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Hiperadrenocorticismo em Cães

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Hiperadrenocorticismo em 
Cães
A patologia
O que é
• Se trata de um distúrbio de produção (endógeno) ou administração excessiva
(exógeno) de glicocorticoide, sendo uma das endocrinopatias mais comumente
diagnosticada em cães. A ocorrência é rara em gatos.
• As glândulas adrenais são constituídas de córtex e medula; são embriológica e
funcionalmente glândulas endócrinas separadas.
• O córtex adrenal produz três grupos de hormônios: os mineralocorticoides,
importantes na homeostasia de eletrólitos e água; os glicocorticoides, que
promovem a gliconeogênese; e uma pequena quantidade de hormônios sexuais,
particularmente hormônios masculinos, que apresentam fraca atividade androgênica.
Controle da liberação de Glicocorticoide
A liberação de glicocorticoide é controlada quase que
totalmente pelo hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)
secretado na pituitária anterior (adenohipófise), que,
por sua vez, é controlada pelo hormônio liberador de
corticotrofina (CRH), do hipotálamo. Cortisol tem
efeito de feedback negativo no hipotálamo, diminuindo a
produção de ACTH. Esse mecanismo de feedback auxilia no
controle da concentração plasmática de cortisol.
Função dos Glicocorticoides
• O Cortisol é um hormônio que tem efeitos mais distintos no organismo, e é
considerado como “hormônio do estresse”, pois tem evoluído para desempenhar
função fundamental na reposta do organismo perante condições de estresse de longa
duração, como inanição, infecção e inflamação crônica.
• Durante períodos de estresse, as concentrações de ACTH e de cortisol se mantêm
elevadas porque os efeitos do estresse tendem a inibir o mecanismo de feedback
negativo normal.
• Em resposta a essas condições de estresse o cortisol atua como hiperglicemiante
(gliconeogênese) e o catabolismo de proteínas e gordura é estimulado para
fornecer aminoácidos e ácidos graxos para o processo. Nesse aspecto e em vários
outros o cortisol inibe a ação da insulina.
Consequências Cortisol ↑
• Em consequência, quantidade excessiva de cortisol, ocasiona na redução de reserva
de proteínas e gorduras de todo o tecido corporal, com exceção do fígado. As
ações catabólicas dos glicocorticoides acarretam no definhamento e fraqueza
muscular
Efeito dos glicocorticoides
Causas de 
Hiperadrenocorticismo
• O hiperadrenocorticismo pode ser
espontâneo ou iatrogênico.
Hiperadrenocorticismo de ocorrência
natural pode estar associado a secreção
inapropriada de ACTH pela pituitária ou
hipófise (hiperadrenocorticismo
pituitário-dependente) ou relacionado com
uma doença adrenal primária
(hiperadrenocorticismo adrenal-
dependente)
Hiperadrenocorticismo pituritário-dependente
• Corresponde a 80% dos casos de hiperadrenocorticismo ocorrência natural em cães.
• A secreção excessiva de ACTH provoca hiperplasia adrenocortical bilateral e
secreção excessiva de cortisol. Há uma falha no mecanismo de feedback negativo do
cortisol.
• Mais de 90% dos cães com hiperadrenocorticismo pituritário-dependente apresentam
tumor de pituritária. Adenomas das células corticotróficas da parte distal e da
parte intermediária são os tipos de tumores mais comuns em cães. Sendo a maioria
microadenomas (<10mm de diâmetro).
Hiperadrenocorticismo pituritário-dependente 
na ausência de tumor.
• Tem-se sugerido que secreções excessivas de ACTH na ausência de tumores de
pituitária seja causa de hiperadrenocorticismo pituitário-dependente de etiologia
desconhecida, mas sugere que seja:
• Estimulação excessiva de células corticotróficas da pituitária secundária a um
distúrbio hipotalâmico, ainda desconhecido.
• Falha primária da resposta de feedback negativo pelo cortisol
• Produção excessiva de CRH pelo hipotálamo, provocando hiperplasia difusa das
células corticotróficas da pituitária anterior.
Hiperadrenocorticismo adrenal-dependente
• O restante dos 15 a 20% dos casos espontâneos de hiperadrenocorticismo é causado
por tumor de adrenal unilateral. Também há relato de tumores de adrenal
bilaterais, porém sua ocorrência parece rara.
• Tumores adrenocorticais podem ser benignos ou malignos, embora possa ser difícil
a diferenciação histológica entre adenoma e carcinoma adrenocortical, a menos que
haja evidência de invasão ou metástase.
• Os carcinomas, especialmente da glândula adrenal direita, frequentemente invadem
a veia frenicoabdominal e a veia cava caudal e originam metástases no fígado, no
pulmão e no rim.
Hiperadrenocorticismo adrenal-dependente
Manifestações clínicas
Idade
• Em geral, o hiperadrenocorticismo pituitário-dependente é uma doença que acomete
cães de meia-idade ou mais velhos,com 2 a 16 anos de idade, com faixa etária
média entre 7 e 9 anos. Os cães com hiperadrenocorticismo adrenal-dependente
tendem a ser mais idosos, com 6 a 16 anos de idade, com média de idade de 11,3
anos.
Raça
• Todas as raças são suscetíveis ao desenvolvimento de hiperadrenocorticismo;
contudo, animais das raças Poodle, Dachshund e pequenos Terriers (p. ex.,
Yorkshire, Jack Russell, Staffordshire Bull Terrier) parecem mais predispostos
ahiperadrenocorticismo pituitário-dependente. Tumores adrenocorticais ocorrem
mais frequentemente em raças de grande porte; cerca de 50% dos cães acometidos
apresentam peso > 20 kg.
Sexo
• Não há diferença significativa na ocorrência de hiperadrenocorticismo pituitário-
dependente em função do sexo; contudo, as fêmeas caninas são mais predispostas ao
desenvolvimento de tumor de adrenal. Em um estudo, notou-se que 60 a 65% dos cães
com tumores adrenocorticais funcionais eram fêmeas.
Sinais Clínicos
• Os cães acometidos geralmente desenvolvem uma clássica combinação de sinais
clínicos associados ao aumento das concentrações de glicocorticoides; sendo estes
descritos na tabela em ordem decrescente.
O hiperadrenocorticismo é de caráter
lento e progressivo podendo levar meses
ou até anos.
Em alguns casos, os sinais clínicos
podem ser intermitentes, com períodos
de remissão e recidivas; em outros,pode
haver rápido início e progressão dos
sintomas.
Achados clinicopatológicos de rotina
Alterações
encontradas
Diagnóstico por Imagem
Radiografia
Ultrassonografia
Tomografia e 
ressonância
magnética
Testes endócrinos diagnóstico
• Pode-se obter diagnóstico presumível de hiperadrenocorticismo por meio da
avaliação dos sinais clínicos, dos resultados de exames clinicopatológicos de
rotina e dos achados em imagens diagnósticas, porém o diagnóstico deve ser
confirmado por testes hormonais
• Nenhum desses testes é perfeito e todos podem fornecer resultados falso-positivos
e falso-negativos. Se um cão com sinais clínicos compatíveis com
hiperadrenocorticismo apresentar um resultado negativo em um teste de triagem,
deve-se realizar outro tipo de teste de triagem.
Teste de resposta
ao ACTH
Teste de resposta ao CTH
Tratamento de hiperadrenocorticismo
pituitário-dependente
Trilostano
• A dose inicial recomendada pelo fabricante varia de 3 a 6 mg/kg, por via oral, em
intervalos de 24 h. No Reino Unido, há disponibilidade de cápsulas com diversas
quantidades (10, 30, 60 e 120 mg), mas, em outros países, pode ser necessária a
manipulação do fármaco para se obterem doses menores. O medicamento é mais
efetivo quando administrado juntamente com alimento. Não há estudo que compare,
diretamente, as diferentes frequências de administração de trilostano. No
entanto, sabe-se que o efeito do trilostano na supressão do cortisol dura < 24 h
e, em alguns casos, a alteração da administração da dose de 1 para 2 vezes/dia é
benéfica.
• Os cães submetidos ao tratamento com trilostano devem ser monitorados a cada 3 a
6 meses.
Mitotano
• Deve ser utilizado somente no tratamento de hiperadrenocorticismo pituitário-
dependente, quando o trislostano não foi efetivo, quando as reações adversas
indicam que o trilostano não pode ser utilizado ou quando doenças preexistentes
impedem o uso de trilostano.
• Antes do início do tratamento,deve-se mensurar o consumo diário de água do
paciente durante, pelo menos, dois períodos consecutivos de 24 h. Caso não se
constate aumento do consumo de água e do apetite, deve-se mensurar a concentração
de cortisol pré-tratamento, antes e após a estimulação com ACTH, com intuito de
monitorar os efeitos do tratamento.
Mitotano
• Mitotano é administrado por via oral, na dose de 50 mg/kg/dia. Deve ser fornecido
junto com alimento, pois é um medicamento lipossolúvel e sua absorção é baixa quando
administrado por via oral a animais em jejum. O tratamento diário com mitotano deve
ser continuado até que qualquer uma das seguintes alterações seja constatada:
• O consumo de água de um cão com polidipsia diminua para ≤ 60 ml/kg/dia
• O cão demore mais para consumir seu alimento que antes do tratamento ou para
completamente de se alimentar
• O cão apresente vômito ou diarreia
• O cão tornese indiferente e deprimido.
• O tratamento inicial com mitotano é, então, interrompido, e o cão é submetido à
terapia de manutenção
Mitotano
• A maioria dos cães com hiperadrenocorticismo pituitário-dependente necessita de 7
a 14 dias de tratamento, com média de 10 dias antes que o consumo de água seja
reduzido para ≤ 60 ml/kg. Se o cão não apresenta polidipsia ou polifagia, o
tratamento deve ser continuado até que as concentrações séricas de cortisol antes
e após a estimulação com ACTH sejam < 120 mmol/l.
• Os cães tratados devem ser novamente examinados de 4 a 8 semanas após o início da
terapia de manutenção, a menos que se constatem problemas antes disso.
• Recomendase reavaliação a cada 3 a 6 meses, pelo restante da vida do animal.
Tratamento de hiperadrenocorticismo adrenal-
dependente.
Adrenalectomia cirúrgica
• Os cães com hiperadrenocorticismo adrenal-dependente apresentam melhor
prognóstico quando é possível a remoção cirúrgica completa do tumor. No entanto,
os animais com hiperadrenocorticismo adrenal-dependente não tratado são
candidatos problemáticos à cirurgia em razão do maior risco anestésico (em
decorrência do comprometimento das funções respiratória e hepática), da
hipercoagulabilidade (com maior risco de tromboembolia pulmonar) e do baixo tônus
vascular (ocasionando hemostasia deficiente).
• Quando a cirurgia é uma opção, o estadiamento do tumor de adrenal antes da
cirurgia deve incluir radiografias do tórax e ultrassonografia abdominal, a fim
de avaliar se há invasão vascular e disseminação de metástase. Alguns autores
recomendam a administração de trilostano ou mitotano, na tentativa de controlar o
hiperadrenocorticismo antes da cirurgia.
Adrenalectomia cirúrgica
• Se a cirurgia for bem sucedida e o paciente sobrevive ao período perioperatório
imediato, o prognóstico é bom. Em um estudo constatou-se tempo de sobrevida médio
de pouco menos de 2 anos, embora alguns cães tenham sobrevivido > 4anos.
• Uso de Mitotano
1. Mitotano é efetivo e relativamente seguro em cães com hiperadrenocorticismo
adrenaldependente. No entanto, os pacientes com tumor de adrenal tendem a ser
mais resistentes a mitotano que os com hiperadrenocorticismo pituitário-
dependente
2. Em geral, os cães com hiperadrenocorticismo adrenaldependente necessitam de
maior dose de indução diária (50 a 75 mg/kg/24 h, por via oral) e um período
mais longo de indução (> 14 dias) que os cães com hiperadrenocorticismo
pituitária-dependente.
Mitotano
• Em geral, a dose de manutenção também é maior (75 a 100 mg/kg/semana).
• É necessário o monitoramento frequente da resposta do cortisol à estimulação com
ACTH, a fim de manter o controle ideal da doença.
• As reações adversas do tratamento são semelhantes àquelas relatadas para o
hiperadrenocorticismo pituitário-dependente.
• Em um estudo de tumores adrenocorticais tratados com mitotano, verificou-se tempo
de sobrevida médio de 11 meses, com variação de algumas semanas a > 5 anos.
Trilostano
• Trilostano também tem sido utilizado no controle dos sinais clínicos de
hiperadrenocorticismo adrenal-dependente, com algum sucesso.
• Comparações entre cães tratados com mitotano e com trilostano sugerem que os
tempos de sobrevida não são significativamente diferentes.
• Atualmente há evidência, limitada, de que há necessidade de dose de trilostano
maior que aquela utilizada para hiperadrenocorticismo pituitário-dependente. No
entanto, como inibidor enzimático, o trilostano apenas propicia controle dos
sinais clínicos, sem tratar a doença primária.
Referência Bibliográfica
• MOONEY, Carmel T. e PETERSON, Mark E. – Manual de Endocrinologia em Cães e Gatos. 
4°ed. Gen ROCA

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