Buscar

UNIDADE 1 - DESAFIOS CONTEMPORANEOS


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 1/32
Autoria: Dra. Luísa Maria Silva Dantas
Revisão técnica: Dr. Marcelo Flório
DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS
SOMOS TODOS
CIDADÃOS?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 2/32
Introdução
Ao ouvir as palavras cidadão e cidadania, é comum nos remetermos às ideias de
cidade e de participação dos indivíduos em sua sociedade. Além disso,
cidadania também está associada à concepção de direitos que conformam uma
vida digna, ou seja, o cidadão vive em uma coletividade, a sociedade, participa
dela e possui direitos e deveres que lhe garantem uma vida digna. Essa poderia
ser uma maneira de de�nir o que é cidadania, ligada à um coletivo de pessoas
que atuam na sociedade de forma democrática e igualitária. Contudo, ao olhar ao
nosso redor, será mesmo que todos os indivíduos de nossa sociedade
participam ativamente das decisões que envolvem suas cidades, estados e a
nação brasileira? Ou ainda, todas essas pessoas, que poderiam ser consideradas
cidadãos, exercem de fato a cidadania? Em outras palavras, possuem as
condições necessárias a uma vida digna? A igualdade, tão clamada e defendida
pela sociedade moderna está de fato sendo defendida e praticada em nossa
sociedade?
Neste capítulo, vamos estudar as origens dessas ideias que parecem tão
naturalizadas em nosso dia a dia, entender como foram instituídas e quais são
os principais desa�os para uma sociedade justa e igualitária na
contemporaneidade. Acompanhe esse capítulo com atenção.
Bons estudos!
Tempo estimado de leitura: 51 minutos.
A palavra cidadania ou o que ela representa, nem sempre existiu ou teve o
mesmo signi�cado em diferentes lugares e ao longo do tempo. A concepção de
cidadania a qual nos referimos é localizada no mundo ocidental e teve sua
consolidação com o surgimento do mundo moderno, pautado nos ideais da
1.1 Construção da cidadania
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 3/32
razão, da ciência e da ampliação da participação política, que motivaram
importantes revoluções, inicialmente, no contexto europeu, nos séculos XVIII, XIX
e XX.
Outra ideia e valor importante, também surgido na modernidade, é o próprio
conceito de indivíduo, entendido enquanto um sujeito de direitos e envolto aos
ideais  de  igualdade  e  liberdade  que  con�guraram  os  Estados  democráticos 
e capitalistas, com a formação da sociedade civil e a proteção da propriedade
privada. O antropólogo francês Louis Dumont (1911-1998) identi�ca o
individualismo como a ideologia da modernidade, ou seja, o conjunto de ideias
em que o indivíduo é colocado como um valor central, posto que a ideologia é o
modo como diferentes grupos sociais atribuem sentido às suas experiências no
mundo. Vamos, a seguir, apresentar uma breve história da cidadania no contexto
mundial.
As possíveis origens da cidadania remetem à antiguidade e aos contextos de
Roma e Grécia, posto que nas cidades-estados desses países foram
identi�cadas as primeiras formas de participação da população nas decisões da
cidade. Apesar de cada integrante ter direito de voz e voto, apenas os
considerados como cidadãos tinham este privilégio. Cidadãos eram apenas os
homens, livres e com propriedades. Mulheres, escravos, artesãos e comerciantes
estavam excluídos dessa classi�cação.
Contudo, um conjunto de transformações ocorridas desde o século XV com a
Expansão Marítima, Reforma Protestante no século XVI, além da Revolução
Cientí�ca (século XVII), Independência dos Estados Unidos (1776), Revolução
Francesa (1789), Revolução Industrial (�nal do século XVIII) e urbanização do
mundo ocidental, provocaram mudanças profundas que promoveram o �m da
Idade Média e o advento da Modernidade.
1.1.1 Breve história da cidadania
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 4/32
Figura 1 - Revolução Francesa, quando burgueses e camponeses uniram-se para depor o Estado
Absolutista
Fonte: Oleg Golovnev, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma pintura
retratando uma mulher segurando uma bandeira
e uma arma. Há homens caídos no chão,
enquanto outros estão ao redor, também
armados. Trata-se de uma cena de guerra e
conquista.
O momento que instaura a modernidade pode ser caracterizado pela
consolidação da burguesia enquanto grupo central, pois além do poder
econômico acumulado com a expansão marítima e a posterior compra de
fábricas, este grupo também conquistou o poder político, antes concentrado na
aristocracia rural e na igreja católica. A mudança de gestão e organização
política trouxe o surgimento do Estado Moderno, que concentrou o aparato
administrativo, jurídico e de segurança das novas Nações. E também os ideais de
liberdade e igualdade para todos os indivíduos inseridos em cada território.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 5/32
Então, desde a noção de cidadania que apenas abarcava homens abastados em
Roma e Grécia, passando por quase nenhuma incidência no período feudal, é na
modernidade, principalmente com a elaboração da Declaração de Independência
dos Estados Unidos da América (1776) e a Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão (1789), elaborada na França, que a cidadania, na forma como é
pensada e vivenciada por nós atualmente, foi inaugurada.
Juntamente às transformações políticas, a sociedade e a economia também
foram bastante abaladas com a possibilidade de participação nas decisões que
envolviam estados, regiões e países e com a industrialização e urbanização que
o mundo ocidental experimentava a partir do século XVIII. O modo de produção
capitalista, pautado pela formação de um grupo que vendia a sua mão de obra
para os donos das máquinas e fábricas em troca de um salário, gerou a classe
trabalhadora, primeiro grupo que passou a organizar-se coletivamente para a
conquista de direitos visando melhorar suas condições de vida e trabalho.
Portanto, praticando uma das dimensões da cidadania, que é a luta por direitos
civis, políticos e sociais.
O sociólogo britânico Thomas Humphrey Marshall (1893-1981), em sua obra
“Cidadania, classe social e status”, de 1950, (ARAÚJO, BRIDI e MOTIM, 2013),
focada no contexto industrial inglês, defendia que a busca pela efetivação dos
direitos era a condição principal para a cidadania, e os classi�cou em três
grupos:
Os �lósofos ingleses Thomas Hobbes (1588-1679) e John Locke (1632-
1704), e o franco-suíço Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) são
conhecidos como contratualistas por defenderem que o surgimento do
Estado Moderno é resultado de um contrato social, em que os homens
viveriam em um estado de natureza e decidiram abrir mão de sua total
liberdade para a constituição da sociedade civil. Contudo, estes �lósofos
divergiam quanto ao estado de natureza e a função do Estado. Para
Hobbes, esta instituição viria para evitar uma guerra de todos contra
todos; para Locke, atuaria como um juiz, já para Rousseau foi a instituição
da propriedade privada que provocou o surgimento do Estado, posto que o
estado de natureza seria o Éden, da felicidade plena.
VOCÊ O CONHECE?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 6/32
Com isso, temos uma pequena contextualização da cidadania de modo global,
mas e quanto ao Brasil? Acompanhe no próximo tópico.
A cidadania no Brasil é um assunto bastante delicado, mas como emqualquer
outro contexto, é importante saber a história de nosso país e os caminhos que
foram e continuam sendo traçados a favor ou contrários à ampliação da
cidadania dos brasileiros. Diferentemente do contexto europeu, em que as
revoluções burguesas, a valorização da ciência e da razão e os movimentos
operários contribuíram para a consolidação da igualdade e participação política
Direitos civis
1
Relacionados à liberdade de expressão, de
prática religiosa e direito de propriedade.
Direitos políticos
2
Relacionados à possibilidade de opinar e de
ocupar cargos políticos.
Direitos sociais
3
Voltados para a garantia de dignidade de
cidadãos à margem da sociedade.
1.1.2 Cidadania no Brasil
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 7/32
de sua população desde o século XVIII, por aqui o percurso se deu
posteriormente, in�uenciado pelos acontecimentos do além-mar, ou seja, pela
expansão marítima europeia.
Se a cidadania diz respeito à participação popular na vida
política de um Estado- Nação e o exercício de direitos civis,
políticos e sociais, nosso país esteve bastante aquém de
alcançá-la. Primeiro, porque africanos e indígenas foram
escravizados durante pelo menos três séculos, tendo a
escravidão abolida apenas um ano antes da Proclamação da
República, em 1888. Além disso, para �carmos apenas no
exemplo de direitos políticos, no Brasil, apenas em 1934 foi
permitido às mulheres votar e somente com a Constituição de
1988 os analfabetos conquistaram este direito.
Desde a primeira Constituição (1891) até a atual (1988), o
Estado brasileiro assumiu várias feições, de ser sustentado e
ocupado apenas por ruralistas, quando o voto era aberto e
vigiado (“voto de cabresto”), passando pela Era Vargas (1930-
1945), uma iniciante democracia, 20 anos de ditatura militar
(1964-1984), até alcançarmos o retorno ao regime
democrático de direito (1985). Nesse percurso, os direitos
políticos foram conquistados por grande parte da sociedade,
mas os direitos civis e sociais ainda se manifestam como um
grande desa�o para os movimentos sociais e os indivíduos
que defendem uma ampla cidadania como condição para um
mundo mais justo e igualitário.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 8/32
Vamos tomar como exemplo a população negra. Apesar da liberdade de culto
religioso ser um direito civil garantido pela Constituição de 1988, é comum as
mídias registram casos de assassinatos e violências a líderes e casas de religião
de matriz africana. Quanto aos direitos sociais, institutos de pesquisa, como o
Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE), divulgam dados que
comprovam o assassinato de grande parte da juventude, o encarceramento da
população negra e a violência contra as mulheres, principalmente negras.
Na resistência a favor da vida e da dignidade da população excluída dos meios
de subsistência e integração social, o Brasil conta com extenso número de
movimentos sociais, sindicatos, associações e organizações não
governamentais, que atuam questionando e pressionando projetos e leis
aprovados e postos em prática pelos poderes legislativo, executivo e também
judiciário, visando a efetivação de políticas públicas e sociais que de fato
reconheçam a cidadania da maioria da população brasileira.
Educação, saúde, moradia, trabalho, lazer, esporte e segurança são
direitos garantidos a todos os cidadãos brasileiros pela Constituição
Federal de 1988. Ainda que na teoria isso seja de conhecimento, na
prática, esses direitos estão longe de serem garantidos pelo Estado,
fazendo com que uma parcela da população recorra aos serviços
privados, e a maioria simplesmente viva cotidianamente sem acessá-los,
ainda que a existência dos impostos seja justi�cada para garanti-los.
VOCÊ SABIA?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs1… 9/32
Figura 2 - Exemplo de ocupação irregular muito comum no Brasil devido à falta de moradia em melhores
condições
Fonte: De Visu, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um lugar
precário. Trata-se de uma casa construída de
maneira arranjada com cortinas e toalhas
forrando o telhado. Há lixo ao redor e um varal
com roupas estendidas. Um homem está
agachado na entrada do local. Ao fundo, pode-se
observar vegetação.
Ao longo do tempo, os movimentos sociais também foram mudando sua
organização e forma de atuação. Se na metade do século XX se proliferou
grande número de sindicatos representativos da classe trabalhadora, com forte
estrutura hierárquica e práticas de pan�etagem para a organização de passeatas
e greves, atualmente, com o desenvolvimento de novas tecnologias, os
movimentos encontram-se cada vez mais horizontais e abarcando maiores
escalas via mídias digitais que tem capacidade para conectar pessoas nos mais
distantes lugares do globo. As manifestações de junho de 2013, bem como
outras da contemporaneidade, foram articuladas e disseminadas de tal modo.
Vamos continuar nossos estudos com o tema direitos humanos.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 10/32
Para entender o que são e como surgiu os direitos humanos, precisamos
contextualizar historicamente de qual momento e local estamos falando. Vimos
que o conceito de cidadão foi se transformando, pois nem sempre abarcou todas
as pessoas que compunham determinada sociedade, já que durante muito
tempo apenas eram considerados cidadãos os homens, livres e com
propriedades.
A concepção de direitos humanos, que nos referimos com tanta naturalidade, foi
desenvolvida na modernidade, quando as revoluções burguesas depuseram os
regimes absolutistas e a democracia, caracterizada pela soberania popular, foi
estabelecida. O surgimento dos Estados Democráticos, a partir do século XVII no
contexto europeu, institucionalizou a sociedade civil e impulsionou o surgimento
de direitos e deveres para a manutenção e organização da sociedade. A ideia de
cidadania está atrelada a este cenário de ampliação da participação política e da
conquista de direitos: “na sua acepção mais ampla, cidadania é a expressão
concreta do exercício da democracia” (PINSKY; PINSKY, 2010, p.10).
Historicamente, os direitos foram associados e restritos aos grupos dominantes
e a ampliação para o conjunto maior da sociedade está ligada à modernidade e
suas transformações políticas, sociais e econômicas. Os direitos humanos da
contemporaneidade se pretendem universais, indivisíveis, interdependentes e
inter- relacionados.
A seguir, vamos apresentar e discutir alguns aspectos históricos e sociológicos
dos direitos humanos.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada originalmente em 10 de
dezembro de 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU, 2009), é
considerada o marco regulatório decisivo para a implementação e �scalização
dos direitos humanos no mundo ocidental moderno. A ONU surgiu em 1945, ano
em que terminou a Segunda Guerra Mundial, com o intuito de incentivar o diálogo
entre as nações e evitar novas catástrofes mundiais. Nesse sentido, a declaração
dos direitos humanos foi um documento importante para enfatizar o caráter
1.2 Os Direitos Humanos
1.2.1 Aspectos históricos e sociológicos dos Direitos Humanos
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 11/32
universal  dos direitos, levando em consideração a pluralidade dos povos, bem
como a sub- representatividade de determinados grupos nas esferas de poder e
prestígio.
A defesa pela igualdade eliberdade dos indivíduos foi uma das principais
bandeiras ainda nas revoluções liberais-burguesas nos séculos XVII e XVIII.
Àquela época, o grupo que conseguiu acumular renda, mas que ainda era
desprovido de poder e participação política, uniu-se ao povo, os desprovidos de
privilégios, mas obrigados a pagar altos impostos para os nobres, para o rei e
para a igreja, para ter mais forças e conseguir realizar tais revoluções. Ao
garantirem sua vitória, a burguesia aos poucos foi agindo contrariamente à
consolidação de direitos para o povo, posto que não mais precisava de seu
apoio, mas agora da exploração de suas vidas e trabalho para desenvolver o
sistema capitalista.
Nesse período, começaram a ser disseminadas as correntes do socialismo e do
comunismo entre a classe trabalhadora, que passou a organizar-se na forma de
partidos e sindicatos e lutar por melhores condições de trabalho A primeira
metade do século XX foi marcada então pela divisão do globo entre países
capitalistas e socialistas, culminando no surgimento de estados fascistas e
totalitários e na Segunda Guerra Mundial.
Nas práticas de colonização promovidas pela Europa na América Latina, África e
Ásia também podemos identi�car a desumanização dos povos dominados, que
tiveram sua cultura, língua, economia e religião negligenciados e combatidos em
prol da ocidentalização do mundo. Outro exemplo de violência contra a
universalidade da humanidade pôde ser observada no regime nazista alemão
que, baseado em uma ideia de supremacia racial, também dizimou milhões de
pessoas e implementou os campos de concentração.
No �lme Norma Rae (FRANK JR; RAVETCH, 1979), a protagonista vem de
uma família com gerações de trabalhadores da indústria têxtil e a partir do
contato com um ativista passa a questionar as condições de trabalho e
propor a organização de um sindicato.
VOCÊ QUER VER?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 12/32
Outro desa�o a partir da Declaração Universal dos Direitos Humanos é de que
todos os indivíduos  “são iguais  perante a lei”,  além de  livres para expressarem 
suas opiniões e cultuarem a religião que escolherem. Bom, basta olharmos
qualquer reportagem e/ou relato do cotidiano para percebermos que a justiça
não se aplica de maneira igualitária, independente da cor/etnia, classe social,
gênero, nacionalidade, orientação sexual, opção política-ideológica etc. Também
temos os casos de “prisioneiros da consciência”, ou seja, pessoas que foram
presas por se manifestarem contrariamente a governos totalitários, como
durante a ditadura militar no Brasil. E quanto à religião, casos de repressão às
suas manifestações, como o uso no véu na França por muçulmanas, que foi
repreendido, ou os casos de depredação de casas de religião de matriz africana
no Brasil.
No Brasil foi instituída uma Comissão Nacional da Verdade (CNV), em
2011, durante o governo de Dilma Rousseff, para investigar violações aos
direitos humanos cometidos entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro
de 1988, abarcando o primeiro período democrático do país (1946-1964),
a ditadura militar (1964-1984), o retorno à democracia (1985) e a
instituição da atual Constituição Federal (1988).
VOCÊ SABIA?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 13/32
Figura 3 - Praticante de religião de matriz africana, que apesar de estar garantida pela constituição
brasileira, continuam sofrendo violência
Fonte: Vitoriano Junior, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher de
vestido volumoso branco e turbante, também
branco. Ela está de costas, à direita. Ao fundo,
pode-se observar uma construção de madeira,
com um pano florido pendurado e uma bandeira
com um anjo pintado.
Então, é pertinente nos determos na a�rmação de John Dewey que o historiador
Marco Mondaini (2009, p. 159) nos traz à tona: “Se você quer estabelecer a
concepção de uma sociedade, descubra quem está na prisão”. Essa a�rmação é
importante para que possamos avaliar se os ideais de justiça social, paz,
diversidade cultural e respeito aos direitos humanos estão sendo exercidos nos
diferentes países.
No próximo tópico, vamos discutir as assimetrias entre o Brasil de direito,
caracterizado pelas leis, e o de fato, fundamentado na prática cotidiana.
O caminho percorrido pelos Estados Unidos, Inglaterra e França, é de conquista
de direitos civis – as liberdades individuais (século XVII e XVIII), depois direitos
políticos – igualdade política (século XIX), e direitos sociais – igualdade social
1.2.2 Brasil Legal x Brasil Real
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 14/32
(século XX). No Brasil, houve inicialmente, alguns ganhos sociais, como a
consolidação das leis trabalhistas (CLT), em 1943, durante o governo de Getúlio
Vargas, para que posteriormente fossem conquistados direitos civis e políticos,
principalmente após a ditadora militar, em 1984, quando foi (re)instituído no
Brasil o Estado Democrático de Direito.
Em termos legais, o Brasil se coloca como um dos países com legislação mais
avançada da América Latina, contudo percebemos grande contradição entre o
campo “legal” e o “real”, ou seja, apesar de uma constituição e leis que garantem
a igualdade, liberdade e dignidade de todos os cidadãos, os direitos
fundamentais como saúde, moradia, segurança, transporte, lazer e educação são
escassos a ampla parcela da população.
A dinâmica social contemporânea, ainda que imbuída em um cenário de direitos
e normas jurídicas estabelecidas, se passa como se ainda vivêssemos na idade
média, quando o poder econômico e político eram determinados pelo
nascimento, já que mesmo com a igualdade presente nas leis, não há meios
adequados para que pessoas de diferentes estratos sociais alcancem os lugares
mais prestigiados da sociedade. Mesmo que a justi�cativa não seja mais os
“desígnios de deus”, a estrati�cação ou desigualdade social é uma das
características mais evidentes de nosso país.
Pessoas são tratadas de forma distinta conforme os marcadores de diferença,
classe, cor e gênero, por exemplo. O aparato público é utilizado com �ns privados
e o coronelismo ainda se apresenta como uma das principais práticas políticas.
Esse clientelismo que deveria ter acabado com a instituição da democracia e
ampliação da cidadania ainda não foi exterminado, já que os políticos atuais são
Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada (JESUS, 2014) é um livro em
que são editados os diários de Carolina Maria de Jesus, uma mulher
negra, migrante de Minas Gerais, papeleira e moradora de uma favela em
São Paulo, na década de 1950. O livro retrata o cotidiano de miséria,
privações e a sociabilidade da escritora, sua família e vizinhos,
explicitando as trajetórias de pessoas à margem da cidadania e dos
direitos fundamentais no Brasil.
VOCÊ QUER LER?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 15/32
os mesmos ou, então, descendentes dos antigos coronéis. Assim, os direitos
humanos ainda não conseguiram garantir a emancipação real da maioria da
população brasileira.
É inegável que desde a abertura política já tivemos inúmeros avanços, mas
infelizmente estes também chegam acompanhados por retrocessos. A reforma
agrária que possibilitaria a permanência dos agricultores no campo, a
manutenção de identidade e cultura de quilombolas e indígenas ainda não foi
realizada. Ao mesmo tempo em que houve a universalização de crianças nas
escolas, também enfrentamos uma taxa de mais de 10 milhões de brasileiros
desempregados (GOMES, 2018). Vivemos, então, em um Brasil em que uns são
mais humanos do queoutros? Enfrentar essas disparidades se constitui como
um desa�o urgente para construirmos um lugar realmente plural e digno para
todos, onde a paz, a segurança coletiva, o desenvolvimento e os direitos
humanos sejam indissociáveis.
Agora, vamos apresentar a situação de grupos que permanecem à margem de
parte ou integralmente dos direitos humanos.
1.3 Mulheres e minorias
No �lme Quanto Vale ou é por Quilo? (BIANCHI; BENAIM; CANITTO, 2005)
é retratado os trâmites entre política e �lantropia, além de fazer uma
analogia entre o comércio de escravos e a atual exploração da miséria por
vários agentes sociais.
VOCÊ QUER VER?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 16/32
Este tópico diz respeito aos avanços, desa�os e entraves para o exercício da
cidadania e do respeito aos direitos humanos de grupos subalternizados,
também chamados de minorias. O primeiro ponto que precisamos elucidar se
relaciona justamente a palavra minorias. Quando a ouvimos, a primeira ideia que
nos vem a cabeça tem a ver com um número reduzido, ou seja, com quantidade.
No entanto, essa imagem pode gerar equívocos quando a palavra minorias está
associada a políticas públicas ou direitos humanos. Isso porque grupos
compostos por milhões de pessoas – que, muitas vezes, podem constituir a
maioria em termos numéricos da população de determinada sociedade -, mas
que, contrariamente à sua presença numérica, estão sub-representados em
espaços de poder, prestígio, educação, renda, saúde e lazer. Além disso, são
hiper-representados entre o grupo com menor poder aquisitivo, ocupando os
empregos menos valorizados e prestigiados, de�citários de saúde, educação,
moradia, segurança, lazer e respeito aos direitos humanos.
Nesse sentido, as mulheres e outros grupos como homossexuais, transexuais e
transgêneros, de�cientes, idosos, jovens e crianças, são estratos da sociedade
considerados minorias justamente por estarem mais vulneráveis a violências e
carentes de respeito aos seus direitos humanos mais fundamentais. Em
contraponto às minorias, está o grupo hegemônico, provido de privilégios e
vantagens historicamente perpetuadas. Esse lugar é ocupado por homens,
brancos, heterossexuais, que moram nos lugares mais caros das cidades,
ocupam pro�ssões bem remuneradas e respeitadas e estão menos sujeitos às
violências criminosas e institucionais, fazendo com que pessoas que não
correspondem a este per�l sejam vistas e tratadas como não tão “humanas”
assim.
Será que diferenças são o mesmo que desigualdades? É o que vamos abordar no
próximo tópico.
Enquanto seres coletivos, vivendo em sociedade, nossa socialização desde a
infância se dá por meio de instituições sociais, como família, escola, igreja e
Estado, que, frequentemente, disseminam o modelo hegemônico sobre o que é
normal ou anormal para a contribuição da ordem social. Entretanto, nesta
“ordem”, normalmente alguns grupos são privilegiados, enquanto outros são
inferiorizados.
Portanto quem detêm o poder político e econômico não pretende perder seus
privilégios e, para isso, faze uso do aparato ideológico para manter a estrutura
social no modelo que mantém sua posição de dominação sobre outros.
1.3.1 (Des)naturalização das desigualdades
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 17/32
Isso acontece, por exemplo, em relação ao conceito, características e
signi�cados de mulher e homem em nossa sociedade. Somos ensinados que
quem nasce com uma vagina é do sexo feminino e devem ser socializados como
mulheres, enquanto quem nasce com pênis, devem aprender a ser homem. Essa
associação, que durante tanto tempo foi vista como natural e disseminada pelas
instituições sociais, atualmente começa a ser tensionada por estudiosos que irão
defender que a própria biologia é uma construção cultural (MARILYN
STRATHERN, 1992 apud CARVALHO, 2012), portanto não é natural ou imutável.
Várias pesquisas em diferentes sociedades (MARGARETH MEAD, 2000 apud
CARVALHO, 2012) contrapuseram este quadro, demonstrando que existem vários
modelos sobre o que é ser homem ou mulher e nem sempre ligados à
constituição biológica dos seres. Além disso, hoje se sabe que a maneira
dicotômica de classi�car o mundo em macho/fêmea, alto/baixo, mente/corpo, é
apenas uma das possibilidades de entendimento, dentre várias outras, cada vez
mais múltiplas.
Em relação especi�camente às mulheres, que se constitui como uma minoria por
não gozar de plena cidadania e respeito aos direitos humanos, foi justamente
durante as revoluções liberais, que elas passaram a questionar sua ausência no
grupo dos cidadãos. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, por
exemplo, não incluía as mulheres. Desde o início da modernidade, as mulheres
passaram a lutar por sua efetiva inserção na sociedade civil, reclamando seu
direito de voto e também de poderem assumir cargos políticos.
Seguindo o modelo sexo-gênero (GAYLE RUBIN, 1975 apud
CARVALHO, 2012), tão difundido ao longo dos tempos, a
genitália determinaria o comportamento social das
pessoas e também o papel que estas deveriam
desempenhar nos seus contextos sociais. Podemos
perceber que essa estrutura binária contribuiu para a
dominação masculina e a opressão das mulheres.
Alguns autores vão justi�car que as mulheres estariam
ligadas à natureza e à reprodução da família e do lar,
enquanto os homens estariam atrelados à cultura, ao
espaço público e ao sustento de suas famílias e lares,
como se homens e mulheres estivessem limitados a
apenas um destino estabelecido pela natureza.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 18/32
A luta pelo direito do voto, quando da consolidação dos Estados democráticos
no ocidente, se constituiu como a “primeira onda” na história o�cial do
feminismo – movimento acadêmico e ativista que atua em prol das mulheres.
Posteriormente, com a industrialização e urbanização, as mulheres também
passaram a se organizar para exercerem direitos iguais aos dos homens como o
de ocupar o emprego que lhes desse vontade e ter a mesma remuneração que
seus pares masculinos. Além disso, também passaram a questionar seus papéis
sexuais enquanto apenas esposas, mães e responsáveis pelos afazeres
domésticos, e a reivindicar por liberdade sexual, o que foi facilitado com a
invenção da pílula anticoncepcional na década de 1950, a prática sexual não
mais estaria atrelada somente à reprodução.
A Arábia Saudita é um país em que as diferenças entre os direitos e papéis
de homens e mulheres é bastante desigual, visto sob o contexto dos
direitos humanos. As mulheres precisam da autorização de um parente
masculino para viajarem, trabalharem ou casarem. Foi o último país no
mundo a negar as mulheres o direito de voto, conquistado apenas em
2015, e ainda assim, a representatividade das mulheres é irrisória, apenas
1 em cada 10 eleitores.
VOCÊ SABIA?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 19/32
Figura 4 - Dilma Rousseff foi, até o momento, a primeira e única mulher presidente do Brasil (2011 a 2016)
Fonte: Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de Dilma Rousseff.
Ela está sorrindo para a câmera, vestindo terno
claro e a faixa da presidência. Esta é verde nas
laterais e amarela no centro, com um emblema
no meio.
Enquanto ferramenta de produção de conhecimento cientí�co, após o conceito
de papéis sexuais, na década de 1980, a feminista estadunidense Joan Scott
(1985) introduziu o conceito de gênero para estudar o caráter cultural dos papéis
de homens e mulheres. Partindo dessa ferramenta analítica, muitas pesquisas
5/31/23, 12:56 PM Desafioscontemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 20/32
foram desenvolvidas, mas  inicialmente  apenas chamando  atenção  para  as
trajetórias sociais e di�culdades que as mulheres enfrentavam/enfrentam em
seus cotidianos.
Depois, houve o entendimento de que a categoria gênero seria relacional, se
trataria das relações sociais constituídas por homens e mulheres e suas
peculiaridades. Nesse momento, surgem trabalhos que também interpelam e
manifestam a existência de masculinidades e feminilidades no plural.
Isso signi�ca que de categorias que antes foram determinadas biologicamente,
homens e mulheres passaram a ser constructos sociais e, portanto, passíveis de
mudanças, já que a cultura está em contínua transformação.
Além das recentes discussões sobre o caráter cultural da natureza, as
perspectivas de feministas afro-estadunidenses, desenvolvidas pelos menos
desde os anos 1960, juntamente com as abordagens de mulheres do “terceiro
mundo”, passaram a ter maior visibilidade a partir dos anos 1990. Autoras como
Angela Davis, Bel Hooks, Kimberlé Crenshaw, Chandra Mohanty e Lélia Gonzalez
chamaram atenção para a heterogeneidade da categoria mulher, defendendo que
as experiências e opressões variam de acordo com o lugar que determinada
mulher ocupa e da sociedade em que está inserida. Desse modo, salientam que
classe social, cor, orientação sexual e religião não podem ser entendidas de
forma separada ou hierarquizada, pois, muitas vezes, atuam de forma simultânea
nas trajetórias de diferentes mulheres. Então, levantaram críticas a respeito de
apenas um discurso feminista, pautado nas experiências de mulheres, brancas,
heterossexuais, norte-americanas e europeias.
O livro O Conto da Aia (ATWOOD, 2017), em inglês The Handmaid’s Tale, é
um romance da canadense Margaret Atwood lançado originalmente em
1985. A partir de uma cidade �ctícia dos Estados Unidos, a história retrata
um golpe em que um grupo conservador toma o poder, destruindo o país e
impondo papéis sexuais para diferentes grupos de mulheres, que remetem
às ideias de natureza e submissão.
VOCÊ QUER LER?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 21/32
Figura 5 - Mulher protestando em ato público pela garantia de direitos civis, políticos e sociais
Fonte: arindambanerjee, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher com
um lenço preto na cabeça e uma bandeira
amarrada ao pescoço falando em um megafone.
Ao fundo, pode-se observar uma multidão, como
em um movimento. Todos estão ao ar livre. Ao
redor, há prédios.
Para enfrentar as desigualdades e violências que diferentes mulheres ainda
enfrentam, os movimentos sociais, organizações não governamentais e partidos
sensibilizam a opinião pública por meio de campanhas e protestos, visando o
estabelecimento de leis de proteção e políticas a�rmativas para que as mulheres
possam ser respeitadas em seus direitos humanos e ocupem diferentes espaços
sociais.
No Brasil, em 7 de agosto de 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha - Lei
11.340 (BRASIL, 2006) que visa criminalizar e punir a violência contra as
mulheres. Há também a Lei do Feminicídio – Lei 13.104 (BRASIL, 2015) – que
classi�ca como crime os assassinatos cometidos em razão de serem mulheres.
Qual seria o outro seguimento social que também permanece em desigualdade
em nossa sociedade? Veja a resposta no tópico a seguir.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 22/32
Para justi�car a colonização, exploração e dominação de povos e países, os
europeus ancoraram-se em teorias pseudocientí�cas que abalizavam diferenças
étnico-raciais enquanto desigualdades intelectuais e morais. Isto é, utilizaram a
teoria da evolução das espécies desenvolvida por Charles Darwin (1809-1882)
para explicar a manutenção e proliferação de certos tipos de animais e vegetais,
e construíram a teoria da evolução social, pautando-se pelo argumento de que
povos também deveriam passar por estágios evolutivos para progredirem. Iriam
da selvageria, passando pela barbárie, até chegar na civilização, que seria a
cultura ocidental europeia.
Assim, o argumento moralmente defendido para a colonização era de que os
europeus iriam “civilizar” o novo mundo, enquanto uma “missão de ajuda
humanitária”. Não é preciso adivinhar que para tal intento, no caso brasileiro,
trataram como selvagens e bárbaros indígenas, africanos e seus descendentes.
Era preciso tornar inferior estes grupos, juntamente às suas culturas e religiões,
para que o projeto “civilizatório” desse certo. Com isso, foram aplicadas na
sociedade brasileira teorias raciais que surgiram na Europa desde o século XIX, e
pregavam a ideia de supremacia e pureza raciais. Então, além do genocídio da
população indígena e a escravização de africanos, também foram postos em
práticas políticas públicas para o embranquecimento da população, sob o
argumento que o desenvolvimento da nação estaria diretamente relacionado
com o �m da população negra e indígena.
1.4 A questão étnica racial
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 23/32
Como você pode subentender, durante muitos séculos o conceito de cidadão
brasileiro não incluía a população negra ou indígena. Por serem considerados
“menos humanos” que os brancos, não eram reconhecidos como sujeitos dos
direitos humanos, logo, o país vem perpetuando uma dívida com esses grupos,
que podem ser considerados minorias, e que, infelizmente, apesar de alguns
direitos já reconhecidos, continuam tendo que resistir aos efeitos da
discriminação racial que estrutura a sociedade brasileira.
Surge, então, a pergunta: como consolidar a cidadania e a democracia plena em
um país fundado na desigualdade social e no preconceito racial? A resposta
passa por uma grande revolução em todas as esferas da vida social, com a
prioridade dos direitos humanos universais. Com isso, poderemos pensar em
nos desenvolvermos e constituirmos em um povo harmônico e miscigenado de
fato, enquanto isso, ainda temos muita estrada pela frente.
Já no próximo tópico, vamos estudar a sociedade brasileira, posto que a partir da
identi�cação, é possível buscar soluções para os problemas.
A década de 1930 �cou conhecida como o período em que surge a sociologia no
Brasil. O início foi marcado por perguntas que buscavam entender a sociedade e
a cultura brasileira, “a�nal, o que faz o Brasil, Brasil?”. Nesse momento, surgiram
obras importantes com o intuito de responder tal questionamento como “Casa
Grande e Senzala” (FREYRE, 1992 [1933]), do pernambucano Gilberto Freyre
(1900-1987), em que podemos perceber uma crítica à supremacia racial das
teorias raciais do século XIX. O autor aborda a miscigenação entre europeus,
africanos e indígenas como o traço central da sociedade brasileira, mas defende
1.4.1 Enxergando a sociedade brasileira
O psiquiatra e �lósofo martinicano, de ascendência francesa e africana,
Franz Fanon (1925-1961), escreveu sobre os efeitos do racismo na
subjetividade de homens racializados e lutou pela independência da
Argélia. Suas obras “Pele negra, máscaras brancas” (1952) e “Os
condenados da terra” (1961) são referências dos estudos culturais e pós-
coloniais.
VOCÊ O CONHECE?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 24/32
o que �cou conhecido como o “mito da democracia racial”, como se no Brasil
não existisse con�itos raciais e todos os povos vivessem com respeito,
igualdade e harmonia. Desse modo, o mito da democracia racial corresponde à
ideiade que no Brasil não existem con�itos raciais e todos os segmentos sociais
tem a mesma oportunidade de acesso a direitos, bens e serviços, ou seja, uma
falácia.
Figura 6 - A capoeira é uma arte marcial brasileira, desenvolvida por africanos e brasileiros escravizados e
durante muito tempo sua prática foi proibida
Fonte: Val Thoermer, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de um grupo de
pessoas formando um círculo ao ar livre. Há duas
pessoas no centro, jogando capoeira. Atrás, há
outras pessoas tocando instrumentos, como o
berimbau. Ao redor, pode-se observar prédios e
outras construções.
Por décadas e mesmo nos dias atuais, o mito de que no Brasil não existem
con�itos raciais ainda é disseminado quando se deseja discorrer sobre a
sociedade brasileira. O problema é que ele mascara e invisibiliza a realidade de
grupos brasileiros (negros e indígenas), contribuindo assim para a perpetuação
de violências, desigualdades e segregações.
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 25/32
No Brasil, metade da população é negra ou não branca (SARAIVA, 2017), mas
estes estão sub-representados nos locais de prestígio e poder da sociedade e
hiper- representados nas pro�ssões de menor valorização e remuneração, como
o trabalho doméstico, de portaria e segurança. Ocupam os bairros menos
valorizados, distantes do centro das cidades, muitas vezes, com falta de
saneamento básico e serviços. Assim como as mulheres, a população negra ou
não branca, sobretudo, mulheres negras, ganham menos que os homens brancos
ao realizarem o mesmo serviço.
O livro Um Defeito de Cor (GONÇALVES, 2006), escrito por Ana Maria
Gonçalves, é a história de uma africana trazida à força para ser
escravizada no Brasil, seus antepassados e os eventos que vivencia no
“novo mundo”. É uma obra prima que re�ete o horror da escravidão e do
racismo na sociedade brasileira, mas também um documento histórico
sobre resistência, solidariedade e espiritualidade.
VOCÊ QUER LER?
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 26/32
Os indígenas são os povos originários de nossas terras e bastantes
heterogêneos, organizados em diferentes etnias, com língua e cultura próprias.
De acordo com o censo de 2010 (BRASIL, 2012) do Instituto Brasileiro de
Geogra�a e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 817.963 indígenas,
falando 274 línguas distintas e divididos em torno de 305 povos.
É comum achar que eles fazem parte do passado, de uma cultura selvagem e
que vivem apenas na Floresta Amazônica. Essas ideias etnocêntricas foram
disseminadas durante a colonização justamente para colaborar com a
exploração e dizimação dos povos indígenas e, atualmente, são usadas por
empresários que visam o uso ilimitado das terras para �ns privados e
comerciais.
Como o número do censo em relação à diversidade nos mostra, os índios
persistem e estão cada vez mais ocupando diferentes lugares na sociedade sem
perderem suas identidades.
No Brasil, existem aproximadamente 6 milhões de trabalhadores
domésticos. Destes, mais de 95% são mulheres, e em torno de 70%
mulheres negras. Apenas 30% destas trabalhadoras possuem a carteira de
trabalho registrada e contribuem para a previdência social. Isso quer dizer
que durante décadas essas mulheres trabalharam sem a garantia de um
salário mínimo, uma jornada de trabalho estabelecida e a garantia de
aposentadoria. Somente em 2015, foi regulamentada a “lei das
domésticas”, LCP 150 (BRASIL, 2015), que visa equiparar os direitos das
trabalhadoras domésticas aos demais trabalhadores. A lei abarca
somente trabalhadoras mensalistas, enquanto cresce o número de
diaristas, que trabalham várias vezes por semana. Algumas trabalhadoras
preferem o trabalho na forma de diaristas, pois podem �exibilizar seus
horários, porém com isso apenas recebem quando estão trabalhando,
além de que os danos para a saúde a longo prazo podem ser bem
maiores.
Atualmente, o Ministério do Trabalho busca �scalizar e punir os
empregadores que não estão obedecendo a lei 150/15. Os movimentos
sociais continuam se organizando para conseguirem mais direitos para as
diaristas, que já representam aproximadamente 30% do grupo.
ESTUDO DE CASO
5/31/23, 12:56 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 27/32
As culturas indígenas são parte constitutiva da sociedade brasileira, seja no
vocabulário, nas práticas alimentares ou medicinais, e suas in�uências estão
presentes no cotidiano de qualquer cidadão, bem como a in�uência das culturas
africanas, europeias e, em menor medida, asiáticas.
Figura 7 - Exemplo do sincretismo que forma a sociedade brasileira, mulher negra performatiza uma dança
com influências indígenas
Fonte: ostill, Shutterstock, 2021.
#PraCegoVer
Na figura, temos a fotografia de uma mulher
negra vestida com uma fantasia de carnaval. Esta
traz penas pretas, vermelhas, amarelas e roxas.
Ela também está de cocal, este com penas das
mesmas cores.
Como mecanismo para promover a igualdade de segmentos sociais
historicamente discriminados, políticas públicas diferenciadas começaram a ser
desenvolvidas, de ações a�rmativas, com intuito de implantar mecanismo de
cotas para que os grupos minoritários possam alcançar de maneira mais rápida
igualdade de oportunidades nas sociedades.
5/31/23, 12:57 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 28/32
Em especial no Brasil, as políticas de ação a�rmativas, que visam resgatar a
equidade de segmentos sociais de maneira rápida e e�caz, passaram a ter maior
incidência a partir dos anos 2000, quando não apenas a representação feminina
foi estimulada na esfera governamental, mas outras minorias organizaram-se na
luta pela igualdade de direitos. Desse modo, atualmente existem cotas para
diferentes grupos nas esferas da política, do trabalho e da educação. Porém,
estão em risco quando grupos conservadores põem em cheque sua importância,
como acontece em relação à política de cotas para negros e indígenas nas
universidades brasileiras.
De acordo com a antropóloga Ana Paula Comin de Carvalho
(2012), citando o etnólogo Carlos Moore Wedderburn (2005),
diferentemente da ideia de que as políticas de ação a�rmativa
surgiram nos Estados Unidos, na década de 1960, no contexto
da luta pelos direitos civis de afro-americanos, as ações
a�rmativas teriam sido originadas na Índia, já no pós-Primeira
Guerra Mundial, quando as castas inferiores começaram a
clamar por mais representatividade nas esferas de poder.
Esse movimento teria se intensi�cado após a Segunda Guerra
Mundial, com as lutas de independência dos países da África e
Ásia, para então servirem como forte instrumento em busca de
igualdade pelas mulheres norte-americanas e europeias, pelas
populações negras diaspóricas (populações oriundas da África
que se estabeleceram em outros lugares do globo), e também
na América Latina.
Concluímos a unidade introdutória aprendendo que o conceito de cidadão nem
sempre abarcou todos os indivíduos de uma determinada sociedade, assim
como a consolidação dos direitos humanos continua sendo um desa�o diário,
CONCLUSÃO
5/31/23, 12:57 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 29/32
sobretudo, para minorias sociais.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
aprender que a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948) se constitui como o documento de
referência para a implementação dos direitos humanos
nas constituições dos mais diversos países;
estudar os percursos históricos para o surgimento da
cidadaniae a garantia dos direitos humanos no contexto
brasileiro, chamando atenção para os desa�os que
persistem na consolidação da igualdade e justiça social
em nosso país.
Clique para baixar conteúdo deste tema.
ARAÚJO, S. M. de; BRIDI, M. A.; MOTIM, B. L. Sociologia. Volume único. 1.
ed. São Paulo: Scipione, 2013.
ATWOOD, M. O conto da Aia. Tradução de Ana Deiró, Rocco: Rio de
Janeiro, 2017 [1985].
BIANCHI, S.; BENAIM, E.; CANITTO, N.. Quanto vale ou é por quilo?
Direção: Sérgio Bianchi. Produção: Sérgio Bianchi, Paulo Galvão. Europa
Filmes, Brasil, 2005.
Referências
5/31/23, 12:57 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 30/32
BRASIL. IBGE. Censo Demográ�co 2010: Características gerais da
população, religião e pessoas com de�ciência. Brasília - Rio de Janeiro:
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; IBGE, 2012.
BRASIL. Lei 11.340, de 7 de Agosto de 2006. Lei Maria da Penha. Brasília,
DF, jun., 2006. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11340.htm). Acesso em: 25 maio 2021.
BRASIL. Lei 13.104, de 9 de maio de 2015. Lei do Feminicídio. Brasília, DF,
mar. 2015. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13104.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13104.htm). Acesso em: 5 maio 2022.
BRASIL. Lei Complementar 150, de 1 de julho de 2015. Lei do Trabalho
Doméstico. Brasília, DF, jun. 2015. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm
(http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm). Acesso em: 5
maio 2022.
CARVALHO, A. P. C. de et al. Desigualdades de gênero, raça e etnia.
Curitiba: Intersaberes, 2012.
COMPARATO, F. K. A nova cidadania. Lua Nova, São Paulo, n. 28-29, abr.
1993. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
64451993000100005&script=sci_arttext
(http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
64451993000100005&script=sci_arttext). Acesso em: 25 maio 2021.
FRANK JR, H.; RAVETCH, I. Norma Rae. Direção: Martin Ritt. Produção:
Tamara Asseyev, Alex Rose. Estados Unidos, 1979.
FREYRE, G. Casa-Grande e Senzala. Rio de Janeiro: Editora Record, 1992
[1933].
GOMES, I. Desemprego recua em dezembro, mas taxa média do ano é a
maior desde 2012. Agência IBGE Notícias, 9 março 2018, Estatísticas
Sociais. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-
noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/19759-desemprego-recua-em-
dezembro-mas-taxa-media-do-ano-e-a-maior-desde-2012.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13104.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp150.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-%2064451993000100005&script=sci_arttext
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/19759-desemprego-recua-em-dezembro-mas-taxa-media-do-ano-e-a-maior-desde-2012.html
5/31/23, 12:57 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 31/32
(https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-
noticias/noticias/19759-desemprego-recua-em-dezembro-mas-taxa-
media-do-ano-e-a-maior-desde-2012.html). Acesso em: 25 maio 2021.
GONÇALVES, A. M. Um defeito de cor. 11. ed. Rio de Janeiro: Record,
2015.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. 10. ed. São
Paulo: Ática, 2014.
MIRANDA, N. Por que Direitos Humanos. Belo Horizonte: Autêntica, 2006.
MONDAINI, M. Direitos humanos. São Paulo: Contexto, 2009.
MONDAINI, M. Direitos humanos no Brasil. São Paulo: Contexto, 2009.
OLIVEIRA, L. F. de. Sociologia para jovens do século XXI: manual do
professor. 4. ed. Rio de Janeiro: Imperial Novo Milênio, 2016.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. UNIC/Rio/005 -
Agosto 2009 [1948]. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/80586-onu-
inaugura-no-rio-exposicao-inedita-com-obras-da-declaracao-universal-
dos-direitos-humanos (https://brasil.un.org/pt-br/80586-onu-inaugura-no-
rio-exposicao-inedita-com-obras-da-declaracao-universal-dos-direitos-
humanos). Acesso em: 5 maio 2022.
PINSKY, J.; PINSKY, C. B. (orgs.). História da cidadania. 5. ed. São Paulo:
Contexto, 2010.
SARAIVA, A. População chega a 205,5 milhões, com menos brancos e
mais pardos e negros. Agência IBGE Notícias, 27 nov. 2017, Estatísticas
Sociais. Disponível em: https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-
agencia-de-noticias/noticias/18282-pnad-c-moradores.html
(https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-agencia-de-
noticias/noticias/18282-pnad-c-moradores.html). Acesso em: 25 maio
2021.
SILVA, A. et al. Sociologia em movimento. 2. ed. São Paulo: Moderna,
2016.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/19759-desemprego-recua-em-dezembro-mas-taxa-media-do-ano-e-a-maior-desde-2012.html
https://brasil.un.org/pt-br/80586-onu-inaugura-no-rio-exposicao-inedita-com-obras-da-declaracao-universal-dos-direitos-humanos
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2012-agencia-de-noticias/noticias/18282-pnad-c-moradores.html
5/31/23, 12:57 PM Desafios contemporâneos
https://student.ulife.com.br/ContentPlayer/Index?cd=sOsdjJenowl2vcfYXCQ1gg%3d%3d&l=fR0Z%2fEDYa71akjhc5UwNzA%3d%3d&lc=QTUJ3TtyxkaJs… 32/32