Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DISCIPLINA MICROBIOLOGIA AMBIENTAL AULA 02 CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS E CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS QUANTO AO SEU NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO CELULAR AUTOR VIDEANNY VIDENOV ALVES DOS SANTOS E CYBELLE TEIXEIRA MARQUES TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL DISCIPLINA MICROBIOLOGIA AMBIENTAL AULA 02 CLASSIFICAÇÃO DOS SERES VIVOS E CLASSIFICAÇÃO DOS MI- CRORGANISMOS QUANTO AO SEU NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO CELU- LAR AUTOR VIDEANNY VIDENOV ALVES DOS SANTOS E CYBELLE TEIXEIRA MARQUES TECNÓLOGO EM GESTÃO AMBIENTAL GOVERNO DO BRASIL Presidente da República DILMA VANA ROUSSEFF Ministro da Educação JOSÉ HENRIQUE PAIM FERNANDES Diretor de Ensino a Distância da CAPES JOÃO CARLOS TEATINI Reitor do IFRN BELCHIOR DE OLIVEIRA ROCHA Diretor do Campus EaD/IFRN ERIVALDO CABRAL Diretora Acadêmica do Campus EaD/IFRN ANA LÚCIA SARMENTO HENRIQUE Coordenadora Geral da UAB /IFRN ILANE FERREIRA CAVALCANTE Coordenadora Adjunta da UAB/IFRN MARLI TACCONI Coordenadora do Curso de Tecnologia em Gestão Ambiental MARIA DO SOCORRO DIÓGENES PAIVA MICROBIOLOGIA AMBIENTAL AULA 02 Classificação dos seres vivos e Classificação dos microrganismos quanto ao seu nível de organização celular Professor Pesquisador/Conteudista VIDEANNY VIDENOV ALVES DOS SANTOS E CYBELLE TEIXEIRA MARQUES Diretora da Produção de Material Didático ROSEMARY PESSOA BORGES Coordenador da Produção de Material Didático LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA Revisão Linguística HILANETE PORPINO DE PAIVA Coordenação de Design Gráfico LEONARDO DOS SANTOS FEITOZA Projeto Gráfico BRENO XAVIER Diagramação/ Ilustração ERIWELTON CARLOS M. DA PAZ INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE Campus EaD 5 INTEMPERISMO E SOLO APRESENTANDO A AULA Caro(a) aluno(a), nesta aula você conhecerá os dois sistemas atualmente mais aceitos para classificar os seres vivos e, assim, compreenderá em quais grupos, de cada sistema de classificação, os microrganismos estão incluídos. Na sequência, discutiremos sobre a importância de classificar os microrganismos baseando-se em algumas características, tais como estrutura e funcionamento celular, muito embora nesta aula iremos nos deter à classificação baseada na organização celular, por essa razão, você também conhecerá as funções das principais estruturas celulares e as principais características morfológicas que distinguem os diferentes tipos de microrganismos. Esse conhecimento é importante porque auxilia na identificação adequada dos microrganismos para que eles possam ser utilizados ou combatidos, quando necessário, de maneira mais eficaz. DEFININDO OBJETIVOS Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: • Compreender a classificação e organização dos seres vivos em reinos e em domínios; • Entender como os microrganismos são classificados em relação a outras formas de vida; • Compreender a classificação dos microrganismos quanto ao seu nível de organização celular; • Reconhecer a organização básica da célula, distinguindo a célula procariótica da eucariótica; • Conhecer as principais características morfológicas que distinguem os diferentes tipos de microrganismos. 6 GEOLOGIA AMBIENTAL DESENVOLVENDO O CONTEÚDO Classificação dos seres vivos? Na aula passada você conheceu como a microbiologia surgiu e, também, pôde ter uma ideia de como os seres microscópicos afetam as nossas vidas. Você imagina quantas espécies de microrganismos existem na Terra? Ou, ainda, quantas espécies de seres vivos estão presentes em nosso planeta? Até o momento, os biólogos identificaram mais de 1,7 milhão de organismos vivos diferentes, mas estima-se que o número de espécies vivas esteja entre 10 e 100 milhões (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Para facilitar o estudo, as várias espécies conhecidas pelos cientistas são organizadas em grandes grupos, com base em similaridades apresentadas entre elas. De acordo com Trabulsi e Alterthum (2008) e Tortora, Funke e Case (2012), atualmente, existem dois tipos de classificação: a classificação dos seres vivos em cinco reinos, o dos Animais, Plantas, Fungos, Protistas e Monera, proposta em 1969 por Robert H. Whittaker, a qual baseia-se na organização celular, no que diz respeito a presença ou não de núcleo, e na forma de obter energia e alimento, como pode ser visto na figura 1; e a classificação proposta por Carl Woese em 1979, baseada nas similaridades e diferenças do RNA ribossômico. Com base nesse critério, os seres vivos estão organizados em três domínios: Archaea, Bacteria e Eucarya, como pode ser observado na figura 1 (TRABULSI; ALTERTHUM, 2008; TORTORA; FUNKE; Fig. 01 - Classificação e organização dos organismos vivos em cinco reinos. Fo nt e: A da pt ad o de To rt or a; F un ke ; C as e, 2 01 2. 7 INTEMPERISMO E SOLO CASE, 2012). Como você pode observar na figura acima, a classificação em cinco reinos considera os três principais modos de nutrição: a fotossíntese, processo pelo qual a luz fornece energia para converter o dióxido de carbono e água em açúcares e gás oxigênio; a absorção, captação de nutrientes químicos dissolvidos em água; e a ingestão, entrada no organismo de partículas de alimentos não dissolvidas. Nessa classificação, os microrganismos foram colocados em três dos cinco reinos: Monera (bactérias e cianobactérias), Protista (algas microscópicas e protozoários) e Fungi (fungos microscópicos, leveduras e bolores). Fig. 02 - Classificação e organização dos organismos vivos em três domínios. Fo nt e: A da pt ad o de To rt or a; F un ke ; C as e, 2 01 2. PESQUISE! Pesquise o modo de nutrição utilizado por cada tipo de microrganismo. Esse conhecimento prévio será importante para aula 03, uma vez que você conhecerá classificação dos microrganismos baseada na nutrição e no metabolismo. Não deixe de registrar a pesquisa no seu material pessoal. 8 GEOLOGIA AMBIENTAL Observe que, na classificação proposta por C. Woese, os microrganismos podem ser encontrados em todos os três domínios. Animais, plantas, fungos e protistas são reinos do domínio Eukarya. O domínio Bacteria inclui todas as bactérias patogênicas, as muitas bactérias não patogênicas encontradas no solo e na água, e as cianobactérias. O domínio Archaea inclui os procariotos que vivem em ambientes extremos, como as metanógenas (vivem apenas na ausência do gás oxigênio, produzindo metano a partir de dióxido de carbono e hidrogênio), as halófilas extremas (vivem em regiões com altas concentrações de sais) e as hipertermófilas (crescem em ambientes quentes) (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Você já deve ter ouvido falar nos vírus. Perceba que eles não foram incluídos em nenhum grupo, independente do sistema de classificação dos seres vivos. O fato dos vírus serem acelulares, ou seja, não apresentarem células, é a razão pela qual eles não são classificados em nenhum reino ou domínio. Mas, por serem microscópicos, são estudados na microbiologia. Ainda nessa aula falaremos um pouco mais sobre os vírus. Você deve ter percebido através do que discutimos até aqui, que na natureza existe uma grande diversidade de vida. Os diferentes organismos, unicelulares ou multicelulares, apresentam muitas similaridades. Por exemplo, todos os organismos são constituídos de células envoltas por membrana plasmática (exceto os vírus), utilizam ATP (adenosina trifosfato) como energia e armazenam sua informação genética no DNA (ácido desoxirribonucleico). Todas as funções vitais que sustentam a vida, tais como capacidade de se reproduzir e necessidade de COMO ESCREVER O NOME CIENTÍFICO DE UM SER VIVO? A nomenclatura científica utiliza para cada organismo dois nomes em latim. O gênero é o primeiro nome, sendo sempre iniciado com letra maiúscula. O segundo é o nome específico que referencia a espécie, iniciando com letra minúscula. O nome científico do organismo deve ser escritoem itálico ou sublinhado. Por exemplo, o nome científico da bactéria comumente encontrada na pele humana é Staphylococcus aureus. 9 INTEMPERISMO E SOLO adquirir substâncias alimentares para obter energia, acontecem em nível de célula. Dessa maneira, os microrganismos, objetos de estudo da microbiologia, realizam todas as atividades necessárias à manutenção da sua vida. PARA REFLETIR Você imagina qual é a importância de compreender a classificação dos diferentes microrganismos? Por que é importante saber se um microrganismo é classificado como um protozoário ou um fungo? O próximo tópico da aula irá auxiliá-lo (a) nessa reflexão. ATIVIDADE 01 1.1. Quais são as características essenciais para o sistema de classificação em reinos? Cite os cinco reinos e aponte qual deles possui representantes da vida microscópica, especificando o tipo de microrganismo. 1.2. Explique o sistema de classificação em domínios, ressaltando como os microrganismos estão distribuídos nesse sistema. 1.3. Liste várias atividades biológicas realizadas por qualquer célula, inclusive pela célula dos microrganismos. 1.4. Explique a razão pela qual os vírus não são classificados em nenhum reino ou domínio. 10 GEOLOGIA AMBIENTAL CLASSIFICAÇÃO DOS MICRORGANISMOS QUANTO AO SEU NÍVEL DE ORGANIZAÇÃO CELULAR Importância da classificação dos microrganismos Agora, você conhecerá as principais descobertas que contribuíram para o surgimento e progresso da microbiologi Acabamos de relembrar, no final do tópico Classificação dos seres vivos, o objeto de estudo da microbiologia. Você também deve estar lembrado que na aula 01 já havíamos discutido que essa ciência estuda os seres microscópicos. Os microrganismos são o grupo de organismos mais amplamente distribuído na Terra. Eles estão em todos os ambientes, até mesmo nos lugares mais improváveis, por exemplo, em águas quentes e em ambientes muito salgados, como já discutimos nessa aula. Para você ter uma ideia, no seu corpo existem aproximadamente 100 trilhões de microrganismos. Eles estão em sua pele e cabelo, no seu dente, ao longo de seu intestino e também nas superfícies do seu corpo. Cada grama de fezes eliminada pelo intestino contém 10 bilhões de microrganismos! (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 2009). O fato de os microrganismos habitarem praticamente todos os ambientes do globo terrestre e de se relacionarem das mais variadas formas com os demais seres vivos, tornou necessário classificá-los e, assim, organizá-los em grupos com base em algumas características, normalmente nas estruturas celulares e no funcionamento da sua célula. Através do conhecimento das características de cada grupo de microrganismo, podemos identificar um ser microscópico com base nessas caraterísticas, para que métodos de controle de crescimento microbiano (intervenção em doenças e desinfecção da água) ou o uso desses seres nas questões sanitárias e ambientais possam ser realizados de maneira mais eficaz. Por exemplo, na indústria e até mesmo em nossas residências, um problema que costuma acontecer é o entupimento dos canos da rede hidráulica, causado por microrganismos. Atualmente, sabemos que esse problema é resultante da capacidade de fixação e crescimento de bactérias sobre superfícies lisas, como pedras em rios com correnteza rápida, dentes humanos, implantes médicos e canos de água, formando os biofilmes. Por se conhecer a estrutura e funcionamento celular desse 11 INTEMPERISMO E SOLO grupo de microrganismos, medidas corretas podem ser utilizadas para removê-los do encanamento, usando, inclusive, substâncias químicas disponíveis no mercado que irão modificar ou destruir a estrutura responsável pela adesão desses microrganismos nas superfícies lisas ou, ainda, matar o próprio microrganismo. Outro exemplo é o da doença. Assim, tem que se identificar bem o microrganismo para ser utilizado o remédio correto. Classificar e identificar os microrganismos através do estudo de suas características favoreceu e ainda tem favorecido os vários avanços tecnológicos alcançados. Reveja a figura 9 da aula 01 e relembre as principais aplicações da microbiologia. Microrganismos procariotos e eucariotos Uma das formas de se classificar os microrganismos é baseando-se na sua organização celular. Os avanços da microscopia eletrônica na década de 1940 possibilitaram o conhecimento da existência de dois tipos de células, a procariótica, cujo material genético não está envolvido por uma membrana, e a eucariótica, cujo DNA encontra-se no núcleo, separado do citoplasma por uma membrana nuclear (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 2009; TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Compare a organização do material genético desses dois tipos de células através da figura 3. De acordo com a organização celular e estrutural, os microrganismos podem ser classificados em procariotos e eucariotos, como mostrado na tabela 1. Na próxima aula, você conhecerá a classificação dos microrganismos baseada na nutrição e no metabolismo. GRUPO CLASSIFICAÇÃO Vírus Não se enquadram nessa classificação por serem acelulares Bactéria Procarioto Algas Eucarioto Protozoários Eucarioto Fungos Eucarioto Tab. 01 - Classificação dos principais grupos de microrganismos quanto à organização celular Fo nt e: (V ER M EL H O E T. A L. , 2 01 1, p . 2 ) 12 GEOLOGIA AMBIENTAL Procariotos e eucariotos são quimicamente similares, no sentido de que ambos têm suas estruturas celulares compostas por ácidos nucleicos, proteínas, lipídeos e carboidratos. Além disso, todos os microrganismos apresentam membrana plasmática (ou citoplasmática) envolvendo a célula, material genético, citoplasma e ribossomos (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Na figura 3 você visualizará algumas estruturas presentes na célula procariótica e eucariótica. Então, o que diferencia os procariotos dos eucariotos? Além da ausência do núcleo, o que distingue os procariotos dos eucariotos, é a estrutura das paredes celulares e a ausência de organelas nos procariotos. Lembrando que organelas são estruturas envolvidas por membranas, presentes no citoplasma da célula, que realizam funções específicas. Na tabela abaixo, observe as principais diferenças existentes entre as células dos procariotos e eucariotos. Fo nt e: A da pt ad o de M ad ig an e t. al . ( 20 10 ) ( a) ; ( SC H A EC H TE R; IN G RA H A M ; N EI D H A RD T, 2 01 0) (b ). Fig. 03 - Estrutura de uma célula procariótica e eucariótica. (a) Célula procariótica. Nem todas as bactérias possuem todas as estruturas mostradas. (b) Célula eucariótica. 13 INTEMPERISMO E SOLO GRUPO CLASSIFICAÇÃO EUCARIOTO Tamanho da célula Entre 0,2 a 2,0 µm 1 de diâmetro. É maior do que a célula procariota; entre 10 a 100 µm de diâmetro. Material genético envolvido por membrana Não apresenta. O material genético concentra-se em um ponto do citoplasma lembrando o núcleo, recebendo o nome de nucleoide. Apresenta Organelas revestidas por membrana Ausentes Presentes; apresentam lisossomos, complexo de golgi, retículo endoplasmático, mitocôndrias e cloroplastos. Parede celular Presente na maioria dos procariotos; constituída de peptideoglicana (carboidrato unido a pequenas sequências de aminoácidos - peptídeos). Quando presente é quimicamente mais simples; constituída de celulose ou quitina (ambos são carboidratos). Ribossomos Presente no citoplasma. Presente no citoplasma. Cromossomo (DNA) Normalmente um único cromossomo circular. Mais de um cromossomo, sendo todos lineares. Local de produção de energia (ATP) na presença de gás oxigênio (O2) Na membrana plasmática. Na mitocôndria. Tab. 01 - Classificação dos principais grupos de microrganismos quanto à organização celular Fo nt e: A ce rv o pe ss oa l 1 Normalmente os microrganismos são medidos em micrômetros (µm). Um metro(m) equivale a 1.000 milímetros (mm). Por sua vez, 1 mm corresponde a 1000 µm, ou seja, 1 µm é 1.000 vezes menor do que o milímetro e 1.000.000 de vezes menor do que o metro. 14 GEOLOGIA AMBIENTAL As estruturas presentes na célula dos procariotos Embora a célula dos microrganismos procariotos seja mais simples do que a célula dos eucariotos, ela apresenta as estruturas fundamentais para qualquer ser vivo. São elas: • A membrana plasmática, cuja função principal é servir como uma barreira seletiva, selecionando os materiais que entram e saem da célula através dela, dessa forma, atua também no transporte de substâncias; • O citoplasma, porção interna do conteúdo celular que está fora do núcleo, mas envolto pela membrana plasmática (NELSON, D. L.; COX, M. M., 2011). É composto por uma solução aquosa na qual estão dissolvidos íons e substâncias (proteínas, carboidratos e lipídeos) indispensáveis à vida. No citoplasma estão localizadas as organelas. No citoplasma procariótico está contido o DNA, os ribossomos e os depósitos de reserva denominados inclusões; • O material genético, que normalmente consiste de uma molécula de DNA circular, recebe o nome de cromossomo. O local aonde está o DNA chama-se nucleoide, não existindo uma membrana nuclear envolvendo o DNA, consequentemente, não existindo o núcleo. A importância do DNA é que ele apresenta os genes que contém as informações necessárias para a sobrevivência da célula. Algumas bactérias podem apresentar uma segunda molécula de DNA circular, denominada de plasmídeo. A molécula plasmidial é pequena e, geralmente, é nela que encontram-se os genes responsáveis pela resistência das bactérias aos antibióticos. Como você viu na aula 01, no subtópico Microbiologia e genética, o DNA plasmidial é utilizado para a manipulação genética em biotecnologia; • E os ribossomos, que são partículas que funcionam como locais para a produção de proteínas. Vários antibióticos, como a eritromicina e estreptomicina, atuam inibindo a síntese proteica nos ribossomos procarióticos. As células procarióticas podem apresentar algumas outras estruturas como parede celular (estrutura rígida que circunda a membrana plasmática externamente, 15 INTEMPERISMO E SOLO sendo responsável pela forma da célula e por sua proteção), glicocálice (revestimento de açúcares que envolve a parede celular, recebendo o nome de cápsula quando está firmemente aderido a parede celular; auxiliam as células a se fixarem umas às outras e às superfícies, contribuindo na formação dos biofilmes), flagelo (longos filamentos responsáveis pelo movimento das bactérias), fímbrias (parecem com pêlos, sendo menores; sua função é a de aderir uma célula à outra e às superfícies lisas formando os biofilmes) e pili (estão envolvidos na transferência de DNA de uma célula para outra; pilus: singular) (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Reveja a figura 3 e observe a disposição, na célula, de algumas dessas estruturas. As estruturas presentes na célula dos eucariotos Como já foi descrito nesta aula, algumas estruturas são comuns aos dois tipos de células, procarióticas e eucarióticas, mas existem diferenças. O material genético da célula eucariótica consiste de mais de uma molécula de DNA linear, as quais estão envolvidas pela membrana nuclear formando o núcleo. Apresentam o citoesqueleto, rede de filamentos de proteínas presentes no interior do citoplasma, que sustenta a membrana plasmática impedindo que a célula perca a sua forma. Outro grande diferencial é a presença de organelas no citoplasma: a mitocôndria (responsável pela produção de energia na forma de ATP); o cloroplasto (presente apenas em alguns organismos eucariotos que realizam a fotossíntese; normalmente apresenta cor verde devido à presença da clorofila); os lisossomos (responsáveis pela digestão de partículas dentro da célula); o retículo endoplasmático (realiza a síntese de proteínas e lipídeos) e o complexo de Golgi (responsável pelo processamento e transporte de proteínas e outras substâncias). A célula dos eucariotos pode, ainda, apresentar parede celular (com constituição NÃO ESQUEÇAM! Apenas as bactérias e as cianobactérias são procariotos. 16 GEOLOGIA AMBIENTAL química diferente da parede celular procariótica, como você pode ver na tabela 2), glicocálice (presente nas células eucarióticas que não tem parede celular, auxiliando na união das células umas às outras e contibuindo no reconhecimento de células do mesmo tipo), flagelos (são poucas e longas projeções utilizadas na locomoção da célula e na movimentação de substâncias através superfície) e cílios (são projeções numerosas e curtas apresentando a mesma função dos flagelos). Reveja a figura 3 e observe a disposição, na célula, de algumas dessas estruturas. Agora, vamos dar uma pausa para mais uma atividade. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS PRINCIPAIS TI- POS DE MICRORGANISMOS Conhecer as principais características morfológicas de cada tipo de microrganismo é uma importante ferramenta nos procedimentos de identificação ATIVIDADE 02 1.1. Comente sobre a importância da classificação dos microrganismos. 1.2. Descreva a classificação dos microrganismos com base na sua organização celular, ressaltando qual é a principal característica utilizada nessa classificação. 1.3. Quais estruturas celulares são comuns aos organismos procariotos e eucariotos? 1.4. Quais características diferenciam os organismos procariotos dos eucariotos? 1.5. Organize uma tabela contendo as estruturas celulares que os microrganismos procariotos e eucariotos podem conter, acrescentando ao lado de cada estrutura sua respectiva função biológica. 17 INTEMPERISMO E SOLO que são realizados em um laboratório. Por exemplo, os protozoários e os fungos, em geral, podem ser identificados microscopicamente. Descreveremos, a seguir, algumas caracteríssticas morfológicas típicas de cada grupo de microrganismo, que servem para diferenciá-los. Não trataremos aqui dos representantes macroscópicos das algas nem dos fungos. Na aula 04 você conhecerá a distribuição desses microrganismos na natureza. Bactérias Como já afirmamos anteriormente, as bactérias são seres procariotos. As espécies pertencentes a esse grupo podem apresentar diversas formas, especialmente cocos esféricos, bacilos em forma de bastão e espiral. A figura 4 ilustra as diferentes formas que uma bactéria pode apresentar. As bactérias espirais possuem uma ou mais curvaturas, podendo ser chamadas de vibrião, quando tem uma curvatura lembrando uma vírgula, de espirilo, quando sua forma lembra um saca-rolha e tem corpo rígido, ou de espiroqueta, quando tem forma helicoidal e flexível. Observe, na figura 5, a forma de algumas bactérias que talvez você já tenha ouvido falar ou, pelo menos, conheça a doença causada por alguma delas. Além da forma das bactérias, outra característica importante que ajuda a identificá-las e classificá-las é o estudo das paredes celulares, uma vez que essas estruturas podem apresentar espessuras e composições químicas diferentes dependendo do tipo de bactéria (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 2009). Lembre-se que a parede celular é uma estrutura que recobre toda a membrana plasmática. A parede celular da maioria das bactérias é composta de uma rede de macromoléculas chamada de peptideoglicana ou peptideoglicano. Este composto Fo nt e: A da pt ad o de M ad ig an e t. al . ( 20 10 ). Fig. 04 - Principais formas das bactérias. A espiroqueta é uma variação da forma de espiral. 18 GEOLOGIA AMBIENTAL Fo nt e: (T O RT O RA ; F U N KE ; C A SE , 2 01 2) . Fig. 06 - Monossacarídeos presentes na molécula de peptideoglicana. As áreas em amarelo mostram as diferenças entre as duas moléculas. Fo nt e: (T O RT O RA ; F U N KE ; C A SE , 2 01 2) (a ,b ); En de m ic Tr ep on em at os es : Y aw s, Be je l, and Pi nt a (D oc um en to on li ne ) (c ) Fig. 05 - Morfologia de algumas bactérias. Na forma de cocos, Staphylococcus aureaus, que existem na pele humana e formam agrupamentos que lembram cachos de uvas (a); na forma de vibrião, Vibrio cholerae, causadora da cólera (b); e na forma de espiroqueta, Treponema pallidum, causadora da sífilis (c). 19 INTEMPERISMO E SOLO é uma fila de carboidratos contendo de 10 a 65 açúcares (a porção glicana da peptideoglicana), na qual dois monossacarídeos se alternam, o N-acetilglicosamina (NAG) e N-acetilmurâmico (NAM). Cadeias laterais de peptídeos (a porção peptídica da peptídeoglicana), que são moléculas contendo quatro aminoácidos, estão ligados ao NAM.. Veja na figura 6 as moléculas de NAG e NAM. A parede celular apresenta várias peptideoglicanas. As moléculas vizinhas estão ligadas umas às outras pelas cadeias laterais de peptídeos. A figura 7 ilustra a estrutura de peptideoglicana. Existem dois tipos de bactérias quanto à organização da parede celular e sua resposta à coloração de Gram: as bactérias gram-positivas e as gram-negativas. As bactérias gram-positivas apresentam uma parede celular espessa, contendo várias camadas de peptideoglicanas envolvendo a membrana plasmática. A parede celular Fo nt e: A da pt ad o de S ch ae ch te r, In gr ah am e N ei dh ar dt (2 01 0) . Fig. 07 - Estrutura de peptideoglicana. Os peptídeos de uma cadeia de glicana ligam-se aos peptídeos de outra cadeia. 20 GEOLOGIA AMBIENTAL das bactérias gram-negativas é mais complexa do que a parede celular das bactérias gram-positivas por apresentar uma membrana externa cobrindo uma camada fina de peptideoglicana, como você pode observar na figura 8.a e 8.b. É importante que você compreenda bem a composição química e organização da parede celular bacteriana, pois na aula 09 você precisará desse conhecimento para entender o mecanismo da coloração de Gram, uma técnica de identificação bacteriana baseada na coloração da parede celular. Protozoários Os protozoários são microrganismos eucariotos e, em sua maioria, são aquáticos. Alguns protozoários podem nadar livremente através de seus cílios ou flagelos, mas outros se arrastam emitindo uma porção da célula (pseudópodes) em determinada direção. Eles não contêm Fo nt e: A da pt ad o de T O RT O RA , F U N KE e C A SE (2 01 2) . (a ,b ) Fo nt e: h tt p: // go o. gl /9 Q xl LZ Fig. 08 - Paredes celulares bacterianas. (a) Parede celular gram-positiva. A membrana plasmática (amarelo) está recoberta por uma camada espessa de peptideoglicana (marrom). (b) Parede celular gram-negativa. As bactérias gram- negativas têm uma membrana externa (amarela) recobrindo uma parede celular fina (marrom). As arquibactérias quando têm parede celular, a mesma é composta de polissacarídeos e proteínas, mas não de peptideoglicana. Fig. 09 - Protozoário ciliado . Os cílios ao redor da célula funcionam como remos de um barco, conferindo movimento à célula. 21 INTEMPERISMO E SOLO cloroplasto, por isso, não realizam fotossíntese. Na figura 9 você visualizará a forma de um protozoário ciliado. Compare com as formas e estruturas presentes nas algas apresentadas na figura 9. Algas As algas são organismos eucariotos. A parede celular desses seres é composta do carboidrato celulose. Sua célula apresenta cloroplasto, portanto, realiza fotossintetizante. As algas demonstram grande variedade de formas e de dimensões. Algumas dessas formas estão na figura 10. Fungos Provavelmente você já se deparou com fungos em sua residência. Conseguimos visualizá-los em pães mofados ou em nossos banheiros, por exemplo. Na verdade, o que você vê não é um fungo isoladamente, mas uma colônia contendo milhares deles. Os fungos também são seres eucariotos e, assim como as algas e bactérias, possuem parede celular, entretanto, constituída do carboidrato quitina. Não Fo nt e: (M A D IG A N E T. A L. , 2 01 0) . Fig. 10 - Morfologia de algumas algas. Estruturas verdes no interior de cada célula são os cloroplastos. 22 GEOLOGIA AMBIENTAL apresentam cloroplastos. Eles são divididos em dois grandes grupos, os fungos filamenosos, também chamados de bolores, e as leveduras, com formato geralmente cilíndrico. Observe a forma dos fungos microscópicos na figuura 11. Nos bolores, as células são cilíndricas e estão ligadas na extremidade para formar um filamento denominado hifa, que pode apresentar estruturas de reprodução, chamados de esporos e de formato esférico. Reveja a figura 9. Embora essa estrutura filamentosa seja multicelular, a hifa é microscópica, sendo classificada como microrganismo. Porém, quando uma grande quantidade de hifas acumulam-se em um pedaço de pão, por exemplo, o aglomerado resultante denominado micélio é visívela a olho nu. Vírus Desde muito pequenos adoecemos devido às famosas viroses, que é o nome genérico dado a qualquer doença causada por vírus. Mesmo sendo muito menores Fo nt e: (M A D IG A N E T. A L. , 2 01 0) . Fig. 11 - Morfologia de algumas algas. Estruturas verdes no interior de cada célula são os cloroplastos. 23 INTEMPERISMO E SOLO do que as bactérias, eles podem nos deixar acamados e, em alguns casos, como o vírus da dengue e o da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida), podem levar a pessoa infectada à morte, mesmo que indiretamente. Mas quem são os vírus? Os vírus representam o limite entre as formas vivas e as sem vida, pois eles não são células como os microrganismos que discutimos até aqui. Eles são muito pequenos, apresentando entre 20 a 300 nanômetros (1 nanômetro – nm - é 1.000 vezes menor que 1µm) (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 2009). Compare o tamanho dos vírus com relação às células dos procariotos e dos eucariotos através da figura 12. São constituídos por um tipo de ácido nucléico, o DNA ou RNA (ácido ribonucleico), circundado por uma camada proteica. Por não terem organelas e nem outras estruturas celulares, precisam de uma célula viva para se reproduzir, da qual utilizam as estruturas celulares que lhes faltam e o ATP da célula parasitada para fazer muitas cópias si mesmos que, por essa razão, são chamados de parasitas celulares obrigatórios. Vamos fazer mais uma atividade? Fo nt e: h tt p: // go o. gl /9 Q xl LZ Fig. 12 - Comparação de tamanho entre vírus e células dos procariotos e eucariotos. 24 GEOLOGIA AMBIENTAL ATIVIDADE 03 1.1. Quais são os principais tipos de microrganismos? Identifique o(s) procarioto(s) e o(s) eucarioto(s). 1.2. Desenhe as seguintes formas bacterianas: cocos, bacilos e espirais, mostrando as formas especiais das espirais, o vibrião e a espiroqueta. 1.3. Descreva a composição química da parede celular da maioria das bactérias, exceto das arquibactérias. 1.4. Explique a diferença na organização da parede celular das bactérias gram-positivas das bactérias gram-negativas. 1.5. Descreva as principais características morfológicas que diferenciam um determinado tipo de microrganismo do outro. 1.6. Por que os vírus não podem ser classificados como procariotos nem como eucariotos? LEITURAS COMPLEMENTARES FORMA E MOVIMENTO DOS PROTOZOÁRIOS: O movimento rápido em disparada em uma gota d’água é o que atrai a atenção quando se observa uma espécie de protozoário ao microscópio. Veja dois vídeos que demonstram como conhecer as características de um determinado microrganismo que pode auxiliar na sua identificação. Os vídeos estão disponíveis na plataforma Moodle, intitulados “Protozoários se movimentando na água” e “Ameba em movimento”. No primeiro vídeo você conseguirá visualizar protozoários de vários tamanhos se movimentando rapidamente. O outro vídeo mostra uma ameba se movimentando por meio das projeções do seu citoplasma, os pseudópodes. 25 INTEMPERISMO E SOLO RESUMINDO Os seres vivos podem ser classificadosde acordo com o sistema dos cinco reinos, dos Animais, Plantas, Fungos, Protistas e Monera, ou no sistema de classificação dos três domínios, Archaea, Bacteria e Eucarya. Na classificação em reinos, os microrganismos foram colocados em três dos cinco reinos: Monera (bactérias e cianobactérias), Protista (algas microscópicas e protozoários) e Fungi (fungos microscópicos, leveduras e bolores). No outro tipo de classificação, os microrganismos apresentam representantes nos três domínios. Apesar de sua grande variedade, todos os microrganismos podem ser classificados em dois grupos com base na sua organização celular, os procariotos e eucariotos. Em geral, os procariotos são estruturalmente mais simples e menores do que os eucariotos. O DNA (material genético) dos procariotos não é circundado por uma membrana plasmática, enquanto que o DNA dos eucariotos encontra-se em um núcleo circundado por uma membrana. Os procariotos não possuem organelas revestidas por membranas, as quais são estruturas celulares que possuem funções específicas. No mundo microbiano, todas as bactérias, incluindo as arquibactérias, são procariotos. Os outros microrganismos celulares, fungos, protozoários e algas, são eucariotos. Os vírus, por serem acelulares, não se encaixam nessa classificação baseada na organização celular. 26 GEOLOGIA AMBIENTAL AVALIANDO SEUS CONHECIMENTOS Em 1985, uma célula de 0,5 mm foi descoberta em um peixe, sendo denominada Epulopiscium fishelsoni. Presumiu-se que seria um protozoário. Em 1993, pesquisadores determinaram que o Epulopiscium era, na verdade, uma bactéria gram-positiva. Por qual motivo você acha que esse organismo foi inicialmente identificado como um protozoário? Que evidências poderiam alterar a classificação para uma bactéria? LEMBRE-SE Carboidrato: composto orgânico constituído de carbono, hidrogênio e oxigênio. Celulose: Polissacarídeo complexo, constituído de várias moléculas do açúcar glicose. Cromossomo: molécula de DNA, onde estão contidos os genes. Lipídeos: Compostos solúveis em solventes orgânicos, mas não em água. Exemplo: fosfolipídeos. Macromolécula: molécula orgânica grande. Microscopia eletrônica: técnica usada para observar vírus ou estruturas celulares, utilizando um feixe de elétrons focalizado por lentes eletromagnéticas. Morfológica: termo relativo à estrutura e forma dos organismos vivos. Monossacarídeo: açúcar simples que consiste em 3 a 7 átomos de carbono. Quitina: Polímero de N-acetilglicosamina, um tipo de carboidrato, presente nas paredes celulares de muitos fungos e de artrópodes. RNA ribossômico: tipo de molécula de RNA que forma ribossomo. 27 INTEMPERISMO E SOLO CONHECENDO AS REFERÊNCIAS ENDEMIC Treponematoses: Yaws, Bejel, and Pinta. Disponível em: <http://plaza.ufl.edu/ sykid/index2.html>. Acesso em: 28 mar. 2014. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. MADIGAN, M. T. et. al. Microbiologia de Brock. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. PELCZAR JÚNIOR., M. J.; CHAN, E. C. S.; KRIEG, N. R. Microbiologia: conceitos e aplicações. Tradução de Sueli Fumie Yamada, Tania Ueda Nakamura, Benedito Prado Dias Filho. 2. ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2009. v. 1. SCHAECHTER, M.; INGRAHAM, J. L.; NEIDHARDT, F. C. Micróbio: uma visão geral. Porto Alegre: Artmed, 2010. TORTORA, G. J.; FUNKE, B. R.; CASE, C. L. Microbiologia. Tradução de Aristóbolo Mendes da Silva et al. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. TRABULSI, L. R.; ALTERTHUM. Microbiologia. 5. ed. São Paulo: Atheneu, 2008. VERMELHO, A. B.; PEREIRA, A. F.; COELHO, R. R. R.; SOUTO-PADRÓN, T. Práticas de Microbiologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. LISTA DE FIGURAS Fig. 01 - Adaptado de Tortora; Funke; Case, 2012. Fig. 02 - Adaptado de Tortora; Funke; Case, 2012. Fig. 03 - Adaptado de Madigan et. al. (2010) (a); (SCHAECHTER; INGRAHAM; NEIDHARDT, 2010) (b). Fig. 04 - Adaptado de Madigan et. al. (2010). Fig. 05 - (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012) (a,b); Endemic Treponematoses: Yaws, Bejel, and Pinta (Documento on line) (c). Fig. 06 - (TORTORA; FUNKE; CASE, 2012). Fig. 07 - Adaptado de Schaechter, Ingraham e Neidhardt (2010). Fig. 08 - Adaptado de Tortora, Funke e Case (2012) (a,b). Fig. 09 - http://goo.gl/9QxlLZ Fig. 10 - (MADIGAN ET. AL., 2010). Fig. 11 - (MADIGAN ET. AL., 2010). Fig. 12 - (MADIGAN ET. AL., 2010).
Compartilhar