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Infiltração de agentes ECA

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LEI N. 13.441/2017 – INSTITUIU A NOVA TÉCNICA INVESTIGATIVA NA INTERNET A Lei n. 13.441/2017 instituiu a chamada “infiltração policial virtual”, uma nova técnica investigativa que pode ser feita na internet. 
As normas sobre essa infiltração policial virtual estão discriminadas entre os arts 190-A a 190-E do ECA. Essa técnica será utilizada quando houver indícios de determinados crimes relacionados à pornografia infantil, tais como: 
• Arts. 240 a 240-B do ECA. • Art. 154-A do Código Penal. 
• Crimes contra a dignidade sexual de criança ou adolescente. Exemplo: surgem indícios de que alguém está produzindo material pornográfico envolvendo criança ou adolescente para vender. Essa informação chega ao Delegado de Polícia ou ao Ministério Público.
Nesse caso, quando a autoridade policial é quem tem conhecimento do crime, realizará uma representação e pedirá autorização ao juiz para que um policial possa se infiltrar e investigar o crime. Já quando quem tem conhecimento é o MP, o promotor requer autorização para a infiltração policial. 
O juiz pode deferir ou indeferir a infiltração policial virtual, pois esta é considerada a ultima ratio das provas. Com a autorização judicial, o policial contará com um prazo máximo para que possa permanecer infiltrado. Esse prazo é de 90 dias, mas é possível que seja renovado desde que não exceda o prazo máximo de 720 dias. 
De acordo com o ECA, o relatório policial que for produzido ao longo do período de infiltração permanecerá em autos apartados do inquérito policial. Além disso, toda a infiltração será sigilosa e eletrônica. Apesar desse relatório permanecer em autos apartados, o juiz e o MP podem requerer relatórios parciais dessa investigação, que são enviados pelo Delegado de Polícia. 
Tópico 01: Quais os crimes que a nova lei permitiu a infiltração virtual policial? São eles: • ECA: – Art. 240 (utilização de menor em cena pornográfica). – Art. 241 (comércio de material pedófilo). – Art.241-A (difusão da pedofilia). – Art.241-B (posse de material pornográfico). – Art.241-C (simulacro de pedofilia). – Art.241-D (aliciamento de menores). • Código Penal: – Art. 154-A (invasão de dispositivo de Informática). – Art. 217-A (estupro de vulnerável). – Art. 218 (corrupção de menores). – Art. 218-A (satisfação de lascívia). – Art. 218-B (prostituição infantil).
Obs.: Há uma grande discussão na doutrina a respeito da taxatividade desse rol. Existem vários artigos escritos no sentido de que esse rol é taxativo, ou seja, a infiltração policial virtual só será permitida quando houver a investigação da prática de um dos crimes listados acima. Tópico 02: Quem pode pedir? • Representação da autoridade policial. • Requerimento do MP. Tópico 03: Prazos • Não poderá exceder o prazo de 90 dias. • Eventuais renovações: totalizando 720 dias. Obs.: É importante lembrar que os prazos de 90 e 720 dias não podem ser somados. Na realidade, o prazo máximo das renovações não pode exceder os 720 dias. Tópico 04: Características da Infiltração 1. Prova subsidiária. 2. Sigiloso. 3. Rol taxativo. 4. Técnica especial.
ATENÇÃO A lei de Drogas, a Lei de Organização Criminosa e a Convenção de Palermo permitem a infiltração policial no meio físico. Agora com o advento da referida lei, há a infiltração virtual, normatizada pelo ECA.
Segundo a lei, “concluída a investigação, todos os atos eletrônicos praticados durante a operação deverão ser registrados, gravados, armazenados e encaminhados ao juiz e ao Ministério Público, juntamente com relatório circunstanciado.” Tais atos, deverão ser “reunidos em autos apartados e apensados ao processo criminal juntamente com o inquérito policial, assegurando-se a preservação da identidade do agente policial infiltrado e a intimidade das crianças e dos adolescentes envolvidos.”

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