Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ATENDIMENTO FISIOTERAPÊUTICO NO PACIENTE CRÍTICO PROFª KARY HENDGES 1 A prescrição do exercícios físico na UTI deve levar em consideração a avaliação adequada dos paciente e do tipo de protocolo a ser utilizado suas implementações são diversas e podem estar associadas a: Eletroestimulação Cicloergômetro ativo ou passivo Prancha ortostática Deve-se buscar que o exercício seja realizado em quantidade adequada para o paciente, o fisioterapeuta devera individualizar a FREQUÊNCIA, INTENSIDADE, E PERIODICIDADE. PRESCRIÇÃO fisioterapia intensivista 2 O objetivo principal é minimizar os efeitos da inatividade, como perda da massa muscular, declínio da mobilidade em especial em pacientes em uso de ventilação mecânica. A meta é a progressão dos níveis de mobilização, com foco no retorno ao estado de mobilidade anterior a VM. Mobilização precoce fisioterapia intensivista A substituição do uso sedação profunda por estratégia de pouca ou ausência total de sedação, permitiu a atividade física ser introduzida precocemente ao seu atendimento A ideia que o paciente esta muito doente para sair da cama esta sendo substituída. fisioterapia intensivista Durante o repouso no leito , os músculos são ativados com menor frequência por curtos períodos de tempo e com cargas menores quando comparados com situações normais do dia a dia. Além disso esses pacientes estão sujeitos a: Imobilismo e fraqueza adquirida fisioterapia intensivista Sepse Falência múltipla de órgãos Inflamação sistêmica VM prolongada Fraqueza adquirida por uso de BNM e CORTICÓIDES Geralmente iniciada nos primeiros dias de internação, mesmo em pacientes em VM. Manutenção e restauração da força muscular Independência funcional Redução do tempo de internação Indicação da mobilização precoce fisioterapia intensivista Fatores relacionados fisioterapia intensivista Segurança do paciente Capacidade de deambulação Mortalidade AVD’s Tempo de VM Barreiras fisioterapia intensivista Pacientes Gravidade do doente Estruturais N° limitado de profissionais ou equipamentos Culturais Falta de conhecimento treinamento inadequado Tempo limitado e Falta de protocolo Instabilidade hemodinâmica Agitação e delírio Desnutrição ou obesidade Falta de apoio do restante da equipe Falta de cultura de mobilização precoce Sedação excessiva Avaliação cuidadosa Paciente deve apresentar condições clinicas compatíveis com a intensidade de exercício. Estabilidade hemodinâmica, respiratória e neurológica. Critérios de segurança fisioterapia intensivista PAM < 65 ou > 120 mmHg FC <50 ou >140bpm Fio2 > 60% com pao2 <70mmHg Spo2 <85% ou queda de 10% do valor basal FR > 35ipm Paciente agitado ou agressivo Plaquetopenia Hipoglicemia Convulsão não controlada Contraindicação no momento fisioterapia intensivista Níveis (MORRIS et al.) pct, inconsciente ou não responsivos Pct, alertas e conscientes Pct conscientes e MRC > ou = 3 MRC > 3 Tabela de MRC fisioterapia intensivista Mobilização passiva de MM ( nível 1) Pacientes inconscientes ou não responsivos ( 5x para cada articulação), para pacientes alertas e conscientes, capaz de obedecer a 3/5 comandos, deve ser realizado exercícios ativos- assistidos ou resistidos de acordo com a força muscular medida pela tabela MRC. Posicionamento sentado com apoio no leito pelo menos 20min em 3x/dia (nível 2). ( MORRIS e colaboradores, 2008). Exercícios fisioterapia intensivista Abra ou feche os olhos Olhe para mim Abra a boca e ponha a língua para fora Mexa a cabeça Erga sua sobrancelha após contar até 5. Sentar beira leito sem apoio MRC > ou = 3 (nível 3) Transferência ativa e ortostatismo MRC > ou = 3 (mínimo 20 min/dia). Treinos de equilíbrio Marcha ortostática Deambulação ( níveis 3 e 4) Transferências fisioterapia intensivista fisioterapia intensivista Passiva; é um modo totalmente motorizada, sem contração muscular, indicada para pacientes críticos sedados e imóveis, com o objetivo de manutenção da arquitetura muscular. 20 min passivo não acarreta nenhum efeito hemodinâmico ou metabólico adverso Benefícios Redução da proteólise muscular Promove maior ganho de força muscular Maior capacidade funcional na alta hospitalar Cicloergometria fisioterapia intensivista Critérios de segurança para indicação fisioterapia intensivista Cardiovasculares FC >40bpm, <130 PAM >60 e <110 Respiratórias FR > 5 a <35ipm Neurológicas PIC normal Ausência de agitação Estabilidade hemodinâmica Ausencia de aumento de DVA nas ultimas 2 h Ausencia de arritmias ou isquemias Spo2 > 90% Fio2 < 60% ou peep < 10 Ausência de diagnóstico de doenças neuromusculares que impeçam a realização da mobilização Ortopédicas Ausência de fraturas Ausência de contraindicação ortopédicas Outros Ausência de BNM Ausência de TVP Ausência de HDA Pacientes críticos com maior tempo de internação e em ventilação mecânica sem doenças neuromusculares prévias são diagnosticados com polineumiopatia da doença critica ou fraqueza adquirida na UTI. A aplicação de NMES transcutânea é realizada através de correntes elétricas. De diversas aplicações terapêuticas possibilitando, Realizar o diagnóstico eletrofisiológico Analgesia Acelerar recuperação pós exercício Facilitar o processo de cicatrização de feridas Gerar hipertrofia e ganho de força muscular Estimulação elétrica neuromuscular fisioterapia intensivista O que diferem os efeitos da NMES transcutâneas são: Polaridade da corrente Formato e largura do pulso Intensidade Frequência do pulso Duração da terapêutica fisioterapia intensivista Na literatura atual quando algum tipo de corrente é aplicada para preservar ou gerar hipertrofia e ganho de força muscular essa terapêutica e denominada NMES Marcadores de segurança fisioterapia intensivista Critérios para interrupção ou não realização Novo diagnostico de TEP ou TVP na ausência de anticoagulação Instabilidade fisiológica , temp >41°c, lactato > 3mmol, plaquetopenia Inflamação muscular( rabdomiólise, miosite, síndrome maligna neuroléptica, síndrome da serotonina) Instabilidade hemodinâmica Acidose documentada ph < 7,2 Uso de DVAS elevadas Fratura com risco de instabilidade Áreas com lesão descontinuada em pele Pacientes gestantes Marca passo cardíaco Contraindicação fisioterapia intensivista A deambulação e todas as etapas de mobilidade progressiva devem ser encaradas como um objetivo multiprofissional. A depender da quantidade de dispositivos invasivos acoplados ao paciente (ventiladores, bombas de infusão...) deve-se considerar a participação de no mínimo três profissionais e encorajando a participação de alguns familiares ou cuidadores. Deve-se atentar aos critérios de segurança e fixar uma distancia a ser percorrida, baseada em escalas funcionais. Deambulação fisioterapia intensivista Escala de mobilidade em UTI (EMU) Perme escore Escala de estado funcional na UTI (EEF-UTI) Instrumento de avaliação física em cuidados intensivos Chelsea (CPAx) Surgical optimal Mobility Score (SOMS) Teste de capacidade funcional na UTI (PFIT) Exemplos de escalas funcionais para deambulação fisioterapia intensivista Verificar sinais vitais Usar a percepção subjetiva ao esforço (escala de borg) Usar dispositivos auxiliares (andadores, cintos estabilizadores, bengalas, cadeira de rodas ). Antes do ortostatismo devem ser conectados dispositivos portáteis de monitorização e ventilação , se o paciente estiver em VM é interessante colocar em modo PSV. é importante tentar se antecipar ás complicações do ortostatismo como: hipotensão postural, dor e queda na oxigenação. Preparação fisioterapia intensivista Critérios de interrupção da deambulação. fisioterapia intensivista Respiratórios Spo2 <88% com fio2 >60% Escala de borg >5 Hemodinâmicas Palidez SudoreseOutros Solicitação do paciente Aumento da FR acima de 20ipm Uso de musculatura acessória FC acima da máxima Alterações do ritmo cardíaco Dor precordial. Queda O uso da ventilação mecânica, reduz a mobilidade do paciente devido o uso de sedação e lhe confere uma fraqueza generalizada, com piora da efetividade da tosse redução o transporte mucociliar permitindo assim o acúmulo maior de secreção em vias aéreas, podendo levar a obstrução parcial ou total. São utilizadas de forma isolada ou combinadas , em paciente em respiração espontânea ou mecânica. Terapias de higiene brônquica fisioterapia intensivista Posicionamento: visa melhorara relação ventilação/ perfusão garantindo melhores volumes pulmonares, facilitando o transporte mucociliar, o aumento da expansibilidade torácica facilita o deslocamento de secreções para as vias centrais, facilitando a remoção via tosse ou aspiração. Terapias de higiene brônquica fisioterapia intensivista A técnica envolve desconectar o paciente do ventilador mecânico e inflar os pulmões com um grande volume de ar, usando o “ ambu ou o próprio ventilador mecânico. Previne colapso pulmonar reexpansão alveolar, melhorando a complacência e oxigenação, estimula a tosse. Pode ser associada a vibro compressão. Hiperinsuflação com o ventilador ou manual fisioterapia intensivista A capacidade de tossir é essencial a vida, é a maneira do organismo de remover o muco que foi produzido nos pulmões, evitando infecções Uma tosse efetiva depende da capacidade de produção do pico de fluxo adequado . Tosse fisioterapia intensivista Inicia-se com uma inspiração profunda, constituida por um volume variável. A glote fecha, permitindo que a pressão se acumule nos pulmões, os músculos expiratórios se contraem e a glote abre, forçando o ar para fora dos pulmões. O fisioterapeuta orienta o paciente a realizar uma inspiração profunda seguida de uma rápida apneia, após o fisioterapeuta realiza uma compressão no esterno ou no abdome superior durante a expiração abrupta. Tosse manualmente assistida fisioterapia intensivista Pacientes que apresentam fraqueza dos músculos respiratórios ou ausência do reflexo de tosse, tendem a acumular muita secreção (doenças neuromusculares). Existem no mercado algumas maquinas (cough assist) que facilitam a remoção de secreções. Ela aplica um grande Volume de ar na insp. (pressão positiva) após a expansão pulmonar o dispositivo rapidamente reverte o fluxo para empurrar as secreções para fora( pressão negativa). Tosse mecanicamente assistida fisioterapia intensivista Expiração forçada com a glote aberta. Percussão: com as mãos em forma de concha, de forma rítmica, com o punho ou dedos, esse movimento produzem ondas mecânicas que se propagam no tórax para o pulmão. Vibração: realizada através de contração isométrica alternada e rápida dos membros superiores do fisioterapeuta, com uma intensidade e frequência que variam de 3 e 75hz Compressão torácica: aplicada sobre os arcos costais na expiração do paciente o com o objetivo de deslocamento de secreção através de aumento de fluxo exp. HUFFING fisioterapia intensivista Shaker ou HFOO: é realizada através de um aparelho plástico em forma de cachimbo, ele possui uma esfera metálica que oscila durante a expiração, gerando pressão positiva expiratória oscilante Seu fundamento consiste na geração de vibrações do ar contida no interior do aparelho. fisioterapia intensivista Realizada em pacientes em VM Objetivo é aumentar o fluxo expiratório, proporcionando rápido deslocamento de ar semelhante a tosse, Quando elava-se a peep o ar é redistribuído, propicia a reabertura de pequenas vias aéreas, deslocando secreção das paredes, quando diminuirmos a peep a 0 cmH2O, modifica-se o padrão de fluxo expiratório auxiliando o transporte da secreções das vias aéreas de menor calibre para as centrais de maior calibres. PEEP/ ZEEP fisioterapia intensivista Os dispositivos de VAA são tubos orotraqueais, traqueostomias, confeccionados em Pvc, silicone ou metal, podem possuir ou não balonete.(cuff), que promove a vedação da via aérea a nível traqueal, possibilita a pressurização durante a VM, evita migração de secreções gástricas e alimentos para as vias aéreas inferiores. Aspiração endotraqueal fisioterapia intensivista Indicações fisioterapia intensivista VAA Colapso da via aérea com piora da troca gasosa Ventilação espontânea Presença de roncos ou e /ou creptos, redução dos sons pulmonares Hipoxemia PCR Ansiedade e desconforto Bronconstricção e atelectasia Colonização bacteriana Aumento do trabalho resp. Diminuição do reflexo de tosse e expectoração Hipoxemia por componente secretivo Presença de corpo estranho. Fixação e posicionamento da cânula Ajuste da pressão do cuff Umidificação e filtragem Cuidados com as VAA fisioterapia intensivista Nasotraqueal: introdução da sonda de aspiração da narina até a laringe, provocando tosse. Indicado para pacientes secretivos sem VAA, com dificuldade de expectoração Orotraqueal: introdução de aspiração na boca até a traqueia, indicada para casos que a aspiração nasotraqueal não pode ser realizada, e grandes volumes de secreção. Elevado risco de vômito. Endotraqueal: realiza em pacientes em uso de VAA, uma sonda é intruduzida na traqueia do paciente via tubos ou traqueostomias. Formas de aspiração fisioterapia intensivista A aspiração é um procedimento, necessário no entanto não insenta de risco e deve ter indicação quando o seu beneficio for maior que o seu risco. SAA( sistema de aspiração aberto): desconecta-se o paciente do ventilador é realiza-se a sucção por meio da introdução de sanda descartável na VAA, deve ser realizado com o máximo de assepsia. SAF (sistema de aspiração fechado): fixação de um tubo estéril ao circuito do ventilador com uma sonda de sucção envolta por uma capa plástica, sem contato com o meio externo , não há necessidade de desconexão do paciente da VM , recomenda-se troca com 96h. Sistemas de aspiração fisioterapia intensivista MARTINEZ , Bruno et al. Recomendações da assobrafir sobre aspiração traqueal e cuidados com as vias aéreas artificiais. Profisio, fisioterapia em terapia intensiva adulto , porto alegre, v. 3, ed. 10, p. 137-160, 2020 BUTTOGNOL , Monique; PIRES NETO , Ruy; ANNONI, Raquel. Protocolo de mobilização precoce no paciente critico: UP-TO-DATE. Profisio, fisioterapia em terapia intensiva adulto , porto alegre, v. 2, ed. 7, 2016. GIACOMASSI , Ivens et al. Deambulação na unidade de terapia intensiva. Profisio, fisioterapia em terapia intensiva adulto , porto alegre, v. 2, ed. 10, 2019. SILVA , Paulo et al. Estimulação eletrica neuromuscular em pacientes criticamente enfermos: estado da arte. Profisio, fisioterapia em terapia intensiva adulto , porto alegre, v. 1, ed. 8, 2017 EBERHARDT, Eduardo; SILVA , Sabrina. Fisioterapia respiratória. In: EBERHARDI , Eduardo; DA SILVA , Sabrina. Inspirando fisioterapia em terapia intensiva: fisioterapia respiratória. 1. ed. São paulo: Andreoli, 2018. v. 1, cap. 10, p. 138- 146. ISBN 9788560416653 Referências fisioterapia intensivista
Compartilhar