algo, como “regularidade” (estado de regularidade”, “instantaneidade” (estado de ou próprio do que é instantâneo)... Correta a assertiva III. “Desprovido” e “desnudado” apresentam prefixo que indica negação. Correta a assertiva IV. _____________________________________________ 25. Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos mais adequados para as palavras espreitando (l. 07), degenerada (l. 28) e saciedade (l. 31) (A) aguardando – depravada – abundância (B) contemplando – alterada – fartura (C) espiando – deturpada – satisfação (D) perseguindo – aviltada – fastio (E) ponderando – deturpada – aprazimento Questão sobre semântica. “Espreitando” (l. 07) significa espiando, olhando furtivamente; “degenerada” (l. 28) indica deturpada, alterada; e “saciedade” significa satisfação. _____________________________________________ 26. Considere as seguintes afirmações sobre regência. I. A substituição de Recorrendo (l. 13) por Evocando implicaria uma mudança adicional na sequência da frase. II. A substituição de se liga (l. 16) por se relaciona não acarretaria outras mudanças na frase. III. A substituição de tem a ver (l. 30) por corresponde implica a substituição de com (l. 31) por a Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre crase. No trecho “Recorrendo a diversos exemplos dos romances de Montalbán...” (l. 13-14), a substituição de “Recorrendo” (que é verbo transitivo indireto, exigindo preposição “a”) por “Evocando” (que é verbo Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 54 transitivo direto) exigiria a supressão da preposição “a” antes de “diversos...”. Correta a assertiva I. No trecho “... se liga em seus livros aos temas cozinhar, comer e experimentar” (l. 16-18), o objeto indireto está precedido da preposição “a”, em “aos”. A substituição de “se liga” por “se relaciona” manteria a frase, porque essa forma verbal continuaria exigindo “a” (“se relaciona ... aos temas...”). Correta a assertiva II. No trecho “... não tem a ver somente com saciedade...” (l. 30-31), a substituição de “tem a ver”, que exige “com”, por “corresponde” exigiria a troca de “com” por “à”: “não corresponde somente à saciedade...”. A crase é decorrente da preposição “a”, regida por “corresponde”, e do artigo “a”, exigido por “saciedade”, que é palavra feminina. Portanto está errada a assertiva III. ___________________________________________ 27. Assinale a alternativa que estabelece INCORRETAMENTE a relação entre expressões do texto e a circunstância indicada por elas. (A) de Montalbán (l. 14) – origem (B) com sua amada (l. 37-38) – companhia (C) com o bacalhau (l. 41) – instrumento (D) até a minha praia (l. 42) – direção (E) desde o cru (l. 47) – procedência Questãosobre valor semântico das preposições. No trecho “... romances de Montalbán...” (l. 14), a preposição “de” indica posse, não origem. Errada, portanto, a opção A. No trecho “... levado com sua amada...” (l. 37-38), a preposição “com” indica companhia. Correta, dessa forma, a alternativa B. No segmento “com o bacalhau” (l. 41), a preposição “com” revela instrumento. Correta a alternativa C. No trecho “O que chegou até a minha praia não foi nenhum bicho irrisório...” (l. 42-43), o segmento “até a minha praia” traduz direção. Correta a alternativa D. No trecho “o caminho elementar desde o cru até o cozido” (l. 47), o segmento “desde o cru” indica ideia de procedência. Correta a alternativa E. _____________________________________________ 28. A seguir, são feitas afirmações sobre o emprego do vocábulo se no texto; I. Na linha 16, o vocábulo se retoma a expressão o tema passado (l. 15) II. Na linha 21, o vocábulo se é utilizado para indeterminar o sujeito da oração. III. Na linha 48, o vocábulo se é utilizado para indeterminar o sujeito da oração. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e II. (E) I, II e III. Questão sobre funções do “se”. No trecho “... o tema passado, ou seja, a tensa relação entre fixação pela História e recalque da História se liga em seus livros aos temas cozinhar, comer e experimentar” (l. 15-18), o pronome “se” retoma “o tema passado” (“o tema passado [...] se liga...). Correta a assertiva I. No trecho “O próprio autor tem tudo para se autodenominar um gastrósofo” (l. 20-21), o “se” funciona como pronome reflexivo, cujo sujeito é “o próprio autor”. Errada a assertiva II. No trecho “E, se acreditarmos no antropólogo Claude Lévi-Strauss” (l. 48-49), a palavra “se” está empregada como conjunção subordinativa condicional. Não é, portanto, índice de indeterminação do sujeito. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 29. Leia as propostas de alteração de pontuação dadas abaixo e assinale com 1 as que constituem um procedimento facultativo e com 2 as que constituem um procedimento incorreto. (__) Substituir os dois-pontos da linha 21 por vírgula. (__) Suprimir a vírgula da linha 28. (__) Substituir o ponto-e-vírgula da linha 31 por dois- pontos. (__) Suprimir a vírgula da linha 41. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) 2 – 1 – 2 – 1. (B) 2 – 2 – 1 – 1. (C) 1 – 2 – 1 – 2. (D) 1 – 1 – 1 – 2. (E) 2 – 2 – 2 – 1. Questão sobre pontuação. No trecho “O próprio autor tem tudo para se autodenominar um gastrósofo: trabalhou como crítico de restaurante na década de 70, escreveu colunas, livros culinários e um ensaio intitulado Contra los gourmets ( Barcelona 1990)” (l. 20-24), os dois-pontos depois de “gastrósofo” não podem ser substituídos por vírgula, porque, no caso, se trata de uma Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 55 explicação acerca da razão pela qual o autor tem tudo para se autodenominar um gastrósofo. Incorreta a primeira proposta. No trecho “... contra a cozinha degenerada, compatível com o gosto dos críticos profissionais de restaurante” (l. 28-29), a vírgula depois de “regenerada” não pode ser suprimida, porque o segmento “compatível com o gosto dos críticos profissionais de restaurante” está isolado por vírgula em razão de ser explicativo, e a supressão da vírgula produziria ideia restritiva. Portanto a supressão da vírgula é um procedimento incorreto. No segmento “Para Montalbán, a comida evidentemente não tem a ver somente com saciedade; o que lhe interessa - além dos prazeres sensoriais elementares – é a superestrutura cultural, isto é, a metafísica da comida” (l. 29-33), o ponto-e- vírgula depois de “saciedade” pode ser substituído por dois-pontos, haja vista que o segmento após o ponto- e-vírgula é uma explicação à afirmação anterior. Portanto é um procedimento facultativo. No trecho “Então o bispo fica pensando em tudo o que poderia.fazer com o bacalhau, se tivesse os ingredientes certos” (l. 40-42), a vírgula antes de “se” pode ser suprimida, porque está isolando oração subordinada condicional que está no final da frase, portanto o procedimento é facultativo. 30. Eliminando-se os dois-pontos do trecho Não se pode deixar iludir pelo título: trata-se simplesmente de uma história cultural da culinária (l. 25-26), este poderia ser reescrito como (A) Não se pode deixar iludir pelo título, pois se trata simplesmente de uma história cultural da culinária. (B) Não se pode deixar iludir pelo título, embora se trate simplesmente de uma história cultural da culinária. (C) Não se pode deixar iludir pelo título, tanto que se trata simplesmente de uma história cultural da culinária. (D) Não se pode deixar iludir pelo título; consequentemente, trata-se simplesmente de uma história cultural da culinária. (E) Não se pode deixar iludir pelo título; ademais, trata- se simplesmente de uma história cultural da culinária. Questão sobre reescritura de trecho. O trecho depois de dois-pontos é uma explicação á oração anterior, portanto, na supressão do sinal de pontuação, gerará a necessidade de conjunção explicativa, e isso aparece na opção A, que está correta. Na B, a conjunção “embora” traduz ideia de concessão, portanto está errada. Na C, “tanto que” indica ideia de consequência, quando a ideia é de explicação. Errada. Na D, não se pode simplesmente de substituir os dois-pontos por vírgula; os dois-pontos foram registrados na mensagem original porque está ausente a conjunção. A expressão “ademais” indica adição, portanto está errada. GABARITO 01D 02C 03A 04E 05B 06B 07B 08C 09E 10D 11C 12B 13B 14E 15E 16A 17D 18D 19D 20D 21E 22E 23B 24E 25C 26D 27A 28A 29B 30A Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial de Justiça – 2014 – Nível Médio As questões 01 a 15 referem-se ao texto abaixo. 01. Quase todo mundo conhece a história original 02.(grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os 03.dias, ia contemplar seu rosto num lago. Era tão 04.fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando 05.procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e 06.terminou morrendo afogado. No lugar onde caiu, 07.nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso. 08. O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma 09.maneira diferente de terminar esta história. Ele diz 10.que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – 11.deusas do bosque – e viram que a água doce do lago 12.havia se transformado em lágrimas salgadas. 13. “Por que você chora?”, perguntaram as 14.Oréiades. 15. “Choro por Narciso”. 16. “Ah, não nos espanta que você chore por 17.Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas 18.nós sempre corremos atrás dele pelo bosque, mas 19.você era o único que tinha a oportunidade de 20.contemplar de perto ___ sua beleza”. 21. “Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago. 22. “Quem melhor do que você poderia saber?”, 23.responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de 24.contas, era em suas margens que ele se debruçava 25.todos os dias”. 26. O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: 27.“eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido 28.que era belo. Choro por ele porque, todas ___ vezes 29.que ele se deitava sobre as minhas margens, eu 30.podia ver, no fundo dos seus olhos, ___ minha própria 31.beleza refletida”. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 56 Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso (http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago- enarciso/). Acessoem 14 de abril de 2014. 01. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 20, 28 e 30 do texto. (A) a – às – a (B) à – às – à (C) a – as – a (D) à – as – à (E) a – às – à Questão sobre crase. As três lacunas devem ser preenchidas exclusivamente com artigos definidos femininos. Observe-se cada caso: na primeira lacuna, o verbo “contemplar” (l. 18) é transitivo direto, portanto deve receber artigo “a”: “... contemplar de perto a sua beleza” (l. 18-19); na segunda lacuna, no segmento “todas as vezes” (l. 27), não há locução adverbial feminina, mas apenas adjunto adverbial com artigo “as” antes de “vezes”, equivalendo a “todos os momentos”; já na terceira lacuna, o verbo “ver” (l. 29) é transitivo direto, regendo objeto direto, que é “a minha própria beleza refletida” (l. 29-30), portanto o “a” (destacado) é apenas artigo. _____________________________________________ 2. Os pronomes seu (l. 03) e sua (l. 20) estabelecem uma relação entre um elemento possuidor e um elemento possuído. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o elemento possuidor seguido pelo elemento possuído na relação estabelecida por esses dois pronomes, respectivamente. (A) Narciso – lago / lago – beleza. (B) rosto – Narciso / beleza – Narciso. (C) um belo rapaz – lago / beleza – lago. (D) um belo rapaz – rosto / Narciso – beleza. (E) rosto – um belo rapaz / oportunidade – lago. Questão sobre pronomes (termos referentes e termos referidos). No trecho “... um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago...” (l. 02-03), o pronome possessivo “seu” (destacado na transcrição) retoma “um belo rapaz” (possuidor) e o “rosto” (possuído). No trecho “Ah, não nos espanta que você chore por Narciso, continuaram elas. Afinal de contas, todas nós sempre corremos atrás dele pelo bosque, mas você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza” (l. 16-20), o pronome possessivo “sua” (destacado na transcrição) retoma “Narciso” (possuidor) e “beleza” (possuído). _____________________________________________ 03. Se a palavra água (l. 11) estivesse no plural, quantas outras palavras na frase deveriam, necessariamente, sofrer modificações para fins de concordância? (A) Uma. (B) Duas. (C) Três. (D) Quatro. (E) Cinco. Questão sobre concordância. No trecho “... e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas” (11-12), a pluralização de “água” (destacada na transcrição) alteraria outras três palavras, a saber: “... e viram que as águas doces do lago haviam se transformado em lágrimas salgadas”. Devem mudar, necessariamente, para ajustes de concordância, portanto, o artigo “a” para “as”, o adjetivo “doce” para “doces” e o verbo auxiliar “haver”, na locução “havia se transformado”, que ficará “haviam se transformado”. 04. Considere as seguintes afirmações referentes a trechos do texto. I - O trecho Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas (l. 09-12) está em discurso indireto. II - O trecho “Choro por Narciso” (l. 15) está em discurso indireto livre. III - O trecho “Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago (l. 21) está em discurso indireto. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre discursos direto e indireto. O trecho “Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce do lago havia se transformado em lágrimas salgadas” (l. 09-12) apresenta, no início, “Ele diz que...”, segmento que evidencia um terceiro (o escritor Oscar Wilde) reproduzindo e narrando o fato, além dos tempos verbais (“morreu”, “vieram” e “viram”, todos no pretérito perfeito do indicativo, além de “havia se transformado”, no pretérito imperfeito do Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 57 indicativo). Todas essas características identificam discurso indireto no trecho. Correta a afirmação I. No segmento “Choro por Narciso” (l. 14), o verbo “chorar”, na forma verbal “Choro”, está em primeira pessoa do singular, o que evidencia o discurso direto. Errada a assertiva II. No segmento “Mas Narciso era belo?, quis saber o lago” (l. 20), há interrogação, traço característico do discurso direto, que evidencia fala da personagem. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 05. Assinale a alternativa que apresenta uma frase com sentido literal equivalente ao da frase Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago (l. 01-03). (A) Nem todo mundo desconhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago o dia todo. (B) Quase ninguém desconhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que ia contemplar seu rosto num lago todos os dias. (C) Quase todo mundo conhece a história grega (original) sobre Narciso: um belo rapaz que, quase todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago. (D) Todo mundo conhece a história quase original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago. (E) Quase todo mundo conhece a história grega (original) sobre Narciso: um belo rapaz que contemplava, o dia todo, seu rosto num lago. Questão sobre reescritura de texto. A reescritura contida na opção (A) apresenta erro, em relação ao trecho original, nos segmentos “Nem todo mundo desconhece”, que não guarda equivalência com “Quase todo mundo conhece”; além disso, traz a informação “o dia todo”, diferente do trecho original em que se lê “todos os dias”. Errada a opção (A). Correta a reescritura presente na opção (B), porque guarda identidade com o trecho original. Errada a reescritura apresentada na opção (C), porque, em lugar de “história original (grega)”, inverte para “história grega (original)”, alteração que produz diferença relativamente ao trecho do texto. Na reescritura presente na opção (D), “Todo mundo conhece” é diferente de “Quase todo mundo conhece”, e “história quase original” não corresponde ao segmento “história original”. Errada a alternativa (D). Dois segmentos na reescritura da opção (E) estão errados: “história grega (original)” em lugar de “história original (grega)”, o que produz diferença em relação ao texto matriz, e “o dia todo” em lugar de “todos os dias”. Errada a alternativa (E). 06. Assinale a alternativa que contém apenas substantivos retirados do texto. (A) fascinado (l. 04) – manhã (l. 04) – água (l. 05) – Choro (l. 14). (B) flor (l. 07) – Narciso (l. 07) – maneira (l. 09) – atrás (l. 18). (C) escritor (l. 08) – oportunidade (l. 19) – belo (l. 21) – lago (l. 21). (D) Quem (l. 22) – você (l. 22) – margens (l. 29) – beleza (l. 31). (E) deusas (l. 11) – lágrimas (l. 12) – tempo (l. 26) – vezes (l. 28). Questão sobre classes gramaticais. Na alternativa (A), o termo “fascinado” (l. 04) revela qualidade, portanto é adjetivo; a palavra “Choro” (l. 14) está empregada como verbo. Os outros dois vocábulos são substantivos. Na opção (B), a palavra “atrás” (l. 18) é advérbio, porque evidencia circunstância. Os demais vocábulos são substantivos. Quanto à assertiva (C), o termo “belo” (l. 21) indica qualidade, portanto é adjetivo. As demais palavras são substantivos. Com relação às palavras reunidas na opção (D), “Quem” ( l. 22) está empregado, no contexto em que aparecer, como pronomeinterrogativo; “você” (l. 21) é pronome de tratamento. As demais palavras são substantivos. As palavras “deusas” (l. 11), “lágrimas” (l. 12), “tempo” (l. 26) e “vezes” (l. 28) são substantivos. Correta a assertiva (E). _____________________________________________ 07. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir. (__) Os dois-pontos da linha 02 poderiam ser substituídos por um ponto e vírgula sem que houvesse incorreção no uso dos sinais de pontuação. (__) O uso da vírgula depois de perto, na linha 05, é facultativo. (__) As vírgulas depois de que e manhã (l. 04) estão sendo empregadas pelo mesmo motivo que as vírgulas depois de que (l. 10) e morreu (l. 10). (__) Os travessões empregados nas linhas 10 e 11 poderiam ser substituídos por parênteses sem que houvesse incorreção no uso dos sinais de pontuação. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 58 A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) F – F – V – V. (B) F – V – V – V. (C) F – V – F – F. (D) V – V – F – F. (E) V – F – F – V. Questão sobre pontuação. No trecho “Quase todo mundo conhece a história original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago” (l. 01-03), os dois-pontos introduzem aposto, que explica a “história original (grega) de Narciso”. O aposto pode ser isolado por vírgula, travessão ou, no caso, por vir no final, com dois-pontos, que não podem ser substituídos por ponto-e-vírgula. Ponto-e-vírgula separa orações coordenadas, o que não é o caso do trecho em exame. Falsa a primeira afirmação. O segmento “... certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto, caiu na água...” (l. 04-05) apresenta oração subordinada adverbial temporal deslocada em “quando procurava admirar-se mais de perto”, que está isolada por vírgulas. Portanto a vírgula após “perto” é a segunda do isolamento, não podendo ser suprimida. Falsa a segunda afirmação. No trecho “... que, certa manhã, quando procurava...” (l. 04-05), as vírgulas isolam adjunto adverbial deslocado; já no trecho “Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades...” (l. 09-10), as vírgulas isolam oração subordinada adverbial temporal, o que se pode observar pela presença da conjunção subordinativa adverbial “quando” e de verbo. Falsa a terceira afirmação. A banca da FAURGS indicou como verdadeira tal afirmação, o que enseja recurso e anulação da questão, porque está flagrantemente errada. Quanto ao segmento “... vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram...” (l. 10-11), os travessões isolam aposto e poderiam ser substituídos por parênteses ou vírgulas. Verdadeira a quarta afirmação. QUESTÃO RECORRÍVEL, PORQUE A RESPOSTA DEVERIA SER F – F – F – V, E NÃO HÁ ALTERNATIVA COM ESSA CONFIGURAÇÃO. A BANCA DA FAURGS OFERECEU COMO GABARITO A OPÇÃO (A), CUJA ORDEM É F – F – V – V, INDICANDO COMO VERDADEIRA A TERCEIRA AFIRMAÇÃO. QUESTÃO RECORRÍVEL PELAS RAZÕES CONTIDAS NOS COMENTÁRIOS À TERCEIRA AFIRMAÇÃO. _____________________________________________ 08. Considere as seguintes afirmações. I - O sujeito de procurava (l. 05) é quando (l. 04). II - O sujeito de espanta (l. 16) é que você chore por Narciso (l. 16-17). III - A forma verbal havia (l. 27) introduz uma oração com sujeito inexistente. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre funções sintáticas (identificação de sujeito); No trecho “Era tão fascinado por si mesmo que certa manhã, quando procurava admirar-se mais de perto...” (l. 03-05), o sujeito de “procurava” é desinencial de terceira pessoa do singular (equivalente a “ele”) e remete a “um belo rapaz”. Errada a assertiva I. No segmento “Ah, não nos espanta que você chore por Narciso” (l. 15), o sujeito de “espanta” é a oração seguinte (“que você chore por Narciso”). Observe-se: quem é que não nos espanta? “que você chore...”. Correta a assertiva II. Na construção “... mas jamais havia percebido que era belo...” (l. 26-27), há locução verbal em “havia percebido”, cujo verbo principal é “perceber”, empregado na forma de particípio (“percebido”). O verbo “haver”, na forma do pretérito imperfeito do indicativo “havia”, é apenas auxiliar e está sendo empregado no sentido de “ter” (“tinha percebido”), não sendo, portanto, impessoal. O sujeito, por essa razão, não é inexistente, mas desinencial de terceira pessoa do singular, retomando “lago”. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 09. Assinale a alternativa que contém uma versão correta do trecho “Ah, não nos espanta que você chore por Narciso” (l. 16-17) em discurso indireto. (A) As Oréiades disseram que não lhes espantava que o lago chorasse por Narciso. (B) As Oréiades disseram que não as espantava que o lago chorasse por Narciso. (C) As Oréiades disseram que não lhes espanta que o lago chore por Narciso. (D) As Oréiades diriam que não as espanta que o lago chore por Narciso. (E) As Oréiades disseram que “não nos espanta que você chore por Narciso”. Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 59 Questão sobre discurso direto e indireto. O trecho “Ah, não nos espanta que você chore pro Narciso” (l. 15) apresenta-se sob a forma de discurso direto. A transposição para o discurso indireto deve observar a substituição de “espanta”, conjugado no presente do indicativo, por “espantava”, no pretérito imperfeito do indicativo, e a forma “chore”, conjugada no presente do subjuntivo, deve aparecer no pretérito imperfeito do subjuntivo, na forma “chorasse”. O pronome “nos”, em “não nos espanta”, correspondente à primeira pessoa do plural (nós), deve dar lugar a “as”, na terceira pessoa do plural (elas). Não pode ser “lhes”, porque o verbo “espantar” é transitivo direto (quem espanta espanta alguém). Portanto estão erradas as opções (A), (C), (D) e (E). ___________________________________________ 10. Se as ocorrências da palavra você nas linhas 13, 16, 19 e 22 fossem substituídas por ocorrências da palavra tu, como ficariam as formas verbais chora (l. 13), chore (l. 16), era (l. 19) e poderia (l. 22), respectivamente, para fins de concordância? (A) chora – chore – eras – poderia. (B) choraste – chorava – era – poderias. (C) choras – chores – eras – poderias. (D) choras – chores – eras – poderia. (E) choras – choras – era – poderias. Questão sobre conjugação verbal (pessoas verbais). A substituição de “você”, nas linhas 13, 16, 19 e 22, por “tu” demandaria a troca de “chora” (l. 13) por “choras”, “chore” (l. 16) por “chores”, “era” (l. 19) por “eras”, mantendo-se “poderia” (l. 22). Observe-se o trecho já com as modificações sugeridas pela proposta: “Por que tu choras?” (l. 13); “Ah, não nos espanta que tu chores por Narciso” (l. 16); “... mas tu eras o único...” (l. 18-19) e “Quem melhor que tu poderia saber?” (l. 22). Nesse último caso, deve permanecer na forma “poderia”, na terceira pessoa do singular, porque o sujeito da locução verbal “poderia saber” é “Quem”, e não “tu”. Veja-se na inversão: “Quem poderia saber melhor do que tu?”. _____________________________________________ 11. Considere as seguintes afirmações. I - O que (l. 04) está sendo usado como pronome relativo. II - O que (l. 10) está sendo usado como conjunção integrante. III - O que (l. 24) está sendo usado como partícula expletiva. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) ApenasI e II. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre funções do “que”. No segmento “Era tão fascinado por si mesmo que ...” (l. 03-04), o vocábulo “que” é parte integrante da conjunção subordinativa adverbial consecutiva “tão que”, portanto não é pronome relativo. Errada a assertiva I. No trecho “Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades...” (l. 09-10), a palavra “que” funciona como conjunção subordinativa integrante do verbo “dizer”, na forma do presente do indicativo “diz”. Certa a assertiva II. No trecho “... era em suas margens que ele se debruçava...” (l. 24-25), a palavra “que” funciona como conjunção integrante do verbo “ser”, na forma do pretérito imperfeito do indicativo “era”. Errada a assertiva III. _____________________________________________ 12. Assinale a alternativa que apresenta uma versão gramaticalmente correta para a frase No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso (l. 06-07), caso o trecho passamos a chamar de Narciso fosse substituído por passamos a simpatizar. (A) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a simpatizar. (B) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, por que passamos a simpatizar. (C) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, em que passamos a simpatizar. (D) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, com que passamos a simpatizar. (E) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, de que passamos a simpatizar. Questão sobre regência verbal. A substituição de “passamos” por “simpatizamos”, no trecho “No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso” (l. 06-07), exigirá o atendimento à regência de “simpatizar”, registrando- se a preposição “com”, porque quem simpatiza simpatiza “com”. O trecho, já modificado, passaria a ter a seguinte redação: “No lugar onde caiu, nasceu uma flor, com Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 60 que passamos a simpatizar”. Portanto estão erradas as sugestões presentes nas opções (A), (B), (C) e (E). _____________________________________________ 13. Assinale a alternativa que contém uma afirmação verdadeira sobre o texto. (A) O texto é predominantemente epistolar. (B) O texto é predominantemente argumentativo. (C) O texto é predominantemente dissertativo. (D) O texto é predominantemente descritivo. (E) O texto é predominantemente narrativo. Questão sobre tipologia textual. O texto não tem característica predominantemente epistolar, porque não é construído a partir de cartas. De igual forma, não há caráter argumentativo no texto de Paulo Coelho, nem mesmo características dissertativas, pois não defende ponto de vista, nem tem o objetivo de convencimento de uma determinada tese ou posição. O texto também não apresenta passagem descritiva, pois a predominância de narrações, diálogos, fatos não indica descrição de imagens. O texto, portanto, é predominantemente narrativo, haja vista a profusão de trechos narrativos da história de Narciso, da tristeza das Oréiades, da comoção do lago pela morte de Narciso e, sobretudo, pela riqueza e frequência dos diálogos. _____________________________________________ 14. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações a seguir. (__) O porém (l. 08) é uma conjunção conclusiva. (__) O e (l. 11) é uma conjunção consecutiva. (__) O Por que (l. 13) é uma conjunção explicativa. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é (A) V – V – V. (B) F – F – V. (C) F – V – F. (D) V – V – F. (E) F – F – F. Questão sobre conjunções. No trecho “O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma maneira diferente...” (l. 08-09), o nexo “porém” (destacado na transcrição) é conjunção coordenativa adversativa, traduzindo ideia de oposição. Falsa a primeira afirmação. Quanto ao segmento “... vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água doce...” (l. 10-11), o conetivo “e” (destacado no trecho) é conjunção coordenativa aditiva. Falsa a segunda afirmação. Na passagem “Por que você chora?” (l. 13), a expressão sublinhada funciona como pronome interrogativo. Falsa a terceira afirmação. _____________________________________________ 15. Assinale a alternativa que apresenta um verbo conjugado no presente do modo indicativo e um verbo conjugado no presente do modo subjuntivo, respectivamente. (A) passamos (l. 07) – debruçava (l. 24) (B) espanta (l. 16) – deitava (l. 29) (C) poderia (l. 22) – procurava (l. 05) (D) disse (l. 26) – tinha (l. 19) (E) tem (l. 08) – chore (l. 16) Questão sobre tempos e modos verbais. A forma verbal “passamos” (l. 07) está conjugada no pretérito perfeito do indicativo; a forma verbal “debruçava” (l. 24) está no pretérito imperfeito do indicativo. A forma “espanta” (l. 16) está conjugada no presente do indicativo; já a forma verbal “deitava” (l. 29) está no pretérito imperfeito do indicativo. As formas verbais “poderia” (l. 22) e “procurava” (l. 05) estão conjugadas, respectivamente, no futuro do pretérito do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo. As formas verbais “disse” (l. 26) e “tinha” (l. 19) estão conjugadas, respectivamente, no pretérito perfeito do indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo. As formas verbais “tem” (l. 08) e “chore” (l. 16) estão conjugadas, respectivamente, no presente do indicativo e no presente do subjuntivo. _____________________________________________ As questões 16 a 30 referem-se ao texto abaixo. 01. A farra com as crianças acabou? Pode ser que 02.sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho 03.Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) 04.aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas 05.para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta 06.que a publicidade infantil, na maioria das vezes, 07.contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só 08.deve ser usada para campanhas de utilidade pública 09.sobre alimentação, educação e saúde. 10. Essa é uma pauta que está já há algum tempo 11.em discussão, sofrendo grande resistência do 12.mercado. O consumo de produtos infantis é um 13.mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser 14.completamente explorado. Segundo o site da CCFC, Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 61 15.Campaign for a Commercial-Free Childhood, ONG 16.que combate a propaganda abusiva para crianças, 17.pessoas com menos de 14 anos são responsáveis 18.diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano 19.– dez vezes mais do que dez anos atrás. 20. Empresas, agências e indústrias festejam esse 21.número, que contempla o gasto com uma gama 22.enorme de produtos, desde alimentos e brinquedos, 23.até roupas e viagens. E, para isso, contam com a 24.publicidade, principalmente na TV. 25. Mas, além de induzir à compra e ao consumo 26.desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. 27.O National Bureau of Economic Research fez um 28.estudo que revela que, se os anúncios de redes de 29.fast food fossem eliminados, a obesidade infantil 30.diminuiria em até 20%. Também aponta que a 31.publicidade infantil tende a anular a autoridade dos 32.pais, criando um confronto entre as mensagens 33.publicitárias e os valores familiares. 34. Segundo James McNeal, um dos papas do 35.marketing infantil, estamos numa espécie de “era 36.dourada das crianças”. Elas são tudo o que o 37.mercado quer: consumidoras compulsivas, 38.vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. 39.Mais ainda: influenciam decisivamente os hábitos de 40.consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta 41.milhões de americanosentre 2 e 12 anos são 42.responsáveis por influenciar um a cada sete dólares 43.gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo 44.com o Instituto InterScience, há dez anos, apenas 8% 45.das crianças influenciavam as decisões de compras 46.dos adultos. Hoje, esse número saltou para 49%. 47. Outro levantamento da Viacom, dona do canal 48.infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das 49.compras dos pais são influenciadas pelos filhos. 50.Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais 51.revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os 52.produtos comprados para toda a família, como o 53.carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, 54.som, tipo do carro, bancos e até o modelo das portas. 55.A criança consumidora de hoje será o adulto 56.consumidor de amanhã. 57. “Faz todo sentido que a busca incessante das 58.empresas pela fidelização de seus clientes comece 59.bem mais cedo. Nada mais natural, portanto, 60.olharmos as crianças como futuras consumidoras de 61.diversos produtos, serviços e marcas”, diz James 62.McNeal. Países como Suécia, Alemanha, 63.Espanha e Canadá já há algum tempo ______ 64.legislações extremamente rígidas com o que chamam 65.de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a 66.um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente 67.de gel para cabelos foi banida por ter “sensualizado” 68.personagens infantis. Na União Europeia, a legislação 69.básica, válida para os 27 países-membros, ________ 70.tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade 71.infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou 72.outros a comprar produtos ou serviços”, que “explore 73.a confiança dos pais pelos seus filhos” e “________ 74.cenas perigosas envolvendo menores”. 75. A resolução do Conanda não tem força de lei, 76.embora possa servir de base para possíveis 77.processos e ações. Já surgem manifestações 78.acusando a iniciativa de atentado à liberdade de 79.expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação 80.contra a integridade física e moral dos indivíduos. Um 81.exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros. Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não no mundo desenvolvido. Disponível em: http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a- proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no- brasil-masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 20/04/2014. 16. Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 63, 69 e 73. (A) tem – proíbe – mostre (B) têm – proíbe – mostre (C) têm – proíbe – mostrem (D) têm – proíbem – mostre (E) tem – proíbem – mostrem Questão sobre concordância verbal. No trecho “ Países como Suécia, Alemanha, Espanha e Canadá há há algum tempo ____ legislações...” (l. 62-63), a lacuna deve ser preenchida pela forma verbal “têm”, com acento circunflexo diferencial, já que o referente sujeito é “Países”. Na lacuna do trecho “Na União Europeia, a legislação básica, válida para os 27 países membros, _____ tudo o que explore...” (l. 68-69), deve aparecer “proíbe”, no singular, porque o referente sujeito é “a legislação básica”. Quanto à lacuna da linha 73, deve ser preenchida pela forma verbal “mostre”, no singular, haja vista que o referente sujeito é “tudo” (l. 69). _____________________________________________ 17. Assinale a alternativa com conteúdo que se pode depreender da leitura do texto. (A) Atualmente, a população de americanos na faixa entre 2 e 12 anos não passa de 40 milhões de pessoas. (B) A cada ano que passa, crianças com menos de 14 anos consomem 4 bilhões de dólares a mais. (C) Estudo realizado pela Viacom revela que 40% dos pais depende da opinião dos filhos para realizar compras. http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a- Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 62 (D) Segundo estudo do National Bureau of Economic Research, 20% das crianças obesas alimentam-se em redes de fast food. (E) Em estudo realizado pela Viacom, mais da metade dos pais admitiram considerar a opinião de seus filhos em relação à compra de produtos não direcionados exclusivamente para crianças. Questão sobre interpretação de texto. O texto revela que “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, o que não autoriza afirmar que atualmente a população de americanos na faixa entre 2 e 12 anos não passe de 40 milhões de pessoas. Errada a opção (A). Nas linhas 14 a 19, observa-se que “pessoas com menos de 14 anos são responsáveis diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano – dez vezes mais do que dez anos atrás”, o que não sustenta a afirmação de que crianças com menos de 14 anos gastem por ano 4 bilhões de dólares a mais. A proporção não autoriza a afirmar que o crescimento tenha sido constante para que hoje seja dez vezes maior. Errada a alternativa (B). No texto, encontra-se a informação de que “40% das compras dos pais são influenciadas pelos filhos”, não que 40% dos pais dependam da opinião dos filhos para comprar. Errada, portanto, a assertiva (C). O texto informa que “se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria em 20%”. Isso não autoriza a afirmação de que 20% das crianças obesas alimentam-se em redes de fast food. Errada a alternativa (D). _____________________________________________ 18. Assinale a alternativa com conteúdo que se pode depreender da leitura do texto. (A) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe qualquer tipo de publicidade infantil, seguindo orientação expressa do Estatuto da Criança e do Adolescente. (B) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe a utilização de crianças em propagandas. (C) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe propagandas de produtos prejudiciais à saúde de crianças. (D) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe a utilização de crianças em comerciais de produtos para adultos. (E) O Conanda aprovou uma resolução restritiva à propaganda infantil, levando em consideração a grande quantidade de casos em que essa prática desrespeita o Estatuto da Criança e do Adolescente. Questão sobre O Conanda, segundo o texto, “aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil” (03-05). Não se pode inferir, portanto, que a resolução do Conanda proíba qualquer tipo de publicidade infantil no Brasil, porque “infantil” é uma etapa da menoridade. Apenas com essa visão do texto, estão erradas as opções (A), (B), (C) e (D). _____________________________________________ 19. Assinale a alternativa que apresenta uma frase gramaticalmente correta com sentido literal equivalente ao do período que inicia com Ela (l. 05) e termina com saúde (l. 09). (A) Ela leva em conta que, na maioria das vezes, a publicidade infantil é contrariamente ao Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. (B) Ela leva em conta que a publicidade infantil, na maioria das vezes, é contrária ao que o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. (C) Ela leva em conta que, na maioria das vezes, a publicidade infantil é contrária ao Estatuto da Criança e do Adolescente e que só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. (D) Ela leva em conta, na maioria das vezes, que a publicidade infantil é, contrariamente ao que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, e só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobrealimentação, educação e saúde. (E) Ela leva em conta, na maioria das vezes, que a publicidade infantil é contrária ao Estatuto da Criança e ao do Adolescente e que só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. Questão sobre reescritura de trecho. A opção (A) apresenta o segmento “a publicidade infantil é contrariamente ao Estatuto...”, quando deveria apresentar “contrária”. Errada a reescritura oferecida na alternativa (A). O segmento “é contrária ao que o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve...” apresenta ruptura de sentido com a presença do “que”. Errada a reescritura contida na alternativa (B). Correta gramaticalmente e equivalente ao trecho original a reescritura presente na opção (C). Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 63 Não há continuidade de sentido no segmento “... a publicidade infantil é ... e só deve ser usada...”. Errada a reescritura oferecida na opção (D). A repetição do “que” em “e que só deve...” prejudica a correção gramatical na reescritura da opção (E). _____________________________________________ 20. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, a classificação gramatical correta para as conjunções se (l. 28), portanto (l. 59) e embora (l. 76). (A) condicional – conclusiva – concessiva (B) condicional – consecutiva – adversativa (C) consecutiva – conclusiva – concessiva (D) consecutiva – adversativa – conclusiva (E) condicional – conclusiva – adversativa Questão sobre classificação de conjunções. No segmento “se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados” (l. 28-29), a conjunção “se” é subordinativa adverbial condicional, podendo ser substituída, para comprovação, por “caso”. A conjunção “portanto” é coordenativa conclusiva, podendo ser substituída por “por isso”. Observe-se o trecho: “Nada mais natural, portanto, olharmos as crianças...” (l. 59-60). No trecho “A resolução do Conanda não tem força de lei, embora possa servir de base para futuros processos...” (l. 75-76), a conjunção “embora” é subordinativa concessiva, revelando ideia de oposição. Pode ser substituída por “ainda que”. ____________________________________________ 21. Considere as seguintes propostas de substituição de palavras do texto. I - Substituição de anular (l. 31) por anulação. II - Substituição de influenciavam (l. 45) por exerciam influência. III - Substituição de ouvem (l. 51) por valorizam. Quais dessas substituições criariam condições, no período em que fossem realizadas, para o uso do acento grave, indicador de crase? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre regência e crase. A substituição de “anular” por “anulação”, no trecho “Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade...” (l. 30-31), criará as condições para o registro do sinal indicativo de crase. Observe- se: ““Também aponta que a publicidade infantil tende à anulação da autoridade...”. Isso ocorre porque o verbo “tender” exige preposição “a” e a palavra seguinte é feminina (“anulação”), exigindo artigo definido “a”. A sugestão de substituição apresentada na assertiva I criará condições de crase, mesmo que, na reconstrução, seja necessário trocar-se o “a” antes de “autoridade” por “da”, e a banca não abordou tal alteração. No trecho “... apenas 8% das crianças influenciavam as decisões de compras dos adultos” (l. 45), a substituição de “influenciavam” por “exerciam influência” não produzirá preposição “a”, porque a forma “exercer influência” exige preposição “em”. Observe-se o trecho já com a modificação sugerida: “... apenas 8% das crianças exerciam influência nas decisões de compras dos adultos”. Portanto a substituição sugerida na assertiva II não criará condições para a crase. Quanto à sugestão apresentada na assertiva III, a substituição de “ouvem” por “valorizam” no trecho “... 65% dos pais revelam que ouvem a opinião das crianças...” (l. 50-51), não acarretará crase, porque “valorizar é verbo transitivo direto, não exigindo preposição. O trecho, já modificado, ficará com a seguinte redação: “... 65% dos pais revelam que valorizam a opinião das crianças...”. O “a”, antes de “opinião” continuará sendo apenas artigo definido feminino singular. _____________________________________________ 22. Assinale a alternativa com um período extraído do texto que NÃO contém oração na voz passiva. (A) Ela leva em conta que a publicidade infantil, na maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só deve ser usada para campanhas de utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. (l. 05-09) (B) O National Bureau of Economic Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria em até 20%. (l. 27-30) (C) “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. (l. 40-43) (D) Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickel odeon, mostra que mais de 40 % das compras dos pais são influenciadas pelos filhos. (l. 47- 49) (E) Uma campanha recente de gel para cabelos foi banida por ter “sensualizado” personagens infantis. (l. 66-68) Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 64 Questão sobre vozes verbais. No trecho da alternativa (A), o segmento “deve ser usada” apresenta verbo auxiliar (“deve”), verbo “ser” (“ser”) e particípio (“usada”), o que a identifica como construção em voz passiva analítica. No segmento “fossem eliminados”, presente no trecho contido na opção (B), há verbo “ser” (“fossem”) e particípio (“eliminados”), o que a identifica como construção em voz passiva analítica. Não há segmento na voz passiva no trecho da alternativa (C). Toda ela está na voz ativa. O segmento “são influenciadas pelos filhos”, presente no trecho da assertiva (D), está na voz passiva analítica, porque possui verbo “ser” (“são”), particípio (“influenciadas”) e agente da passiva (“pelos filhos”). Na construção da alternativa (E), o segmento “foi banida” está na voz passiva analítica, porque apresenta verbo “ser” (“foi)” e particípio (“banida”). _____________________________________________ 23. Assinale a alternativa que apresenta a classificação correta relativa ao tempo e modo das formas verbais fossem (l. 29) e possa (l. 76), respectivamente. (A) presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do subjuntivo (B) pretérito imperfeito do subjuntivo e presente do subjuntivo (C) presente do subjuntivo e futuro do subjuntivo (D) pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo (E) futuro do subjuntivo e presente do subjuntivo Questão sobre tempos e modos verbais. As formas verbais “fossem” (VERBO “SER”) e “possa” (VERBO “PODER”) estão conjugadas, respectivamente, no pretérito imperfeito do subjuntivo e no presente do subjuntivo. Observe-se: verbo “SER” – pretérito imperfeito do subjuntivo Verbo “PODER” – presente do subjuntivo (se) eu fosse (que) eu possa (se) tu fosses (que) tu possas (se) ele(a) fosse (que) ele(a) possa (se) nós fôssemos (que) nós possamos (se) vós fôsseis (que) vós possais (se) eles(as) fossem (que) eles(as) possam _____________________________________________ 24. Assinale a alternativa que contém substantivo formado pelo processo de derivação regressiva. (A) compra (l. 25) (B) publicidade (l. 31) (C) consumidoras (l. 37) (D) levantamento (l. 47)(E) incessante (l. 57) Questão sobre estrutura e formação de palavras. A palavra “compra” (l. 25) é formada por derivação regressiva, porque se deriva de verbo (“comprar”), que, perdendo o “r” final (desinência de forma nominal do infinitivo), gera o substantivo “compra”. Correta a alternativa (A). Quanto à opção (B), o substantivo “publicidade” (l. 31) é formado por derivação sufixal, em que o adjetivo “public(o)(a)” recebe vogal de ligação “i” mais sufixo “- dade”, formador de substantivo: “publicidade”. Na alternativa (C), o vocábulo “consumidoras” (l. 37) é formado por derivação prefixal e sufixal: (prefixo “com”) acrescido do radical “sum(i)” mais a consoante de ligação “d” com o sufixo “or” (formador de palavra que revela agente, função...) e, por fim, a desinência de gênero “a” (que indica feminino) e a desinência de número “s” (que revela plural). O substantivo “levantamento” (l. 47) é formado por derivação sufixal, em que a raiz do verbo “levantar” (“levant”) recebe vogal de ligação “a” e o sufixo “mento”, que indica movimento, ação. O adjetivo “incessante” é formado por derivação parassintética, em que o prefixo “in” (indicador de negação) se soma ao radical “cess” (de “cessar”) e ao sufixo “ante”, indicador de agente ou função. _____________________________________________ 25. Considere o trecho a seguir, extraído do texto. O National Bureau of Economic Research fez um estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria em até 20%. Também aponta que a publicidade infantil tende a anular a autoridade dos pais, criando um confronto entre as mensagens publicitárias e os valores familiares. (l. 27-33) Assinale a alternativa que apresenta a classificação gramatical correta para as três palavras sublinhadas no trecho acima, na ordem em que aparecem. (A) pronome relativo – conjunção integrante – pronome relativo (B) conjunção integrante – pronome relativo – pronome relativo (C) pronome relativo – pronome relativo – conjunção integrante (D) conjunção integrante – pronome relativo – conjunção integrante Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 65 (E) pronome relativo – conjunção integrante – conjunção integrante Questão sobre funções do “que”. No segmento “... um estudo que revela...”, a palavra “que” retoma o substantivo “estudo”, portanto funciona como pronome relativo. Com relação aos trechos “... revela que...” e “aponta que...”, a palavra “que está integrando o sentido, respectivamente, dos verbos “revelar” e “apontar”, o que lhe confere, nos dois casos, a classificação de conjunção subordinativa integrante. ____________________________________________ 26. Considere as afirmações a seguir sobre o uso de vírgulas no texto. I - As vírgulas depois de Empresas (l. 20) e número (l. 21) são usadas em função da mesma regra que exige as vírgulas depois de McNeal (l. 34) e infantil (l. 35). II - As vírgulas das linhas 47 e 48 são usadas para isolar um vocativo. III - A vírgula depois de produtos (l. 61) é usada em função da mesma regra que exige a vírgula da linha 71. Quais estão corretas? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre pontuação. A vírgula depois de “Empresas” está sendo empregada para separar elementos de igual função sintática, separando a palavra de “agências e indústrias” (l. 20). Já as vírgulas do segmento “Segundo James McNeal, um dos papas do marketing infantil, estamos numa...” (l. 34-35) isolam aposto, que é qualificação. Portanto as vírgulas apontadas na assertiva I não têm como base a mesma regra. Errada a assertiva I. No segmento “Outro levantamento da Viacom, dona do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais...” (l. 47-48), as vírgulas estão isolando aposto, que é qualificação, não vocativo, que é chamamento. Errada a assertiva II. Nos trechos “... consumidoras de diversos produtos, serviços e marcas...” (l. 60-61) e “tudo o que explore a inexperiência e credibilidade infantil, que encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar...” (l. 69-71), as vírgulas depois de “produtos” (no primeiro segmento) e depois de “infantil” (no segundo trecho) são empregadas para separar elementos de igual função sintática, ou itens em série. Certa a assertiva III. _____________________________________________ 27. Ao afirmar que as crianças são consumidoras compulsivas (l. 37), o texto quer chamar a atenção para o fato de que elas realizam suas decisões de consumo motivadas por uma (A) excessiva carência afetiva. (B) imposição interna irresistível. (C) falta de autoridade externa. (D) necessidade de impor sua vontade. (E) falta de confiança nas decisões dos pais. Questão sobre No segmento “Elas são tudo o que o mercado quer: consumidoras compulsivas...” (l. 36-37), a expressão “consumidoras compulsivas” expressa que as crianças apresentam imposição interna irresistível, ou seja, sofrem de “compulsão” ou “compulsividade” para comprar. Portanto está correta a assertiva (B). As demais, obviamente, não apresentam relação semântica com a ideia contida no trecho em exame. _____________________________________________ 28. Assinale a alternativa que apresenta oração subordinada adjetiva explicativa extraída do texto. (A) que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil (l. 04-05) (B) que está já há algum tempo em discussão (l. 10-11) (C) que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos (l. 21-22) (D) que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo (l. 57-59) (E) que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar produtos ou serviços” (l. 70-72) Questão sobre orações. Quanto às opções (A) e (B), as orações “que proíbe propagandas voltadas para menores de idade no Brasil” (l. 04-05) e “que está já há algum tempo em discussão” (l. 10-11) são subordinadas adjetivas restritivas, pois não aparecem virguladas nos trechos em que se inserem. Com relação à alternativa (C), a oração “que contempla o gasto com uma gama enorme de produtos” (l. 21-22) é subordinada adjetiva explicativa, pois faz referência a todo o universo tratado anteriormente e está isolada por vírgulas. Em referência à opção (D), a oração “que a busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes comece bem mais cedo” (l. 57-59) Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA - FAURGS 66 subordinada integrante, completando o sentido do verbo “fazer”, na forma “Faz todo sentido que a busca...”.Na alternativa (E), a oração “que encoraje crianças a persuadir pais ou outros a comprar produtos ou serviços” é subordinada objetiva direta decorrente do fragmento “proíbe tudo o que...”. _____________________________________________ 29. Assinale a alternativa em que a expressão extraída do texto NÃO exerce a função de complemento nominal na frase em que se encontra. (A) de produtos infantis (l. 12) (B) por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano (l. 18) (C) às tendências ditadas pela publicidade (l. 38) (D) de hoje (l. 55) (E) pela fidelização de seus clientes (l. 58) Questão sobre funções sintáticas. (A) No trecho “... consumo de produtos infantis...” (l. 12), a expressão destacada funciona como complemento nominal do substantivo “consumo”. (B) O segmento “... responsáveis por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano...” (l. 18), o segmento destacado é complemento nominal do adjetivo “responsáveis”.(C) Em “... vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade...” (l. 38), o trecho sublinhado tem função de complemento nominal do adjetivo “vulneráveis”. (D) No trecho “A criança consumidora de hoje...” (l. 55), a expressão sublinhada exerce função de adjunto adnominal, pois o termo “consumidora”, no segmento em que se encontra, aparece com sentido completo, não exigindo complemento nominal. (E) Quanto ao segmento “... busca incessante das empresas pela fidelização de seus clientes...” (l. 58), o trecho destacado é complemento nominal de “busca”. _____________________________________________ 30 Considere os pares de palavras a seguir. I - saúde – indústrias II - atrás – às III - espécie – família Em quais pares as palavras são acentuadas em virtude da mesma regra? (A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas III. (D) Apenas I e III. (E) Apenas II e III. Questão sobre acentuação gráfica. A palavra “saúde” é acentuada porque apresenta “u” tônico, precedido de vogal e formando sílaba sozinho. Em “indústrias, o acento se deve ao fato de ser palavra paroxítona terminada em ditongo crescente. Portanto, na assertiva I, as palavras não recebem acento em razão da mesma regra. O vocábulo “atrás” é acentuado por ser oxítono terminado em “as”. Já “às” apresenta sinal indicativo de crase, que ocorre por razões sintáticas, não se submetendo às regras de acentuação gráfica. Logo as palavras presentes na assertiva II não se acentuam por igual regra. As palavras “espécie” e família” são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente. Aqui ambas as palavras, portanto, são acentuada em virtude da mesma regra. Correta a assertiva III. GABARITO 01C 02D 03C 04A 05B 06E 07* 08B 09B 10D 11B 12D 13E 14E 15E 16B 17E 18E 19C 20A 21A 22C 23B 24A 25E 26C 27B 28C 29D 30C *Questão recorrível. _____________________________________________ Este material é de propriedade do autor. É proibida a reprodução, no todo ou em parte, sem a expressa anuência do autor. _____________________________________________