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Geopolítica e Comunicação-1

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GEOPOLÍTICA E COMUNICAÇÃO
TEMA 1: AS CONDIÇÕES CONTEMPORÂNEAS DE EXISTÊNCIA
Como era a antiga ordem mundial?
Do final da Segunda Guerra Mundial (1945) à Queda do Muro de Berlim (1989) e Fim da
URSS (1991). Do mundo polarizado ao mundo multipolarizado (economicamente).
A ordem mundial multipolar, anterior às grandes guerras mundiais, era baseada no
capitalismo industrial, com a Europa (boom na população) sendo uma área de repulsão
populacional, muitos europeus passaram a buscar a vida nas Américas do Norte e Sul no
século 19.
Após a segunda-guerra, houve a criação da ONU para evitar o acontecimento de uma
terceira guerra mundial; para o debate sobre direitos universais humanos, em 1948.
A escravidão moderna foi o acontecimento que mais matou pessoas, mais do que o
holocausto
Fim da História (Francis Fukuyama) e Fim da Geografia (Paul Virillo).
Fim da Sociedade Industrial para emergência de uma sociedade pós-industrial,
pós-humana, pós urbana etc.
● Conceito de Globalização: Fenômeno multifacetado com dimensões
econômicas, sociais, políticas, culturais, religiosas e jurídicas interligadas de
modo complexo (Boaventura de Souza Santos). Todos podem ser afetados pela
produção/ação humana, ainda que nem saibam que estão sendo afetadas; é
inerente a nossa civilização
● Conceito de Aldeia Global: O mundo diminuiu suas distâncias. A população,
graças à tecnologia e às comunicações, passou a viver numa espécie de aldeia,
onde todos se conhecem e têm conhecimento do que ocorre em qualquer parte
do globo. É necessário fazer comunicação e ter internet. (Marshall McLuhan)
Boa parte da população não tem acesso à internet, mas são afetadas pela
globalização; são conceitos diferentes.
Da Velha à Nova Ordem Mundial
As distâncias diminuíram (graças à revolução nos meios de transporte e de
comunicações) e a Nova Ordem é de um mundo cada vez menor. Este novo mundo é
marcado pela padronização e aglutinação: moedas, usos e costumes, hábitos alimentares
e até a própria maneira de pensar. A padronização implica na perda das personalidades,
no fim de culturas, orientações, identidades e redes.
MERCADO: Entende-se como sendo todas as relações de compra e venda, seja ela entre
pessoas, instituições ou países. O mercado sabe impor as novas condições de vida à
sociedade, moldando-a conforme sua oferta. O FMI ou Banco Europeu ditam as regras
para os países. Não existem notícias e comerciais falando mal de bancos porque eles
financiam a grande mídia, são acionistas, justamente para controlar informações que
possam surgir sobre eles.
MULTINACIONAIS (sede em um país, mas atua em outros países. Ex. Petrobrás) OU
TRANSNACIONAIS (são empresas presentes em vários países como sede. Ex.
Coca-Cola): Empresas que desenvolvem seus produtos voltados para o mercado
internacional e que estão presentes em, pelo menos, dois países. Seu poder passa por
cima das fronteiras e do poder dos governantes, abalando, assim, a própria base jurídica
do Estado que é o território.
MÍDIA (o 4º poder): Não que a mídia não tenha tido poder em momentos anteriores, mas
com a sociedade globalizada e informatizada, seu poder aumentou substancialmente. A
Grande Mídia serve ao capital internacional e à ideologia dominante. Ela não é
transformadora. Ela mantém o status quo. Criou um novo tipo de sociedade, a
“Sociedade do Espetáculo”, nas palavras do pensador francês Guy Debord. A imagem
é uma construção que pode ser feita pela mídia sobre políticos e outras personalidades. A
mídia é dita como o 4º poder porque fiscaliza os outros três (Legislativo, Executivo,
Judiciário). A questão da grande mídia são seus projetos econômicos e ideológicos, que
sempre acabam manipulando as nossas opiniões sobre o que está acontecendo no
mundo, direcionando a nossa atenção.
MARKETING: a partir da década de 1960, graças a Teodore Levit, o marketing ganha
uma força fenomenal. Seu objetivo principal é criar “necessidades”, vender aquilo que não
queremos comprar.
Além disso, o Marketing Político também ganha cada vez mais força. Será que você vota
em quem você realmente gostaria de votar?
MESSENGER: Redes sociais em geral dominam nosso estilo de vida. Facebook,
Whatsapp, Twitter, Instagram, Telegram, Skype etc.
MARCA: Tudo hoje no mundo das compras é regido pelas marcas, desde as fraldas de
um recém-nascido até o desespero dos mais velhos em consumir vitaminas e
suplementos das indústrias farmacêuticas.
PUBLICIDADE: a indústria publicitária tem ganhado milhões para adaptar produtos de
uma determinada região para outro e transformá-los vendáveis para grandes grifes
(Naming). O “Logo” de algumas empresas como Coca-cola, McDonalds, Nike, Channel
etc., vale mais do que todo seu ativo fixo.
MODA: Vem como consequência da Marca e utilizam os meios de comunicação para
impor aquilo que as pessoas querem. Utilizam grandes nomes do cinema, da TV, do
esporte como referências de consumo.
Por exemplo, você já comprou alguma coisa por causa de um famoso? Ou já deixou de
usar uma roupa porque ela não está mais na moda?
TEMA 2: COMUNICAÇÕES, TECNOLOGIAS E NOVAS PERCEPÇÕES DO
TEMPO
Marshall McLuhan – Guerra e paz na Aldeia Global.
Aldeia Global – O mundo diminuiu suas distâncias. A população, graças à tecnologia e às
comunicações, passou a viver numa espécie de aldeia, onde todos se conhecem e tem
conhecimento do que ocorre em qualquer parte do globo.
Previu as transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica.
O mundo seria interligado por estreitas relações econômicas, políticas e sociais, fruto da evolução
das Tecnologias da informação e da Comunicação.
Toffler – A terceira onda e a sociedade pós-industrial.
Dividiu a história da sociedade em três partes:
1) Revolução agrícola,
2) Revolução Industrial e
3) Revolução Tecnológica.
Convergência Tecnológica (computador, smartphones, tv digital, tv a cabo) – limiar da terceira
onda, com intensas trocas de informações.
Yoneji Masuda – A sociedade da informação como sociedade pós-industrial.
Sociedade baseada na alta criatividade intelectual; computador como principal tecnologia. A
função do computador seria a de substituir e ampliar o trabalho mental do homem.
Pierre Lévy – Cibercultura.
Convergência entre a informática, a eletrônica e a comunicação (segunda metade do século XX).
Concentração das comunicações no Computador. Segundo Lévy, “As tecnologias digitais surgiram
como a infraestrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de
organização e de transação, mas, também, novo mercado da informação e do conhecimento”.
Não há apenas um emissor da comunicação, mas vários.
Etapas da sociedade segundo Lévy:
1) Sociedades fechadas (voltadas à cultura oral),
2) Sociedades civilizadas, imperialistas (com o uso da escrita) e
3) Cibercultura (relativa à globalização das sociedades)
Manuel Castells – A sociedade em rede.
A sociedade voltada ao uso da informação traz a ideia de que as novas tecnologias da informação
estão integrando o mundo em redes interligadas globalmente. Essas redes se tornam fontes de
formação, orientação e desorientação da sociedade.
“A informação representa o principal ingrediente de nossa organização social, e os fluxos de
mensagens e imagens entre redes constituem o encadeamento básico de nossa estrutura social”.
Migração de informações do meio geográfico para o meio digital. Transformações nas relações de
poder: “o poder está nas mãos de quem detém as conexões que ligam as redes como, por
exemplo, os fluxos financeiros assumindo o controle de impérios da mídia que influenciam os
processos políticos”.
Othon Jambeiro – Gestão e Tratamento da informação na sociedade tecnológica.
O conceito de sociedade mundial não elimina o fato de existirem sociedades particulares, com
culturas, etnias e tradições próprias.
A noção de GLOBAL coexiste com a de LOCAL.
Existem culturas tradicionais que lutam pela sobrevivência de suas próprias culturas. Ex.:
aldeias/etnias isoladas no Amazonas não estão dentro da aldeia global,mas são afetadas pela
globalização. Por isso, preservam a cultura local.
Ex.: Dia dos mortos no México - resistência da cultura local.
Ex.: a comida japonesa é adaptada ao Brasil e chega através da globalização. Não deixa de ser
comida japonesa, mas sofre adaptações.
Existem tentativas imperialistas de tentar acabar com certos tipos de culturas locais, de
sociedades sendo substituídas por produtos/culturas de fora.
Maria Helena Oliva-Augusto – Tempo, indivíduo e vida social.
Tempo social (aquele que permite cumprir os atos necessários para a produção dos meios que
garantem a sobrevivência do indivíduo). - trabalho
Cada sociedade, num determinado tempo, terá necessidades diferentes.
Existência de um tempo social dominante que é normalmente contrário ao que precisamos.
Tempo social prioritário – o tempo do trabalho.
Tempo do trabalho: regular, homogêneo, contínuo, exterior, coercitivo, linear, abstrato. Outras
atividades são deixadas em segundo plano. Crítica ao tempo do trabalho. Mas qual seria o novo
tempo dominante em nossa sociedade?
Gasta-se tanto tempo com trabalho que outros tipos de atividades são afetadas por conta disso.
TEMA 3: SUBJETIVIDADES PÓS MODERNAS
Pós-modernidades marcam o período atual, assim como sociedade pós-industral, sociedade
pós-industrial, modernidade líquida. De todo modo, esse período é marcado pela ascensão do
neoliberalismo, um sistema econômico vigente que visa a diminuição/intervenção do estado em
questões sociais e o fim da bipolaridade do mundo (fim da guerra fria).
Subjetividade é como a gente se comporta, age, se vê no mundo. Cada pessoa frequenta um
grupo social diferente, tem sua individualidade e tem visões diferentes acerca das coisas no
mundo. Mas também existem subjetividades coletivas em que grupos compartilham as mesmas
vivências e se comportam de forma parecida ou igual perante sociedade.
Fredric Jameson
Pós-modernidade como lógica do capitalismo tardio.
Reivindica uma leitura marxista de nossos tempos (burguesia x proletariado).
Pós-modernidade como ideologia das diferenças, do hibridismo e do simulacro.
Saídas – utilização do poder da abstração.
Sujeito pós-moderno: é o que pretende, através da crítica do individualismo burguês, ter
superado o caráter centralizador e unificante do “eu”.
Nova subjetividade engajada em jogos de diferenças sensíveis, como ser hipster, ser vegano, ser
ambientalista etc., celebrando o fim das identidades estáveis (burguesa e proletária), tidas como
opressoras.
Subjetividade esquizofrênica – recalque do problema da totalidade, há uma incapacidade de
relacionar o individual com o coletivo. Ou seja, não há capacidade de relacionar outra pessoa
consigo mesmo, negando heranças africanas, indígenas ou de algum grupo social considerado
inferior.
O jogo das diferenças entra em contradição com a unificação realizada pelo mercado global,
servindo mesmo para intensificá-la, pois o repúdio a pensar a totalização permite a abertura
completa da subjetividade para a mercantilização generalizada.
Ex: Determinados grupos consomem produtos que os diferenciam de outros grupos. A
subjetividade pós-moderna não pode ser múltipla porque ela é capitalista. A multiplicidade das
subjetividades serve para intensificar a dominação do capitalismo.
● Proposta do autor: reintrodução, no debate contemporâneo, das categorias pretensamente
superadas do individual e do coletivo, da relação contraditória e dialética (retorno à
discussão de classes sociais e não grupos)
David Harvey
Procura compreender a pós-modernidade e os novos modelos subjetivos que emergiram a
partir do final dos anos 60 e começo dos anos 70 através das transformações econômicas
da época, já que a ascensão do pós-modernismo reflete uma mudança na maneira de operação
do capitalismo em nossos dias.
Rejeita a “atividade de mascaramento e dissimulação, todos os fetichismos de localidade, de lugar
ou de grupo social”, que associa ao pós-modernismo. As novas subjetividades, ao pregar a
flexibilidade e liberdade subjetivas e celebrar a diferença, torna-se cego à inédita mercantilização
da vida, e mesmo colabora para a expansão do capital, observada a partir dos anos 70. O
capitalismo é um sistema que homogeneiza o campo social, mas assim o faz através da produção
de diferenças, de sua capacidade de fabricar (não apenas mercadorias), mas também
subjetividades consumidoras de que o mercado necessita para expandir-se. Na acumulação
flexível (da economia atual), as reivindicações trabalhistas são abafadas através da flexibilização
e precarização do trabalho. Os Estados, privados de sua força regulamentadora e previdenciária,
inclinam-se à política neoliberal, comprometida em criar um “clima favorável aos negócios", e,
portanto, otimizar as condições para a acumulação capitalista, não importando as consequências
para o emprego e o bem estar social. Mudança de uma economia fordista-keynesiana (onde as
pessoas ganham poder aquisitivo e têm os mesmos anseios de consumo) para uma economia de
acumulação flexível que expande o mercado devido à necessidade de aumento dos lucros do
capitalista. Principais transformações à partir da década de 70: desenvolvimento tecnológico,
crescente demanda por flexibilidade geográfica e temporal do trabalhador, precarização dos
contratos laborais, o ocaso do Estado previdenciário e a emergência de governos neoliberais e a
progressiva dissolução do poder sindical. A subjetividade múltipla pós-moderna permite a
mobilidade requerida para postos de trabalho cada vez mais precários, a expansão dos territórios
abrangidos pelo capital, como o comportamento, a sexualidade, a própria sociabilidade do homem
e o individualismo generalizado com a consequente dissolução dos laços coletivos, como o dos
sindicatos.
Ex: Já viram discussão sobre as relações trabalhistas serem discutidas entre empregado e patrão
e não baseadas em leis que servem para todos? Harvey não condena completamente o discurso
pós-moderno. Ele pretende incluir no debate o sistema capitalista que, como sistema totalizante, é
agente de contínua homogeneização das diferenças celebradas pelas teorias pós-modernas. O
papel da crítica não pode, portanto, ser reduzido a lutas locais, dispersas pelo campo social, como
às dos homossexuais, das mulheres, dos negros, etc. É necessário que as lutas se articulem
numa totalidade, num novo sentido de coletividade, pois só superando seu isolamento elas
poderão provocar transformações na homogeneização perpetrada pelo mercado.
A diferença do David para o Jameson está para além das classes sociais. Ele traz uma discussão
sobre assuntos que permeiam as classes sociais. Como um negro que se tornou rico e burguês
tem uma chance muito menor de sofrer racismo pelo status que carrega.
Pós-modernidade – instabilidade. Frederic Jameson e David Harvey A pós-modernidade, com sua
celebração das diferenças e dos simulacros, não resiste ao poder unificante do mercado, à
globalização financeira realizada pelo capitalismo tardio da acumulação flexível.
Jean Baudrillard
A subjetividade contemporânea é condicionada pela progressiva falência da função simbólica (a
ordem cultural, a tradição, a história).
A subjetividade torna-se consumidora passiva de mercadorias fantasmagóricas que não
possuem qualquer relação com algum valor de uso, mas que produzem mil diferenciações
na subjetividade consumista. Ex: produtos que compramos e que não possuem função prática.
Vivemos uma sociedade cuja moral é o “direito natural à abundância”, chamada por Baudrillard de
“Fun Morality”. Nunca existe satisfação completa. O consumo passa a ser eterno e insaciável
círculo vicioso. A sociedade capitalista produz a crença subjetiva de satisfação absoluta.
Sendo assim, a satisfação plena torna-se mais do que simplesmente possível. Torna-se um dever,
uma obrigação. Os objetos de consumo trazem uma satisfação temporária. O capitalismo
pós-moderno, ao produzir na subjetividade a promessa de satisfação absoluta vinculada ao
consumo de mercadoriase signos, recai num equívoco fundamental: falsifica a imagem do desejo
humano, apresentando-o como absolutamente positivo. O capitalismo pós-moderno, ao negar
este núcleo de negatividade, constrói uma moral de hiperatividade e hiperconsumo. Moral incapaz
de provocar transformações reais no mundo. Sintoma depressivo ou violento – quando as
pessoas recebem um não dentro de uma sociedade, tendo em vista que o capitalismo
moderno diz a você que o não pode não existir. É necessário revelar o vazio constituinte dessa
ordem de que a pessoa é capaz de tudo, para que a subjetividade possa engajar-se num
processo de transformação real.
Slavoj Zizek
Pensa o capitalismo como um sistema que impede o encontro da subjetividade com o núcleo
traumático, a negatividade pura. O sujeito é um vazio constitutivo, vazio que é fonte para qualquer
transformação real, mas que a presença das aparências vem preencher de forma ilusória, adiando
o encontro com a realidade irrepresentável do trauma. A característica fundamental da sociedade
de hoje é o antagonismo inconciliável entre a Totalidade e o indivíduo. O particular não necessita
mais identificar-se perante um “outro” que sanciona (limita) sua posição subjetiva.
Ex: eu não preciso me identificar com um proletário braçal. Se o “Outro” não existe, tudo se torna,
aparentemente permitido. Os sujeitos se sentem na obrigação de se divertir, de curtir a vida como
se isso fosse uma espécie de dever e, consequentemente, se sentem culpados quando não são
felizes. Zizek critica o discurso de uma revolução não violenta/traumática, que não seja
confrontada, devido à importância do trauma para o sujeito se transformar.
Zygmunt Bauman
Adentramos uma nova “modernidade líquida”, que tem como principal característica a fluidez e a
contingência, tanto de mercadorias, como de relações humanas e instituições. Nada na sociedade
pós-moderna é feito para durar, pois quando algo dura, o capitalismo perde seu lucro. Principais
sintomas da modernidade líquida: hibridez, leveza e ausência de vínculos estáveis. Bauman liga
esses sintomas a um poder coercitivo (o capitalismo) que, contraditoriamente, sustenta negar
qualquer coerção. Falsa sensação de que a escolha dos homens é livre e individual (gosto não se
discute). É preciso retomar esses laços mais fortes que unem os homens para que haja
transformação social da realidade.
TEMA 4: IMPERIALISMO, GEOPOLÍTICA CLÁSSICA E GEOPOLÍTICA CRÍTICA
Império, quando surgiu?
Imperium – poder público do rei (monarquia - 1ª FASE) e dos magistrados (república - 2ª FASE).
Em 23 a.C. Augusto outorgou-se o Imperador, surgindo o império.
Ou seja – surge na roma antiga.
CONSTRUÇÃO ATRAVÉS DO USO DA FORÇA E DOMÍNIO DE OUTROS POVOS PELA
COERÇÃO E IMPOSIÇÃO DA CULTURA DO IMPERADOR. EXISTIA UM SENSO DE
SUPERIORIDADE.
O que é?
Um poder exercido por um grupo humano relativamente homogêneo sobre outro ou outros. A
formação do império envolve um choque entre duas ou mais culturas e a consequente
constituição de relações de troca desiguais entre elas, que exprimem a dominação de uma
sobre a(s) outra(s).
Império
O termo tem sido normalmente usado para designar um sistema político contendo territórios
extensos e altamente centralizados, nos quais o centro, personificado, quer na pessoa do
imperador quer nas instituições políticas centrais, constitui uma entidade autônoma. Todo o
império, entendido como poder político sobre outros, envolve o exercício de uma autoridade
soberana adquirida, numa primeira instância, pela força.
Exemplos de Império:
Império português, no período do Brasil colonial.
Império espanhol (o maior que já existiu).
Império britânico. Império brasileiro (período imperial por D.Pedro l - conquista de territórios,
unifica e transforma em império).
Imperialismo. Quando surgiu o termo?
Surge no século XIX, na Inglaterra para falar pejorativamente do que Napoleão fazia na Europa.
Recuperado por Lenin em 1916 (marxista), dizendo que o imperialismo é o estágio supremo do
capitalismo. Aquele onde a concentração do capital está em grandes monopólios.
Imperialismo, o que é?
É a prática através da qual nações poderosas procuram ampliar e manter controle ou influência
sobre povos ou nações mais pobres e militarmente mais fracas. Ou seja, conquistar terras de
países não civilizados (exclui-se os países europeus), como um projeto civilizatório de ciência,
modo de vida para áfrica e ásia (racismo científico) justificando essa dominação de culturas
diferentes como algo inferior.
Quais são as características do Imperialismo hoje?
Emergência do capital financeiro enquanto simbiose do capital industrial e bancário.
Crescente exportação de capitais comparativamente com a de mercadorias. Formação de cartéis
que disputam o mercado mundial. Conflito agudo entre potências pela redistribuição de áreas de
influência no mundo, como: fluxo de informações, de tecnologia, cenários culturais. Atualmente,
não é mais necessário anexar territórios para ser considerado imperialista.
A política brasileira acaba influenciando a política sul americana
Estados Unidos Imperialista?
Visão 1: Os EUA nunca foram um império, bem como sustentam uma matriz anti-imperialista.
Baseada na história dos EUA, no processo de independência das 13 colônias contra a coroa
britânica. Eles levantam pontos sobre apoio ao nacionalismo afro-asiático e a independência
desses países.
Visão 2: Na sua curta história, a nação norte-americana se constituiu como verdadeiro império. O
território dos EUA é resultado de processo expansionista como o europeu através de compra de
territórios com preço baixo, anexo de Texas e Califórnia do México, anexam por guerra porto rico,
guam, cuba e filipinas. E controle de fluxos marítimos.
JUSTIFICATIVA: missão civilizadora de levar democracia liberal para os demais povos.
Atualmente: hiperpotência norte-americana
Os EUA possuem o maior poderio de que alguma vez um país dispôs em toda a história humana.
Alfredo Valladão (1993) – “América mundo”, “Império democrático”, “Imperialismo da liberdade”.
Argumentos: Hegemonia econômica, o poder do dólar, a dominação tecnológica e do
software, o controle de fluxos estratégicos (petróleo, movimento de capitais, imagens
globais, super-auto-estradas de informação), a organização do comércio mundial e o
poderio militar.
Pós 11 de setembro - quando tudo piora
Eurásia: área de influência norte-americana. EUA intervém nos países como um “imperialismo do
bem”, para combater terrorismos, e levar o capitalismo e a democracia liberal.
Imperialismo de tipo novo – Imperialismo pós-moderno
Elementos que os EUA vêm pondo em prática, principalmente após o 11 de setembro:
1) Dominação de um povo sobre outros povos (dos EUA sobre povos de origem muçulmana, por
exemplo).
2) Conquista territorial abrangendo uma vasta área.
3) Cobrança de um imposto pelo poder central.
Estados Unidos – único poder soberano
Recusa da assinatura do protocolo de Quioto.
Rejeição do Tribunal Penal Internacional.
Intervenção militar no Iraque (contra o conselho de segurança da ONU).
Morte de líderes políticos e militares (caso do general do Irã).
Estados Unidos e China
MAS SERÁ QUE HOJE EM DIA APENAS OS ESTADOS UNIDOS POSSUEM AMPLOS
PODERES SOBRE OUTROS PAÍSES?
Geopolítica Originária do século XX, através do sueco Rudolf Kjellén (1864-1922),
Torna-se uma tendência durante a Segunda Guerra Mundial, e foi esquecida pelo mundo
acadêmico após o fim do conflito, retomando apenas no final da década de 1970. Geopolítica é a
ciência que se ocupa do Estado enquanto organismos geográficos ou fenômenos espaciais.
Geopolítica
Visão estadunidense sobre a geopolítica: ARMA SECRETA DO NAZISMO.
Viam na Geopolitik alemã o explícito interesse nos confrontos do expansionismo territorial,
justificado em nome do “espaço vital” dos povos mais intensamente propensos ao crescimento.
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a alegada ligação com o nazismo, que anteriormente
tinha desencadeado uma grande atenção nos confrontos da Geopolitik,foi a grande causa de seu
fracasso, fazendo com que a Geopolítica caísse no ostracismo por um longo período.
RETOMADA: Quando voltou-se a pensar em geopolítica, a disciplina abandonou a finalidade de
compreender como o controle dos espaços poderiam garantir a aquisição do controle político (que
tradicionalmente a colocava a serviço do poder) para assumir um novo papel mais crítico, o de
“compreender”.
Geopolítica Clássica
A geopolítica sempre existiu.
Contudo, ela surgiu como ciência na Alemanha, nas primeiras décadas do século XX, com o
objetivo de ser um instrumento para os governos alemães, uma teoria sobre o poder do Estado e
as suas formas territoriais. Foco: encontrar uma justificativa teórica para o crescimento do Estado
alemão. Essas teorias, mesmo que não preconizassem a guerra, justificam a expansão territorial
como uma exigência biológica e, portanto, permitem interpretar em termos de “necessidade
natural” a conflitualidade tirânica dos Estados mais potentes nos encontros dos organismos
políticos menores. Fundamentavam as reivindicações expansionistas da Alemanha. Os Estados
maiores tentam, continuamente, subjugar os menores
Geopolítica Crítica
Como consequência da recusa intelectual da Geopolítica depois da Segunda Guerra Mundial
pelos intelectuais, ela foi usada apenas como instrumento de Estado durante a Guerra Fria. A
partir dos anos 1970, o mundo começa a dar mais atenção aos temas de caráter político e
internacional. Anti-geopolítica. Em paralelo a essa nova preocupação com as questões dos
Estados, a geopolítica clássica continua a ser praticada, focada na análise da geoestratégia das
temáticas geoeconômicas e nas questões de interesses nacionais.
Na década de 1990 surge a GEOPOLÍTICA CRÍTICA. Nesta época aflora uma nova reflexão que
rompe com um ponto de vista único e objetivo e dá atenção à multiplicidade de discursos,
privilegiando aqueles com envolvimento ideológico.
GEOPOLÍTICA CRÍTICA: Um conjunto de estudos culturais e pós-coloniais no âmbito da
sociedade pós-moderna. Os objetos da geopolítica crítica voltam-se às representações
geopolíticas como forma de produção do saber e como instrumento que produzem discursos.
Cada representação geopolítica é uma narração discursiva e, portanto, coloca-se dentro das
práticas sociais que tornam o mundo inteligível a nós mesmos e aos outros. O discurso geopolítico
é quase sempre localizado no tempo e no espaço e há uma função naturalizante.
TEMA 5: A INDÚSTRIA CULTURAL
Indústria cultural
Termo criado por Theodor Adorno (1903-1969) e Max Horkheimer (1895-1973) para designar a
situação da arte na sociedade capitalista industrial.
Hoje, a indústria cultural está presente na vida cotidiana da população e exerce uma forte
influência sobre ela. Caráter manipulador e conservador da Indústria Cultural. Ela tira das “classes
subalternas” a possibilidade de elaborarem uma cultura própria e crítica. A Indústria Cultural nega
aos consumidores aquilo que lhe promete. Ela é uma fábrica de ilusões e de consumo superficial.
Segundo Adorno (1977, p. 287), “a indústria cultural é a integração deliberada, a partir do alto, de
seus consumidores”. O lucro e a lógica da produção capitalista realizam a mercantilização da arte
e da cultura, produzindo “mercadorias culturais”.
Contradições da indústria cultural (primeira)
A questão da recepção nos permite perceber que o processo de padronização e manipulação não
ocorre em terras virgens de obstáculos. As pessoas diante da indústria cultural não são
receptáculos vazios. As classes exploradas não assimilam as mensagens veiculadas da forma
pretendida pelos seus emissores.
Exemplo da primeira contradição
Para um intelectual do Partido Comunista, uma novela que apresenta um personagem
“comunista” que abandona tal posição aparece para ele como uma perigosa e ideológica
propaganda anticomunista. Para um operário, tal particularidade da novela não lhe interessa, pois
o significado do comunismo para ele é outro, estando desligado dos seus valores e interesses.
Exemplo da primeira contradição
Logo, se havia intenção de se produzir uma propaganda anticomunista, o que é discutível, ela tem
efeitos bastante limitados.
Para concluir a primeira contradição
A interpretação de cada classe social (que também apresenta diferenças internas e subdivisões)
da mensagem recebida está relacionada com a sua consciência e com os valores que só podem
ser compreendidos com base na análise do seu modo de vida. Vivemos em uma sociedade de
classes e esta leva as classes sociais a terem modos de vida diferentes e, por isso, observarem e
interpretarem a realidade de formas diferentes.
Para concluir a primeira contradição
A consciência de classe e as representações que são produzidas pelas classes sociais se
diferenciam e, embora possuam também elementos em comum, já que as “ideias dominantes são
as ideias da classe dominante”, tal diferenciação interfere na recepção das mercadorias culturais e
da cultura em geral. Assim, não se sustenta a tese de que as massas seriam receptoras passivas
dos meios de comunicação de massas. Neste tipo de análise não se vê nenhuma contradição e
implanta-se o domínio absoluto da burguesia através da indústria cultural. A partir disto, muitos
sustentam que a invasão das TVs nas zonas rurais impossibilita revoltas ou revoluções
camponesas, pois, ao eliminar as contradições, se elimina, também, a possibilidade de mudança.
Contradições da indústria cultural (segunda)
Além da interpretação da propaganda ideológica variar conforme quem a realiza, existe uma outra
contradição que prejudica sua eficácia: a contradição entre a propaganda e a realidade. Esta
contradição, ao lado das diferenças culturais, impedem o domínio absoluto da burguesia através
da indústria cultural.
Exemplo da segunda contradição
Incentivo que a propaganda ideológica (e comercial) procura oferecer ao consumismo, à luta pela
ascensão social e pela elevação de status, etc. que reforça a ideologia dominante burguesa e a
integração na sociedade capitalista, mas, ao mesmo tempo, reforça o descontentamento com a
sociedade burguesa (e a contra-ideologia) daqueles setores da sociedade impossibilitados de
materializarem o que foi incentivado pelos meios de comunicação de massas.
Contradições da indústria cultural – terceira
A indústria cultural não consegue se tornar imune às ações que são contrárias aos seus objetivos.
Apesar da vigilância dos proprietários dos meios de comunicação e dos burocratas que a dirigem
juntamente com a pressão dos anunciantes, a própria concorrência oligopolista abre espaço para
a produção artística, informativa, cultural, etc. crítica, devido à necessidade de audiência, ou seja,
os próprios conservadores (proprietários, burocratas, anunciantes) muitas vezes são levados a
tomarem atitudes contrárias aos seus interesses ou objetivos.
Exemplo da terceira contradição
Quando uma determinada empresa midiática é obrigada, pela pressão popular, a dar uma
determinada notícia que é contrária aos interesses ideológicos dominantes. Exemplo: as notícias
da Guerra do Vietnã nos EUA.
Para concluir
A indústria cultural não é apenas estabilizadora da sociedade capitalista, mas também reprodutora
de suas contradições. Ela não é neutra e serve aos interesses do capital. Estas contradições não
são “explosivas” e o que predomina amplamente é a reprodução das mercadorias culturais que
reproduzem os valores dominantes da sociedade moderna, mas as pequenas brechas também
são portadoras de potencialidade de ampliação e colaboração com outras lutas no sentido da
transformação social. Obviamente que novas formas de comunicação devem ser produzidas e
utilizadas, assim como o uso de formas alternativas já existentes. A análise também deve levar
estas formas alternativas em consideração para conseguir perceber que a hegemonia daqueles
que detém o poder não é total e que possui brechas
TEMA 6: ALIENAÇÃO, IDEOLOGIA E HEGEMONIA
Alienação
Senso comum: É a condiçãopsicossociológica de perda de identidade individual ou coletiva
decorrente de uma situação global de falta de autonomia. Encerra, portanto, uma dimensão
objetiva – a realidade alienante – a uma dimensão subjetiva – o sentimento do sujeito privado de
algo que lhe é próprio.
Várias abordagens de Alienação
Psicologia e psiquiatria: designa um estado mental da pessoa cuja ligação com o mundo
circundante está enfraquecida. Antropologia: é o estado de um povo forçado a abandonar seus
valores culturais para assumir os do colonizador.
Várias abordagens de Alienação
Sociologia e Comunicação: discute-se a alienação que a publicidade e os meios de comunicação
suscitam, dirigindo a vontade das massas, criando necessidades de consumo artificiais e
desviando o interesse das pessoas para atividades passivas e não participativas.
Alienação (Hegel)
A alienação é um processo essencial pelo qual a consciência, ainda ingênua, convencida de que a
realidade do mundo é independente dela mesma, chega a tornar-se consciência de si. O concreto
reside na unidade dos termos contraditórios que entram em confronto. Cada termo é a negação
de seu próprio oposto, sendo o movimento interno do sujeito a "negação da negação".
A luta desses opostos é mortal, pois o ser de cada um deles está no outro, que o desafia e nega.
A posse de si mesmo fica assim condicionada à destruição do outro, que detém a verdade e o
absoluto. Concebida nesses termos, a alienação é, portanto, além de profunda, necessariamente
intrínseca e primordial: o ser de cada indivíduo não reside em si próprio e sim em seu oposto, no
qual corre o risco de se diluir. Exemplo: Quando temos um pensamento criativo e trabalhamos
nele para que ele se torne real, nos alienamos. Ocorre que o real nunca será como as ideias que
tentamos colocar em prática. Sendo assim, o concreto é a alienação.
Alienação (Karl Marx) - negativa, o trabalhador não tem ideia da sua
exploração e que o oposto da alienação é a consciência de classe.
O trabalhador é estranho ao produto de sua atividade, que pertence a outro. Isto tem como
consequência que o produto se consolida, perante o trabalhador, como um “poder independente”
e que, “quanto mais o operário se esgota no trabalho, tanto mais poderoso se torna o mundo
estranho objetivo (separação entre capital e trabalho), que ele cria perante si, mais ele se torna
pobre e menos o mundo interior lhe pertence (seus desejos, anseios, sentimentos profundos). A
alienação do trabalhador relativamente ao produto da sua atividade surge, ao mesmo tempo, vista
do lado da atividade do trabalhador, como alienação da atividade produtiva. Esta deixa de ser uma
manifestação essencial do homem, para ser um “trabalho forçado”, não voluntário, mas
determinado pela necessidade externa.
O trabalho não é uma feliz confirmação de si e desenvolvimento de uma livre energia física e
espiritual, mas antes sacrifício de si e mortificação. A consequência é uma profunda degeneração
dos modos do comportamento humano. Com a alienação da atividade produtiva, o trabalhador
aliena-se, também, do gênero humano. A livre atividade consciente é o caráter específico do
homem, mas a própria vida surge no trabalho alienado apenas como meio de vida. Além disso, a
vantagem do homem sobre o animal – o fato de o homem poder fazer de toda natureza
extra-humana o seu corpo inorgânico – transforma-se, devido a esta alienação, numa
desvantagem, uma vez que escapa cada vez mais ao homem, ao operário, o seu corpo
inorgânico, quer como alimento do trabalho, quer como alimento imediato, físico.
A consequência imediata desta alienação do trabalhador da vida genérica, da humanidade, é a
alienação do homem pelo homem. Em geral, a proposição de que o homem se tornou estranho ao
seu ser, enquanto pertencente a um gênero, significa que um homem permaneceu estranho a
outro homem e que, igualmente, cada um deles se tornou estranho ao ser do homem. Esta
alienação recíproca dos homens tem a manifestação mais tangível na relação operário-capitalista.
Hegel X Marx
Em Hegel, a alienação é positiva, pois o homem precisa colocar em prática as ideias que ele
possui. E a contradição entre o mundo das ideias e o mundo concreto é necessário para a
existência humana, pois um não vive sem o outro, numa relação dialética.
Hegel X Marx Em Marx, a alienação é negativa.
A alienação torna o homem menos humano, no sentido que ele não realiza os seus desejos, seus
anseios de verdade. O homem faz aquilo que lhe é imposto apenas para sobreviver.
Ideologia (eu quero uma pra viver...)
Nada neste mundo criado por seres humanos é vazio de ideias. Tudo o que falamos, pensamos e
fazemos está marcado por um conjunto de ideias pré-produzidas. Ainda que sejamos meros
reprodutores de reflexões alheias, ainda aí, no âmbito do senso comum, está presente um
conjunto de pensamentos que tomamos por verdade.
Ideologia (Hegel)
A ideologia é a separação da consciência em relação a si mesma. A ideologia, como
pseudoconsciência, apresenta-se na separação entre o sujeito e objeto. Como Hegel fala sobre a
importância da dialética, a ideologia seria algo de negativo, que separa o real do ideal.
Ideologia (Marx)
As ideologias refletem os interesses das classes dominantes com um único objetivo: manter a
dominação e os privilégios. A produção das ideias, representações, da consciência está, a
princípio, diretamente entrelaçada com a atividade material e o intercâmbio material dos homens,
linguagem da vida real. O representar, o pensar, o intercâmbio espiritual dos homens aparece aqui
como fluxo direto do seu comportamento material.
O que o indivíduo pensa e as coisas nas quais ele acredita são marcados pela condição material
de produção e existência, ou seja, pela realidade, pela experiência material na qual ele vive. Esta
vivência marcará seu olhar sobre o mundo. Uma pessoa que nasce e é criada em uma
comunidade no subúrbio do Rio de Janeiro terá uma visão de mundo muito diferente de outra que
nasça e cresça na Zona Sul da cidade, porque a maneira como desfrutam da experiência de viver
acontece em realidades sociais, econômicas e culturais completamente diversas. O exemplo
máximo de ideologia é a Ideologia Capitalista que molda nossos gostos, comportamentos,
pensamentos...
Hegemonia (Gramsci)
Preponderância de alguma coisa sobre outra. É a supremacia de um povo sobre outros povos, ou
seja, a superioridade que um país tem sobre os demais, tornando-se assim, um Estado soberano.
O Estado que detém a hegemonia possui influência em diversas áreas, especialmente em termos
econômicos, culturais, poder militar, como armas, aviões, munição e etc. A Hegemonia também
pode ser política, social, cultural. É o domínio de uma classe sobre a outra, em termos
ideológicos, em especial da burguesia com as classes trabalhadoras. Para Gramsci, esse domínio
se dava principalmente na cultura e na reprodução de suas estruturas, por exemplo, na mídia, na
escola, nas artes. Necessidade de construir uma Contra Hegemonia. Não quer ser totalitário.
TEMA 7: DEMOCRACIA
Democracia
A palavra Democracia tem sua origem na Grécia Antiga (demo = povo e kracia = governo).
Democracia é um regime de governo em que o poder de tomar decisões políticas está com os
cidadãos (povo), direta ou indiretamente. Ou seja, é um conceito europeu.
Democracia direta Ou “Democracia Pura”
Onde o povo expressa a sua vontade por voto direto em cada assunto particular. Através de
plebiscito ou referendo ou outras formas de consultas populares, pode decidir diretamente sobre
assuntos políticos ou administrativos de sua cidade, estado ou país. Não existem intermediários
(deputados, senadores, vereadores).
Democracia indireta
Também conhecida como “Democracia Representativa”. O povo também participa, porém através
do voto, elegendo seus representantes (deputados, senadores, vereadores) que tomam decisões
em nome daqueles que os elegeram. Os cidadãos elegem representantes em intervalos regulares,
que então votam os assuntosem seu favor.
Democracia no Brasil
Democracia Representativa. Obrigatoriedade do voto para maiores de 18 anos e menores de 70
anos.
Democracia participativa
É conhecida como democracia semidireta. O poder emana do povo, por isso, apesar de escolher
seus candidatos, a sua participação e a consulta popular é bem maior, especialmente em casos
que promovam mudanças estruturais nas leis, como no caso da Constituição. Pode ser feita
através de referendos, consultas populares, abaixo-assinados etc. O povo tem o poder soberano.
Cidadania
No sentido etimológico deriva da palavra civita, que em latim significa cidade. O termo tem o seu
correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade. A ideia de cidadania nasce da
transformação do súdito em cidadão.
Conceito: Participação integral do indivíduo em uma comunidade política que lhe confere um
conjunto de direitos e de deveres.
Cidadania – Histórico
Na Grécia Antiga, eram cidadãos somente os homens adultos livres.
Estavam excluídos os escravos, os estrangeiros e as mulheres. Até o século XVIII prevaleceu a
ideia de que os indivíduos deveriam se sujeitar ao Estado. Os súditos deveriam obedecer
invariavelmente ao soberano, que zela pela vida e pela integridade física dos indivíduos.
Instaura-se a partir das lutas que culminaram na Independência dos EUA e na Revolução
Francesa. A partir destes eventos a organização política e social deixa de se basear nos deveres
dos súditos e passa a se basear nos direitos e deveres dos cidadãos.
Cidadania – Tipos antigos
“A cidadania ativa” era atribuída às classes abastadas (industriais, comerciantes, profissionais
liberais e cientistas). A “cidadania passiva” era atribuída às mulheres, pobres, servos, mendigos e
outros considerados “ignorantes” e “incapazes” . Somente aos “cidadãos ativos” cabia o direito de
exercer o poder de governo.
Cidadania – Como funciona?
A cidadania liga-se ao exercício de 3 categorias de direitos: Direitos civis Direitos políticos Direitos
socioeconômicos.
Direitos Civis na democracia liberal
Direito à justiça, à propriedade, à livre locomoção à livre expressão e manifestação. Direito de
receber igual tratamento perante a lei.
Direitos políticos na democracia liberal e nas demais
Direito à participação no poder político. Direito à elegibilidade. Direito ao voto.
Direitos socioeconômicos na democracia liberal e nas demais
Acesso ao mínimo de bem-estar e segurança material dentro do padrão de civilização vigente na
sociedade.
Cidadania
No sentido etimológico deriva da palavra civita, que em latim significa cidade. O termo tem o seu
correlato grego na palavra politikos – aquele que habita na cidade. A ideia de cidadania nasce da
transformação do súdito em cidadão. Conceito: Participação integral do indivíduo em uma
comunidade política que lhe confere um conjunto de direitos e de deveres.
Cidadania – Histórico
Na Grécia Antiga, eram cidadãos somente os homens adultos livres.
Estavam excluídos os escravos, os estrangeiros e as mulheres. Até o século XVIII prevaleceu a
ideia de que os indivíduos deveriam se sujeitar ao Estado. Os súditos deveriam obedecer
invariavelmente ao soberano, que zela pela vida e pela integridade física dos indivíduos.
Instaura-se a partir das lutas que culminaram na Independência dos EUA e na Revolução
Francesa. A partir destes eventos a organização política e social deixa de se basear nos deveres
dos súditos e passa a se basear nos direitos e deveres dos cidadãos.
Cidadania – Tipos antigos
“A cidadania ativa” era atribuída às classes abastadas (industriais, comerciantes, profissionais
liberais e cientistas). A “cidadania passiva” era atribuída às mulheres, pobres, servos, mendigos e
outros considerados “ignorantes” e “incapazes” . Somente aos “cidadãos ativos” cabia o direito de
exercer o poder de governo.
Cidadania – Como funciona?
A cidadania liga-se ao exercício de 3 categorias de direitos: Direitos civis Direitos políticos Direitos
socioeconômicos.
Direitos Civis na democracia liberal
Direito à justiça, à propriedade, à livre locomoção à livre expressão e manifestação.
Direito de receber igual tratamento perante a lei.
Direitos políticos na democracia liberal e nas demais
Direito à participação no poder político. Direito à elegibilidade. Direito ao voto.
Direitos socioeconômicos na democracia liberal e nas demais
Acesso ao mínimo de bem-estar e segurança material dentro do padrão de civilização vigente na
sociedade.
Cidadania
Não basta que tais direitos sejam declarados ou figurem na lei. É necessário um aparato
institucional que garanta sua plena operação na vida real. Exercer a cidadania plena é ter direitos
civis, políticos e sociais. Implica no reconhecimento, por parte do Estado, da igualdade entre os
indivíduos. É também cumprir com os deveres que lhe são impostos pelos governos
legitimamente eleitos.
Ser cidadão é... Conhecer bem seus direitos e deveres. Orientar seu comportamento por este
conjunto de princípios e de valores. Ser cidadão é... Conhecer bem seus direitos e deveres.
Orientar seu comportamento por este conjunto de princípios e de valores. Ter acesso à educação,
à saúde, ao lazer, aos bens culturais, ao convívio equilibrado com o meio ambiente. Respeitar o
outro, suas escolhas, seu credo, sua condição e orientação sexual, política e filosófica, são
também evidências da cidadania. É a esfera de direitos e deveres conferida aos indivíduos, sem
qualquer discriminação seja de idade, cor, raça etc.
Cidadania no Brasil e no Mundo
Em 1822, só votavam no Brasil os homens ricos e brancos. Os negros eram escravos e os pobres
não tinham direitos. As mulheres adquiriram direito ao voto no Brasil em 1932. O regime do
Apartheid na África do Sul negou o direito ao voto e à elegibilidade aos negros até 1993.
E a Democracia Ocidental hoje?
Visão 1 (equivocada): Uma sociedade pacífica e harmoniosa onde as divergências básicas foram
superadas e onde se estabeleceu um consenso imposto a partir de uma interpretação única de
valores.
Visão 2: É uma sociedade com uma esfera pública vibrante onde muitas visões conflitantes
podem se expressar e onde há uma possibilidade de escolha entre projetos alternativos legítimos.
Democracia hoje
A primeira visão não nos permite entender a importância do dissenso numa sociedade
democrática. É incapaz de captar as diferentes formas de antagonismos que emergem em nosso
mundo globalizado, pós-guerra fria, e de enfrentar um tipo de política democrática que poderia dar
conta deles.
Poder e antagonismo
A característica fundamental da sociedade democrática atual é que nenhum ator social pode
atribuir a si mesmo a representação da totalidade e, assim, alegar ter o domínio deste
fundamento.
Segundo Norbert Bobbio, a Democracia precisa ter regras rígidas a serem cumpridas, um
mínimo ético chamado por ele de “procedimentos universais”.
1 – Todos os cidadãos que alcançaram a maioridade, sem distinção de raça, religião, condição
econômica e sexo, devem desfrutar dos direitos políticos, ou seja, todos têm o direito de expressar
sua própria opinião ou de escolher quem a exprima por eles;
2 – O voto de todos os cidadãos deve ter o mesmo peso; Segundo Norbert Bobbio, a Democracia
precisa ter regras rígidas a serem cumpridas, um mínimo ético chamado por ele de
“procedimentos universais”.
Seriam elas:
3 – Todas as pessoas que desfrutam de direitos políticos devem ser livres para poder votar de
acordo com sua própria opinião, formada com a maior liberdade possível por meio de uma
concorrência livre entre grupos políticos organizados competindo entre si;
4 – Devem ser livres também no sentido de ter condição de escolher entre soluções diferentes, ou
seja, entre partidos que têm programas diferentes e alternativos;
5 – Seja por eleições, seja por decisão coletiva, deve valer a regra da maioria numérica, no
sentido de considerar eleito o candidato ou considerar válida a decisão obtida pelo maior número
de votos;
6 – Nenhuma decisão tomada pelamaioria deve limitar os direitos da minoria, particularmente o
direito de se tornar por sua vez maioria em igualdade de condições.
Como lidar com a política hoje?
O outro não deve ser visto como um inimigo a ser destruído e sim como um “adversário”. Isto é,
alguém cujas ideias iremos lutar, mas cujo direito de defender tais ideias não vamos questionar. A
especificidade da democracia moderna repousa no reconhecimento e legitimação do conflito e na
recusa em suprimi-lo pela imposição de uma ordem autoritária.
Esquerda e Direita – como funciona?
Revolução Francesa (1789). Dias atuais (Esquerda): Esquerda é quem não concorda com as
atuais políticas sociais, econômicas e culturais vigentes. Não necessariamente é socialista. Direita
é quem concorda com a atual conjuntura, mas não é tão simples assim, pois também existem
várias direitas. Vejam o gráfico a seguir:
TEMA 8: DEMOCRACIA HOJE E OS MOVIMENTOS SOCIAIS
Movimentos sociais. O que são?
São grupos de pessoas que se reúnem com interesses em comum. Em geral, estes grupos se
formam para lutar por um direito, uma mudança social que desejam na sociedade ou para se
posicionar contra uma mudança. Muitas vezes surgem de forma espontânea, depois são
organizados para determinar as medidas que serão tomadas para alcançar seus objetivos. Deve
existir uma pauta, caso ela se dissolva, o movimento perde a força e deixa de existir.
História dos movimentos sociais
Em nosso país existem desde o Brasil colonial (América portuguesa). Podem ser espontâneos,
formados por cidadãos, por grupos (grupos políticos ou sindicatos) e por ONGs, por exemplo.
Podem durar pouco tempo ou serem duradouros, dependendo das suas reivindicações. Podem
ser locais ou globais.
Movimento Negro
Nome dado ao conjunto de diversos movimentos sociais formados por afrodescendentes que tem
como objetivo abolir o racismo, instituir uma sociedade democrática de direitos e abolir as
diferenças raciais impostas historicamente na sociedade. Fases: Pré abolicionista (luta pela
libertação da escravidão); gênese (organização social); rearticulação (momento de lutas para a
sociedade assumir a existência do racismo); ressurgimento (luta pela democracia racial) e
militância (momento atual – combate ao racismo, aos privilégios, valorização da cultura e estética
africanas etc.)
Movimento indígena
Articulação dos povos indígenas do Brasil. Associação nacional de entidades que representam os
povos indígenas do Brasil e reúne pessoas, organizações e militantes sociais na defesa dos
direitos dos povos indígenas e pela demarcação de terras. Proteção e demarcação de terras
indígenas. Reconhecimento das particularidades das etnias, garantia dos direitos à saúde,
educação e às necessidades específicas de cada um desses povos. Propósitos: fortalecer a união
dos povos indígenas, unificar as lutas dos povos indígenas, mobilizar os povos e organizações
indígenas do país contra ameaças e agressões aos direitos dos indígenas.
parou nas ondas feministas

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