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Prévia do material em texto

Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 1 
 
 
Apresentação 
 A presente apostila contém 174 questões de Língua Portuguesa de diversos concursos 
elaborados pela Fundação de Apoio à Universidade Federal do Rio Grande do Sul – FAURGS, todas 
comentadas e respondidas. 
 Trata-se de material didático que servirá para a preparação a concursos públicos de todas as 
áreas, em provas de Língua Portuguesa que vierem a ser elaboradas pela FAURGS. Logo após 
cada questão, vêm os comentários, incluindo-se a identificação do conteúdo a que pertence, bem 
como todas as explicações que, de forma clara e didática, explicam a proposta, muitas delas 
alternativa por alternativa. As respostas (letras das alternativas), porém, vêm após cada prova, para 
evitar a visualização antecipada da resposta. 
 Este material segue a ordem das provas apresentadas no índice abaixo. As questões foram 
retiradas de provas de exigência de Nível Médio e de Nível Superior. Para facilitar a informação, as 
provas estão identificadas sempre no início, em que constam a instituição, o cargo, o ano de 
ocorrência da prova e o nível de exigência escolar. 
 O autor deste compêndio pode ser contatado por intermédio do endereço de e-mail 
menegotto@cpcrs.com.br para dirimência de dúvidas, solicitando-se que seja enviada apenas uma 
dúvida por mensagem, sem limite de mensagens. Roga-se, também, que o consulente identifique o 
material (no caso este compêndio de questões comentadas da FAURGS) e a questão, informando a 
prova e o número da questão. Isso agilizará o processo de localização do item em dúvida e, 
consequentemente, diminuirá o tempo da resposta. 
 Convidamos o consulente a visitar a página Menegotto no Facebook, em que são postadas 
questões comentadas, regras, curiosidades da Língua Portuguesa, além de informações sobre 
concursos e cursos do CPC Concursos. 
 Boa preparação a todos. 
 
 Prof. Alberto Menegotto®
Índice 
Prova Página 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2013 
– Nível Médio (30 questões) 
2 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Guarda de Segurança – 
2012 – Nível Médio (30 questões) 
15 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Técnico Judiciário – 2012 – 
Nível Médio (26 questões) 
24 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2010 
– Nível Médio (28 questões) 
33 
Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul – SEFAZ-RS – Agente Fiscal do 
Tesouro do Estado – 2008 – Nível Superior (30 questões) 
46 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul – TJRS – Oficial de Justiça – 2014 – 
Nível Médio (30 questões) 
55 
Total: seis (6) provas e 174 questões objetivas comentadas e respondidas. 
 
 
mailto:menegotto@cpcrs.com.br
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 2 
 
 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2013 – Nível 
Médio 
 
Instruções: As questões 01 a 15 referem-se ao texto 
abaixo. 
Apesar de você 
 
01. Você é a favor ou contra cortarem árvores para 
02.alargar uma rua? A favor ou contra derrubarem uma 
03.casa para construir um edifício? Devem ser reabertos 
04.os arquivos da ditadura? Proibidas as máscaras nos 
05.protestos? Publicadas biografias não autorizadas? 
06. A arena de debates públicos foi ampliada 
07.virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes 
08.sociais. Pode parecer apenas mais uma discussão 
09.banal sobre um aumento de 20 centavos nas 
10.passagens, mas por _____ de toda polêmica que 
11.exalta ânimos e inflama espíritos há um conflito de 
12._____ de mundo, um choque tectônico de ideias. 
13.Quase nunca é só pelos 20 centavos. 
14. Como nem sempre são evidentes todos os 
15.aspectos envolvidos em um debate – e como poucas 
16.pessoas entendem de todos os assuntos, tirando 
17.Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite 
18.sobre tudo – é comum que fiquemos atentos à 
19.maneira como diferentes pessoas _____ confiamos 
20.se posicionam antes de formarmos a nossa própria 
21.opinião. O conceito de formador de opinião, porém, 
22.mudou muito nos últimos anos. Hoje há formadores 
23.de opinião por todos os lados, para onde você olhar, e 
24.por isso mesmo é cada vez mais difícil escolher quem 
25.vale a pena ouvir. 
26. Na busca da iluminação cotidiana, gosto de 
27.prestar atenção em quem entende do riscado: 
28.arquitetos para falar de arquitetura, médicos para falar 
29.de medicina, juristas para falar de leis. Mas não basta 
30.entender do assunto. Para conquistar o meu respeito, 
31.é preciso conseguir construir argumentos que voem 
32.além dos interesses de sua categoria. Médicos a 
33.favor.do Mais Médicos, jornalistas contra o diploma de 
34.jornalismo, empresários dispostos a perder algum 
35.dinheiro: pode-se concordar ou não com eles, mas 
36.ganham um crédito adicional de confiança por 
37.pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o 
38.coração. 
39. Quero que o formador de opinião seja coerente, 
40.mas, se for dizer algo desatinadamente oposto _____ 
41.disse antes, que reconheça isso, com humildade, 
42.porque mudar de opinião, às vezes, é um sinal de 
43.inteligência e integridade. Quero ler opiniões _____ 
44.me surpreendam de vez em quando, porque o 
45.pensador independente não se torna refém de 
46.inclinações políticas ou ideológicas – e nada é mais 
47.triste do que ver pessoas inteligentes esforçando-se 
48.para tornar plausível um pensamento torto apenas 
49.para justificar uma ideologia ou um interesse 
50.particular. Ainda assim, quero o conforto de saber que 
51.certas pessoas têm a capacidade de iluminar os 
52.caminhos mais tortuosos, invariavelmente apontando 
53.para a trilha do que é justo, honesto, honrado, 
54.coerente. 
55. A polêmica recente envolvendo o grupo de 
56.artistas que defende restrições às biografias não 
57.autorizadas talvez seja lembrada menos pelo assunto 
58.em si do que pelo fato de ter colocado sob fogo 
59.cerrado dois dos nomes mais emblemáticos da 
60.cultura brasileira. Não me importa que Caetano 
61.Veloso e Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões 
62.diferentes das minhas – muitas vezes tiveram, 
63.inclusive politicamente. O que é triste é ver que 
64.emprestaram seu prestígio não a um princípio ou a 
65.uma causa maior do que eles, mas a interesses 
66.restritos ao seu cercadinho. Pois, levado ao limite, o 
67.raciocínio da proteção à privacidade torna impossível 
68.publicar qualquer coisa que contrarie o interesse de 
69.qualquer pessoa – o que, vamos combinar, é muito 
70.parecido com censura. 
71. O mais irônico é que justamente esse gesto 
72.pode vir a ser a nota mais embaraçosa das biografias 
73.dos dois – quando, “apesar de você”, elas forem 
74.escritas. E serão. 
Adaptado de: LAITANO, Cláudia. Zero Hora, 12 out. 
2012, n.º 17581. 
 
01. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 10 e 11 do 
texto. 
 
(A) tras – visões 
(B) trás – visões 
(C) trás – vizões 
(D) traz – visões 
(E) traz – vizões 
 
Questão sobre ortografia. 
As lacunas das linhas 10 e 12 do texto devem ser 
preenchidas pelas palavras “trás”, com acento agudo 
e “s” final, pois se trata de advérbio (antônimo de 
“frente”) e “visões”, obviamente com “s”. 
____________________________________________ 
 
02. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 19, 40 e 43 do 
texto. 
 
(A) que – de quem – de que 
(B) em quem – a quem – de quem 
(C) que – ao que – cujas 
(D) em quem – ao que – que 
 
 
Prof. Alberto MenegottoLÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 3 
 
 
(E) que – ao que – que 
 
Questão sobre Regência e emprego de pronomes 
relativos. 
A lacuna da linha 19 deve ser preenchida pela 
expressão “em quem”; a preposição “em” é exigida 
pela regência do verbo “confiar” (quem confia confia 
“em”); o pronome relativo deve ser “quem” em razão 
de “pessoas” (usa-se “quem” para seres humanos). 
 Quanto à lacuna da linha 40, o vocábulo 
“oposto” exige a preposição “a” (o que é oposto é 
oposto a), devendo ser construído com o artigo “o”, 
em “ao que”. 
 Com relação à lacuna da linha 43, deve 
aparecer ali apenas o pronome “que”, sem 
preposição, porque o verbo “surpreender” é transitivo 
direto. 
____________________________________________ 
 
03. Considere as afirmações a seguir. 
 
I - Formadores de opinião que defendem pontos de vista 
contrários aos interesses de sua categoria profissional 
privilegiam a razão na expressão de suas opiniões. 
II - As restrições às biografias não autorizadas 
constituem uma limitação à liberdade de expressão que 
se aproxima da censura. 
III - A posição de Caetano Veloso e Chico Buarque de 
Hollanda na polêmica relativa às restrições às biografias 
não autorizadas é motivada por interesses particulares. 
 
Quais expressam ideias presentes no texto? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
No trecho “... pode-se concordar ou não com eles, 
mas ganham em crédito adicional de confiança por 
pensarem com a cabeça e não com o bolso ou o 
coração. Quero que o formador de opinião seja 
coerente, mas, se for dizer algo desatinadamente 
oposto ao que disse antes, que reconheça isso, com 
humildade, porque mudar de opinião, às vezes, é um 
sinal de inteligência e integridade” (l. 35-38), é 
possível observar que a afirmação I está correta. 
 No trecho “Pois, levado ao limite, o raciocínio 
da proteção à privacidade torna impossível publicar 
qualquer coisa que contrarie o interesse de qualquer 
pessoa – o que, vamos combinar, é muito parecido 
com censura” (l. 66-70), encontram-se bases para que 
a afirmação II esteja correta. 
 Observando-se o trecho “O que é triste é ver 
que emprestaram seu prestígio não a um princípio ou 
a uma causa maior do que eles, mas a interesses 
restritos ao se cercadinho” (l. 63-66), pode-se 
considerar correta a airmação III. 
____________________________________________ 
 
 04. Assinale a alternativa que apresenta conteúdo que 
se pode depreender da leitura do texto. 
 
(A) O programa Mais Médicos é uma boa iniciativa do 
Governo Federal. 
(B) Formadores de opinião inteligentes costumam ter 
uma segunda opinião para mostrar que são íntegros. 
(C) É sinal de independência de um pensador elaborar 
seus argumentos com o objetivo de justificar sua 
ideologia particular. 
(D) A ironia característica de Caetano Veloso e Chico 
Buarque de Hollanda será registrada em suas biografias 
em forma de nota. 
(E) Ao aumento do número de formadores de opinião 
corresponde um aumento da dificuldade de seleção das 
opiniões que merecem ser consideradas. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
As alternativas A, B, C e D contêm aspectos que se 
podem depreender da leitura do texto, por estarem 
implícitas. 
Quanto à afirmação contida na opção E, não 
se pode depreender da leitura do texto que haja 
relação direta entre o aumento do número de 
formadores de opinião e o aumento da dificuldade de 
seleção das opiniões que merecem ser consideradas. 
____________________________________________ 
 
05. Na linha 73, a expressão “apesar de você”, 
empregada no texto entre aspas duplas, é uma citação 
de um trecho de uma canção de Chico Buarque de 
Hollanda em que o músico faz uma crítica à ditadura 
militar no Brasil. No texto em análise, pode-se afirmar 
que a autora faz essa citação a fim de estabelecer uma 
analogia entre os censores do regime militar e 
 
(A) o leitor do texto. 
(B) Caetano Veloso e Chico Buarque de Hollanda. 
(C) os autores de biografias. 
(D) médicos, jornalistas e empresários. 
(E) os leitores de biografias. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
No trecho “O mais irônico é que justamente esse 
gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das 
biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, elas 
forem escritas. E serão.” (l. 71-74), a expressão 
“apesar de você” foi utilizada pela autora para 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 4 
 
 
estabelecer analogia entre os censores do regime 
militar e os próprios artistas Caetano Veloso e Chico 
Buarque de Hollanda. 
____________________________________________ 
 
06. Ao utilizar a expressão capilaridade das redes 
sociais (l. 07-08), a autora refere-se à 
 
(A) profundidade dos debates que acontecem nas redes 
sociais. 
(B) segmentação de redes sociais especializadas em 
distintas questões de caráter público. 
(C) capacidade das redes sociais de propagar ideias 
entre um número expressivo de pessoas. 
(D) clandestinidade das redes sociais, necessária para 
garantir o anonimato de seus participantes. 
(E) finalidade das redes sociais de exercer um papel de 
crítica radical a iniciativas do poder público. 
 
Questão sobre semântica e interpretação de texto. 
A utilização do segmento “capilaridade das redes 
sociais” (l. 07-08), no trecho “A arena de debates 
públicos foi ampliada virtualmente ao infinito pela 
capilaridade das redes sociais” (l. 06-07), é referência 
à capacidade de as redes sociais propagarem ideias 
entre grande quantidade de pessoas, o que confere 
correção à alternativa C. 
 Observe-se que não poderia ser a opção A 
porque as redes sociais não servem de fórum de 
discussão profunda de debates. Também não pode 
ser a opção B, haja vista que, no texto, não se 
encontra referência à presença de segmentos 
específicos de debates nas redes sociais. Está errada 
a alternativa D, uma vez que, além de as redes 
sociais não serem clandestinas, mas abertas e 
conhecidas, não há referência sobre clandestinidade 
desses meios de comunicação. De igual forma, não 
está em discussão – nem há referência a isso no texto 
– o papel das redes sociais de exercer crítica radical a 
iniciativas do poder público. 
____________________________________________ 
 
07. Assinale a alternativa que apresenta, 
respectivamente, os sentidos das conjunções Como (l. 
14) e porque (l. 44), conforme empregadas nos períodos 
em que ocorrem no texto. 
 (A) oposição – causa 
(B) causa – explicação 
(C) explicação – causa 
(D) oposição – explicação 
(E) explicação – explicação 
 
Questão sobre 
No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os 
aspectos envolvidos em um debate – e como poucas 
pessoas entendem de todos os assuntos, tirando 
Leonardo Da Vinci e aquele seu amigo que dá palpite 
sobre tudo - ...” (l. 14-18), o conetivo “Como” 
(destacado) é claramente utilizado para expressar 
causa, tanto que pode ser substituído, sem alteração 
de sentido, por “Porque”. 
Já no segmento “Quero ler opiniões que me 
surpreendam de vez em quando, porque o pensador 
independente não se torna refém de inclinações 
políticas ou ideológicas – e nada é mais triste do que 
ver pessoas...” (l. 43-47), o nexo “porque” (destacado) 
tem nítida intenção explicativa em relação à oração 
anterior. 
____________________________________________ 
 
08. A expressão choque tectônico de ideias (l. 12) 
contém uma metáfora que remete ao campo da 
 
(A) história. 
(B) biologia. 
(C) química. 
(D) medicina. 
(E) geologia. 
 
Questão sobre semântica e interpretação de texto. 
A expressão “choque tectônico de ideias” contém o 
adjetivo “tectônico”, que significa relativo a tectonismo, 
termo geral relativo a todos os movimentos(ou 
acomodações) da crosta terrestre com origem em 
processos tectônicos. Portanto remete ao campo da 
geologia. 
____________________________________________ 
 
09. Considere o trecho a seguir, extraído do texto (l. 22-
25). 
Hoje há formadores de opinião por todos os lados, para 
onde você olhar, e por isso mesmo é cada vez mais 
difícil escolher quem vale a pena ouvir. 
 
Assinale a alternativa que propõe uma conversão do 
trecho acima para o passado que esteja de acordo com 
a norma gramatical e que preserve a perspectiva modal 
e as relações de ordenamento entre estados e eventos 
expressas originalmente. 
 
(A) Antigamente haviam formadores de opinião por 
todos os lados, para onde você olhasse, e por isso 
mesmo fosse cada vez mais difícil escolher quem valia 
a pena ouvir. 
(B) Antigamente havia formadores de opinião por todos 
os lados, para onde você olhara, e por isso mesmo fora 
cada vez mais difícil escolher quem valesse a pena 
ouvir. 
(C) Antigamente havia formadores de opinião por todos 
os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo era 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 5 
 
 
cada vez mais difícil escolher quem valia a pena ouvir. 
(D) Antigamente houveram formadores de opinião por 
todos os lados, para onde você olhara, e por isso 
mesmo seria cada vez mais difícil escolher quem valia a 
pena ouvir. 
(E) Antigamente haviam formadores de opinião por 
todos os lados, para onde você olhasse, e por isso 
mesmo seria cada vez mais difícil escolher quem valera 
a pena ouvir. 
 
Questão sobre Reescritura de trecho, com 
aspectos de flexão verbal. 
O trecho “Hoje há formadores de opinião por todos os 
lados, para onde você olhar, e por isso mesmo é cada 
vez mais difícil escolher quem vale a pena ouvir” (l. 
22-25) é base para a questão, cuja proposta é de 
reescritura com transformação para o passado de 
acordo com a norma gramatical. 
A técnica é simples: os verbos que estão no modo 
indicativo (“há”, “é” e “vale”) devem permanecer no 
mesmo modo, sofrendo alteração do tempo para 
pretérito imperfeito do indicativo. O verbo “olhar”, que 
está no subjuntivo, deve permanecer neste modo, 
apenas sofrendo passagem para o pretérito imperfeito 
do subjuntivo. 
Observe-se: o verbo “haver” (em “há”, no presente do 
indicativo) deve passar para o pretérito imperfeito do 
indicativo, devendo ficar no singular, porque se trata 
de verbo impessoal: “havia”. Quanto à forma “olhar”, 
que está no futuro do subjuntivo, deve passar para o 
pretérito imperfeito do subjuntivo: “olhasse”. O verbo 
“ser”, em “é” (presente do indicativo), deve passar 
para o pretérito imperfeito do indicativo”: “era”. Já o 
verbo “valer”, em “vale” (presente do indicativo), deve 
ir para o pretérito imperfeito do indicativo: “valia”. 
O trecho, portanto, deve ter a seguinte redação: 
“Antigamente havia formadores de opinião por todos 
os lados, para onde você olhasse, e por isso mesmo 
era cada vez mais difícil escolher quem valia a pena 
ouvir”. 
____________________________________________ 
 
10. Considere os trechos a seguir, extraídos do texto. 
I - Devem ser reabertos os arquivos da ditadura? (l. 03-
04) 
II – A arena de debates públicos foi ampliada 
virtualmente ao infinito pela capilaridade das redes 
sociais. (l. 06-08) 
III - Para conquistar o meu respeito, é preciso conseguir 
construir argumentos que voem além dos interesses de 
sua categoria. (l. 30-32) 
IV -... pode-se concordar ou não com eles, mas ganham 
um crédito adicional de confiança por pensarem com a 
cabeça e não com o bolso ou o coração. (l. 35-38) 
 
Quais deles contêm oração na voz passiva? 
 
(A) Apenas I e II. 
(B) Apenas I e IV. 
(C) Apenas II e III. 
(D) Apenas II e IV. 
(E) Apenas I, II e IV. 
 
Questão sobre vozes verbais. 
Na assertiva I, a forma verbal “Devem ser reabertos” 
apresenta verbo “ser” auxiliar (“ser”) e particípio 
(“reabertos”), condições mínimas para a estrutura de 
voz passiva analítica. 
Em II, a construção “foi ampliada” também apresenta 
verbo “ser” (“foi”) e particípio (“ampliada”), o que lhe 
confere estrutura de voz passiva analítica. 
Na frase III, não há verbo “ser” auxiliar, nem particípio, 
o que não lhe confere situação de voz passiva 
analítica. Não se observa, também, estrutura de voz 
passiva sintética, pela ausência de partícula 
apassivadora “se”. A voz, nessa construção, é ativa. 
Na IV, mesmo que haja “pode-se concordar”, com 
“se”, entre outras expressões verbais no contexto, não 
há voz passiva. 
____________________________________________ 
 
11. Considere as seguintes afirmações sobre relações 
de referência estabelecidas no texto. 
 
I - A expressão sua categoria (l. 32) faz referência à 
qualidade dos argumentos dos envolvidos em um 
debate. 
II - O pronome eles (l. 35) faz referência aos possíveis 
argumentos em um debate. 
III - A expressão esse gesto (l. 71) faz referência ao 
posicionamento assumido por Chico Buarque de 
Hollanda e Caetano Veloso em relação às restrições às 
biografias não autorizadas. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre emprego de pronomes (referentes). 
A expressão “sua categoria”, destacada no trecho “Na 
busca da iluminação cotidiana, gosto de prestar 
atenção em quem entende do riscado: arquitetos para 
falar de arquitetura, médicos para falar de medicina, 
juristas para falar de leis. Mas não basta entender do 
assunto. Para conquistar o meu respeito, é preciso 
conseguir construir argumentos que voem além dos 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 6 
 
 
interesses de sua categoria” (l.26-32), faz referência 
às categorias profissionais em geral, tanto as citadas 
no trecho quanto as demais. Portanto está errada a 
assertiva I. 
No trecho “Médicos a favor do Mais Médicos, 
jornalistas contra o diploma de jornalismo, 
empresários dispostos a perder algum dinheiro: pode-
se concordar ou não com eles, mas ganham um 
crédito adicional de confiança por pensarem com a 
cabeça e não com o bolso ou o coração” (l. 32-38), o 
pronome “eles” (destacado) faz nítida referência a 
médicos, jornalistas, empresários, entre outros 
profissionais. Está errada, portanto, a assertiva II. 
Quanto à afirmação III, o termo “esse gesto” (l. 71), 
destacado no trecho “O mais irônico é que justamente 
esse gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa 
das biografias dos dois – quando, ‘apesar de você’, 
elas forem escritas. E serão.” (l. 71-74) retoma a 
posição assumida por Caetano Veloso e Chico 
Buarque de Hollanda. Correta a afirmação III. 
____________________________________________ 
 
12. Considere as seguintes propostas de pontuação. 
 
I - A colocação de duas vírgulas, uma depois de mas 
(l. 10) e uma depois de espíritos (l. 11). 
II - A inserção de uma vírgula depois do travessão da 
linha 18. 
III - A retirada da vírgula depois de porém (l. 21). 
 
Quais seriam gramaticalmente corretas, se incorporadas 
ao texto? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “Pode parecer apenas mais uma discussão 
banal sobre um aumento de 20 centavos nas 
passagens, mas por trás de toda polêmica que exalta 
ânimos e inflama espíritos há um conflito de visões de 
mundo...” (l. 08-12), o segmento “por trás de toda 
polêmica que exalta ânimos e inflama espíritos” é 
adjunto adverbial deslocado associado à oração 
subordinada adjetiva (esta iniciada por “que”) e 
poderia ficar corretamente isolada por vírgulas. O 
trecho, com vírgulas, ficaria com a seguinte redação: 
“Podeparecer apenas mais uma discussão banal 
sobre um aumento de 20 centavos nas passagens, 
mas, por trás de toda polêmica que exalta ânimos e 
inflama espíritos, há um conflito de visões de 
mundo...” Certa a afirmação I. 
 Quanto ao segmento “Como nem sempre são 
evidentes todos os aspectos envolvidos em um 
debate – e como poucas pessoas entendem de todos 
os assuntos, tirando Leonardo Da Vinci e aquele seu 
amigo que dá palpite sobre tudo – é comum que 
fiquemos atentos à maneira como diferentes 
pessoas...” (l. 14-19), a inserção de vírgula logo após 
o segundo travessão é correta e indicada, porque o 
período inicia por oração subordinada causal (começa 
com “Como...”) deslocada. Correta a afirmação II. 
 No trecho “O conceito formador de opinião, 
porém, mudou muito nos últimos anos” (l. 21-22), a 
conjunção coordenativa adversativa “porém” 
(destacada) está deslocada, devendo permanecer 
isolada por vírgulas, o que não permite que a vírgula 
após a conjunção seja suprimida. Errada a afirmação 
III. 
____________________________________________ 
 
13. Considere as seguintes propostas de alterações. 
 
I - Na linha 56, a substituição de às por a. 
II - Na linha 65, a substituição de a, depois de mas, por 
à. 
III - Na linha 72, a substituição de a, antes de ser, por à. 
 
Quais seriam gramaticalmente corretas, se incorporadas 
ao texto? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre crase. 
No trecho “A polêmica recente envolvendo o grupo de 
artistas que defende restrições às biografias não 
autorizadas talvez seja...” (l. 55-57) o sinal indicativo 
de crase é decorrente da regência de “restrições”, que 
exige preposição “a” e do artigo “as” antes de 
“biografias”. A supressão do artigo “as” é possível, 
permanecendo apenas a preposição “a”, exigida pela 
regência do substantivo “restrições”. Observe-se: “A 
polêmica recente envolvendo o grupo de artistas que 
defende restrições a biografias não autorizadas talvez 
seja...”. A correção gramatical e o sentido original do 
texto serão mantidos. Correta a assertiva I. 
Já no segmento “o que é triste é ver que emprestaram 
seu prestígio não a um princípio ou a uma causa 
maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu 
cercadinho” (l. 63-66), o “a” antes de “interesses” é 
apenas preposição, haja vista que “interesses” é 
palavra masculina. Portanto não é possível indicar-se 
sinal de crase. Errada a assertiva II. 
 
 
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No trecho “O mais irônico é que justamente esse 
gesto pode vir a ser a nota mais embaraçosa das 
biografias...” (l.71-72), o “a”, no segmento “pode vir a 
ser” é apenas preposição, já que a palavra 
imediatamente seguinte é verbo, e antes de verbo não 
existe crase. Portanto não se pode indicar crase. 
Errada a assertiva III. 
____________________________________________ 
 
14. Considere as seguintes propostas de alteração de 
trechos do texto envolvendo mudança de ordem de 
palavras. 
 
I - Substituição de muitas vezes tiveram (l. 62) por 
tiveram muitas vezes. 
II - Substituição de emprestaram seu prestígio não a um 
princípio (l. 64) por emprestaram não seu prestígio a um 
princípio. 
III - Substituição de Pois, levado ao limite, o raciocínio (l. 
66-67) por Levado ao limite, pois, o raciocínio. 
 
Quais preservam a correção gramatical e o sentido 
literal dos períodos originais? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre colocação dos termos na frase. 
No trecho “Não me importa que Caetano Veloso e 
Chico Buarque de Hollanda tenham opiniões 
diferentes das minhas – muitas vezes tiveram, 
inclusive politicamente” (l. 60-63), o segmento “muitas 
vezes tiveram” poderá ser alterado em sua ordem 
para “tiveram muitas vezes”, mantendo-se a correção 
gramatical e o sentido original do texto. Correta a 
afirmação I. 
No segmento “o que é triste é ver que emprestaram 
seu prestígio não a um princípio ou a uma causa 
maior do que eles, mas a interesses restritos ao seu 
cercadinho” (l. 63-66), a substituição de “emprestaram 
seu prestígio não a um princípio” por “emprestaram 
não seu prestígio a um princípio” alteraria o sentido 
original da ideia, porque o advérbio “não”, no texto 
original, está modificando o sentido de “um princípio”, 
enquanto na sugestão o advérbio “não” está a serviço 
de “seu prestígio”. Embora preserve a correção 
gramatical, não mantém o sentido original do texto. 
Errada a assertiva II. 
Quanto à assertiva III, no trecho “Pois, levado ao 
limite, o raciocínio da proteção à privacidade torna 
impossível publicar qualquer coisa que contrarie o 
interesse de qualquer pessoa...” (l. 66-69), a 
conjunção “Pois” está sendo empregada com sentido 
explicativo. Se a redação for substituída por “Levado 
ao limite, pois, o raciocínio...”, a conjunção “pois”, 
deslocada na sugestão, assume a ideia de conclusão, 
podendo, inclusive, ser substituída por “portanto” e, 
por consequência, alterando o sentido original do 
texto. Errada a afirmação III. 
____________________________________________ 
 
15. Considere as seguintes propostas de substituições 
de expressões do texto. 
 
I - A substituição das expressões nem sempre (l. 14) e 
todos os (l. 14), respectivamente, por nunca e alguns 
dos. 
II - A substituição das expressões poucas (l. 15) e todos 
os (l. 16), respectivamente, por todas as e poucos. 
III - A substituição da expressão torna impossível 
publicar (l. 67-68) por impede a publicação de. 
 
Quais resultariam em alteração do sentido literal dos 
períodos originais? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre reescritura de trechos. 
No trecho “Como nem sempre são evidentes todos os 
aspectos envolvidos em um debate...” (l. 14-15), as 
substituições de “nem sempre” por “nunca” e “todos 
os” por “alguns dos” causariam alteração de sentido 
no texto. “Nem sempre” poderia ser trocado por “às 
vezes”, mas não por “nunca”. E “todos os” representa 
totalidade, não podendo ser substituído por “alguns 
dos”, cujo universo de abrangência não corresponde a 
“todos os”. Portanto as sugestões de substituição 
propostas pela afirmação I causariam alteração de 
sentido. 
 As substituições de “poucas” (l. 15) por “todas 
as” e “todos os” (l. 16) por “poucos” causariam 
alterações no contexto. Observe-se que o adjetivo 
“poucas”, no trecho “e como poucas pessoas 
entendem de todos os assuntos”, levaria de um 
pequeno universo para a totalidade. Situação inversa 
ocorreria na substituição de “todos os” por “poucos”. 
Portanto as sugestões presentes na afirmativa II 
causariam alteração no sentido original do texto. 
 No trecho “... o raciocínio da proteção à 
privacidade torna impossível publicar qualquer coisa 
que contrarie o interesse...” (l. 66-68), a substituição 
de “torna impossível publicar” por “impede a 
publicação de” não alteraria o sentido original do 
 
 
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texto. Observe-se o trecho com a nova redação: “... o 
raciocínio da proteção à privacidade impede a 
publicação de qualquer coisa que contrarie o 
interesse...”. A sugestão da afirmação III não causa 
alteração de sentido. 
____________________________________________ 
 
Instrução: As questões 16 a 30 referem-se ao texto 
abaixo. 
 
Devo educar meus filhos para serem éticos? 
 
01. Quando eu tinha uns 8 ou 9 anos, saí de casa 
02.para a escola numa manhã fria de inverno. Chegando 
03.___ portaria, meu pai interfonou, perguntando se eu 
04.estava levando um agasalho.Disse que sim. Ele me 
05.perguntou qual. “O moletom amarelo”, respondi. Era 
06.mentira. Não estava levando agasalho nenhum, mas 
07.estava com pressa, não queria me atrasar. 
08. Voltei do colégio e fui ao armário procurar o tal 
09.moletom. Não estava lá, nem em nenhum lugar da 
10.casa, e eu imaginava _ _ _ _. Gelei. À noite, meu pai 
11.chegou de cara amarrada. Ao me ver, tirou de sua 
12.pasta o moletom e me disse: “Eu não me importo que 
13.tu não te agasalhes. Mas, nesta casa, nesta família, 
14.ninguém mente. Tá claro?”. Sim, claríssimo. Esse foi 
15.apenas um episódio memorável de algo que foi o 
16.leitmotiv da minha formação familiar. Meu pai era um 
17.obcecado por retidão, palavra, ética, pontualidade, 
18.honestidade, código de conduta, escala de valores, 
19.menschkeit (firmeza de caráter, decência 
20.fundamental, em iídiche) e outros termos que eram 
21.repetitiva e exaustivamente martelados na minha 
22.cabeça. Deu certo. Quer dizer, não sei. No Brasil 
23.atual, eu me sinto deslocado. 
24. Até hoje chego pontualmente aos meus 
25.compromissos e, na maioria das vezes, fico 
26.esperando por interlocutores que se atrasam e nem 
27.se desculpam (quinze minutos parece constituir uma 
28.“margem de erro” tolerável). Até hoje acredito quando 
29.um prestador de serviço promete entregar o trabalho 
30.em uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu 
31.atraso. Fico revoltado sempre que pego um táxi em 
32.uma cidade que não conheço e o motorista tenta me 
33.roubar. Detesto os colegas de trabalho que fazem 
34.corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer menos 
35.que o devido. Isso sem falar nas quase úlceras que 
36.me surgem ao ler o noticiário e saber que, entre os 
37.governantes, viceja um grupo de imorais que roubam 
38.com criatividade e desfaçatez. 
39. Sócrates, via Platão, defende que o homem que 
40.pratica o mal é o mais infeliz e escravizado de todos, 
41.pois está em conflito interno, em desarmonia consigo 
42.mesmo, perenemente acossado e paralisado por 
43.medos, remorsos e apetites incontroláveis, tendo 
44.uma existência desprezível, para sempre amarrado 
45.___ algo (sua própria consciência!) onisciente que o 
46.condena. Com o devido respeito ao filósofo de 
47.Atenas, nesse caso acredito que ele foi 
48.excessivamente otimista. Hannah Arendt me parece 
49.ter chegado mais perto da compreensão da 
50.perversidade humana ao notar que esse desconforto 
51.interior do “pecador” pressupõe um diálogo interno, de 
52.cada pessoa com a sua consciência, que na verdade 
53.não ocorre com a frequência desejada por Sócrates. 
54.Para aqueles que cometem o mal em uma escala 
55.menor e o confrontam, Arendt relembra Kant, que 
56.sabia que “o desprezo por si próprio, ou melhor, o 
57.medo de ter de desprezar a si próprio, muitas vezes 
58.não funcionava, e a sua explicação era que o homem 
59.pode mentir para si mesmo”. Todo corrupto ou 
60.sonegador tem uma explicação, uma lógica para os 
61.seus atos, algo que justifique o _ _ _ _ de uma 
62.determinada lei dever se aplicar a todos, sempre, mas 
63.não a ele, pelo menos não naquele momento em que 
64.está cometendo o seu delito. Cai por terra, assim, um 
65.dos poucos consolos das pessoas honestas: “Ah, mas 
66.pelo menos eu durmo tranquilo”. Os escroques 
67.também! Se eles tivessem dramas de consciência, se 
68.travassem um diálogo verdadeiro consigo e seu 
69.travesseiro, ou não teriam optado por sua “carreira” 
70.u já teriam se suicidado. Esse diálogo consigo mesmo 
71.é fruto do que Freud chamou de superego: seguimos 
72.um comportamento moral _ _ _ _ ele nos foi inculcado 
73.por nossos pais, e renegá-lo seria correr o risco da 
74.perda do amor paterno. 
75. Na minha visão, só existem, assim, dois 
76.cenários em que é objetivamente melhor ser ético do 
77.que não. O primeiro é se você é uma pessoa religiosa 
78.e acredita que os pecados deste mundo serão 
79.punidos no próximo. Não é o meu caso. O segundo é 
80.se você vive em uma sociedade ética em que os 
81.desvios de comportamento são punidos pela 
82.coletividade, quer na forma de sanções penais, quer 
83.na forma de ostracismo social. O que não é o caso do 
84.Brasil. Não se sabe se De Gaulle disse ou não a 
85.frase, mas ela é verdadeira: o Brasil não é um país 
86.sério. 
87. Assim é que, criando filhos brasileiros morando 
88.no Brasil, estou ___ voltas com um deprimente 
89.dilema: acredito que o papel de um pai é preparar o 
90.seu filho para a vida. Esta é a nossa 
91.responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos 
92.para que naveguem, com segurança e destreza, 
93.pelas dificuldades do mundo real. E acredito que a 
94.ética e a honestidade são valores axiomáticos. Eis aí 
95.o dilema: será que o melhor que poderia fazer para 
96.preparar meus filhos para viver no Brasil seria não os 
97.aprisionar na cela da consciência, do diálogo consigo 
98.mesmos, da preocupação com a integridade? Tenho 
 
 
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99.certeza de que nunca chegaria a ponto de incentivá-
100.los a serem escroques, mas poderia, como pai, 
101.simplesmente ser mais omisso quanto a essas 
102.questões. Tolerar algumas mentiras, não me 
103.importar com atrasos, não insistir para que não 
104.colem na escola, não instruir para que devolvam o 
105.troco recebido a mais... 
106. O fato de pensar ___ respeito do assunto e de 
107.viver em um país em que existe um dilema entre o 
108.ensino da ética e o bom exercício da paternidade já é 
109.causa para tristeza. Em última análise, decidi dar a 
110.meus filhos a mesma educação que recebi de meu 
111.pai. Não porque ache que eles serão mais felizes 
112.assim – pelo contrário –, nem porque acredite que, 
113.no fim, o bem compensa. Mas _ _ _ _, em primeiro 
114.lugar, não conseguiria conviver comigo mesmo – e 
115.com a memória de meu pai – se criasse meus filhos 
116.para serem pessoas do tipo que ele me ensinou a 
117.desprezar. Além disso, porque acredito que 
118.sociedades e culturas mudam. Muitos dos países 
119.hoje desenvolvidos e honestos eram antros de 
120.corrupção e sordidez 100 anos atrás. Um dia o Brasil 
121.há de seguir o mesmo caminho, e aí a retidão que 
122.espero inculcar em meus filhos há de ser uma 
123.vantagem (não um fardo). Oxalá. 
Adaptado de: Devo educar meus filhos para serem 
éticos? 
(http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/gustavoioschp
e-devo-educar-meus-filhos-para-serem-eticos). 
Acessado em 21/10/2013. 
 
16. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 03, 45, 88 e 
106. 
 
(A) à – a – às – a 
(B) a – à – as – a 
(C) à – a – às – à 
(D) a – à – as – à 
(E) à – à – as – à 
 
Questão sobre crase. 
A lacuna do trecho “Chegando ___ portaria, meu pai 
interfonou, perguntando...” (l. 02-03) deve ser 
preenchida com “à”, uma vez que o verbo “chegar” 
rege a preposição “a”, e o substantivo “portaria” é 
feminino, exigindo artigo “a”. 
Quanto à lacuna da linha 45, no trecho “... para 
sempre amarrado ___ algo...”, deve receber apenas a 
preposição “a”, haja vista que o adjetivo “amarrado” 
exige a preposição “a”, mas a palavra seguinte é 
pronome indefinido, e antes de pronome indefinido 
não há crase. 
No trecho “Assim é que, criando filhos brasileiros 
morando no Brasil, estou ___ voltas com um 
deprimente dilema...” (l. 87-89), a lacuna deve ser 
preenchida com “às”, já que se trata de locução 
adverbial feminina. 
A lacuna do trecho “O fato de pensar ___ respeito do 
assunto e de viver em um país...” (l. 106-107) deve 
ser preenchida apenas com a preposição “a”, já que 
se trata de locução adverbial masculina, porque o 
substantivo “respeito” é masculino. 
____________________________________________ 
 
17. Assinale a alternativa que preenche,correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 10, 61, 72 e 
113. 
 
(A) por quê – porquê – porque – por que 
(B) porque – por quê – porque – porque 
(C) por quê – porquê – porque – porque 
(D) porque – por quê – por que – porque 
(E) por que – porquê – porque – porque 
 
Questão sobre a grafia dos “porquês”. 
A lacuna do trecho “Não estava lá, nem em nenhum 
lugar da casa, e eu imaginava _______.” (l. 09-10) 
deve ser preenchida com a grafia “por quê”, separado 
e com acento, porque está no final da frase, antes do 
ponto final. 
Com relação ao trecho “Todo corrupto ou sonegador 
tem uma explicação, uma lógica para os seus atos, 
algo que justifique o ______ de uma determinada lei 
dever se...” (l. 59-61), a lacuna deve ser preenchida 
com a grafia “porquê”, junto e com acento, uma vez 
que funciona como substantivo, equivalente a 
“motivo”. 
No trecho “Esse diálogo consigo mesmo é fruto do 
que Freud chamou de superego: seguimos um 
comportamento moral ______ ele nos foi inculcado 
por nossos pais...” (l. 70-73), a lacuna deve receber 
“porque”, junto e sem acento, já que se trata de 
explicação. 
Por fim, com relação à lacuna do trecho “Mas _____, 
em primeiro lugar, não conseguiria conviver comigo 
mesmo – e com a memória...” (l. 113-115), deve ser 
completada com “porque”, junto e sem acento, pois se 
trata de explicação. 
____________________________________________ 
 
18. As palavras abaixo foram retiradas do texto. 
Assinale a alternativa que contém apenas palavras com 
dígrafos. 
 
(A) acossado – escroques – oxalá – consciência 
(B) compromissos – quando – iídiche – acossado 
(C) onisciente – pessoa – frequência – claríssimo 
(D) pessoa – iídiche – queria – claríssimo 
(E) consciência – quase – oxalá – onisciente 
 
 
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Questão sobre fonética. 
Inicialmente, deve-se observar que a banca, no 
enunciado, solicita que o candidato indique a opção 
que “contém apenas palavras com dígrafos”, não 
especificando a natureza de dígrafos orais ou nasais. 
Observem-se as alternativas: 
(A) em “acossado” e “escroques”, há dígrafos orais: 
“ss” e “qu”, respectivamente; em “consciência”, há 
dígrafo nasal em “on” = [õ] e oral em “sc”. Em “oxalá” 
não há dígrafo. 
(B) em “iídiche” e “acossado”, há dígrafos orais: “ch” e 
“ss”, respectivamente; já em “compromissos” há 
dígrafo nasal em “om” = [õ] e oral em “ss”; na palavra 
“quando”, há dígrafo nasal em “an” = [ã]. Portanto 
nesta alternativa todas as palavras apresentam 
dígrafos. 
(C) em “pessoa” e “claríssimo”, há dígrafos orais em 
“ss”; já em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e nasal 
em “em”, com [e] nasalizado; e na palavra 
“frequência” há dígrafo nasal em “em” com [e] 
nasalizado. Portanto nesta alternativa todas as 
palavras apresentam dígrafos. 
(D) em “pessoa”, “iídiche”, “queria” e “claríssimo”, há 
dígrafos: “ss”, “ch”, “qu” e “ss”, respectivamente. 
Todas as palavras desta alternativa apresentam 
dígrafos. Tal opção foi dada como correta. 
(E) em “consciência”, há dígrafo nasal em “on” = [õ] e 
oral em “sc”; em “onisciente”, há dígrafo oral em “sc” e 
nasal em “em”, com [e] nasalizado; nas palavras 
“quase” e “oxalá” não há dígrafos. 
A banca indicou como gabarito a opção (D), mas 
há três alternativas (B, C e D) que apresentam 
todas as palavras com dígrafos. QUESTÃO 
PASSÍVEL DE RECURSO. 
____________________________________________ 
 
19. As palavras abaixo foram retiradas do texto. 
Assinale a alternativa que contém apenas palavras 
formadas por derivação sufixal. 
 
(A) exaustivamente – infeliz – honestidade 
(B) perenemente – desprezo – objetivamente 
(C) desarmonia – perversidade – coletividade 
(D) superego – pressupõe – desconforto 
(E) fundamental – excessivamente – pontualidade 
 
Questão sobre formação de palavras. 
Na opção A, o advérbio “exaustivamente” e o 
substantivo “honestidade” são formados por derivação 
sufixal: o adjetivo “exaustivo” recebe o sufixo formador 
de advérbios “-mente”, resultando em 
“exaustivamente”; no caso do substantivo 
“honestidade”, sua formação ocorre a partir do 
adjetivo “honesto”, que recebe o sufixo formador de 
substantivos abstratos “-dade”, resultando em 
“honestidade”. Já o adjetivo “infeliz” apresenta prefixo 
(-in), mas não sufixo. 
Quanto à opção B, os advérbios “perenemente” e 
“objetivamente” apresentam sufixo formador de 
advérbios “-mente” e são decorrentes dos adjetivos 
“perene” e “objetivo”. O substantivo “desprezo” não 
apresenta sufixo. 
A alternativa C apresenta duas palavras com sufixo: 
“perversidade” e “coletividade”, ambas formadas pelo 
acréscimo do sufixo formador de substantivos 
abstratos “-dade” aos adjetivos “perverso” e “coletivo”. 
Em “desarmonia” não há sufixo. 
A opção D relaciona “superego”, “pressupõe” e 
“desconforto”, todas formadas pelo processo de 
prefixação: “super”, “pré” e “des”, respectivamente. 
Nenhuma delas apresenta sufixo. 
Quanto à alternativa E, as palavras “fundamental”, 
“excessivamente” e “pontualidade” são formadas por 
sufixação: “-al”, sufixo formador de adjetivo a partir de 
substantivo (fundamento+al=fundamental); “-mente”, 
sufixo formador de advérbios a partir de adjetivos 
(excessivo+mente=excessivamente) e “-dade”, sufixo 
formador de substantivos abstratos derivados de 
adjetivo (pontual+dade=pontualidade, com o auxílio 
da vogal de ligação “i”). 
____________________________________________ 
 
20. Assinale a afirmativa INCORRETA com relação à 
análise sintática de frases e orações do texto. 
 
(A) Na frase Meu pai era um obcecado por retidão 
(l. 16-17), por retidão exerce a função sintática de 
agente da passiva. 
(B) O pronome o (l. 54) exerce a função sintática de 
objeto direto do verbo confrontam (l. 54). 
(C) O sujeito do verbo Cai (l. 64) é um dos poucos 
consolos das pessoas honestas (l. 64-65). 
(D) O sujeito do verbo seguimos (linha 71) pode ser 
classificado como desinencial. 
(E) Na oração a retidão que espero inculcar em meus 
filhos há de ser uma vantagem (l. 121-123), o sujeito do 
verbo haver é a retidão que espero inculcar em meus 
filhos. 
 
Questão sobre funções sintáticas. 
Quanto à alternativa A, na frase “Meu pai era um 
obcecado por retidão” (l. 16-17), o segmento “por 
retidão” é complemento nominal do adjetivo 
“obcecado”, não agente da passiva. Errada a 
afirmação. 
Na opção B, o pronome “o”, destacado no trecho 
“Para aqueles que cometem o mal em uma escala 
menor e o confrontam...” (l. 54-55), é objeto direto do 
verbo “confrontar”, na forma “confrontam”, 
 
 
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representando o “mal”. Correta a afirmação. 
Na alternativa C, o verbo “cair”, na forma “Cai”, tem 
como sujeito “um dos poucos consolos das pessoas 
honestas”. Observe-se o trecho: “Cai por terra, assim, 
um dos poucos consolos das pessoas honestas” (l. 
64-65). Correta a assertiva. 
Com relação à opção D, o sujeito do verbo “seguir”, 
na forma do presente do indicativo “seguimos”, 
destacado no trecho “Esse diálogo consigo mesmo é 
fruto do que Freud chamou de superego: seguimos 
um comportamento moral...” (l. 70-72), tem como 
sujeito desinencial a primeira pessoa do plural (nós). 
Correta a afirmativa. 
No trecho indicado pela opção E, “a retidão que 
espero inculcar em meus filhos” é sujeito do verbo 
“haver”. Observe-se o trecho: “a retidão que espero 
inculcar em meus filhos há de ser uma vantagem...”. 
Quem há de ser uma vantagem? “A retidão que 
espero inculcar em meus filhos”. Correta a assertiva. 
____________________________________________ 
 
21. Se a palavra homem (l. 39) estivesse no plural, 
quantas outras palavras teriam deser, 
necessariamente, alteradas na frase para fins de 
concordância? 
 
(A) Dez. 
(B) Onze. 
(C) Doze. 
(D) Treze. 
(E) Quatorze. 
 
Questão sobre concordância. 
Se no trecho “Sócrates, via Platão, defende que o 
homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado 
de todos, pois está em conflito interno, em 
desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado 
e paralisado por medos, remorsos e apetites 
incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para 
sempre amarrado a algo (sua própria consciência) 
onisciente que o condena” a palavra “homem” 
(destacada) fosse passada para o plural, teríamos a 
seguinte redação: trecho “Sócrates, via Platão, 
defende que os(1) homens que praticam(2) o mal 
são(3) os(4) mais felizes(5) e escravizados(6) de 
todos, pois estão(7) em conflito interno, em 
desarmonia consigo mesmos(8), perenemente 
acossados(9) e paralisados(10) por medos, remorsos 
e apetites incontroláveis, tendo uma existência 
desprezível, para sempre amarrados(11) a algo (sua 
própria consciência) onisciente que os(12) condena”. 
As palavras destacadas são as que, por força da 
sugestão, devem sofrer alteração, no total de 12 
(doze). 
____________________________________________ 
 
22. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as 
afirmações a seguir, referentes a funções sintáticas de 
trechos do texto. 
 
(__) A oração se eu estava levando um agasalho (l. 03-
04) exerce a função sintática de objeto direto. 
(__) A oração que, entre os governantes, viceja um 
grupo de imorais que roubam com criatividade e 
desfaçatez (l. 36-38) exerce a função sintática de objeto 
direto. 
(__) A oração que nunca chegaria a ponto d e incentivá-
los a serem escroques (l. 99-100) exerce a função 
sintática de objeto indireto. 
(__) A oração que existe um dilema entre o ensino da 
ética e o bom exercício da paternidade (l. 107-108) 
exerce a função sintática de complemento nominal. 
(__) A oração que sociedades e culturas mudam (l. 117-
118) exerce a função sintática de objeto direto. 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, 
de cima para baixo, é 
 
(A) V – V – F – F – V. 
(B) V – F – V – F – V. 
(C) F – V – F – V – V. 
(D) V – F – V – V – F. 
(E) F – V – V – F – F. 
 
Questão sobre funções sintáticas. 
No trecho “... perguntando se eu estava levando um 
agasalho...” (l. 03-04), o segmento “se eu estava 
levando um agasalho” funciona como objeto direto de 
“perguntar”. Quem pergunta pergunta alguma coisa a 
alguém. No caso, “alguma coisa”, que é o objeto 
direto, está em forma de oração: “se eu estava 
levando um agasalho”. Verdadeira a primeira 
afirmação.Com relação ao trecho “Isso sem falar nas 
quase úlceras que me surgem ao ler o noticiário e 
saber que, entre os governantes, viceja um grupo de 
imorais que roubam com criatividade e desfaçatez” (l. 
36-38), o segmento “que, entre os governantes, viceja 
um grupo de imorais que roubam com criatividade e 
desfaçatez” funciona como objeto direto de “saber”. 
Quem sabe sabe alguma coisa. Verdadeira a segunda 
afirmação. 
Quanto ao trecho “Tenho certeza de que nunca 
chegaria a ponto de incentivá-los a serem 
escroques...” (l. 99-100), o segmento “que nunca 
chegaria a ponto de incentivá-los a serem 
escroques...” funciona como complemento nominal do 
substantivo “certeza”. Falsa a terceira afirmação. 
No trecho “O fato de pensar a respeito do assunto e 
de viver em um país em que existe um dilema entre o 
ensino da ética e o bom exercício da paternidade já é 
 
 
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- FAURGS 12 
 
 
causa para tristeza” (l. 107-108), o segmento “que 
existe um dilema entre o ensino da ética e o bom 
exercício da paternidade” é uma oração subordinada 
adjetiva restritiva, não funcionando como 
complemento nominal de “país”, cujo sentido não 
exige complemento. Falsa a quarta afirmação. 
Quanto ao trecho “Além disso, porque acredito que 
sociedades e culturas mudam” (l. 117-118), o 
segmento “que sociedades e culturas mudam” é 
objeto direto de “acreditar”. Verdadeira a quinta 
afirmação. 
____________________________________________ 
 
23. Considere as seguintes afirmativas acerca de 
recursos coesivos empregados no texto. 
 
I - O pronome que (l. 33), antes de fazem, introduz uma 
oração adjetiva explicativa. 
II - O pronome que (l. 35) introduz uma oração adjetiva 
restritiva. 
III - O pronome demonstrativo Esta (l. 90) está sendo 
usado para se referir a dar a nossos filhos os 
instrumentos para que naveguem, com segurança e 
destreza, pelas dificuldades do mundo real (l. 91-93). 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre pronomes. 
O pronome “que”, no segmento “que fazem corpo 
mole”, no trecho “Detesto os colegas que fazem corpo 
mole” (l. 33), introduz oração subordinada adjetiva 
restritiva. Observe-se que diz respeito apenas aos 
“colegas que fazem corpo mole” e não está isolada 
por vírgulas, característica essencial das orações 
adjetivas explicativas. Errada a afirmação I. 
No trecho “Isso sem falar nas quase úlceras que me 
surgem ao ler o noticiário e saber...” (l. 35-36), a 
oração introduzida pelo “que”, em “que me surgem”, é 
subordinada adjetiva restritiva, pois se relaciona às 
“úlceras” de que fala o autor e não está isolada por 
vírgulas, característica essencial das orações 
adjetivas explicativas. Correta a afirmação II. 
Com relação ao trecho “Esta é a nossa 
responsabilidade: dar a nossos filhos os instrumentos 
para que naveguem, com segurança e destreza, pelas 
dificuldades do mundo real” (l. 90-93), o pronome 
demonstrativo “Esta” está sendo empregado para 
introduzir e identificar a “responsabilidade”, que é “dar 
a nossos filhos os instrumentos para que naveguem, 
com segurança e destreza, pelas dificuldades do 
mundo real”. Correta a afirmação III. 
____________________________________________ 
 
24. Assinale as afirmativas abaixo com V (verdadeiro) 
ou F (falso) em relação ao uso da pontuação no texto. 
 
(__) A vírgula da última frase do segundo parágrafo é 
justificada porque separa duas orações em sequência. 
(__) As vírgulas da primeira frase do terceiro parágrafo 
estão empregadas para isolar um elemento intercalado. 
(__) O uso de vírgula depois de mole (l. 34) é 
facultativo. 
(__) As vírgulas da última frase do penúltimo parágrafo 
são empregadas para enumeração de elementos. 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, 
de cima para baixo, é 
 
(A) V – V – F – V. 
(B) F – V – F – V. 
(C) V – F – V – V. 
(D) F – V – V – F. 
(E) V – V – F – F. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “No Brasil atual, eu me sinto deslocado” 
(última frase do segundo parágrafo – l. 22-23), a 
vírgula separa adjunto adverbial deslocado, não 
orações em sequência. Falsa a primeira afirmação. 
O segmento “na maioria das vezes”, no trecho “Até 
hoje chego pontualmente aos meus compromissos e, 
na maioria das vezes, fico esperando por 
interlocutores” (l. 24-26), é adjunto adverbial e está 
deslocado, intercalado na oração. Verdadeira a 
segunda afirmação. 
 No trecho “Detesto os colegas de trabalho que 
fazem corpo mole, que arranjam um jeitinho de fazer 
menos que o devido” (l. 33-35), a vírgula separa 
orações em sequência e não pode ser suprimida, pois 
é obrigatória. Falsa a terceira afirmação. 
 Na frase “Tolerar algumas mentiras, não me 
importar com atrasos, não insistir para que não colem 
na escola, não instruir para que devolvam o troco 
recebido a mais...” (l. 102-105), as vírgulas estão 
empregadas para separar elementos de uma série. 
Verdadeira a quarta afirmação. 
____________________________________________ 
 
25. Assinale a alternativa que apresenta sinônimoscontextualmente adequados para as palavras 
desfaçatez (l. 38), escroques (l. 66) e axiomáticos (l. 
94), respectivamente. 
 
(A) rapidez – políticos – inestimáveis 
 
 
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- FAURGS 13 
 
 
(B) descaramento – trapaceiros – inquestionáveis 
(C) desenvoltura – fraudulentos – antigos 
(D) descaso – mentirosos – questionáveis 
(E) impunidade – escrupulosos – sinônimos 
 
Questão sobre semântica. 
O substantivo “desfaçatez” (l. 38) significa 
“descaramento”, “atrevimento”. O substantivo 
“escroques” (l. 66) significa aquele que se apodera de 
bens alheios por meios ardilosos e fraudulentos, 
podendo ser substituído por vocábulos como 
“defraudador”, “espoliador”, “embusteiro”, “trapaceiro”. 
Já o adjetivo “axiomáticos” (l. 94) significa relativo ao 
ato ou efeito de axiomatizar, de reduzir a axiomas (= 
valores) doutrinas, ideias ou argumentos e tê-los 
como inquestionáveis. 
____________________________________________ 
 
26. Assinale a alternativa que apresenta uma versão 
modificada da frase Até hoje acredito quando um 
prestador de serviço promete entregar o trabalho em 
uma data, apenas para ficar exasperado pelo seu atraso 
(l. 28-31), sem alteração de seu significado literal. 
 
(A) Hoje acredito até quando um prestador de serviço 
promete entregar o trabalho em uma data, apenas para 
ficar exasperado pelo seu atraso. 
(B) Acredito quando um prestador de serviço promete 
entregar o trabalho em uma data, apenas para ficar 
exasperado até hoje pelo seu atraso. 
(C) Apenas para ficar exasperado pelo seu atraso, hoje 
até acredito quando um prestador de serviço promete 
entregar o trabalho em uma data. 
(D) Acredito quando um prestador de serviço promete 
entregar o trabalho em uma data, até hoje, apenas para 
ficar exasperado pelo seu atraso. 
(E) Hoje até acredito quando um prestador de serviço 
promete entregar o trabalho em uma data, apenas para 
ficar exasperado pelo seu atraso. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
O trecho original (l. 28-31) foi reescrito de forma a 
manter seu significado na opção D. 
Nas demais alternativas, há alteração de sentido. 
Observem-se: nas opções A e E, a inversão de “Até 
hoje acredito”, que significa sempre ter-se mantido 
acreditando, por “Hoje acredito até” e “Hoje até 
acredito”, que expressa que “até acredita”, altera 
significativamente o texto original; na alternativa B, o 
deslocamento de “até” estendeu seu significado 
diferentemente do sentido da mensagem; na assertiva 
C, houve inversão de “apenas para ficar 
exasperado...”, propondo nítida alteração do sentido 
original. 
____________________________________________ 
 
27. Assinale a afirmativa correta acerca de recursos 
relacionados à coesão e coerência do texto. 
 
(A) O pronome relativo que (l. 33), antes de fazem, 
refere-se a os colegas de trabalho (l. 33). 
(B) O pronome o (linha 45) refere-se a algo (l. 45). 
(C) A expressão esse desconforto interior do “pecador” 
(l. 50-51) refere-se às quase úlceras mencionadas na 
linha 35. 
(D) Na linha 63, em que poderia ser corretamente 
substituído por onde sem que houvesse alteração de 
sentido na frase. 
(E) Na linha 84, o se depois de Não e o se depois de 
sabe são conjunções subordinativas condicionais. 
 
Questão sobre pronomes (coesão). 
No trecho “Detesto os colegas de trabalho que fazem 
corpo mole...” (l. 33), o pronome relativo “que” 
(destacado) retoma “os colegas de trabalho”. Correta 
a afirmação A. 
No trecho “Sócrates, via Platão, defende que o 
homem que pratica o mal é o mais feliz e escravizado 
de todos, pois está em conflito interno, em 
desarmonia consigo mesmo, perenemente acossado 
e paralisado por medos, remorsos e apetites 
incontroláveis, tendo uma existência desprezível, para 
sempre amarrado a algo (sua própria consciência) 
onisciente que o condena” (l. 39-46), o pronome 
oblíquo átono “o” (destacado) retoma “homem” 
(destacado), não “algo”. Errada a assertiva B. 
O segmento “esse desconforto interior do “pecador” (l. 
50-51) retoma o mal praticado pelo homem. Errada a 
afirmação C. 
No trecho “... pelo menos não naquele momento em 
que está cometendo o seu delito” (l. 63-64), a 
expressão “em que” (destacada) está sendo 
empregada para referência a tempo. O pronome 
relativo “onde” só pode ser empregado em relação a 
lugar físico, portanto é impossível a substituição. 
Errada a assertiva D. 
No trecho “Não se sabe se De Gaulle disse ou não a 
frase” (l. 84), o primeiro “se” é partícula apassivadora 
(= é sabido, na voz passiva analítica), e o segundo 
“se” é conjunção subordinativa integrante. Errada a 
afirmação E. 
____________________________________________ 
 
28. Considere as afirmativas abaixo. 
 
I - A palavra devido (l. 46) está sendo empregada como 
advérbio. 
II - A palavra respeito (l. 46) está sendo empregada 
como substantivo. 
 
 
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- FAURGS 14 
 
 
III - A palavra tranquilo (l. 66) pode estar sendo 
empregada tanto como adjetivo quanto como advérbio. 
IV - A palavra troco (l. 104) está sendo empregada 
como verbo. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I e II. 
(B) Apenas I e III. 
(C) Apenas II e III. 
(D) Apenas III e IV. 
(E) Apenas I, II e III. 
 
Questão sobre classes gramaticais. 
No trecho “Com o devido respeito...” (l. 46), a palavra 
destacada funciona como adjetivo do substantivo 
“respeito”, não como advérbio. Errada a assertiva I e 
correta a assertiva II. 
O segmento “Ah, mas pelo menos eu durmo tranquilo” 
(l. 65-66) apresenta a palavra “tranquilo” (destacada), 
que pode estar sendo empregada como adjetivo, 
qualificando o pronome pessoal “eu” (que representa 
um substantivo), ou funcionando como advérbio, caso 
em que pode ser entendido como modificador do 
verbo “dormir” (= tranquilamente). Correta a afirmação 
III. 
No trecho “... não instruir para que devolvam o troco 
recebido...” (l. 104), “troco” é substantivo, tanto que 
está até articulado. Errada a assertiva IV. 
____________________________________________ 
 
29. Assinale a alternativa que apresenta ideia que NÃO 
pode ser depreendida do texto. 
 
(A) O autor, apesar de suas dúvidas sobre a educação 
dos seus filhos, vai tomar como modelo a educação que 
recebeu de seu pai. 
(B) Para a filósofa Hannah Arendt, o homem que pratica 
o mal só será atormentado por sua consciência se ele 
admitir para si mesmo que agiu errado. 
(C) No Brasil, as pessoas que não são éticas não 
costumam ser punidas nem por leis nem pela 
sociedade. 
(D) As pessoas éticas sofrem crises morais quando 
cometem ações imorais ou antiéticas. 
(E) O autor concorda com as ideias de Sócrates a 
respeito do sofrimento interior que acomete o homem 
que pratica o mal. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Nas propostas das assertivas A, B, C e D, há ideias 
que podem ser depreendidas do texto. 
Já na opção E, com base no trecho “Sócrates, via 
Platão, defende que o homem que pratica o mal é o 
mais feliz e escravizado de todos, pois está em 
conflito interno, em desarmonia consigo mesmo, 
perenemente acossado e paralisado por medos, 
remorsos e apetites incontroláveis, tendo uma 
existência desprezível, para sempre amarrado a algo 
(sua própria consciência) onisciente que o condena. 
Com o devido respeito ao filósofo de Atenas, nesse 
caso acredito que ele foi excessivamente otimista” (l. 
39-48), vê-se que o autor não concorda com as ideias 
de Sócrates, o que se justifica no trecho sublinhado. 
Errada a assertiva E. 
____________________________________________ 
 
30. Assinale a alternativa que apresenta ideia que pode 
ser depreendida a partir da leitura do texto. 
 
(A) Aqueleque pratica ações eticamente questionáveis 
tem de enfrentar sua consciência com um desconforto 
interior, ainda que crie uma justificativa lógica ou moral 
para seus delitos. 
(B) Mesmo os escroques enfrentam crises de 
consciência ao lidar com seu superego quando praticam 
ações eticamente questionáveis. 
(C) A expectativa de punição, social, penal ou religiosa, 
aos desvios de conduta é um desestímulo aos 
comportamentos antiéticos. 
(D) Na educação dos filhos, é importante enfatizar que 
ética e honestidade são conceitos flexíveis, que podem 
ser adaptados a cada situação enfrentada pelas 
crianças. 
(E) Antigamente, a educação dos filhos era melhor e 
mais fácil; hoje em dia, há muitos dilemas envolvendo 
ética e honestidade na sociedade brasileira. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Nas propostas das assertivas A, B, D e E, há ideias 
que não podem ser depreendidas do texto. Na opção 
C, a expectativa de punição social, penal ou religiosa 
aos desvios de conduta é um desestímulo aos 
comportamentos antiéticos, o que pode ser observado 
em todo o texto, especialmente no parágrafo 
compreendido entre as linhas 75 e 86. 
___________________________________________ 
GABARITO 
01B 02D 03E 04E 05B 
06C 07B 08E 09C 10A 
11C 12D 13A 14A 15D 
16A 17C 18* 19E 20A 
21C 22A 23D 24B 25B 
26D 27A 28C 29E 30C 
*Sem resposta. Questão anulável. 
________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 15 
 
 
 
 Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul – TJRS 
Guarda de Segurança – 2012 – Nível Médio 
 
Instrução: As questões 01 a 15 referem-se ao texto 
abaixo. 
 
01. Dizem que quando os dois estavam chegando a 
02.Nova York, na amurada do navio, Freud virou-se para 
03.Jung e perguntou: 
04. – Será que eles sabem que nós estamos 
05.trazendo a peste? 
06. Não sei se a história, que li num texto do 
07.Stephen Greenblatt publicado recentemente na 
08.revista The New Yorker, é ______________. Nem sei 
09.se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York 
10.algum dia. Mas o que Freud pretenderia dizer com “a 
11.peste” é fácil de entender. Era tudo o que os dois 
12.estavam explorando em matéria de subconsciente, 
13.inconsciente coletivo, sexualidade precoce – enfim, a 
14.revolução no pensamento humano que na Europa já 
15.se alastrava, e era ________ como uma epidemia. 
16.Os agentes alfandegários não teriam identificado o 
17.perigo que os dois recém-chegados representavam 
18.para as mentes da América, deixando-os passar para 
19.contagiá-las. 
20. Todo desafio ao pensamento convencional e a 
21.crenças arraigadas é uma espécie de praga 
22.solapadora, uma ameaça à normalidade e à saúde 
23.públicas. Santo Agostinho dizia que a curiosidade era 
24.uma doença. Os que procuravam explicações para o 
25.universo e a vida além dos dogmas da Igreja ou da 
26.ciência tradicional eram _______ do vírus da 
27.discórdia, a serem espantados como se espanta 
28.qualquer praga, com barulho e fogo. As ideias de 
29.Freud e de Jung .......... – Jung acabou derivando 
30.para um quase misticismo, literariamente mais rico 
31.mas menos consequente do que o que pensava 
32.Freud -, mas as descobertas dos dois significaram 
33.uma reviravolta no autoconceito da humanidade 
34.comparável ao que significou o heliocentrismo de 
35.Copérnico e as sacadas do Galileu. O homem não só 
36.não era o centro do universo conhecido como 
37.carregava dentro de si um universo desconhecido, 
38.que mal controlava. Agostinho tinha razão, a 
39.curiosidade debilitava o homem. A partir de 
40.Copérnico a curiosidade só levara o homem a ir 
41.desvendando, pouco a pouco, sua própria 
42..................... cada vez mais longe de Deus. 
43. Marx, outro pestilento, tinha proposto o 
44.determinismo histórico e a luta de classes como 
45.eventuais formadores do Novo Homem, livre da 
46.superstição religiosa e de outras tiranias. Suas ideias, 
47.e a reação às suas ideias, convulsionaram o mundo. 
48.Esta peste se disseminou com violência e foi 
49.combatida com sangrias e rezas e no fim – como 
50.também é próprio das pestes – amainou. Todas as 
51.pestes chegam ao seu máximo e recuam. A Terra há 
52.séculos não é o centro do universo, o que não 
53.impede o prestígio crescente da astrologia. O 
54.iluminismo do século dezoito parecia ser o preâmbulo 
55.de um futuro racional e prevaleceu o irracionalismo. 
56.O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez 
57.pulando o muro para Berlim Ocidental. E as teses de 
58.Freud e Jung, que revolucionariam as relações 
59.humanas, nunca foram aplicadas nas relações que 
60.interessam, a do homem com seus e instintos e a dos 
61.seus instintos com uma sociedade sadia. Foi, como 
62.as outras, uma novidade, ou uma curiosidade, que 
63.............. . Mas também é próprio das pestes serem 
64................. . Cedo ou tarde virá outra perturbar a paz 
65.da ignorância de Santo Agostinho. E passar. 
Adaptado de: VERÍSSIMO, L.F. A Peste. ZERO HORA, 
quinta-feira, 1º de setembro de 2011. 
 
01. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 08, 15 e 26. 
(A) verdadeiro – combatida – portador 
(B) verdadeira – combatido – portador 
(C) verdadeira – combatida – portadores 
(D) verdadeiro – combatido – portadores 
(E) verdadeiro – combatida – portadoras 
 
Questão sobre concordância nominal. 
No trecho “Não sei e a história, que li num texto do 
Stephen Greenblatt publicado recentemente na 
revista The New Yorker, é ________” (l. 06-08), a 
lacuna deve ser completada pelo adjetivo 
“verdadeira”, no feminino singular porque tem como 
referente “história” (l. 06). 
Na lacuna da linha 15, deve ser registrado o adjetivo 
“combatida”, no feminino singular, porque seu 
referente é “revolução”. 
Por fim, na lacuna da linha 25, deve ser registrada a 
palavra “portadores”, pois seu referente é “Os que 
procuravam...” (l. 23.) 
 ____________________________________________ 
 
02. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 29, 42, 63 e 64, 
indicadas por linhas pontilhadas. 
(A) diverjiram – precaridade – espirou – reincidentes 
(B) divergiram – precariedade – expirou – reincidentes 
(C) diverjiram – precaridade – espirou – reicindentes 
(D) divergiram – precaredade – expirou – reicindentes 
(E) divergiram – precariedade – espirou – reicidentes 
 
Questão sobre ortografia. 
O verbo “divergir” escreve-se com “g” nas formas em 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 16 
 
 
que aparece “e” e “i” (“diverge” e “divergi”), portanto a 
forma verbal que deve completar a lacuna da linha 29 
é “divergiram”. 
Quanto à lacuna da linha 41, deve aparecer o 
substantivo “precariedade”, derivado de “precário”. 
Na lacuna da linha 62, deve aparecer a forma verbal 
“expirou”, com “x”, que significa “venceu”, 
“prescreveu”, “perdeu a validade”. 
Finalmente, a lacuna da linha 63 deve receber a 
palavra “reincidentes” (derivado de “reincidir”). 
____________________________________________ 
 
03. (Adaptada) Assinale a alternativa correta sobre o 
que é dito no texto. 
(A) Segundo o texto, o autor não tem certeza de que 
Freud e Jung chegaram juntos a Nova York, nem 
mesmo se os dois estiveram alguma vez em Nova York. 
(B) Jung pergunta a Freud se o povo americano sabia 
que eles estavam levando peste à América. 
(C) Os agentes alfandegários identificaram Freud e 
Jung e o perigo por eles representado, mas os deixaram 
ingressar na América. 
(D) Marx, depois de transporo muro que dividia as 
Alemanha, nunca mais foi visto. 
(E) A partir de Freud e Marx, a curiosidade do homem 
só fez com que ele se tornasse cada vez mais 
fragilizado. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Correta a alternativa A, pois, no trecho compreendido 
entre as linha 06 e 08, em que se lê “Não sei se a 
história, que li num texto do Stephen Greenblatt 
publicado recentemente na revista The New Yorker, é 
verdadeira”. Além disso, no período seguinte (l. 08-
09), o autor também duvida de que Freud e Jung 
teriam estado juntos algum dia em Nova York. 
Errada a opção B, porque a pergunta foi feita por 
Freud a Jung, não o contrário, confome o trecho 
contido nas linhas 04-05). 
Errada a opção C, porque não há, no texto, 
informação de que os agentes alfandegários tivessem 
reconhecido Freud e Jung, muito menos o perigo que 
ambos levavam à América. 
Errada a alternativa D, pois, segundo o texto, no 
trecho compreendido entre as linhas 55-57, quem foi 
visto pulando o muro de Berlim foi o Novo Homem de 
Marx, não Marx. 
Errada a opção E, pois, segundo o texto, a 
curiosidade do homem vem muito antes de Freud e 
Jung. 
____________________________________________ 
 
04. Em todas as alternativas abaixo, o autor utiliza-se da 
ironia como recurso para expressar seu ponto de vista, 
EXCETO em uma delas. Assinale-a. 
(A) Santo Agostinho dizia que a curiosidade era uma 
doença. (l. 23-24) 
(B) Agostinho tinha razão, a curiosidade debilitava o 
homem. (l. 38-39). 
(C) Marx, outro pestilento, tinha proposto o 
determinismo histórico e a luta de classes (l. 43-44) 
(D) Esta peste se disseminou com violência e foi 
combatida com sangrias e rezas (l. 48-49). 
(E) O Novo Homem de Marx foi visto pela última vez 
pulando o muro para Berlim Ocidental. (l. 55-57) 
 
Questão sobre figuras de linguagem. 
Na opção A, o segmento “Santo Agostinho dizia que a 
curiosidade era uma doença” (l. 23-24) não há 
linguagem figurada. 
Na opção B, o emprego de “debilitava” indica 
utilização de linguagem figurada, haja vista a ironia ali 
presente. 
No trecho da alternativa C, o emprego de “pestilento” 
evidencia a utilização de linguagem figurada, numa 
forte ironia às ideias de Marx. 
No caso da D, o autor utiliza o termo “peste” para se 
referir às ideias, o que se traduz por ironia, ou seja, 
linguagem figurada. 
Quanto à construção da alternativa E, o emprego de 
“O Novo Homem de Marx” indica ironia, portanto o 
autor usou linguagem figurada. 
____________________________________________ 
 
05. Assinale a alternativa em que a palavra da direita 
substituiria corretamente a palavra da esquerda, se 
empregada no texto. 
(A) solapadora (l. 22) – corrosiva 
(B) derivando (l. 29) – regredindo 
(C) consequente (l. 31) – complacente 
(D) desvendando (l. 40) – desmascarando 
(E) amainou (l. 50) – recrudesceu 
 
Questão sobre semântica. 
A palavra “solapadora” (l. 22) indica “corrosiva, 
portanto está correta a assertiva A. 
A forma verbal “derivando”, no trecho “Jung acabou 
derivando para um quase misticismo, literariamente 
mais rico mas menos consequente do que o que 
pensava Freud...” (l. 29-31), indica “progredindo”, ao 
contrário de regredindo, portanto está errada a opção 
B. 
“Consequente” (l. 31) traduz-se por responsável, 
idôneo; “complacente” significa desejoso de agradar, 
de ser cortês, portanto está errada a opção C. 
A forma verbal “desvendando” indica revelando, 
mostrando, não desmascarando, que indicaria tirando 
a máscara, desfazendo a farsa. Errada, por isso, a 
opção D. 
“Amainou” significa diminui, reduziu; “recrudesceu” 
 
 
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indica intensificou, aumentou, portanto está errada a 
assertiva E. 
06. Em relação ao período que o antecede, o período 
Nem sei se Freud e Jung estiveram juntos em Nova 
York algum dia (l. 08-10) estabelece a relação de 
(A) adição. 
(B) objeção. 
(C) tempo. 
(D) contraposição. 
(E) conclusão. 
 
Questão sobre identificação de nexos e 
interpretação de texto. 
O emprego da conjunção “Nem”, no trecho “Nem sei 
se Freud e Jung estiveram juntos em Nova York 
algum dia... “(l. 08-10), evidencia que o autor está 
somando a afirmação contida no trecho anterior (“Não 
sei se a história, que li num texto do Stephen 
Greenblatt publicado recentemente na revista The 
New Yorker, é...”) a essa nova afirmação. A relação 
entre o segundo trecho e o anterior é, portanto, de 
adição. Não se deve esquecer de que “e”, “nem” e 
“mas também” são conjunções coordenativas aditivas. 
____________________________________________ 
 
07. Assinale a alternativa que apresenta o significado do 
vocábulo preâmbulo (l. 54) no contexto em que se 
encontra. 
(A) peroração 
(B) parte preliminar de uma lei ou decreto 
(C) palavreado vago 
(D) introdução, início 
(E) predestinação 
 
Questão sobre semântica. 
A palavra “preâmbulo”, no trecho “O iluminismo do 
século dezoito parecia ser o preâmbulo de um futuro 
racional e prevaleceu o irracionalismo” (l. 53-54), 
significa introdução, início, parte inicial de um 
movimento ou texto. 
____________________________________________ 
 
08. Considere as seguintes sugestões, com relação à 
pontuação do texto. 
I - Inserção de uma vírgula depois de da ciência 
tradicional (l. 25-26). 
II - Substituição da vírgula depois de Agostinho tinha 
razão (l. 38) por dois-pontos. 
III - Inserção de uma vírgula depois de A partir de 
Copérnico (l. 39). 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
A inserção de vírgula após “da ciência tradicional” (l. 
25-26) separaria o sujeito “(“Os que procuravam...” – 
l.24) do seu verbo. Portanto está errada a sugestão 
presente na assertiva I. 
No trecho “Agostinho tinha razão, a curiosidade 
debilitava o homem” (l. 38-39), a vírgula pode ser 
substituída por dois-pontos, porque o trecho que 
segue após “razão” é a revelação do disse Agostinho. 
Correta, portanto a assertiva II. 
No trecho “A partir de Copérnico” (l. 39) é oração 
subordinada deslocada (reduzida de infinitivo). E, por 
estar deslocada, há de ser registrada vírgula logo 
após “Copérnico”, antes da oração seguinte, que é a 
principal. Correta a assertiva III. 
____________________________________________ 
 
09. Nos trechos destacados abaixo, assinale se a 
palavra destacada é preposição (P) ou artigo (A). 
(__) a Nova York (l. 01-02) 
(__) a crenças arraigadas (l. 21-22) 
(__) a serem espantados (l. 27) 
(__) a luta de classes (l. 44) 
 
Assinale a alternativa que apresenta a sequência de 
preenchimento correta dos parênteses, de cima para 
baixo. 
(A) P – A - P – A 
(B) P – P – P – A 
(C) A – P – A – A 
(D) P – P – A – P 
(E) A – A – P – P 
 
Questão sobre classes gramaticais (artigo e 
preposição). 
No trecho “... chegando a Nova York...” (l. 01-02) o “a” 
destacado é preposição, exigida pela regência de 
“chegar”. Portanto (P). 
No segmento “Todo desafio ao pensamento 
convencional e a crenças arraigadas...” (l. 20-21), o 
“a” destacado é preposição. Observe-se que a 
preposição “a” é gerada pela regência de “desafio” e 
pelo fato de o “a” estar no singular e a palavra 
seguinte, no plural. Portanto (P). 
Em “a” serem espantados” (l. 27), o “a” destacado só 
pode estar sendo empregado como preposição, 
porque está antes de verbo. Logo (P). 
No ultimo segmento, presente no trecho “... outro 
pestilento, tinha proposto o determinismo histórico e a 
luta de classes como eventuais formadores...” (l. 43-
45), o “a” destacado é somente artigo, o que se pode 
observar pelo registro do elemento anterior: “... o 
determinismo”, em que “o” é claramente artigo. 
 
 
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Portanto (A). 
____________________________________________ 
10. A relação de significado que o trecho iniciado pela 
conjunção e (l. 55) mantém com o trecho anterior do 
mesmo período poderia ser explicitada inserindo-se, 
entre vírgulas, antes de prevaleceu (l. 55), a expressão 
(A) desse modo. 
(B) além disso. 
(C) no entanto. 
(D) portanto. 
(E) aliás. 
 
Questão sobre interpretação de texto e emprego 
de conjunções ou nexos. 
No trecho “O iluminismo do século dezoito parecia ser 
o preâmbulo de um futuro racional e prevaleceu o 
irracionalismo” (l. 53-55), a conjunção “e” (destacada 
na transcrição) está sendo empregada como 
oposição, porque, ainda que o iluminismo parecesse 
ser o início de um futuro racional, prevaleceu o 
irracionalismo. Portanto pode ser inserida a conjunção 
“no entanto” antes de “prevaleceu”. A redação ficaria 
assim: “O iluminismo do século dezoito parecia ser o 
preâmbulo de um futuro racional e, no entanto, 
prevaleceu o irracionalismo”. 
A expressão “desse modo” indicaria conclusão ou 
consequência. 
“Além disso” indicaria somente adição, e a ideia é de 
oposição. 
O emprego de “portanto” indicaria conclusão. 
“Aliás” é expressão re-ratificativa, que não expressaria 
oposição. 
____________________________________________ 
 
11. Identifique a função que o pronome relativo que das 
linhas 06, 11 e 17 desempenha nas orações em que 
aparece. 
(A) sujeito 
(B) objeto direto 
(C) predicativo 
(D) objeto indireto 
(E) complemento nominal 
 
 
Questão sobre funções do “que”. 
No trecho “Não sei se a história, que li num texto do 
Stephen Greenblatt publicado recentemente na 
revista The New Yorker... (l. 06-08), o “que” 
(destacado na transcrição) exerce a função de objeto 
direto de “li”, pois representa “história”. 
No trecho “Era tudo o que os dois estavam 
explorando em matéria...” (l. 11-12), o “que” 
(destacado na transcrição) exerce a função de objeto 
direto da forma verbal “explorando”. 
Por fim, no trecho compreendido entre as linhas 16-17 
(o perigo que os dois recém-chegados 
representavam...”), o “que”, destacado na transcrição, 
exerce a função de objeto direto de “representavam”. 
_____________________________________________ 
 
12. Considere as seguintes propostas de alterações de 
trechos do texto. 
I - substituição de significou (l. 34) por significaram 
II - substituição de há (l. 51) por fazem 
III - substituição de Foi (l. 74) por Foram 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
corretas de acordo com a norma gramatical? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre reescritura e substituição de 
expressões. 
No trecho “... comparável ao que significou o 
heliocentrismo de Copérnico e as sacadas do Galileu” 
(l. 34-35), a forma verbal “significou” (destacada na 
transcrição) está anteposta ao sujeito, que é 
composto (“o heliocentrismo de Copérnico e as 
sacadas de Galileu”). Quando o verbo vier anteposto 
a sujeito composto, poderá concordar com o núcleo 
mais próximo (que é “heliocentrismo”) ou com os 
todos (“heliocentrismo” e “sacadas”). Portanto a forma 
verbal “significou” poderá ir para o plural: 
“significaram”, concordando co o “heliocentrismo” e 
“sacadas”. Correta a assertiva I. 
No trecho “A Terra há séculos não é o centro do 
universo” (l. 51-52), a forma verbal “há” está sendo 
empregada como impessoal, pois indica tempo 
decorrido, passado. O verbo “fazer”, indicando tempo 
decorrido, passado, também é impessoal, e a 
substituição poderia ser feita com “faz”, não “fazem”. 
Errada, por isso, a assertiva II. 
No trecho “Foi, como as outras, uma novidade, ou 
uma curiosidade” (l. 61-62), a forma verbal “Foi” 
(destacada na transcrição) poderá ir para o plural, 
optando-se pela concordância com “teses” (l. 57). 
Correta, portanto, a assertiva III.) 
 ____________________________________________ 
 
13. Assinale a alternativa em que a palavra é acentuada 
pela mesma regra que preceitua o acento em última (l. 
56). 
(A) fácil (l. 11) 
(B) América (l. 18) 
(C) saúde (l. 22) 
(D) vírus (l. 26) 
(E) virá (l. 64) 
 
 
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Questão sobre acentuação gráfica. 
A palavra “última” (l. 56) é acentuada pela regra das 
proparoxítonas. 
“Fácil” (A) e “vírus” (D) são acentuadas pela regra das 
paroxítonas. “Saúde” é acentuada pela regra do “i” e 
do “u” (no caso, o “u” é tônico, precedido de vogal e 
forma sílaba sozinho). 
A palavra “América” é acentuada pela regra das 
proparoxítonas, de igual forma que “última”. 
____________________________________________ 
 
14. As afirmações que seguem referem-se à crase. 
I - No trecho comparável ao que significou (l. 34), o 
vocábulo ao poderia ser substituído por aquilo. 
II - Para evitarmos a sua repetição na frase, poderíamos 
substituir a expressão às suas ideias (l. 47) por à elas. 
III - Caso substituíssemos como (l. 61) por igual, seriam 
criadas as condições para a crase. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre crase. 
No trecho “... comparável ao que significou” (l. 34), 
“ao” poderia ser substituído por “àquilo”, com registro 
de sinal indicativo de crase, porque está presente a 
preposição “a”, exigida pela regência do adjetivo 
“comparável”. Errada a assertiva I. 
Errada a assertiva II, porque a substituição de “às 
suas ideias” (l. 47) poderia ser feita por “a elas”, sem 
sinal indicativo de crase, porque não há crase antes 
de pronome pessoal. 
No trecho “Foi, como as outras, uma novidade, ou 
uma curiosidade... “ (l. 61-62), a subsitutição de 
“como” (destacado na transcrição) por “igual” 
produziria o aparecimento de preposição “a” (exigida 
pela regência do adjetivo “igual”), resultando “... igual 
às outras...”. Correta a assertiva III. 
____________________________________________ 
 
15. Considere o emprego do vocábulo se nos trechos 
destacados abaixo. 
I - Freud virou-se para Jung (l. 03) 
II - que na Europa já se alastrava (l. 17-18) 
III - como se espanta qualquer praga (l. 33-34) 
 
Em quais deles, admite-se a análise do se como 
indicador de voz passiva? 
(A) Apenas em I. 
(B) Apenas em II. 
(C) Apenas em III. 
(D) Apenas em II e III. 
(E) Em I, II e III. 
 
Questão sobre funções do SE e vozes verbais. 
No trecho “Freud virou-se para Jung (l. 03), o “se” 
funciona como pronome reflexivo, portanto não se 
trata de voz passiva. Na voz passiva sintética, o verbo 
acompanhado do “se” deve ser transitivo direto ou 
transitivo direto indireto. Portanto a construção 
presente na assertiva I não admite análise do “se” 
como pronome apassivador. 
Na construção “que na Europa já se alastrava (l. 17-
18), o “se” é índice de indeterminação do sujeito, 
porque o verbo “alastrar” é intransitivo. Portanto a 
construção presente na assertiva II não admite 
análise do “se” como pronome apassivador. 
No segmento “como se espanta qualquer praga (l. 33-
34), o “se” é partícula apassivadora, porque a 
cosntrução está na voz passiva sintética, haja vista 
que o verbo “espantar” é transitivo direto. Equivale à 
cosntrução “como qualquer praga é espantada”, na 
voz passiva analítica. Portanto a construção presente 
na assertiva III admite análise do “se” como pronome 
apassivador. 
 ____________________________________________ 
 
Instrução: As questões 16 a 30 referem-se ao texto 
abaixo. 
 
01. Há na palavra tolerância algo de 
02.condescendente, se não de desdenhoso, que 
03.incomoda. Lembrem-se do chiste do poeta francês 
04.Paul Claudel: “Tolerância? Há casas para isso!” Isso 
05.diz muito sobre Claudel e sobre atolerância. Tolerar 
06.as opiniões do outro acaso já não é considerá-las 
07.inferiores ou incorretas? ___________ rigor, só 
08.podemos tolerar aquilo que teríamos o direito de 
09.impedir: se as opiniões são livres, como devem ser, 
10.não dependem, pois, da tolerância! Daí um novo 
11.......................... da tolerância, que parece invalidar 
12.sua noção. Se as liberdades de crença, de opinião, de 
13.expressão e de culto são de direito, não podem ser 
14.toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, 
15.celebradas. 
16. A palavra tolerante, no entanto, impôs-se, na 
17.linguagem corrente, para designar a virtude que se 
18.opõe ao fanatismo, ao ....................., ao autoritarismo, 
19.em suma .... ______ intolerância. Esse uso não me 
20.parece desprovido de razão: ele reflete, na própria 
21.virtude que a supera, a intolerância de cada um. Em 
22.verdade, só se pode tolerar o que se teria o direito de 
23.impedir, de condenar, de proibir. Mas esse direito que 
24.nós não temos quase sempre temos a sensação de 
 
 
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25.tê-lo. Não temos razão de pensar o que pensamos? 
26.E, se temos razão, como os outros não estariam 
27.errados? E como a verdade poderia aceitar – a não 
28.ser por tolerância – a existência ou a continuidade do 
29.erro? O ............. sempre renasce, ele nada mais é 
30.que um amor ilusório e egoísta da verdade. Por isso 
31.chamamos de tolerância o que, se fôssemos mais 
32.lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria chamar-
33.se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... Portanto, é 
34.a palavra que convém, pois o amor falta, pois a 
35.simpatia falta, pois o respeito falta. 
36. A tolerância – por menos exaltante que seja 
37.esta palavra – é, pois, uma solução passável; _____ 
38.espera de melhor, isto é, de que os homens possam 
39.se amar ou simplesmente se conhecer e se 
40.compreender, demo-nos por felizes com que eles 
41.comecem a se suportar. 
Adaptado de: COMTE-SPONVILLE, A. Pequeno 
Tratado das Grandes Virtudes. São Paulo, Martins 
Fontes, 1999. p.186-188. Disponível no site do COMITÊ 
DA CULTURA DE PAZ: 
http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm 
 
16. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 07, 19 e 45, 
indicadas por linhas cheias. 
(A) À – à – a 
(B) A – à – à 
(C) A – a – a 
(D) À – à – à 
(E) A – a – à 
 
Questão sobre crase. 
Na linha 07, a lacuna deve receber apenas 
preposição “a”, porque se trata de locução adverbial 
masculina, já que a palavra “rigor” é masculina. 
No trecho “...que se opõe ao fanatismo, ao 
....................., ao autoritarismo, em suma .... ______ 
intolerância” (l. 17-19), a lacuna representada por 
traço deve receber “à”, com sinal de crase, porque a 
preposição “a” é decorrente da exigência de “se opõe” 
(quem se opõe se opõe “a”), e a palavra seguinte 
(“intolerância”) é feminina. Observe-se que, no mesmo 
período, há “ao fanatismo”... “ao autoritarismo”, 
situações que revelam a regência de “se opõe”. 
Com relação á lacuna da linha 37, também há 
exigência de crase, porque se trata de locução 
adverbial feminina: “à espera”. 
_____________________________________________ 
 
17. Considerando as ideias veiculadas pelo texto, 
assinale a alternativa que preenche adequada e 
respectivamente as lacunas das linhas 11, 18 e 29, 
indicadas por linhas pontilhadas. 
(A) contra-senso – perfeccionismo – racionalismo 
(B) contra-senso – sectarismo – racionalismo 
(C) paradoxo – sectarismo – dogmatismo 
(D) paradoxo – perfeccionismo – dogmatismo 
(E) contra-senso – sectarismo – racionalismo 
_____________________________________________ 
Questão sobre interpretação de texto e semântica. 
Na lacuna da linha 11, deve aparecer “paradoxo”, que 
significa pensamento, proposição ou argumento que 
contraria os princípios básicos e gerais que costumam 
orientar o pensamento humano, ou algo que desafia a 
opinião consabida, a crença ordinária e compartilhada 
pela maioria; em suma, aparente falta de nexo ou de 
lógica, contradição. Observa-se o emprego de 
“paradoxo” pela ideia que o autor expõe, de modo a 
afirmar que há contradição entre o direito à liberdade 
de opinião ou crença, de um lado, e, de outro, o 
fanatismo, o que gera comportamento paradoxal. 
Na lacuna da linha 18, deve aparecer “sectarismo”, 
que indica estado de espírito ou atitude sectária, 
intransigência, intolerância. 
Por fim, na lacuna da 29, deve ser registrado o 
vocábulo “dogmatismo”, que significa pressuposto 
teórico comum a diversas doutrinas filosóficas, ou 
aquilo que considera o conhecimento humano apto à 
obtenção de verdades absolutamente certas e 
seguras. 
_____________________________________________ 
 
18. O texto trata essencialmente 
(A) do emprego correto que se deveria fazer da palavra 
tolerância. 
(B) da importância de tolerarmos concepções diferentes 
das nossas. 
(C) do egoísmo que se esconde atrás do dogmatismo. 
(D) do uso da palavra tolerância na linguagem corrente 
e de suas motivações. 
(E) do chiste do poeta francês Paul Claudel acerca da 
palavra tolerância. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
O texto, desde seu início, enfatiza o significado da 
palavra “tolerância” e de suas motivações, o que 
valida como correta a opção D. 
A alternativa A não pode ser considerada como a 
essencialidade do texto, porque não se trata do 
emprego correto da palavra “tolerância”, mas de seu 
uso e as razões motivacionais de seu uso. 
Está errada a opção B, haja vista que o autor tece 
justamente o contrário em seu texto. 
Quanto à alternativa C, o egoísmo é um dos traços 
tratados pelo autor, não a essencialidade do texto, 
portanto está errada. 
Na opção E, por fim, o chiste do poeta francês Paul 
Claudel é um exemplo importante utilizado no texto, 
mas não contém a essencialidade do texto, porque se 
http://www.comitepaz.org.br/comte4.htm
 
 
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trata, obviamente, de outro uso da palavra 
“tolerância”. 
19. Considere as seguintes afirmações. 
 
I - Tolerar, de acordo com o sentido preciso dessa 
expressão, relaciona-se à ideia de fazer concessão. 
II - As pessoas usam a palavra tolerância 
inadequadamente por desconhecerem seu significado 
mais preciso. 
III - Quem tolera respeita. 
 
Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas I e III. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
De acordo com o sentido preciso da expressão, 
“tolerar” é ação relacionada à ideia de fazer 
concessão, portanto está correta a assertiva I. 
Segundo o texto, as pessoas conhecem o significado 
da expressão “tolerância”, o que se pode notar no 
trecho compreendido entre as linhas 16 a 19, portanto 
está errada a assertiva II. 
Conforme o texto, “tolerar” não é respeitar, pois há, no 
termo, uma forte impressão de oposição. Errada, 
dessa forma, a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
20. Considere as seguintes propostas de reformulação 
da pontuação do texto, envolvendo o emprego da 
vírgula. 
I - Suprimir a vírgula que segue renasce (l. 29). 
II - Substituir os travessões que isolam por menos 
exaltante que seja esta palavra (l. 36-37) por vírgulas. 
III- Substituir o ponto-e-vírgula que segue passável (l. 
37) por uma vírgula. 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
corretas de acordo com a norma gramatical? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “O ............. sempre renasce, ele nadamais 
é que um amor ilusório e egoísta da verdade”, a 
vírgula depois de “renasce” não pode ser suprimida, 
porque separa orações coordenadas sem conetivo. 
Errada, portanto, a assertiva I. 
Os travessões que isolam “por menos que seja esta 
palavra” (l. 36-37) podem ser substituídos por 
vírgulas, mantendo-se o sentido original da 
mensagem e a correção gramatical do segmento. 
Correta a assertiva II. 
No trecho “A tolerância – por menos exaltante que 
seja esta palavra – é, pois, uma solução passável; 
_____ espera de melhor, isto é, de que os homens ...” 
(l. 36-38), o ponto-e-vírgula depois de “passável” não 
pode ser substituído por vírgula, porque está 
separando orações independentes. Errada a assertiva 
III. 
_____________________________________________ 
 
21. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) 
ou F (falso), no que se refere à pontuação do texto. 
 
(__) As aspas empregadas em "Tolerância? Há casas 
para isso!" (l. 04) têm a função de destacar ironia 
veiculada pelas sentenças. 
(__) Os dois-pontos usados em Esse uso não me 
parece desprovido de razão: (l. 19-20) servem para 
introduzir uma enumeração. 
(__) O ponto de interrogação empregado em Não temos 
razão de pensar o que pensamos? (l. 25) serve para 
caracterizar uma pergunta retórica. 
(__) As reticências em ou amor... (l. 33) poderiam ser 
substituídas por um ponto, sem prejuízo da ideia 
veiculada pela pontuação original. 
 
A sequência que preenche corretamente os parênteses, 
de cima para baixo, é 
(A) F – F – V – F. 
(B) V – V – V – F. 
(C) V – F – F – V. 
(D) F – V – V – F. 
(E) V – F – F – F. 
 
Questão sobre pontuação. 
É falsa a primeira afirmação, porque as aspas no 
segmento "Tolerância? Há casas para isso!" (l. 04) 
têm a função de destacar citação, não ironia, embora 
seu teor seja irônico. 
No trecho “Esse uso não me parece desprovido de 
razão” (l. 19-20), os dois-pontos foram empregados 
para introduzir um complemento, um aposto, não 
enumeração. Falsa a segunda afirmativa. 
O ponto de interrogação no trecho “Não temos razão 
de pensar o que pensamos?” (l. 25) foi empregado 
para marcar uma pergunta retórica, isto é, uma 
interrogação caracterizada como argumento, não 
necessariamente uma pergunta a que o autor não 
sabe responder. Verdadeira a terceira afirmativa. 
A presença de reticências no trecho “se fôssemos 
mais lúcidos, mais generosos, mais justos, deveria 
chamar-se respeito, de fato, ou simpatia ou amor... (l. 
 
 
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31-33) diz respeito ao sentido da frase, que fica em 
aberto, permitindo uma interpretação pessoal do 
leitor. Portanto as reticências não podem ser 
substituídas por ponto, sob pena de alterar a 
mensagem. Errada a quarta afirmação. 
_____________________________________________ 
 
22. Considere as seguintes propostas de reescrita do 
trecho Esse uso não me parece desprovido de razão: 
ele reflete, na própria virtude que a supera, a 
intolerância de cada um (l. 19-21). 
I - Tal uso a mim não me parece desprovido de razão: 
reflete, na própria virtude que o supera, a intolerância de 
cada um. 
II - Tal uso não soa sem razão para mim: reflete, na 
própria virtude que lhe supera, a intolerância de cada 
um. 
III- Esse emprego não parece, para mim, desprovido de 
razão: ele reflete, na própria virtude que supera a 
intolerância, a intolerância de cada um. 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
corretas de acordo com a norma gramatical? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre reescritura de texto. 
Na reconstrução da assertiva I, a ideia está correta, 
mantendo-se o sentido original da mensagem, mas há 
erro de pleonasmo em “... a mim...” e “...me ...”. 
Portanto a reescritura da assertiva I não mantém a 
correção gramatical. 
Quanto à sugestão de reescritura presente na 
assertiva II, há manutenção de sentido que 
corresponde ao trecho original, mas apresenta erro de 
regência no registro do pronome “lhe”. O verbo 
“superar” é transitivo direto, exigindo, portanto, “o” 
(que substitui o objeto direto), não “lhe” (que substitui 
o objeto indireto. A reconstrução da assertiva II, 
dessa forma, não apresenta correção gramatical. 
A reconstrução sugerida na assertiva III mantém o 
sentido e a correção gramatical. 
_____________________________________________ 
 
23. Assinale a alternativa em que a palavra que, no 
texto, introduz uma oração adjetiva explicativa. 
(A) que teríamos o direito de impedir... (l. 08-09) 
(B) que parece invalidar sua noção... (l. 11-12) 
(C) que se opõe ao fanatismo... (l. 17-18) 
(D) que a supera... (l. 21) 
(E) que convém... (l. 34) 
 
 
 
 Questão sobre funções do “que” e identificação 
de orações. 
A palavra “que” introduz oração adjetiva sempre que 
funcionar como pronome relativo, isto é, quando vier a 
se referir a substantivo. 
Quando a oração subordinada adjetiva vier isolada 
por vírgula, será explicativa, o que acontece no trecho 
“Daí um novo .......................... da tolerância, que 
parece invalidar sua noção” (alternativa B). 
Nos trechos das demais alternativas, o pronome “que” 
introduz oração subordinada adjetiva restritiva, porque 
em nenhuma delas a oração está isolada por vírgula. 
_____________________________________________ 
 
24. Considere a seguinte relação de pronomes do texto 
e de elementos por eles recuperados. 
I - las (l. 06) – casas (l. 04) 
II - sua (l. 12) – as opiniões (l. 09) 
III - lo (l. 25) – esse direito (l. 23) 
IV - eles – (l. 40) – os homens (l. 38) 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas II e III. 
(E) Apenas III e IV. 
 
Questão sobre pronomes e seus referentes. 
No trecho “Tolerar as opiniões do outro acaso já não é 
considerá-las inferiores ou incorretas?”, o pronome “-
las” retoma “opiniões”, não casas. Errada a assertiva 
I. 
O pronome “sua” (l. 12) retoma “tolerância” (l. 11), não 
“as opiniões” (09). Aqui, fica fácil de observar que está 
errada a assertiva II, porque o pronome “sua” está no 
singular, e “as opiniões”, no plural. 
No trecho “Mas esse direito que nós não temos quase 
sempre temos a sensação de tê-lo”, o pronome “-lo” 
retoma “esse direito” (l. 23). Correta a assertiva III. 
No trecho “de que os homens possam se amar ou 
simplesmente se conhecer e se compreender, demo-
nos por felizes com que eles comecem a se suportar” 
(l. 38-41), o pronome “eles” (l. 40) retoma “os homens” 
(l. 38). Correta a assertiva IV. 
_____________________________________________ 
 
25. Considere a classificação das orações a seguir, no 
que concerne à relação sintática estabelecida com suas 
respectivas orações principais ou coordenadas. 
I - se as opiniões são livres (l. 09) – relação de condição 
II - a não ser por tolerância (l. 27-28) – relação 
adversativa 
 
 
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III- Portanto, é a palavra que convém (l. 33-34) – relação 
de conclusão 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre o valor semântico de conjunções e 
orações. 
No trecho “se as opiniões são livres, como devem ser, 
não dependem...” (l. 09-10), a conjunção “se” indica 
relação de condição. Correta a assertiva I. 
No trecho “... a não ser por tolerância...” (l. 27-28), a 
ideia indicada é de condição, equivalente a “se”. 
Errada a assertiva II. 
No segmento “Portanto, é a palavra que convém (l. 
33-34), a conjunção “Portanto” traduz conclusão. 
Correta a assertiva III. 
_____________________________________________26. Se substituirmos o vocábulo liberdades (l. 14) por 
liberdade, quantos outros vocábulos do período deverão 
sofrer ajuste de flexão? 
(A) Dois. 
(B) Quatro. 
(C) Cinco. 
(D) Sete. 
(E) Oito. 
 
Questão sobre concordância. 
No trecho “Se as liberdades de crença, de opinião, de 
expressão e de culto são de direito, não podem ser 
toleradas, mas simplesmente respeitadas, protegidas, 
celebradas” (l. 12-15), a mudança de “liberdades” por 
“liberdade” implicará a mudança nas seguintes 
palavras: “Se a(1) liberdade de crença, de opinião, de 
expressão e de culto é(2) de direito, não pode(3) ser 
tolerada(4), mas simplesmente respeitada(5), 
protegida(6), celebrada(7)”. 
Observe-se que, no enunciado, está expressa a 
instrução “quantos outros vocábulos do período 
deverão sofrer ajuste de flexão”, portanto não se 
contabiliza “liberdade”. 
 
27. A seguir são apresentadas alternativas de 
substituição de segmentos do texto. Assinale a que, se 
aplicada ao texto, caracterizaria erro de acordo com a 
norma gramatical. 
(A) Lembrem-se (l. 03) / Lembremo-nos 
(B) aquilo que (l. 08) / aquilo a que 
(C) que (l. 11) / o qual 
(D) que (l. 30) / do que 
(E) o que (l. 31) / aquilo que 
 
 
Questão sobre reescritura de trecho (equivalência 
de sentido e correção). 
No trecho “Lembrem-se do chiste do poeta francês 
Paul Claudel” (l. 03-04), a forma verbal “Lembrem-se” 
pode ser substituída por “Lembremo-nos”, sem causar 
alteração ou incorrer em erro gramatical. Correta a 
alternativa A. 
No trecho “aquilo que” (l. 08), o segmento não pode 
ser substituído por “aquilo a que”, porque não há 
elemento que exija preposição “a”. Errada a opção B. 
No trecho “Daí um novo ......................... da tolerância, 
que parece invalidar sua noção” (l. 10-11), o pronome 
relativo “que” pode ser substituído por “o qual”, sem 
causar alteração de sentido, nem incorrer em erro. 
Correta a opção C. 
No trecho “ele nada mais é que um amor ilusório e 
egoísta da verdade” (l. 29-30), pode-se acrescentar 
“do” antes do “que”, porque se trata de opção 
assegurada pela gramática em situações de 
comparação. Correta a alternativa D. 
No trecho “chamamos de tolerância o que, se 
fôssemos mais lúcidos, mais generosos, mais justos, 
deveria chamar-se respeito (l. 31-33), o segmento “o 
que” pode ser substituído por “aquilo que”, pois 
ambas as formas são demonstrativas. Correta a 
opção E. 
_____________________________________________ 
 
28. Marque as afirmações abaixo com V (verdadeiro) ou 
F (falso), no que se refere a processos de formação 
identificáveis em vocábulos extraídos do texto. 
(__) impedir (l. 09) – derivação por prefixação 
(__) autoritarismo (l. 18) – composição por justaposição 
(__) intolerância (l. 21) – derivação parassintética 
(__) ilusório (l. 30) – derivação por sufixação 
(__) passável (l. 37) – derivação por sufixação 
 
A sequência que preenche corretamente os parênteses, 
de cima para baixo, é 
(A) F – F – F – V – V. 
(B) F – F – V – V – V. 
(C) V – F – F – V – V. 
(D) V – V – F – F – F. 
(E) F – V – V – F – V. 
 
Questão sobre estrutura e formação de palavras. 
A forma verbal “impedir” (l. 09) não é formada é 
formada por prefixação, porque “im” não é prefixo, já 
que não vem do verbo “pedir”. Falsa a primeira 
afirmação. 
O substantivo “autoritarismo” (l. 18) é formado por 
derivação sufixal. Falsa a segunda afirmação. 
Em “intolerância” (l. 21), há prefixo (“in-“) e sufixo (“-
 
 
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ância”). Falsa a terceira afirmação. 
Em “ilusório” (l. 30), a formação se dá por derivação 
sufixal, adjetivo derivado do substantivo “ilusão”. 
Verdadeira a quarta afirmação. 
O adjetivo “passável” (l. 37) é formado por derivação 
sufixal, em que o primitivo “passar” recebe o sufixo “-
vel”. Verdadeira a quinta afirmação. 
_____________________________________________ 
 
29. Assinale a alternativa em que os vocábulos 
pertencem à mesma classe gramatical. 
(A) não (l. 02) – outros (l. 26) 
(B) ou (l. 07) – um (l. 10) 
(C) se (l. 17) – se (l. 30) 
(D) supera (l. 21) – espera (l. 45) 
(E) sempre (l. 29) – menos (l. 36) 
 
Questão sobre classes gramaticais. 
A palavra “não” (l. 02) é advérbio; “outros” (l. 26) está 
empregado como pronome indefinido. Errada a opção 
A. 
A palavra “ou” (l. 07) funciona como conjunção. “Um” 
(l. 10) funciona como pronome indefinido. Errada a 
opção B. 
A palavra “se” (l. 17) funciona como pronome, 
enquanto o “se” (l. 26) é conjunção subordinativa 
condicional. Errada a opção C. 
“Supera” (l. 21) é forma verbal. “Espera” (l. 38) é 
substantivo, pois está compondo locução adverbial (“à 
espera”). Errada a opção D. 
“Sempre” (l. 29) e “menos” (l. 36) são advérbios. 
Correta a opção E. 
_____________________________________________ 
 
30. Assinale a alternativa em que todas as palavras têm 
igual classificação quanto à posição da sílaba tônica. 
(A) condescendente – deveria – melhor 
(B) diz – Daí – egoísta 
(C) rigor – razão – compreender 
(D) direito – tolerância – lúcidos 
(E) Daí – teria – simpatia 
 
Questão sobre tonicidade das palavras. 
Na opção A, “condescenDENte” e “deveRIa” são 
paroxítonas quanto à sílaba tônica. Já a palavra 
“meLHOR” é oxítona. Portanto está errada a opção A. 
A forma verbal DIZ é monossilábica e, portanto, 
pertence à classificação das palavras oxítonas. A 
palavra “daÍ” é oxítona, e o adjetivo “egoÍSta é 
paroxítono, portanto está errada a alternativa B. 
As palavras “riGOR”, “raZÃO” e “compreenDER” são 
oxítonas quanto à sílaba tônica, portanto está correta 
a opção C. 
As palavras “diREIto” e “toleRÂNcia” são paroxítonas; 
a palavra “Lúcidos” é proparoxítona, portanto está 
errada a opção D. 
Como já se viu, a palavra “daÍ” é oxítona. Já as 
palavras “teRIa” e “simpaTIa” são paroxítonas. Está 
errada a alternativa E. 
 
GABARITO 
01C 02B 03A 04A 05A 
06A 07D 08D 09B 10C 
11B 12D 13B 14C 15C 
16B 17C 18D 19A 20B 
21A 22C 23B 24E 25D 
26D 27B 28A 29E 30C 
_____________________________________________ 
 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul – TJRS – Técnico Judiciário – 2012 – Nível 
Médio 
 
As questões 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. 
 
01. Os chineses, cuja renda per capita não chega a 
02.metade ______ brasileiros, estão poluindo como se já 
03.fossem ricos. Segundo um estudo realizado pela 
04.Comissão Europeia em conjunto com a Agência 
05.Holandesa de Avaliação Ambiental, cada chinês 
06.emite, em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por 
07.ano como resultado da queima de combustíveis 
08.fósseis. 
09. Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do 
10.efeito estufa por pessoa. Isso representa uma queda 
11.de 18% em relação ___ duas décadas atrás. Na 
12.China, houve um aumento de 227% no mesmo 
13.período. Em números absolutos, o país já era o maior 
14.emissor de gás carbônico, um dado não muito 
15.surpreendente, considerando-se que a China 
16.concentra em seu vasto território um quarto da 
17.população mundial. 
18. Já o fato de a poluição per capita do país 
19.asiático ser quase igual ___ europeia é preocupante, 
20.porque os chineses têm um padrão de consumo muito 
21.mais baixo. Isso significa que o impacto ambiental do 
22.crescimento econômico da China supera em muito os 
23.ganhos da população com a produção de riqueza. 
24. O governo chinês chegou a estabelecer metas 
25.de redução das emissões, mas pelo menos três 
26.fatores jogam contra. O primeiro é a importância da 
27.indústria pesada, que demanda muita energia, na 
28.economia nacional. O segundo é o fato de o país ter a 
29.terceira maior reserva mundial de carvão mineral – 
30.uma matéria-prima barata para a produção de 
31.energia, e altamente poluente. 
32. O terceiro é o caráterautoritário da hierarquia 
33.administrativa na China. Pressionadas pelo comando 
34.central do Partido Comunista para conseguir 
 
 
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35.desempenhos econômicos estratosféricos, as 
36.autoridades provinciais não têm muito escrúpulo ao 
37.aprovar indústrias e usinas. Quando a população local 
38.se opõe a um projeto por temer danos ao ambiente, é 
39.reprimida de maneira violenta, como ocorreu no início 
40.deste mês em Shifang, durante um protesto contra a 
41.construção de uma refinaria. 
42. Como resultado dessa postura, além do ar das 
43.grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país 
44.estão poluídos. Na extinta Alemanha Oriental, os 
45.primeiros cidadãos a se organizarem para fazer 
46.oposição à ditadura comunista estavam indignados 
47.com os poluentes químicos lançados no Rio Saale. 
48.Regimes autoritários são um veneno para a natureza. 
Adaptado de: O crescimento não é desculpa. VEJA, São 
Paulo, p. 69, 25 jul. 2012. 
 
01. Assinale a alternativa que preenche corretamente a 
lacuna da linha 02. 
 
(A) de 
(B) dos 
(C) de dos 
(D) da dos 
(E) das dos 
 
Questão sobre regência (emprego de 
preposições). 
No trecho “Os chineses, cuja renda per capita não 
chega à metade _________ brasileiros...” (l. 01-02), a 
lacuna deve ser preenchida com o segmento “da dos”. 
A presença de contração da preposição “de” com o 
artigo “a”, na primeira ocorrência, deve-se à 
supressão do termo “renda”, e a segunda ocorrência, 
em “dos”, refere-se aos brasileiros. Portanto “Os 
chineses, cuja renda per capita não chega à metade 
da (renda) dos brasileiros...”. 
_____________________________________________ 
 
02. Assinale a alternativa que preenche corretamente as 
lacunas das linhas 11 e 19. 
 
(A) a - a 
(B) há - à 
(C) há - a 
(D) à - a 
(E) a - à 
 
Questão sobre crase e emprego de verbo “haver”. 
No trecho “Isso representa uma queda de 18% em 
relação ______ duas décadas atrás” (l. 10-11), a 
lacuna deve receber apenas preposição “a” ou 
preposição “a” contraída com artigo “as”, resultando 
“às”. Entre as respostas, a banca não oferece a 
possibilidade da indicação de sinal em “às”. 
Já na lacuna da linha 19, no trecho “Já o fato de a 
poluição per capita do país asiático ser quase igual 
_____ europeia é preocupante...” (l. 18-19), deve ser 
registrado “à”, porque o adjetivo “igual” exige 
preposição “a” e o adjetivo “europeia” é feminino. 
03. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se 
pode depreender da leitura do texto. 
 
(A) Antes do aumento de 227% na emissão per capita 
de gás carbônico, a China já apresentava a maior taxa 
de emissão do gás do efeito estufa por habitante. 
(B) Apenas um quarto da população da China contribui 
para que o país seja responsável pela maior emissão de 
gás carbônico do planeta. 
(C) Foi preciso mais de um estudo para constatar que 
cada chinês emite, em média, 7,2 toneladas de gás 
carbônico por ano. 
(D) Há duas décadas, a emissão per capita de gás 
carbônico na China era menor do que a da Europa. 
(E) Atualmente, em números absolutos, a emissão de 
gás carbônico pela China é similar à europeia. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Errada a opção (A), porque a China, antes do 
aumento de 227% na emissão per capita de gás 
carbônico, era o maior emissor de gás carbônico em 
números absolutos, não per capita, conforme se pode 
observar no trecho das linhas 13-17. 
Errada a alternativa (B), porque o texto informa que a 
China concentra em seu território um quarto da 
população mundial, não que apenas um quarto da 
população chinesa seja responsável pela emissão de 
gás carbônico. 
Somente um estudo constatou que cada chinês emite, 
em média, 7,2 toneladas de gás carbônico por ano. O 
estudo foi feito em conjunto por duas entidades, 
conforme se observa nas linhas 03-08. Errada, 
portanto, a opção (C). 
Correta a alternativa (D), porque o texto afirma que há 
duas décadas a Europa emitia maior quantidade de 
gás carbônico por pessoa, tendo se verificado uma 
redução de 18%. Logo a Europa produzia mais 
poluição que a China. 
Errada a assertiva (E), pois o texto que a China era o 
maior emissor de gás carbônico. Se “era”, já não é 
atualmente. 
_____________________________________________ 
 
04. Assinale a alternativa que apresenta ideia que se 
pode depreender da leitura do texto. 
 
(A) Na China, à medida que cresce o impacto ambiental, 
decresce o padrão de consumo dos habitantes. 
(B) Na China, quanto mais cresce a economia, menores 
são os benefícios da população do país com a produção 
de riqueza. 
 
 
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(C) O que preocupa no fato de a poluição per capita da 
China ser quase igual à europeia é o estímulo a um 
baixo padrão de consumo. 
(D) Atualmente, o impacto ambiental do crescimento 
econômico da China é maior que o impacto ambiental 
do crescimento econômico da Europa. 
(E) Considerando a média de emissão de poluentes por 
habitante, atualmente, o impacto ambiental provocado 
pela economia chinesa é similar ao impacto ambiental 
provocado pela economia europeia. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Erradas as assertivas (A) e (B), porquanto não há, no 
texto, relação de proporção entre o crescimento do 
impacto ambiental e o padrão de consumo dos 
chineses. O que se afirma é que a poluição produzida 
pela China é preocupante porque, mesmo poluindo 
mais que a Europa, os chineses têm um padrão de 
consumo muito mais baixo, mas não existe a ideia de 
proporcionalidade entre as grandezas. 
Errada a assertiva (C), porque no texto não há 
referência a estímulo a baixo padrão de consumo. 
Apenas se informa que os chineses têm baixo padrão 
de consumo. 
Errada a assertiva (D), porque o que é maior na China 
é a produção de poluição, não de impacto ambiental 
de crescimento. 
 Correta a assertiva (E), pois o texto se refere 
à similaridade do impacto ambiental produzido pela 
China em comparação com a Europa. 
_____________________________________________ 
 
05. Considere as seguintes propostas de reescrita da 
sentença que se inicia com Pressionadas (l. 33) e 
termina com usinas (l. 37). 
 
I - As autoridades provinciais pressionadas pelo 
comando central do Partido Comunista para conseguir 
desempenhos econômicos estratosféricos não têm 
muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas. 
II - As autoridades provinciais, pressionadas pelo 
comando central do Partido Comunista para conseguir 
desempenhos econômicos estratosféricos, não têm 
muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas. 
III- As autoridades provinciais não têm muito escrúpulo 
ao aprovar indústrias e usinas pressionadas pelo 
comando central do Partido Comunista para conseguir 
desempenhos econômicos estratosféricos. 
 
Quais têm sentido equivalente ao da sentença original? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas I e III. 
 
Questão sobre reescritura de texto. 
Na assertiva I, há erro de pontuação pela ausência 
das vírgulas de um isolamento. Observe-se o texto 
original: “As autoridades provinciais pressionadas pelo 
comando central do Partido comunista para conseguir 
desempenhos econômicos estratosféricos não têm 
muito escrúpulo ao aprovar indústrias e usinas”. Na 
construção, a oração reduzida iniciada por 
“pressionadas” e terminada por “estratosféricos” deve 
ficar isolada por vírgulas. Observe-se o trecho já 
corrigido: “As autoridades provinciais, pressionadas 
pelo comando central do Partido comunista para 
conseguir desempenhos econômicos estratosféricos, 
não têm muito escrúpulo ao aprovar indústrias e 
usinas”. 
Correta a reconstrução da assertivaII. 
Errada a construção da assertiva III, porque as 
indústrias e usinas não estão pressionadas pelo 
comando central do Partido Comunista. As 
autoridades é que são pressionadas pelo Partido 
Comunista. 
_____________________________________________ 
 
06. Considere as afirmações a seguir sobre o valor 
referencial de expressões utilizadas no texto. 
 
I – A expressão do gás do efeito estufa (l. 09-10) faz 
referência ao gás carbônico. 
II – A expressão no mesmo período (l. 14) faz referência 
ao início da década de 90. 
III- A expressão dessa postura (l. 42) faz referência aos 
protestos feitos pela população chinesa contra a criação 
de indústrias poluentes. 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas I e III. 
 
Questão sobre Semântica (valor referencial de 
expressões) e interpretação de texto. 
No trecho 
[...] “Segundo um estudo realizado pela Comissão 
Europeia em conjunto com a Agência Holandesa de 
Avaliação Ambiental, cada chinês emite, em média, 
7,2 toneladas de gás carbônico por ano como 
resultado da queima de combustíveis fósseis” (l. 03-
08). 
“Os europeus produzem 7,5 toneladas do gás do 
efeito estufa por pessoa” (l. 09-10). 
Observe-se que “gás carbônico”, no primeiro período, 
está referido no segundo como “gás de efeito estufa”. 
Portanto está correta a afirmação I. 
 
 
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Observe-se o seguinte trecho: “Isso representa uma 
queda de 18% em relação a duas décadas atrás. Na 
China, houve um aumento de 227% no mesmo 
período” (l. 10-13). Obviamente, a expressão “no 
mesmo período” refere-se a todo o período, portanto 
não apenas ao início da década de 90. Errada a 
afirmação II. 
No trecho “Quando a população local se opõe a um 
projeto por temer danos ao ambiente, é reprimida de 
maneira violenta, como ocorreu no início deste mês 
em Shifang, durante um protesto contra a construção 
de uma refinaria”. 
“Como resultado dessa postura, além do ar das 
grandes cidades, dois terços dos rios e lagos do país 
estão poluídos” (l.42-44). 
Pode-se verificar que a poluição do ar das grandes 
cidades e a poluição de dois terços dos rios e lagos 
da China se devem à repressão violenta aos protestos 
da população às construções que poluem. Portanto a 
referência expressa em “dessa postura” está 
associada à não existência de escrúpulos das 
autoridades chinesas em aprovar indústrias e usinas e 
à repressão a movimentos contrários a essas 
construções. Portanto a referência “dessa postura” 
não retoma os protestos da população chinesa contra 
a criação de indústrias poluentes. Errada a afirmação 
III. 
_____________________________________________ 
 
07. Assinale a alternativa em que as palavras, todas 
retiradas do texto, apresentam, respectivamente, 
ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de acordo com a 
pronúncia padrão do português brasileiro. 
 
(A) fósseis - poluindo - muito 
(B) país - poluídos - território 
(C) maneira - poluídos - chegou 
(D) importância - início - padrão 
(E) poluindo - asiático - significa 
 
Questão sobre fonética. 
Com relação à alternativa (A), nas palavras “fósseis” e 
“muito” há ditongos, respectivamente “ei” e “ui”. Na 
forma verbal “poluindo”, há dígrafo nasal no “i”. 
Incorreta a opção em relação ao enunciado. 
Na opção (B), há hiatos nas palavras “país” (“aí”) e 
“poluídos” (“ui”). No substantivo “território”, há ditongo 
crescente em “io”. Errada a opção em relação ao 
enunciado. 
Quanto à assertiva (C), há ditongo em “ei” na palavra 
“maneira”, hiato em “ui” em “poluídos” e “dígrafo “ch” 
em “chegou”. Correta a alternativa em relação ao 
enuncia 
Na alternativa (D), há ditongo em “importância” (“ia”) e 
“início” (“io”). E na palavra “padrão” há ditongo nasal 
em “ão”. Incorreta a opção em relação ao enunciado. 
Com referência à assertiva (E), na forma verbal 
“poluindo”, há dígrafo nasal no “i”; em “asiático” há 
hiato em “ia” e na forma verbal “significa” há dífono 
em “gn”, gerando maior número de fonemas: 
/siguinifica/. Errada a opção em relação ao enunciado. 
_____________________________________________ 
 
08. Considere as afirmações a seguir sobre a pontuação 
de frases no texto. 
 
I – A retirada da vírgula depois de chineses (l. 01) não 
provoca alteração de sentido na sentença e não 
representa erro gramatical. 
II – A colocação de uma vírgula depois de concentra (l. 
16) e de outra vírgula depois de território (l. 16) não 
provoca alteração de sentido na sentença e não 
representa erro gramatical. 
III – A retirada da vírgula depois de energia (l. 27) não 
provoca alteração de sentido na sentença e não 
representa erro gramatical. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas I e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “Os chineses, cuja renda per capita não 
chega à metade da dos brasileiros, estão poluindo 
como se já fossem ricos” (l. 01), a supressão da 
primeira vírgula produziria erro de pontuação, pois a 
oração “cuja renda per capita não chega à metade da 
dos brasileiros” é subordinada adjetiva explicativa e 
deve ficar obrigatoriamente entre vírgulas. Errada a 
assertiva I. 
No trecho “... considerando-se que a China concentra 
em seu vasto território um quarto da população...”, o 
segmento “em seu vasto território” é adjunto adverbial 
de lugar e está deslocado, podendo ficar entre 
vírgulas sem alteração de sentido e sem representar 
erro gramatical. Observe-se o trecho com as vírgulas: 
““... considerando-se que a China concentra, em seu 
vasto território, um quarto da população...”. Correta a 
assertiva II. 
Quanto ao trecho “O primeiro é a importância da 
indústria pesada, que demanda muita energia, na 
economia nacional”, a vírgula depois de “energia” não 
pode ser suprimida porque é parte integrante do 
entre-vírgulas que isola a oração subordinada adjetiva 
explicativa “que demanda muita energia”. Errada a 
assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
 
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09. Assinale a alternativa que identifica, no texto, 
respectivamente, a ocorrência de uma preposição com 
valor de companhia e a ocorrência de uma conjunção 
com valor de comparação. 
(A) com (l. 04) como (l. 02) 
(B) com (l. 23) como (l.07) 
(C) com (l. 23) como (l. 39) 
(D) com (l. 47) como (l.07) 
(E) com (l. 47) como (l. 42) 
 
Questão sobre valor semântico de preposições e 
conjunções. 
No trecho “Segundo um estudo realizado pela 
Comissão Europeia em conjunto com a Agência 
Holandesa de Avaliação Ambiental...” (l. 04), a 
preposição “com” está empregada indicando valor de 
companhia (= em companhia da Agência Holandesa). 
Já no trecho “Os chineses, cuja renda per capita não 
chega à metade da dos brasileiros, estão poluindo 
como se já fossem ricos” (l. 02), o nexo “como” está 
traduzindo ideia de comparação, em que se 
aproximam, comparativamente, os chineses de países 
ricos. 
A preposição “com”, na ocorrência da linha 23, 
expressa ideia de razão; já na linha 47, a preposição 
“com” atende à regência de “indignados”, 
completando-lhe o sentido. 
O nexo “como, nas linhas 07 e 42, indica ideia de 
consequência, decorrência; na linha 39, indica 
comparação, indicando ideia de “a exemplo de”. 
_____________________________________________ 
 
10. Assinale a alternativa que apresenta um substantivo 
derivado de verbo. 
 
(A) surpreendente (l.15) 
(B) administrativa (l. 33) 
(C) construção (l. 41) 
(D) poluídos (l. 46) 
(E) indignados (l. 46) 
 
Questão sobre classes e estrutura e formação de 
palavras. 
O único substantivo derivadode verbo presente nas 
alternativas é “construção” (derivado de “construir”). 
As palavras “surpreendente”, “administrativa”, 
poluídos” e “indignados” são adjetivos. 
_____________________________________________ 
 
As questões 11 a 18 referem-se ao texto abaixo. 
 
01. O avanço das mídias nas últimas décadas tem 
02.sido recebido com grande entusiasmo œ não sem 
03.razão. Entre elas, uma, especialmente, é saudada 
04.como revolucionária: trata-se desta quase 
05.incompreensível massa de informações que circula 
06.por milhões e milhões de computadores pelo mundo, 
07.que é a Internet e que dá ____ todos nós a sensação 
08.de que podemos encontrar respostas para quase 
09.tudo, bastando colocar a palavra certa no buscador. 
10. A Internet realmente transformou o mundo, 
11.facilitou a vida de todos os que têm acesso ____ ela e 
12.tem um enorme potencial para popularizar e 
13.democratizar a informação e o conhecimento ao longo 
14.deste novo século. 
15. A rede possibilitou que pessoas se conheçam. 
16.Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, 
17.estranhamente, para surpresa dos jovens, as 
18.bibliografias respondem. Aproximou colegas 
19.distantes, promovendo o intercâmbio científico e 
20.cultural, acelerou o mundo dos negócios, as bolsas de 
21.valores, e promete uma revolução da educação para 
22.os próximos anos. Fez surgir impensadas amizades e 
23.até grandes paixões. 
24. Há, no entanto, uma grande perversidade na 
25.rede: ela está substituindo os encontros entre 
26.pessoas que não têm nenhum tipo de impedimento 
27.objetivo para se falarem olho no olho. Ou pelo menos 
28.para ouvir a voz do outro por um telefone, para o bem 
29.ou para o mal. 
30. O e-mail, como as cartas, é um monólogo, mas 
31.as cartas não são ou não eram usadas para a 
32.comunicação com o vizinho de sala e não faziam 
33.parte da vida cotidiana de pessoas que viviam na 
34.mesma cidade. Elas existiam e existem para atenuar 
35.a ausência, não para impedir a presença. 
36. Estamos tão encantados na frente da tela do 
37.computador, ditando as regras ao mundo, sem 
38.sermos interrompidos, sem sermos chamados ____ 
39.razão, que esquecemos de olhar ao redor. Estamos 
40.seguros e confortáveis, mas menores como seres 
41.humanos. Estamos ficando sós. 
Adaptado de: PINTO, Céli Regina Jardim. Perverso 
mundo dos e-mails. Zero Hora, 17 fev. 2007. 
 
11. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 07,11 e 38. 
 
(A) à – a - à 
(B) a – à - a 
(C) à – à - à 
(D) a – a - à 
(E) a – a – a 
 
Questão sobre crase. 
A lacuna da linha 07 deve ser preenchida pela 
preposição “a”, porque “todos” é pronome indefinido, e 
não há crase antes de pronome indefinido. E, ainda 
assim, é masculino. 
A lacuna da linha 11 também deve receber apenas 
 
 
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preposição “a”, porque “ela” é pronome pessoal, e não 
há crase antes de pronome pessoal. 
Já na lacuna da linha 38, deve haver crase, pois o 
verbo “chamar”, no significado em que está 
empregado, exige preposição “a”, e a palavra “razão” 
é feminina, logo “chamar à razão”, como “chamar ao 
compromisso”. 
_____________________________________________ 
 
12. O objetivo principal do texto é 
 
(A) refletir sobre o avanço das mídias nas últimas 
décadas, considerando benefícios e malefícios ao 
homem contemporâneo. 
(B) ressaltar a importância da Internet no mundo atual, 
que já não pode prescindir dela. 
(C) alertar para a alteração nas relações interpessoais 
provocada pela Internet, o que tem levado as pessoas à 
solidão e à desumanização. 
(D) demonstrar os riscos de onipotência que corre o 
homem moderno, devido às múltiplas possibilidades que 
as mídias atuais lhe oferecem. 
(E) salientar a aceleração das relações de negócio e a 
promoção do intercâmbio cultural que a era dos 
computadores proporciona. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Errada a assertiva (A), porque o texto trata de uma só 
mídia, que é a Internet, e não das mídias. 
Não é objetivo principal do texto ressaltar a 
importância da Internet, mas a mudança de 
comportamento humano imposto por ela. Errada, 
portanto, a alternativa (B). 
Correta a opção (C), porque a autora ressalta, como 
objetivo principal do texto, que “estamos menores 
como seres humanos”, porque “estamos ficando sós” 
(observe-se o parágrafo compreendido entre as linhas 
36 a 41, especialmente). 
Errada a opção (D), pois não há, no texto, indicação 
dos riscos de onipotência que ameaçam o homem 
moderno em razão da utilização das mídias. Observe-
se que somente a Internet é tratada no texto, não 
mídias (no plural). 
Não está presente, no texto, como objetivo principal, a 
afirmação de que a era dos computadores alavanca 
as relações de negócios e intercâmbio cultural. Errada 
a alternativa (E). 
_____________________________________________ 
 
13. A partir da leitura do texto, pode-se concluir que 
(A) a autora atribui ao desenvolvimento tecnológico dos 
últimos decênios as dificuldades de relacionamento do 
homem contemporâneo. 
(B) "a revolução da educação", de que fala a autora, foi 
uma das consequências positivas do advento da 
Internet, ocorridas nas últimas décadas. 
(C) a Internet tornou-se, na opinião da autora, um 
instrumento insubstituível de pesquisa acadêmica, 
trabalho e comunicação humana. 
(D) há, por parte da autora, uma postura saudosista no 
que se refere às formas de comunicação entre as 
pessoas. 
(E) ele estabelece uma equivalência entre as antigas 
cartas e os e-mails atuais, diferenciando-os, porém, no 
tocante às finalidades com que são utilizados. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Não há, no texto, condições de se concluir que se 
possa atribuir ao desenvolvimento tecnológico das 
últimas décadas as dificuldades de relacionamento do 
homem contemporâneo. Isso ocorre há menos tempo. 
Portanto está errada a assertiva (A). 
No texto, observa-se que a rede promete uma 
revolução na educação para os próximos anos (l. 21-
22), portanto ainda não ocorreu. Na assertiva (B), lê-
se a que revolução na educação foi uma 
consequência positiva do advento da Internet, como 
se já tivesse ocorrido. Dessa forma, está errada a 
assertiva (B). 
A autora não afirma, no texto, que a Internet tenha se 
tornado instrumento insubstituível de pesquisa 
acadêmica, trabalho e comunicação humana, muito 
menos que haja uma postura saudosista da autora em 
relação às antigas formas de comunicação. Erradas, 
portanto, as assertivas (C) e (D). 
Correta a assertiva (E), porque há, no texto, 
especialmente no trecho compreendido entre as 
linhas 30-35, uma equivalência entre as antigas cartas 
e os e-mails atuais. 
_____________________________________________ 
 
14. Considere as propostas abaixo, relativas à 
pontuação do texto. 
 
I – acréscimo de vírgula antes de que (l. 05) 
II – supressão das vírgulas antes e depois de no entanto 
(l. 24) 
III – acréscimo de vírgulas antes e depois de pelo 
menos (l. 27) 
 
Quais mantêm o significado e a correção do texto 
original? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
 
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Questão sobre pontuação. 
Errada a assertiva I, porque, no trecho “... massa de 
informações que circula por milhões e milhões de 
computadores pelo mundo...”, a oração iniciada pelo 
“que” é subordinada adjetiva restritiva; se for 
registrada vírgula antes de “que”, a oração passaria a 
ser subordinada adjetiva explicativa, alterando o 
significado e prejudicando a correção do texto. 
Não é correto suprimir as vírgulasque isolam “no 
entanto” no trecho “Há, no entanto, uma grande...” (l. 
24), porque a expressão é uma conjunção 
coordenativa adversativa e está deslocada, devendo, 
portanto, ficar entre vírgulas. Errada, por isso, a 
assertiva II. 
A expressão “pelo menos”, no trecho “Ou pelo menos 
para ouvir a voz do outro...” (l. 27), funciona como 
adjunto adverbial deslocado e, por isso, poderá ser 
isolado por vírgulas. Correta a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
15. Passando-se para a voz passiva A Internet 
realmente transformou o mundo (l. 10) e ela está 
substituindo os encontros entre pessoas (l. 25-26), as 
formas verbais resultantes, respectivamente, são 
 
(A) tem sido transformado e têm substituído. 
(B) foi transformado e estão sendo substituídos. 
(C) tem sido transformado e têm sido substituídos. 
(D) está sendo transformado e estão sendo 
substituídos. 
(E) foi transformado e têm sido substituídos. 
 
Questão sobre vozes verbais. 
A passagem da frase “A internet realmente 
transformou o mundo” (l. 10) para a voz passiva 
resultará em “O mundo foi transformado realmente 
pela Internet”. 
A passagem da frase “ela está substituindo os 
encontros entre pessoas” (l. 25-26) para a voz passiva 
resultará em “os encontros entre pessoas estão sendo 
substituídos por ela”. 
_____________________________________________ 
 
16. Passando-se A rede (l.15) para o plural, quantas 
outras palavras do terceiro parágrafo do texto deverão 
ser alteradas? 
 
(A) Quatro. 
(B) Cinco. 
(C) Seis. 
(D) Sete. 
(E) Oito. 
 
Questão sobre concordância. 
Passando-se a expressão “A rede” para o plural, no 
trecho “A rede possibilitou que as pessoas se 
conheçam. Estudantes escrevem para suas 
bibliografias. E, estranhamente, para surpresa dos 
jovens, as bibliografias respondem. Aproximou 
colegas distantes, promovendo o intercâmbio 
científico e cultural, acelerou o mundo dos negócios, 
as bolsas de valores, e promete uma revolução da 
educação para os próximos anos. Fez surgir 
impensadas amizades e até grandes paixões” (l. 15-
23), serão alteradas cinco palavras, a saber: “As 
redes possibilitaram que as pessoas se conheçam. 
Estudantes escrevem para suas bibliografias. E, 
estranhamente, para surpresa dos jovens, as 
bibliografias respondem. Aproximaram colegas 
distantes, promovendo o intercâmbio científico e 
cultural, aceleraram o mundo dos negócios, as bolsas 
de valores, e prometem uma revolução da educação 
para os próximos anos. Fizeram surgir impensadas 
amizades e até grandes paixões”. 
_____________________________________________ 
 
17. A expressão no entanto (l. 24) poderia ser 
substituída, mantendo-se o significado e a correção 
gramatical da frase, por 
 
(A) por conseguinte. 
(B) mesmo assim. 
(C) não obstante. 
(D) todavia. 
(E) isso posto. 
 
Questão sobre conjunções. 
A expressão “no entanto” (l. 24), no trecho “Há, no 
entanto, uma grande...”, é conjunção coordenativa 
adversativa, indicando ideia de oposição, podendo ser 
substituída por “todavia” ou por “não obstante”, que 
lhe são sinônimos. 
As conjunções “por conseguinte” e “isso posto” 
traduzem ideia de consequência ou conclusão. 
Já a expressão “mesmo assim” não tem completude, 
não podendo ser empregada no lugar de “no entanto”. 
A banca indicou como resposta a alternativa (D), mas, 
a rigor, a conjunção “não obstante”, que é conjunção 
coordenativa adversativa e sinônimo de “no entanto”, 
também poderia substituir “no entanto” na linha 24. 
Cabe, portanto, recurso contra tal resposta, 
pleiteando-se a anulação da questão. 
_____________________________________________ 
 
18. As expressões olho no olho (l. 27), por um telefone 
(l. 28) e para o bem ou para o mal (l. 28-29 ) exprimem 
no texto, respectivamente, ideias de 
 
(A) modo, instrumento e finalidade. 
(B) lugar, modo e direção. 
(C) situação, modo e lugar. 
(D) modo, lugar e finalidade. 
 
 
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(E) lugar, instrumento e direção. 
 
Questão sobre semântica e interpretação de texto. 
A expressão “olho no olho” revela modo no trecho “... 
impedimento objetivo para se falarem olho no olho” (l. 
27), ou seja, maneira de se falarem. 
Já a expressão “por um telefone” revela instrumento 
no trecho “Ou pelo menos para ouvir a voz do outro 
por um telefone” (l. 27-29), isto é, instrumento pelo 
qual se possa ouvir a voz do outro. 
Na expressão “para o bem ou para o mal” (l. 28-29) 
há ideia de finalidade, expressa pela palavra “para” 
(=com o fim ou finalidade do bem ou do mal). 
_____________________________________________ 
 
19. Considere as duas frases abaixo. 
 
(1) Por perceber-se despreparado, abandonou a 
reunião. 
(2) Ao perceber-se despreparado, abandonou a 
reunião. 
 
Assinale a alternativa que apresenta as transformações 
das passagens sublinhadas que correspondem, 
respectivamente, ao significado das frases originais. 
 
(A) 1. Assim que se percebeu 
 2. Já que se percebeu 
(B) 1. Percebendo-se 
 2. Embora se percebendo 
(C) 1. Mal se percebeu 
 2. Uma vez que se percebeu 
(D) 1. Já que se percebeu 
 2. Mesmo se percebendo 
(E) 1. Porque se percebeu 
 2. Quando se percebeu 
Questão sobre equivalência de estruturas 
(orações reduzidas e desenvolvidas). 
Na frase (1) “Por perceber-se despreparado, 
abandonou a reunião”, o segmento “Por perceber-se” 
tem valor de causa em relação ao restante da 
mensagem, sendo equivalente à oração desenvolvida 
“Porque se percebeu”. 
Na frase (2) “Ao perceber-se despreparado, 
abandonou a reunião”, o segmento “ao perceber-se” 
tem valor de tempo em relação ao restante da 
mensagem, sendo equivalente à oração desenvolvida 
“Quando se percebeu”. 
_____________________________________________ 
 
20. Considere as frases abaixo, com relação às 
concordâncias nominal e verbal. 
 
I – Agora é meio-dia e meia e faz três horas que ela 
saiu. 
II – Devem ir neste envelope, anexos ao processo, uns 
dois formulários. 
III – Ela era meio desatenta, por isso tinha menos 
condições do que as irmãs. 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas III. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre concordância verbal e nominal. 
Está correta a frase “Agora é meio-dia e meia e faz 
três horas que ela saiu”. Primeiro, porque o verbo 
“ser”, em “é”, estando antes de sujeito composto, 
poderá concordar com o mais próximo, que é “meio-
dia” ou com o conjunto” (meio-dia e meia). Dessa 
forma, estão corretas as formas “é” ou “são”. 
Segundo, porque se trata de “meio-dia” mais “meia 
hora”, portanto “meio-dia e meia”. Terceiro, porque o 
verbo “fazer”, em “faz”, está sendo empregado como 
impessoal, na indicação de tempo passado. Correta a 
assertiva I. 
Está correta a frase “Devem ir neste envelope, anexos 
ao processo, uns dois formulários”. Primeiro, porque o 
verbo “dever”, em “Devem”, está concordando com 
“uns dois formulários”. Segundo, porque “anexos” está 
no masculino plural para concordar com “uns dois 
formulários”. Correta a assertiva II. 
Está correta a frase “Ela era meio desatenta, por isso 
tinha menos condições do que as irmãs”. Primeiro, 
porque “meio” funciona como advérbio, já que 
modifica o sentido do adjetivo “desatenta”. Segundo, 
porque “por isso” é sempre separado, pois são duas 
palavras. Terceiro, porque “menos” é invariável. 
Correta a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
21. Assinale a alternativa em que a pontuação da frase 
está correta. 
 
(A) Dos quatro filhos, um era loiro; os outros, morenos. 
(B) Os últimos exemplares do livro mais recente de 
Rubem Fonseca, ainda estão guardados na gaveta da 
escrivaninha. 
(C) Imagine, minha tia, quem foi quemorreu? 
(D) As águas do rio muitas vezes, invadiam a fazenda e 
o casario. 
(E) Que belos olhos tens Margarida, menina bonita! 
 
Questão sobre pontuação. 
Está correta a frase contida na alternativa (A). 
 
 
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A frase da opção (B) está errada, porque apresenta 
vírgula que separa o sujeito (“Os últimos exemplares 
do livro mais recente de Rubem Fonseca” ) do 
seu predicado (“ainda estão guardados na gaveta da 
escrivaninha”). 
Errada a frase da opção (C), pois a presença de verbo 
no imperativo (“Imagine”) desfaz a ideia de 
interrogação, portanto no lugar de interrogação deve 
haver apenas ponto-final. 
Errada a frase da opção (D), porque o adjunto 
adverbial “muitas vezes” pode ficar isolado por duas 
vírgulas ou sem as duas, mas não com uma só. 
Errada a frase da opção (E), porque o nome próprio 
“Margarida” funciona como vocativo na oração, 
devendo ficar isolado por duas vírgulas, não apenas 
por uma. 
_____________________________________________ 
 
22. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas da frase abaixo. 
A cidade _______ eu vivia na infância é a mesma 
_______ eles estavam se referindo ontem de manhã. 
(A) que - de que 
(B) onde - que 
(C) na qual - em que 
(D) em que – a que 
(E) que – que 
 
Questão sobre regência verbal e emprego de 
pronomes relativos. 
A primeira lacuna da frase “A cidade _________ eu 
vivia na infância é a mesma _______ eles estavam se 
referindo ontem de manhã”, deve ser preenchida por 
“em que” ou “na qual”, servindo de parte do adjunto 
adverbial referente ao verbo “viver” (quem vive vive 
em algum lugar). 
Já na segunda lacuna, deve aparecer “a que” ou “à 
qual”, com preposição regida pelo verbo “referir-se”. 
_____________________________________________ 
 
23. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas da frase abaixo. 
 
Na reunião, _______ a calma e, felizmente, _______ 
todas as acusações e ainda ________ a plateia. 
(A) manti - rebati - entreti 
(B) manti - rebati - entretive 
(C) mantive - rebati - entretive 
(D) mantive - rebative - entretive 
(E) manti - rebative - entreti 
 
Questão sobre conjugação verbal (com verbos 
derivados). 
As lacunas da frase “Na reunião, _________ a calma 
e, felizmente, _________ todas as acusações e ainda 
_________ a plateia” devem ser preenchidas pelas 
formas verbais “mantive”, “rebati” e “entretive”. No 
primeiro e no terceiro casos, os verbos são derivados 
de “ter”, devendo ser conjugados como o primitivo, 
apenas acrescentando-se os prefixos: “tive” – 
“mantive”, “tive” – “entretive”. No caso do verbo 
“rebater”, conjuga-se igualmente como o seu primitivo: 
“bati” – “rebati”. 
_____________________________________________ 
 
24. Considere as frases abaixo com relação ao emprego 
das formas verbais. 
 
I – Neste momento, vimos solicitar ao diretor que nos 
libere da tarefa. 
II – Requeiro a Vossa Senhoria que nos entregue o 
escritório. 
III – Se eu vir o Romualdo, pretendo confessar a 
verdade. 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre conjugação verbal. 
Correta a frase da assertiva I, porque “vimos” é forma 
do presente do indicativo na primeira pessoa do 
plural: eu venho, tu vens, ele(a) vem, nós vimos, vós 
vindes, eles(as) vêm. 
Correta a frase da assertiva II, porque o verbo 
“requerer”, no presente do indicativo, deve ser 
conjugado da seguinte forma: eu requeiro, tu 
requeres... 
Correta a frase da assertiva III, porque o verbo “ver”, 
no futuro do subjuntivo, na primeira pessoa do 
singular, apresenta a forma “vir”: se eu vir, se tu vires, 
se ele(a) vir... 
_____________________________________________ 
 
25. Considere o trecho abaixo. 
 
Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro: œ É o 
senhor o hóspede que se fantasiou de fantasma durante 
a festa? 
Assinale a alternativa que apresenta a correta 
transposição do trecho para o discurso indireto. 
 
(A) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se é 
ele o senhor que se fantasiou de fantasma durante a 
festa. 
(B) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se 
 
 
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- FAURGS 33 
 
 
era ele o hóspede que se fantasiara de fantasma 
durante a festa. 
(C) Dona Benta, indiscreta, perguntou se o forasteiro 
era o hóspede que se fantasiou de fantasma durante a 
festa. 
(D) Dona Benta perguntou indiscretamente ao forasteiro 
se tinha sido ele o hóspede que havia se fantasiado de 
fantasma durante a festa. 
(E) Dona Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro 
quem teria sido o hóspede que havia se fantasiado de 
fantasma durante a festa? 
 
Questão sobre discurso direto e indireto. 
No trecho “Dona Benta, indiscreta, perguntou ao 
forasteiro: - É o senhor o hóspede que se fantasiou de 
fantasma durante a festa?”, o segmento inicial até o 
dois-pontos já está no discurso indireto, devendo 
permanecer sem alteração. A segunda parte, do dois-
pontos em diante, se for passada para o discurso 
indireto, resultará na seguinte construção: “Dona 
Benta, indiscreta, perguntou ao forasteiro se era ele o 
hóspede que se fantasiara de fantasma durante a 
festa. 
Observe-se que os verbos “ser”, em “É”, e “fantasiar”, 
em “fantasiou”, estão, respectivamente, no presente 
do indicativo e no pretérito perfeito do indicativo, 
devendo ser transportados para o pretérito imperfeito 
do indicativo (“era”) e para o mais-que-perfeito do 
indicativo (“fantasiara” ou “tinha fantasiado”). 
Observe-se, também, que, na passagem do discurso 
direto para o indireto, desaparecem a inicial 
maiúscula, o dois-pontos e a interrogação. 
_____________________________________________ 
 
26. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas do trecho abaixo. 
 
Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim são 
eminentes cariocas. ____________ compôs melodias 
conhecidas internacionalmente, e _________ escreveu 
romances inesquecíveis. 
(A) Este - aquele 
(B) Aquele - esse 
(C) Um - este 
(D) O outro - esse 
(E) Esse – este 
 
Questão sobre emprego de pronomes 
demonstrativos. 
Na frase “Machado de Assis e Antônio Carlos Jobim 
são eminentes cariocas. _________ compôs melodias 
conhecidas internacionalmente, e _________ 
escreveu romances inesquecíveis”, a primeira lacuna 
faz nítida referência a Antônio Carlos Jobim, 
relacionando, portanto, ao nome mais próximo e, por 
isso, deve ser preenchida com “Este”, pronome que 
indica proximidade. A segunda lacuna faz referência a 
Machado de Assis, nome que está mais distante, 
portanto deve ser preenchida com “aquele”. 
_____________________________________________ 
 
GABARITO 
01D 02E 03D 04E 05B 
06A 07C 08B 09A 10C 
11D 12C 13E 14C 15B 
16B 17* 18A 19E 20E 
21A 22D 23C 24E 25B 
26A 
 (*Há duas respostas válidas.Questão anulável.) 
_____________________________________________ 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul – TJRS – Oficial Escrevente – 2010 – Nível 
Médio 
 
Instrução: As questões de números 01 a 13 referem-
se ao texto abaixo. 
 
01. Uma em cada 4 pessoas _____ usam a internet 
02.no mundo tem uma conta no Facebook. Esse meio 
03.bilhão de pessoas publicam 14 milhões de fotos 
04.diariamente. Os 100 milhões de usuários do Twitter 
05.postam 2 bilhões de mensagens por mês. Dê um 
06.google no nome de alguém e os tweets dele vão estar 
07.lá. Pesquisadores cunham termos bonitos como a 
08."era da hipertransparência" para tentar falar que há 
09.xeretas e exibicionistas demais hoje. 
10. E a maior rede social do planetadeu um passo 
11.grande rumo à tal hipertransparência: em maio, o 
12.Facebook mudou as regras sobre o quanto que 
13.estranhos podem saber da sua vida. "Estamos 
14.construindo uma internet _____ padrão é ser 
15.sociável", decretou Mark Zuckerberg, criador e 
16.presidente do site, ao anunciar as mudanças. Utopia 
17.sociológica à parte, interessa para ele que usuários 
18.de seu serviço possam ser encontrados com mais 
19.facilidade. Se você não está no Facebook e encontra 
20.aquele amor antigo da escola ali, tende a entrar para 
21.a rede social. E, quanto mais gente lá, mais 
22.Zuckerberg pode faturar com publicidade. 
23. As mudanças, de cara, parecem bem sutis. 
24.Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade de 
25.uma pessoa pesquisada, por exemplo. Agora, a não 
26.ser que o usuário mude as configurações no braço, 
27.um resumo de sua ficha ficará exposto na internet. 
28.Não é pouca coisa. Pense em quem teve um término 
29.de relacionamento conturbado e quer manter 
30.distância de namorados maníacos; ou em um 
31.adolescente que mudou de escola por causa de 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 34 
 
 
32.bullying e corre o risco _____ tudo comece de novo 
33.se os novos colegas descobrirem isso; em quem sofre 
34.de assédio moral no trabalho ou foi testemunha de 
35.um crime; em quem não quer que os pais descubram 
36.detalhes de sua vida sexual. Para todos eles, 
37.qualquer detalhe que o Facebook divulgue pode fazer 
38.uma grande diferença. 
39. Não fica nisso. Um dos maiores problemas é 
40.que a internet não "esquece" nada. E agora que ela 
41.faz parte da vida de praticamente todo mundo há uma 
42.década, qualquer vacilo do passado pode causar um 
43.problema no presente. Fotos ousadas num fotolog de 
44.anos atrás vão complicar você na disputa por um 
45.emprego. Uma troca infeliz de scraps no Orkut, como 
46.uma discussão com um ex, pode estar ao alcance de 
47.qualquer um. As redes sociais baseadas em GPS, 
48.como a Fousquare, colocam mais pimenta nesse 
49.molho, já que elas mostram num mapa onde os 
50.usuários estão a cada momento. Em suma, nunca 
51.existiram tantas possibilidades de exposição pública. 
52.E sim: sempre vai ter alguém que você não esperava 
53.bisbilhotando você. É natural. O desejo de cavucar 
54.a vida alheia existe desde sempre. "Na maior parte da 
55.história humana, as pessoas viveram em pequenas 
56.tribos _____ todas as pessoas sabiam tudo o que 
57.todo mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 
58.tornando uma vila global. Pode ser que 
59.descobriremos que a privacidade, no fim das contas, 
60.sempre foi uma anomalia", afirma o professor Thomas 
61.W. Malone, do Centro de Estudos de Inteligência 
62.Coletiva do MIT. 
63. Seja como for, trata-se de uma anomalia de que 
64.todo mundo gosta. E por isso mesmo um movimento 
65.ganha cada vez mais força: há uma preocupação 
66.maior com a bisbilhotice. Na prática, está 
67.acontecendo o contrário do que Zuckerberg imagina. 
68.Estamos menos "sociais". 
69. Hoje, a quantidade de dados que as pessoas 
70.deixam aberta na rede para todo mundo ver é, por 
71.cabeça, bem menor do que há 5, 6 anos. É raro 
72.encontrar quem deixe suas fotos escancaradas numa 
73.rede social. Scraps públicos no Orkut já são parte de 
74.um passado remoto... Um estudo da Universidade da 
75.Califórnia mostra essa mudança: os entrevistados 
76.disseram tomar mais cuidado com o que postam 
77.online hoje do que há 5 anos. Na mesma pesquisa, 
78.88% dos jovens de 18 a 24 anos manifestaram-se a 
79.favor de uma lei que forçasse os sites a apagarem 
80.informações pessoais depois de algum tempo. 
81. Enquanto não chegam leis concretas, as 
82.pessoas reagem por conta própria. Trinta mil usuários 
83.cancelaram suas contas no Facebook no dia 31 de 
84.maio, para protestar contra aquela mudança na 
85.configuração de privacidade. Compare isso com a 
86.reação que as pessoas tiveram em 2006, quando o 
87.Orkut passou a identificar quem visitava o seu perfil. 
88.Não faltaram reações de indignação. "Qual é a graça 
89.se não dá mais para espionar a vida dos outros 
90.escondido?", perguntavam os usuários. É difícil 
91.imaginar algo assim hoje. Aprendemos a nos 
92.comportar na rede como nos comportamos em 
93.público. Porque, cada vez mais, estamos mesmo. 
Adaptado de: BURGOS, Pedro. O fim do fim da 
privacidade. Revista Super Interessante – Edição 280, 
junho de 2010. Disponível em http://super.abril. com.br/ 
tecnologia/fim-fim- privacidade580993.shtm 
 
01. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 01, 14, 32 e 56. 
(A) as quais – cujo o – que – onde 
(B) que – cujo – de que – onde 
(C) que – onde o – que – as quais 
(D) as quais – onde o – a que – nas quais 
(E) que – cujo o – de que – em que 
 
Questão sobre regência verbal e emprego de 
pronomes relativos. 
A lacuna da linha 01 deve receber apenas o pronome 
relativo “que”, retomando “pessoas” (l. 01). 
Na lacuna da linha 14, deve aparecer “cujo”, porque 
se trata de pronome relativo que relaciona elemento 
possuidor (“internet”) a elemento possuído (“padrão”). 
O pronome relativo “cujo” não admite ser empregado 
com artigo. 
A lacuna da linha 32 deve ser preenchida com “de 
que”, porque a palavra “risco” exige preposição “de”. 
Na lacuna da linha 56, deve aparecer “onde”, já que 
se trata de lugar “pequenas tribos”. Poderia ser, 
também, “em que”, ou “nas quais”, pois são 
equivalentes, no caso a “onde”. Na combinação com 
as outras respostas, ficou “onde”. 
_____________________________________________ 
 
02. Assinale a alternativa que apresenta uma 
substituição contextualmente adequada para a 
respectiva expressão de caráter coloquial empregada 
no texto, sem prejuízo ao sentido original. 
(A) de cara (l. 23) – prontamente 
(B) no braço (l. 26) – com empenho 
(C) cavucar (l. 53) – revolver 
(D) bisbilhotice (l. 66) – difamação 
(E) espionar (l. 89) – solapar 
 
Questão sobre semântica. 
A expressão “de cara” (l. 23) pode ser entendida 
como “inicialmente”, “no começo”, portanto não pode 
ser substituída por “prontamente. Errada a alternativa 
A. 
A expressão “no braço” (l. 26) indica “manualmente”, 
portanto não pode ser substituída por “com empenho”. 
 
 
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Errada a opção B. 
A expressão verbal “cavucar” (l. 53), que também 
pode ser escrita “cavoucar”, significa “revolver”, 
“procurar”. Correta a alternativa C. 
“Bisbilhotice” (l. 66) significa “comentar”, “comentar 
em segredo”, servindo também para elogiar, não 
apenas difamar. Errada a opção D. 
O verbo “espionar” (l. 89) tem como significado textual 
espiar secretamente, olhar sem ser observado, em 
segredo. Portanto está errada a alternativa E. 
_____________________________________________ 
 
03. O texto trata, essencialmente, 
(A) da utopia de se construir uma internet 
fundamentalmente sociável. 
(B) das mudanças implementadas pelas redes sociais 
nos últimos anos. 
(C) do comportamento dos usuários das redes sociais 
em relação à exposição imposta por esses meios. 
(D) dos riscos da superexposição na internet. 
(E) da longa "memória" da internet, que pode armazenar 
dados de seus usuários por muito tempo. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Errada a opção A, porque o texto defende a 
cosntrução de uma internet sociável. 
Quanto à opção B, as mudanças implementadas 
pelas redes sociais nos últimos anos constituem 
apenas um dos tópicos tratados no texto, não sendo o 
tema essencial de que o texto trata. Errada a 
alternativa B. 
O comportamento dos usuários das redes sociais com 
relação à exposição impostapor esses meios é a 
essencialidade do texto. Correta a opção C 
Os riscos da superexposição na internet, por parte 
dos usuários, é apenas um dos tópicos tratados pelo 
texto, não sendo essencial, portanto está errada a 
opção D. 
A longa “memória” da internet é, também, apenas um 
dos tópicos tratados pelo texto, não sendo essencial, 
portanto igualmente está errada a opção E. 
____________________________________________ 
 
04. Considere as seguintes afirmações. 
I - Houve uma mudança na postura dos usuários de 
redes sociais de 2006 para cá, no que tange à 
preocupação com a privacidade. 
II - Há quem entenda que a privacidade pode ser 
considerada um fenômeno peculiar à modernidade. 
III - A vida privada das pessoas está interessando 
menos aos usuários de redes sociais. 
 
Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? 
(A) Apenas II. 
(B) Apenas I e II. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
De acordo com o texto, em especial no trecho 
“Compare isso com a reação que as pessoas tiveram 
em 2006, quando o Orkut passou a identificar quem 
visitava o seu perfil” (l. 85-87), houve uma mudança 
na postura dos usuários de redes sociais de 2006 
para cá, no que tange à preocupação com a 
privacidade. Está correta, portanto, a assertiva I. 
Em todo o texto, em especial em alguns trechos, 
como, por exemplo, “Em suma, nunca existiram tantas 
possibilidades de exposição pública. E sim: sempre 
vai ter alguém que você não esperava bisbilhotando 
você. É natural. O desejo de cavucar a vida alheia 
existe desde sempre. "Na maior parte da história 
humana, as pessoas viveram em pequenas tribos 
_____ todas as pessoas sabiam tudo o que todo 
mundo fazia. E de alguma forma estamos nos 
tornando uma vila global” (l. 50-58), há quem entenda 
que a privacidade pode ser considerada um fenômeno 
peculiar à modernidade. Correta a assertiva II. 
Pelas mesmas razões presentes nas explicações às 
assertivas I e II, pode-se observar que, no caso da 
assertiva III, está errada a visão, porque a vida 
privada sempre interessou aos usuários e tem 
interessado cada vez mais. 
_____________________________________________ 
 
05. Considere as seguintes propostas de reescrita do 
trecho abaixo. 
"(...) Pode ser que descobriremos que a privacidade, no 
fim das contas, sempre foi uma anomalia" (l. 58-60) 
I - "(...) Pode ser que descubramos, afinal, que a 
privacidade foi uma anomalia sempre." 
II - "(...) Descobriremos, possivelmente, no fim das 
contas, que a privacidade foi sempre uma anomalia." 
III - "(...) Pode-se acabar descobrindo, finalmente, que a 
privacidade foi, sempre, uma anomalia." 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
corretas do ponto de vista da norma gramatical? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre reescritura de trechos. 
As três propostas de reescritura mantêm o sentido 
original e a correção gramatical. Observe-se que o 
tempo verbal futuro permanece nas assertivas I e II e 
é indicado na III. A mensagem foi preservada em 
 
 
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todas as sugestões. 
_____________________________________________ 
 
 
 
 
06. Considere as seguintes propostas de reescrita para 
o seguinte trecho adaptado do texto. 
"Qual é a graça de continuar usando o Orkut, se não dá 
mais para espionar a vida dos outros escondido?", 
perguntavam os usuários. 
I - Os usuários se perguntavam sobre qual seria a graça 
de continuar usando o Orkut, uma vez que não 
poderiam mais espionar secretamente a vida dos 
outros. 
II - Os usuários se perguntavam: qual será a graça de 
continuar usando o Orkut, considerando que não se 
poderá mais espionar a vida dos outros em segredo? 
III - A indagação dos usuários era acerca de qual seria a 
graça de continuar usando o Orkut, já que não seria 
mais possível espionar em segredo a vida dos outros. 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
em discurso indireto? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre reescritura de trechos (discursos 
direto e indireto). 
Observe-se que, no trecho adaptado, a ideia verbal é 
de futuro do pretérito, o que se mantém nas 
assertivas I e III (“seria”, “poderiam”). 
Na assertiva II, porém, a ideia foi versada para o 
futuro do presente (“será”, poderá), o que não 
mantém o sentido da frase do enunciado. 
_____________________________________________ 
 
07. Se substituirmos o vocábulo vacilo (l. 42) pela forma 
pluralizada vacilos, quantos outros vocábulos do 
período terão de ser, obrigatoriamente, pluralizados? 
(A) Um. 
(B) Dois. 
(C) Três. 
(D) Quatro. 
(E) Cinco. 
 
Questão sobre concordância. 
No trecho “E agora que ela faz parte da vida de 
praticamente todo mundo há uma década, qualquer 
vacilo do passado pode causar um problema no 
presente” (l. 40-43), a pluralização de “vacilo” (palavra 
destacada na transcrição) produzirá as seguintes 
alterações obrigatórias no trecho: “E agora que ela faz 
parte da vida de praticamente todo mundo há uma 
década, quaisquer (1) vacilos do passado podem(2) 
causar um problema no presente”. 
Observe-se que o enunciado indaga “quantos outros 
vocábulos”, o que assegura não se contabilizar 
“vacilos”. Além disso, “podem causar” é uma locução 
verbal, em que somente o verbo auxiliar flexiona 
(“podem”). 
_____________________________________________ 
 
08. Considere as seguintes propostas de reformulação 
da pontuação do texto. 
I - suprimir a vírgula que segue o vocábulo lá (l. 21) 
II - substituir o ponto depois de por exemplo (l. 25) por 
ponto-e-vírgula, com o devido ajuste no emprego de 
letras maiúsculas e minúsculas. 
III - inserir uma vírgula depois de divulgue (l. 37) 
IV - substituir os dois pontos que seguem o vocábulo 
sim (l. 52) por uma vírgula antes e uma depois desse 
vocábulo. 
 
Quais propostas conservam o sentido original e estão 
corretas do ponto de vista da norma gramatical? 
(A) Apenas II. 
(B) Apenas III. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) Apenas II e IV. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “E, quanto mais gente lá, mais Zuckerberg 
pode faturar com publicidade” (l. 21-22), a vírgula 
depois de “lá” não pode ser suprimida, pois é a 
segunda do isolamento do trecho “quanto mais gente 
lá”, que funciona como subordinada deslocada, 
equivalendo a “quanto mais gente houver lá”. Errada a 
assertiva I. 
No trecho “Antes, não dava para ver a foto de perfil ou 
a idade de uma pessoa pesquisada, por exemplo. 
Agora, a não ser que o usuário mude as 
configurações no braço” (. 24-26), o ponto após “por 
exemplo” pode ser substituído por ponto-e-vírgula, 
porque se trata de orações coordenadas sem 
conetivo. A inicial maiúscula em “Agora” deveria ser 
alterada para minúscula. O trecho ficaria assim: 
“Antes, não dava para ver a foto de perfil ou a idade 
de uma pessoa pesquisada, por exemplo; agora, a 
não ser que o usuário mude as configurações no 
braço”. Correta a assertiva II. 
Não se pode inserir vírgula depois de “divulgue”, no 
trecho “Para todos eles, qualquer detalhe que o 
Facebook divulgue pode fazer uma grande diferença” 
(l. 38-38), pois separaria o sujeito (“qualquer detalhe 
que o Facebook divulgue”) do seu predicado (“pode 
 
 
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- FAURGS 37 
 
 
fazer grande diferença”. Errada a assertiva III. 
No trecho “E sim: sempre vai ter alguém que você não 
esperava bisbilhotando você” (l. 52-53), os dois 
pontos após “sim” poderia ser substituídospor vírgula, 
desde que a palavra ficasse também com v´rigula 
antes: “E, sim, sempre vai ter alguém que você não 
esperava bisbilhotando você”. Correta a assertiva IV. 
_____________________________________________ 
 
09. Considere as seguintes afirmações sobre 
substantivos do texto. 
I - O vocábulo google (l. 06) está empregado como 
substantivo comum. 
II - O prefixo ex (l. 46) está empregado como vocábulo 
substantivado. 
III - O vocábulo Scraps (l. 73), por ser estrangeiro, 
apesar de estar flexionado em número, não estabelece 
concordância de gênero. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas III. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre classes gramaticais e suas flexões. 
No trecho “Dê um google no nome de alguém...” (l. 
05-06), o vocábulo “google” está sendo empregado 
precedido de pronome indefinido “um”, equivalendo a 
“pesquisa”, “olhada”. Portanto está emrpegado como 
substantivo comum, diferentemente do nome Google, 
que designa a página na Internet. Correta a assertiva 
I. 
O prefixo “ex”, no trecho “Uma troca infeliz de scraps 
no Orkut, como uma discussão com um ex” (l. 45-46), 
foi empregado como substantivo, já que veio 
precedido por “um”. Correta a assertiva II. 
No trecho “Scraps públicos no Orkut já são parte de 
um passado remoto...” (l. 73-74), o vocábulo “Scraps” 
está sendo empregado como substantivo masculino 
plural, porque está qualificado pelo adjetivo “públicos”. 
Errada a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
10. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) 
ou F (falso), no que se refere ao emprego de nexos do 
texto. 
(__) A substituição de Se por Caso, em Se você não 
está no Facebook e encontra aquele amor antigo da 
escola ali (l. 19-20) exige que os verbos dessas orações 
subordinadas sejam flexionados no modo subjuntivo. 
(__) No trecho E agora que ela faz parte da vida de 
praticamente todo mundo há uma década (l. 40-42), a 
conjunção E poderia ser substituída pela conjunção 
Mas, sem prejuízo do sentido original. 
(__) A substituição de já que por por, em já que elas 
mostram num mapa onde os usuários estão a cada 
momento (l. 49-50) exigiria que o verbo mostrar fosse 
flexionado no infinitivo. 
(__) para, em para protestar contra aquela mudança na 
configuração de privacidade (l. 84--85) poderia ser 
substituído por a fim de, sem prejuízo do sentido 
original. 
 
A sequência que preenche corretamente os parênteses, 
de cima para baixo, é 
(A) V – V – F – V. 
(B) F – F – V – F. 
(C) V – F – F – V. 
(D) V – F – V – V. 
(E) V – F – V – F. 
 
Questão sobre conjunções. 
No trecho “Se você não está no Facebook e encontra 
aquele amor antigo da escola ali (l. 19-20), a 
conjunção “Se” pode ser substituída por “Caso”, pois 
ambas são sinônimas, mas a forma verbal “está” 
deverá sofrer ajuste para “esteja”: “Caso você não 
esteja no Facebook e encontra aquele amor antigo da 
escola ali”. Verdadeira a primeira afirmação. 
No trecho “E agora que ela faz parte da vida de 
praticamente todo mundo há uma década” (l. 40-42), 
a conjunção “E” tem valor aditivo, não podendo ser 
substituída por “Mas”, que indicaria oposição. Falsa a 
segunda afirmação. 
No trecho “... já que elas mostram num mapa onde os 
usuários estão a cada momento” (l. 49-50), a locução 
conjuntiva “já que” poderia ser substituída por “por”, 
desde que a forma verbal “mostram”, que está no 
presente do indicativo, na 3ª pessoa do plural, fosse 
alterada para a forma do seu infinitivo pessoa: 
“mostrarem”. A redação ficaria assim: “por elas 
mostrarem num mapa onde os usuários estão a cada 
momento...”. Verdadeira a terceira afirmação. 
No segmento “para protestar contra aquela mudança 
na configuração de privacidade” (l. 84--85), a 
conjunção subordinativa final “para” poderia ser 
substituída por “a fim de”, porque são sinônimas: “a 
fim de protestar contra aquela mudança na 
configuração de privacidade”. Verdadeira a quarta 
afirmação. 
_____________________________________________ 
 
11. Considere as seguintes propostas de substituição de 
segmentos do texto envolvendo emprego de pronomes. 
I - interessa para ele (l. 17) – interessa-o 
II - vão complicar você (l. 44) – vão lhe complicar 
III - bisbilhotando você (l. 53 ) – bisbilhotando-o 
 
 
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Quais são contextualmente adequadas e estão corretas 
do ponto de vista da norma gramatical? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre regência e colocação pronominal. 
No trecho “interessa para ele” (l. 17), “para ele” 
funciona como objeto indireto, podendo ser 
substituído por “lhe”: “interessa-lhe”. Errada a 
assertiva I. 
No caso de “vão complicar você” (l. 44), o verbo 
“complicar” é transitivo direto (quem complica 
complica algo ou alguém). Portanto o pronome só 
pode ser “o”: “vão complicá-lo”. Errada a assertiva II. 
No segmento “bisbilhotando você” (l. 53), o verbo 
“bisbilhotar” é transitivo direto, exigindo o pronome 
“o”: “bisbilhotando-o”. Correta a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
12. Considere a classificação das orações a seguir, no 
que concerne à relação sintática estabelecida com suas 
respectivas orações principais no texto. 
I - se os novos colegas descobrirem isso (l. 33) – 
relação de condição 
II - Enquanto não chegam leis concretas (l. 81) – relação 
de temporalidade 
III - como nos comportamos em público (l. 92-93) – 
relação de consecução 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e II. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre valor semântico de conjunções. 
No trecho “se os novos colegas descobrirem isso” (l. 
33), a conjunção “se” revela a ideia de condição. 
Correta a assertiva I. 
Quanto à oração “Enquanto não chegam as leis 
concretas” (l. 81), a conjunção “Enquanto” é 
subordinativa temporal. Sua ideia, portanto, revela 
temporalidade (no caso, simultaneidade). Correta a 
assertiva II. 
No trecho “Aprendemos a nos comportar na rede 
como nos comportamos em público” (l. 91-93), o nexo 
“como” traduz ideia de comparação, não consecução 
(=consequência). Errada a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
13. Das alternativas de reescrita dos trechos a seguir 
apresentadas, assinale a que, se aplicada ao texto, 
caracterizaria erro, de acordo com a norma gramatical. 
(A) Esse meio bilhão de pessoas publicam (l. 02-03) / 
Esse meio bilhão de pessoas publica. 
(B) à tal hipertransparência (l.11) / a essa 
hipertransparência 
(C) não "esquece" nada (l. 40) / não "se esquece" de 
nada 
(D) a quantidade de dados que as pessoas deixam 
aberta (l. 69-70) / a quantidade de dados que as 
pessoas deixam abertos 
(E) que forçasse os sites a apagarem informações 
pessoais (l. 79-80) / que forçassem os sites a apagar 
informações pessoais 
 
Questão sobre concordância verbal e nominal. 
No caso da opção A, estão corretas as formas 
“publicam” e “publica”: na primeira (presente 
originalmente no texto), preferiu-se a concordância 
com “pessoas”, com verbo no plural; na segunda, a 
concordância foi feita com “meio”, ficando o verbo no 
singular. 
Na letra B, o trecho “... rumo à tal hipertransparência” 
(l. 11) poderia ser reescrito “rumo a essa 
hipertransparência”, sem alterar o sentido da 
mensagem e mantendo-se a correção gramatical. 
Quanto à construção da opção C, o verbo “esquecer”, 
sem pronome, não exige preposição: “... não esquece 
nada”; se, porém, vier acompanhado de pronome, 
exigirá preposição: “... nãose esquece de nada”. 
Ambas as formas, portanto, estão corretas. 
No trecho “a quantidade de dados que as pessoas 
deixam aberta” (l. 69-70), o adjetivo “aberta” 
concordou com “quantidade” (núcleo), mas pode 
concordar com “dados” (complemento): “a quantidade 
de dados que as pessoas deixam abertos”. As duas 
formas são corretas e equivalentes na opção D.. 
Na alternativa E, o sujeito de “apagarem” é “sites”, 
portanto a forma verbal deve estar no plural. A 
sugestão de reescritura dessa alternativa está errada. 
_____________________________________________ 
 
Instrução: As questões de números 14 a 20 referem-
se ao texto abaixo. 
 
01. Nada como a iminência de uma catástrofe 
02.ambiental em escala planetária para corrigir os maus 
03.hábitos de uma comunidade. Sou do tempo em que 
04.leite, refrigerante e cerveja eram vendidos em boas 
05.garrafas de vidro, reutilizáveis. Para ir _____ feira ou 
06.ao supermercado, as donas de casa utilizavam 
07.sacolas de lona. O cafezinho era servido em xícaras 
08.de louça. A água era bebida em copos de vidro. 
 
 
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09.Pratos e talheres eram feitos de louça e aço inox. 
10.Capa de chuva era confeccionada em gabardine. 
11. Tudo isso ficou fora de moda da noite para o dia 
12.com o advento das garrafas pet, das sacolas, dos 
13.copos, talheres e até das capas de chuva de plástico 
14.– tudo descartável. “Moderno” passou a ser usar uma 
15.vez só o que quer que fosse, e jogar fora em seguida. 
16.Até bens mais duráveis, como computadores, 
17.eletrodomésticos e celulares, tornaram-se nos últimos 
18.anos descartáveis. A obsolescência programada se 
19.incorporou aos objetos do nosso cotidiano de forma 
20.tão natural, que quase nem percebemos. 
21. Felizmente, estamos nos dando conta de que 
22.esse modo de vida absurdo, importado acriticamente 
23.dos EUA e do Japão, cobra um alto preço da 
24.natureza, exaurindo os recursos naturais do planeta e 
25.transformando o mundo em que vivemos em um 
26.grande lixão. O que até _____ pouco era considerado 
27.“antigo” agora é moderníssimo. A CocaCola, por 
28.exemplo, já oferece em supermercados e bares 
29.garrafas pet reutilizáveis após reciclagem, com um 
30.bom desconto no preço do refrigerante. 
31.Supermercados estimulam o uso de sacolas de pano. 
32.Empresas substituem copos descartáveis por 
33.canecas de louça ou vidro e reduzem o consumo 
34.interno de papel. Crescem, nos EUA e na Europa, 
35.movimentos como os da Simplicidade Voluntária, da 
36.Casa Pequena, do Consumo Consciente, e outros, 
37.que propõem um novo estilo de vida, baseado na 
38.frugalidade, na reciclagem e na sustentabilidade. 
39.Moderninha, fashion mesmo, era minha avó. 
40. Os praticantes desta nova filosofia de vida não 
41.são new hippies. Também não pretendem acabar 
42.com o capitalismo. Não se trata de um retorno 
43.nostálgico a Woodstock ou de uma nova utopia 
44.regressiva. Nada disso. São pessoas comuns, como 
45.eu e você, que, um dia, perceberam que o consumo 
46.desenfreado não entrega _____ felicidade prometida 
47.pela publicidade. Gente que, com seu trabalho de 
48.formiguinha, tenta evitar não apenas o aquecimento 
49.global, mas a completa exaustão do planeta. 
50. Felizmente, as novas gerações já estão mais 
51.atentas _____ urgência de economizar recursos 
52.naturais. Não me surpreenderia se, dentro de alguns 
53.anos, comprar e descartar objetos compulsivamente, 
54.como ainda fazemos, venha a ser algo tão malvisto 
55.socialmente como é hoje o consumo de cigarro ou de 
56.drogas. A diferença é que, quando se trata do meio 
57.ambiente, as consequências de nossos atos atingem 
58.a todos. Sem exceção. 
Adaptado de: GUARNIER FILHO, Irineu. Fashion era 
minha avó. ZERO HORA. 17 de janeiro, nº 16218. 
 
14. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 05, 26, 46 e 51. 
(A) à – a – à – a 
(B) à – há – a – à 
(C) a – a – à – à 
(D) a – há – a – à 
(E) à – a – a – a 
 
Questão sobre crase e emprego do verbo “haver”. 
Na lacuna da linha 05, deve aparecer “à”, com sinal 
de crase, porque o verbo “ir” exige preposição, e a 
palavra “feira” é feminina. 
No trecho “O que até _____ pouco era considerado...” 
(l. 26), a lacuna deve ser preenchida pela forma 
verbal “há”, porque se trata de tempo decorrido, 
passado. 
Já na lacuna da linha 46 deve aparecer apenas o 
artigo “a”, porque se trata do objeto direto do verbo 
“entregar” (“entrega a felicidade” = o sentimento). 
Por fim, na lacuna da linha 51, deve aparecer “à”, com 
sinal de crase, porque o adjetivo “atentas” exige 
preposição “a” (quem está atento está atento “a” 
algo), e a palavra seguinte é feminina (“urgência”). 
_____________________________________________ 
 
15. Tendo em vista a manutenção das ideias veiculadas 
pelo texto, assinale a alternativa que contém apenas 
substituições adequadas, respectivamente, para a 
iminência (l. 01), A obsolescência programada (l. 18), na 
frugalidade (l. 37-38) e a completa exaustão (l. 49). 
 
(A) a ameaça – A descartabilidade planejada – na 
simplicidade – o total esgotamento 
(B) a ameaça – A descartabilidade planejada – na 
perdulariedade – o completo empobrecimento 
(C) o medo – O consumo planejado – na perdulariedade 
– o completo empobrecimento 
(D) o medo – O consumo planejado – na simplicidade – 
o total esgotamento 
(E) a ameaça – O consumo planejado – na 
perdulariedade – o total esgotamento 
 
Questão sobre semântica. 
No trecho “Nada como a iminência de uma catástrofe 
ambiental em escala planetária para corrigir os maus 
hábitos de uma comunidade” (l. 01-03), a expressão 
“a iminência” pode ser substituída, mantendo-se o 
sentido original da mensagem, por “a ameaça”, ou “o 
perigo”. No caso, não há, nas opções “o perigo”. 
No caso de “A obsolescência programada” (l. 18), 
“obsolescência” significa o processo ou ato de se 
tornar obsoleto, isto é, inútil, descartável. No caso da 
substituição, a expressão “A descartabilidade 
planejada” é a mais adequada. 
A expressão “na frugalidade” (l. 37-38) (frugalidade 
significa simplicidade) pode ser substituída por “na 
simplicidade”. 
 
 
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- FAURGS 40 
 
 
Por fim, “a completa exaustão” (l. 49) (exaustão 
significa ato ou efeito de esgotar-se; esgotamento) 
pode ser substituída por “o total esgotamento”. 
_____________________________________________ 
 
 
16. Considere as seguintes afirmações. 
 
I - Os cuidados com o meio ambiente implicam o retorno 
a algumas práticas consideradas ultrapassadas. 
II - A preocupação ambiental é uma arma contra o 
capitalismo. 
III - A atenção às questões ambientais está em 
crescimento no mundo. 
IV - Hábitos irresponsáveis em relação ao meio 
ambiente são tão graves quanto o consumo de drogas. 
 
Quais correspondem a ideias veiculadas pelo texto? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas I e II. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas III e IV. 
(E) Apenas II, III e IV. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Está correta a assertiva I, porque, no texto, defende-
se o retorno a algumas práticas antigas, consideradas 
hoje ultrapassadas. Observe-se o incentivo à compra 
de refrigerante envasado em garrafas pet retornáveis, 
assim como a utilização de sacolas de pano em lugar 
das de plástico não reutilizáveis, bem como a 
substituição de copos plásticos por canecas de louça, 
entre outros exemplos. 
Não há registro, no texto, de que a preocupação 
ambiental seja uma arma contra o capitalismo. Errada 
a assertiva II. 
Como se pôde observar nos comentários em relação 
à assertiva I, cresce no mundo a atenção às questões 
ambientais.Correta a assertiva III. 
O autor registra que não se surpreenderia se, no 
futuro, hábitos irresponsáveis em relação ao meio 
ambiente forem considerados fatos tão graves quanto 
o consumo de drogas. Portanto não se pode afirmar 
que tais hábitos contra o meio ambiente sejam graves 
quanto o consumo de drogas, porque o texto não 
afirma isso. Errada a assertiva IV. 
_____________________________________________ 
 
17. Tendo em vista a manutenção das ideias veiculadas 
pelo texto, assinale a alternativa que apresenta uma 
substituição adequada para a expressão Também não 
(l. 41). 
(A) Conquanto 
(B) Tampouco 
(C) Contudo, não 
(D) Não obstante, 
(E) Destarte, não 
 
 
 
Questão sobre semântica e domínio de 
conjunções. 
A expressão “Também não” (l. 41) é uma segunda 
negação, equivalente a “tampouco”. Portanto está 
correta a alternativa B. 
“Conquanto”, na opção A, é conjunção subordinativa 
concessiva, não indicando ideia de negação. 
“Contudo” e “Não obstante” são conjunções 
coordenativas adversativas, indicando oposição, não 
negação. 
“Destarte” é expressão que indica conclusão, 
sinônima de “portanto”. Não indica, dessa forma, 
negação. 
_____________________________________________ 
 
18. Considere as seguintes afirmações sobre o emprego 
de estruturas contendo o vocábulo que. 
 
I - A expressão em que, na linha 03, poderia ser 
substituída por onde, sem se desviar da norma 
gramatical ou comprometer o sentido da frase. 
II - Na linha 37, que tem a função de sujeito. 
III - Na linha 45, que introduz um objeto oracional à 
sentença que o antecede. 
 Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre funções do “que”. 
No trecho “Sou do tempo em que...” (l. 03), o 
pronome “que” não pode ser substituído por “onde”, 
porque o pronome relativo “onde” só pode ser 
empregado em relação a lugar, e a mensagem se 
refere a “tempo”. Errada a assertiva I. 
No trecho “...e outros, que propõem um novo estilo de 
vida..I. 
No trecho da linha 45 (“eu e você, que, um dia, 
perceberam...), o “que” foi empregado como objeto da 
oração anterior. Correta a assertiva III. 
 
19. Considere as seguintes propostas de reescrita do 
período abaixo. 
Até bens mais duráveis, como computadores, 
eletrodomésticos e celulares, tornaram-se nos últimos 
anos descartáveis (l. 16-18). 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 41 
 
 
I - Mesmo bens mais duráveis – computadores, 
eletrodomésticos, celulares etc. – tornaram-se, nos 
últimos anos, descartáveis. 
II - Inclusive nos últimos anos, bens mais duráveis, 
como computadores, eletrodomésticos e celulares, 
foram ficando descartáveis. 
III - Nos últimos anos, até mesmo bens como 
computadores, eletrodomésticos e celulares mais 
duráveis tornaram-se descartáveis. 
 
Quais conservam o sentido original veiculado pelo 
texto? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
A assertiva I contém proposta quase idêntica à 
redação original, apenas se substituíram as vírgulas 
por travessões, pois são equivalentes os sinais de 
pontuação, já que se trata de isolamento. Conserva, 
portanto, o sentido original. 
A proposta apresentada na assertiva II não conserva 
o sentido original, porque o segmento “Inclusive nos 
últimos anos” foge da mensagem do texto. 
Na assertiva III, a expressão “até mesmo” indica ação 
diferente da mensagem original. Não conserva o 
sentido. 
_____________________________________________ 
 
20. Assinale a alternativa em que se identifiquem, 
respectivamente, os processos de prefixação, sufixação 
e composição nas seguintes palavras extraídas do 
texto. 
(A) supermercado – Felizmente – desenfreado 
(B) obsolescência – catástrofe – eletrodomésticos 
(C) acriticamente – moderníssimo – eletrodomésticos 
(D) aquecimento – reciclagem – supermercado 
(E) economizar – ambiental – eletrodomésticos 
 
Questão sobre estrutura de formação de palavras. 
Na opção A, “supermercado” é palavra formada por 
prefixação; “Felizmente” é formado por sufixação; e 
“desenfreado” é formada por parassíntese, portanto 
não atende ao enunciado. 
Na alternativa B, “obsolescência” é formada por 
derivação sufixal; “catástrofe” é palavra primitiva; e 
“eletrodomésticos” é formada por composição 
(justaposição). 
Na opção C, “acriticamente” é formada por derivação 
prefixal e sufixal (prefixo “a-“ = negação; sufixo “-
mente”, formador de advérbio); “moderníssimo” é 
formada por derivação sufixal, com acréscimo de 
sufixo “-íssimo”, formador de aumentativo sintético; 
“eletrodomésticos” é formada por composição 
(justaposição), como já se viu. 
Na alternativa D, “aquecimento” é formada por 
derivação sufixal, com acréscimo de sufixo “-mento”, 
formador de substantivo; “reciclagem” é formada por 
derivação parassintética, com a acréscimo simultâneo 
de prefixo “re-” e pelo sufixo “-gem”; e 
“supermercado”, como se viu, é palavra formada por 
prefixação. 
Na opção E, a forma verbal “economizar” é formada 
por sufixação, com o acréscimo do sufixo “-izar” 
(formador de verbos); “ambiental” é formada por 
derivação sufixal, com o acréscimo do sufixo “-al”, 
formador de adjetivos; “eletrodomésticos”, como já se 
viu, é formada por composição (justaposição). 
Observa-se que a banca da FAURGS indicou como 
correta a alternativa C, mas a palavra “acriticamente” 
não é formada apenas por prefixação, e sim também 
por sufixação, o que invalida a indicação do gabarito 
da banca. Questão recorrível. 
 
Instrução: As questões de números 21 a 28 referem-
se ao texto abaixo. 
 
01. Poucos nomes na história da ciência são tão 
02.celebrados quanto Darwin. O que Galileu, Newton e 
03.Einstein representam para a física, Dalton e Lavoisier 
04.para a química, Darwin representa para a biologia. 
05.Antes dele, não havia explicações plausíveis para a 
06.incrível diversidade da vida que vemos na natureza, 
07.de micróbios unicelulares, plantas e peixes aos 
08.insetos, aves e mamíferos. No mundo ocidental, a 
09.explicação aceita era bíblica: Deus criou a vegetação 
10.no terceiro dia, os peixes e as aves no quinto, e os 
11.animais terrestres e o homem no sexto. Mesmo que 
12.fósseis de animais estranhos (leia-se dinossauros e 
13.mamíferos terrestres agigantados) fossem 
14.conhecidos, o argumento para a sua ausência 
15.invocava o Dilúvio e a Arca de Noé. Pelo jeito, os 
16.monstros não foram bem recebidos no grande barco. 
18.Talvez alguns teólogos oferecessem razões mais 
19.sofisticadas, mas essa era a opinião de muitos. 
20. De todas as suas características, ....... que 
21.Darwin mais celebrava eram a meticulosidade e a 
22.capacidade de perceber detalhes quando outros não 
23........ viam. Quando jovem, atravessou o mundo no 
24.navio Beagle, colhendo espécies diversas da flora, 
25.observando o comportamento da fauna local, 
26.colecionando fatos e anotações. Ficou muito 
27.impressionado com a beleza do Brasil. 
28. Sua curiosidade pela riqueza com que a vida se 
29.manifestava à sua volta e a paixão pelo 
30.conhecimento davam-....... a infinita paciência 
31._______ para observar as menores variações dentre 
 
 
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- FAURGS 42 
 
 
32.espécies de acordo com o ambiente e o clima, a 
33.importância da geologia na determinação das 
34.espécies de uma região, a complexa relação entre a 
35.flora e a fauna. 
36. Profundamente influenciado pelo geólogo 
37.Charles Lyell, que considerava seu mentor, Darwin 
38.aos poucos percebeu que tal riqueza nas espécies só 
39.poderia ser possívelse pequenas variações 
40.ocorressem ao longo de enormes intervalos de 
41.tempo. A filosofia de Lyell pregava que as rochas 
42.suas propriedades as várias transformações que 
43.sofreram ao longo dos milênios. Os mesmos 
44.processos que sofreram no passado continuam ativos 
45.no presente. A partir de suas meticulosas 
46.observações, Darwin concluiu que algo semelhante 
47.ocorria com os seres vivos; eles também sofriam 
48.pequenas modificações ao longo do tempo. 
49. As que facilitavam a sua sobrevivência seriam 
50.passadas de prole em prole mais eficientemente, 
51.enquanto que aquelas que dificultavam a 
52.sobrevivência dos animais seriam aos poucos 
53._______. Com isso, após muitas gerações, a espécie 
54.como um todo se alteraria, tornando-se gradualmente 
55.______ de seus ancestrais. A funcionalidade dos 
56.bicos de certos pássaros, por exemplo, ilustra bem a 
57.adaptabilidade de acordo com o ambiente. 
58. Esse processo de seleção natural forneceu, 
59.pela primeira vez na história, um mecanismo racional 
60.capaz de explicar a multiplicidade da vida e a sua 
61.ligação com o passado. O legado de Darwin é, antes 
62.de mais nada, uma celebração da liberdade que nos é 
63.acessível quando nos dispomos a refletir sobre o 
64.mundo em que vivemos. 
Adaptado de: GLEISER, M. Celebrando (o estudo d)a 
vida. Folha de São Paulo. 17 de janeiro de 2009. 
 
21. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas indicadas por linhas 
pontilhadas das linhas 20, 23 e 30. 
(A) a – os – no 
(B) a – o – lhe 
(C) as – as – lhe 
(D) a – o – no 
(E) as – os – lhe 
 
Questão sobre emprego de pronomes. 
Na lacuna da linha 20, deve aparecer apenas o artigo 
“a”, que faz parte de um pronome demonstrativo “a 
que”, equivalente a “aquela que”. 
Na lacuna da linha 23, deve aparecer o pronome 
oblíquo “o”, porque o verbo “ver” é transitivo direto, 
portanto “o” funciona como objeto direto. 
Na lacuna da linha 30, deve aparecer o pronome 
oblíquo “lhe”, porque se trata de objeto indireto do 
verbo “dar” (quem dá dá alguma coisa “a” alguém, 
portanto “davam-lhe”. 
 
22. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas indicadas por traços 
contínuos das linhas 31, 53 e 55. 
(A) necessário – eliminados – distinta 
(B) necessária – eliminadas – distinta 
(C) necessário – eliminadas – distinto 
(D) necessária – eliminados – distinta 
(E) necessário – eliminados – distinto 
 
Questão sobre concordância nominal. 
A lacuna da linha 31 deve receber “necessária”, no 
feminino singular, para concordar com “a infinita 
paciência” (l. 30. 
Na lacuna da linha 53, deve ser registrado o adjetivo 
“eliminadas”, no feminino plural, para concordar com 
“aquelas que...”. 
Na lacuna da linha 55, deve ser registrada a palavra 
“distinta”, adjetivo feminino singular, porque concorda 
com “a espécie” (l. 52). 
_____________________________________________ 
 
23. Considere as seguintes afirmações sobre o texto. 
I - Pelo que se depreende da afirmação Antes dele, não 
havia explicações plausíveis para a incrível diversidade 
da vida que vemos na natureza (l. 05-06), não é 
plausível a explicação bíblica para a criação. 
II - A frase Pelo jeito, os monstros não foram bem 
recebidos no grande barco (l. 15-16) expressa uma 
visão irônica da explicação bíblica. 
III - Depreende-se do texto que alguns teólogos 
forneciam explicações racionais sobre a multiplicidade 
das espécies. 
IV - A importância de Darwin não está somente no 
desenvolvimento da teoria da seleção natural, mas na 
proposição de uma abordagem científica da natureza. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I e III 
(B) Apenas II e III. 
(C) Apenas II e IV. 
(D) Apenas III e IV. 
(E) Apenas I, II e IV. 
 
Questão sobre interpretação de texto . 
Pela afirmação “Antes dele, não havia explicações 
plausíveis para a incrível diversidade da vida que 
vemos na natureza” (l. 05-06), é possível inferir que 
qualquer outra teoria sobre a diversidade da vida, o 
que inclui a explicação bíblica para a criação. Correta 
a assertiva I. 
Correta a assertiva II, pois claramente há ironia na 
construção “Pelo jeito, os monstros não foram bem 
 
 
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recebidos no grande barco” (l. 15-16). 
Não há, no texto, possibilidade de inferir-se que 
alguns teólogos forneciam explicações racionais 
sobre a multiplicidade das espécies. Errada a 
assertiva III. 
Segundo o texto, além do desenvolvimento da teoria 
da seleção natural, Darwin ainda é importante pela 
abordagem científica que criou sobre a natureza 
(linhas 58 a 64). Correta a assertiva IV. 
_____________________________________________ 
 
24. Considere a estrutura sintática do período seguinte: 
Quando jovem, atravessou o mundo no navio Beagle, 
colhendo espécies diversas da flora, observando o 
comportamento da fauna local, colecionando fatos e 
anotações (l. 23-26) 
 
A respeito desse período, assinale a alternativa 
INCORRETA. 
(A) A oração principal é atravessou o mundo no navio 
Beagle. 
(B) A sequência Quando jovem pode ser interpretada 
como uma oração subordinada adverbial proporcional, 
em que o verbo era está elíptico. 
(C) As orações colhendo espécies diversas da flora / 
observando o comportamento da fauna local / 
colecionando fatos e anotações estabelecem com a 
principal uma relação de subordinação explicitada pelo 
emprego do gerúndio. 
(D) As orações colhendo espécies diversas da flora / 
observando o comportamento da fauna local / 
colecionando fatos e anotações estabelecem entre si 
uma relação de coordenação em que está ausente a 
conjunção. 
(E) As orações colhendo espécies diversas da flora / 
observando o comportamento da fauna local / 
colecionando fatos e anotações classificam-se como 
subordinadas adverbiais, nas quais se observa uma 
relação de simultaneidade de eventos. 
 
Questão sobre classificação de orações. 
No período “Quando jovem, atravessou o mundo no 
navio Beagle...” (l. 23-24), o segmento “Quando 
jovem”, em que o verbo (“era”) está elíptico, é 
subordinada adverbial temporal, porque indica a 
temporalidade da ação, não havendo nela ideia de 
proporção. Está incorreta, portanto, a classificação 
presente na opção B. As demais alternativas estão 
corretas. 
_____________________________________________ 
 
25. Assinale a alternativa correta sobre flexão e 
emprego de formas verbais no texto. 
(A) A substituição de havia (l. 05) por existia manteria a 
frase correta. 
(B) A forma aceita (l. 09) é incorreta e deveria ser 
substituída por aceite. 
(C) A forma leia-se (l. 12) poderia ser substituída por 
tratam-se de, sem prejuízo à correção da frase. 
(D) No penúltimo parágrafo, as formas seriam (l. 49), 
seriam (l. 52) e alteraria (l. 54) poderiam ser substituídas 
por eram, eram e alterava, respectivamente, sem 
prejuízo à correção das frases em que se encontram. 
(E) Caso o verbo é (l. 62) fosse substituído por será, a 
forma dispomos, no mesmo período, teria de ser 
substituída por dispormos. 
 
Questão sobre concordância verbal e tempos e 
modos verbais. 
No trecho “...não havia explicações plausíveis...” (l. 
05), a forma verbal “havia” está empregada como 
impessoal, podendo ser substituída por “existem”, no 
plural, porque, na substituição, “explicações 
plausíveis” passa a ser sujeito. Errada a alternativa A. 
Errada a opção B, porque está correta a forma verbal 
“aceita” (l. 09), pois o verbo está conjugado no 
presente do indicativo, não no subjuntivo. 
Na opção C, a forma verbal “leia-se” não pode ser 
substituída por “tratam-se de”, mas por “trata-se de”, 
no singular, porque esta forma verbal exige objeto 
indireto e, por isso, não pode ser flexionada para o 
plural. Erradaa alternativa C. 
Quanto à alternativa D, as formas verbais “seriam” (l. 
49), “seriam” (l. 52) e “alteraria” (l. 54) estão 
empregadas no futuro do pretérito, indicando ação 
hipotética, provável, mas podem ser substituídas 
respectivamente pelas formas verbais “eram”, “eram” 
e “alterava”, conjugadas no pretérito imperfeito do 
indicativo, mantendo-se a ideia original, porque 
indicam ações conhecidas na teoria. Correta a 
alternativa D. 
Errada a opção E, porque a troca de “é” (l. 62) por 
“será” levará a forma verbal “dispomos”, que está no 
presente do indicativo, para “dispusermos”, no futuro 
do subjuntivo. 
_____________________________________________ 
 
26. Considere as seguintes afirmações sobre o 
emprego da crase no texto. 
I - Caso substituíssemos o verbo invocava (l. 15) por 
recorria, seriam criadas, no contexto da oração, as 
condições para o uso da crase. 
II - Na sequência manifestava à sua volta (l. 29) a crase 
é obrigatória. 
III - Caso substituíssemos o verbo refletir (l. 63) pelo 
substantivo reflexão, seriam criadas, no contexto da 
oração, condições para uso de crase. 
 
Quais estão corretas? 
(A) Apenas I. 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 44 
 
 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
 
Questão sobre crase. 
No trecho “...o argumento para a sua ausência 
invocava o Dilúvio e a Arca de Noé...” (l. 14-15), a 
substituição de “invocava” por “recorria” produzirá “ao” 
antes de “Dilúvio” e “à” antes de “Arca de Noé”. 
Correta a assertiva I. 
Na sequência “manifestava à sua volta” (l. 29) a crase 
está registrada no singular antes de pronome 
possessivo também no singular, caso em que há 
opção de crase, não obrigatoriedade. Errada a 
assertiva II. 
A substituição de “refletir”, no trecho “quando nos 
dispomos a refletir sobre o mundo em que vivemos” (l. 
63-64), por “reflexão” produzirá condições para a 
crase: “quando nos dispomos à reflexão sobre o 
mundo em que vivemos”. Quem se dispõe dispõe a 
algo, e a palavra “reflexão” é feminina. Correta a 
assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
27. Assinale, dentre os substantivos abaixo, aquele que 
funciona como núcleo do sujeito do período em que se 
encontra. 
(A) funcionalidade (l. 55) 
(B) adaptabilidade (l. 57) 
(C) seleção (l. 58) 
(D) mecanismo (l. 59) 
(E) celebração (l. 62) 
 
Questão sobre funções sintáticas (sujeito). 
No trecho “A funcionalidade dos bicos de certos 
pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade 
de acordo com o ambiente” (l. 55-57), a palavra 
“funcionalidade” é núcleo do sujeito “A funcionalidade 
dos bicos de certos pássaros”. Correta a opção A. 
No segmento “A funcionalidade dos bicos de certos 
pássaros, por exemplo, ilustra bem a adaptabilidade 
de acordo com o ambiente” (l. 55-57), a palavra 
“adaptabilidade” é núcleo do objeto direto da forma 
verbal “ilustra”. Errada a opção B. 
No trecho “Esse processo de seleção natural 
forneceu, pela primeira vez na história, um 
mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade 
da vida e a sua ligação com o passado” (l. 58-61), o 
termo “seleção” é núcleo o complemento nominal de 
“processo”. O núcleo do sujeito “Esse processo de 
seleção natural” é “processo”. Errada a opção C. 
Quanto ao segmento “Esse processo de seleção 
natural forneceu, pela primeira vez na história, um 
mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade 
da vida e a sua ligação com o passado” (l. 58-61), a 
palavra “mecanismo” é núcleo do objeto direto “um 
mecanismo racional capaz de explicar a multiplicidade 
da vida e a sua ligação com o passado”. O verbo que 
exige esse objeto direto é “forneceu”. Errada a opção 
D. 
No trecho “O legado de Darwin é, antes de mais nada, 
uma celebração da liberdade que nos é acessível 
quando nos dispomos a refletir sobre o mundo em 
que vivemos” (l. 61-64), a expressão “celebração” é 
complemento do verbo de ligação, na forma “é”. 
Errada a alternativa E. 
_____________________________________________ 
 
28. Considere as alternativas de reescrita do período 
abaixo. 
Talvez alguns teólogos oferecessem razões mais 
sofisticadas, mas essa era a opinião de muitos (l. 18-19) 
 
I - Essa era a opinião de muitos, não obstante razões 
mais sofisticadas tivessem sido oferecidas por alguns 
teólogos. 
II - Se bem que essa fosse a opinião de muitos, alguns 
teólogos ofereceram razões mais sofisticadas. 
III - Ainda que alguns teólogos possam ter oferecido 
razões mais sofisticadas, a opinião de muitos, no 
entanto, era essa. 
 
Quais propostas conservam o sentido original veiculado 
pelo texto? 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
Na assertiva I, a inversão das ideias gerou alteração 
de mensagem, portanto não conserva o sentido 
original. 
A locução conjuntiva “Se bem que” é condicional, 
enquanto “mas” gera ideia de oposição. Portanto a 
reescritura da assertiva II não conserva o sentido 
original. 
A reescritura apresentada na assertiva III conserva o 
sentido original da mensagem. 
 
GABARITO 
 
01B 02C 03C 04B 05E 06D 07D 
08E 09C 10D 11C 12C 13E 14B 
15A 16C 17B 18E 19A 20* 21E 
22B 23E 24B 25D 26D 27A 28C 
*Questão recorrível. 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 45 
 
 
 
 
 
 
 
 
Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande 
do Sul – SEFAZ-RS – Agente Fiscal do Tesouro do 
Estado – 2008 – Nível Superior 
 
Instrução: as questões 01 a 10 referem-se ao texto 
abaixo. 
 
01. Aeroporto para alienígenas, sinalização de chifre 
02.de boi, multa para motorista morto no trânsito... O que 
03.explica o fato de nossos legisladores perderem tempo 
04.com leis desse nível? 
05. Quando o assunto é lei absurda, o primeiro país 
06.que vem ......... mente são os Estados Unidos, onde 
07.já se legislou a respeito da proibição de pesca 
08.montado numa girafa (!) ou de ser preso num 
09.domingo ou feriado de 4 de julho – curiosamente, 
10.ninguém determinou que nessas datas os delitos não 
11.são muito diferentes. 
12. O texto do “novo” Código de Trânsito (de 1998) 
13.precisou ser alterado de última hora porque um de 
14.seus artigos, o que estipulava multas aos 
15.motoristas envolvidos em acidentes de trânsito que se 
16.recusassem a realizar exame de teor alcoólico, punia 
17.inclusive os mortos. Em Barra do Graças, Mato 
18.Grosso, o ex-prefeito e ex-governador do Estado 
19.Wilmar Peres de Farias (PPS) chegou a propor ......... 
20.construção de um aeroporto para discos voadores na 
21.cidade. E que tal o projeto de lei de José Filho (sem 
22.partido), quando vereador de Quixeramobim, Ceará, 
23.exigindo que caudas de animais fossem pintadas de 
24.amarelo fluorescente a fim de evitar atropelamentos? 
25.Melhor que isso só um colega de Câmara que 
26.apresentou uma emenda determinando também a 
27.“sinalização” em chifres, cascos e orelhas. Isso sem 
28.mencionar os incontáveis projetos de lei que mudam 
29.nomes de ruas, escolas, aeroportos etc., ou estipulam 
30.datas comemorativas como o Dia do Vaqueiro, o Dia 
31.da Oração, o Dia do Karatê. 
32. A pergunta que fica é: será que os legisladores 
33.não têm mais o que fazer? ISTOÉ online ouviu 
34.cientistas políticos em busca destas respostas. Foram 
35.levantadas pelo menos três razões. 
36. Uma primeira resposta possível aos projetos de 
37.lei que, no mínimo, soam estranhos é o acerto de 
38.contas do político com seu eleitorado, “O voto no 
39.Brasil é personalizado. Para conseguir se eleger, um 
40.deputado certamente estabeleceu vínculos com 
41.eleitores de determinadaregião, determinado grupo 
42.econômico, determinada profissão. E tem que retribuir 
43.o apoio. É a regra do jogo”, afirma o cientista político 
44.Carlos Ranulfo, professor da UFMG. 
45. Outro ponto a ser analisado é a cultura do 
46.“mostrar serviço” que se instalou no País. A opinião 
47.pública, motivada pela imprensa, de que legislador 
48.que não apresenta projeto é incompetente. O 
49.consultor político Murilo Aragão alerta que tal análise 
50.é superficial: “Tancredo Neves foi um dos 
51.parlamentares mais influentes da história da política 
52.brasileira e raramente fazia discurso, quase nunca 
53.apresentava projeto de lei”. 
54. David Fleischer, professor da Universidade de 
55.Brasília, acrescenta mais um ingrediente ......... 
56.receita que resulta em propostas estapafúrdias: a falta 
57.de conhecimento da Constituição, tanto por parte dos 
58.legisladores quanto por parte dos eleitores. ”Em 
59.princípio, as Comissões de Constituições e Justiça do 
60.Senado e da Câmara têm assessores em direito 
61.constitucional que podem flagrar e barrar as ideias 
62.que fogem ......... Constituição. Já nas Assembleias 
63.Legislativas e Câmaras de Vereadores é mais difícil 
64.ter esse serviço, principalmente em municípios 
65.pequenos”, explica. 
66. Ao eleitor também sobra sua parcela de culpa. 
67.Afinal, não dá pra acreditar em prefeito que promete 
68.aumentar o salário mínimo. É engraçado como os 
69.eleitores desqualificam os representantes e 
70.esquecem que todos eles, sem exceção, estão ali 
71.porque votamos nele. 
Adaptado de: Boscoll, Cláudia Zucare. Cuidado, isso 
pode virar lei. Isto é, 05/07/2006.http://www.istoe.com.br 
 
01. Assinale a alternativa que preenche correta e 
respectivamente as lacunas das linhas 06, 19, 55 e 62, 
respectivamente. 
 
(A) à - à - a – à 
(B) a - à – à – a 
(C) à - a - a – à 
(D) à - a - à – à 
(E) a - a - à – à 
 
Questão sobre crase. 
Na lacuna da linha 6, o verbo “vir”, em “vem”, exige 
preposição; a palavra “mente” é substantivo feminino, 
o que enseja o sinal de crase: “... o primeiro país que 
vem à mente ...”. 
Na lacuna da linha 19 , deve ser colocado apenas 
artigo “a”, pois o verbo “propor”, no caso, está sendo 
empregado como transitivo direto (quem propõe 
propõe alguma coisa), logo ficará “... chegou a propor 
a construção ...”. 
Na lacuna da linha 55, deve haver crase, porque 
quem acrescenta acrescenta alguma coisa a outra: “... 
acrescenta mais um ingrediente à receita...”. 
http://www.istoe.com.br/
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 46 
 
 
Na lacuna da linha 62, deve ser registrada crase no 
“a”, pois “fugir”, empregado como “escapar”, “afastar-
se”, exige a preposição “a”; a palavra seguinte é 
feminina (“Constituição”), portanto deve ficar “... ideias 
que fogem à Constituição”. 
02. Abaixo são feitas algumas afirmações acerca de 
ideias veiculadas pelo texto. 
 
I. No Brasil, como nos Estados Unidos, legisla-se sobre 
temas absurdos. 
II. Os legisladores ocupam-se de matérias supérfluas 
unicamente porque não têm mais o que fazer. 
III. O compromisso com o eleitor leva o legislador a 
propor projetos que beneficiam grupos específicos. 
 
Quais são verdadeiras? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas I e III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) Apenas I, II e III. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Pelo trecho “Quando o assunto é lei absurda, o 
primeiro país que vem ......... mente são os Estados 
Unidos, onde já se legislou a respeito da proibição de 
pesca montado numa girafa (!) ou de ser preso num 
domingo ou feriado de 4 de julho – curiosamente, 
ninguém determinou que nessas datas os delitos não 
são muito diferentes”(l 05-11), compreende-se que 
tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos legisla-se 
sobre temas absurdos. Correta a afirmação I. 
Errada a assertiva II, pois, no texto, vê-se que os 
legisladores se ocupam de matérias supérfluas ou por 
estabelecerem vínculos e compromissos com seus 
eleitores, ou por mostrarem serviço (l. 36-44 e 45-46). 
Correta a assertiva III, porque, no trecho 
compreendido entre as linhas 36 e 44, observa-se que 
o texto aborda o compromisso pelo legislador com 
grupos específicos de seu eleitorado. 
 
 
03. Assinale as afirmações abaixo com V (verdadeiro) 
ou F (falso), no que se refere ao significado de 
vocábulos e expressões no texto. 
 
(__) A expressão os delitos (l. 10) poderia ser 
substituída, sem prejuízo do significado, por as 
infrações, garantindo o mesmo sentido no texto, desde 
que observados os ajustes de concordância 
(__) A palavra incontáveis (l. 28) tem o sentido de 
inúmeros. 
(__) A palavra superficial (l. 50) poderia ser substituída 
por contraditória, sem prejuízo de significado da frase. 
(__) A palavra estapafúrdias (l. 56) tem o sentido de 
esdrúxulas. 
 
(A) V - V - F – V 
(B) V - F - V – V 
(C) F - F - V – V 
(D) F - V - F – V 
(E) V - F - F – F 
 
Questão sobre semântica . 
A primeira afirmação é verdadeira, pois o substantivo 
“delitos” pode substituído, sem prejuízo do significado, 
por “infrações”, observados os ajustes de 
concordância. 
“Incontáveis” tem igual sentido de “inúmeros”, 
portanto é verdadeira a segunda afirmação. 
“Superficial” significa “pouco profundo”, “que não 
atinge a base”; “contraditória” significa “contrária”, 
“oposta”. As duas palavras têm sentidos diferentes e, 
portanto, não podem equivaler-se. Falsa a terceira 
afirmação. 
As palavras “estapafúrdias” (que significa 
“excêntricas, bizarras, singulares”) tem o sentido de 
“esdrúxulas” (que significa “fora dos padrões”, 
“esquisitas”, “excêntricas”. Verdadeira a quarta 
afirmação. 
_____________________________________________ 
 
04. Assinale a alternativa na qual os vocábulos, todos 
retirados do texto, são acentuados graficamente pela 
mesma razão. 
 
(A) nível - última - Código 
(B) é - País - Ceará 
(C) ninguém - têm - três 
(D) alcoólico - políticos - possível 
(E) história – estapafúrdias - princípio 
 
Questão sobre acentuação gráfica. 
Na alternativa (A), “nível” é acentuada por ser 
paroxítona terminada em ditongo crescente; ”última” 
e “Código” são acentuadas por serem proparoxítonas. 
Na alternativa (B), “é” é acentuada por ser 
monossílaba tônica; “País” é acentuada por apresentar 
“i” tônico, precedido de vogal e formas sílaba com 
“s”; “Ceará” é acentuada por ser oxítona terminada 
em “a”. 
Na alternativa (C), “ninguém” é acentuada por ser 
oxítona terminada em “em” com mais de uma sílaba; 
“têm” leva acento diferencial em razão de o sujeito 
estar na 3.ª pessoa do plural; “três” é acentuada por 
ser monossílaba tônica. 
Na opção (D), “alcoólico” e “políticos” são acentuadas 
por serem proparoxítonas; “possível” é acentuada por 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 47 
 
 
ser paroxítona terminada em “l”. 
Na alternativa (E), “história”, estapafúrdias” e 
“princípio” são acentuadas por serem paroxítonas 
terminadas em ditongo crescente. 
05. Se a expressão um deputado (l. 39-42) fosse 
substituída por deputados, quantos outros vocábulos 
da frase (l. 39-43) também deveriam obrigatoriamente 
ser pluralizados? 
(A) Um. 
(B) Dois. 
(C) Três. 
(D) Quatro. 
(E) Cinco. 
 
Questão sobre concordância verbal e nominal. 
Se a expressão um deputado (l. 28) fosse substituída 
por deputados, dois outros vocábulos da frase (l. 39-
42) também deveriam obrigatoriamente ser 
pluralizados. Observem-se as alterações: 
“Para conseguirem se eleger, deputados certamente 
estabeleceram vínculos com eleitores de determinada 
região, determinado grupo econômico, determinada 
profissão.” 
Consideram-se apenas as palavras que sofrem ajuste 
de concordância dentro dafrase em que ocorre a 
expressão modificada. 
 
 
06. O vocábulo Já (l. 62), no trecho que se inicia por Já 
nas Assembleias Legislativas e Câmaras de 
Vereadores... (l. 62-65), com eventuais ajustes de 
pontuação e de emprego de maiúsculas e minúsculas, 
poderia ser substituído, no texto, sem prejuízo da ideia, 
por 
(A) por isso. 
(B) enquanto. 
(C) à medida que. 
(D) mesmo assim. 
(E) quando. 
 
Questão sobre conjunções. 
Na construção “Já nas Assembleias Legislativas e 
Câmaras de Vereadores é mais difícil ter esse 
serviço, principalmente em municípios pequenos”, 
explica”, a substituição de “já” só pode ser feita por 
“enquanto”, pois se está indicando ideia de algo que 
ocorre ao mesmo tempo em que ocorre outra ação, 
anteriormente citada, portanto simultaneidade. 
A conjunção “por isso” é explicativa; a conjunção “à 
medida que” indica proporção; “mesmo assim” indica 
ideia de oposição; e “quando” é temporal de indicação 
universal, não traduzindo ideia de simultaneidade. 
 
 
07. Abaixo são apresentadas redações alternativas para 
o trecho esquecem que todos eles, sem exceção, 
estão ali porque votamos neles (l. 70-71). Assinale a 
alternativa que substituiria adequadamente este trecho, 
respeitadas a ideia por ele veiculada e sua correção 
gramatical. 
 
(A) esquecem-se que todos eles, excepcionalmente, 
estão ali porque votamos neles. 
(B) esquecem-se de que todos eles, na sua totalidade, 
estão ali porque votamos neles. 
(C) esquecem-se de que todos eles, em grande parte, 
estão ali porque votamos neles. 
(D) esquecem de que todos eles, na sua totalidade, 
estão ali porque votamos neles. 
(E) esquecem-se de que todos eles, 
inquestionavelmente, estão ali porque votamos neles. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
A construção “esquecem que todos eles, sem 
exceção, estão ali porque votamos neles” encontra 
equivalência de estrutura e correção gramatical na 
frase reproduzida na alternativa (B): “esquecem-se de 
que todos eles, na sua totalidade, estão ali porque 
votamos neles”. 
Na alternativa (A), o erros estão em “esquecem-se 
que...”, quando deveria ser “esquecem-se de que...”, 
porque quem se esquece se esquece de algo”, e no 
emprego de “excepcionalmente”, que não tem igual 
sentido que “sem exceção”. 
Na assertiva (C), o erro está no emprego do adjunto 
adverbial “em grande parte”, que não tem igual 
sentido que “sem exceção”. 
Na alternativa (D), o adjunto “na sua totalidade” não 
tem igual sentido que “sem exceção”. 
Na opção (E), o advérbio “inquestionavelmente” não 
significa “sem exceção”, mas o que não pode ser 
questionado. 
_____________________________________________ 
 
08. As afirmações que seguem dizendo respeito à 
pontuação do texto. 
 
I. As reticências utilizadas pelo autor, na linha 02, em 
Aeroporto para alienígena, sinalização de chifres de 
boi, multa para motorista morto no trânsito..., 
expressam hesitação. 
II. Se retirarmos a expressão motivada pela imprensa 
(l. 33), uma das vírgulas poderá ser mantida. 
III. Na linha 34, se isolarmos por vírgula a oração que 
não apresenta projeto (l. 34), seu sentido passará de 
restritivo a explicativo. 
 
Quais estão corretas? 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 48 
 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
Questão sobre pontuação. 
A presença de reticências na construção “Aeroporto 
para alienígenas, sinalização de chifre de boi, multa 
para motorista morto no trânsito...” (l. 01-02) indica 
outras situações de igual natureza que as citadas pelo 
autor, não hesitação. Errada a assertiva I. 
Se for retirada a expressão “motivada pela imprensa” 
(l. 47) da construção “A opinião pública, motivada pela 
imprensa, de que legislador que não apresenta 
projeto é incompetente”, as duas vírgulas devem ser 
suprimidas, porque a estão isolando. Errada a 
assertiva II. 
A oração “que não apresenta projeto” é subordinada 
adjetiva restritiva, porque está sem vírgulas; se for 
registrada entre vírgulas, a oração passará a ser 
subordinada adjetiva explicativa. Correta a assertiva 
III. 
_____________________________________________ 
 
09. Assinale a alternativa em que a associação entre os 
vocábulos e expressões do texto e os elementos a que 
eles se referem esta INCORRETA. 
 
(A) onde (l. 06) - Estados Unidos (l. 06) 
(B) o que (l. 14) - um de seus artigos (l. 13-14) 
(C) seu (l. 38) - (d) o político (l. 38) 
(D) se (l. 46) - cultura do “mostrar serviço” (l. 45-46) 
(E) eles (l. 70) os eleitores (l. 68-69) 
 
Questão sobre pronomes. 
Correta a alternativa (A), pois, do trecho “são os 
Estados Unidos (l. 06-07), observa-se que o pronome 
relativo “onde” se refere a “Estados Unidos”. 
Na construção “um de seus artigos, o que estipulava 
multas aos motoristas envolvidos em acidentes de 
trânsito...” (l. 13-15), a expressão “o que” faz 
referência ao segmento “um de seus artigos”. Correta 
a assertiva (B). 
Quanto à alternativa (C), está correta a associação 
entre o pronome possessivo “seu” e “(d)o político”, 
conforme se pode ver na construção das linhas 37- 
38: “é o acerto de contas do político com seu 
eleitorado”. 
Correta a alternativa (D), pois “se” está se referindo a 
“cultura do mostrar serviço”: “Outro ponto a ser 
analisado é a cultura do “mostrar serviço” que se 
instalou no País” (l. 45-46). 
Errada a alternativa (E), pois “eles”, na l. 70, está 
retomando “representantes” (l. 69), não “eleitores” (l. 
69). 
_____________________________________________ 
 
10. A seguir são apresentadas palavras extraídas do 
texto acompanhadas de processos de formação. 
Assinale a alternativa em que os processos indicados 
estão presentes nos respectivos vocábulos. 
(A) curiosamente - palavra sufixada; ingrediente - 
palavra prefixada 
(B) ex-prefeito - palavra prefixada; fluorescente - 
palavra composta; 
(C) ex-governador - palavra composta; estipulam - 
palavra prefixada; 
(D) incontáveis - palavra prefixada; personalizado - 
palavra sufixada; 
(E) projeto - palavra prefixada; aeroporto - palavra 
composta 
 
Questão sobre estrutura e formação de palavras. 
Na alternativa (A), a palavra “ingrediente” não 
apresenta prefixo. 
Na letra (B), “fluorescente” é palavra derivada, não 
composta. 
Na opção (C), não há prefixo em “estipulam”. 
As identificações de processos de formação de 
palavras presentes na alternativa (D) estão corretas. 
Na alternativa (E), “projeto”não apresenta prefixo. 
_____________________________________________ 
 
Instruções: as questões de 11 a 20 referem-se ao 
texto abaixo. 
 
01. “Contra Alfred Dreyfus nenhuma acusação 
02.subsiste”. Com essa declaração, a Corte francesa 
03.encerrou, em 12 de julho de 1906, um dos mais 
04.rumorosos casos judiciais da historia moderna. “O 
05.affaire Dreyfus”, como ficou conhecido, transformou-
06.se num divisor de água, numa crise de consciência de 
07.grandes proporções. 
08. Em 1894, o capitão da artilharia Alfred Dreyfus foi 
09.acusado de passar segredos militares franceses à 
10.Embaixada alemã em Paris. Dreyfus era judeu, e a 
11.denúncia logo gerou ruidosas manifestações 
12.antissemitas. Intimidado por elas, o alto comando 
13.militar francês levou o capitão à corte marcial. As 
14.evidências eram contraditórias, para dizer o mínimo, 
15.mas mesmo assim o tribunal acabou condenando 
16.Dreyfus por alta traição. O militar foi deportado para a 
17.Ilha do Diabo, na Guiana Francesa, um lugar que, 
18.pelas terríveis condições, fazia jus ao sinistro nome, e 
19.lá ficou por quase cinco anos. 
20. Nesse meio tempo, assume o novo chefe da 
21.contraespionagem, o tenente-coronel George 
22.Picquard, que prosseguiu a investigação e descobriu 
23.o verdadeiro espião, o major Ferdinand Esterhazy. Os 
24.superiores de Picquard disseramque não maculariam 
25.ainda mais a imagem do Exército com um novo 
26.julgamento. Picquard protestou e foi, por sua vez, 
27.preso. 
 
 
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28. A condenação de Dreyfus desencadeou uma onda 
29.de protestos que culminaram na famosa carta aberta 
30.do escritor Émile Zola ao presidente Félix Faure, 
31.publicada em 13/01/1898 no jornal “L’Aurore”, ............ 
32.que o jornalista e político Georges Clemenceau deu o 
33.título .......... qual até hoje é conhecida: “J’Accuse”, eu 
34.acuso. Em setembro de 1899, o presidente da França 
35.ofereceu a Dreyfus o perdão judicial, que ele recusou. 
36.Finalmente veio a reabilitação e a indenização moral 
37.sob a forma da Legião de Honra. 
38. Poucos eventos tiveram tamanha repercussão 
39.quanto o caso de Dreyfus. De um lado ficou ............ a 
40.força do antissemitismo, mesmo num país culto e 
41.refinado como a França, berço de uma revolução que 
42.supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a 
43.fraternidade. De outra parte, diante dessa maré de 
44.intolerância, a esquerda e os liberais se deram 
45.conta............. não poderiam ficar calados e inermes. 
46.Alguém precisava funcionar como intérprete da 
47.realidade sociopolítica e cultural, como voz da 
48.consciência. 
49. Surgiu assim o intelectual. A palavra, 
50.aparentemente, não existia antes do caso Dreyfus. 
51.Sua criação é atribuída ora a Clemenceau ora ao 
52.direitista Mauricie Barrés, que a usou para referir-se 
53.ironicamente aos signatários de um manifesto 
54.lançados em defesa de Dreyfus. 
Adaptado de: SCLIAR, M.A consciência de uma nação. 
Folha de São Paulo. Mais! 25 de junho de 2006 
 
11. Assinale a alternativa que preenche corretamente e 
respectivamente as lacunas do texto, na sequência em 
que elas aparecem (linha 31, 33, 39 e 45). 
 
(A) a – pelo – claro – de que. 
(B) à – pela – claro – que. 
(C) a – pelo – clara – de que. 
(D) à – pela – clara – que. 
(E) a – pela – claro – de que. 
 
Questão sobre crase, emprego de pronomes, 
regência e concordância nominal. 
Na construção “ao presidente Félix Faure, publicada 
em 13/01/1898 no jornal “L’Aurore”, ............ que o 
jornalista e político Georges Clemenceau deu o 
título...”, a lacuna da linha 31 deve ser preenchida 
apenas pela preposição “a”, regida pelo verbo “dar”, 
em “deu o título”. 
Na construção, “deu o título .......... qual até hoje é 
conhecida: ‘J’Accuse’...”, a lacuna da linha 33 deve 
ser preenchida com “pelo” (título pelo qual é 
conhecida). 
A lacuna da construção “De um lado ficou ............ a 
força do anti-semitismo...” (l. 39-40) deve ser 
preenchida com “clara”, pois deve concordar com 
“força”. 
A lacuna do trecho “se deram conta ............ não 
poderiam ficar calados e inermes...” (l. 45) deve ser 
preenchida com “de que”, pois quem se dá conta se 
dá conta “de”. 
12. De acordo com o texto, assinale a alternativa 
correta. 
 
(A) Segundo defende o autor, os militares manipularam 
as provas contra Dreyfus com o propósito de acobertar 
o verdadeiro espião, o major Esterhazy. 
(B) Segundo se pode concluir da leitura do texto, a 
opinião do autor é que a principal causa da condenação 
de Dreyfus foi o anti-semitismo que ganhava força na 
França. 
(C) Segundo o que diz o texto, o affaire Dreyfus gerou 
uma crise de consciência de grandes proporções, que 
tem como principal marca a perda da confiança no 
exército e nos serviços secretos franceses. 
(D) No texto, afirma-se categoricamente que foi o caso 
Dreyfus e a comoção que se lhe seguiu que deram 
existência á palavra “intelectual”. 
(E) Ao informar que a palavra “intelectual” teria sido 
empregada por um direitista para referir-se aos 
signatários de um manifesto em defesa da Dreyfus, o 
autor sugere que a palavra pode ter tido, já à época do 
caso Dreyfus, um significado pejorativo. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
A leitura atenciosa do texto garante que, na opinião 
do autor, a principal causa da condenação de Dreyfus 
foi o antissemitismo que ganhava força na França. 
_____________________________________________ 
 
13. Em relação à acentuação de palavras do texto, 
considere as afirmações a seguir. 
I. Os vocábulos até e é são acentuadas graficamente 
pela regra dos monossílabos tônicos. 
II. A forma franceses , formada a partir de francês, não 
é acentuada graficamente já que, apesar de terminada 
em es, não é oxítona. 
III. Os vocábulos Exército e signatários podem 
ambos ser considerados proparoxítonos. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas II e III. 
(E) I, II e III. 
 
Questão sobre acentuação gráfica. 
O vocábulo “até” é acentuado por ser oxítona; a forma 
verbal “é” é acentuada por ser monossílaba tônica. 
 
 
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Errada a assertiva I. 
Correta a assertiva II, pois “francês” é acentuada por 
ser oxítona terminada em “es”; “franceses” é 
paroxítona. 
“Exército” é proparoxítona; “signatários” é paroxítona 
terminada em ditongo crescente. Errada a assertiva 
III. 
_____________________________________________ 
 
14. As alternativas abaixo apresentam sugestões de 
reescrita da frase que se inicia na linha 10. Assinale a 
que esta INCORRETA. 
 
(A) Como Dreyfus fosse judeu, a denúncia logo geraria 
ruidosas manifestações anti-semitas. 
(B) A denúncia, na sequência, gerou ruidosas 
manifestações anti-semitas, dado que Dreyfus era 
judeu. 
(C) Em seguida, já que Dreyfus era judeu, a denúncia 
gerou ruidosas manifestações anti-semitas. 
(D) Foi por ser Dreyfus judeu que a denúncia gerou logo 
ruidosas manifestações anti-semitas. 
(E) Por mais que Dreyfus fosse judeu, a denúncia gerou 
logo ruidosas manifestações anti-semitas. 
 
Questão sobre reescritura de frases com ênfase 
no emprego de conjunções. 
A frase “Dreyfus era judeu, e a denúncia logo gerou 
ruidosas manifestações antissemitas” (l. 10) 
apresenta relação de causa entre o fato de Dreyfus 
ser judeu e a denúncia ter gerado ruidosas 
manifestações antissemitas. Nas alternativas (A), (B), 
(C) e (D), as reconstruções respeitaram a ideia de 
causa entre as afirmações. 
Na letra (E), porém, a conjunção “por mais que” 
traduz ideia de concessão (oposição), que contraria a 
mensagem original. 
_____________________________________________ 
 
15. Considere as informações abaixo, relativas à 
pontuação no texto. 
 
I. Na linha 10, o emprego da vírgula que antecede o e 
justifica-se porque o sujeito da oração que segue não é 
mesmo da anterior. 
II. Na linha 15, a sequencia mesmo assim poderia ser 
colocada entre vírgulas, sem que isso acarretasse erro. 
III. Nas linhas 43-44, as vírgulas poderiam ser 
substituídas por travessões. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
 
 
 
Questão sobre pontuação. 
“Dreyfus era judeu, e a denúncia logo gerou ruidosas 
manifestações antissemitas” (l. 10) apresenta dois 
sujeitos: “Dreyfus” e “denúncia”, e esta é a razão da 
vírgula antes do “e”. Correta a assertiva I. 
No trecho da linha 15, “para dizer o mínimo, mas 
mesmo assim o tribunal acabou condenando Dreyfus 
por alta traição...”, a construção “mesmo assim” 
poderia ser isolada por vírgulas sem acarretar erro. 
Correta a assertiva II. 
Na sequência das linhas 43-44, “De outra parte, 
diante dessa maré de intolerância, a esquerda e os 
liberais...”, o adjunto adverbial “diante dessa maré de 
intolerância” poderia vir entre travessões em lugar das 
vírgulas. Correta a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
16. Suponha que se propusesseuma reescrita do 
período que se inicia na linha 12. Assinale a alternativa 
que apresenta uma expressão que NÃO poderia 
preceder o vocábulo Intimidado (l. 12). 
 
(A) Conquanto estava. 
(B) Tendo sido. 
(C) Uma vez estando. 
(D) Como estava sendo. 
(E) Por estar. 
 
Questão sobre semântica, reescritura de trecho e 
conjunções. 
A construção “Intimidado por elas, o alto comando 
militar francês levou o capitão à corte marcial” (l. 12-
13), cuja ideia presente entre as orações é de causa, 
só não poderia ser iniciada por “Conquanto estava”, 
por duas razões: 1) porque o nexo “conquanto” é 
concessivo, gerando ideia de oposição; 2) porque, 
considerando-se que pudesse ser empregado, o nexo 
“conquanto”, por ser subordinativo, exigiria verbo no 
subjuntivo: “conquanto estivesse”. 
_____________________________________________ 
 
17. Assinale a alternativa em que a associação entre os 
vocábulos e expressões do texto e os elementos a que 
se referem está Incorreta. 
(A) o capitão (l. 13) - Dreyfus (l. 10). 
(B) O militar (l. 13) - Dreyfus (l.16). 
(C) sinistro nome (l. 18) - Ilha do Diabo (l. 17) 
(D) que (l. 29) - uma onda (l. 28). 
(E) a (l. 52) - A palavra (l. 49). 
 
 
 
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Questão sobre pronomes (termos referentes e 
referidos). 
O pronome relativo “que”, na sequência “A 
condenação de Dreyfus desencadeou uma onda de 
protestos que culminaram na famosa carta aberta do 
escritor Émile Zola...” (l. 28-30), faz referência a 
“protestos”, não a “uma onda”. Pode-se observar pelo 
verbo no plural “culminaram”, que tem como sujeito 
“protestos”. Errada a assertiva D. 
As demais alternativas relacionam termos referentes e 
referidos corretamente. 
_____________________________________________ 
 
18. Considere as afirmações abaixo sobre o emprego 
de expressões no texto. 
 
I. Ao utilizar a expressão para dizer o mínimo (l. 14), o 
autor deixa subentendida a ideia de que as evidências 
não eram meramente contraditórias. 
II. O emprego da expressão mesmo (l. 40 ) deixa 
implícita a ideia de que, em um pais culto e refinado, 
não se espera que o antissemitismo tenha força. 
III. Ao empregar o advérbio supostamente (l. 42), o 
autor nega que a Revolução Francesa tenha 
consagrado a liberdade, a igualdade e a fraternidade. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) Em I, II e III. 
 
Questão sobre semântica e interpretação de texto. 
Na passagem “As evidências eram contraditórias, 
para dizer o mínimo...” (l. 13-14), a expressão “para 
dizer o mínimo” informa o fato de que as evidências 
não eram meramente contraditórias. Correta a 
assertiva I. 
Na construção “a força do antissemitismo, mesmo 
num país culto e refinado como a França, berço de 
uma revolução que supostamente consagrou a 
liberdade, a igualdade e a fraternidade” (l. 39-43), o 
vocábulo “mesmo” traduz ideia de que não se 
esperava que o antissemitismo tivesse força num país 
como a França. Correta a assertiva II. 
Em “como a França, berço de uma revolução que 
supostamente consagrou a liberdade, a igualdade e a 
fraternidade...”, o adjunto adverbial “supostamente” 
indica que o autor não tem certeza de que a França 
não tenha consagrado a liberdade, a igualdade e a 
fraternidade, mas não nega tal fato. Errada a 
assertiva. 
_____________________________________________ 
 
19. Com relação ao emprego da vírgula, considere as 
seguintes frases adaptadas do texto. 
 
I. Os militares, que pretendiam dar o caso por 
encerrado, prenderam Picquard. 
II. O exército pretendia mostrar aos soldados que 
passavam segredos militares aos alemães, a força da 
contraespionagem. 
III. Os superiores de Picquard responderam, então, que 
não queriam macular ainda mais a imagem do Exército. 
 
Em qual(is) delas, a supressão das vírgulas acarretaria 
alteração de sentido? 
 
(A) Apenas em I 
(B) Apenas em II. 
(C) Apenas em III. 
(D) Apenas em I e II. 
(E) Em I, II e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
A supressão das vírgulas na frase da assertiva I 
determinará que a oração “que pretendiam dar o caso 
por encerrado”, que é subordinada adjetiva 
explicativa, passe a ser subordinada adjetiva 
restritiva, alterando-se o sentido. 
A supressão da vírgula no trecho da assertiva II 
produzirá alteração de sentido, pois o segmento “ a 
força da contraespionagem”, que é aposto na 
sequência em que se encontra, passará a ser objeto 
direto de “pretendia mostrar”, alterando-se o sentido. 
A supressão das vírgulas em “então”, no trecho “ Os 
superiores de Picquard responderam, então, que não 
queriam macular ainda mais a imagem do Exército”, 
não produzirá alteração de sentido. 
_____________________________________________ 
 
20. No penúltimo parágrafo, o segundo período se inicia 
com a expressão De um lado (l. 29), e o terceiro se 
inicia com a expressão De outra parte (l.31). Há, entre 
esses dois períodos. 
 
(A) Uma relação de sucessão de argumentos. 
(B) Uma relação de causalidade. 
(C) Uma relação de concessão. 
(D) Um contraponto entre duas visões totalmente 
contraditórias. 
(E) Uma relação de ordem entre as assuntos, do menos 
importante para o mais importante. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Entre os períodos iniciados por “De um lado” e “De 
outra parte”, não se verifica sucessão de argumentos, 
nem nexo de causalidade ou concessão, tampouco 
 
 
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relação de ordem de argumentos mais ou menos 
importantes. Entre os dois períodos há contraponto 
entre duas visões totalmente contraditórias. 
_____________________________________________ 
Instruções: as questões 21 a 30 referem-se ao texto 
abaixo. 
 
01. “Bebo para esquecer e como para recordar”. 
02.Com essas palavras, Pepe Carvalho explica pelo 
03.menos uma vez em cada uma de suas aventuras 
04.literárias por que bebe em excesso ou por que come 
05.tanto assim. O esquecimento e a lembrança, dois 
06.antípodas na abordagem do passado histórico, estão 
07.sempre espreitando no fundo – quando o detetive 
08.particular de Manuel Vázquez Montalbán cozinha 
09.pastel de puerros y brioche com tuetano y foie, 
10.quando prepara farcelets de col rellenos de langosta y 
11.linguado com moras, ou simplesmente come pan amb 
12.tomat - sempre acompanhado dos vinhos 
13.apropriados. Recorrendo a diversos exemplos dos 
14.romances de Montalbán, seria possível explicar como 
15.o tema passado, ou seja, a tensa relação entre 
16.fixação pela História e recalque da História se liga em 
17.seus livros aos temas cozinhar, comer e 
18.experimentar. 
19. Mas esta sua criação literária, Pepe Carvalho, 
20.não é o único bom garfo. O próprio autor tem tudo 
21.para se autodenominar um gastrósofo: trabalhou 
22.como crítico de restaurante na década de 70, 
23.escreveu colunas, livros culinários e um ensaio 
24.intitulado Contra los gourmets ( Barcelona 1990). 
25.(Não se pode deixar iludir pelo título: trata-se 
26.simplesmente de uma história cultural da culinária) 
27.que defende a comida tradicional (no melhor sentido) 
28.contra a cozinha degenerada, compatível com o gosto 
29.dos críticos profissionais de restaurante. Para 
30.Montalbán, a comida evidentemente não tem a ver 
31.somente com saciedade; o que lhe interessa - além 
32.dos prazeres sensoriais elementares – é a 
33.superestrutura cultural, isto é, a metafísica da comida. 
34. Um romance de Montalbán intitulado 
35.Reflexiones de Robinson ante um bacalao ) Paris 
36.1995) trata de um bispo que sofre um naufrágio num 
37.veleiro no Caribe e acaba sendo levado com sua 
38.amada para a ilha dos sonhos, desprovido de 
39.qualquer coisa,a não ser uma caixa de bacalhau. 
40.Então o bispo fica pensando em tudo o que poderia 
41.fazer com o bacalhau, se tivesse os ingredientes 
42.certos. Citação: “O que chegou até a minha praia não 
43.foi nenhum bicho irrisório e nenhuma conserva 
44.insípida, mas evidente prova da transubstanciação”. 
45.Afinal, tanto para o bispo como para Montalbán, o 
46.preparo do bacalhau corporifica, como nenhum outro 
47.prato, o caminho elementar desde o cru até o cozido, 
48.por meio do uso correto do fogo. E, se acreditarmos 
49.no antropólogo Claude Lévi-Strauss, é justamente 
50.nesta passagem do cru para o cozido que surge a 
51.cultura. 
Adaptado de: BUSCHMANN, A. A metafísica do 
bacalhau ou os limites do bom gosto em Manuel 
Vázquez Montalbán. Humboldt. http:// www.goethe.de. 
Edição 90-2005. 
 
21. Considere o que é dito abaixo sobre os trechos do 
texto. 
 
I. Pepe Carvalho, ao abordar o passado histórico, se 
utiliza de dois opostos, que estão constantemente à 
espreita enquanto ele come e cozinha, sempre 
acompanhado dos vinhos apropriados (l. 05-13). 
II. Montalbán, o criador de Pepe Carvalho, também é 
um bom garfo porque, entre outros motivos, trabalhou 
como crítico de restaurante na década de 70 (l. 19-24). 
III. A cozinha rotulada por Montalbán como degenerada 
é apreciada pelos críticos profissionais de restaurante (l. 
25-29). 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II, e III. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Correta a assertiva I, porque Pepe Carvalho, segundo 
o texto, se utiliza de dois opostos que estão 
constantemente à espreita quando ele come e 
cozinha, que são o esquecimento e a lembrança 
(linhas 05-13). 
Correta a assertiva II, uma vez que o próprio 
Montalbán é denominado “gastrósofo” (linha 21), 
tendo sido crítico de restaurante na década de 70. 
Correta a asserti9que a cozinha rotulada como 
degenerada por Montalbán agrada aos críticos 
profissionais de restaurantes. 
_____________________________________________ 
 
22. Segundo o terceiro parágrafo do texto, quando 
surge a cultura? 
 
(A) Quando se dispõe de todos os elementos 
necessários à consecução de um determinado objetivo. 
(B) Quando se define, de forma ortodoxa, um roteiro a 
ser seguido a fim de se atingir o resultado desejado. 
(C) Quando se percorre todo o caminho entre a 
definição de um objetivo e a sua consecução. 
(D) Quando se aplicam as técnicas disponíveis para a 
obtenção do resultado final. 
http://www.goethe.de/
 
 
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(E) Quando, a partir da matéria-prima, se chega a um 
produto final, a despeito de este ser adequado ou não. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
Segundo o trecho “E, se acreditarmos 49.no 
antropólogo Claude Lévi-Strauss, é justamente .nesta 
passagem do cru para o cozido que surge a .cultura” 
(l. 48-51), portanto está correta a interpretação 
contida na afirmação “Quando, a partir da matéria-
prima, se chega a um produto final, a despeito de este 
ser adequado ou não”. 
_____________________________________________ 
 
23. A expressão pelo menos (l. 02-03) poderia ser 
substituída por? 
 
(A) até mesmo. 
(B) no mínimo. 
(C) a menos. 
(D) nem mesmo. 
(E) não obstante. 
 
Questão sobre semântica. 
A expressão “pelo menos”, no trecho “Com essas 
palavras, Pepe Carvalho explica pelo menos uma vez 
em cada uma de suas aventuras literárias por que 
bebe em excesso ou por que come tanto assim” (l. 02-
05), pode ser substituída por “no mínimo”. A ideia é de 
que Pepe Carvalho explica no mínimo uma vez em 
cada uma de suas aventuras literárias... 
_____________________________________________ 
 
24. Considere as seguintes afirmações sobre a 
formação de palavras do texto. 
 
I. O sufixo de literárias e de culinários tem o sentido 
de ‘pertencente a, relativo a’. 
II. A palavra acompanhado provém de um verbo que é 
derivado de um substantivo pelo acréscimo simultâneo 
de prefixo e sufixo. 
III. O sufixo de saciedade expressa ‘estado, 
propriedade’. 
IV. O prefixo de desprovido tem o mesmo sentido do 
prefixo de desnudado. 
 
Quais são as corretas? 
 
(A) Apenas I e II. 
(B) Apenas III e IV. 
(C) Apenas I, II, III. 
(D) Apenas II, III e IV. 
(E) I, II, III e IV. 
 
Questão sobre estrutura e formação de palavras. 
O sufixo “-ário(a)”, presente em “literárias” e 
“culinários”, indica que pertence a, que é relativo a, 
como “funcionário(a)” (relativo(a) à função), 
“estatutário(a)” relativo(a) ao estatuto... Correta a 
assertiva I. 
“Acompanhado” é formado por prefixo (“-a”) e por 
“sufixo (“-ado”) e deriva da forma verbal 
“acompanhar”, que, por sua vez, deriva do substantivo 
“companhia”. Correta a assertiva II. 
Em “saciedade”, o sufixo “-dade” indica estado de, 
propriedade de algo, como “regularidade” (estado de 
regularidade”, “instantaneidade” (estado de ou próprio 
do que é instantâneo)... Correta a assertiva III. 
“Desprovido” e “desnudado” apresentam prefixo que 
indica negação. Correta a assertiva IV. 
_____________________________________________ 
25. Assinale a alternativa que apresenta os sinônimos 
mais adequados para as palavras espreitando (l. 07), 
degenerada (l. 28) e saciedade (l. 31) 
 
(A) aguardando – depravada – abundância 
(B) contemplando – alterada – fartura 
(C) espiando – deturpada – satisfação 
(D) perseguindo – aviltada – fastio 
(E) ponderando – deturpada – aprazimento 
Questão sobre semântica. 
“Espreitando” (l. 07) significa espiando, olhando 
furtivamente; “degenerada” (l. 28) indica deturpada, 
alterada; e “saciedade” significa satisfação. 
_____________________________________________ 
 
26. Considere as seguintes afirmações sobre regência. 
 
I. A substituição de Recorrendo (l. 13) por Evocando 
implicaria uma mudança adicional na sequência da 
frase. 
II. A substituição de se liga (l. 16) por se relaciona não 
acarretaria outras mudanças na frase. 
III. A substituição de tem a ver (l. 30) por corresponde 
implica a substituição de com (l. 31) por a 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
Questão sobre crase. 
No trecho “Recorrendo a diversos exemplos dos 
romances de Montalbán...” (l. 13-14), a substituição 
de “Recorrendo” (que é verbo transitivo indireto, 
exigindo preposição “a”) por “Evocando” (que é verbo 
 
 
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transitivo direto) exigiria a supressão da preposição 
“a” antes de “diversos...”. Correta a assertiva I. 
No trecho “... se liga em seus livros aos temas 
cozinhar, comer e experimentar” (l. 16-18), o objeto 
indireto está precedido da preposição “a”, em “aos”. A 
substituição de “se liga” por “se relaciona” manteria a 
frase, porque essa forma verbal continuaria exigindo 
“a” (“se relaciona ... aos temas...”). Correta a assertiva 
II. 
No trecho “... não tem a ver somente com 
saciedade...” (l. 30-31), a substituição de “tem a ver”, 
que exige “com”, por “corresponde” exigiria a troca de 
“com” por “à”: “não corresponde somente à 
saciedade...”. A crase é decorrente da preposição “a”, 
regida por “corresponde”, e do artigo “a”, exigido por 
“saciedade”, que é palavra feminina. Portanto está 
errada a assertiva III. 
___________________________________________ 
 
27. Assinale a alternativa que estabelece 
INCORRETAMENTE a relação entre expressões do 
texto e a circunstância indicada por elas. 
 
(A) de Montalbán (l. 14) – origem 
(B) com sua amada (l. 37-38) – companhia 
(C) com o bacalhau (l. 41) – instrumento 
(D) até a minha praia (l. 42) – direção 
(E) desde o cru (l. 47) – procedência 
 
Questãosobre valor semântico das preposições. 
No trecho “... romances de Montalbán...” (l. 14), a 
preposição “de” indica posse, não origem. Errada, 
portanto, a opção A. 
No trecho “... levado com sua amada...” (l. 37-38), a 
preposição “com” indica companhia. Correta, dessa 
forma, a alternativa B. 
No segmento “com o bacalhau” (l. 41), a preposição 
“com” revela instrumento. Correta a alternativa C. 
No trecho “O que chegou até a minha praia não foi 
nenhum bicho irrisório...” (l. 42-43), o segmento “até a 
minha praia” traduz direção. Correta a alternativa D. 
No trecho “o caminho elementar desde o cru até o 
cozido” (l. 47), o segmento “desde o cru” indica ideia 
de procedência. Correta a alternativa E. 
_____________________________________________ 
 
28. A seguir, são feitas afirmações sobre o emprego do 
vocábulo se no texto; 
 
I. Na linha 16, o vocábulo se retoma a expressão o 
tema passado (l. 15) 
II. Na linha 21, o vocábulo se é utilizado para 
indeterminar o sujeito da oração. 
III. Na linha 48, o vocábulo se é utilizado para 
indeterminar o sujeito da oração. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e II. 
(E) I, II e III. 
Questão sobre funções do “se”. 
No trecho “... o tema passado, ou seja, a tensa 
relação entre fixação pela História e recalque da 
História se liga em seus livros aos temas cozinhar, 
comer e experimentar” (l. 15-18), o pronome “se” 
retoma “o tema passado” (“o tema passado [...] se 
liga...). Correta a assertiva I. 
No trecho “O próprio autor tem tudo para se 
autodenominar um gastrósofo” (l. 20-21), o “se” 
funciona como pronome reflexivo, cujo sujeito é “o 
próprio autor”. Errada a assertiva II. 
No trecho “E, se acreditarmos no antropólogo Claude 
Lévi-Strauss” (l. 48-49), a palavra “se” está 
empregada como conjunção subordinativa 
condicional. Não é, portanto, índice de indeterminação 
do sujeito. Errada a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
29. Leia as propostas de alteração de pontuação dadas 
abaixo e assinale com 1 as que constituem um 
procedimento facultativo e com 2 as que constituem 
um procedimento incorreto. 
 
(__) Substituir os dois-pontos da linha 21 por vírgula. 
(__) Suprimir a vírgula da linha 28. 
(__) Substituir o ponto-e-vírgula da linha 31 por dois-
pontos. 
(__) Suprimir a vírgula da linha 41. 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, 
de cima para baixo, é 
 
(A) 2 – 1 – 2 – 1. 
(B) 2 – 2 – 1 – 1. 
(C) 1 – 2 – 1 – 2. 
(D) 1 – 1 – 1 – 2. 
(E) 2 – 2 – 2 – 1. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “O próprio autor tem tudo para se 
autodenominar um gastrósofo: trabalhou como crítico 
de restaurante na década de 70, escreveu colunas, 
livros culinários e um ensaio intitulado Contra los 
gourmets ( Barcelona 1990)” (l. 20-24), os dois-pontos 
depois de “gastrósofo” não podem ser substituídos 
por vírgula, porque, no caso, se trata de uma 
 
 
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explicação acerca da razão pela qual o autor tem tudo 
para se autodenominar um gastrósofo. Incorreta a 
primeira proposta. 
No trecho “... contra a cozinha degenerada, 
compatível com o gosto dos críticos profissionais de 
restaurante” (l. 28-29), a vírgula depois de 
“regenerada” não pode ser suprimida, porque o 
segmento “compatível com o gosto dos críticos 
profissionais de restaurante” está isolado por vírgula 
em razão de ser explicativo, e a supressão da vírgula 
produziria ideia restritiva. Portanto a supressão da 
vírgula é um procedimento incorreto. 
No segmento “Para Montalbán, a comida 
evidentemente não tem a ver somente com 
saciedade; o que lhe interessa - além dos prazeres 
sensoriais elementares – é a superestrutura cultural, 
isto é, a metafísica da comida” (l. 29-33), o ponto-e-
vírgula depois de “saciedade” pode ser substituído por 
dois-pontos, haja vista que o segmento após o ponto-
e-vírgula é uma explicação à afirmação anterior. 
Portanto é um procedimento facultativo. 
No trecho “Então o bispo fica pensando em tudo o 
que poderia.fazer com o bacalhau, se tivesse os 
ingredientes certos” (l. 40-42), a vírgula antes de “se” 
pode ser suprimida, porque está isolando oração 
subordinada condicional que está no final da frase, 
portanto o procedimento é facultativo. 
 
30. Eliminando-se os dois-pontos do trecho Não se 
pode deixar iludir pelo título: trata-se simplesmente 
de uma história cultural da culinária (l. 25-26), este 
poderia ser reescrito como 
 
(A) Não se pode deixar iludir pelo título, pois se trata 
simplesmente de uma história cultural da culinária. 
(B) Não se pode deixar iludir pelo título, embora se trate 
simplesmente de uma história cultural da culinária. 
(C) Não se pode deixar iludir pelo título, tanto que se 
trata simplesmente de uma história cultural da culinária. 
(D) Não se pode deixar iludir pelo título; 
consequentemente, trata-se simplesmente de uma 
história cultural da culinária. 
(E) Não se pode deixar iludir pelo título; ademais, trata-
se simplesmente de uma história cultural da culinária. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
O trecho depois de dois-pontos é uma explicação á 
oração anterior, portanto, na supressão do sinal de 
pontuação, gerará a necessidade de conjunção 
explicativa, e isso aparece na opção A, que está 
correta. 
Na B, a conjunção “embora” traduz ideia de 
concessão, portanto está errada. 
Na C, “tanto que” indica ideia de consequência, 
quando a ideia é de explicação. Errada. 
Na D, não se pode simplesmente de substituir os 
dois-pontos por vírgula; os dois-pontos foram 
registrados na mensagem original porque está 
ausente a conjunção. 
A expressão “ademais” indica adição, portanto está 
errada. 
 
GABARITO 
01D 02C 03A 04E 05B 
06B 07B 08C 09E 10D 
11C 12B 13B 14E 15E 
16A 17D 18D 19D 20D 
21E 22E 23B 24E 25C 
26D 27A 28A 29B 30A 
 
 
Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do 
Sul – TJRS – Oficial de Justiça – 2014 – Nível 
Médio 
 
As questões 01 a 15 referem-se ao texto abaixo. 
 
01. Quase todo mundo conhece a história original 
02.(grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os 
03.dias, ia contemplar seu rosto num lago. Era tão 
04.fascinado por si mesmo que, certa manhã, quando 
05.procurava admirar-se mais de perto, caiu na água e 
06.terminou morrendo afogado. No lugar onde caiu, 
07.nasceu uma flor, que passamos a chamar de Narciso. 
08. O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma 
09.maneira diferente de terminar esta história. Ele diz 
10.que, quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – 
11.deusas do bosque – e viram que a água doce do lago 
12.havia se transformado em lágrimas salgadas. 
13. “Por que você chora?”, perguntaram as 
14.Oréiades. 
15. “Choro por Narciso”. 
16. “Ah, não nos espanta que você chore por 
17.Narciso”, continuaram elas. “Afinal de contas, todas 
18.nós sempre corremos atrás dele pelo bosque, mas 
19.você era o único que tinha a oportunidade de 
20.contemplar de perto ___ sua beleza”. 
21. “Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago. 
22. “Quem melhor do que você poderia saber?”, 
23.responderam, surpresas, as Oréiades. “Afinal de 
24.contas, era em suas margens que ele se debruçava 
25.todos os dias”. 
26. O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse: 
27.“eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido 
28.que era belo. Choro por ele porque, todas ___ vezes 
29.que ele se deitava sobre as minhas margens, eu 
30.podia ver, no fundo dos seus olhos, ___ minha própria 
31.beleza refletida”. 
 
 
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- FAURGS 56 
 
 
Adaptado de: COELHO, Paulo. O lago e Narciso 
(http://paulocoelhoblog.com/2010/01/02/o-lago-
enarciso/). Acessoem 14 de abril de 2014. 
 
01. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 20, 28 e 30 do 
texto. 
 
(A) a – às – a 
(B) à – às – à 
(C) a – as – a 
(D) à – as – à 
(E) a – às – à 
 
Questão sobre crase. 
As três lacunas devem ser preenchidas 
exclusivamente com artigos definidos femininos. 
Observe-se cada caso: na primeira lacuna, o verbo 
“contemplar” (l. 18) é transitivo direto, portanto deve 
receber artigo “a”: “... contemplar de perto a sua 
beleza” (l. 18-19); na segunda lacuna, no segmento 
“todas as vezes” (l. 27), não há locução adverbial 
feminina, mas apenas adjunto adverbial com artigo 
“as” antes de “vezes”, equivalendo a “todos os 
momentos”; já na terceira lacuna, o verbo “ver” (l. 29) 
é transitivo direto, regendo objeto direto, que é “a 
minha própria beleza refletida” (l. 29-30), portanto o 
“a” (destacado) é apenas artigo. 
_____________________________________________ 
2. Os pronomes seu (l. 03) e sua (l. 20) estabelecem 
uma relação entre um elemento possuidor e um 
elemento possuído. Assinale a alternativa que 
apresenta corretamente o elemento possuidor seguido 
pelo elemento possuído na relação estabelecida por 
esses dois pronomes, respectivamente. 
(A) Narciso – lago / lago – beleza. 
(B) rosto – Narciso / beleza – Narciso. 
(C) um belo rapaz – lago / beleza – lago. 
(D) um belo rapaz – rosto / Narciso – beleza. 
(E) rosto – um belo rapaz / oportunidade – lago. 
 
Questão sobre pronomes (termos referentes e 
termos referidos). 
No trecho “... um belo rapaz que, todos os dias, ia 
contemplar seu rosto num lago...” (l. 02-03), o 
pronome possessivo “seu” (destacado na transcrição) 
retoma “um belo rapaz” (possuidor) e o “rosto” 
(possuído). No trecho “Ah, não nos espanta que você 
chore por Narciso, continuaram elas. Afinal de contas, 
todas nós sempre corremos atrás dele pelo bosque, 
mas você era o único que tinha a oportunidade de 
contemplar de perto a sua beleza” (l. 16-20), o 
pronome possessivo “sua” (destacado na transcrição) 
retoma “Narciso” (possuidor) e “beleza” (possuído). 
_____________________________________________ 
 
03. Se a palavra água (l. 11) estivesse no plural, 
quantas outras palavras na frase deveriam, 
necessariamente, sofrer modificações para fins de 
concordância? 
 
(A) Uma. 
(B) Duas. 
(C) Três. 
(D) Quatro. 
(E) Cinco. 
 
Questão sobre concordância. 
No trecho “... e viram que a água doce do lago havia 
se transformado em lágrimas salgadas” (11-12), a 
pluralização de “água” (destacada na transcrição) 
alteraria outras três palavras, a saber: “... e viram que 
as águas doces do lago haviam se transformado em 
lágrimas salgadas”. Devem mudar, necessariamente, 
para ajustes de concordância, portanto, o artigo “a” 
para “as”, o adjetivo “doce” para “doces” e o verbo 
auxiliar “haver”, na locução “havia se transformado”, 
que ficará “haviam se transformado”. 
 
04. Considere as seguintes afirmações referentes a 
trechos do texto. 
I - O trecho Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram 
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a água 
doce do lago havia se transformado em lágrimas 
salgadas (l. 09-12) está em discurso indireto. 
II - O trecho “Choro por Narciso” (l. 15) está em discurso 
indireto livre. 
III - O trecho “Mas Narciso era belo?”, quis saber o lago 
(l. 21) está em discurso indireto. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre discursos direto e indireto. 
O trecho “Ele diz que, quando Narciso morreu, vieram 
as Oréiades – deusas do bosque – e viram que a 
água doce do lago havia se transformado em lágrimas 
salgadas” (l. 09-12) apresenta, no início, “Ele diz 
que...”, segmento que evidencia um terceiro (o 
escritor Oscar Wilde) reproduzindo e narrando o fato, 
além dos tempos verbais (“morreu”, “vieram” e 
“viram”, todos no pretérito perfeito do indicativo, além 
de “havia se transformado”, no pretérito imperfeito do 
 
 
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indicativo). Todas essas características identificam 
discurso indireto no trecho. Correta a afirmação I. 
 No segmento “Choro por Narciso” (l. 
14), o verbo “chorar”, na forma verbal “Choro”, está 
em primeira pessoa do singular, o que evidencia o 
discurso direto. Errada a assertiva II. 
 No segmento “Mas Narciso era belo?, 
quis saber o lago” (l. 20), há interrogação, traço 
característico do discurso direto, que evidencia fala da 
personagem. Errada a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
05. Assinale a alternativa que apresenta uma frase com 
sentido literal equivalente ao da frase Quase todo 
mundo conhece a história original (grega) sobre 
Narciso: um belo rapaz que, todos os dias, ia 
contemplar seu rosto num lago (l. 01-03). 
 
(A) Nem todo mundo desconhece a história original 
(grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os 
dias, ia contemplar seu rosto num lago o dia todo. 
(B) Quase ninguém desconhece a história original 
(grega) sobre Narciso: um belo rapaz que ia contemplar 
seu rosto num lago todos os dias. 
(C) Quase todo mundo conhece a história grega 
(original) sobre Narciso: um belo rapaz que, quase 
todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago. 
(D) Todo mundo conhece a história quase original 
(grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, todos os 
dias, ia contemplar seu rosto num lago. 
(E) Quase todo mundo conhece a história grega 
(original) sobre Narciso: um belo rapaz que 
contemplava, o dia todo, seu rosto num lago. 
 
Questão sobre reescritura de texto. 
A reescritura contida na opção (A) apresenta erro, em 
relação ao trecho original, nos segmentos “Nem todo 
mundo desconhece”, que não guarda equivalência 
com “Quase todo mundo conhece”; além disso, traz a 
informação “o dia todo”, diferente do trecho original 
em que se lê “todos os dias”. Errada a opção (A). 
Correta a reescritura presente na opção (B), porque 
guarda identidade com o trecho original. 
Errada a reescritura apresentada na opção (C), 
porque, em lugar de “história original (grega)”, inverte 
para “história grega (original)”, alteração que produz 
diferença relativamente ao trecho do texto. 
Na reescritura presente na opção (D), “Todo mundo 
conhece” é diferente de “Quase todo mundo 
conhece”, e “história quase original” não corresponde 
ao segmento “história original”. Errada a alternativa 
(D). 
Dois segmentos na reescritura da opção (E) estão 
errados: “história grega (original)” em lugar de 
“história original (grega)”, o que produz diferença em 
relação ao texto matriz, e “o dia todo” em lugar de 
“todos os dias”. Errada a alternativa (E). 
 
 
06. Assinale a alternativa que contém apenas 
substantivos retirados do texto. 
 
(A) fascinado (l. 04) – manhã (l. 04) – água (l. 05) – 
Choro (l. 14). 
(B) flor (l. 07) – Narciso (l. 07) – maneira (l. 09) – atrás 
(l. 18). 
(C) escritor (l. 08) – oportunidade (l. 19) – belo (l. 21) – 
lago (l. 21). 
(D) Quem (l. 22) – você (l. 22) – margens (l. 29) – 
beleza (l. 31). 
(E) deusas (l. 11) – lágrimas (l. 12) – tempo (l. 26) – 
vezes (l. 28). 
 
Questão sobre classes gramaticais. 
Na alternativa (A), o termo “fascinado” (l. 04) revela 
qualidade, portanto é adjetivo; a palavra “Choro” (l. 
14) está empregada como verbo. Os outros dois 
vocábulos são substantivos. 
Na opção (B), a palavra “atrás” (l. 18) é advérbio, 
porque evidencia circunstância. Os demais vocábulos 
são substantivos. 
Quanto à assertiva (C), o termo “belo” (l. 21) indica 
qualidade, portanto é adjetivo. As demais palavras 
são substantivos. 
Com relação às palavras reunidas na opção (D), 
“Quem” ( l. 22) está empregado, no contexto em que 
aparecer, como pronomeinterrogativo; “você” (l. 21) é 
pronome de tratamento. As demais palavras são 
substantivos. 
As palavras “deusas” (l. 11), “lágrimas” (l. 12), “tempo” 
(l. 26) e “vezes” (l. 28) são substantivos. Correta a 
assertiva (E). 
_____________________________________________ 
 
07. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as 
afirmações a seguir. 
 
(__) Os dois-pontos da linha 02 poderiam ser 
substituídos por um ponto e vírgula sem que houvesse 
incorreção no uso dos sinais de pontuação. 
(__) O uso da vírgula depois de perto, na linha 05, é 
facultativo. 
(__) As vírgulas depois de que e manhã (l. 04) estão 
sendo empregadas pelo mesmo motivo que as vírgulas 
depois de que (l. 10) e morreu (l. 10). 
(__) Os travessões empregados nas linhas 10 e 11 
poderiam ser substituídos por parênteses sem que 
houvesse incorreção no uso dos sinais de pontuação. 
 
 
 
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A sequência correta de preenchimento dos parênteses, 
de cima para baixo, é 
 
(A) F – F – V – V. 
(B) F – V – V – V. 
(C) F – V – F – F. 
(D) V – V – F – F. 
(E) V – F – F – V. 
 
Questão sobre pontuação. 
No trecho “Quase todo mundo conhece a história 
original (grega) sobre Narciso: um belo rapaz que, 
todos os dias, ia contemplar seu rosto num lago” (l. 
01-03), os dois-pontos introduzem aposto, que explica 
a “história original (grega) de Narciso”. O aposto pode 
ser isolado por vírgula, travessão ou, no caso, por vir 
no final, com dois-pontos, que não podem ser 
substituídos por ponto-e-vírgula. Ponto-e-vírgula 
separa orações coordenadas, o que não é o caso do 
trecho em exame. Falsa a primeira afirmação. 
 O segmento “... certa manhã, quando 
procurava admirar-se mais de perto, caiu na água...” 
(l. 04-05) apresenta oração subordinada adverbial 
temporal deslocada em “quando procurava admirar-se 
mais de perto”, que está isolada por vírgulas. Portanto 
a vírgula após “perto” é a segunda do isolamento, não 
podendo ser suprimida. Falsa a segunda afirmação. 
 No trecho “... que, certa manhã, 
quando procurava...” (l. 04-05), as vírgulas isolam 
adjunto adverbial deslocado; já no trecho “Ele diz 
que, quando Narciso morreu, vieram as 
Oréiades...” (l. 09-10), as vírgulas isolam oração 
subordinada adverbial temporal, o que se pode 
observar pela presença da conjunção 
subordinativa adverbial “quando” e de verbo. 
Falsa a terceira afirmação. A banca da FAURGS 
indicou como verdadeira tal afirmação, o que 
enseja recurso e anulação da questão, porque 
está flagrantemente errada. 
 Quanto ao segmento “... vieram as 
Oréiades – deusas do bosque – e viram...” (l. 10-11), 
os travessões isolam aposto e poderiam ser 
substituídos por parênteses ou vírgulas. Verdadeira a 
quarta afirmação. 
QUESTÃO RECORRÍVEL, PORQUE A RESPOSTA 
DEVERIA SER F – F – F – V, E NÃO HÁ 
ALTERNATIVA COM ESSA CONFIGURAÇÃO. A 
BANCA DA FAURGS OFERECEU COMO 
GABARITO A OPÇÃO (A), CUJA ORDEM É F – F – 
V – V, INDICANDO COMO VERDADEIRA A 
TERCEIRA AFIRMAÇÃO. QUESTÃO RECORRÍVEL 
PELAS RAZÕES CONTIDAS NOS COMENTÁRIOS 
À TERCEIRA AFIRMAÇÃO. 
_____________________________________________ 
 
08. Considere as seguintes afirmações. 
 
I - O sujeito de procurava (l. 05) é quando (l. 04). 
II - O sujeito de espanta (l. 16) é que você chore por 
Narciso (l. 16-17). 
III - A forma verbal havia (l. 27) introduz uma oração 
com sujeito inexistente. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre funções sintáticas (identificação de 
sujeito); 
No trecho “Era tão fascinado por si mesmo que certa 
manhã, quando procurava admirar-se mais de 
perto...” (l. 03-05), o sujeito de “procurava” é 
desinencial de terceira pessoa do singular 
(equivalente a “ele”) e remete a “um belo rapaz”. 
Errada a assertiva I. 
No segmento “Ah, não nos espanta que você chore 
por Narciso” (l. 15), o sujeito de “espanta” é a oração 
seguinte (“que você chore por Narciso”). Observe-se: 
quem é que não nos espanta? “que você chore...”. 
Correta a assertiva II. 
Na construção “... mas jamais havia percebido que 
era belo...” (l. 26-27), há locução verbal em “havia 
percebido”, cujo verbo principal é “perceber”, 
empregado na forma de particípio (“percebido”). O 
verbo “haver”, na forma do pretérito imperfeito do 
indicativo “havia”, é apenas auxiliar e está sendo 
empregado no sentido de “ter” (“tinha percebido”), não 
sendo, portanto, impessoal. O sujeito, por essa razão, 
não é inexistente, mas desinencial de terceira pessoa 
do singular, retomando “lago”. Errada a assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
09. Assinale a alternativa que contém uma versão 
correta do trecho “Ah, não nos espanta que você chore 
por Narciso” (l. 16-17) em discurso indireto. 
 
(A) As Oréiades disseram que não lhes espantava que o 
lago chorasse por Narciso. 
(B) As Oréiades disseram que não as espantava que o 
lago chorasse por Narciso. 
(C) As Oréiades disseram que não lhes espanta que o 
lago chore por Narciso. 
(D) As Oréiades diriam que não as espanta que o lago 
chore por Narciso. 
(E) As Oréiades disseram que “não nos espanta que 
você chore por Narciso”. 
 
 
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Questão sobre discurso direto e indireto. 
O trecho “Ah, não nos espanta que você chore pro 
Narciso” (l. 15) apresenta-se sob a forma de discurso 
direto. A transposição para o discurso indireto deve 
observar a substituição de “espanta”, conjugado no 
presente do indicativo, por “espantava”, no pretérito 
imperfeito do indicativo, e a forma “chore”, conjugada 
no presente do subjuntivo, deve aparecer no pretérito 
imperfeito do subjuntivo, na forma “chorasse”. O 
pronome “nos”, em “não nos espanta”, 
correspondente à primeira pessoa do plural (nós), 
deve dar lugar a “as”, na terceira pessoa do plural 
(elas). Não pode ser “lhes”, porque o verbo “espantar” 
é transitivo direto (quem espanta espanta alguém). 
 Portanto estão erradas as opções (A), 
(C), (D) e (E). 
___________________________________________ 
 
10. Se as ocorrências da palavra você nas linhas 13, 16, 
19 e 22 fossem substituídas por ocorrências da palavra 
tu, como ficariam as formas verbais chora (l. 13), chore 
(l. 16), era (l. 19) e poderia (l. 22), respectivamente, para 
fins de concordância? 
 
(A) chora – chore – eras – poderia. 
(B) choraste – chorava – era – poderias. 
(C) choras – chores – eras – poderias. 
(D) choras – chores – eras – poderia. 
(E) choras – choras – era – poderias. 
 
Questão sobre conjugação verbal (pessoas 
verbais). 
A substituição de “você”, nas linhas 13, 16, 19 e 22, 
por “tu” demandaria a troca de “chora” (l. 13) por 
“choras”, “chore” (l. 16) por “chores”, “era” (l. 19) por 
“eras”, mantendo-se “poderia” (l. 22). 
Observe-se o trecho já com as modificações 
sugeridas pela proposta: “Por que tu choras?” (l. 13); 
“Ah, não nos espanta que tu chores por Narciso” (l. 
16); “... mas tu eras o único...” (l. 18-19) e “Quem 
melhor que tu poderia saber?” (l. 22). Nesse último 
caso, deve permanecer na forma “poderia”, na 
terceira pessoa do singular, porque o sujeito da 
locução verbal “poderia saber” é “Quem”, e não “tu”. 
Veja-se na inversão: “Quem poderia saber melhor do 
que tu?”. 
_____________________________________________ 
 
11. Considere as seguintes afirmações. 
 
I - O que (l. 04) está sendo usado como pronome 
relativo. 
II - O que (l. 10) está sendo usado como conjunção 
integrante. 
III - O que (l. 24) está sendo usado como partícula 
expletiva. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) ApenasI e II. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre funções do “que”. 
No segmento “Era tão fascinado por si mesmo que ...” 
(l. 03-04), o vocábulo “que” é parte integrante da 
conjunção subordinativa adverbial consecutiva “tão 
que”, portanto não é pronome relativo. Errada a 
assertiva I. 
No trecho “Ele diz que, quando Narciso morreu, 
vieram as Oréiades...” (l. 09-10), a palavra “que” 
funciona como conjunção subordinativa integrante do 
verbo “dizer”, na forma do presente do indicativo “diz”. 
Certa a assertiva II. 
No trecho “... era em suas margens que ele se 
debruçava...” (l. 24-25), a palavra “que” funciona como 
conjunção integrante do verbo “ser”, na forma do 
pretérito imperfeito do indicativo “era”. Errada a 
assertiva III. 
_____________________________________________ 
 
12. Assinale a alternativa que apresenta uma versão 
gramaticalmente correta para a frase No lugar onde 
caiu, nasceu uma flor, que passamos a chamar de 
Narciso (l. 06-07), caso o trecho passamos a chamar de 
Narciso fosse substituído por passamos a simpatizar. 
 
(A) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que passamos 
a simpatizar. 
(B) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, por que 
passamos a simpatizar. 
(C) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, em que 
passamos a simpatizar. 
(D) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, com que 
passamos a simpatizar. 
(E) No lugar onde caiu, nasceu uma flor, de que 
passamos a simpatizar. 
 
Questão sobre regência verbal. 
A substituição de “passamos” por “simpatizamos”, no 
trecho “No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que 
passamos a chamar de Narciso” (l. 06-07), exigirá o 
atendimento à regência de “simpatizar”, registrando-
se a preposição “com”, porque quem simpatiza 
simpatiza “com”. 
O trecho, já modificado, passaria a ter a seguinte 
redação: “No lugar onde caiu, nasceu uma flor, com 
 
 
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que passamos a simpatizar”. 
Portanto estão erradas as sugestões presentes nas 
opções (A), (B), (C) e (E). 
_____________________________________________ 
 
13. Assinale a alternativa que contém uma afirmação 
verdadeira sobre o texto. 
 
(A) O texto é predominantemente epistolar. 
(B) O texto é predominantemente argumentativo. 
(C) O texto é predominantemente dissertativo. 
(D) O texto é predominantemente descritivo. 
(E) O texto é predominantemente narrativo. 
 
Questão sobre tipologia textual. 
O texto não tem característica predominantemente 
epistolar, porque não é construído a partir de cartas. 
De igual forma, não há caráter argumentativo no texto 
de Paulo Coelho, nem mesmo características 
dissertativas, pois não defende ponto de vista, nem 
tem o objetivo de convencimento de uma determinada 
tese ou posição. 
O texto também não apresenta passagem descritiva, 
pois a predominância de narrações, diálogos, fatos 
não indica descrição de imagens. 
O texto, portanto, é predominantemente narrativo, 
haja vista a profusão de trechos narrativos da história 
de Narciso, da tristeza das Oréiades, da comoção do 
lago pela morte de Narciso e, sobretudo, pela riqueza 
e frequência dos diálogos. 
_____________________________________________ 
 
14. Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as 
afirmações a seguir. 
 
(__) O porém (l. 08) é uma conjunção conclusiva. 
(__) O e (l. 11) é uma conjunção consecutiva. 
(__) O Por que (l. 13) é uma conjunção explicativa. 
 
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, 
de cima para baixo, é 
 
(A) V – V – V. 
(B) F – F – V. 
(C) F – V – F. 
(D) V – V – F. 
(E) F – F – F. 
 
Questão sobre conjunções. 
No trecho “O escritor Oscar Wilde, porém, tem uma 
maneira diferente...” (l. 08-09), o nexo “porém” 
(destacado na transcrição) é conjunção coordenativa 
adversativa, traduzindo ideia de oposição. Falsa a 
primeira afirmação. 
Quanto ao segmento “... vieram as Oréiades – deusas 
do bosque – e viram que a água doce...” (l. 10-11), o 
conetivo “e” (destacado no trecho) é conjunção 
coordenativa aditiva. Falsa a segunda afirmação. 
Na passagem “Por que você chora?” (l. 13), a 
expressão sublinhada funciona como pronome 
interrogativo. Falsa a terceira afirmação. 
_____________________________________________ 
 
15. Assinale a alternativa que apresenta um verbo 
conjugado no presente do modo indicativo e um verbo 
conjugado no presente do modo subjuntivo, 
respectivamente. 
 
(A) passamos (l. 07) – debruçava (l. 24) 
(B) espanta (l. 16) – deitava (l. 29) 
(C) poderia (l. 22) – procurava (l. 05) 
(D) disse (l. 26) – tinha (l. 19) 
(E) tem (l. 08) – chore (l. 16) 
 
Questão sobre tempos e modos verbais. 
A forma verbal “passamos” (l. 07) está conjugada no 
pretérito perfeito do indicativo; a forma verbal 
“debruçava” (l. 24) está no pretérito imperfeito do 
indicativo. 
A forma “espanta” (l. 16) está conjugada no presente 
do indicativo; já a forma verbal “deitava” (l. 29) está no 
pretérito imperfeito do indicativo. 
As formas verbais “poderia” (l. 22) e “procurava” (l. 05) 
estão conjugadas, respectivamente, no futuro do 
pretérito do indicativo e no pretérito imperfeito do 
indicativo. 
As formas verbais “disse” (l. 26) e “tinha” (l. 19) estão 
conjugadas, respectivamente, no pretérito perfeito do 
indicativo e no pretérito imperfeito do indicativo. 
As formas verbais “tem” (l. 08) e “chore” (l. 16) estão 
conjugadas, respectivamente, no presente do 
indicativo e no presente do subjuntivo. 
_____________________________________________ 
 
As questões 16 a 30 referem-se ao texto abaixo. 
 
01. A farra com as crianças acabou? Pode ser que 
02.sim, pelo menos em parte. O Conanda (Conselho 
03.Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) 
04.aprovou resolução que proíbe propagandas voltadas 
05.para menores de idade no Brasil. Ela leva em conta 
06.que a publicidade infantil, na maioria das vezes, 
07.contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente e só 
08.deve ser usada para campanhas de utilidade pública 
09.sobre alimentação, educação e saúde. 
10. Essa é uma pauta que está já há algum tempo 
11.em discussão, sofrendo grande resistência do 
12.mercado. O consumo de produtos infantis é um 
13.mercado importantíssimo e ainda um terreno a ser 
14.completamente explorado. Segundo o site da CCFC, 
 
 
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15.Campaign for a Commercial-Free Childhood, ONG 
16.que combate a propaganda abusiva para crianças, 
17.pessoas com menos de 14 anos são responsáveis 
18.diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano 
19.– dez vezes mais do que dez anos atrás. 
20. Empresas, agências e indústrias festejam esse 
21.número, que contempla o gasto com uma gama 
22.enorme de produtos, desde alimentos e brinquedos, 
23.até roupas e viagens. E, para isso, contam com a 
24.publicidade, principalmente na TV. 
25. Mas, além de induzir à compra e ao consumo 
26.desnecessário, a publicidade provoca outros efeitos. 
27.O National Bureau of Economic Research fez um 
28.estudo que revela que, se os anúncios de redes de 
29.fast food fossem eliminados, a obesidade infantil 
30.diminuiria em até 20%. Também aponta que a 
31.publicidade infantil tende a anular a autoridade dos 
32.pais, criando um confronto entre as mensagens 
33.publicitárias e os valores familiares. 
34. Segundo James McNeal, um dos papas do 
35.marketing infantil, estamos numa espécie de “era 
36.dourada das crianças”. Elas são tudo o que o 
37.mercado quer: consumidoras compulsivas, 
38.vulneráveis às tendências ditadas pela publicidade. 
39.Mais ainda: influenciam decisivamente os hábitos de 
40.consumo de pais, irmãos, avós e tios. “Quarenta 
41.milhões de americanosentre 2 e 12 anos são 
42.responsáveis por influenciar um a cada sete dólares 
43.gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. De acordo 
44.com o Instituto InterScience, há dez anos, apenas 8% 
45.das crianças influenciavam as decisões de compras 
46.dos adultos. Hoje, esse número saltou para 49%. 
47. Outro levantamento da Viacom, dona do canal 
48.infantil Nickelodeon, mostra que mais de 40% das 
49.compras dos pais são influenciadas pelos filhos. 
50.Segundo essa mesma pesquisa, 65% dos pais 
51.revelam que ouvem a opinião das crianças sobre os 
52.produtos comprados para toda a família, como o 
53.carro, por exemplo. Elas dão palpite sobre cores, 
54.som, tipo do carro, bancos e até o modelo das portas. 
55.A criança consumidora de hoje será o adulto 
56.consumidor de amanhã. 
57. “Faz todo sentido que a busca incessante das 
58.empresas pela fidelização de seus clientes comece 
59.bem mais cedo. Nada mais natural, portanto, 
60.olharmos as crianças como futuras consumidoras de 
61.diversos produtos, serviços e marcas”, diz James 
62.McNeal. Países como Suécia, Alemanha, 
63.Espanha e Canadá já há algum tempo ______ 
64.legislações extremamente rígidas com o que chamam 
65.de “métodos de persuasão infantil”, algo comparável a 
66.um assédio moral ou sexual. Uma campanha recente 
67.de gel para cabelos foi banida por ter “sensualizado” 
68.personagens infantis. Na União Europeia, a legislação 
69.básica, válida para os 27 países-membros, ________ 
70.tudo o que explore “a inexperiência e credibilidade 
71.infantil”, que “encoraje crianças a persuadir pais ou 
72.outros a comprar produtos ou serviços”, que “explore 
73.a confiança dos pais pelos seus filhos” e “________ 
74.cenas perigosas envolvendo menores”. 
75. A resolução do Conanda não tem força de lei, 
76.embora possa servir de base para possíveis 
77.processos e ações. Já surgem manifestações 
78.acusando a iniciativa de atentado à liberdade de 
79.expressão. Mas o limite dessa liberdade é a pregação 
80.contra a integridade física e moral dos indivíduos. Um 
81.exemplo clássico é o veto à propaganda de cigarros. 
Adaptado de: AMADO, Roberto. A proibição de 
propagada para crianças é novidade no Brasil, mas não 
no mundo desenvolvido. Disponível em: 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a- 
proibicaode-propagada-para-criancas-e-novidade-no-
brasil-masnao-no-mundo-desenvolvido/. Acessado em 
20/04/2014. 
 
16. Assinale a alternativa que preenche, correta e 
respectivamente, as lacunas das linhas 63, 69 e 73. 
 
(A) tem – proíbe – mostre 
(B) têm – proíbe – mostre 
(C) têm – proíbe – mostrem 
(D) têm – proíbem – mostre 
(E) tem – proíbem – mostrem 
 
Questão sobre concordância verbal. 
No trecho “ Países como Suécia, Alemanha, Espanha 
e Canadá há há algum tempo ____ legislações...” (l. 
62-63), a lacuna deve ser preenchida pela forma 
verbal “têm”, com acento circunflexo diferencial, já 
que o referente sujeito é “Países”. 
Na lacuna do trecho “Na União Europeia, a legislação 
básica, válida para os 27 países membros, _____ 
tudo o que explore...” (l. 68-69), deve aparecer 
“proíbe”, no singular, porque o referente sujeito é “a 
legislação básica”. 
Quanto à lacuna da linha 73, deve ser preenchida 
pela forma verbal “mostre”, no singular, haja vista que 
o referente sujeito é “tudo” (l. 69). 
_____________________________________________ 
 
17. Assinale a alternativa com conteúdo que se pode 
depreender da leitura do texto. 
 
(A) Atualmente, a população de americanos na faixa 
entre 2 e 12 anos não passa de 40 milhões de pessoas. 
(B) A cada ano que passa, crianças com menos de 14 
anos consomem 4 bilhões de dólares a mais. 
(C) Estudo realizado pela Viacom revela que 40% dos 
pais depende da opinião dos filhos para realizar 
compras. 
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-
 
 
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(D) Segundo estudo do National Bureau of Economic 
Research, 20% das crianças obesas alimentam-se em 
redes de fast food. 
(E) Em estudo realizado pela Viacom, mais da metade 
dos pais admitiram considerar a opinião de seus filhos 
em relação à compra de produtos não direcionados 
exclusivamente para crianças. 
 
Questão sobre interpretação de texto. 
O texto revela que “Quarenta milhões de americanos 
entre 2 e 12 anos são responsáveis por influenciar um 
a cada sete dólares gastos no mercado dos EUA”, o 
que não autoriza afirmar que atualmente a população 
de americanos na faixa entre 2 e 12 anos não passe 
de 40 milhões de pessoas. Errada a opção (A). 
 Nas linhas 14 a 19, observa-se que 
“pessoas com menos de 14 anos são responsáveis 
diretas por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano 
– dez vezes mais do que dez anos atrás”, o que não 
sustenta a afirmação de que crianças com menos de 
14 anos gastem por ano 4 bilhões de dólares a mais. 
A proporção não autoriza a afirmar que o crescimento 
tenha sido constante para que hoje seja dez vezes 
maior. Errada a alternativa (B). 
 No texto, encontra-se a informação de 
que “40% das compras dos pais são influenciadas 
pelos filhos”, não que 40% dos pais dependam da 
opinião dos filhos para comprar. Errada, portanto, a 
assertiva (C). 
 O texto informa que “se os anúncios 
de redes de fast food fossem eliminados, a obesidade 
infantil diminuiria em 20%”. Isso não autoriza a 
afirmação de que 20% das crianças obesas 
alimentam-se em redes de fast food. Errada a 
alternativa (D). 
_____________________________________________ 
 
18. Assinale a alternativa com conteúdo que se pode 
depreender da leitura do texto. 
 
(A) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe 
qualquer tipo de publicidade infantil, seguindo 
orientação expressa do Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
(B) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe a 
utilização de crianças em propagandas. 
(C) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe 
propagandas de produtos prejudiciais à saúde de 
crianças. 
(D) O Conanda aprovou uma resolução que proíbe a 
utilização de crianças em comerciais de produtos para 
adultos. 
(E) O Conanda aprovou uma resolução restritiva à 
propaganda infantil, levando em consideração a grande 
quantidade de casos em que essa prática desrespeita o 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
 
Questão sobre 
O Conanda, segundo o texto, “aprovou resolução que 
proíbe propagandas voltadas para menores de idade 
no Brasil” (03-05). Não se pode inferir, portanto, que a 
resolução do Conanda proíba qualquer tipo de 
publicidade infantil no Brasil, porque “infantil” é uma 
etapa da menoridade. Apenas com essa visão do 
texto, estão erradas as opções (A), (B), (C) e (D). 
_____________________________________________ 
 
19. Assinale a alternativa que apresenta uma frase 
gramaticalmente correta com sentido literal equivalente 
ao do período que inicia com Ela (l. 05) e termina com 
saúde (l. 09). 
 
(A) Ela leva em conta que, na maioria das vezes, a 
publicidade infantil é contrariamente ao Estatuto da 
Criança e do Adolescente e só deve ser usada para 
campanhas de utilidade pública sobre alimentação, 
educação e saúde. 
(B) Ela leva em conta que a publicidade infantil, na 
maioria das vezes, é contrária ao que o Estatuto da 
Criança e do Adolescente e só deve ser usada para 
campanhas de utilidade pública sobre alimentação, 
educação e saúde. 
(C) Ela leva em conta que, na maioria das vezes, a 
publicidade infantil é contrária ao Estatuto da Criança e 
do Adolescente e que só deve ser usada para 
campanhas de utilidade pública sobre alimentação, 
educação e saúde. 
(D) Ela leva em conta, na maioria das vezes, que a 
publicidade infantil é, contrariamente ao que prevê o 
Estatuto da Criança e do Adolescente, e só deve ser 
usada para campanhas de utilidade pública sobrealimentação, educação e saúde. 
(E) Ela leva em conta, na maioria das vezes, que a 
publicidade infantil é contrária ao Estatuto da Criança e 
ao do Adolescente e que só deve ser usada para 
campanhas de utilidade pública sobre alimentação, 
educação e saúde. 
 
Questão sobre reescritura de trecho. 
A opção (A) apresenta o segmento “a publicidade 
infantil é contrariamente ao Estatuto...”, quando 
deveria apresentar “contrária”. Errada a reescritura 
oferecida na alternativa (A). 
O segmento “é contrária ao que o Estatuto da Criança 
e do Adolescente e só deve...” apresenta ruptura de 
sentido com a presença do “que”. Errada a reescritura 
contida na alternativa (B). 
Correta gramaticalmente e equivalente ao trecho 
original a reescritura presente na opção (C). 
 
 
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Não há continuidade de sentido no segmento “... a 
publicidade infantil é ... e só deve ser usada...”. Errada 
a reescritura oferecida na opção (D). 
A repetição do “que” em “e que só deve...” prejudica a 
correção gramatical na reescritura da opção (E). 
_____________________________________________ 
20. Assinale a alternativa que apresenta, 
respectivamente, a classificação gramatical correta para 
as conjunções se (l. 28), portanto (l. 59) e embora (l. 
76). 
 
(A) condicional – conclusiva – concessiva 
(B) condicional – consecutiva – adversativa 
(C) consecutiva – conclusiva – concessiva 
(D) consecutiva – adversativa – conclusiva 
(E) condicional – conclusiva – adversativa 
 
Questão sobre classificação de conjunções. 
No segmento “se os anúncios de redes de fast food 
fossem eliminados” (l. 28-29), a conjunção “se” é 
subordinativa adverbial condicional, podendo ser 
substituída, para comprovação, por “caso”. 
A conjunção “portanto” é coordenativa conclusiva, 
podendo ser substituída por “por isso”. Observe-se o 
trecho: “Nada mais natural, portanto, olharmos as 
crianças...” (l. 59-60). 
No trecho “A resolução do Conanda não tem força de 
lei, embora possa servir de base para futuros 
processos...” (l. 75-76), a conjunção “embora” é 
subordinativa concessiva, revelando ideia de 
oposição. Pode ser substituída por “ainda que”. 
____________________________________________ 
 
21. Considere as seguintes propostas de substituição de 
palavras do texto. 
 
I - Substituição de anular (l. 31) por anulação. 
II - Substituição de influenciavam (l. 45) por exerciam 
influência. 
III - Substituição de ouvem (l. 51) por valorizam. 
 
Quais dessas substituições criariam condições, no 
período em que fossem realizadas, para o uso do 
acento grave, indicador de crase? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre regência e crase. 
A substituição de “anular” por “anulação”, no trecho 
“Também aponta que a publicidade infantil tende a 
anular a autoridade...” (l. 30-31), criará as condições 
para o registro do sinal indicativo de crase. Observe-
se: ““Também aponta que a publicidade infantil tende 
à anulação da autoridade...”. Isso ocorre porque o 
verbo “tender” exige preposição “a” e a palavra 
seguinte é feminina (“anulação”), exigindo artigo 
definido “a”. A sugestão de substituição apresentada 
na assertiva I criará condições de crase, mesmo que, 
na reconstrução, seja necessário trocar-se o “a” antes 
de “autoridade” por “da”, e a banca não abordou tal 
alteração. 
No trecho “... apenas 8% das crianças influenciavam 
as decisões de compras dos adultos” (l. 45), a 
substituição de “influenciavam” por “exerciam 
influência” não produzirá preposição “a”, porque a 
forma “exercer influência” exige preposição “em”. 
Observe-se o trecho já com a modificação sugerida: 
“... apenas 8% das crianças exerciam influência nas 
decisões de compras dos adultos”. Portanto a 
substituição sugerida na assertiva II não criará 
condições para a crase. 
Quanto à sugestão apresentada na assertiva III, a 
substituição de “ouvem” por “valorizam” no trecho “... 
65% dos pais revelam que ouvem a opinião das 
crianças...” (l. 50-51), não acarretará crase, porque 
“valorizar é verbo transitivo direto, não exigindo 
preposição. O trecho, já modificado, ficará com a 
seguinte redação: “... 65% dos pais revelam que 
valorizam a opinião das crianças...”. O “a”, antes de 
“opinião” continuará sendo apenas artigo definido 
feminino singular. 
_____________________________________________ 
 
22. Assinale a alternativa com um período extraído do 
texto que NÃO contém oração na voz passiva. 
 
(A) Ela leva em conta que a publicidade infantil, na 
maioria das vezes, contraria o Estatuto da Criança e do 
Adolescente e só deve ser usada para campanhas de 
utilidade pública sobre alimentação, educação e saúde. 
(l. 05-09) 
(B) O National Bureau of Economic Research fez um 
estudo que revela que, se os anúncios de redes de fast 
food fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria 
em até 20%. (l. 27-30) 
(C) “Quarenta milhões de americanos entre 2 e 12 anos 
são responsáveis por influenciar um a cada sete dólares 
gastos no mercado dos EUA”, escreve ele. (l. 40-43) 
(D) Outro levantamento da Viacom, dona do canal 
infantil Nickel odeon, mostra que mais de 40 % das 
compras dos pais são influenciadas pelos filhos. (l. 47-
49) 
(E) Uma campanha recente de gel para cabelos foi 
banida por ter “sensualizado” personagens infantis. (l. 
66-68) 
 
 
 
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Questão sobre vozes verbais. 
No trecho da alternativa (A), o segmento “deve ser 
usada” apresenta verbo auxiliar (“deve”), verbo “ser” 
(“ser”) e particípio (“usada”), o que a identifica como 
construção em voz passiva analítica. 
No segmento “fossem eliminados”, presente no trecho 
contido na opção (B), há verbo “ser” (“fossem”) e 
particípio (“eliminados”), o que a identifica como 
construção em voz passiva analítica. 
Não há segmento na voz passiva no trecho da 
alternativa (C). Toda ela está na voz ativa. 
O segmento “são influenciadas pelos filhos”, presente 
no trecho da assertiva (D), está na voz passiva 
analítica, porque possui verbo “ser” (“são”), particípio 
(“influenciadas”) e agente da passiva (“pelos filhos”). 
Na construção da alternativa (E), o segmento “foi 
banida” está na voz passiva analítica, porque 
apresenta verbo “ser” (“foi)” e particípio (“banida”). 
_____________________________________________ 
 
23. Assinale a alternativa que apresenta a classificação 
correta relativa ao tempo e modo das formas verbais 
fossem (l. 29) e possa (l. 76), respectivamente. 
 
(A) presente do subjuntivo e pretérito imperfeito do 
subjuntivo 
(B) pretérito imperfeito do subjuntivo e presente do 
subjuntivo 
(C) presente do subjuntivo e futuro do subjuntivo 
(D) pretérito imperfeito do subjuntivo e futuro do 
subjuntivo (E) futuro do subjuntivo e presente do 
subjuntivo 
 
Questão sobre tempos e modos verbais. 
As formas verbais “fossem” (VERBO “SER”) e “possa” 
(VERBO “PODER”) estão conjugadas, 
respectivamente, no pretérito imperfeito do subjuntivo 
e no presente do subjuntivo. Observe-se: 
verbo “SER” – pretérito 
imperfeito do subjuntivo 
Verbo “PODER” – 
presente do 
subjuntivo 
(se) eu fosse (que) eu possa 
(se) tu fosses (que) tu possas 
(se) ele(a) fosse (que) ele(a) possa 
(se) nós fôssemos (que) nós possamos 
(se) vós fôsseis (que) vós possais 
(se) eles(as) fossem (que) eles(as) 
possam 
 
_____________________________________________ 
 
24. Assinale a alternativa que contém substantivo 
formado pelo processo de derivação regressiva. 
 
(A) compra (l. 25) 
(B) publicidade (l. 31) 
(C) consumidoras (l. 37) 
(D) levantamento (l. 47)(E) incessante (l. 57) 
 
Questão sobre estrutura e formação de palavras. 
A palavra “compra” (l. 25) é formada por derivação 
regressiva, porque se deriva de verbo (“comprar”), 
que, perdendo o “r” final (desinência de forma nominal 
do infinitivo), gera o substantivo “compra”. Correta a 
alternativa (A). 
Quanto à opção (B), o substantivo “publicidade” (l. 31) 
é formado por derivação sufixal, em que o adjetivo 
“public(o)(a)” recebe vogal de ligação “i” mais sufixo “-
dade”, formador de substantivo: “publicidade”. 
Na alternativa (C), o vocábulo “consumidoras” (l. 37) é 
formado por derivação prefixal e sufixal: (prefixo 
“com”) acrescido do radical “sum(i)” mais a consoante 
de ligação “d” com o sufixo “or” (formador de palavra 
que revela agente, função...) e, por fim, a desinência 
de gênero “a” (que indica feminino) e a desinência de 
número “s” (que revela plural). 
O substantivo “levantamento” (l. 47) é formado por 
derivação sufixal, em que a raiz do verbo “levantar” 
(“levant”) recebe vogal de ligação “a” e o sufixo 
“mento”, que indica movimento, ação. 
O adjetivo “incessante” é formado por derivação 
parassintética, em que o prefixo “in” (indicador de 
negação) se soma ao radical “cess” (de “cessar”) e ao 
sufixo “ante”, indicador de agente ou função. 
_____________________________________________ 
 
25. Considere o trecho a seguir, extraído do texto. 
 
O National Bureau of Economic Research fez um estudo 
que revela que, se os anúncios de redes de fast food 
fossem eliminados, a obesidade infantil diminuiria em 
até 20%. Também aponta que a publicidade infantil 
tende a anular a autoridade dos pais, criando um 
confronto entre as mensagens publicitárias e os valores 
familiares. (l. 27-33) 
 
Assinale a alternativa que apresenta a classificação 
gramatical correta para as três palavras sublinhadas no 
trecho acima, na ordem em que aparecem. 
 
(A) pronome relativo – conjunção integrante – pronome 
relativo 
(B) conjunção integrante – pronome relativo – pronome 
relativo 
(C) pronome relativo – pronome relativo – conjunção 
integrante 
(D) conjunção integrante – pronome relativo – 
conjunção integrante 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 65 
 
 
(E) pronome relativo – conjunção integrante – conjunção 
integrante 
 
Questão sobre funções do “que”. 
No segmento “... um estudo que revela...”, a palavra 
“que” retoma o substantivo “estudo”, portanto funciona 
como pronome relativo. 
 Com relação aos trechos “... revela 
que...” e “aponta que...”, a palavra “que está 
integrando o sentido, respectivamente, dos verbos 
“revelar” e “apontar”, o que lhe confere, nos dois 
casos, a classificação de conjunção subordinativa 
integrante. 
____________________________________________ 
 
 26. Considere as afirmações a seguir sobre o uso de 
vírgulas no texto. 
 
I - As vírgulas depois de Empresas (l. 20) e número (l. 
21) são usadas em função da mesma regra que exige 
as vírgulas depois de McNeal (l. 34) e infantil (l. 35). 
II - As vírgulas das linhas 47 e 48 são usadas para isolar 
um vocativo. 
III - A vírgula depois de produtos (l. 61) é usada em 
função da mesma regra que exige a vírgula da linha 71. 
 
Quais estão corretas? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre pontuação. 
A vírgula depois de “Empresas” está sendo 
empregada para separar elementos de igual função 
sintática, separando a palavra de “agências e 
indústrias” (l. 20). Já as vírgulas do segmento 
“Segundo James McNeal, um dos papas do marketing 
infantil, estamos numa...” (l. 34-35) isolam aposto, que 
é qualificação. Portanto as vírgulas apontadas na 
assertiva I não têm como base a mesma regra. Errada 
a assertiva I. 
No segmento “Outro levantamento da Viacom, dona 
do canal infantil Nickelodeon, mostra que mais...” (l. 
47-48), as vírgulas estão isolando aposto, que é 
qualificação, não vocativo, que é chamamento. Errada 
a assertiva II. 
Nos trechos “... consumidoras de diversos produtos, 
serviços e marcas...” (l. 60-61) e “tudo o que explore a 
inexperiência e credibilidade infantil, que encoraje 
crianças a persuadir pais ou outros a comprar...” (l. 
69-71), as vírgulas depois de “produtos” (no primeiro 
segmento) e depois de “infantil” (no segundo trecho) 
são empregadas para separar elementos de igual 
função sintática, ou itens em série. Certa a assertiva 
III. 
_____________________________________________ 
 
27. Ao afirmar que as crianças são consumidoras 
compulsivas (l. 37), o texto quer chamar a atenção para 
o fato de que elas realizam suas decisões de consumo 
motivadas por uma 
 
(A) excessiva carência afetiva. 
(B) imposição interna irresistível. 
(C) falta de autoridade externa. 
(D) necessidade de impor sua vontade. 
(E) falta de confiança nas decisões dos pais. 
 
Questão sobre 
No segmento “Elas são tudo o que o mercado quer: 
consumidoras compulsivas...” (l. 36-37), a expressão 
“consumidoras compulsivas” expressa que as 
crianças apresentam imposição interna irresistível, ou 
seja, sofrem de “compulsão” ou “compulsividade” para 
comprar. Portanto está correta a assertiva (B). As 
demais, obviamente, não apresentam relação 
semântica com a ideia contida no trecho em exame. 
_____________________________________________ 
 
28. Assinale a alternativa que apresenta oração 
subordinada adjetiva explicativa extraída do texto. 
 
(A) que proíbe propagandas voltadas para menores de 
idade no Brasil (l. 04-05) 
(B) que está já há algum tempo em discussão (l. 10-11) 
(C) que contempla o gasto com uma gama enorme de 
produtos (l. 21-22) 
(D) que a busca incessante das empresas pela 
fidelização de seus clientes comece bem mais cedo (l. 
57-59) 
(E) que “encoraje crianças a persuadir pais ou outros a 
comprar produtos ou serviços” (l. 70-72) 
 
Questão sobre orações. 
Quanto às opções (A) e (B), as orações “que proíbe 
propagandas voltadas para menores de idade no 
Brasil” (l. 04-05) e “que está já há algum tempo em 
discussão” (l. 10-11) são subordinadas adjetivas 
restritivas, pois não aparecem virguladas nos trechos 
em que se inserem. Com relação à alternativa (C), a 
oração “que contempla o gasto com uma gama 
enorme de produtos” (l. 21-22) é subordinada adjetiva 
explicativa, pois faz referência a todo o universo 
tratado anteriormente e está isolada por vírgulas. 
Em referência à opção (D), a oração “que a busca 
incessante das empresas pela fidelização de seus 
clientes comece bem mais cedo” (l. 57-59) 
 
 
Prof. Alberto Menegotto LÍNGUA PORTUGUESA 
- FAURGS 66 
 
 
subordinada integrante, completando o sentido do 
verbo “fazer”, na forma “Faz todo sentido que a 
busca...”.Na alternativa (E), a oração “que encoraje 
crianças a persuadir pais ou outros a comprar 
produtos ou serviços” é subordinada objetiva direta 
decorrente do fragmento “proíbe tudo o que...”. 
_____________________________________________ 
 
29. Assinale a alternativa em que a expressão extraída 
do texto NÃO exerce a função de complemento nominal 
na frase em que se encontra. 
 
(A) de produtos infantis (l. 12) 
(B) por um gasto de 40 bilhões de dólares por ano (l. 18) 
(C) às tendências ditadas pela publicidade (l. 38) 
(D) de hoje (l. 55) 
(E) pela fidelização de seus clientes (l. 58) 
 
Questão sobre funções sintáticas. 
(A) No trecho “... consumo de produtos infantis...” (l. 
12), a expressão destacada funciona como 
complemento nominal do substantivo “consumo”. 
(B) O segmento “... responsáveis por um gasto de 40 
bilhões de dólares por ano...” (l. 18), o segmento 
destacado é complemento nominal do adjetivo 
“responsáveis”.(C) Em “... vulneráveis às tendências ditadas pela 
publicidade...” (l. 38), o trecho sublinhado tem função 
de complemento nominal do adjetivo “vulneráveis”. 
(D) No trecho “A criança consumidora de hoje...” (l. 
55), a expressão sublinhada exerce função de adjunto 
adnominal, pois o termo “consumidora”, no segmento 
em que se encontra, aparece com sentido completo, 
não exigindo complemento nominal. 
(E) Quanto ao segmento “... busca incessante das 
empresas pela fidelização de seus clientes...” (l. 58), o 
trecho destacado é complemento nominal de “busca”. 
_____________________________________________ 
 
30 Considere os pares de palavras a seguir. 
 
I - saúde – indústrias 
II - atrás – às 
III - espécie – família 
 
Em quais pares as palavras são acentuadas em virtude 
da mesma regra? 
 
(A) Apenas I. 
(B) Apenas II. 
(C) Apenas III. 
(D) Apenas I e III. 
(E) Apenas II e III. 
 
Questão sobre acentuação gráfica. 
A palavra “saúde” é acentuada porque apresenta “u” 
tônico, precedido de vogal e formando sílaba sozinho. 
Em “indústrias, o acento se deve ao fato de ser 
palavra paroxítona terminada em ditongo crescente. 
Portanto, na assertiva I, as palavras não recebem 
acento em razão da mesma regra. 
O vocábulo “atrás” é acentuado por ser oxítono 
terminado em “as”. Já “às” apresenta sinal indicativo 
de crase, que ocorre por razões sintáticas, não se 
submetendo às regras de acentuação gráfica. Logo as 
palavras presentes na assertiva II não se acentuam 
por igual regra. 
As palavras “espécie” e família” são acentuadas por 
serem paroxítonas terminadas em ditongo crescente. 
Aqui ambas as palavras, portanto, são acentuada em 
virtude da mesma regra. Correta a assertiva III. 
 
GABARITO 
01C 02D 03C 04A 05B 
06E 07* 08B 09B 10D 
11B 12D 13E 14E 15E 
16B 17E 18E 19C 20A 
21A 22C 23B 24A 25E 
26C 27B 28C 29D 30C 
*Questão recorrível. 
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anuência do autor. 
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