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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ...ª VARA DO TRABALHO DE NATAL - RN, 21ª REGIÃO
SUZANA, brasileira, estado civil, data de nascimento, nome da mãe, portadora do Rg nº , CPF/nº ..., nº da CTPS ..., nº do PIS ..., endereço completo, CEP, vem através do seu advogado (procuração anexada), com base no artigo 840, § 1º, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o art. 319 do CPC, propor
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
pelo rito sumaríssimo, em face do Sr. Moraes, brasileiro, estado civil, data de nascimento, portador do Rg nº ..., inscrito no CPF/ nº ..., endereço completo com CEP, pelas razões de fato e de direito a seguir apresentadas.
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
Preliminarmente, pugna, a Reclamante, que lhe seja concedido o benefício da justiça gratuita, previsto nos art. 98 e 99 do CPC, conforme preceitua a Constituição Federal, em seu art. 5º, LXXIV, por não terem condições de arcar com as custas processuais sem prejuízo do sustento próprio.
II. DO CONTRATO DE TRABALHO
A empregada foi contratada no dia 15.06.2015 para trabalhar como doméstica, a título de experiência, por 45 dias, na residência da família Moraes em Natal/RN.
Cumpria a jornada de trabalho de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 minutos de intervalo intrajornada. Foi dispensada em 15.09.2015, recebendo as verbas: férias proporcionais de 3/12, acrescidas do terço constitucional, e décimo-terceiro salário proporcional de 3/12.
III. DO CONTRATO POR TEMPO INDETERMINADO
A Reclamante foi contratada em 15.06.2015 para trabalhar como doméstica, a título de experiência, por 45 dias, findo os quais nada foi tratado, e foi dispensada em 15.09.2015.
É necessário que o contrato de experiência não ultrapasse 90 dias. Porém, caso este contrato seja prolongado por período menor, havendo continuidade do serviço, terá de ser prorrogado até completar os 90 dias. Como não houve tratativa alguma a este respeito, após os 45dias, o contrato passou a vigorar por tempo indeterminado, conforme assegura o art. 5º, § 2º, da Lei Complementar (LC) 150 de 2015.
Nesse contexto, a Reclamante requisita que seu contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo indeterminado e que sua dispensa seja feita sem justo motivo.
IV. DO AVISO PRÉVIO
A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem o aviso prévio, é não recebeu a indenização correspondente, entre as verbas rescisórias.
Em razão de ser o contrato de trabalho considerado por prazo indeterminado, e de a empregada ter sido dispensada sem justo motivo com menos de 1 ano de serviço, a empregada faz jus ao aviso prévio de 30 dias, como alude o art. 23, § 1º, da LC 150 de 2015. Na falta de tal aviso prévio por parte do empregador, o empregado faz jus a indenização correspondente, com reflexos nas férias e terço constitucional e também ao décimo-terceiro salário, de acordo com o art. 23, § 3º, do mesmo diploma legal.
Portanto, a Reclamante requer o recebimento do aviso prévio de 30 dias e os reflexos nas férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário.
V. DOS DESCONTOS
O empregador descontava 25% do valor da alimentação consumida pela empregada e 10% do salário a título de vale-transporte.
Ora Excelência, o desconto de alimentação foi taxativamente vedado pelo legislador, por meio do art. 18, caput, da LC 150 de 2015. Além o desconto de 10% do salário a título de vale-transporte revela-se excessivo, pois o art. 4º, parágrafo único, da Lei 7.418 de 1985 atribui a este desconto o valor de 6% do salário base.
Sendo assim, a Reclamante requer a devolução do desconto de 25% do valor da alimentação e da diferença de 4% , descontada a mais do seu salário, durante todo o período trabalhado.
VI. DO INTERVALO INTRAJORNADA
A empregada trabalhava de segunda a sexta-feira, das 07:00 h às 16:00 h, com 30 minutos para descanso ou alimentação.
Como não foi acordado o intervalo intrajornada de 30 minutos, é obrigatória a concessão de, no mínimo, 01 hora, disciplina o art. 13, caput, da LC 150 de 2015. Com efeito, a concessão parcial do intervalo intrajornada implica no pagamento do período total mínimo correspondente em forma de hora extra, com acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal, segundo interpreta a Súmula 437, I, do TST.
Dessa forma, a empregada faz jus ao pagamento de 1hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário.
VII. DA JORNADA DIÁRIA
A Reclamante trabalhava das 07:00 h às 16:00 h, com 30 minutos de intervalo intrajornada, totalizando uma jornada diária de 08 horas e 30 minutos.
Cabe lembra que não houve qualquer referência em acordo escrito relativo a regime de compensação de horas, como exige o art. 2º, § 4º, da LC 150 de 2015, vez que a jornada diária ultrapassava as 08 horas diárias, em desacordo com o prescrito no mesmo artigo, ao limitar em 8 horas diárias a duração normal do trabalho doméstico. A não observância destas prescrições implica no direito de a empregada receber 30 minutos diários a título de hora extra, com acréscimo de 50% superior ao valor da hora normal, em conformidade com o art. 2º, § 1º, do referido diploma.
Assim, a Reclamante solicita o pagamento de 30 minutos diários de hora extra e os reflexos sobre as férias e décimo-terceiro salário.
VIII. DO SERVIÇO EM VIAGEM
A empregada viajou com a família por 4 dias a trabalhar como babá das 08:00 h às 17:00 h, com 1 hora de intervalo intrajornada.
por acompanhar o empregador prestando serviços em viagem, faz jus ao recebimento de remuneração-hora de 25% , no mínimo, superior ao valor do salário-hora normal, segundo dispõe o art. 11, § 2º, da LC 150 de 2015, percentual que deve predominar sobre as horas trabalhadas no período de viagem a serviço.
Destarte, a Reclamante requer o pagamento de 25% sobre as 32 horas trabalhadas no período da viagem.
IX. DA MULTA DO ART 477, § 8º, DA CLT
A empregada foi dispensada em 15.09.2015 sem aviso prévio nem receber a indenização equivalente, entre as verbas rescisórias.
Pelo fato de a empregada ter sido dispensada sem justo motivo, como analisado no intem II desta inicial, e da ausência do aviso prévio, e o não recebimento da indenização correspondente entre as verbas rescisórias, conforme analisado no intem III, a Reclamante tem direito à multa do art. 477, § 8º, da CLT. É que o dispositivo do § 6º deste artigo impõe a quitação total das verbas, até o décimo dia da data da demissão, quando da ausência do aviso prévio, o que não ocorreu no caso .
Quero requerer o pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da CLT.
X. DO PEDIDO
Sendo assim perante os fatos e fundamentos expostos, é necessário para requerer a procedência da ação, para o fim de condenar o Reclamado nos seguintes pedidos, que, quando couber, deverão ser acrescidos de correção monetária e juros:
1) concessão, de plano, dos benefícios da justiça gratuita;
2) que o contrato de trabalho seja reconhecido, para todos os efeitos legais, por prazo indeterminado, e que a dispensa da Reclamante seja considerada sem justo motivo;
3) pagamento do aviso prévio de 30 dias e os reflexos nas férias e terço constitucional, bem como no 13° salário...R$...;
4) devolução do desconto de 25% do valor da alimentação e da diferença de 4%, descontada a mais do seu salário, durante todo o período trabalhado....R$...;
5) pagamento de 01 hora extra diária durante o período trabalhado e, por habitual, os reflexos sobre as férias e terço constitucional, assim como no décimo-terceiro salário....R$...;
6) pagamento de 30 minutos diários de hora extra e, por habitual, os reflexos sobre as férias e terço constitucional, bem como no décimo-terceiro salário...R$...;
7)pagamento de 25% sobre as 32 horas trabalhadas no período de viagem a serviço..R$...;
8) pagamento da indenização no valor de um salário mensal, prevista no art. 477, § 8º, da CLT...R$...
TOTAL DAS VERBAS LÍQUIDAS...R$..
XI. DA NOTIFICAÇÃO
Solicito por fim, que Vossa Excelência adeterminar a notificação do Reclamado e sua intimação para comparecer em audiência a ser designada por este Juízo e, neste caso, apresentar defesa nos termos do art. 844 da CLT, combinado com o art. 336 do CPC, sob pena de revelia e confissão, conforme Súmula 74, I, do TST.
XII. DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do Reclamado, que fica, desde já, requerido, bem como os de caráter documental, testemunhal, pericial e o que mais for preciso para elucidar os fatos.
XIII. DO VALOR DA CAUSA
Dá à presente causa o valor de R$..
Nesses termos,
pede deferimento.
Local e data.
Advogado/OAB

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