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Diabetes Mellitus em Cães e Gatos

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Doenças Endócrinas
Diabetes Mellitus
Deficiência relativa ou absoluta na produção de insulina pelo pâncreas endócrino.
*Ilhota de Langerhans*
Ilhota de Langerhans:
· O pâncreas possui várias ilhotas;
· São constituídas de células especializadas em produção de hormônios (parte do pâncreas chamada de “pâncreas endócrino”);
· Possui células Alpha, Beta, Delta e F;
· A mais importante para essa doença é o grupo de células Betas, pois elas irão produzir o hormônio insulina;
Deficiência absoluta X Deficiência relativa
Deficiência absoluta
· Nenhum hormônio é produzido, portanto o animal irá ter uma deficiência completa/absoluta;
· Ex: animal teve pancreatite crônica, pâncreas fibroso → tecido fibroso invadiu as ilhotas, danificando as células, impedindo a produção do hormônio;
Deficiência relativa
· Animal produz o hormônio, mas por algum motivo a ação da insulina é inibida;
· Ex: cadela que o tutor aplica anticoncepcional (progesterona) → progesterona inibe a ação da insulina;
ATENÇÃO! Gatos possuem diabetes transitórias, cuidado com a aplicação de insulina. Em cães diabetes quase nunca é reversível.
Ação da insulina
· A insulina se liga ao receptor celular como se fosse uma “chave-fechadura”;
· Quase todas as células do nosso corpo possuem receptores para insulina, pois quase todas elas precisam de glicose para a produção de energia;
Como vai acontecer:
1. A insulina vai tirar a glicose do sangue circulante e auxiliar ela através de transportadores para dentro da célula;
2. O receptor é específico para insulina (mas não exclusivo);
3. A glicose vai se ligar nesses transportadores e a insulina vai se ligar ao receptor, permitindo que a glicose entre na célula;
4. Uma vez que a glicose entra na célula, ela vai ser utilizada para a produção de energia;
ATENÇÃO! Insulina é um hormônio hipoglicemiante
Interferência da progesterona:
· A progesterona é uma “chave” que também consegue abrir a “fechadura” (possui até uma afinidade maior que a insulina);
· Se houver muita progesterona no organismo, ela irá se ligar ao receptor e não deixará espaço para a insulina se ligar, inibindo sua ação;
ATENÇÃO! Por isso que animais em gestação ou animais que são sujeitos a aplicação de anticoncepcionais podem ficar diabéticos
Etiopatogenia Cães
· DM insulino-dependente 100% dos casos (quando se dá o diagnóstico, se não tratar com insulina não terá resultado);
· Cães adultos 7 a 10 anos;
· 2x fêmeas que machos;
· Raças – Poodle, Daschund, Terrier, Rottweiler, Labrador;
· Cães jovens – atrofia idiopática pancreática (“diabetes juvenil”, é raro);
Primária:
· Destruição das ilhotas (deficiência absoluta);
· Genética, autoimune, pancreatite;
Secundária:
· Resistência insulínica (deficiência relativa);
· HAC (hiperadrenocorticismo), obesidade (dificulta a circulação da insulina), progesterona (gestação, anticoncepcional, diestro);
ATENÇÃO! Cortisol também impede a insulina de se ligar ao receptor
Etiopatogenia gatos
· 50% insulino-dependente;
· 30% não insulino-dependente (ainda possuem um depósito viável da produção de insulina);
· 20% DM transitórios (é diabético hoje, daqui a 1 mês pode ser que não seja mais);
· Idosos > 7 anos;
· 2x machos mais que fêmeas;
Causas
· Amiloidose (deposição anormal de proteína amilina) das ilhotas pancreáticas – destruição de células beta (deficiência absoluta);
· Pancreatite (deficiência absoluta);
· Obesidade, HAC, progesterona, acromegalia (Gh);
ATENÇÃO! Não é feito tratamento com comprimido para gato, mesmo eles possuindo DM transitória, pois não funciona a longo prazo
Patogenia
Os 4 “P”s da Diabetes:
· Perda de peso;
· Poliúria;
· Polidipsia;
· Polifagia;
Explicando os 4 P’s:
1. Glicose vinda da alimentação + falta de insulina (independente se não tem ou se está inibida);
2. Ocorre hiperglicemia no sangue pela falta de ação da insulina;
3. Há um excesso de glicose, porém ela não está sendo utilizada para produção de energia, então o organismo procura energia de outras fontes;
4. Ocorre a ativação do catabolismo = proteólise (quebrar as proteínas para produzir energia) e lipólise (quebra os lipídios para produzir energia);
5. Essa quebra de proteínas e gorduras para produção de energia irá fazer com que o animal tenha uma Perda de peso;
1. Há uma hiperglicemia no sangue pois a insulina não está atuando;
2. Parte da glicose excessiva está indo embora pela urina (glicosúria);
3. Glicose é uma substância de peso molecular alto, quando ela vai embora pela urina, ela leva uma grande quantidade de H2O com ela, aumentando o volume da urina, levando a uma Poliúria;
4. Por conta da poliúria o organismo irá apresentar uma Polidipsia compensatória, para repor a água que está perdendo;
1. Falta insulina no organismo, e consequentemente a glicose não consegue adentrar as células;
2. A falta de glicose nas células faz com que o sinal regulatório do centro de saciedade não seja emitido;
3. O organismo não consegue perceber a glicose presente, pois ela está inutilizada, então ele interpreta como se não houvesse glicose alguma;
4. Por consequência, o organismo manda um sinal de “come mais”, pois ele interpreta que o animal não está satisfeito, já que não chegou glicose nas células;
5. O animal terá um aumento de apetite (Polifagia);
Cetoacidose diabética
*diabetes mellitus complicadox”
1. Quando quebra muita gordura no corpo (lipólise) é produzido corpos cetônicos;
2. Se essa produção for exagerada ou o tratamento da diabetes não estiver regulado, essa produção de corpos cetônicos no sangue irá aumentar (cetonemia);
3. O acúmulo desses corpos cetônicos irá causar um quadro de emergência, com o animal desidratado, vômito, diarreia, sem se alimentar (anorexia);
ATENÇÃO! A causa mais comum de óbito em pacientes diabéticos é a cetoacidose diabética
Manifestações clínicas – Cães
· 4 P’s (polidipsia, poliúria, polifagia, perda de peso);
· Catarata;
· Anorexia, desidratação, letargia, GE;
Catarata:
1. O excesso de glicose faz com que parte dessa glicose adentre a região ocular;
2. Quando ela adentra o globo ocular, a glicose é convertida em uma substância chamada “Sorbitol”;
3. Sorbitol é altamente osmótico (irá fazer a atração de água para dentro do olho – especificamente cristalino);
4. As fibras do cristalino irão degenerar por causa da água, resultando em uma opacidade;
 
Manifestações clínicas – gatos
· 4 P’s;
· Andar plantígrado (apoia toda a planta do pé ao caminhar);
Andar plantígrado:
1. Excesso de glicose entra no tecido nervoso por difusão;
2. Quando chega ao tecido nervoso, a glicose vai se ligar a uma enzima (aldose redutase) que irá transforma-la em Sorbitol;
3. Sorbitol vai fazer a atração de H2O para o tecido nervoso periférico causando edema e inflamação do nervo;
4. Essa inflamação e edema irá ocasionar o quadro de Neuropatia Diabética do tecido nervoso periférico, causando esse andar plantígrado;
ATENÇÃO! Diferente da catarata, o andar plantígrado é reversível com o tratamento de insulina
Diagnóstico
Anamnese
· Histórico dos 4 P’s;
· Raça (cão);
· Outras doenças concomitantes;
Exame físico
· Emagrecimento;
· Andar plantígrado;
· Catarata;
· Halitose (odor de acetona ou adocicado);
Exames complementares
· Glicemia sérica – tubo com fluoreto (cinza) ou glicosímetro (cão 60 – 120 mg/dL, gato 75 – 160 mg/dL, preocupante glicemia > 180)
· Urinálise – glicosúria (limiar renal cão 180 mg/dL, gato 300mg/dL), cetonuria, bacterúria, leucocitúria;
· Urocultura;
· Frutosamina (proteína que transporta glicose no sangue) – reflete a glicemia das últimas 2 – 3 semanas;
· Hemograma – infecções concomitantes;
· Bioquímicos – renal e hepático, gasometria;
· US abdominal – fígado hiperecogênico, hepatomegalia, adrenais (HAC?), pâncreas (pancreatite?), bexiga (cistite enfisematosa);
ATENÇÃO! Diagnóstico de diabetes é glicose aumentada no sangue (hiperglicemia) + glicose presente na urina (glicosúria)
Tratamento
Objetivos
· Reduzir a glicemia;
· Resolução dos sintomas;
· Prevenir complicações (cetoacidose diabética CAD, catarata, ITU, hipoglicemia);ATENÇÃO! Em caso de animal com hipoglicemia em casa, orientar tutor a dar uma colher de mel ou leite condensado e trazer o animal para a clínica
Geral
· Insulinoterapia (avaliar potássio, pois a insulina usa o potássio para levar glicose para as células);
· Dieta;
· Exercícios;
· Hipoglicemiantes orais (NÃO existe em vet);
· Comorbidades;
Insulinas sintéticas – curta duração / rápida
Regular – insulina recombinante humana
· Indicada para o tratamento de CAD (emergência);
· IV, IM, SC;
· Pico após 2h;
Insulinas sintéticas – média duração / ação intermediária
NPH – insulina recombinante humana
· SC;
· Pico em 6h;
· Uso em cães;
Caninsulin – insulina suína de alta purificação
· SC;
· Pico em 8h;
· Uso em cães;
Insulinas sintéticas – longa duração / ação basal
Glargina – análogo recombinante humana
· SC;
· Não faz pico – liberação constante;
· Ideal para animais que não possuem hábitos de dieta;
Insulinoterapia - cães
NPH 
· 0,25 – 0,5 U/kg BID/SC;
· Ajustes a cada 5 dias, 1 – 2 U;
· Resistência 1 – 1,5 U/kg/injeção;
· Horários de aplicação – após alimentação;
Caninsulin
· 0,25 – 0,5 U/kg BID/SC;
Insulinoterapia – gatos
Glargina
· 0,25 a 0,5 U/kg BID/SC;
· Horários de aplicação sem obrigatoriedade pós alimentação;
NPH
· NÃO FAZER;
· Alta metabolização em gatos;
· Pico inferior a 3h;
· Baixo controle glicêmico;
Cuidados com a insulina:
· Aplicar a insulina somente após a alimentação. Caso o paciente não se alimente a insulina não deve ser administrada;
· Homogeneizar lentamente a insulina (inversão lenta), não sacudindo o frasco;
· Renovar o frasco a cada 30 – 45 dias;
· Não manter a insulina na porta da geladeira e sim na parte interna;
· Para insulina NPH – uso de seringas de 30UI ou 100UI;
· Para insulina Caninsulin uso obrigatório de seringa 40UI;
Dieta
· Componente essencial para o controle glicêmico;
· Rações terapêuticas para animais diabéticos – carboidratos complexos (evitam pico glicêmico, proteínas de alto valor biológico, fibras – saciedade);
· Horários regulares – cães;
· Evitar obesidade (controle calórico, exercícios físicos);
Controle de comorbidades
· Obesidade;
· Doenças hormonais – HAC, acromegalia;
· Neoplasia mamária (Mastec + castração);
· Evitar uso de corticoides e progestágenos;
· Indicar castração para fêmeas inteiras;
ATENÇÃO! Castração e Mastectomia em pacientes diabéticos é cirurgia de urgência, não é cirurgia eletiva
Monitoramento
· Peso;
· Sintomas;
· Glicemia – controle domiciliar;
· Glicosúria;
· Frutosamina;
· Curva glicêmica (análise da glicose no sangue em jejum e após alimentação;

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