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Unidade IV

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Prévia do material em texto

Teorias da Arquitetura, 
do Urbanismo e 
do Paisagismo
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Franklin Roberto Ferreira de Paula
Revisão Textual:
Prof. Me. Claudio Brites
Em Busca de uma Nova Arquitetura
• A Era da Máquina;
• Adolf Loos e a Retórica sobre o Ornamento;
• Le Corbusier: Por uma Arquitetura .
• Compreender o cenário e o pensamento que possibilitou a formação de uma nova 
linguagem arquitetônica no início do século XX.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Em Busca de uma Nova Arquitetura
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
A Era da Máquina
Os avanços da segunda metade do século XVIII com ênfase na ideia de progres-
so podem ser considerados o estopim para a formulação de uma teoria moderna, 
ainda que as reflexões em busca de uma nova arquitetura que estivesse de acordo 
com o seu período (século XX), a noção de uma arquitetura moderna como uma 
revisão crítica e o estabelecimento de novos paradigmas já houvessem começado a 
ser ensaiados há mais de meio século como uma espécie de reverberação dos ideais 
progressistas da Revolução Industrial.
De acordo com William Curtis (2008, p. 21), um ponto crucial para compre-
ender esse momento de inflexão que representa a transição do século XIX para o 
XX é “a perda da confiança na tradição renascentista e nas teorias que a tinham 
sustentado”. O anseio pelo progresso desloca o olhar da tradição do passado para 
a experimentação que vislumbra o futuro. Dessa forma, a Antiguidade deixa de ser 
o único ponto de referência a partir do instante que a tradição passa a ser avaliada 
com maior cuidado dentro de uma nova perspectiva.
Outro ponto que fortalece a estruturação da modernidade, como já mencio-
nado, é a Revolução Industrial. Alicerçada na industrialização, a construção civil 
passa a empregar novos materiais, como o ferro, a desenvolver novas técnicas 
construtivas e, por consequência, sistemas estruturais cada vez mais aprimorados 
para criar novas tipologias arquitetônicas capazes de acomodar novos programas 
de necessidades em função do rápido desenvolvimento das cidades e do crescimen-
to populacional nos grandes centros urbanos. Logo, estações ferroviárias, casas 
suburbanas, arranha-céus, entre outros equipamentos, são invenções desse novo 
mundo para as quais não havia convenções nem precedentes.
Figura 1 – A fundição de ferro em blocos, Herman Heyenbrock, 1890
Fonte: Wikimedia Commons
8
9
A industrialização acaba por enfatizar a ruptura com a tradição, com as tradições 
vernaculares. Os processos de mecanização e os avanços tecnológicos que alimen-
tam o avanço do capitalismo despertarão uma visão nostálgica por teóricos como 
A. W. N. Pugin, John Ruskin e William Morris, que defendiam a reintensificação 
do trabalho dos artesãos e a valorização da arte e utilidade com o intuito de frear 
os efeitos devastadores do capitalismo.
Ainda assim, esse núcleo de teóricos historicistas não é eficaz para impedir as 
transformações socioeconômicas, tecnológicas, culturais e, sobretudo, o estabele-
cimento de novas dinâmicas sociais que implicam no surgimento e na perpetuação 
de museus, casas de óperas, bibliotecas, parlamentos, bancos, cassinos, tribunais 
de justiça, prisões, entre outras arquiteturas que, ao longo do século XIX, represen-
tam um novo marco iconográfico na história da arquitetura.
Na fase de transição entre os séculos XIX e XX, a arquitetura de características 
industriais, fruto do desenvolvimento tecnológico da época, enfatiza a busca por 
uma estética que reforça a rejeição de imitações superficiais de formas do passado 
ao vislumbrar um futuro promissor. É através desse cenário que o arquiteto anseia, 
novamente, por uma linguagem e um conjunto de convenções capazes de expres-
sar as suas interpretações dessa nova realidade.
A proposta desta Unidade é analisar a perspectiva de uma nova estética através 
do pensamento dos arquitetos Adolf Loos e Le Corbusier, como importantes per-
sonagens para a redefinição da história da teoria da arquitetura.
Adolf Loos e a Retórica sobre o Ornamento
Adolf Franz Karl Viktor Maria Loos (Brno, 1870 – Viena, 1933) é considerado 
um dos arquitetos do século XIX que contribuiu efetivamente para “a formação do 
corpo de ideias que sustentou o Movimento Moderno” (BANHAM, 2006, p. 133). 
Enquanto que Joseph Hoffman (Brtnice, 1870 – Viena, 1956) e Joseph Maria
Olbrich (Opava, 1867 – Dusseldorf, 1908), arquitetos também oriundos do Impé-
rio austro-húngaro, os quais, ao lado de Loos, formam uma importante tríade da 
geração seguinte à de Otto Wagner (Viena, 1841 – 1918), dedicaram-se mais à 
prática do que à teoria, não deixando qualquer afirmação digna de registro.
Loos, filho de um pedreiro, recebe uma formação técnica na Escola Real e Impe-
rial do Estado, dá sequência aos estudos na Faculdade de Tecnologia de Dresden, na 
Alemanha, e em 1893 migra para os Estados Unidos para visitar a World’s Co-
lumbian Exposition de Chicago. Os três anos de experiência em território norte-
-americano são fundamentais para o arquiteto, pois é nesse momento que Loos 
vislumbra as primeiras conquistas da Escola de Chicago e tem contato com os 
escritos teóricos de Louis Sullivan (Boston, 1856 – Chicago, 1924), em particular 
com o ensaio Ornamento em Arquitetura [Ornament in Architecture], de 1892, 
que influenciaria, dezesseis anos mais tarde, o seu próprio ensaio Ornamento e 
Crime [Ornament und Verbrechen], de 1908.
9
UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Louis Sullivan publica Ornamento em Arquitetura [Ornament in Architecture] na revis-
ta The Engineering Magazine, em 1892. Nesse ensaio, o arquiteto questiona a validade 
do ornamento como elemento intrínseco à arquitetura. Em sua leitura, Sullivan compre-
ende que um edifício desprovido de qualquer excesso decorativo, fundado em formas 
puras e simples, é resultado de um procedimento projetual natural, vigoroso e saudável. 
Portanto, o arquiteto, através do artigo, se propõe a se “renunciar completamente ao or-
namento durante alguns anos, já que a relação orgânica entre função do edifício, forma, 
material e expressão tinha sido prejudicada” (KRUFT, 2016, p. 743).
Leia o ensaio na íntegra no link:https://goo.gl/p7GVEZ. 
Ex
pl
or
O retorno de Loos à Viena em 1897 marca a primeira de suas três fases, pouco 
relevante para a compreensão da sua obra teórica e prática. A segunda fase, que se 
estende por mais de duas décadas, é caracterizada por uma intensa atividade como 
professor, jornalista e construtor na capital austríaca. Essa fase representa o período 
mais fértil de sua produção, quando elabora os seus textos mais influentes e os seus 
exemplares arquitetônicos de maior destaque – como a Residência Steiner, no ano 
de 1910. Já a terceira e última fase se dá quando chega em Paris no ano de 1923, 
até a sua morte dez anos depois. Decorrente da segunda, essa fase corresponde a um 
Loos como celebridade reconhecida e de grande influência na sociedade.
Figura 2 – Residência Steiner, Adolf Loos, Viena, 1910. Fachadas frontal e posterior
Fonte: Wikimedia Commons
A Residência Steiner é a precursora de uma série de casas nas quais Loos elabora paulati-
namente a sua concepção para o Raumplan, “plano de volumes”, um sistema complexo de 
organização interna. O Raumplan ganhe maturidade na Casa Rufer (Viena, 1912) e atinge 
o seu ápice nas casas Moller (Viena, 1928) e Muller (Praga, 1930), já no final da carreira de 
Loos. Ainda assim, na Residência Steiner, o arquiteto já consegue materializar os princípios 
de sua crítica em relação às construções “vandalizadas” pelo ornamento ao propor um pris-
ma branco sem adornos, dotado de rigor técnico e de “verdade material”.
Para compreender mais sobre o projeto, leia o texto Adolf Loos e a crise da cultura, 1896-
1931 em: FRAMPTON, K. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fon-
tes: 2003.
Ex
pl
or
10
11
Recém instalado em Viena, inicia a sua carreira na arquitetura de interiores e se 
dedica à escrita de artigos para o jornal Nova Imprensa Livre [Neue Freie Presse], 
abordando assuntos variados como costumes, vestuário, música e arquitetura.
De acordo com Banham (2006, p. 135), os textos de Loos se assemelham por 
serem “antirromânticos, fastidiosos, puritanos (embora nunca inumanos) e autori-
tários (embora fazendo oposição às autoridades estabelecidas)”.
Um dos primeiros artigos dentro do âmbito da arquitetura que inaugura a segun-
da fase de Loos é O Princípio do Revestimento [Das Prinzip der Berkleidung], 
de 1898, em que resgata a teoria do revestimento do arquiteto alemão Gottfried 
Semper (Hamburgo, 1803 – Roma, 1879). Ao trazer à luz, recupera as ideias do 
século XVIII a respeito do entendimento de que a arquitetura é uma questão de 
organização dos espaços internos e que, portanto, deve emitir efeitos e despertar 
estados de ânimo nos homens; Loos elabora assim o conceito do “plano espacial”, 
Raumplan, uma teoria não formulada. 
Em um outro texto também publicado no ano de 1898, A Direção Velha e a 
Direção Nova na Arquitetura [Die alte und die neue richtung in der baukunst], 
Loos assume, irrefutavelmente, que “o grande arquiteto do futuro será um clássico, 
alguém que não se vincula às obras de seus predecessores, mas diretamente à An-
tiguidade clássica” (LOOS apud KRUFT, 2016, p. 743).
Em ambos os artigos, está claro que Loos se opõe aos ornamentos de sua 
época, uma vez que não são compatíveis nem com os materiais nem com a ex-
pressão daquele momento. A influência de Sullivan, bem como de John Wellborn 
Root (Georgia, 1850 – Chicago, 1891) e Horatio Greenough (Boston, 1805 –
Sommerville, 1852) nos Estados Unidos, é notória em suas reflexões acerca do pro-
blema do ornamento. Root antecipa em seu artigo Ornamentação Arquitetônica
[Architectural Ornamentation], de 1885, a urgência de destituir as construções 
de qualquer tipo de ornamento, posto que o arquiteto, assim como Sullivan e o 
próprio Loos, posteriormente, sinaliza que os adereços são equivalentes a crimes 
arquitetônicos quando mal-empregados nas construções.
Dentro desse repertório conceitual, Loos publica no ano de 1908 um dos seus 
textos de maior expressão e que, indubitavelmente, influenciará gerações poste-
riores do Movimento Moderno, Ornamento e Crime. Em 1912, o ensaio alcan-
ça certo grau de popularidade quando é difundido através da revista Der Sturm
[A tempestade] de Herwarth Walden, dono de uma galeria que levava o mesmo nome 
do periódico. O tom inusitado e crítico dos ensaios publicados em Der Sturm garante 
acesso à comunidade internacional, sobretudo àqueles que desprezam convenções.
Em 1913, o ensaio de Loos é traduzido para o francês por Georges Besson e 
publicado no periódico Les Cahiers d’Aujourd’hui [Os cadernos contemporâneos]. 
Porém, é na década de 1920, em Paris, quando o ensaio é reeditado na revista 
L’Esprit Nouveau [O espírito novo], que os seus fundamentos cumprirão o seu 
propósito de fortalecimento de uma reforma estética na arquitetura e de negação 
aos estilos de catálogo, potencializando a crítica à tradição das belas-artes.
11
UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Loos compreende o problema do ornamento sob diversas perspectivas que 
transcendem a estética da arquitetura. São consideradas questões culturais, socioe-
conômicas e, inclusive, políticas.
O argumento fundamental de Loos contra o ornamento não era apenas o 
de ser esse uma perda de tempo em termos de trabalho e materiais, mas 
o de implicar, invariavelmente, uma forma punitiva de escravidão artesa-
nal que só se justificava para aqueles aos quais as mais altas conquistas 
da cultura burguesa eram inacessíveis – os artesãos que só conseguiam 
encontrar satisfação estética na criação espontânea de ornamentos. 
(FRAMPTON, 2003, p. 104)
De acordo com a análise de Frampton, Loos indica problemas estéticos e éticos 
no emprego do ornamento nas construções de seu tempo. Há prejuízos financeiros e 
danos na saúde do artesão, o qual leva muito mais tempo para realizar o seu trabalho 
se comparado ao trabalhador moderno, que, com o tempo de sobra, pode investir 
em cultura, lazer e no ócio. Num tom autoritário e polêmico, o autor afirma sem 
hesitar que o homem moderno que tende a revestir as paredes com adereços é um 
criminoso ou um degenerado. Logo, o ornamento é incompatível com o seu tempo, 
com as novas tecnologias, com a cultura que se reinventava nas primeiras décadas do 
século XX. Em uma determinada passagem do seu manifesto, Loos afirma:
Uma vez que o ornamento já não se relaciona organicamente com 
nossa cultura, ele também deixou de ser a expressão de nossa cultura. 
O ornamento que se cria hoje não tem nenhuma relação conosco, não 
tem absolutamente nenhuma relação humana, nenhuma relação com a 
ordem mundial. (LOOS apud KURFT, 2016, p. 743)
Dois anos após a publicação de Ornamento e crime, Loos redige outro 
ensaio intitulado Arquitetura [Architektur], de 1910. Esse ensaio marca a sua 
chegada a Paris em 1923, quando publicado sob o título Arquitetura Moderna 
[L’ architecture Moderne], na revista francesa Arquitetura Viva [L’ architecture 
Vivante]. Nesse texto, o arquiteto afirma que “somente uma parte muito pequena 
da arquitetura pertence à arte: o túmulo e o monumento. Tudo o mais, tudo aquilo 
que serve a uma finalidade, deve ser excluído da arte” (LOOS apud COHEN, 
2013, p. 97).
Ainda que as críticas em relação ao ornamento sejam notórias, Loos não se opõe 
categoricamente à decoração. Reconhece no artigo Arte da Pátria [Heimatkunst], 
de 1914, que o edifício deve transmitir racionalidade e legibilidade com o emprego 
de uma volumetria pura, mas que o seu interior é responsável por guardar a sua 
verdadeira riqueza. Logo, cada material deve ser empregado de maneira adequada, 
sem simulação, revelando a sua verdadeira materialidade.
A trajetória teórica e os experimentos arquitetônicos de Loos, ainda que tenham 
resultado em seu isolamento por parte de seus contemporâneos e também pelos 
seus sucessores que não o compreenderam, sem dúvida permitem gerar as bases 
necessárias para desdobramentos futuros na obra de arquitetos como Le Corbusier 
e na criação daquilo que se tornaria conhecido como Estilo Internacional.12
13
Le Corbusier: Por uma Arquitetura
O mundo está em plena perturbação.
Algo de novo aconteceu: o maquinismo.
Um século formidável de conquistas científicas, o século XIX, operou a 
transformação molecular do mundo. Já não nos ligamos mais ao dia de 
ontem, somos um outro corpo social: nasceu uma época maquinista, 
ela sucede à época pré-maquinista que remonta bem longe, ao longo da 
história. Virou-se uma página.
O maquinismo perturbou tudo. [...]
Quem foi o perturbador?
Quem foi o introdutor da época maquinista?
O engenheiro.
Sua obra cobre o mundo, ela o pôs em movimento. (LE CORBUSIER, 
2004, p. 37-42)
O trecho citado se refere à primeira das dez conferências que Le Corbu-
sier realiza em Buenos Aires em sua passagem pela América do Sul no ano de 
1929. A palestra do arquiteto franco-suíço, intitulada Livrar-se de Todo Espírito
Acadêmico, ocorre na sede da Asociación de los Amigos del Arte, fundada em 
1924. A sede surge como palco de encontro de intelectuais, entre artistas e es-
critores, com o objetivo de realizar debates e reflexões acerca das questões que 
envolvem a estética e o pensamento modernos.
As transcrições das conferências ministradas por Le Corbusier na Argentina se encontram 
compiladas no livro:
LE CORBUSIER. Precisões: sobre um estado presente da arquitetura e do urbanismo. São 
Paulo: Cosac Naify, 2004.
As palestras são realizadas em um momento de plena maturidade do arquiteto que já havia 
percorrido cerca de duas décadas de intensa produção textual e arquitetônica, utilizando o 
campo da prática como uma espécie de laboratório de pesquisas que alimenta, indubitavel-
mente, o campo teórico e vice-versa. 
Logo, Precisões representa uma espécie de compilação das refl exões que norteiam Le
Corbusier e que se encontram registradas em sua obra e em seus textos, dentre os que de-
vem ser destacados: Por uma arquitetura (1923), cujos capítulos são publicados como ar-
tigos entre 1920-21 na revista L’Esprit Nouveau, editada pelo próprio arquiteto entre os anos 
de 1920-25 em parceria com Amédée Ozenfant e Paul Dermée; e Urbanismo (1924), em 
que Le Corbusier discorre sobre o problema da paisagem urbana, transcendendo, portanto, 
o objeto arquitetônico.
Ex
pl
or
13
UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Em sua fala autoritária, calcada em aforismos, Le Corbusier demonstra entusias-
mo ao dissertar sobre as máquinas do seu tempo, herança de um processo cientí-
fico e tecnológico norteado pelo pensamento progressista do século XVIII que se 
fortalece no século XIX. De acordo com o arquiteto, o maquinismo, um fenômeno 
jamais visto anteriormente, é capaz de reverberar em todas as camadas da socie-
dade, desde a aniquilação da estrutura familiar, seus hábitos, costumes seculares e 
de seu habitat, até as formas de comunicação e deslocamento pelas cidades através 
do telégrafo, telefone, transatlânticos, aviões, rádio e televisão.
Por outro lado, o arquiteto aponta de maneira impetuosa para uma crítica à 
arquitetura e à cidade e, sobretudo, ao academismo. Segundo Le Corbusier (2004, 
p. 43), academismo é algo “que não julga por si mesmo, que admite o efeito sem 
contribuir para sua causa, que acredita em verdades absolutas, que não faz seu 
‘ego’ intervir em cada interrogação”. Logo, o academismo se torna inapto para 
assimilar às vicissitudes da modernidade por admitir uma postura saudosista e por 
estar enraizado no pensamento e na estética de tempos passados.
Ao criticar a formação do artista e do arquiteto na Academia de Belas Artes, Le 
Corbusier enaltece, em contrapartida, o papel decisivo que o engenheiro desem-
penha como responsável pelo redesenho de um pensamento regido pela razão e 
pela lógica matemática dos cálculos. Pensamento esse que resulta em estruturas 
arquitetônicas que exprimem uma nova estética, fundamentada numa linguagem 
industrial e experimental.
Figura 3 – Torre Eiffel, Gustave Eiffel, Paris, 1889. A construção da torre Eiffel, fruto da Exposição 
Internacional que ocorre em Paris no ano de 1889, representa um ponto de inflexão na história 
da capital francesa e também na concepção estética de uma estrutura arquitetônica
Fonte: Wikimedia Commons
É apoiado nessa retórica que Charles-Edouard Jeanneret-Gris (La Chaux-de-
-Fonds, 1887 – Roquebrune-Cap-Martin, 1965), conhecido pela onomatópose de 
Le Corbusier (variação do sobrenome de seu avô materno, Lecorbesier), publica 
o livro Por uma Arquitetura [Vers une Architecture] em 1923. Os capítulos que 
dão origem a um dos mais importantes livros sobre arquitetura do século XX já 
haviam sido publicados na forma de artigos entre os anos de 1920-1921 na revista 
14
15
L’Esprit Nouveau, editada pelo arquiteto franco-suíço em parceria com o pintor 
Amédée Ozenfant (Saint-Quentin, 1886 – Cannes, 1966).
Os ensaios estão distinguidos em dois temas, acadêmicos e mecanicistas, de 
modo que o primeiro conjunto de assuntos é composto por Três lembretes aos 
senhores arquitetos seguido imediatamente por Os traçados reguladores e Ar-
quitetura; enquanto que os ensaios mecanicistas são constituídos por Estética do 
engenheiro, arquitetura, Olhos que não veem, Casas em série e um inteiramen-
te novo chamado Arquitetura ou Revolução.
Prefácio
Temperatura por ocasião da terceira edição
Roteiro
Estética do engenheiro, arquitetura
Três lembretes aos senhores arquitetos
 1. O volume
 2. A superfície
 3. A planta
Os traçados reguladores
Olhos que não veem
 1. Os transatlânticos
 2. Os aviões
 3. Os automóveis
Arquitetura
 1. A lição de Roma
 2. A ilusão das plantas
 3. Pura criação de espírito
Casas em série
Arquitetura ou Revolução
En
sa
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M
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ici
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Ensaios
Acadêm
icos
Figura 4 – Esquema da estrutura do sumário do livro Por uma Arquitetura baseado na edição publicada em 2009 
pela Coleção Estudos da Editora Perspectiva. Os ensaios, arranjados em capítulos no livro, estão agrupados em 
dois núcleos: acadêmicos e mecanicistas, de modo que o último, Arquitetura ou Revolução, é o único que
não havia sido publicado na L’Esprit Nouveau, sendo inédito na publicação do livro em 1923
A alternância entre os grupos de ensaios tem o seu fundamento. Ao discorrer 
ora sobre um Delage, ora sobre o Parthenon, ou seja, mecânico e clássico, Le Cor-
busier tem a intenção de estabelecer uma analogia entre os dois.
[...] e, através de todo o livro, a arquitetura clássica e o design mecânico são 
representados como tendo em comum ideias como “seleção aplicada a um 
padrão” e a eliminação de acidentes de um tipo. (BANHAM, 2006, p. 363)
Ao se analisar os ensaios voltados aos temas acadêmicos, Le Corbusier anun-
cia a sua fala com três lembretes ainda no final do ensaio entitulado Estética do
Engenheiro, Arquitetura.
15
UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
O VOLUME que é o elemento pelo qual nossos sentidos percebem e 
medem, sendo plenamente afetados.
A SUPERFÍCIE que é o envelope do volume e que pode anular ou ampliar 
a sua sensação.
A PLANTA que é a geradora do volume e da superfície e que é aquilo pelo 
qual tudo é determinado irrevogavelmente. (LE CORBUSIER, 2009, p. 9)
Le Corbusier sustenta as suas considerações ao ter como referência os silos de 
armazenamento de cereais. Essas estruturas arquitetônicas têm a sua composição 
volumétrica simplificada a uma matriz geométrica lógica, o que permite ao arqui-
teto afirmar em um de seus aforismos que “a arquitetura é o jogo sábio, correto e 
magnífico dos volumes sob a luz” (LE CORBUSIER, 2009, p. 13).
Em contrapartida, Le Corbusier questiona a relevância dos Luís XV, XVI, XIV e 
também do gótico ao compará-los com uma pena na cabeça de uma mulher como 
um elemento decorativo facultativo. Logo, para o arquiteto, a arquitetura não pode 
ser reduzida a estilos, como os mencionados.
Para Le Corbusier, a equação dada pela manipulação das formas geométricas 
primárias como os cubos, os cones, as esferas, os cilindros ou as pirâmides são 
reveladas magnificamente pela luz.
Figura 5 – Silos e elevadores de trigo no Canadá. A imagem ilustramuito bem o pensamento de 
Le Corbusier sobre o domínio geométrico das formas primárias. A volumetria é resultado de uma 
associação de corpos cilíndricos e paralelepípedos que, ao receberem luz natural, se pronunciam 
através de suas sombras e, portanto, tornam-se belos, dispensando qualquer adereço
Fonte: tate.org.uk
16
17
Le Corbusier se utiliza dos mesmos aforismos quando se refere às superfícies. 
Ao partir do pressuposto de que a arquitetura é a adequação dos volumes sob a 
luz, cabe ao arquiteto explorar a composição das superfícies que envolvem os vo-
lumes. Para exemplificar o seu raciocínio, os silos deixam de ser o foco da análise 
e os grandes galpões industriais passam a ser os protagonistas. A legibilidade das 
fachadas dessas estruturas se dá pelas linhas reveladoras, ou geradoras, da forma.
Complementando a tríade dos lembretes, a planta é abordada de maneira bas-
tante eloquente. O aforismo da vez é: “A planta é a geradora”. De acordo com o 
arquiteto, a planta é responsável por determinar o volume e a superfície. É através 
da organização da planta que se obtém ritmo, equilíbrio. Portanto, Le Corbusier 
indica que a planta é a gênese da sensação.
A planta está na base. Sem planta, não há nem grandeza de intenção 
e de expressão, nem ritmo, nem volume, nem coerência. Sem planta 
há essa sensação insuportável ao homem, de informe, de indigência, de 
desordem de arbitrário.
[...] A planta é a determinação do todo; é o momento decisivo.
(LE CORBUSIER, 2009, p. 27)
Na sequência, Le Corbusier aprofunda o seu raciocínio em relação à importân-
cia das superfícies no capítulo Os Traçados Reguladores. Ainda que a ideia da 
ordem esteja presente na organização da planta, a atenção às fachadas é impres-
cindível para garantir coerência em sua composição.
A obrigação da ordem. O traçado regulador é uma garantia contra o arbi-
trário. Proporciona a satisfação do espírito.
O traçado regulador é um meio; não uma receita. São escolha e suas 
modalidades de expressão fazem parte integrante da criação arquitetural. 
(LE CORBUSIER, 2009, p. 41)
Nesse capítulo, Le Corbusier recorre a exemplos clássicos como o Capitólio de Mi-
chelangelo, a porta Saint-Denis de Blondel, bem como a Catedral de Notre-Dame.
A partir de imagens desses projetos, o arquiteto supõe esquemas através da so-
breposição de linhas retas ou curvas para tentar compreender a organização das 
respectivas fachadas. A partir desses traçados, Le Corbusier estabelece algumas 
relações de proporção, ordem, simetria, conceitos esses que permitem alcançar a 
satisfação visual dessas obras.
Não obstante, ainda nesse capítulo, o arquiteto se utiliza de algumas de suas obras 
para fundamentar o seu raciocínio, posto que ele assume não ter tido “o prazer 
de encontrar arquitetos contemporâneos que se tenham ocupado dessa questão”
(LE CORBUSIER, 2009, p. 51). Uma dessas obras é a casa-ateliê de Amédée
Ozenfant, de 1923.
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UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Figura 6 – Casa e ateliê de A. Ozenfant, Le Corbusier, Paris, 1923. É possível ver nos desenhos 
as linhas guias dos traçados reguladores em que o arquiteto busca estabelecer algumas 
relações entre as aberturas. À direita, uma imagem da residência
Fonte: Le Corbusier, 2009
No segundo grupo dos ensaios sobre academismo, Arquitetura, Le Corbusier 
estabelece um contraste com os quatro capítulos acadêmicos em que se verifica que 
o funcionalismo somente não garante um bom resultado arquitetônico.
A arquitetura está além das coisas utilitárias.
Utilizamos a pedra, a madeira, o cimento; com eles fazemos casas, palá-
cios; é a construção. A engenhosidade trabalha.
Mas, de repente, você me interessa fortemente, você me faz bem, sou 
feliz, digo: é belo. Eis aí a arquitetura. A arte está aqui. (LE CORBUSIER, 
2009, p. 104)
Em A Lição de Roma, Le Corbusier enaltece a destreza com a qual os romanos 
conceberam construções célebres de geometrias e composições volumétricas sim-
ples como o Coliseu, o Panteão e o Arco de Constantino.
Força de intenção, classificação dos elementos é prova de uma forma de 
espírito: estratégia, legislação. A arquitetura é sensível a essas intenções, 
ela rende. A luz acaricia as formas puras: isso rende. Os volumes simples 
desenvolvem imensas superfícies que se enunciam como uma variedade 
característica conforme se trate de cúpulas, de abóbodas, de cilindros, de 
prismas retangulares ou de pirâmides. (LE CORBUSIER, 2009, p. 111)
Em A Ilusão das Plantas, Le Corbusier retoma a importância do plano horizon-
tal como forma de “ordenar as ideias para que se tornem inteligíveis, executáveis 
e transmissíveis” (LE CORBUSIER, 2009, p. 125). Retoma a sua crítica à Escola 
de Belas-Artes que se utiliza da planta como um artifício decorativo e a corrompe 
ao lhe atribuir um caráter dogmático. Pelo contrário, Le Corbusier compreende 
a planta como um procedimento de dentro para fora, de modo que o exterior é 
resultado e está intimamente vinculado ao interior.
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Por fim, Pura criação de espírito conclui o segundo bloco e o conjunto dos 
ensaios acadêmicos. Nele, Le Corbusier destaca a ideia e a importância da arte 
associadas ao funcionalismo do século XIX para a condução de uma arquitetura 
capaz de aflorar os sentidos. E outro ponto explicitado é a relação dos capítulos 
acadêmicos com a metade mecanicista do livro.
O primeiro ensaio desse bloco apresentado no livro é Estética do Engenheiro, 
Arquitetura. Le Corbusier glorifica o papel do engenheiro como sendo responsá-
vel por atingir a harmonia nas construções através de uma estética baseada no cál-
culo. Ainda que Le Corbusier enuncie a arquitetura como “uma das mais urgentes 
necessidades do homem” (LE CORBUSIER, 2009, p. 5), recorrentemente critica 
o trabalho do arquiteto saído da escola (das Belas-Artes) que ainda, pouco atento à 
tecnologia e aos materiais que estavam sendo explorados pelos engenheiros, pro-
punha “alcovas apodrecidas”.
Há uma grande escola nacional de arquitetos e há em todos os países, 
escolas nacionais, regionais, municipais, de arquitetos, que embrulham 
inteligências jovens e lhes ensinam o falso, o artifício e as obsequiosidades 
dos cortesãos. Escolas nacionais!
Os engenheiros são viris e saudáveis, úteis e ativos, morais e alegres.
Os arquitetos são desencantados e desocupados, faladores ou lúgubres.
É que em breve não terão mais nada a fazer. Não temos mais dinheiro 
para construir monumentos históricos. Precisamos nos justificar.
Os engenheiros pensam nisso e construirão. (LE CORBUSIER, 2009, p. 6)
Na impossibilidade de prever o futuro da sua carreira como arquiteto, Le Corbusier mal poderia 
imaginar que boa parte da sua obra seria tombada como patrimônio mundial pela UNESCO, 
tornando seus edifícios verdadeiros monumentos históricos. Acesse: https://goo.gl/vup77W. 
Ex
pl
or
Ainda nesse capítulo, o arquiteto introduz a ideia da casa como um utensílio, 
sustentada em dois conceitos: o aprimoramento das construções, ao transformá-
-las em objetos-tipo; e a mecanização dos ambientes, situação que vai na contra-
mão dos interesses estilísticos da Belas-Artes. Nas duas condições, a tecnologia se 
mostra sublime e, através desse cenário, Le Corbusier estabelece duras críticas ao 
passado e supõe alguns padrões vislumbrando o futuro.
A sua argumentação se fundamenta no capítulo Olhos que Não Veem, organi-
zado em três momentos: os transatlânticos, os aviões e os automóveis. Esses temas 
têm um fio condutor que os aproxima, que não se justifica pela estética, mas pela 
“maneira de pensar”.
Le Corbusier continua a sua exacerbação ao papel desempenhado pelos enge-
nheiros por, junto aos mecânicos, conceberem e construírem coisas formidáveis 
como os transatlânticos. Objetos de escala hercúlea, os transatlânticos representam 
a máxima de sua época ao se considerar as suas dimensões e a sua complexidade. 
Verdadeiras cidades errantes.
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UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Os aviões representam para Le Corbusier verdadeiras máquinas que respondema uma pergunta bem formulada. De acordo com o arquiteto, “o problema da casa 
não está colocado” (LE CORBUSIER, 2009, p. 73). Da mesma forma que o avião, 
o arquiteto vislumbra a casa como uma máquina de morar.
Assim como as máquinas de seu tempo, no capítulo sobre os automóveis, 
Le Corbusier compreende que as casas deveriam obedecer a determinados padrões 
que conduziriam ao progresso. Assim como o automóvel passa a ser um produto 
essencial na vida moderna e, portanto, é concebido em função de um padrão, a 
casa também o deveria ser. É interessante notar que nesse capítulo Le Corbusier 
coloca lado a lado imagens do Parthenon e de automóveis com o intuito de esta-
belecer um paralelo no tocante ao resultado estético advindo de uma função e de 
uma clareza organizacional dos seus componentes constitutivos.
A ideia da casa como má-
quina de morar e a possibili-
dade da produção seriada ad-
vinda da estandardização de 
seus elementos construtivos e 
arquitetônicos são fundamen-
tadas no capítulo Casas em 
Série. Uma parte do ensaio 
está organizada em função 
das experiências do arquite-
to com os próprios projetos 
que desenvolve no campo das 
habitações produzidas em sé-
rie. Essa trajetória é resultado 
de concepções realizadas no 
período da Primeira Guerra 
Mundial, quando Le Corbu-
sier elabora o estudo para a 
Maison Dom-ino (1916), 
em que há a racionalização do 
sistema construtivo, e para as 
versões da Maison Citrohan 
(1920), onde o arquiteto explo-
ra a otimização dos espaços.
Figura 7 – Maison Dom-ino e Maison Citrohan. 
Estudos de Le Corbusier para a otimização da estrutura 
ao elaborar um sistema de concreto armado de lajes e 
pilares que funcionam independentemente das paredes 
de vedação e que, portanto, perdem a função estrutural
Fonte: BAKER, 2011
Em Arquitetura ou Revolução, ensaio inédito que sintetiza as premissas de 
Le Corbusier, é evidenciada a necessidade de se pensar em uma reforma técnica 
da habitação em função das deficiências tanto quantitativas quanto qualitativas das 
habitações na França.
Diante do exposto, Le Corbusier indica que o reposicionamento do arquiteto 
diante do enfrentamento dos novos desafios que a modernidade apresenta é emer-
gencial. Logo, a arquitetura deve incorporar em sua estética as questões colocadas 
pela indústria e pela máquina de modo a ressignificar a forma de morar nas cidades.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Adolf Loos: entre o silêncio e o resgate por Javiera Uriarte 
Adolf Loos: entre o silêncio e o resgate por Javiera Uriarte (traduzido por Eduardo 
Souza), 2017.
https://goo.gl/ERT7VY
Em foco: Adolf Loos
Em foco: Adolf Loos por Evan Rawn (traduzido por Romullo Baratto), 2016.
https://goo.gl/j2YqyZ
Leituras essenciais: “Ornamento e Crime”
Leituras essenciais: “Ornamento e Crime” por Adolf Loos por James Taylor-Foster 
(traduzido por Eduardo Souza), 2016.
https://goo.gl/fkn374
Ruskin, Sullivan e Loos: sobre o conceito de ornamento industrial
Ruskin, Sullivan e Loos: sobre o conceito de ornamento industrial por Fernando 
Diniz Moreira e Diogo Cardoso Barretto.
https://goo.gl/RydvqP
Ofício, arte e ornamento na arquitetura moderna: Ari Marangon, arquiteto artesão
Ofício, arte e ornamento na arquitetura moderna: Ari Marangon, arquiteto 
artesão por Célia Helena Castro Gonsales.
https://goo.gl/1b2BM6
O fracasso da utilidade: notas sobre o funcionalismo na arquitetura moderna
O fracasso da utilidade: notas sobre o funcionalismo na arquitetura moderna (1) 
por Rita de Cássia Lucena Velloso.
https://goo.gl/Zp7Tem
Ornament in Architecture, Louis Sullivan, 1892
https://goo.gl/tAivwT
 Livros
Viena fin-de-siècle: política e cultura
SCHORSKE, C. Viena fin-de-siècle: política e cultura. São Paulo, Companhia das 
Letras: 1998.
 Leitura
O campo intelectual e de arte em Buenos Aires: debates e práticas artísticas
O campo intelectual e de arte em Buenos Aires: debates e práticas artísticas por 
Maria Lúcia Bastos Kern.
https://goo.gl/H8C76u
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UNIDADE Em Busca de uma Nova Arquitetura
Referências
BANHAM, R. Teoria e projeto na primeira era da máquina. São Paulo: Pers-
pectiva, 2006.
COHEN, J. L. O futuro da arquitetura desde 1889: uma história mundial. São 
Paulo: Cosac Naify, 2013.
CURTIS, W. J. R. Arquitetura moderna desde 1900. Porto Alegre: Bookman, 2008.
FRAMPTON, K. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins 
Fontes: 2003.
GIEDION, S. Espaço, tempo e arquitetura: o desenvolvimento de uma nova tra-
dição. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
KRUFT, H. W. História da teoria da arquitetura. São Paulo: EDUSP, 2016.
LE CORBUSIER. Por uma arquitetura. São Paulo: Perspectiva, 2009.
________. Mensagem aos estudantes de arquitetura. São Paulo: Martins 
Fontes, 2006.
________. Precisões: sobre um estado presente da arquitetura e do urbanismo. 
São Paulo: Cosac Naify, 2004.
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