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FATORES E AÇÕES RELACIONADOS À ÁGUA, À ENERGIA E AO AR QUE INTERFEREM NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE Diversos fatores, como mudanças climáticas, uso abusivo de recursos naturais, forma de organização das grandes cidades, produção e consumo de energia, descarte de resíduos de forma inadequada, má utilização do solo, uso de agrotóxicos, falta de planejamento dos grandes centros das cidades, poluição visual, sonora e do ar, falta de processos de reciclagem dos resíduos, dentre outros, contribuem para o desencadeamento de doenças. Assim, para que uma cidade seja considerada saudável, necessita ser uma comunidade forte, solidária e constituída de bases de justiça social, tendo grande participação da população nas ações e decisões no âmbito da saúde; deve haver um ambiente favorável à qualidade de vida e saúde, limpo e seguro, satisfazendo as necessidades básicas dos cidadãos (alimentação, moradia, trabalho, acesso a serviços de qualidade em saúde, educação e assistência social), com uma vida cultural ativa e uma economia forte, diversificada e inovadora. Considerando todos esses aspectos, quando pensamos em saúde e comunidade saudável, precisamos pensar na qualidade da água e do ar, no consumo, nas fontes de energia e no estilo de vida. Uma vez que a água, a energia e o ar são fatores determinantes para a sobrevivência, a manutenção adequada desses elementos é essencial para a qualidade de vida do indivíduo e da comunidade. Na era primitiva, tais recursos não custavam absolutamente nada (em termos de moeda financeira), mas isso foi se modificando ao longo do tempo e do crescimento populacional. O impacto da falta de saneamento básico na saúde e sobre o meio urbano é evidente, mas a prevalência das doenças é maior na população carente que, por falta de recursos, instala sua moradia em locais de risco, sem abastecimento de água, sem coleta de esgoto e, na maioria dos casos, em locais que deveriam ser destinados à preservação ambiental. No entanto, não podemos descartar o papel da classe social de maior aquisição econômica, pois ela contribui em relação ao consumismo e produção de resíduos sólidos (lixo), cuja destinação também constitui um grande problema ambiental, que será discutido com mais detalhes posteriormente. Assim, a falta de coleta e a disposição inadequada do lixo podem ser consideradas fontes de alimento, abrigo e proliferação de macrovetores de doenças. Segundo Barros et al. (1995), ratos, baratas, suínos e aves são considerados os macrovetores mais comuns em ambientes urbanos com pouca estrutura de saneamento básico. Podemos destacar algumas enfermidades relacionadas ao lixo. São elas: • leptospirose, peste bubônica e tifo murino: são transmitidas por ratos e pulgas que vivem no corpo do rato, por meio da mordida, pela urina e pelas fezes desses roedores; • febre tifoide, cólera, amebíase, disenteria, giardíase, ascaridíase, amebíase e salmonelose: são transmitidas por moscas, por via mecânica, por meio de asas, patas e corpo desses insetos e também por suas fezes e saliva; • malária, febre amarela, leishmaniose, dengue, zika, chikungunya e filariose: são transmitidas por mosquitos, por meio da picada das fêmeas; • febre tifoide, giardíase e cólera: também podem ser transmitidas por baratas, por via mecânica, por meio das asas, patas, corpo e pelas fezes desses insetos; • cisticercose, toxoplasmose, triquinelose e teníase: são transmitidas por suínos e gado, por meio da ingestão de carne contaminada; • toxoplasmose: transmitida por cães, gatos e aves, por meio de sua urina e fezes. FATORES E AÇÕES RELACIONADOS À PRODUÇÃO DE RESÍDUOS, À CONTAMINAÇÃO DO SOLO E AOS RISCOS NO TRABALHO QUE INTERFEREM NO MEIO AMBIENTE E NA SAÚDE Com o crescimento populacional e os novos padrões de consumo humano, houve um aumento significativo da produção de resíduos, principalmente da metade do século XX em diante. Isso não seria motivo de preocupação se o crescimento da produção seguisse o ritmo de absorção desses resíduos pela natureza, mas infelizmente não é o que acontece. Isso pode ser observado considerando os dados do IBGE (de 1989 a 2000), que demonstraram que a população brasileira aumentou cerca de 16%, mas a produção de resíduos aumentou cerca de 48%; logo, a produção de resíduos cresce mais do que a população do país (IBGE, 2008). Contudo, apesar de a produção de produtos colaborar altamente para a geração de resíduos, ela não é a única responsável. Podemos atribuir outra parcela de culpa ao consumo desses produtos, ou seja, existe um alto grau de descarte, que muitas vezes não sofrem degradação. De acordo com a Constituição Brasileira de 1988, o meio ambiente é um direito de todos; portanto, é um dever de todos os cidadãos fiscalizar as atitudes contra ele, principalmente as humanas. Colaboram com a fiscalização órgãos governamentais como o Ministério Público, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Delegacia de Meio Ambiente e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Uma vez que consideramos a saúde como um patrimônio do trabalhador, podemos relacioná- la como uma condição essencial e fundamental para o trabalho e para a vida, pois ela é a ferramenta para o desenvolvimento das relações de produção. Se o nosso corpo funciona como uma máquina, ele precisa de manutenção. Mas antes de abordarmos os fatores que podem afetar nossa saúde e que estão vinculados ao ar, à água e ao solo, temos que conhecer quais os riscos que qualquer ser humano está suscetível, principalmente em seu ambiente de trabalho. O Ministério do Trabalho classifica cinco riscos à saúde do trabalhador, que são: • risco para acidente: considerado um tipo de risco em fatores capazes de colocar os trabalhadores em situação de risco ou vulnerabilidade. Essas situações podem afetar a integridade e o bem-estar físico, psíquico e social do indivíduo. São exemplos: falta de proteção em equipamentos e máquinas, risco de explosão e incêndio, além de planta física inadequada, dentre outros; • risco ergonômico: é um tipo de risco que interfere nas condições psicofisiológicas do trabalhador. Essa interferência causa desconforto, afetando drasticamente a saúde e, consequentemente, a vida do indivíduo. São exemplos: levantamento de peso, carga de trabalho excessiva, monotonia, movimentos repetitivos, postura inadequada etc.; • risco físico: está intimamente ligado com a exposição do trabalhador aos agentes de risco físico. São exemplos: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiação e vibração, dentre outros; • risco químico: envolve o contato dos trabalhadores aos riscos químicos, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo desses trabalhadores, como poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas, vapores etc.; • risco biológico: é um tipo de risco no qual os trabalhadores são expostos aos agentes biológicos. São eles: bactérias, vírus, fungos, parasitas, dentre outros.
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