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SISTEMA DE ENSINO
DIREITO CIVIL
Atos Unilaterais
Livro Eletrônico
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Carlos Eduardo Elias de Oliveira
Atos Unilaterais
DIREITO CIVIL
Atos Unilaterais e Preferências Creditórias 1 ..................................................................3
1. Aula de Hoje ................................................................................................................3
2. Atos Unilaterais .........................................................................................................3
2.1. Noções Gerais ..........................................................................................................3
2.2. Promessa de Recompensa ......................................................................................3
2.3. Gestão de Negócios .................................................................................................4
2.4. Pagamento Indevido ................................................................................................8
2.5. Enriquecimento sem Causa ................................................................................... 12
3. Preferências e Privilégios Creditórios ...................................................................... 20
3.1. Noções Gerais ....................................................................................................... 20
3.2. Irrelevância da Categorização antes da Declaração de Insolvência: Princípio do 
prio in tempore portio in iure vs Princípio da par condictio creditorum ....................... 20
3.3. Categorização Hierárquica dos Créditos ................................................................ 21
Resumo ........................................................................................................................23
Questões de Concurso ..................................................................................................26
Gabarito .......................................................................................................................32
Gabarito Comentado .....................................................................................................33
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Atos Unilaterais
DIREITO CIVIL
ATOS UNILATERAIS E PREFERÊNCIAS CREDITÓRIAS 1
1. AulA de Hoje
Olá, querido(a)!
Vamos continuar tratando de atos unilaterais e preferências creditórias.
A diretriz é a mesma: estamos focando em concursos públicos e, por isso, só aprofunda-
remos em temas que realmente costumam ser cobrados em concurso.
Vamos em frente!
2. Atos unilAterAis
2.1. noções GerAis
Os contratos são negócios jurídicos bilaterais: dependem de duas ou mais vontades para 
nascer. Há, porém, atos jurídicos unilaterais, que nascem apenas da vontade de uma pessoa. 
Os arts. 854 ao 886 do CC disciplina alguns deles: a promessa de recompensa, a gestão de 
negócios, o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa.
2.2. PromessA de recomPensA
A promessa de recompensa é um negócio jurídico unilateral por nascer unicamente da 
vontade do promitente. É disciplinada nos arts. 854 ao 860 do CC.
Por meio dela, o promitente se compromete, por anúncios públicos, a recompensar ou 
gratificar quem preenche certa condição ou prestar certo serviço. O promitente assume um 
dever jurídico nesse caso (art. 854 do CC). É o caso de promessa de recompensa para quem 
achar um cachorro perdido, para quem escrever a melhor monografia sobre um tema previsto 
em um edital etc.
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Atos Unilaterais
DIREITO CIVIL
2.3. Gestão de neGócios
Definição
Disciplinada nos arts. 861 ao 875 do CC, a gestão de negócio é o ato jurídico unilateral 
consistente na atuação de uma pessoa (o gestor ou o gerente) na administração de coisa 
alheia, sem prévia autorização ou obrigação legal, segundo a vontade e o interesse presumí-
vel do dono do negócio (o gerido).
Nas palavras de Clovis Bevilaqua (1979, p. 452), gestão de negócios é “administração 
oficiosa1 de negócio alheio, feita sem procuração”, ou seja, é “um mandato espontâneo e 
presumido, porque o gestor procura fazer aquilo de que o dono do negócio se encarregaria, 
se tivesse conhecimento da necessidade de tomar a providência reclamada pelas circunstân-
cias”. Em linguagem bem popular, gestor de negócio é o enxerido, é “quem se mete onde não 
é chamado”.
É o caso do amigo que, diante de um incêndio na casa do vizinho que está viajando para 
o exterior, prontifica-se a fazer os reparos mínimos para evitar maiores prejuízos (ex.: trocar a 
porta que foi incinerada, trocar as janelas quebradas etc.).
Se o gestor tivesse uma autorização do gerido, a figura aí seria a de contrato de mandato, 
e não do ato unilateral de gestão de negócio.
A propósito, no contrato de mandato, se o mandatário desbordar dos limites dos seus po-
deres, ele pode ser considerado gestor de negócios nessa extrapolação enquanto o mandante 
não ratificar seus atos, conforme art. 655 do CC.
Entendemos que se trata de ato jurídico stricto sensu, e não de negócio jurídico, pois os 
efeitos jurídicos decorrentes dos atos praticados pelo gestor de negócio são definidos pela lei 
e não há espaço para o gestor modificá-los.
A gestão de negócios é uma forma de liberalidade2, pois o gestor não busca nenhum pro-
veito econômico.
1 De ofício = sem pedido de quem quer que seja.
2 Bevilaqua, 1979, p. 452.
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Atos Unilaterais
DIREITO CIVIL
Requisitos da Gestão de Negócio
São requisitos para a gestão de negócio3:
a) vontade unilateral do gestor: este age em proveito do dono do negócio;
b) ausência de autorização de representação: a gestão de negócio marca-se por inexistir prévia 
obrigação legal ou voluntária para o gestor, razão por que a doutrina considera a gestão de negó-
cios um exemplo de “representação sem mandato”, pois o gestor representaria o dono do negócio 
sem deter prévia procuração;
c) inexistência de proibição ou oposição do dono do negócio: se o dono do negócio censurou ex-
pressamente, o gestor não pode atuar;
d) imprescindibilidade da gestão: só é legítima a atuação do gestor quando houver riscos de pre-
juízos ao dono do negócio; e
e) Objeto da gestão lícito e fungível: atos personalíssimos não podem ser executados pelo gestor, 
mas apenas pelo dono do negócio.
Espécies de Gestão
A gestão pode ser classificada como:
a) Gestão útil: é a gestão feita em conformidade com a vontade presumível do dono do 
negócio (art. 861, caput, CC);
b) Gestão proveitosa: é a gestão que gere benefícios ao dono do negócio (art. 870, 2º parte, CC);
c) Gestão necessária: é a gestão feita em razão de uma situação de urgência de iminente 
prejuízo ao dono do negócio (art. 870, 1º parte, CC). Ex.: gestão feita para administrar a casa 
do vizinho ausente em razão de um incêndio;
d) Gestão ratificada: é a gestãode negócios que o gerido ratificou posteriormente. A rati-
ficação gera efeito retroativo de um mandato (art. 873, CC);
e) Gestão ilícita: é a gestão feita contra a vontade manifesta ou presumível do gestor.
Vontade Presumível do Dono do Negócio
A disciplina da matéria do CC leva conta que, ao mesmo tempo em que não se pode punir 
o generoso, também não se pode estimular a intromissão em negócios alheios. Baseia-se 
ainda na ideia de o gestor deve se comportar de acordo com a vontade presumível do gerido.
3 Na linha do defendido por “Washington de Barros, Caio Mário, Orlando Gomes e Maria Helena Diniz” (LISBOA, 2005, p. 723).
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DIREITO CIVIL
Por isso, se se tratar de gestão ilícita (a feita contra vontade manifesta ou presumível do 
gerido), o gestor responderá por qualquer dano, mesmo os advindos de caso fortuito, salvo 
se provar a inevitabilidade absoluta do dano, ou seja, provar que o dano teria vindo ainda que 
não tivesse ocorrido a gestão (art. 862, CC).
Vinculação do Dono do Negócio e Seu Dever de Reembolsar ou Indenizar
Se o gestor celebra contratos em seu próprio nome, ele é a parte obrigada perante tercei-
ros; o dono do negócio não é pessoalmente obrigado por esse contrato perante o terceiro (art. 
861, CC).
Se, porém, o gestor tiver assinado o contrato como “representante sem mandato” e se se 
tratar de gestão útil, proveitosa, necessária ou ratificada, o dono do negócio estará obrigado 
pessoalmente por esse contrato por força dos arts. 860, 870 e 873 do CC. O gestor aí nunca 
se comprometeu como parte do contrato, mas como um “representante sem mandato”, mais 
especificamente como um “gestor de negócio”.
Em qualquer dos casos, se a gestão tiver sido útil, proveitosa, necessária ou ratificada, o 
dono do negócio terá de reembolsar o gestor pelas despesas necessárias e úteis com juros 
no percentual do art. 406 do CC desde cada desembolso, além de ter indenizar danos sofridos 
pelo gestor (arts. 869, 870 e 873, CC).
Despesas voluptuárias, assim entendidas as feitas para mero deleite ou ornamentação, 
não indenizadas.
Responsabilidade Civil do Gestor do Negócio
O art. 866 do CC estabelece que o gestor responde por danos causados ao dono do negó-
cio por “qualquer culpa na gestão”. Preferimos interpretar restritivamente esse dispositivo e 
em consonância com o art. 392 do CC e com o princípio da proteção simplificada do agracia-
do4, pois entendemos o generoso não pode ser punido exageradamente. Temos que o gestor 
só responde no caso de dolo se a gestão foi útil, necessária, proveitosa ou ratificada.
4 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
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DIREITO CIVIL
Caso Prático: Internação de Familiar no Hospital
Amigos e amigas, para fixar bem os conceitos, quero comentar um julgado do Tribunal de 
Justiça do Distrito Federal sobre o assunto.
Começo perguntando o seguinte: se alguém assina o contrato de internação hospitalar 
para propiciar um tratamento médico a um parente que está desmaiado, o hospital poderá 
cobrar a dívida de quem: de quem assinou ou do parente que foi internado?5
O TJ/DFT analisou essa hipótese sob a ótica da gestão de negócios e entendeu que quem 
assinou deverá responder pela dívida, ainda que ele pudesse ser considerado um gestor 
de negócio (TJ/DFT, 20130310174820APC, 1ª Turma Cível, Rel. Des. Simone Lucindo, DJe 
27/03/2017).
De fato, se alguém (gestor) interna outrem (dono do negócio) em um hospital particular 
(terceiro), o gestor terá de pagar as despesas hospitalares se houver celebrado o contrato em 
seu próprio nome, ou seja, se ele tiver sido parte (art. 861, CC).
Se, todavia, o contrato houver sido firmado em nome do dono do negócio com a assinatura 
do gestor apenas como representante (a gestão de negócio é representação sem mandato), o 
terceiro só poderá cobrar a dívida do dono do negócio se se tratar de gestão útil, necessária, 
proveitosa ou ratificada, pois aí o CC estabelece textualmente o dever obrigacional do dono 
do negócio pelas obrigações assumidas, em nome dele (do dono), pelo gestor (arts. 869, 870 
e 873, CC).
De qualquer forma, se alguém optar por celebrar um contrato em seu próprio nome peran-
te o hospital para o tratamento do familiar, a cláusula pro amico eligendo (art. 467, CC) pode 
ser útil para que o contratante indique esse familiar doente como sucessor contratual, caso 
em que o polo contratual será sucedido, se houver o consentimento desse familiar e se este 
for não for sabidamente insolvente.
5 O tema foi tratado por nós em um artigo: incorporemos parte das palavras dele aqui com adaptações. O texto pode ser 
lido neste link: https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/588765035/gestao-de-negocio-e-internacao-de-familiar-
-em-hospital-artigo-de-carlos-eduardo-elias-de-oliveira.
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DIREITO CIVIL
2.4. PAGAmento indevido
Definição e Repetição de Indébito
Disciplinado a partir dos arts. 876 e seguintes do CC, o pagamento indevido é ato unilate-
ral consistente no dever de restituir a coisa recebida indevidamente ou por dívida condicional 
antes do implemento da condição. A consequência é que, com o pagamento indevido, nasce 
o direito à repetição do indébito (ou seja, à devolução do valor indevidamente pago).
Em resumo, nasce o dever de repetição de indébito para aquele que recebeu coisa em pa-
gamento de uma dívida inexistente ou indevida.
Pagamentos feitos por obrigações vem a ser declarada nula ou anulável também devem 
ser enquadrados como indevidos, a autorizar a repetição de indébito.
O pagamento indevido é considerado um ato unilateral, porque decorre da conduta de 
apenas uma pessoa: o pagador.
Enquanto o pagamento devido extingue a obrigação (arts. 304 a 312, CC), o pagamento 
indevido gera a obrigação de restituir.
Distinção em Relação ao Enriquecimento sem Causa: o Prazo Prescricional 
como Exemplo de Utilidade Prática
Historicamente, desde o direito romano, o pagamento indevido sempre foi uma espécie 
de enriquecimento sem causa, mas, no regime do CC, se trata de uma figura diferente, pois o 
enriquecimento sem causa é tratado separadamentede modo residual e com a característica 
da subsidiariedade (art. 886, CC).
Assim, no regime do CC, não se devem misturar as figuras. Há repercussão prática nisso. 
Pode-se discutir, por exemplo, se o prazo prescricional da repetição de indébito pode ou não 
ser enquadrado no art. 206, § 3º, IV, do CC, que estabelece o prazo de 3 anos para “a preten-
são de enriquecimento sem causa”. Nesse ponto, o STJ, entendeu que isso não é possível, 
pois a repetição de indébito é uma pretensão própria, disciplinada nos arts. 876 e seguintes 
do CC, ao passo que o enriquecimento sem causa é tratado nos arts. 884 e seguintes do CC 
com a característica da subsidiariedade Por isso, o prazo prescricional da ação de repetição 
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DIREITO CIVIL
de indébito é de 10 anos (art. 205, CC), ao passo que o prazo prescrição da ação de enriqueci-
mento sem causa (ação in rem verso) é de 3 anos (art. 206, § 3º, IV, CC) (STJ, EREsp 1523744/
RS, Corte Especial Rel. Ministro Og Fernandes, DJe 13/03/2019).
Pagamento Objetivamente Indevido vs Pagamento Subjetivamente Indevido
Há duas espécies de pagamento indevido:
a) Pagamento objetivamente indevido, indébito objetivo ou indébito ex re: o erro diz res-
peito à existência ou à extensão da obrigação. É o caso de pagamento de dívida inexistente, 
de dívida extinta, de dívida em valor superior ao devido, de dívida sob condição suspensiva, de 
dívida mediante entrega de coisa diversa da estipulada.
b) Pagamento subjetivamente indevido, indébito subjetivo ou indébito ex personae: o erro 
é relativo a quem paga ou a quem recebe. É o caso de pagamento a quem não é credor ou por 
quem não é devedor. Ex.: sócio paga dívida da sociedade, acreditando ser pessoal a dívida; 
Ex.: depósito em conta-corrente de quem não é o credor, em virtude da homonímia.
Dívida Sujeita a Condição e a Termo Suspensivos
Em relação ao indébito objetivo, no caso de dívida sujeita a termo, o pagamento antecipa-
do não caracteriza pagamento indevido, pois o direito a termo é direito atual (art. 131, CC) e é 
facultado ao devedor pagar antes do vencimento (art. 133, CC). É diferente do caso de paga-
mento de dívida sujeita à condição suspensiva: o pagamento precoce é indevido a ensejar a 
repetição de indébito, pois o direito sob condição suspensiva é direito eventual (art. 125, CC).
Repetição de Indébito
Definição e o Erro como Requisito
Indébito é aquilo que não é devido ou que não se deve. Logo, repetição de indébito é a 
restituição do que é indevido. Há dois requisitos para a repetição do indébito:
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DIREITO CIVIL
a) Dívida total ou parcialmente indevida (indébito subjetivo ou objetivo).
b) Prova do erro no pagamento indevido.
Quanto a esse último requisito, se o pagamento foi refletido, não há pagamento indevido, 
e sim liberalidade (art. 877, CC). Cabe ao pagador provar que incorreu em erro.
Excludentes da Repetição de Indébito
Obrigação Natural
A obrigação natural não enseja repetição de indébito, se foi satisfeita (art. 882, CC). Obri-
gação natural contrapõe-se à obrigação civil: esta possui exigibilidade, ao contrário daquela, 
a exemplo da dívida prescrita ou da dívida de jogo não regulamentado (art. 814, CC).
Obrigação Ilícita
O pagamento indevido para obtenção de fim ilícito, imoral ou proibido em lei não gera re-
petição de indébito. Nesse caso, o que foi pago indevidamente reverter-se-á em proveito de 
estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz (art. 883, caput e parágrafo único, CC).
A ratio desse dispositivo é o princípio nemo auditor propriam turpitudinem allegans (nin-
guém pode ser ouvido alegando sua própria torpeza).
Tutela da Boa-Fé de quem Recebeu o Pagamento
Quem recebe pagamento indevido como parte de dívida verdadeira não é obrigado a resti-
tuir, se inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão de suas garantias.
Cuida-se de proteção a quem, assentado na boa-fé de receber pagamento de dívida verda-
deira, desfaz-se das garantias que tinha de cobrar a satisfação do seu crédito do correto devedor.
Nesse caso, quem pagou indevidamente disporá de ação regressiva contra o verdadeiro 
devedor e seu fiador (art. 880, CC).
Essa última hipótese excludente da repetição de indébito refere-se a uma situação de 
pagamento subjetivamente indevido, pois, embora a dívida seja verdadeira (o débito existe), o 
devedor não era quem desembolsou o valor.
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DIREITO CIVIL
Casos Especiais
Cobrança Indevida em Conta-Corrente
Não há necessidade de prova do erro para repetição de indébito por cobrança indevida de-
corrente de contrato de abertura de crédito em conta-corrente, pois, nesse caso, o pagamento 
é feito por ato unilateral do banco, que, além de fixar sozinho o preço, promove deduções no 
saldo da conta-corrente. É o que dispõe a Súmula n. 322/STJ (“Para a repetição de indébito, 
nos contratos de abertura de crédito em conta-corrente, não se exige a prova do erro”).
A repetição nesse caso é na forma simples. Se o cliente pretender devolução em dobro, 
haverá de provar culpa ou má-fé da instituição financeira na cobrança indevida, nos termos 
do art. 42 do CDC ou do art. 940 do CC.
Cobrança Indevida de Tributos
A prova do erro é dispensada para casos de pagamento de tributos, pois, nesse caso, 
bastará a prova da ilegalidade ou da inconstitucionalidade. Afinal de contas, a obrigação aí 
não é regida pelo Código Civil, e sim pelo CTN, que pressupõe amparo legal e constitucional 
na obrigação.
Repetição de Indébito de Obrigação de Fazer ou de Não Fazer
No caso de a prestação indevidamente paga consistir em uma obrigação de fazer ou de 
não fazer, a repetição do indébito consistirá em indenização na medida do lucro havido pelo 
accipiens6.
Repetição de Indébito de Obrigação de Alienação de Imóvel
Se a prestação indevida consistir na alienação de imóvel (art. 879, CC), o pagador tem di-
reito à restituição do imóvel.
6 Accipiens é quem recebe a coisa.
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DIREITO CIVIL
Se o imóvel já tiver sido alienado onerosamente a terceiro, o pagador não terá direito a rei-
vindicar o bem, mas apenas o valor da alienação, acrescido – se tiver havido má-fé de quem 
recebeu o pagamento indevido (accipiens) – de indenização por perdas e danos.
Se, porém, o imóvel foi alienado a título gratuito ou se houve má-fé do terceiro, o pagadorterá direito a reivindicar o imóvel. Afinal de contas, nessas hipóteses, não se justifica prote-
ger o terceiro por força do princípio da proteção simplificada do agraciado7 e do princípio da 
boa-fé objetiva.
2.5. enriquecimento sem cAusA
Noções Gerais
“Enriquecimento sem causa” é sinônimo de “enriquecimento ilícito”, de “enriquecimento 
injusto” ou de “locupletamento ilícito”, embora a designação mais apropriada seja a primeira, 
que foi adotada pelo CC.
Vedar o enriquecimento sem causa é proibir que alguém se enriqueça, sem justa causa, à 
custa de outrem.
A vedação do enriquecimento sem causa é princípio geral de direito conhecido desde o di-
reito romano, plenamente aceito sob a égide do CC/1916 (apesar de este só ter contemplado 
o instituto de forma esparsa, sem dispositivos específicos) e atualmente regulamentado pelo 
CC de forma específica como um ato unilateral8.
No CC, o enriquecimento sem causa pode ser utilizado como um princípio geral9 ou pode 
ser empregado como o ato unilateral de que trata os arts. 884 ao 886 do CC. É dessa última 
acepção que estamos tratando aqui.
7 OLIVEIRA, Carlos Eduardo Elias de Oliveira. O princípio da proteção simplificada do luxo, o princípio da proteção simpli-
ficada do agraciado e a responsabilidade civil do generoso. Brasília: Núcleo de Estudos e Pesquisas/CONLEG/Senado, 
dezembro/2018 (Texto para Discussão n. 254). Disponível em: www.senado.leg.br/nepleg. Acesso em 4 dezembro 2018.
8 Os romanos já conheciam o instituto e designavam as ações voltadas contra o enriquecimento sem causa com “o nome 
genérico de condictiones. Podem ser citadas, entre as principais, a condictio indebiti, utilizada nos casos de pagamento 
por erro; a condictio causa data non secuta, para repetição de coisa dada por causa futura que não se verifica, como a 
restituição do dote quando o casamento não se realiza; e as condictiones sine causa, previstas para as hipóteses de paga-
mento efetuado sem causa direta e que se dividiam em várias espécies” (Gonçalves, 2010, p.618).
9 Em várias situações, a vedação do enriquecimento sem causa é invocada na jurisprudência na acepção de um princípio 
geral, e não na de ato jurídico unilateral. Citem-se alguns exemplos do STJ invocou: a) “tendo o servidor percebido seus 
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DIREITO CIVIL
Dever de Restituir o Ganho Ilícito e a Ação in rem verso
A consequência do enriquecimento sem causa é a obrigação de restituir o indevidamen-
te auferido. Se o objeto do enriquecimento ilícito for obrigação de fazer ou de não fazer (ex.: 
alguém aproveita-se, sem justa causa, de um serviço prestado), a obrigação de restituir do 
beneficiado consistirá no pagamento de indenização no valor correspondente ao seu enrique-
cimento. Se, porém, o objeto do enriquecimento sem causa for coisa determinada, o benefi-
ciado tem de restituir a coisa ou, caso inexistente, o seu valor equivalente à época em que foi 
exigida a restituição (art. 884 CC).
A ação in rem verso é também designada de ação de locupletamento ou ação de enrique-
cimento sem causa. É a ação por meio da qual se exige o dever de restituir o ganho ilícito. Ela 
é a ação cabível para que o lesado obtenha a restituição do valor, corrigido monetariamente, 
que enriquecera a outra parte.
Correção Monetária do Valor a Ser Devido
O valor a ser restituído deve ser sujeito à correção monetária. Trata-se de incidência obri-
gatória, até porque a atualização monetária não é um plus, e sim a manutenção do valor real 
da quantia e a adequada forma de evitar o enriquecimento sem causa do devedor. O termo 
inicial da correção será data do enriquecimento sem causa.
Requisitos da Ação in rem verso
Os requisitos da ação in rem verso são:
a) Enriquecimento do accipiens (do que lucrou): pode decorrer de um aumento patrimonial 
ou a obtenção de qualquer vantagem.
b) Enriquecimento deve ser à custa do solvens (do que sofreu prejuízo): sobre esse re-
quisito, há controvérsia acerca da necessidade de empobrecimento do solvens. Na linha de 
vencimentos conforme o serviço prestado, com inequívoca boa-fé, não há falar em devolução aos cofres públicos da 
quantia percebida, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração Pública. Precedentes do STJ” (REsp 1191888/RJ, 
2ª Turma, Rel. Ministro Hermam Benjamim, DJe 15/6/2011); b) “a correção monetária é devida, desde o vencimento do 
débito, pena de enriquecimento indevido do devedor” (REsp 160.794/SP, Rel. Ministro Carlos Alberto Menezes Direito, Rel. 
p/ acórdão Ministro Eduardo Ribeiro, DJ 28/8/2000).
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uma corrente doutrinária, não há obrigatoriedade de empobrecimento do solvens, conforme 
preconiza o Enunciado n. 35/JDC (“A expressão ‘se enriquecer à custa de outrem’ do art. 884 
do novo Código Civil não significa, necessariamente, que deverá haver empobrecimento”).
c) Nexo de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento (rectius, o prejuízo): 
o enriquecimento de uma parte e o empobrecimento (rectius, o prejuízo) da outra devem de-
correr do mesmo fato.
d) Ausência atual ou superveniente de justa causa (arts. 884 e 885, CC): é o requisito prin-
cipal, pois, se o enriquecimento decorreu de uma justa causa jurídica (como um contrato), não 
há falar em ação de enriquecimento sem causa (ação in rem verso).
e) Inexistência de ação específica (caráter subsidiário ou residual da ação in rem verso) 
(art. 886, CC): trata-se do caráter subsidiário da ação in rem verso. Só é cabível a ação in rem 
verso se não houver outra via cabível para a restituição do prejuízo sofrido. Por isso, caso 
tenha prescrito a pretensão específica prevista em lei, não poderá o lesado servir-se da ação 
in rem verso, sob pena de todas as demais ações serem consideradas enriquecimento sem 
causa. Assim, por exemplo, se o segurado não cobra da seguradora o valor da cobertura no 
prazo prescricional de 1 ano (art. 206, § 1º, II, CC), não pode ele astutamente valer-se de uma 
ação in rem verso, cujo prazo prescricional é de três, alegando que a seguradora teria se enri-
quecido sem justa causa ao ter recebido o prêmio e não ter pago a cobertura.
A propósito do último requisito (inexistência de ação específica), é importante realçar que, 
se houver obstáculo de fato à utilização da via específica prevista ao lesado, há inexistência 
fática de outra ação, a credenciar a ação in rem verso. Nesse sentido, o Enunciado n. 36/JDC 
(“O art. 886 do novo Código Civil não exclui o direito à restituição do que foi objeto de enrique-
cimento sem causa nos casos em que os meios alternativos conferidos ao lesado encontram 
obstáculos de fato”).
Casos Especiais
Aproveitamento Parasitário
O aproveitamento parasitário é o comportamento desleal de um empresário que, aprovei-
tando-se de elementos imateriais do concorrente, aufere proveito econômico. É o caso, por 
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exemplo, de um empresário que imita a marca de uma famosa empresa para, aproveitando-se 
da fama dela, obter maiores lucros.
O tema é tratado no direito empresarial e há discussão sobre a sua caracterização como 
um enriquecimento sem causa10.
Lucro da Intervenção
Definição e Fundamento
O “lucro da intervenção” ocorre quando alguém intervém em um direito de outrem sem 
consentimento e o utiliza para obter lucro. Essa intervenção pode se dar sobre direitos de pro-
priedade de bens corpóreos (ex.: uso do imóvel de outrem sem autorização), sobre proprieda-
de imaterial (ex.: uso de direito autoral ou propriedade industrial sem prévia autorização), ou 
sobre qualquer outro direito de outrem.
Um exemplo dado por Carlos Konder, com pequenas adaptações nossas, é o de um jóquei 
que furtivamente uso o cavalo de um terceiro para participar de uma corrida e ganha um ex-
pressivo prêmio e, em seguida, devolver o cavalo ileso. Nesse caso, não houve dano contra o 
dono do cavalo, pois o cavalo não sofreu lesão e, no exemplo, o terceiro não deixou de alugar 
o cavalo a um terceiro (não há lucro cessante, em nossa visão). O jóquei, porém, ganhou um 
prêmio financeiro intervindo ilicitamente no direito de propriedade do terceiro. Acontece que 
a vitória na corrida não se deveu apenas ao cavalo, mas também à habilidade, ao tempo e 
aos trabalhos do jóquei (como os procedimentos de inscrição na competição), de modo que 
é preciso calcular qual foi o grau de causalidade do cavalo na obtenção do prêmio. Supondo 
que possamos estimar que a presença do cavalo colaborou em 30% para a vitória no certame, 
podemos afirmar que 30% do prêmio financeiro corresponde a um lucro obtido ilicitamente 
pelo jóquei às custas do dono do cavalo. Esses 30% correspondem ao que a doutrina chama 
de “lucro da intervenção”. Se o terceiro costumeiramente alugasse o cavalo, poderíamos até 
falar em lucros cessantes pelo valor do aluguel: se essa indenização for de valor inferior a 
30% do prêmio, o “lucro da intervenção” corresponderia ao que exceder aos lucros cessantes.
10 Para aprofundamento, reportamo-nos à dissertação de mestrado de Rafael Neumayr (2010).
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Trata-se de um enriquecimento ilícito, vedado pelos arts. 884 ao 886 do CC, o que obri-
ga infrator a restituir o lucro indevidamente auferido às custas da vítima. Nesse sentido, é o 
enunciado n. 620/JDC (“Art. 884: A obrigação de restituir o lucro da intervenção, entendido 
como a vantagem patrimonial auferida a partir da exploração não autorizada de bem ou di-
reito alheio, fundamenta-se na vedação do enriquecimento sem causa”). Sobre o tema, des-
tacam-se os textos de Sérgio Savi (2012), Carlos Nelson Konder e Anderson Schreiber em 
coautoria com Rodrigo Guia Silva.
Não se trata de uma indenização (responsabilidade civil), e sim de uma restituição do lu-
cro ilícito (enriquecimento sem causa). Por isso, esses pleitos podem ser cumulados. E aler-
te-se que, como se trata de pleitos diversos, até o prazo prescricional é diferente para cada 
um deles: a prescrição para a pretensão de indenização na responsabilidade contratual é de 
10 anos, ao passo que a ação in rem verso (a ação de enriquecimento sem causa) prescreve 
em 3 anos (arts. 205 e 206, § 3º, IV, CC)11.
Também não se trata de um dano punitivo (punitve damage ou exemplary damage), pois o 
lucro da intervenção não se destina propriamente a punir, e sim a censurar o enriquecimento 
sem causa.
O STJ admite o dever de restituição do lucro da intervenção com base na vedação ao enri-
quecimento sem causa nos termos dos arts. 884 ao 886 do CC, conforme julgado envolvendo 
uma farmácia de manipulação que usou, sem prévia autorização, o nome e a imagem da atriz 
Giovanna Antonelli em campanha publicitária. O STJ reconheceu o direito dela a receber o “lu-
cro da intervenção”, ou seja, o valor correspondente ao lucro adicional que a farmácia auferiu 
com o uso do nome e da imagem da atriz. A farmácia “interveio” indevidamente no direito de 
imagem e de nome da atriz para obter “lucro”; por isso, tem de restituir o “lucro da interven-
ção”. O STJ entendeu ainda que essa lucro da intervenção é perfeitamente cumulável com o 
direito da atriz à indenização por dano material (não houve nenhum no caso) e por dano moral 
(no caso, foi concedido o valor de R$ 50.000,00 para a atriz) (STJ, REsp 1698701/RJ, 3ª Tur-
ma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 08/10/2018).
11 Convém lembrar que, no caso de responsabilidade civil extracontratual, o prazo prescricional seria de 3 anos por força 
da interpretação restritiva adotada pelo STJ do art. 206, § 3º, V, CC (STJ, EREsp 1281594/SP, Corte Especial, Rel. Ministro 
Benedito Gonçalves, Rel. p/ Acórdão Ministro Felix Fischer, DJe 23/05/2019).
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Quantificação
O arbitramento do valor do “lucro da intervenção” é tarefa difícil por ter de retratar o efetivo 
proveito econômico obtido pelo interventor. No julgado acima (caso da atriz), o STJ entendeu 
que o juiz não pode fixar um percentual aleatório sobre o faturamento apenas com base em 
regras de experiência, pois não é da experiência comum do magistrado lidar com atividades 
empresariais. Entendeu que era necessário deixar o arbitramento para liquidação de sentença 
para que um perito identifique o melhor método para arbitrar o “lucro da intervenção”, ou seja, 
o efetivo acréscimo de lucro obtido pelo interventor.
E, para tanto, o perito deverá aferir qual foi o grau de importância da campanha publi-
citária no aumento de lucro, tendo em vista que outros fatores podem ter contribuído para 
tanto, como o talento negocial do interventor e outros investimentos realizados. O valor a ser 
restituído a título de “lucro da intervenção” deve ser proporcional ao grau de contribuição da 
intervenção no efetivo proveito patrimonial auferido com a intervenção.
Além do mais, o perito deve levar em conta o “lucro patrimonial” (também chamado de 
“lucro subjetivo”), ou seja, o efetivo acréscimo patrimonial obtido, o que é calculado mediante 
a comparação da situação patrimonial antes e depois da intervenção.
Não se leva em conta, pois, o “lucro real ou objetivo”, que é apenas o “valor de merca-
do” que o interventor teria de ter pago se quisesse ter-se aproveitado do direito alheio. No 
exemplo acima, o “lucro real ou objetivo” seria o valor de mercado que a atriz cobraria para 
autorizar o uso do seu nome e da sua imagem em campanha publicitária. Conforme decidiu o 
STJ, o “lucro da intervenção” não diz respeito a esse “lucro real”, pois este já seria objeto da 
indenização por dano material (responsabilidade civil), e não da vedação ao enriquecimento 
sem causa.
Nesse ponto, temos uma ligeira ressalva pessoal.
Entendemos que o lucro da intervenção deve ser, no mínimo, correspondente ao “lucro real 
ou objetivo”, e isso não seria uma indenização, ou seja, não seria fundamentado na respon-
sabilidade civil, e sim na vedação ao enriquecimento ilícito. É que o dano materialé o efetivo 
desfalque patrimonial da vítima, fato não necessariamente presente na hipótese de lucro da 
intervenção: o titular do direito violado nem sempre sofre algum desfalque patrimonial, nem 
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mesmo a título de lucros cessantes. No exemplo da atriz supracitado, não se pode falar que a 
remuneração que ela deixou de perceber seja indenização por lucros cessantes, pois não se 
pode falar de nenhuma interrupção de um lucro que ela obteria se a intervenção não tivesse 
ocorrido. No caso da atriz, o que se deve dizer é que, ao usar o nome e a imagem da atriz sem 
consentimento, a farmácia está, no mínimo, se enriquecendo injustamente por não ter pago 
remuneração alguma por isso.
Portanto, temos que o “lucro da intervenção” deve corresponder ao “lucro patrimonial ou 
subjetivo”, o qual, no mínimo, deverá corresponder ao “lucro real ou objetivo”.
No caso acima da atriz, se a farmácia não tiver tido nenhum aumento do faturamento 
com a campanha publicitária (o lucro patrimonial foi zero ou negativo), ela deverá pagar à 
atriz o valor do “cachê” dela a título de “lucro da intervenção”, pois esse é o valor mínimo a 
ser respeitado. Se, porém, a farmácia tiver obtido possante aumento do faturamento única 
e exclusivamente por conta do uso da imagem e do nome da atriz, o “lucro da intervenção” 
corresponderá a esse acréscimo patrimonial, considerando que ele é maior do que o “cachê” 
que a atriz cobraria se a farmácia houvesse contratado com ela.
Em suma, o lucro da intervenção deve corresponder ao efetivo aumento patrimonial obti-
do única e exclusivamente por conta da intervenção indevida no direito alheio, respeitado, po-
rém, como valor mínimo, o preço de mercado que teria de ser pago se o interventor houvesse 
contratado com o titular do direito violado.
Cabe ainda mais um exemplo. Imagine que João use o cavalo de Zé à noite sem prévia au-
torização, tudo enquanto Zé estava dormindo. Zé não sofreu dano algum; logo, não há falar em 
indenização. João, porém, se enriqueceu ilicitamente por ter usado o cavalo sem pagar nada 
por isso. Nesse caso, em nome da vedação ao enriquecimento sem causa, Zé deverá pagar a 
João, no mínimo, o valor de mercado do aluguel de um cavalo (o que corresponde ao conceito 
de “lucro real ou objetivo” supracitado). Se o valor de mercado da locação do cavalo for de 
R$ 200,00, então esse é o valor a ser pago. Se Zé tiver obtido algum proveito econômico maior 
com o uso do cavalo – como na hipótese de ele ter cobrado R$ 1.000,00 para transportar algum 
cliente –, Zé teria de restituir esse proveito financeiro a João (o que seria o supracitado “lucro 
patrimonial ou subjetivo”). No exemplo, o “lucro da intervenção”, portanto, a ser restituído (pago) 
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por Zé seria de, no mínimo, R$ 200,00, caso Zé não tivesse obtido nenhum proveito maior. Seria, 
porém, de R$ 1.0000,00, caso Zé tivesse obtido esse proveito patrimonial12.
Caso Prático: Vedação da Incidência de Encargos Bancários sobre Valores 
a Serem Devolvidos por Instituições Financeiras ao Mutuário em Razão de Co-
branças Ilícitas
No caso de instituição financeira que, num contrato de empréstimo bancário (mútuo), co-
bra valores do consumidor com base em cláusulas contratuais nulas, cabe-lhe restituir esses 
valores pagos (repetição de indébito). O problema é saber se esses valores pagos deveriam 
ou não ser engordurados com os mesmos encargos que os bancos cobram nos empréstimos 
enquanto a devolução não se efetivar. É que, enquanto o banco permanece com o valor inde-
vidamente cobrado, ela obtém lucros, emprestando, por exemplo, esse dinheiro a terceiros a 
taxas de juros remuneratórios altíssimas.
O STJ analisou a matéria e, embora tenha reconhecido a possível existência de “lucro da 
intervenção” por parte do banco (que teria lucrado com a exploração econômica do dinheiro 
do consumidor), apontou para a dificuldade de calcular o lucro líquido efetivamente obtido 
pelo banco. O banco possui custos operacionais para explorar economicamente o dinheiro 
do mutuário, de maneira que calcular o lucro líquido é tarefa difícil. Em razão disso, o STJ se 
limitou a proibir que, a pretexto de “lucro da intervenção”, a repetição de indébito pelo banco 
se dê sob os mesmos encargos cobrados por este nos seus negócios. Para efeito de recurso 
repetitivo, foi fixada esta tese:
Tese aplicável a todo contrato de mútuo feneratício celebrado com instituição finan-
ceira mutuante: “Descabimento da repetição do indébito com os mesmos encargos do 
contrato” (REsp 1552434/GO, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, SEGUNDA 
SEÇÃO, julgado em 13/06/2018, DJe 21/06/2018)
12 No direito britânico, o “lucro real ou objetivo” corresponderia ao conceito de restitutionary damage, que exige um paga-
mento de uma remuneração razoável (razonable fee) pelo uso não consentido de um direito de outrem. Já o “lucro patri-
monial ou subjetivo” corresponderia ao disgorgement, que é a restituição do lucro ilícito auferido. Ambos os conceitos 
(restitutionary damage e disgorgement) integram o conceito de “gain-based damages”, que representa uma censura ao 
enriquecimento sem causa no direito britânico com apoio nas ideias de James Edelman.
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Pela leitura do voto do ministro relator no julgado acima – que foi o primeiro do STJ a ana-
lisar o tema do lucro da intervenção –, a questão parece ter ficado suscetível de reapreciação 
no futuro, quando houve um amadurecimento no trato do tema.
3. PreferênciAs e PriviléGios creditórios
3.1. noções GerAis
Os arts. 955 ao 965 do CC trata das preferências e dos privilégios creditórios, estabele-
cendo categorias de créditos que tem prioridade na sua satisfação em relação aos demais. 
Trata-se de conceito útil para o caso de insolvência civil de uma pessoa, quando os credores 
irão buscar a satisfação da dívida levando em conta a categoria prioritário do seu crédito.
3.2. irrelevânciA dA cAteGorizAção Antes dA declArAção de insolvênciA: 
PrincíPio do Prio in temPore Portio in iure vs PrincíPio dA PAr condictio 
creditorum
Entendemos que, antes da declaração de insolvência civil, não há relevância prática nessa 
categorização hierárquica dos créditos, pois vigora o princípio do prior in tempore, portio in 
iure (primeiro no tempo, mais forte no direito), de maneira que o crédito que gerar uma penho-
ra em primeiro lugar terá preferência na excussão da coisa constrita em relação a penhoras 
posteriores. Isso decorre do princípio da patrimonialidade, segundo o qual o devedor respon-
de com todos os seus bens, salvo restrições legais (art. 789, CPC), e do direito de preferência 
assegurado a quem penhorou em primeiro lugar fora dos casos de insolvência,conforme 
texto expresso do art. 797 do CPC.
É verdade que, quando se trata de garantias reais e até de patrimônio de afetação, o credor 
com garantia real tem preferência na excussão da coisa gravada, mas isso não decorre da 
categorização hierárquica dos créditos prevista nos arts. 955 ao 965 do CC, e sim do direito 
de prelação que é inerente aos direitos reais de garantia ou ao instituto do patrimônio de afe-
tação e que tem fundamento em outros dispositivos, como o art. 1.422 do CC (para direitos 
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reais de garantia) ou os artigos que preveem o patrimônio de afetação (a exemplo do art. 31-A 
da Lei n. 4.591/64).
Ocorrendo, porém, a declaração de insolvência, o pagamento dos credores deverá ser feito 
em observância à categorização hierárquica de preferências e privilégios creditórios nos ter-
mos do arts. 955 ao 965 do CC, caso em que será aplicável o princípio da par condictio credi-
torum13, também chamado de princípio da igualdade entre os credores de mesma condição, o 
qual será aplicado no regime da insolvência para dar iguais direitos aos credores integrantes 
da mesma classe preferencial. Entre os credores da mesma classe, o rateio deverá ser propor-
cional ao valor dos respectivos créditos se não houver bens suficientes para todos: o rateio 
não é pro rata, e sim proporcional (art. 962, CC)14.
Em caso de falência – que se aplica apenas para sociedade empresária –, a categorização 
hierárquica dos créditos é dada pela Lei de Falências (Lei n. 11.101/2005), e não pelos arts. 
955 ao 965 do CC.
3.3. cAteGorizAção HierárquicA dos créditos
Os títulos legais de preferência creditória são os privilégios e os direitos reais (art. 958, 
CC). Com base nisso, há duas classificações importantes.
A primeira é a classificação dos créditos quanto à existência de direitos reais. Sob essa 
ótica, os créditos podem ser classificados como:
a) Créditos reais: os que estão gravados por um direito real de garantia;
b) Créditos pessoais: os desvinculados de um direito real de garantia.
Os créditos reais prevalecem sobre os créditos pessoais, ao menos, em relação à excus-
são da coisa objeto da garantia real. Para tal efeito, os direitos do credor real se sub-roga no 
dinheiro pago a título de seguro ou de indenização no caso de perecimento, deterioração ou 
desapropriação da coisa onerada: trata-se de uma sub-rogação real (arts. 959, 960 e 961, CC).
A segunda classificação é a das espécies de créditos pessoais. Sob essa ótica, estes po-
dem ser:
13 A tradução pode ser feita como a de que “os credores de mesma condição estão em paridade”.
14 A título de curiosidade, esse regime de rateio proporcional também é adotado no caso da Lei de Falências (art. 91, pará-
grafo único, Lei n. 11.101/2005).
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a) Créditos pessoais privilegiados: são aqueles que possuem um privilégio geral ou especial;
b) Créditos pessoais simples: os que não possuem nenhum privilégio creditório.
Os privilégios creditórios decorrem de lei. Os privilégios gerais são aqueles que recaem 
sobre o patrimônio como um todo o credor, ao passo que o privilégio especial é o que incide 
sobre um bem específico do credor e depende de lei expressa (art. 963, CC). Diante da espe-
cialidade, o crédito com privilégio especial prevalece sobre o crédito com privilégio geral (art. 
961, CC).
Os privilégios especiais estão catalogados no art. 964 do CC, a exemplo do privilégio es-
pecial dado em favor do credor por benfeitorias necessárias e úteis sobre a coisa beneficia-
da. É preciso atentar para privilégios especiais contemplados em norma específica, como o 
crédito decorrente da nota de crédito rural e da duplicata rural (arts. 28 e 53, Decreto-Lei n. 
167/1967).
Já os privilégios gerais são listados hierarquicamente no art. 965 do CC, de modo que os 
créditos por despesas do funeral do devedor (primeiro da lista) têm preferência na excussão 
do patrimônio do devedor comparativamente aos créditos com as despesas com a doença 
que ceifou a vida do devedor (quarto lugar da lista).
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DIREITO CIVIL
RESUMO
Amigo(a), quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os exercí-
cios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu aprofundar o 
conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com as ques-
tões. De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familiaridade 
com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir às 
questões.
O resumo desta aula é este:
a) Há atos jurídicos unilaterais, que nascem apenas da vontade de uma pessoa. Os arts. 
854 ao 886 do CC disciplina alguns deles: a promessa de recompensa, a gestão de negócios, 
o pagamento indevido e o enriquecimento sem causa.
b) Pela promessa de recompensa, o promitente se compromete, por anúncios públicos, a 
recompensar ou gratificar quem preenche certa condição ou prestar certo serviço. O promi-
tente assume um dever jurídico nesse caso (art. 854 do CC).
c) Disciplinada nos arts. 861 ao 875 do CC, a gestão de negócio é o ato jurídico unilateral 
consistente na atuação de uma pessoa (o gestor ou o gerente) na administração de coisa 
alheia, sem prévia autorização ou obrigação legal, segundo a vontade e o interesse presumí-
vel do dono do negócio (o gerido).
d) O art. 866 do CC estabelece que o gestor responde por danos causados ao dono do 
negócio por “qualquer culpa na gestão”.
e) Disciplinado a partir dos arts. 876 e seguintes do CC, o pagamento indevido é ato unila-
teral consistente no dever de restituir a coisa recebida indevidamente ou por dívida condicio-
nal antes do implemento da condição.
f) Historicamente, desde o direito romano, o pagamento indevido sempre foi uma espécie 
de enriquecimento sem causa, mas, no regime do CC, se trata de uma figura diferente, pois o 
enriquecimento sem causa é tratado separadamente de modo residual e com a característica 
da subsidiariedade (art. 886, CC). Há repercussão prática nisso.
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g) Pode-se discutir, por exemplo, se o prazo prescricional da repetição de indébito pode 
ou não ser enquadrado no art. 206, § 3º, IV, do CC, que estabelece o prazo de 3 anos para “a 
pretensão de enriquecimento sem causa”.h) Pode-se discutir, por exemplo, se o prazo prescricional da repetição de indébito pode ou 
não ser enquadrado no art. 206, § 3º, IV, do CC, que estabelece o prazo de 3 anos para “a pre-
tensão de enriquecimento sem causa”. Nesse ponto, o STJ entendeu que isso não é possível, 
pois a repetição de indébito é uma pretensão própria, disciplinada nos arts. 876 e seguintes 
do CC, ao passo que o enriquecimento sem causa é tratado nos arts. 884 e seguintes do CC 
com a característica da subsidiariedade (STJ, EREsp 1523744/RS, Corte Especial Rel. Minis-
tro Og Fernandes, DJe 13/03/2019).
i) Súmula n. 322/STJ: “Para a repetição de indébito, nos contratos de abertura de crédito 
em conta-corrente, não se exige a prova do erro”.
j) “Enriquecimento sem causa” é sinônimo de “enriquecimento ilícito”, de “enriquecimento 
injusto” ou de “locupletamento ilícito”, embora a designação mais apropriada seja a primeira, 
que foi adotada pelo CC.
k) Os requisitos da ação in rem verso são:
• Enriquecimento do accipiens (do que lucrou): pode decorrer de um aumento patrimo-
nial ou a obtenção de qualquer vantagem.
• Enriquecimento deve ser à custa do solvens (do que sofreu prejuízo): sobre esse requi-
sito, há controvérsia acerca da necessidade de empobrecimento do solvens. Na linha 
de uma corrente doutrinária, não há obrigatoriedade de empobrecimento do solvens, 
conforme preconiza o Enunciado n. 35/JDC (“A expressão ‘se enriquecer à custa de ou-
trem’ do art. 884 do novo Código Civil não significa, necessariamente, que deverá haver 
empobrecimento”).
• Nexo de causalidade entre o enriquecimento e o empobrecimento (rectius, o prejuízo): o 
enriquecimento de uma parte e o empobrecimento (rectius, o prejuízo) da outra devem 
decorrer do mesmo fato.
l) Ausência atual ou superveniente de justa causa (arts. 884 e 885, CC): é o requisito prin-
cipal, pois, se o enriquecimento decorreu de uma justa causa jurídica (como um contrato), não 
há falar em ação de enriquecimento sem causa (ação in rem verso).
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Inexistência de ação específica (caráter subsidiário ou residual da ação in rem verso) (art. 
886, CC): trata-se do caráter subsidiário da ação in rem verso. Só é cabível a ação in rem ver-
so se não houver outra via cabível para a restituição do prejuízo sofrido. Por isso, caso tenha 
prescrito a pretensão específica prevista em lei, não poderá o lesado servir-se da ação in rem 
verso, sob pena de todas as demais ações serem consideradas enriquecimento sem causa. 
Assim, por exemplo, se o segurado não cobra da seguradora o valor da cobertura no prazo 
prescricional de 1 ano (art. 206, § 1º, II, CC), não pode ele astutamente valer-se de uma ação in 
rem verso, cujo prazo prescricional é de três, alegando que a seguradora teria se enriquecido 
sem justa causa ao ter recebido o prêmio e não ter pago a cobertura.
m) O “lucro da intervenção” ocorre quando alguém intervém em um direito de outrem sem 
consentimento e o utiliza para obter lucro. Essa intervenção pode se dar sobre direitos de pro-
priedade de bens corpóreos (ex.: uso do imóvel de outrem sem autorização), sobre proprieda-
de imaterial (ex.: uso de direito autoral ou propriedade industrial sem prévia autorização), ou 
sobre qualquer outro direito de outrem.
n) Enunciado n. 620/JDC: “Art. 884: A obrigação de restituir o lucro da intervenção, enten-
dido como a vantagem patrimonial auferida a partir da exploração não autorizada de bem ou 
direito alheio, fundamenta-se na vedação do enriquecimento sem causa.
o) O STJ admite o dever de restituição do lucro da intervenção com base na vedação ao 
enriquecimento sem causa nos termos dos arts. 884 ao 886 do CC (STJ, REsp 1698701/RJ, 3ª 
Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva, DJe 08/10/2018).
p) Os arts. 955 ao 965 do CC trata das preferências e dos privilégios creditórios, estabe-
lecendo categorias de créditos que tem prioridade na sua satisfação em relação aos demais. 
Trata-se de conceito útil para o caso de insolvência civil de uma pessoa, quando os credores 
irão buscar a satisfação da dívida levando em conta a categoria prioritário do seu crédito.
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QUESTÕES DE CONCURSO
questão 1 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) A promes-
sa de recompensa, a gestão de negócios, a doação e o enriquecimento sem causa são espé-
cies de atos unilaterais.
questão 2 (NC-UFPR/PROCURADOR/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA) O 
gato de estimação de Júlio fugiu de casa. Desolado, ele publicou anúncio em rede social, no 
qual se comprometia a recompensar quem encontrasse o animal perdido com uma expressi-
va quantia em dinheiro. A postagem viralizou e teve ampla divulgação na Internet. Acerca da 
situação acima descrita, assinale a alternativa correta.
a) A promessa feita tornou-se obrigatória a partir do momento em que se tornou pública, mas 
Júlio pode revogá-la, desde que não tenha estabelecido prazo para a localização do animal e 
contanto que expresse a revogação com a mesma publicidade dada à promessa.
b) A promessa feita é irrevogável e se tornou obrigatória a partir do momento em que publicada.
c) A promessa de recompensa feita em rede social não enseja uma obrigação jurídica. Caso o 
gato de Júlio seja encontrado, haverá apenas e tão somente obrigação moral de recompensar 
quem o encontrou.
d) A promessa feita tornou-se obrigatória a partir do momento em que se tornou pública, mas 
Júlio pode revogá-la, independentemente de ter estabelecido prazo para a localização do ani-
mal e contanto que expresse a revogação com a mesma publicidade dada à promessa.
e) Se Júlio revogar publicamente a oferta e um terceiro de boa-fé encontrar o gato, este não 
terá direito a qualquer recompensa ou indenização por eventuais despesas que incorreu para 
localizar o animal.
questão 3 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar ou gratificar a quem pre-
encha certa condição ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
questão 4 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a promessa, 
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independente de publicidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á 
que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
questão 5 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Se o ato contemplado na promessa for praticado por mais de um indivíduo, terá direito à re-
compensa o que primeiro o executou.
questão 6 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Sendo simultânea a execução, a cada um tocaráquinhão igual na recompensa; se esta não 
for divisível, conferir-se-á por sorteio, e o que obtiver a coisa dará ao outro o valor de seu 
quinhão.
questão 7 (VUNESP/PROCURADOR/UNICAMP/2018/ADAPTADA) Todo aquele que recebe 
dívida condicional antes de cumprida a condição fica obrigado a restituir.
questão 8 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE SÃO ROQUE-SP/2019/ADAPTADA) Àque-
le que voluntariamente recebeu pagamento indevido incumbe a prova de tê-lo feito por erro.
questão 9 (VUNESP/PROCURADOR/UNICAMP/2018/ADAPTADA) Àquele que voluntaria-
mente pagou o indevido é devida a restituição, independentemente de prova de tê-lo feito por 
erro.
questão 10 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) O devedor 
que efetua o pagamento de uma dívida prescrita pode exigir a repetição, provando que o fez 
por erro substancial.
questão 11 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE SÃO ROQUE-SP/2019/ADAPTADA) É per-
mitido repetir o que se pagou para solver dívida prescrita.
questão 12 (VUNESP/PROCURADOR/UNICAMP/2018/ADAPTADA) Pode-se repetir o que se 
pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
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questão 13 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE SÃO ROQUE-SP/2019/ADAPTADA) Fica 
isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como parte de dívida verda-
deira, inutilizou o título.
questão 14 (VUNESP/PROCURADOR/UNICAMP/2018/ADAPTADA) Terá direito à repetição 
aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei, desde que de 
boa-fé.
questão 15 (VUNESP/PROCURADOR/PREFEITURA DE VALINHOS-SP/2019/ADAPTADA) 
Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter fim ilícito, imoral, ou proi-
bido por lei. Neste caso, o que se deu
a) reverterá em favor de estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz.
b) terá que ser restituído com a atualização dos valores monetários a quem for devido.
c) se a coisa não mais subsistir, se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido a quem 
de direito.
d) será restituído em dobro, com atualização monetária e juros de mora, se o caso.
e) não caberá a ninguém a restituição por enriquecimento, se a lei permitir outro meio.
questão 16 (CESPE/TITULAR/CARTÓRIO TJDFT/2019/ADAPTADA) Joana, em crise de de-
pressão, contratou Jacinto para matá-la no dia 21/4/2018. Para tanto, foi convencionado 
como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana, o qual foi entregue a Jacinto 
em 15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e comunicou a de-
cisão a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e re-
quereu a restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de 
pagamento, ou a destinação do valor a entidade de beneficência. Com relação a essa situação 
hipotética:
No caso, uma vez que foi dada coisa para obtenção de fim ilícito, o juiz reverterá o valor pago 
por Joana em proveito de uma entidade de beneficência, a seu critério.
questão 17 (CESPE/TITULAR/CARTÓRIO/TJDFT/2019/ADAPTADA) Joana, em crise de de-
pressão, contratou Jacinto para matá-la no dia 21/4/2018. Para tanto, foi convencionado 
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como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana, o qual foi entregue a Jacinto 
em 15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e comunicou a de-
cisão a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e re-
quereu a restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de 
pagamento, ou a destinação do valor a entidade de beneficência. Com relação a essa situação 
hipotética:
A situação retrata a prática de promessa de recompensa por Joana.
questão 18 (CESPE/TITULAR/CARTÓRIO/TJDFT/2019/ADAPTADA) Joana, em crise de de-
pressão, contratou Jacinto para matá-la no dia 21/4/2018. Para tanto, foi convencionado 
como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana, o qual foi entregue a Jacinto 
em 15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e comunicou a de-
cisão a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e re-
quereu a restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de 
pagamento, ou a destinação do valor a entidade de beneficência. Com relação a essa situação 
hipotética:
Joana terá direito à repetição do que pagou, pois o ordenamento jurídico brasileiro veda o 
enriquecimento ilícito.
questão 19 (CESPE/TITULAR/CARTÓRIO/TJDFT/2019/ADAPTADA) Joana, em crise de de-
pressão, contratou Jacinto para matá-la no dia 21/4/2018. Para tanto, foi convencionado 
como forma de pagamento o veículo de propriedade de Joana, o qual foi entregue a Jacinto em 
15/4/2018. No dia da obrigação pactuada, Jacinto desistiu da tarefa e comunicou a decisão 
a Joana. Inconformada, ela propôs ação de repetição do indébito contra Jacinto e requereu a 
restituição de R$ 30.000, valor correspondente ao veículo entregue como forma de pagamento, 
ou a destinação do valor a entidade de beneficência. Com relação a essa situação hipotética:
Joana deverá demonstrar o erro pelo pagamento indevido para que lhe seja restituído o pa-
gamento efetuado.
questão 20 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE SÃO ROQUE-SP/2019/ADAPTADA) A res-
tituição será devida somente quando não tiver havido causa que justifique o enriquecimento.
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questão 21 (VUNESP/ADVOGADO/FITO/2020/ADAPTADA) A restituição é devida apenas 
quando a causa que justifique o enriquecimento deixou de existir.
questão 22 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) A restitui-
ção fundada em enriquecimento indevido será devida somente quando se provar a inexistên-
cia de causa que o justifique.
questão 23 (FEPESE/ASSISTENTE JURÍDICO/PREFEITURA DE ITAJAÍ-SC/2020/ADAPTADA) 
A restituição será integral quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, e 
reduzida pela metade, quando a causa do enriquecimento houver deixado de existir.
questão 24 (VUNESP/ADVOGADO/FITO/2020/ADAPTADA) Aquele que, sem justa causa, se 
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, pelo valor do 
bem na época em que foi exigido, sem atualização dos valores.
questão 25 (VUNESP/ADVOGADO/FITO/2020/ADAPTADA) Se o enriquecimento tiver por 
objeto coisa determinada, fica a critério do credor optar pela restituição do bem ou do valor 
do bem atualizado.
questão 26 (FEPESE/ASSISTENTE JURÍDICO/PREFEITURA DE ITAJAÍ-SC/2020/ADAPTADA) 
Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-
-la, e, se a coisa não mais subsistir, extinguir-se-á a obrigação de restituição.
questão 27 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARADE SÃO ROQUE-SP/2019/ADAPTADA) Ca-
berá a restituição por enriquecimento mesmo quando a lei conferir ao lesado outros meios 
para se ressarcir do prejuízo sofrido.
questão 28 (VUNESP/ADVOGADO/FITO/2020/ADAPTADA) Caberá a restituição por enrique-
cimento ainda que a lei conferir ao lesado outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.
questão 29 (FEPESE/ASSISTENTE JURÍDICO/PREFEITURA DE ITAJAÍ-SC/2020/ADAPTADA) 
Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado outros meios para se 
ressarcir do prejuízo sofrido.
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DIREITO CIVIL
questão 30 (VUNESP/ADVOGADO/FITO/2020/ADAPTADA) Para configurar o enriquecimen-
to sem causa de uma das partes não é necessário haver o empobrecimento da outra.
questão 31 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) Não se fala 
em enriquecimento sem causa quando há obtenção de uma vantagem exclusivamente moral.
questão 32 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) Pode-se 
dizer que o pagamento indevido é uma espécie de enriquecimento sem causa e, portanto, 
fonte de obrigações, em virtude de lei, independentemente do ajuste das partes.
questão 33 (FEPESE/ASSISTENTE JURÍDICO/PREFEITURA DE ITAJAÍ-SC/2020/ADAPTADA) 
Prescreve em cinco anos a pretensão para o ressarcimento de enriquecimento sem causa.
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DIREITO CIVIL
GABARITO
1. E
2. a
3. C
4. E
5. C
6. C
7. C
8. E
9. E
10. E
11. E
12. E
13. C
14. E
15. a
16. C
17. E
18. E
19. E
20. E
21. E
22. E
23. E
24. E
25. E
26. E
27. E
28. E
29. C
30. C
31. E
32. C
33. E
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DIREITO CIVIL
GABARITO COMENTADO
questão 1 (VUNESP/PROCURADOR/CÂMARA DE MAUÁ-SP/2019/ADAPTADA) A promes-
sa de recompensa, a gestão de negócios, a doação e o enriquecimento sem causa são espé-
cies de atos unilaterais.
Errado.
A doação é um contrato e, portanto, é um negócio jurídico bilateral (depende de duas ou mais 
vontades para se aperfeiçoar). Os demais casos citados na questão, porém, são atos unilate-
rais, pois só dependem de uma vontade para nascer, e, por isso, estão disciplinados no Título 
do Código Civil dedicado aos Atos Unilaterais (arts. 854 ao 886, CC).
questão 2 (NC-UFPR/PROCURADOR/PREFEITURA DE CURITIBA-PR/2019/ADAPTADA) O 
gato de estimação de Júlio fugiu de casa. Desolado, ele publicou anúncio em rede social, no 
qual se comprometia a recompensar quem encontrasse o animal perdido com uma expressi-
va quantia em dinheiro. A postagem viralizou e teve ampla divulgação na Internet. Acerca da 
situação acima descrita, assinale a alternativa correta.
a) A promessa feita tornou-se obrigatória a partir do momento em que se tornou pública, mas 
Júlio pode revogá-la, desde que não tenha estabelecido prazo para a localização do animal e 
contanto que expresse a revogação com a mesma publicidade dada à promessa.
b) A promessa feita é irrevogável e se tornou obrigatória a partir do momento em que publicada.
c) A promessa de recompensa feita em rede social não enseja uma obrigação jurídica. Caso o 
gato de Júlio seja encontrado, haverá apenas e tão somente obrigação moral de recompensar 
quem o encontrou.
d) A promessa feita tornou-se obrigatória a partir do momento em que se tornou pública, mas 
Júlio pode revogá-la, independentemente de ter estabelecido prazo para a localização do ani-
mal e contanto que expresse a revogação com a mesma publicidade dada à promessa.
e) Se Júlio revogar publicamente a oferta e um terceiro de boa-fé encontrar o gato, este não 
terá direito a qualquer recompensa ou indenização por eventuais despesas que incorreu para 
localizar o animal.
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Letra a.
A promessa de recompensa, ao ser feita por anúncios públicos, torna-se obrigatória (arts. 854 
e 855, CC), mas pode ser revogada pela mesma publicidade se não tiver sido fixado um prazo 
(art. 856 do CC). Veja:
Art. 854. Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar, a quem 
preencha certa condição, ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
Art. 855. Quem quer que, nos termos do artigo antecedente, fizer o serviço, ou satisfizer a condição, 
ainda que não pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada.
Art. 856. Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a pro-
messa, contanto que o faça com a mesma publicidade; se houver assinado prazo à execução da 
tarefa, entender-se-á que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Parágrafo único. O candidato de boa-fé, que houver feito despesas, terá direito a reembolso.
b) Errada. É revogável pela mesma publicidade, salvo se tiver fixado prazo (art. 856, CC).
c) Errada. Rede social também é um anúncio público; logo, a promessa de recompensa feita 
por ela também é obrigatória (art. 854, CC).
d) Errada. Se houver prazo, não pode revogar por se presumir que o promitente renunciou o 
direito ao arrependimento durante esse período (art. 856, CC).
e) Errada. O terceiro de boa-fé tem direito a, no mínimo, ser indenizado pelas despesas feitas 
(art. 856, parágrafo único, CC).
questão 3 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar ou gratificar a quem pre-
encha certa condição ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido.
Certo.
É o art. 854, CC.
questão 4 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Antes de prestado o serviço ou preenchida a condição, pode o promitente revogar a promessa, 
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Carlos Eduardo Elias de Oliveira
Atos Unilaterais
DIREITO CIVIL
independente de publicidade; se houver assinado prazo à execução da tarefa, entender-se-á 
que renuncia o arbítrio de retirar, durante ele, a oferta.
Errado.
A revogação tem de ser pela mesma publicidade, ao contrário do dito na questão (art. 858, 
CC).
questão 5 (CONSULPLAN/PROCURADOR/PREFEITURA DE VIANA-ES/2019/ADAPTADA) 
Se o ato contemplado

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