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CADERNO DE QUESTÕES E COMENTÁRIOS - IV Simulado para o Exame 37

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3 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
 
IV. Simulado OAB 
 
Código de Ética e Estatuto da OAB 
Priscila Ferreira 
Questão 01. 
Fernando, advogado com inscrição regular, passou 
a exercer atividade policial. Por força disso, teve 
sua inscrição cancelada. Após a sua aposentadoria 
no cargo, requereu o seu retorno aos quadros da 
OAB. Com base no caso apresentado, assinale a 
alternativa correta. 
A) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
não restaura o número de inscrição anterior, deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o Conselho. 
B) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
restaura o número de inscrição anterior, deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral. 
Não precisa prestar compromisso perante o 
Conselho. 
C) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
não restaura o número de inscrição anterior, deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral. 
Não precisa prestar compromisso perante o 
Conselho. 
D) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que 
restaura o número de inscrição anterior, deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos: 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o Conselho. 
Comentário Longo 
O enunciado traz que Fernando, advogado com 
inscrição regular, passou a exercer a atividade de 
policial. Segundo o art. 28 do EAOAB, a advocacia 
é incompatível, mesmo em causa própria, com as 
seguintes atividades: V – ocupantes de cargos ou 
funções vinculados direta ou indiretamente a 
atividade policial de qualquer natureza. 
E, nos termos do Art. 11 do EAOAB, cancela-se a 
inscrição do profissional que passar a exercer, em 
caráter definitivo, atividade incompatível com a 
advocacia. 
Em sede de novo pedido de inscrição - que não 
restaura o número de inscrição anterior - deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Veja: 
“Art. 8º do EAOAB: Para inscrição como 
advogado é necessário: 
I – capacidade civil; 
II – diploma ou certidão de graduação em direito, 
obtido em instituição de ensino oficialmente 
autorizada e credenciada; 
III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se 
brasileiro; 
IV – aprovação em Exame de Ordem; 
V – não exercer atividade incompatível com a 
advocacia; 
VI – idoneidade moral; 
VII – prestar compromisso perante o Conselho.” 
Em resumo, o interessado fazer prova dos 
requisitos seguintes requisitos: capacidade civil; 
não exercer atividade incompatível com a 
4 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
advocacia; idoneidade moral; e prestar 
compromisso perante o Conselho. 
Letra A (item árvore: 2.1) 
CORRETA 
Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não 
restaura o número de inscrição anterior - deve o 
interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Letra B (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
O novo pedido de inscrição não restaura o número 
de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Além disso, precisa prestar compromisso perante o 
conselho! 
Letra C (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Precisa prestar compromisso perante o conselho, 
conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Letra D (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
O novo pedido de inscrição não restaura o número 
de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. 
Comentário Curto 
Conforme art.11, do EAOAB, cancela-se a inscrição 
do profissional que passar a exercer, em caráter 
definitivo, atividade incompatível com a advocacia; 
E na hipótese de novo pedido de inscrição - que 
não restaura o número de inscrição anterior - deve 
o interessado fazer prova dos seguintes requisitos 
(incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): 
capacidade civil; não exercer atividade 
incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e 
prestar compromisso perante o conselho. 
Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 02. 
O advogado civilista Tício exerce suas atividades 
em determinada Sociedade de Advocacia, sediada 
em São Paulo. As demandas patrocinadas pelo 
advogado tramitam perante o juízo das varas cíveis 
em São Paulo. No entanto, recentemente, o pai de 
Tício adoeceu na Bahia, o que fez o advogado fixar 
a sua residência nesta localidade, e com ânimo 
definitivo. 
Neste sentido, o advogado continuou exercendo as 
mesmas funções no escritório de São Paulo, e nos 
dias em que não teriam atividades profissionais, 
retornaria à Bahia. 
Com base no caso narrado, assinale a afirmativa 
correta. 
A) Tício não precisa requerer a transferência de sua 
inscrição principal ou inscrição suplementar. 
B) Tício deve requerer a transferência de sua 
inscrição principal como advogado para o 
Conselho Seccional da Bahia. 
C) Tício deve requerer a inscrição suplementar 
como advogado junto ao Conselho Seccional da 
Bahia. 
D) Tício deve requerer a inscrição suplementar 
como advogado junto ao Conselho Federal da 
OAB. 
Comentário Longo 
De acordo com o enunciado, o advogado resolveu 
que fixaria sua residência, com ânimo definitivo, na 
Bahia. Porém, continuaria exercendo as mesmas 
funções no escritório de São Paulo. Acerca do 
tema, deve-se observar o disposto no art. 10, do 
EAOAB: 
“A inscrição principal do advogado deve ser feita 
no Conselho Seccional em cujo território pretende 
estabelecer o seu domicílio profissional, na forma 
do Regulamento Geral. 
5 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede 
principal da atividade de advocacia, prevalecendo, 
na dúvida, o domicílio da pessoa física do 
advogado. 
§ 2º Além da principal, o advogado deve 
promover a inscrição suplementar nos Conselhos 
Seccionais em cujos territórios passar a exercer 
habitualmente a profissão, considerando-se 
habitualidade a intervenção judicial que exceder de 
cinco causas por ano. 
§ 3º No caso de mudança efetiva de domicílio 
profissional para outra unidade federativa, deve o 
advogado requerer a transferência de sua inscrição 
para o Conselho Seccional correspondente. 
§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o 
pedido de transferência ou inscrição suplementar, 
ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na 
inscrição principal, contra ela representando ao 
Conselho Federal.” 
Logo, podemos concluir que Tício não precisa 
requerer a transferência de sua inscrição principal 
ou inscrição suplementar, já que o seu domicílio 
profissional continuará sendo em São Paulo. 
Letra A (item árvore: 2.1) 
CORRETA 
O advogado Tício não precisa requerer a 
transferência de sua inscrição principal ou inscrição 
suplementar, já que o seu domicílio profissional 
continuará sendo em São Paulo. Neste sentido, o 
Art. 10 do EAOAB preceitua que: “A inscrição 
principal do advogado deve ser feita no Conselho 
Seccional em cujo território pretende estabelecer o 
seu domicílio profissional, na forma do 
Regulamento Geral.” 
Letra B (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Tício não precisa requerer a transferência de sua 
inscrição principal, já que o seu domicílio 
profissional continuará sendo em São Paulo. 
Letra C (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Não precisa requerer a inscrição suplementar, já 
que não exercerá funções profissionais na Bahia. 
Letra D (item árvore: 2.1) 
INCORRETA 
Não precisa requerer a inscrição suplementar, já 
que não exercerá funções profissionais na Bahia.Comentário Curto 
Conforme art. 10, do Estatuto da OAB, a inscrição 
principal do advogado deve ser feita no Conselho 
Seccional em cujo território pretende estabelecer o 
seu domicílio profissional. 
Ainda, dispõe o § 1º, do referido art. 10, que o 
domicílio profissional é a sede principal da 
atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o 
domicílio da pessoa física do advogado. 
Neste sentido, Tício não precisa requerer a 
transferência de sua inscrição principal ou inscrição 
suplementar, já que o seu domicílio profissional 
continuará sendo em São Paulo. 
Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: A 
 
Questão 03. 
A jovem advogada Rebeca resolve contratar a 
empresa “Mais Divulgação” que atua na área de 
propaganda e marketing. A empresa contratou 
jovens, homens e mulheres, para a distribuição de 
prospectos de propaganda do escritório indicando 
as especialidades de atuação e apresentando 
determinados temas que seriam considerados 
acessíveis à multidão de interessados. O projeto é 
realizado e implementado com sucesso. 
À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa 
correta. 
6 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
A) a jovem advocacia possui características mais 
modernas e permite publicidade como a 
apresentada. 
B) atividades como as sugeridas são admissíveis, 
tendo em vista a sobriedade e moderação. 
C) a referida propaganda não pode ser realizada, 
visto que existem restrições éticas à propaganda da 
advocacia. 
D) a propaganda pode ser realizada, após 
autorização escrita do Conselho Seccional. 
Comentário Longo 
No caso apresentado, temos que: A jovem 
advogada Rebeca resolve contratar a empresa “
Mais Divulgação” que atua na área de 
propaganda e marketing. A empresa realizou a 
distribuição de prospectos de propaganda do 
escritório. 
Questionamento: É permitida a publicidade do 
escritório de advocacia através de prospectos de 
propaganda? 
Acerca do tema, o artigo 40, do CED, preceitua 
que: 
“Art. 40 do CED: Os meios utilizados para a 
publicidade profissional hão de ser compatíveis 
com a diretriz estabelecida no artigo anterior, 
sendo vedados: 
(...) 
VI – a utilização de mala direta, a distribuição de 
panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, 
com o intuito de captação de clientela.” 
Logo, podemos concluir que a publicidade referida 
no enunciado não é permitida, já que envolve a 
distribuição de panfletos com o intuito de captação 
de clientela. 
Letra A (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
Observa-se que é vedada a distribuição de 
panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, 
com o intuito de captação de clientela (art. 40, 
inciso VI do CED). 
Letra B (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
Não são admissíveis, conforme art. 40, do CED: “
Os meios utilizados para a publicidade profissional 
hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida 
no artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização 
de mala direta, a distribuição de panfletos ou 
formas assemelhadas de publicidade, com o intuito 
de captação de clientela.” 
Letra C (item árvore: 1.1) 
CORRETA 
É a exata previsão do art. 40, VI do CED: “Os 
meios utilizados para a publicidade profissional hão 
de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no 
artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização de 
mala direta, a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de 
captação de clientela.” 
Letra D (item árvore: 1.1) 
INCORRETA 
É vedada a distribuição de panfletos ou formas 
assemelhadas de publicidade, com o intuito de 
captação de clientela (art. 40, inciso VI do CED). 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 40, VI do Código de Ética e 
Disciplina da OAB, é vedada a distribuição de 
panfletos ou assemelhados com o intuito de 
captação de clientela. Portanto, a publicidade 
referida no texto não é permitida. 
Assim, a alternativa “c” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: C 
 
Questão 04. 
O advogado Pedro atua sozinho em seu escritório 
situado no Município Beta, onde recebe os seus 
7 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
clientes para atividades de assessoria e consultoria, 
atuando também no contencioso tributário. 
No verão, o advogado recebeu seu tio Marcos em 
sua casa, o qual tem acesso a várias pessoas de 
prestígio social, em razão da sua atividade 
profissional. Diante disso, tio Marcos começou a 
indicar clientes para Pedro, mas sem a existência de 
qualquer acordo financeiro entre eles. Assim, com 
o aumento da clientela, o advogado ampliou seu 
escritório e passou a realizar parcerias. 
Diante da situação descrita, nos termos do Estatuto 
da Advocacia, assinale a afirmativa correta. 
A) Pedro cometeu infração disciplinar ao receber 
clientes de pessoa com relação de parentesco. 
B) Não constitui infração disciplinar o 
relacionamento social com parentes ou não. 
C) Constitui atividade ilícita por valer-se de 
parentes para obtenção de clientela, de forma 
gratuita ou onerosa. 
D) Constitui atividade vedada, uma vez que a 
clientela deve ser formada espontaneamente pelo 
advogado. 
 
Questão 05. 
A renomada advogada Letícia estava 
representando um famoso ator global brasileiro. O 
ator estava sendo acusado de matar a própria 
esposa. Em determinado momento, a advogada 
insinuou-se para dar algumas declarações públicas, 
e com esse objetivo, procurou várias emissoras de 
televisão. 
Considerando o caso narrado e o disposto no 
Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a 
afirmativa correta. 
A) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, já que tal conduta ajudaria seu 
cliente. 
B) Letícia não poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública. 
C) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, apenas se autorizada pelo 
cliente. 
D) Letícia poderia se insinuar para dar uma 
declaração pública, apenas se autorizada pelo juiz 
da causa. 
Comentário Longo 
O Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e 
o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a 
mercantilização e a captação de clientela. 
O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração 
disciplinar quando o advogado se vale de 
agenciador de causas, mediante participação nos 
honorários a receber. Neste sentido, ainda, o inciso 
IV proíbe o angariamento ou captação de causas, 
como se observa: 
“Art. 34. Constitui infração disciplinar: 
III – valer-se de agenciador de causas, mediante 
participação nos honorários a receber. 
IV – angariar ou captar causas, com ou sem a 
intervenção de terceiros.” 
Neste sentido, observa-se que no caso exposto 
ocorreram simples indicações, logo, não 
caracterizando agenciamento de causa, mas 
simples atividade corriqueira (indicação de cliente). 
Letra A (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
A simples indicação não configura agenciamento 
de causa. Logo, não caracteriza infração disciplinar. 
Letra B (item árvore: 12.1) 
CORRETA 
No caso exposto no enunciado, observa-se a 
simples indicação de cliente, não caracterizando 
agenciamento de causa. 
Letra C (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
8 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Não há configuração de atividade ilícita, trata-se de 
simples indicação de cliente. 
Letra D (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
A simples indicação não configura atividade 
vedada. 
Comentário Curto 
O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração 
disciplinar quando o advogado se vale de 
agenciador de causas, mediante participação nos 
honorários a receber. Neste sentido, o inciso IV do 
mesmo preceito legal proíbe o angariamento ou 
captação de causas. 
Contudo, no caso exposto no enunciado, 
ocorreram simples indicações de cliente, não 
caracterizam agenciamento de causa. 
Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da 
questão. 
Gabarito: B 
 
Questão 06. 
Igor Maciel, recém-formado em direito, conseguiu 
um emprego para laborar em determinado 
Cartório de Notas. Após insistentes tentativas, Igor 
conseguiu a sua aprovação no Exame de Ordeme 
ora pretende se inscrever de imediato como 
advogado, e paralelamente continuar a trabalhar 
no Cartório. 
Diante dos fatos apresentados, assinale a 
alternativa correta. 
A) Igor não poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, já que exerce atividade incompatível para o 
exercício da advocacia. 
B) Igor não poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, já que se tornou impedido para o exercício 
da advocacia. 
C) Igor poderá se inscrever nos quadros da OAB, 
mas não poderá intentar ações frente a 
Administração Pública. 
D) Igor apenas poderá se inscrever nos quadros da 
OAB, se houver autorização do Conselho Seccional 
competente. 
Comentários 
Gabarito: A 
Nos termos do Art. 28, IV, do EAOAB, a advocacia 
é incompatível, mesmo em causa própria, com os 
ocupantes de cargos ou funções vinculados direta 
ou indiretamente a qualquer órgão do Poder 
Judiciário e os que exercem serviços notariais e de 
registro. 
 
Questão 07. 
Cabral, advogado, foi apenado com sanção 
disciplinar de exclusão, após regular processo 
disciplinar. Considerando que o advogado praticou 
crime patrimonial e pretenda retornar aos quadros 
da OAB, após o cumprimento de sua pena, assinale 
a alternativa correta. 
A) O advogado não mais poderá retornar aos 
quadros da OAB, após a aplicação da sanção 
disciplinar de exclusão. 
B) Autoriza-se ao advogado que tenha sofrido 
qualquer sanção disciplinar requerer, três anos 
após seu cumprimento, a reabilitação, em face de 
provas efetivas de bom comportamento. 
C) O advogado poderá requerer, um ano após o 
cumprimento da sanção, a reabilitação, em face de 
provas efetivas de bom comportamento e, ainda, o 
pedido de reabilitação dependerá também da 
correspondente reabilitação criminal. 
D) O advogado apenas deverá fazer prova de sua 
reabilitação criminal para fins de retornar aos 
quadros da OAB. 
Comentários 
9 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Gabarito: C 
Nos termos do art. 41, do EAOAB, é permitido ao 
que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar 
requerer, um ano após seu cumprimento, a 
reabilitação, em face de provas efetivas de bom 
comportamento. Ainda, quando a sanção 
disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de 
reabilitação depende também da correspondente 
reabilitação criminal. 
 
Questão 08. 
Vanessa Lady foi surpreendida com a instauração 
de um Processo Disciplinar, em razão de uma 
denúncia realizada por um ex-cliente no Conselho 
Seccional. Contudo, ao adentrar no escritório, após 
a sua cientificação do processo disciplinar, foi 
surpreendida com a notícia de que todos os seus 
colegas de trabalho já possuíam ciência do teor do 
processo. 
Neste sentido, acerca das regras do Estatuto da 
OAB, assinale a alternativa correta. 
A) O processo disciplinar pode ser acessado por 
qualquer pessoa, diante da sua natureza pública. 
B) O processo disciplinar tramita em sigilo, até o 
seu término, só tendo acesso às suas informações 
as partes, seus defensores e a autoridade judiciária 
competente. 
C) O processo disciplinar tramita em sigilo, até a 
instância recursal, só tendo acesso às suas 
informações as partes e a autoridade judiciária 
competente. 
D) O processo disciplinar apenas tramitará em 
sigilo, se houver solicitação da parte interessada. 
Comentários 
Gabarito: B 
Nos termos do Art. 72, § 2° da Lei 8.906/1994, o 
processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu 
término, só tendo acesso às suas informações as 
partes, seus defensores e a autoridade judiciária 
competente. 
 
Filosofia do Direito 
Jean Vilbert 
Questão 09. 
No que se refere às lacunas é CORRETO afirmar: 
a) A lacuna não intencional ocorre quando o 
legislador relega a terceiro a solução concreta do 
caso. 
b) A lacuna latente é aquela em que há efetiva e 
evidente ausência de norma a regular a questão. 
c) Na lacuna ontológica há dissociação entre a 
previsão normativa e a realidade social. 
d) A lacuna ideológica ou axiológica é marcada pela 
ausência de lei a regular o caso. 
Comentário Longo 
Lacuna é um buraco não regulamentado por lei. 
Como “em nenhum lugar do mundo foram 
estabelecidas regras suficientes para regular todas 
as ações e palavras dos homens (o que é coisa 
impossível)” (Thomas Hobbes), sempre haverá 
algum espaço em branco no sistema legal. A 
questão então é elucidar os tipos de lacunas que 
temos: autêntica e não autêntica (quanto à norma); 
intencional e não intencional (quanto à vontade do 
legislador); latente e patente (quanto à amplitude); 
originária ou posterior (quanto ao sistema de 
normas); normativas, ideológica e ontológica 
(quanto ao campo de abrangência). Eu sei que é 
muita coisa... mas é isso que dá querer a carteirinha 
vermelha! Simbora! 
a) Claro que NÃO! Intencional: o legislador relega 
a terceiro a solução concreta do caso. NÃO 
intencional: o legislador não se atenta às várias 
relações possíveis e deixa de regular algumas. 
b) LATENTE é aquilo que está oculto! Logo, a 
lacuna latente (oculta) decorre do caráter muito 
amplo da norma, cujo tipo se torna 
10 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
demasiadamente vago. Na patente é que há efetiva 
ausência de norma a regular a questão. 
c) BINGO! Sem tirar nem pôr! Aqui eu trago 
exemplos para ser odiado kkkk, especialmente 
pelas meninas. Exatamente por isso, inverterei os 
polos tradicionais do delito. Vejamos. Se uma 
menina de 18 anos tiver relação sexual consensual 
com um menino de 13 anos e 11 meses (seu 
namorado há 1 ano), responderá por estupro de 
vulnerável, conforme artigo 217-A do Código 
Penal, com pena de até 15 anos de reclusão, 
justamente em um país que louva como mais alta 
expressão da cultura nacional o Carnaval na 
Sapucaí, com nudez explícita, e incentiva crianças a 
dançarem funk com letras e coreografias 
atentatórias ao pudor. A lei está associada à 
realidade? E a jurisprudência? 
Súmula 593 do STJ: O crime de estupro de 
vulnerável se configura com a conjunção carnal ou 
prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, 
sendo irrelevante eventual consentimento da vítima 
para a prática do ato, sua experiência sexual 
anterior ou existência de relacionamento amoroso 
com o agente. 
d) NOPS! A lacuna normativa é marcada pela 
ausência de lei a regular o caso. Na lacuna 
ideológica ou axiológica há falta de norma jurídica 
satisfatória ou justa, isto é, adequada à solução do 
caso. 
Comentário Curto 
Na lacuna ontológica existe lei, mas sem eficácia 
social, em vista de dissociação entre a previsão 
normativa e a realidade social. 
 
Questão 10. 
Quanto às fontes do direito é CORRETO afirmar: 
a) Lei é a norma de conduta que disciplina relações 
de fato e cuja observância é imposta 
informalmente, restringindo o campo de liberdade 
do cidadão. 
b) Princípios gerais do direito são proposições de 
caráter geral que englobam implicitamente um 
conjunto de normas. 
c) Doutrina é o conjunto organizado de pesquisas, 
perguntas e respostas providas durante a atividade 
jurisdicional. 
d) Costume é a norma de conduta aceita e 
obedecida habitualmente, mediante formalidades 
estritas, gerando a crença na institucionalidade da 
conduta. 
Comentário Longo 
Fonte é de onde algo brota, surge, tem origem. As 
fontes do direito nada mais são do que isso: de 
onde vêm as normas de conduta. De modo mais 
técnico: são os modos de manifestação 
(exteriorização) das normas jurídicas. A fonte 
principal do direito nos países de civil law é a LEI. 
Além dela, temos as fontes auxiliares: ANALOGIA, 
COSTUMES, PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
(art. 4º da LINDB), além da doutrina e 
jurisprudência. 
a) Mentira! A observância da lei é imposta 
institucionalmente. 
b) ISSO! Tais princípios são aqueles cânones que 
orientam a produção dos efeitos das normas e 
também as diretrizes para a integração (ou 
colmatação) de lacunas no sistema. 
c) NÃO! Doutrina é o direito científico – conjunto 
organizado de inquietações (pesquisas, perguntas 
e respostas) dos estudiosos, dos cultores do direito 
(jurisperitos).Falou em jurisdição, falou em 
jurisprudência: conjunto de decisões judiciais 
reiteradas, constantes e harmônicas, resolvendo 
casos semelhantes, de modo a constituir uma 
norma geral aplicável a todos os casos similares. 
d) Não exatamente! Costume é a norma de 
conduta aceita e obedecida habitualmente, sem 
11 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
maiores formalidades (prática constante e reiterada 
no tempo, com crença na obrigatoriedade da 
conduta). 
Comentário Curto 
Princípios gerais do direito são, ao mesmo tempo, 
proposições de caráter geral que englobam 
implicitamente um conjunto de normas e também 
cânones que orientam a produção dos efeitos das 
normas quanto diretrizes para colmatação de 
lacunas no sistema. 
 
Direito Constitucional 
Diego Cerqueira 
Questão 11. 
Júlia é servidora pública estadual e foi eleita para o 
cargo de Vereadora. Alguns colegas advogados 
afirmaram que ela precisaria escolher entre o cargo 
efetivo ou o cargo de vereadora. Pode-se, 
corretamente, afirmar que Júlia: 
a) havendo compatibilidade de horários, perceberá 
apenas as vantagens de seu cargo, com prejuízo da 
remuneração do cargo eletivo. 
b) não havendo compatibilidade de horários, será 
afastada do cargo, sendo-lhe vedado optar pela 
sua remuneração. 
c) será exonerada do cargo efetivo, podendo ser 
reintegrada após o término do mandato eletivo. 
d) terá seu tempo de serviço contado para todos os 
efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento, se for exigido o afastamento para o 
exercício de mandato eletivo. 
Comentário Longo 
Em resumo, temos que: Júlia é servidora pública 
estadual e foi eleita para o cargo de Vereadora. 
Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no 
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual 
ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego 
ou função; 
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado 
do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado 
optar pela sua remuneração; 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma 
do inciso anterior; 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, 
exceto para promoção por merecimento; 
V - na hipótese de ser segurado de regime próprio 
de previdência social, permanecerá filiado a esse 
regime, no ente federativo de origem. 
Letra A (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de 
Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será 
aplicada a norma do inciso anterior. 
Letra B (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38 da CF/88, II - investido no mandato de 
Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou 
função, sendo-lhe facultado optar pela sua 
remuneração. 
III - investido no mandato de Vereador, havendo 
compatibilidade de horários, perceberá as 
vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem 
prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não 
havendo compatibilidade, será aplicada a norma 
do inciso anterior. 
12 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Letra C (item árvore: 9.2) 
INCORRETA 
Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de 
Vereador, havendo compatibilidade de horários, 
perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração do cargo 
eletivo, e, não havendo compatibilidade, será 
aplicada a norma do inciso anterior. 
Letra D (item árvore: 9.2) 
CORRETA 
Art. 38 da CRFB/88, IV - em qualquer caso que exija 
o afastamento para o exercício de mandato eletivo, 
seu tempo de serviço será contado para todos os 
efeitos legais, exceto para promoção por 
merecimento. 
Comentário Curto 
Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da 
administração direta, autárquica e fundacional, no 
exercício de mandato eletivo, aplicam-se as 
seguintes disposições: 
IV - em qualquer caso que exija o afastamento para 
o exercício de mandato eletivo, seu tempo de 
serviço será contado para todos os efeitos legais, 
exceto para promoção por merecimento. 
Gabarito: D 
 
Questão 12. 
O Presidente da República Fernando, conhecido 
por realizar algumas arbitrariedades, editou uma 
medida provisória indicando restrições a 
candidatura de deputados federais nas próximas 
eleições. A MP causou muita discussão no âmbito 
político. Com base no caso apresentado, assinale a 
alternativa correta. 
a) a medida provisória perderá vigência, desde a 
sua edição, se não for convertida em lei no prazo 
de 40 dias, improrrogáveis. 
b) A MP deve ser rejeitada pelo Congresso 
Nacional por tratar de assunto que não poderia ser 
disciplinado por medida provisória. 
c) Se rejeitada, a medida provisória poderá ser 
reeditada, desde que na mesma sessão legislativa. 
d) a medida provisória perderá vigência, desde a 
sua edição, se não for convertida em lei no prazo 
de 70 dias, improrrogáveis. 
Comentário Longo 
O enunciado traz que o Presidente da República 
Fernando editou uma medida provisória indicando 
restrições a candidatura de deputados federais nas 
próximas eleições. A questão está relacionada as 
medidas provisórias. 
O tema se encontra no art. 62 da Constituição 
Federal de 1988. 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, 
cidadania, direitos políticos, partidos políticos e 
direito eleitoral. 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto 
nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, 
se não forem convertidas em lei no prazo de 
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, 
uma vez por igual período, devendo o Congresso 
Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as 
relações jurídicas delas decorrentes. 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão 
legislativa, de medida provisória que tenha sido 
rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por 
decurso de prazo. 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se 
refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou 
perda de eficácia de medida provisória, as relações 
jurídicas constituídas e decorrentes de atos 
13 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
praticados durante sua vigência conservar-se-ão 
por ela regidas. 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão 
alterando o texto original da medida provisória, 
esta manter-se-á integralmente em vigor até que 
seja sancionado ou vetado o projeto. 
Letra A (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, 
ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão 
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos 
termos do § 7º, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. 
Letra B (item árvore: 12.1) 
CORRETA 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, 
partidos políticos e direito eleitoral. 
Letra C (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62, § 10 da CF: É vedada a reedição, na 
mesma sessão legislativa, de medida provisória que 
tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua 
eficácia por decurso de prazo. 
Letra D (item árvore: 12.1) 
INCORRETA 
Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, 
ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão 
eficácia, desde a edição, se não forem convertidas 
em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos 
termos do§ 7º, uma vez por igual período, 
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas 
decorrentes. 
Comentário Curto 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o 
Presidente da República poderá adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submetê-las 
de imediato ao Congresso Nacional. 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias 
sobre matéria: 
I - relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, 
partidos políticos e direito eleitoral. 
Logo, podemos concluir que a MP deve ser 
rejeitada pelo Congresso Nacional por tratar de 
assunto que não poderia ser disciplinado por 
medida provisória. 
Gabarito: B 
 
Questão 13. 
Foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado Beta, 
uma representação de inconstitucionalidade contra 
lei editada pelo Município X, tendo como 
parâmetro de controle dispositivo da Constituição 
Federal de 1988 (CF). Com base no ordenamento 
jurídico-constitucional vigente, assinale a 
alternativa correta. 
a) o controle abstrato de constitucionalidade pode 
ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o 
parâmetro de controle invocado na ação seja 
norma de reprodução obrigatória na Constituição 
estadual. 
b) controle abstrato de constitucionalidade não é 
cabível no âmbito estadual. 
c) o controle abstrato de constitucionalidade não é 
cabível, pois a lei municipal deve ser questionada 
no âmbito do controle difuso. 
d) o controle abstrato de constitucionalidade não 
deve ser admitido pelo tribunal de justiça, ainda 
14 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
que se trate de norma de reprodução obrigatória 
na Constituição estadual. 
Comentário Longo 
No caso apresentado no enunciado, temos que: foi 
ajuizada no TJ do Estado Beta, uma representação 
de inconstitucionalidade contra lei editada pelo 
Município X, tendo como parâmetro de controle 
dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). 
Questionamento: É possível que o TJ realize 
controle abstrato de constitucionalidade tendo 
como parâmetro a Constituição Federal? 
O controle abstrato e concentrado realizado pelo 
Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a 
Constituição Estadual ou, no caso do Distrito 
Federal, a Lei Orgânica do DF. 
A Constituição Federal determina, em seu art. 125, 
§ 2º, que compete ao Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição estadual. 
No entanto, em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo 
Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, 
que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato 
de constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Letra A (item árvore: 19.1) 
CORRETA 
Em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo Tribunal 
passou a admitir, em situação excepcional, que o 
Tribunal de Justiça realize controle abstrato de 
constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Letra B (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Na verdade, o controle abstrato de 
constitucionalidade é cabível no âmbito estadual. 
A Constituição Federal determina, em seu art. 125, 
§ 2º, que compete ao Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição estadual. 
Letra C (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
A lei municipal pode ser impugnada por meio de 
controle abstrato de constitucionalidade. 
Letra D (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Em 2017 (RE 650898/RS), o STF passou a admitir, 
em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça 
realize controle abstrato de constitucionalidade 
tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso 
será possível quando a norma da Constituição 
Federal que servirá como parâmetro for de 
reprodução obrigatória pelas Constituições 
Estaduais. 
Comentário Curto 
O Supremo Tribunal (RE 650898/RS) passou a 
admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de 
Justiça realize controle abstrato de 
constitucionalidade tendo como parâmetro a 
Constituição Federal. Isso será possível quando a 
norma da Constituição Federal que servirá como 
parâmetro for de reprodução obrigatória pelas 
Constituições Estaduais. 
Gabarito: A 
 
Questão 14. 
Mariana, renomada escritora da Revista “A vida 
luxuosa dos artistas”, decidiu elaborar uma 
pesquisa a respeito da vida pessoal e profissional 
de conhecido ex-deputado federal que resolveu 
15 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
misteriosamente se retirar da vida pública. Mariana 
solicitou orientação de um advogado a respeito da 
necessidade de obter a autorização do ex-
deputado federal durante a elaboração da obra. À 
luz da sistemática constitucional, é correto afirmar 
que: 
 a) a obra não dependerá de autorização do político 
ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de 
expressão e informação deve preponderar no caso 
concreto apresentado. 
 b) a obra dependerá de autorização, pois, como o 
político retirou-se da vida pública, a sua intimidade 
prepondera sobre o direito à informação e 
expressão. 
 c) a obra somente dependerá de autorização caso 
o ex-deputado federal esteja vivo quando da 
publicação. 
 d) a autorização não é exigível, caso a publicação 
não venha a ter críticas ao ex-deputado federal. 
Comentário Longo 
Na ADI 4815, o Supremo Tribunal discutiu a 
possibilidade de publicação das chamadas “
biografias não autorizadas”. Há um confronto 
entre o direito à intimidade e à liberdade de 
expressão. 
O STF entendeu que é “inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo 
por igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas 
a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os 
caminhos de uma sociedade". 
Cumpre esclarecer que eventuais abusos por parte 
dos escritores poderão ser objeto de ação de 
reparação de danos pelo biografado. 
Por exemplo, a disposição em biografia de fatos 
inverídicos ou ofensas à honra ou à imagem do 
artista. 
Letra A (item árvore: 3.1) 
CORRETA 
O STF entende que é “inexigível o consentimento 
de pessoa biografada relativamente a obras 
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por 
igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas 
a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os 
caminhos de uma sociedade". 
Letra B (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Segundo o STF (ADI 4815), é inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais. 
Letra C (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Na verdade, não dependerá de autorização, com 
base no entendimento do STF (ADI 4815). 
Letra D (item árvore: 3.1) 
INCORRETA 
Independentemente de ter ou não críticas, o STF 
entende que é inexigível o consentimento de 
pessoa biografada relativamente a obras 
biográficas literárias ou audiovisuais. 
Comentário Curto 
O STF (ADI 4815) entendeu que é “inexigível o 
consentimento de pessoa biografada relativamente 
a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo 
por igual desnecessária autorização de pessoas 
retratadas como coadjuvantes (familiares ou 
pessoas falecidas...)”. 
(...) “não se escreve apenas a vida de uma pessoa, 
mas o relato de um povo, os caminhos de uma 
sociedade". 
Gabarito: A 
 
16 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Questão 15. 
A instituição privada com fins lucrativos “+ Saúde
”, uma entidade filantrópica e uma instituição 
privada sem fins lucrativos demonstraram interesse 
de participar de forma complementar do Sistema 
Únicode Saúde - SUS. Alguns juristas questionaram 
a constitucionalidade da participação das 
instituições no SUS. À luz do quadro apresentado, 
com base no ordenamento jurídico-constitucional 
vigente, assinale a alternativa correta. 
a) todas as instituições mencionadas poderão 
participar de forma complementar do SUS e 
receber recurso público para auxílio. 
b) apenas a instituição privada com fins lucrativos 
poderá participar de forma complementar do SUS 
e receber recurso público para auxílio. 
c) todas as instituições mencionadas poderão 
participar de forma complementar do SUS, mas 
nenhuma poderá receber recurso público para 
auxílio. 
d) a instituição privada sem fins lucrativos poderá 
participar de forma complementar do SUS e 
receber recurso público para auxílio. 
Comentário Longo 
A questão trata a assistência à saúde. A solução 
está prevista no art. 199 da CRFB/88. 
Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar 
de forma complementar do sistema único de 
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de direito público ou convênio, tendo preferência 
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas 
com fins lucrativos. 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de 
empresas ou capitais estrangeiros na assistência à 
saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. 
§ 4º A lei disporá sobre as condições e os 
requisitos que facilitem a remoção de órgãos, 
tecidos e substâncias humanas para fins de 
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a 
coleta, processamento e transfusão de sangue e 
seus derivados, sendo vedado todo tipo de 
comercialização. 
Letra A (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada 
a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Letra B (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
De acordo com o art. 199 da CRFB/88, § 2º É 
vedada a destinação de recursos públicos para 
auxílios ou subvenções às instituições privadas com 
fins lucrativos. 
Letra C (item árvore: 18.1) 
INCORRETA 
Na verdade, é vedada a destinação de recursos 
públicos para auxílios ou subvenções às instituições 
privadas com fins lucrativos. (art. 199, §2º da 
CRFB/88) 
Letra D (item árvore: 18.1) 
CORRETA 
Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada 
a destinação de recursos públicos para auxílios ou 
subvenções às instituições privadas com fins 
lucrativos. 
Logo, podemos concluir que a instituição sem fins 
lucrativos poderá participar de forma 
complementar e receber recurso público para 
auxílio. 
Comentário Curto 
Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à 
iniciativa privada. 
17 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
§ 1º - As instituições privadas poderão participar 
de forma complementar do sistema único de 
saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato 
de direito público ou convênio, tendo preferência 
as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. 
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos 
para auxílios ou subvenções às instituições privadas 
com fins lucrativos. 
Gabarito: D 
 
Questão 16. 
O Estado Gama não editou lei para a 
regulamentação de norma da Constituição da 
República de 1988. Diante da omissão, o Partido 
Político “Unidos pelo Povo” solicitou que sua 
assessoria jurídica analisasse a possibilidade de ser 
ajuizada ação direta de inconstitucionalidade por 
omissão (ADO). Com base na situação hipotética 
apresentada, assinale a alternativa correta. 
a) a ADO somente pode ser ajuizada para impugnar 
omissões de órgãos federais em face da 
Constituição Federal de 1988. 
b) a ADO tem por objeto a omissão 
inconstitucional, deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
c) a ADO tem por objeto a omissão 
inconstitucional, deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia contida de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
d) a omissão impugnada por meio de ADO precisa 
ser total. 
Comentário Longo 
Com base no enunciado, temos que: o Estado 
Gama não editou lei para a regulamentação de 
norma da Constituição da República de 1988. 
Diante da omissão, o Partido Político “Unidos pelo 
Povo” analisa a possibilidade de ser ajuizada 
ADO. 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 
e tem por objeto a omissão inconstitucional, 
caracterizada pela inobservância da Carta Magna 
devido à inércia do poder constituído competente 
para promover sua implementação. 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Podem ser impugnadas omissões de órgãos 
federais e estaduais em face da CF/88. Também 
podem ser impugnadas omissões de órgãos do DF 
quanto às suas competências estaduais. Por outro 
lado, não podem ser impugnadas, via ADO, 
omissões de órgãos municipais ou omissões de 
órgãos do DF relativas às competências municipais. 
Entende-se que a omissão impugnada por meio de 
ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão 
total quando o legislador não produz qualquer ato 
no sentido de atender à norma constitucional. Será 
uma omissão parcial quando há edição de um ato 
normativo que atende apenas parcialmente à 
Constituição. 
Letra A (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Por meio de ADO, podem ser impugnadas 
omissões de órgãos federais e estaduais em face da 
CF/88. 
Letra B (item árvore: 19.1) 
CORRETA 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Letra C (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
18 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Na verdade, a omissão deverá relacionar-se a 
normas constitucionais de eficácia limitada. 
Letra D (item árvore: 19.1) 
INCORRETA 
Entende-se que a omissão impugnada por meio de 
ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão 
total quando o legislador não produz qualquer ato 
no sentido de atender à norma constitucional. Será 
uma omissão parcial quando há edição de um ato 
normativo que atende apenas parcialmente à 
Constituição. 
Comentário Curto 
A ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 
e tem por objeto a omissão inconstitucional, 
caracterizada pela inobservância da Carta Magna 
devido à inércia do poder constituído competente 
para promover sua implementação. 
A omissão deverá relacionar-se a normas 
constitucionais de eficácia limitada de caráter 
mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação 
do Poder Público. 
Gabarito: B 
 
Questão 17. 
A Deputada Estadual Marta consultou sua 
assessoria jurídica a respeito da constitucionalidade 
formal e material de um projeto de lei que 
pretendia apresentar. A assessoria da deputada 
constatou que o projeto ingressava em matéria de 
competência legislativa privativa da União, já que 
compete privativamente à União legislar sobre 
direito espacial. De acordo com o caso 
apresentado, assinale a alternativa correta. 
a) a informação dada pela assessoria está incorreta, 
a deputada estadual pode apresentar projeto de lei 
sobre direito espacial. 
b) a informação dada pela assessoria está correta, 
é vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas. 
c) a informação dada pela assessoria está incorreta, 
o Estado pode legislar sobre a matéria apenas 
naquilo que diga respeito a interesse unicamente 
local. 
d) a informação dada pela assessoria está correta, 
o Estado pode apenas complementar as normas 
editadas pela União no exercício dessa 
competência. 
ComentárioLongo 
O enunciado dispõe que a Deputada Estadual 
Marta consultou sua assessoria jurídica a respeito 
da constitucionalidade formal e material de um 
projeto de lei sobre direito espacial que pretendia 
apresentar. A assessoria da deputada constatou 
que o projeto ingressava em matéria de 
competência legislativa privativa da União. 
Questionamento: a assessoria jurídica da deputada 
está correta? 
De acordo com o art. 22, inciso I e PU da CRFB/88, 
a informação dada pela assessoria está correta, é 
vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas. 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Letra A (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas (art. 22, 
inciso I e PU da CRFB/88). 
19 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Letra B (item árvore: 8.3) 
CORRETA 
É a previsão do art. 22, inciso I e PU da CRFB/88! 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar 
sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Letra C (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a 
União pode autorizá-lo, por meio de lei 
complementar, em questões específicas (art. 22, 
inciso I e PU da CRFB/88). 
Letra D (item árvore: 8.3) 
INCORRETA 
Na verdade, a informação dada pela assessoria está 
incorreta. Legislar sobre direito espacial compete 
privativamente à União. 
Comentário Curto 
Art. 22 da CRFB/88: Compete privativamente à 
União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá 
autorizar os Estados a legislar sobre questões 
específicas das matérias relacionadas neste artigo. 
Gabarito: B 
 
Direitos Humanos 
Ricardo Torques 
Questão 18. 
Wagner, advogado especialista em direitos 
humanos, foi consultado sobre a origem e sobre a 
natureza formal da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos. Wagner explicou corretamente 
que: 
a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra 
Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com 
efeitos vinculantes. 
b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra 
Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com 
efeitos vinculantes. 
c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra 
Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, 
mas de declaração, sem efeitos vinculantes. 
d) A Declaração Universal dos Direitos Humanos 
surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra 
Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, 
mas de declaração, sem efeitos vinculantes. 
Comentário Longo 
A Declaração Universal de Direitos Humanos é de 
1948 e está relacionada diretamente ao fim da 
Segunda Guerra Mundial, não da Primeira. 
Quanto à natureza da Declaração, é de se ver que 
ela não tem natureza jurídica de tratado, não 
contando com força vinculante, mas tem natureza 
de declaração sem efeito vinculante, consistindo 
em normas de soft law. 
Comentário Curto 
Apesar da sua importância, a DUDH não é, 
formalmente, um tratado, e sim uma declaração de 
direitos sem força vinculante. Seu surgimento está 
relacionado ao fim da Segunda Guerra Mundial. 
A alternativa C está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Questão 19. 
20 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Policiais militares estaduais do Estado Ômicron 
conseguiram apreender importante líder do tráfico 
de drogas na região, conhecido como Zezinho. O 
policial responsável pelo comando da operação 
determinou que seus subordinados não efetuassem 
a prisão em delegacia de polícia, mas que 
amarrassem o Zezinho numa árvore em região 
desabitada até que ele confessasse seus crimes e 
delatasse o funcionamento da operação ilícita. 
Após uma semana ao relento, Zezinho prestou 
declaração que foi aceita pelo comandante da 
operação e devidamente autuada. Pedro, um dos 
policiais subordinados que agiram nessa situação, 
buscou seu amigo Almir, advogado, a Em de obter 
esclarecimentos sobre eventual possibilidade de 
exclusão da ilicitude por obediência hierárquica e 
sobre a validade do depoimento prestado. Almir, 
com fundamento na Convenção Interamericana 
para Prevenir e Punir a Tortura, que: 
a) Não é viável a alegação de obediência 
hierárquica como cláusula excludente da ilicitude 
nem é válido o depoimento prestado sob tortura. 
b) É viável a incidência da excludente de ilicitude 
consistente na obediência hierárquica, no entanto, 
o depoimento obtido sob tortura não é válido. 
c) Não é viável a alegação de obediência 
hierárquica como cláusula excludente da ilicitude, 
mas é válido o depoimento prestado sob tortura. 
d) É viável a incidência da excludente de ilicitude 
consistente na obediência hierárquica e é válido o 
depoimento obtido sob tortura. 
Comentário Longo 
Em relação à alegação de obediência hierárquica, 
o art. 3 da Convenção determina que são 
responsáveis pelo delito de tortura tanto as 
pessoas que ordenaram a sua comissão quanto 
aquelas que o cometeram diretamente. Quer dizer, 
não é viável a alegação de obediência hierárquica 
a fim de excluir a ilicitude do fato: 
ARTIGO 3. Serão responsáveis pelo delito de 
tortura: 
a) Os empregados ou funcionários públicos que, 
atuando nesse caráter, ordenem sua comissão ou 
instiguem ou induzam a ela, cometam-no 
diretamente ou, podendo impedi-lo, não o façam; 
b) As pessoas que, por instigação dos funcionários 
ou empregados públicos a que se refere a alínea a, 
ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a 
ela, comentam-no diretamente ou nela sejam 
cúmplices. 
Quanto à validade do depoimento prestado, este 
não tem nenhum valor e não pode ser admitido 
como prova, sendo nulos, pois prestado sob 
tortura: 
ARTIGO 10. Nenhuma declaração que se 
comprove haver sido obtida mediante tortura 
poderá ser admitida como prova num processo, 
salvo em processo instaurado conta a pessoa ou 
pessoas acusadas de havê-la obtido mediante atos 
de tortura unicamente como prova de que, por 
esse meio, o acusado obteve tal declaração. 
Comentário Curto 
Não é viável a alegação de obediência hierárquica 
a fim de afastar a ilicitude da conduta de tortura, 
nem será válido o depoimento prestado nessas 
condições. 
A alternativa A está correta e é o gabarito da 
questão. 
 
Direito Internacional 
Vanessa Arns 
Questão 20. 
Ricardo, nacional do Estado X, solicitou asilo 
diplomático na embaixada do Estado Y, localizada 
no território do Estado Z, alegando que tem sofrido 
perseguição política por ação conjunta dos Estados 
X e Z. O asilo diplomático foi concedido pelo 
Estado Y, que reconhece como norma de direito 
21 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
internacional costumeiro o asilo diplomático, ao 
passo que o Estado Z alega que nunca reconheceu 
tal norma como válida e obrigatória para si. Nessa 
situação hipotética: 
a) o Estado Y não pode entregar Ricardo às 
autoridades do Estado Z após a concessão do asilo, 
mas pode entregá-lo às autoridade de seu próprio 
Estado. 
b) o Estado Z está obrigado a conceder a Ricardo 
um salvo-conduto para que ele deixe o seu 
território. 
c) a embaixada do Estado Y, localizada no território 
do Estado Z, é inviolável, mesmo estando Ricardo 
em seu interior. 
d) Ricardo tem direito a ter reconhecidopelo 
Estado Z o asilo diplomático concedido pelo 
Estado Y. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O Estado Y poderá 
sim, entregar o asilado ao governo local. O termo 
asilo diplomático é um instituto característico da 
América Latina. Desta forma, pressupõe-se ser 
aplicável a Convenção de Caracas sobre Asilo 
Diplomático (decreto no. 42.628, de 13 novembro 
de 1957) a qual promulga sobre o referido instituto, 
em seu artigo III. [...] As pessoas mencionadas no 
parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar 
apropriado para servir de asilo, deverão ser 
convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser 
entregues ao governo local, o qual não poderá 
julgá-las por delitos políticos anteriores ao 
momento da entrega. 
A alternativa B está incorreta. O Estado territorial 
não é obrigado a conceder o salvo-conduto. 
A alternativa C está correta, sendo gabarito da 
questão. Conforme Convenção de Viena sobre 
Relações Diplomáticas, em seu artigo 22. 1. Os 
locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do 
Estado acreditado não poderão neles penetrar sem 
o consentimento do Chefe da Missão. A 
inviolabilidade é uma imunidade que abrange as 
Missões Diplomáticas, Repartições Consulares e 
Representações de Organismos Internacionais, de 
seus arquivos e de seus funcionários; 
A alternativa D está incorreta. O Asilo é uma 
instituição jurídica que visa a proteção ao cidadão 
estrangeiro perseguido politicamente, mas aos 
Estados é facultada a escolha de concedê-lo ou 
não. 
Questão 21. 
Considerando as normas de direito internacional 
privado (DIPr), assinale a afirmativa correta. 
a) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar e estabelecer como 
domicílio comum primeiro o Brasil e depois a 
Argentina, o regime de bens será regulado pela 
legislação argentina. 
b) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, poderão escolher qual 
o direito interno regerá os bens. 
c) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, o regime de bens será 
o brasileiro. 
d) Para o direito brasileiro, na hipótese de um 
domiciliado no Brasil e uma domiciliada na 
Argentina vierem a se casar, o regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa B está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
22 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa C está incorreta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
A alternativa D está correta. O regime de bens, 
legal ou convencional, obedece à lei do país em 
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for 
diverso, a do primeiro domicílio conjugal. De 
acordo com a LINDB, art. 7º. 
§ 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá 
os casos de invalidade do matrimônio a lei do 
primeiro domicílio conjugal. 
 
 
Direito Tributário 
Rodrigo Martins 
Questão 22. 
André, residente e domiciliado no Estado X, doou 
um apartamento localizado no Estado Y para seu 
irmão, Carlos. A escritura pública de doação foi 
lavrada perante tabelião localizado no Município 
M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos. Ao 
recolher o imposto incidente sobre essa 
transmissão de bem imóvel, o contribuinte 
constatou que a entidade tributante adota um 
sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - 
Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e 
Doação. Sobre essa hipótese, é correto afirmar 
que: 
A) O ITCMD é devido ao Estado X e a 
progressividade das alíquotas é inconstitucional. 
B) O ITCMD é devido ao Estado Y e a 
progressividade das alíquotas é constitucional. 
C) O ITCMD é devido ao Estado Z e a 
progressividade das alíquotas é inconstitucional. 
D) O ITCMD é devido ao Município M e a 
progressividade das alíquotas é constitucional. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno dos seguintes aspectos: 
para qual entidade federativa (tributante) é devido 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a doação de bem 
imóvel? Para o Estado onde domiciliado o doador, 
o donatário ou para aquele onde localizado o 
imóvel? Esse imposto pode ter alíquotas 
progressivas? 
No caso: 
> André, que é residente e domiciliado no Estado 
X, doou um apartamento para seu irmão, Carlos. 
> O apartamento objeto da doação é localizado no 
Estado Y. 
> A escritura pública da doação em questão foi 
lavrada perante tabelião localizado no Município 
M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos 
(donatário). 
> Ao recolher o imposto incidente sobre tal 
doação, o contribuinte constatou que a entidade 
tributante adota um sistema progressivo de 
alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a 
Transmissão Causa Mortis e Doação. 
> Eis o cerne da questão: qual entidade federativa 
detém competência para exigir o ITCMD - Imposto 
sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação 
incidente sobre essa doação? o ITCMD pode ter 
alíquotas progressivas? 
A resposta é dada pelo art. 155, § 1º, inciso I, da 
CF/88 e pela jurisprudência do STF (RE 542.485): 
CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito 
Federal instituir impostos sobre: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer 
bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993); 
(...). 
§ 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos 
direitos, compete ao Estado da situação do bem, 
ou ao Distrito Federal; 
23 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, 
compete ao Estado onde se processar o inventário 
ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao 
Distrito Federal; 
(...). 
EXTRAORDINÁRIO – ITCMD – PROGRESSIVIDADE 
– CONSTITUCIONAL. No entendimento 
majoritário do Supremo, surge compatível com a 
Carta da República a progressividade das alíquotas 
do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e 
Doação. Precedente: Recurso Extraordinário nº 
562.045/RS, mérito julgado com repercussão geral 
admitida (STF, 1ª T., RE 542.485/RS, Rel. Min. 
Marco Aurélio, j. em 19/02/2013, DJe em 
07/03/2013). 
De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de 
bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa 
mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde 
localizado o imóvel (independentemente de onde 
seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde 
o ato translativo da propriedade tenha sido 
porventura celebrado). Paralelamente, o STF já 
reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n
º 562.045), a constitucionalidade da adoção de 
alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no 
caso do problema em questão, o ITCMD é devido 
ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é 
constitucional, estando correta, assim, a LETRA B, 
que é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, 
o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa 
Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de 
bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa 
mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde 
localizado o imóvel (independentemente de onde 
seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde 
o ato translativo da propriedade tenha sido 
porventura celebrado). Paralelamente,o STF já 
reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n
º 562.045), a constitucionalidade da adoção de 
alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no 
caso do problema em questão, o ITCMD é devido 
ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é 
constitucional. 
Assim, a LETRA B é a correta e gabarito da questão. 
 
Questão 23. 
A RFB - Receita Federal do Brasil autuou a empresa 
Gama Ltda. pela prática de sonegação fiscal. A 
multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos 
tributos sonegados e a multa moratória foi de 25% 
sobre o valor dos tributos não recolhidos na data 
do vencimento. Sobre essa hipótese, é correto 
afirmar que: 
A) Somente a multa punitiva afrontou o Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
B) Somente a multa moratória afrontou o Princípio 
da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
C) As duas multas afrontaram o Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. 
D) As multas tributárias não se submetem ao 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco, que é aplicável somente aos tributos. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno dos seguintes aspectos: o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco é aplicável às multas tributárias? Se 
positiva a resposta, a qual tipo de multa? À multa 
punitiva ou à multa moratória? Ou às duas 
espécies? 
No caso: 
> A RFB - Receita Federal do Brasil autuou (multou) 
determinada contribuinte pela prática de 
sonegação fiscal. 
> Foram lavradas duas multas: uma punitiva e outra 
moratória. 
> A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos 
tributos sonegados. 
24 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
> A multa moratória foi de 25% sobre o valor dos 
tributos não recolhidos na data do vencimento. 
> Eis o cerne da questão: tais multas afrontaram o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco? 
A resposta é dada pelo art. 150, inciso IV, da CF/88 
e pela jurisprudência do STF (RE 602.686 AgR-
segundo e RE 582.461): 
CF/88: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
(...) 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
(...). 
A multa punitiva é aplicada em situações nas quais 
se verifica o descumprimento voluntário da 
obrigação tributária prevista na legislação 
pertinente. Trata-se da sanção prevista para coibir 
a prática de ilícitos tributários. Nessas 
circunstâncias, conferindo especial relevo ao 
caráter pedagógico da sanção, que visa 
desestimular a burla à atuação da Administração 
tributária, deve ser reconhecida a possibilidade de 
aplicação da multa em percentuais mais rigorosos. 
Nesses casos, a Corte vem adotando como limite o 
valor devido pela obrigação principal (RE 602.686 
AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-12-
2014, 1ª T, DJE de 5-2-2015 e RE 523.471 AgR., rel. 
min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 23-
4-2010). 
A aplicação da multa moratória tem o objetivo de 
sancionar o contribuinte que não cumpre suas 
obrigações tributárias, prestigiando a conduta 
daqueles que pagam em dia seus tributos aos 
cofres públicos. Assim, para que a multa moratória 
cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, 
de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não 
pode ter um importe que lhe confira característica 
confiscatória, inviabilizando inclusive o 
recolhimento de futuros tributos. O acórdão 
recorrido encontra amparo na jurisprudência desta 
Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória 
a multa moratória no importe de 20% (vinte por 
cento). (RE 582.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-
5-2011, P, DJE de 18-8-2011, tema 214). 
De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios utilizar tributo com efeito de 
confisco, consubstanciando o constitucionalmente 
consagrado Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio 
da Vedação ao Confisco. Não obstante tal 
dispositivo se refira a “tributo”, o STF já 
consolidou o entendimento de que tal princípio 
também é aplicável às multas tributárias, sejam elas 
punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 
AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, 
inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos 
de multas tributárias): 100% do valor do tributo 
para as multas punitivas e 20% do valor do tributo 
para as multas moratórias. Qualquer multa 
tributária que supere esses percentuais será 
considerada confiscatória e, portanto, 
inconstitucional, por afronta ao Princípio da 
Vedação da Tributação com Efeito de Confisco 
(inciso IV do art. 150 da CF/88). Portanto, no caso 
do problema em questão, as duas multas 
afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco, estando correta, assim, a 
LETRA C, que é o gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios utilizar tributo com efeito de 
confisco, consubstanciando o constitucionalmente 
consagrado Princípio da Vedação da Tributação 
com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio 
da Vedação ao Confisco. Não obstante tal 
dispositivo se refira a “tributo”, o STF já 
consolidou o entendimento de que tal princípio 
25 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
também é aplicável às multas tributárias, sejam elas 
punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 
AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, 
inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos 
de multas tributárias): 100% do valor do tributo 
para as multas punitivas e 20% do valor do tributo 
para as multas moratórias. Portanto, no caso do 
problema em questão, as duas multas afrontaram o 
Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de 
Confisco. 
Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da 
questão. 
 
Questão 24. 
João é funcionário público municipal. Quanto à 
Contribuição Social por ele devida, destinada ao 
custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser 
recolhida: 
A) Ao órgão ou entidade de previdência federal, 
independentemente do seu regime de vinculação 
ao serviço público (estatutário/efetivo ou não 
estatutário/temporário) e da existência, no 
Município, de regime previdenciário próprio. 
B) Ao órgão ou entidade de previdência estadual, 
do Estado-membro onde localizado o Município, se 
ele for funcionário não estatutário/temporário, 
nomeado em cargo de livre provimento e 
exoneração, desde que o Município não tenha 
regime previdenciário próprio. 
C) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, 
se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado 
após aprovação em concurso público, desde que o 
Município tenha regime previdenciário próprio. 
D) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, 
se ele for funcionário não estatutário/temporário, 
nomeado em cargo de livre provimento e 
exoneração, desde que o Município tenha regime 
previdenciário próprio. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno do seguinte aspecto: qual 
entidade federativa detém competência tributária 
para exigir Contribuição Social de servidor público, 
destinada ao custeio do seu plano de 
aposentadoria? 
No caso: 
> João é funcionário público municipal. 
> Tal como todas as pessoas que exercem alguma 
função remunerada, está sujeito ao pagamento de 
Contribuição Social destinada ao custeio do seu 
plano de aposentadoria (Contribuição Social 
Previdenciária). 
> Eis o cerne da questão: quem detém 
competência tributária para instituir e recolher a 
Contribuição Social em questão? O órgão ou 
entidade de previdência federal, estadual (do 
Estado-membro onde o Município pagador da 
renda é localizado) ou municipal? 
A resposta é dada pelo art. 149, § 1º, da CF/88: 
CF/88: Art. 149. Compete exclusivamente à União 
instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias 
profissionais ou econômicas, como instrumentode 
sua atuação nas respectivas áreas, observado o 
disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem 
prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, 
relativamente às contribuições a que alude o 
dispositivo. 
§ 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios instituirão, por meio de lei, 
contribuições para custeio de regime próprio de 
previdência social, cobradas dos servidores ativos, 
dos aposentados e dos pensionistas, que poderão 
ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da 
base de contribuição ou dos proventos de 
aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
(...). 
26 
 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
Além do regime previdenciário geral (que é 
custeado, dentre outras receitas, pelas 
contribuições previdenciárias devidas ao INSS - 
Instituto Nacional de Seguridade Social, órgão 
autárquico federal), existe também o Regime 
Próprio de Previdência Social, que pode ser 
designado como Regime Estatutário, cuja 
finalidade é a manutenção do sistema 
previdenciário de servidores públicos estatutários, 
ou seja, que ingressaram no serviço público 
mediante concurso, desde que o ente ao qual 
esteja vinculado tenha instituído órgão 
previdenciário próprio (o regime geral é custeado, 
dessa forma, pelas contribuições dos demais 
trabalhadores não enquadrados na hipótese em 
questão). De acordo com o art. 149, § 1º, da 
CF/88, cada entidade federativa (a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios) detém 
competência tributária para instituir contribuição 
previdenciária para o custeio do seu regime 
previdenciário próprio (por óbvio, desde que tenha 
implantado órgão previdenciário próprio). É 
importante destacar que a contribuição 
previdenciária para o regime próprio poderá ser 
cobrada somente dos servidores estatutários 
(efetivos, isto é, que ingressaram no cargo por meio 
de concurso público). Quanto aos funcionários 
públicos não estatutários (comissionados “puros
”, não concursados, nomeados para cargos de 
livre provimento e exoneração), a respectiva 
contribuição previdenciária continua devida ao 
regime geral (ou seja, ao INSS), 
independentemente de a entidade federativa ter 
ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no 
caso do problema em questão, a Contribuição 
Social devida por João, destinada ao custeio do seu 
plano de aposentadoria, deve ser recolhida ao 
órgão ou entidade de previdência municipal, se ele 
for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após 
aprovação em concurso público, desde que o 
Município tenha regime previdenciário próprio, 
estando correta, assim, a LETRA C, que é o 
gabarito da questão. 
Comentário Curto 
De acordo com o art. 149, § 1º, da CF/88, cada 
entidade federativa (a União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios) detém competência 
tributária para instituir contribuição previdenciária 
para o seu regime previdenciário próprio (por 
óbvio, desde que tenha implantado órgão ou 
entidade de previdência próprios). É importante 
destacar que a contribuição previdenciária para o 
regime próprio poderá ser cobrada somente dos 
servidores estatutários (efetivos, isto é, que 
ingressaram no cargo por meio de concurso 
público). Quanto aos funcionários públicos não 
estatutários (comissionados “puros”, não 
concursados, lotados em cargos de livre 
provimento e exoneração), a respectiva 
contribuição previdenciária continua devida ao 
regime geral (ou seja, ao INSS), 
independentemente de a entidade federativa ter 
ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no 
caso do problema em questão, a contribuição deve 
ser recolhida ao órgão ou entidade de previdência 
municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, 
nomeado após aprovação em concurso público, 
desde que o Município tenha regime previdenciário 
próprio. 
Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da 
questão. 
 
Questão 25. 
A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência 
decretada em 22/05/2020, quando já possuía: i) um 
imóvel hipotecado para garantia de dívidas 
contraídas junto à uma instituição financeira; ii) 
débitos de IPI - Imposto sobre Produtos 
Industrializados; iii) débitos decorrentes da 
legislação do trabalho, no valor de 130 salários-
mínimos; e iv) multas por infração à legislação 
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ambiental. Considerando que esses são as únicas 
dívidas da massa falida, é correto afirmar que o 
débito de natureza tributária deve ser quitado em: 
A) Primeiro lugar. 
B) Segundo lugar. 
C) Terceiro lugar. 
D) Quarto lugar. 
Comentário Longo 
A questão gira em torno do seguinte aspecto: 
acaso uma pessoa jurídica devedora de tributo 
tenha sua falência decretada, e acaso ela possua 
outros débitos de naturezas diversas, qual a ordem 
de preferência para a quitação de todas essas 
dívidas? Qual a posição do crédito tributário na 
ordem de pagamento? 
No caso: 
> A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência 
decretada em 22/05/2020. 
> Nessa data ela já possuía: i) um imóvel 
hipotecado para garantia de dívidas contraídas 
junto à uma instituição financeira; ii) débitos de IPI 
- Imposto sobre Produtos Industrializados; iii) 
débitos decorrentes da legislação do trabalho, no 
valor de 130 salários-mínimos; e iv) multas por 
infração à legislação ambiental. 
> Eis o cerne da questão: qual a posição do crédito 
tributário na ordem de pagamento? 
A resposta é dada pelo art. 186 do CTN e pelo art. 
83 da Lei Federal nº 11.101/05 - Lei de Falências: 
CTN: Art. 186. O crédito tributário prefere a 
qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o 
tempo de sua constituição, ressalvados os créditos 
decorrentes da legislação do trabalho ou do 
acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 
118, de 2005) 
Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 
118, de 2005) 
I – o crédito tributário não prefere aos créditos 
extraconcursais ou às importâncias passíveis de 
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos 
créditos com garantia real, no limite do valor do 
bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
II – a lei poderá estabelecer limites e condições 
para a preferência dos créditos decorrentes da 
legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, 
de 2005) 
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos 
subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) 
Lei Federal nº 11.101/05: Art. 83. A classificação 
dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
I - os créditos derivados da legislação trabalhista, 
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 
acidentes de trabalho; (Redação dada pela Lei nº 
14.112, de 2020) 
II - os créditos gravados com direito real de garantia 
até o limite do valor do bem gravado; (Redação 
dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
III - os créditos tributários, independentemente da 
sua natureza e do tempo de constituição, exceto os 
créditos extraconcursais e as multas tributárias; 
(Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) 
(...). 
VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias 
por infração das leis penais ou administrativas, 
incluídas as multas tributárias; (Redação dada pela 
Lei nº 14.112, de 2020) 
(...). 
De acordo com os dispositivos legais em questão, 
chega-se à seguinte ordem de preferência: 1º) 
créditos extraconcursais, dentre os quais aqueles 
passíveis de restituição (rol de todos os créditos 
especificados no art. 84 da Lei de Falências); 2º) os 
créditos derivados da legislação trabalhista, 
limitados a 150 (cento e cinquenta) salários-
mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 
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 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 
 
 
acidentes de trabalho; 3º) créditos com garantia 
real (como, por exemplo, hipoteca imobiliária), até 
o limite do valor do bem gravado; 4º) créditos 
tributários (tributos, correção monetária e juros 
moratórios até a data da falência); etc., estando 
situado, após o crédito tributário, as multas 
administrativas. Portanto, no caso do problema em 
questão,

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