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3 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 IV. Simulado OAB Código de Ética e Estatuto da OAB Priscila Ferreira Questão 01. Fernando, advogado com inscrição regular, passou a exercer atividade policial. Por força disso, teve sua inscrição cancelada. Após a sua aposentadoria no cargo, requereu o seu retorno aos quadros da OAB. Com base no caso apresentado, assinale a alternativa correta. A) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que não restaura o número de inscrição anterior, deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o Conselho. B) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que restaura o número de inscrição anterior, deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral. Não precisa prestar compromisso perante o Conselho. C) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que não restaura o número de inscrição anterior, deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral. Não precisa prestar compromisso perante o Conselho. D) Na hipótese de novo pedido de inscrição, que restaura o número de inscrição anterior, deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos: capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o Conselho. Comentário Longo O enunciado traz que Fernando, advogado com inscrição regular, passou a exercer a atividade de policial. Segundo o art. 28 do EAOAB, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades: V – ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza. E, nos termos do Art. 11 do EAOAB, cancela-se a inscrição do profissional que passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia. Em sede de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos (incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o conselho. Veja: “Art. 8º do EAOAB: Para inscrição como advogado é necessário: I – capacidade civil; II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada; III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; IV – aprovação em Exame de Ordem; V – não exercer atividade incompatível com a advocacia; VI – idoneidade moral; VII – prestar compromisso perante o Conselho.” Em resumo, o interessado fazer prova dos requisitos seguintes requisitos: capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a 4 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o Conselho. Letra A (item árvore: 2.1) CORRETA Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos (incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o conselho. Letra B (item árvore: 2.1) INCORRETA O novo pedido de inscrição não restaura o número de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. Além disso, precisa prestar compromisso perante o conselho! Letra C (item árvore: 2.1) INCORRETA Precisa prestar compromisso perante o conselho, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. Letra D (item árvore: 2.1) INCORRETA O novo pedido de inscrição não restaura o número de inscrição, conforme §2º do art. 11 do EAOAB. Comentário Curto Conforme art.11, do EAOAB, cancela-se a inscrição do profissional que passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia; E na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos seguintes requisitos (incisos I, V, VI e VII do art. 8º do EAOAB): capacidade civil; não exercer atividade incompatível com a advocacia; idoneidade moral; e prestar compromisso perante o conselho. Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: A Questão 02. O advogado civilista Tício exerce suas atividades em determinada Sociedade de Advocacia, sediada em São Paulo. As demandas patrocinadas pelo advogado tramitam perante o juízo das varas cíveis em São Paulo. No entanto, recentemente, o pai de Tício adoeceu na Bahia, o que fez o advogado fixar a sua residência nesta localidade, e com ânimo definitivo. Neste sentido, o advogado continuou exercendo as mesmas funções no escritório de São Paulo, e nos dias em que não teriam atividades profissionais, retornaria à Bahia. Com base no caso narrado, assinale a afirmativa correta. A) Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar. B) Tício deve requerer a transferência de sua inscrição principal como advogado para o Conselho Seccional da Bahia. C) Tício deve requerer a inscrição suplementar como advogado junto ao Conselho Seccional da Bahia. D) Tício deve requerer a inscrição suplementar como advogado junto ao Conselho Federal da OAB. Comentário Longo De acordo com o enunciado, o advogado resolveu que fixaria sua residência, com ânimo definitivo, na Bahia. Porém, continuaria exercendo as mesmas funções no escritório de São Paulo. Acerca do tema, deve-se observar o disposto no art. 10, do EAOAB: “A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do Regulamento Geral. 5 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 § 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado. § 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão, considerando-se habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano. § 3º No caso de mudança efetiva de domicílio profissional para outra unidade federativa, deve o advogado requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente. § 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou inscrição suplementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.” Logo, podemos concluir que Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar, já que o seu domicílio profissional continuará sendo em São Paulo. Letra A (item árvore: 2.1) CORRETA O advogado Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar, já que o seu domicílio profissional continuará sendo em São Paulo. Neste sentido, o Art. 10 do EAOAB preceitua que: “A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do Regulamento Geral.” Letra B (item árvore: 2.1) INCORRETA Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal, já que o seu domicílio profissional continuará sendo em São Paulo. Letra C (item árvore: 2.1) INCORRETA Não precisa requerer a inscrição suplementar, já que não exercerá funções profissionais na Bahia. Letra D (item árvore: 2.1) INCORRETA Não precisa requerer a inscrição suplementar, já que não exercerá funções profissionais na Bahia.Comentário Curto Conforme art. 10, do Estatuto da OAB, a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. Ainda, dispõe o § 1º, do referido art. 10, que o domicílio profissional é a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado. Neste sentido, Tício não precisa requerer a transferência de sua inscrição principal ou inscrição suplementar, já que o seu domicílio profissional continuará sendo em São Paulo. Assim, a alternativa “a” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: A Questão 03. A jovem advogada Rebeca resolve contratar a empresa “Mais Divulgação” que atua na área de propaganda e marketing. A empresa contratou jovens, homens e mulheres, para a distribuição de prospectos de propaganda do escritório indicando as especialidades de atuação e apresentando determinados temas que seriam considerados acessíveis à multidão de interessados. O projeto é realizado e implementado com sucesso. À luz do quadro apresentado, assinale a alternativa correta. 6 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 A) a jovem advocacia possui características mais modernas e permite publicidade como a apresentada. B) atividades como as sugeridas são admissíveis, tendo em vista a sobriedade e moderação. C) a referida propaganda não pode ser realizada, visto que existem restrições éticas à propaganda da advocacia. D) a propaganda pode ser realizada, após autorização escrita do Conselho Seccional. Comentário Longo No caso apresentado, temos que: A jovem advogada Rebeca resolve contratar a empresa “ Mais Divulgação” que atua na área de propaganda e marketing. A empresa realizou a distribuição de prospectos de propaganda do escritório. Questionamento: É permitida a publicidade do escritório de advocacia através de prospectos de propaganda? Acerca do tema, o artigo 40, do CED, preceitua que: “Art. 40 do CED: Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: (...) VI – a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.” Logo, podemos concluir que a publicidade referida no enunciado não é permitida, já que envolve a distribuição de panfletos com o intuito de captação de clientela. Letra A (item árvore: 1.1) INCORRETA Observa-se que é vedada a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela (art. 40, inciso VI do CED). Letra B (item árvore: 1.1) INCORRETA Não são admissíveis, conforme art. 40, do CED: “ Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.” Letra C (item árvore: 1.1) CORRETA É a exata previsão do art. 40, VI do CED: “Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: VI – a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela.” Letra D (item árvore: 1.1) INCORRETA É vedada a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela (art. 40, inciso VI do CED). Comentário Curto De acordo com o art. 40, VI do Código de Ética e Disciplina da OAB, é vedada a distribuição de panfletos ou assemelhados com o intuito de captação de clientela. Portanto, a publicidade referida no texto não é permitida. Assim, a alternativa “c” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: C Questão 04. O advogado Pedro atua sozinho em seu escritório situado no Município Beta, onde recebe os seus 7 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 clientes para atividades de assessoria e consultoria, atuando também no contencioso tributário. No verão, o advogado recebeu seu tio Marcos em sua casa, o qual tem acesso a várias pessoas de prestígio social, em razão da sua atividade profissional. Diante disso, tio Marcos começou a indicar clientes para Pedro, mas sem a existência de qualquer acordo financeiro entre eles. Assim, com o aumento da clientela, o advogado ampliou seu escritório e passou a realizar parcerias. Diante da situação descrita, nos termos do Estatuto da Advocacia, assinale a afirmativa correta. A) Pedro cometeu infração disciplinar ao receber clientes de pessoa com relação de parentesco. B) Não constitui infração disciplinar o relacionamento social com parentes ou não. C) Constitui atividade ilícita por valer-se de parentes para obtenção de clientela, de forma gratuita ou onerosa. D) Constitui atividade vedada, uma vez que a clientela deve ser formada espontaneamente pelo advogado. Questão 05. A renomada advogada Letícia estava representando um famoso ator global brasileiro. O ator estava sendo acusado de matar a própria esposa. Em determinado momento, a advogada insinuou-se para dar algumas declarações públicas, e com esse objetivo, procurou várias emissoras de televisão. Considerando o caso narrado e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta. A) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, já que tal conduta ajudaria seu cliente. B) Letícia não poderia se insinuar para dar uma declaração pública. C) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo cliente. D) Letícia poderia se insinuar para dar uma declaração pública, apenas se autorizada pelo juiz da causa. Comentário Longo O Estatuto da Advocacia e da OAB (Lei 8.906/94) e o Código de Ética e Disciplina da OAB vedam a mercantilização e a captação de clientela. O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração disciplinar quando o advogado se vale de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber. Neste sentido, ainda, o inciso IV proíbe o angariamento ou captação de causas, como se observa: “Art. 34. Constitui infração disciplinar: III – valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber. IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros.” Neste sentido, observa-se que no caso exposto ocorreram simples indicações, logo, não caracterizando agenciamento de causa, mas simples atividade corriqueira (indicação de cliente). Letra A (item árvore: 12.1) INCORRETA A simples indicação não configura agenciamento de causa. Logo, não caracteriza infração disciplinar. Letra B (item árvore: 12.1) CORRETA No caso exposto no enunciado, observa-se a simples indicação de cliente, não caracterizando agenciamento de causa. Letra C (item árvore: 12.1) INCORRETA 8 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Não há configuração de atividade ilícita, trata-se de simples indicação de cliente. Letra D (item árvore: 12.1) INCORRETA A simples indicação não configura atividade vedada. Comentário Curto O art. 34, III do EAOAB prevê que constitui infração disciplinar quando o advogado se vale de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber. Neste sentido, o inciso IV do mesmo preceito legal proíbe o angariamento ou captação de causas. Contudo, no caso exposto no enunciado, ocorreram simples indicações de cliente, não caracterizam agenciamento de causa. Assim, a alternativa “b” é a correta e gabarito da questão. Gabarito: B Questão 06. Igor Maciel, recém-formado em direito, conseguiu um emprego para laborar em determinado Cartório de Notas. Após insistentes tentativas, Igor conseguiu a sua aprovação no Exame de Ordeme ora pretende se inscrever de imediato como advogado, e paralelamente continuar a trabalhar no Cartório. Diante dos fatos apresentados, assinale a alternativa correta. A) Igor não poderá se inscrever nos quadros da OAB, já que exerce atividade incompatível para o exercício da advocacia. B) Igor não poderá se inscrever nos quadros da OAB, já que se tornou impedido para o exercício da advocacia. C) Igor poderá se inscrever nos quadros da OAB, mas não poderá intentar ações frente a Administração Pública. D) Igor apenas poderá se inscrever nos quadros da OAB, se houver autorização do Conselho Seccional competente. Comentários Gabarito: A Nos termos do Art. 28, IV, do EAOAB, a advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com os ocupantes de cargos ou funções vinculados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro. Questão 07. Cabral, advogado, foi apenado com sanção disciplinar de exclusão, após regular processo disciplinar. Considerando que o advogado praticou crime patrimonial e pretenda retornar aos quadros da OAB, após o cumprimento de sua pena, assinale a alternativa correta. A) O advogado não mais poderá retornar aos quadros da OAB, após a aplicação da sanção disciplinar de exclusão. B) Autoriza-se ao advogado que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, três anos após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. C) O advogado poderá requerer, um ano após o cumprimento da sanção, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento e, ainda, o pedido de reabilitação dependerá também da correspondente reabilitação criminal. D) O advogado apenas deverá fazer prova de sua reabilitação criminal para fins de retornar aos quadros da OAB. Comentários 9 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Gabarito: C Nos termos do art. 41, do EAOAB, é permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento. Ainda, quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal. Questão 08. Vanessa Lady foi surpreendida com a instauração de um Processo Disciplinar, em razão de uma denúncia realizada por um ex-cliente no Conselho Seccional. Contudo, ao adentrar no escritório, após a sua cientificação do processo disciplinar, foi surpreendida com a notícia de que todos os seus colegas de trabalho já possuíam ciência do teor do processo. Neste sentido, acerca das regras do Estatuto da OAB, assinale a alternativa correta. A) O processo disciplinar pode ser acessado por qualquer pessoa, diante da sua natureza pública. B) O processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. C) O processo disciplinar tramita em sigilo, até a instância recursal, só tendo acesso às suas informações as partes e a autoridade judiciária competente. D) O processo disciplinar apenas tramitará em sigilo, se houver solicitação da parte interessada. Comentários Gabarito: B Nos termos do Art. 72, § 2° da Lei 8.906/1994, o processo disciplinar tramita em sigilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente. Filosofia do Direito Jean Vilbert Questão 09. No que se refere às lacunas é CORRETO afirmar: a) A lacuna não intencional ocorre quando o legislador relega a terceiro a solução concreta do caso. b) A lacuna latente é aquela em que há efetiva e evidente ausência de norma a regular a questão. c) Na lacuna ontológica há dissociação entre a previsão normativa e a realidade social. d) A lacuna ideológica ou axiológica é marcada pela ausência de lei a regular o caso. Comentário Longo Lacuna é um buraco não regulamentado por lei. Como “em nenhum lugar do mundo foram estabelecidas regras suficientes para regular todas as ações e palavras dos homens (o que é coisa impossível)” (Thomas Hobbes), sempre haverá algum espaço em branco no sistema legal. A questão então é elucidar os tipos de lacunas que temos: autêntica e não autêntica (quanto à norma); intencional e não intencional (quanto à vontade do legislador); latente e patente (quanto à amplitude); originária ou posterior (quanto ao sistema de normas); normativas, ideológica e ontológica (quanto ao campo de abrangência). Eu sei que é muita coisa... mas é isso que dá querer a carteirinha vermelha! Simbora! a) Claro que NÃO! Intencional: o legislador relega a terceiro a solução concreta do caso. NÃO intencional: o legislador não se atenta às várias relações possíveis e deixa de regular algumas. b) LATENTE é aquilo que está oculto! Logo, a lacuna latente (oculta) decorre do caráter muito amplo da norma, cujo tipo se torna 10 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 demasiadamente vago. Na patente é que há efetiva ausência de norma a regular a questão. c) BINGO! Sem tirar nem pôr! Aqui eu trago exemplos para ser odiado kkkk, especialmente pelas meninas. Exatamente por isso, inverterei os polos tradicionais do delito. Vejamos. Se uma menina de 18 anos tiver relação sexual consensual com um menino de 13 anos e 11 meses (seu namorado há 1 ano), responderá por estupro de vulnerável, conforme artigo 217-A do Código Penal, com pena de até 15 anos de reclusão, justamente em um país que louva como mais alta expressão da cultura nacional o Carnaval na Sapucaí, com nudez explícita, e incentiva crianças a dançarem funk com letras e coreografias atentatórias ao pudor. A lei está associada à realidade? E a jurisprudência? Súmula 593 do STJ: O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente. d) NOPS! A lacuna normativa é marcada pela ausência de lei a regular o caso. Na lacuna ideológica ou axiológica há falta de norma jurídica satisfatória ou justa, isto é, adequada à solução do caso. Comentário Curto Na lacuna ontológica existe lei, mas sem eficácia social, em vista de dissociação entre a previsão normativa e a realidade social. Questão 10. Quanto às fontes do direito é CORRETO afirmar: a) Lei é a norma de conduta que disciplina relações de fato e cuja observância é imposta informalmente, restringindo o campo de liberdade do cidadão. b) Princípios gerais do direito são proposições de caráter geral que englobam implicitamente um conjunto de normas. c) Doutrina é o conjunto organizado de pesquisas, perguntas e respostas providas durante a atividade jurisdicional. d) Costume é a norma de conduta aceita e obedecida habitualmente, mediante formalidades estritas, gerando a crença na institucionalidade da conduta. Comentário Longo Fonte é de onde algo brota, surge, tem origem. As fontes do direito nada mais são do que isso: de onde vêm as normas de conduta. De modo mais técnico: são os modos de manifestação (exteriorização) das normas jurídicas. A fonte principal do direito nos países de civil law é a LEI. Além dela, temos as fontes auxiliares: ANALOGIA, COSTUMES, PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO (art. 4º da LINDB), além da doutrina e jurisprudência. a) Mentira! A observância da lei é imposta institucionalmente. b) ISSO! Tais princípios são aqueles cânones que orientam a produção dos efeitos das normas e também as diretrizes para a integração (ou colmatação) de lacunas no sistema. c) NÃO! Doutrina é o direito científico – conjunto organizado de inquietações (pesquisas, perguntas e respostas) dos estudiosos, dos cultores do direito (jurisperitos).Falou em jurisdição, falou em jurisprudência: conjunto de decisões judiciais reiteradas, constantes e harmônicas, resolvendo casos semelhantes, de modo a constituir uma norma geral aplicável a todos os casos similares. d) Não exatamente! Costume é a norma de conduta aceita e obedecida habitualmente, sem 11 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 maiores formalidades (prática constante e reiterada no tempo, com crença na obrigatoriedade da conduta). Comentário Curto Princípios gerais do direito são, ao mesmo tempo, proposições de caráter geral que englobam implicitamente um conjunto de normas e também cânones que orientam a produção dos efeitos das normas quanto diretrizes para colmatação de lacunas no sistema. Direito Constitucional Diego Cerqueira Questão 11. Júlia é servidora pública estadual e foi eleita para o cargo de Vereadora. Alguns colegas advogados afirmaram que ela precisaria escolher entre o cargo efetivo ou o cargo de vereadora. Pode-se, corretamente, afirmar que Júlia: a) havendo compatibilidade de horários, perceberá apenas as vantagens de seu cargo, com prejuízo da remuneração do cargo eletivo. b) não havendo compatibilidade de horários, será afastada do cargo, sendo-lhe vedado optar pela sua remuneração. c) será exonerada do cargo efetivo, podendo ser reintegrada após o término do mandato eletivo. d) terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento, se for exigido o afastamento para o exercício de mandato eletivo. Comentário Longo Em resumo, temos que: Júlia é servidora pública estadual e foi eleita para o cargo de Vereadora. Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função; II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior; IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento; V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime, no ente federativo de origem. Letra A (item árvore: 9.2) INCORRETA Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior. Letra B (item árvore: 9.2) INCORRETA Art. 38 da CF/88, II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior. 12 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Letra C (item árvore: 9.2) INCORRETA Art. 38, III da CF/88 - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior. Letra D (item árvore: 9.2) CORRETA Art. 38 da CRFB/88, IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Comentário Curto Art. 38 da CRFB/88: Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições: IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento. Gabarito: D Questão 12. O Presidente da República Fernando, conhecido por realizar algumas arbitrariedades, editou uma medida provisória indicando restrições a candidatura de deputados federais nas próximas eleições. A MP causou muita discussão no âmbito político. Com base no caso apresentado, assinale a alternativa correta. a) a medida provisória perderá vigência, desde a sua edição, se não for convertida em lei no prazo de 40 dias, improrrogáveis. b) A MP deve ser rejeitada pelo Congresso Nacional por tratar de assunto que não poderia ser disciplinado por medida provisória. c) Se rejeitada, a medida provisória poderá ser reeditada, desde que na mesma sessão legislativa. d) a medida provisória perderá vigência, desde a sua edição, se não for convertida em lei no prazo de 70 dias, improrrogáveis. Comentário Longo O enunciado traz que o Presidente da República Fernando editou uma medida provisória indicando restrições a candidatura de deputados federais nas próximas eleições. A questão está relacionada as medidas provisórias. O tema se encontra no art. 62 da Constituição Federal de 1988. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral. § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. § 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos 13 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. § 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. Letra A (item árvore: 12.1) INCORRETA Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. Letra B (item árvore: 12.1) CORRETA § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral. Letra C (item árvore: 12.1) INCORRETA Art. 62, § 10 da CF: É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Letra D (item árvore: 12.1) INCORRETA Art. 62 da CF: § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do§ 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. Comentário Curto Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral. Logo, podemos concluir que a MP deve ser rejeitada pelo Congresso Nacional por tratar de assunto que não poderia ser disciplinado por medida provisória. Gabarito: B Questão 13. Foi ajuizada no Tribunal de Justiça do Estado Beta, uma representação de inconstitucionalidade contra lei editada pelo Município X, tendo como parâmetro de controle dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). Com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta. a) o controle abstrato de constitucionalidade pode ser exercido pelo tribunal de justiça, caso o parâmetro de controle invocado na ação seja norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual. b) controle abstrato de constitucionalidade não é cabível no âmbito estadual. c) o controle abstrato de constitucionalidade não é cabível, pois a lei municipal deve ser questionada no âmbito do controle difuso. d) o controle abstrato de constitucionalidade não deve ser admitido pelo tribunal de justiça, ainda 14 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 que se trate de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual. Comentário Longo No caso apresentado no enunciado, temos que: foi ajuizada no TJ do Estado Beta, uma representação de inconstitucionalidade contra lei editada pelo Município X, tendo como parâmetro de controle dispositivo da Constituição Federal de 1988 (CF). Questionamento: É possível que o TJ realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal? O controle abstrato e concentrado realizado pelo Tribunal de Justiça só pode ter como parâmetro a Constituição Estadual ou, no caso do Distrito Federal, a Lei Orgânica do DF. A Constituição Federal determina, em seu art. 125, § 2º, que compete ao Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. No entanto, em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Letra A (item árvore: 19.1) CORRETA Em 2017 (RE 650898/RS), o Supremo Tribunal passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Letra B (item árvore: 19.1) INCORRETA Na verdade, o controle abstrato de constitucionalidade é cabível no âmbito estadual. A Constituição Federal determina, em seu art. 125, § 2º, que compete ao Estados a instituição de representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos estaduais ou municipais em face da Constituição estadual. Letra C (item árvore: 19.1) INCORRETA A lei municipal pode ser impugnada por meio de controle abstrato de constitucionalidade. Letra D (item árvore: 19.1) INCORRETA Em 2017 (RE 650898/RS), o STF passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Comentário Curto O Supremo Tribunal (RE 650898/RS) passou a admitir, em situação excepcional, que o Tribunal de Justiça realize controle abstrato de constitucionalidade tendo como parâmetro a Constituição Federal. Isso será possível quando a norma da Constituição Federal que servirá como parâmetro for de reprodução obrigatória pelas Constituições Estaduais. Gabarito: A Questão 14. Mariana, renomada escritora da Revista “A vida luxuosa dos artistas”, decidiu elaborar uma pesquisa a respeito da vida pessoal e profissional de conhecido ex-deputado federal que resolveu 15 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 misteriosamente se retirar da vida pública. Mariana solicitou orientação de um advogado a respeito da necessidade de obter a autorização do ex- deputado federal durante a elaboração da obra. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que: a) a obra não dependerá de autorização do político ou mesmo de seus familiares, já que a liberdade de expressão e informação deve preponderar no caso concreto apresentado. b) a obra dependerá de autorização, pois, como o político retirou-se da vida pública, a sua intimidade prepondera sobre o direito à informação e expressão. c) a obra somente dependerá de autorização caso o ex-deputado federal esteja vivo quando da publicação. d) a autorização não é exigível, caso a publicação não venha a ter críticas ao ex-deputado federal. Comentário Longo Na ADI 4815, o Supremo Tribunal discutiu a possibilidade de publicação das chamadas “ biografias não autorizadas”. Há um confronto entre o direito à intimidade e à liberdade de expressão. O STF entendeu que é “inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (familiares ou pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os caminhos de uma sociedade". Cumpre esclarecer que eventuais abusos por parte dos escritores poderão ser objeto de ação de reparação de danos pelo biografado. Por exemplo, a disposição em biografia de fatos inverídicos ou ofensas à honra ou à imagem do artista. Letra A (item árvore: 3.1) CORRETA O STF entende que é “inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (familiares ou pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os caminhos de uma sociedade". Letra B (item árvore: 3.1) INCORRETA Segundo o STF (ADI 4815), é inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais. Letra C (item árvore: 3.1) INCORRETA Na verdade, não dependerá de autorização, com base no entendimento do STF (ADI 4815). Letra D (item árvore: 3.1) INCORRETA Independentemente de ter ou não críticas, o STF entende que é inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais. Comentário Curto O STF (ADI 4815) entendeu que é “inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes (familiares ou pessoas falecidas...)”. (...) “não se escreve apenas a vida de uma pessoa, mas o relato de um povo, os caminhos de uma sociedade". Gabarito: A 16 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Questão 15. A instituição privada com fins lucrativos “+ Saúde ”, uma entidade filantrópica e uma instituição privada sem fins lucrativos demonstraram interesse de participar de forma complementar do Sistema Únicode Saúde - SUS. Alguns juristas questionaram a constitucionalidade da participação das instituições no SUS. À luz do quadro apresentado, com base no ordenamento jurídico-constitucional vigente, assinale a alternativa correta. a) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio. b) apenas a instituição privada com fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio. c) todas as instituições mencionadas poderão participar de forma complementar do SUS, mas nenhuma poderá receber recurso público para auxílio. d) a instituição privada sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar do SUS e receber recurso público para auxílio. Comentário Longo A questão trata a assistência à saúde. A solução está prevista no art. 199 da CRFB/88. Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. § 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei. § 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização. Letra A (item árvore: 18.1) INCORRETA Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Letra B (item árvore: 18.1) INCORRETA De acordo com o art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Letra C (item árvore: 18.1) INCORRETA Na verdade, é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. (art. 199, §2º da CRFB/88) Letra D (item árvore: 18.1) CORRETA Com base no art. 199 da CRFB/88, § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Logo, podemos concluir que a instituição sem fins lucrativos poderá participar de forma complementar e receber recurso público para auxílio. Comentário Curto Art. 199 da CRFB/88: A assistência à saúde é livre à iniciativa privada. 17 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 § 1º - As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. § 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Gabarito: D Questão 16. O Estado Gama não editou lei para a regulamentação de norma da Constituição da República de 1988. Diante da omissão, o Partido Político “Unidos pelo Povo” solicitou que sua assessoria jurídica analisasse a possibilidade de ser ajuizada ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO). Com base na situação hipotética apresentada, assinale a alternativa correta. a) a ADO somente pode ser ajuizada para impugnar omissões de órgãos federais em face da Constituição Federal de 1988. b) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público. c) a ADO tem por objeto a omissão inconstitucional, deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia contida de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público. d) a omissão impugnada por meio de ADO precisa ser total. Comentário Longo Com base no enunciado, temos que: o Estado Gama não editou lei para a regulamentação de norma da Constituição da República de 1988. Diante da omissão, o Partido Político “Unidos pelo Povo” analisa a possibilidade de ser ajuizada ADO. A ação direta de inconstitucionalidade por omissão tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 e tem por objeto a omissão inconstitucional, caracterizada pela inobservância da Carta Magna devido à inércia do poder constituído competente para promover sua implementação. A omissão deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público. Podem ser impugnadas omissões de órgãos federais e estaduais em face da CF/88. Também podem ser impugnadas omissões de órgãos do DF quanto às suas competências estaduais. Por outro lado, não podem ser impugnadas, via ADO, omissões de órgãos municipais ou omissões de órgãos do DF relativas às competências municipais. Entende-se que a omissão impugnada por meio de ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão total quando o legislador não produz qualquer ato no sentido de atender à norma constitucional. Será uma omissão parcial quando há edição de um ato normativo que atende apenas parcialmente à Constituição. Letra A (item árvore: 19.1) INCORRETA Por meio de ADO, podem ser impugnadas omissões de órgãos federais e estaduais em face da CF/88. Letra B (item árvore: 19.1) CORRETA A omissão deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público. Letra C (item árvore: 19.1) INCORRETA 18 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Na verdade, a omissão deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada. Letra D (item árvore: 19.1) INCORRETA Entende-se que a omissão impugnada por meio de ADO pode ser total ou parcial. Será uma omissão total quando o legislador não produz qualquer ato no sentido de atender à norma constitucional. Será uma omissão parcial quando há edição de um ato normativo que atende apenas parcialmente à Constituição. Comentário Curto A ação direta de inconstitucionalidade por omissão tem previsão nos arts. 12-A a 12-H da Lei 9.868/99 e tem por objeto a omissão inconstitucional, caracterizada pela inobservância da Carta Magna devido à inércia do poder constituído competente para promover sua implementação. A omissão deverá relacionar-se a normas constitucionais de eficácia limitada de caráter mandatório, cuja aplicabilidade requer uma ação do Poder Público. Gabarito: B Questão 17. A Deputada Estadual Marta consultou sua assessoria jurídica a respeito da constitucionalidade formal e material de um projeto de lei que pretendia apresentar. A assessoria da deputada constatou que o projeto ingressava em matéria de competência legislativa privativa da União, já que compete privativamente à União legislar sobre direito espacial. De acordo com o caso apresentado, assinale a alternativa correta. a) a informação dada pela assessoria está incorreta, a deputada estadual pode apresentar projeto de lei sobre direito espacial. b) a informação dada pela assessoria está correta, é vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a União pode autorizá-lo, por meio de lei complementar, em questões específicas. c) a informação dada pela assessoria está incorreta, o Estado pode legislar sobre a matéria apenas naquilo que diga respeito a interesse unicamente local. d) a informação dada pela assessoria está correta, o Estado pode apenas complementar as normas editadas pela União no exercício dessa competência. ComentárioLongo O enunciado dispõe que a Deputada Estadual Marta consultou sua assessoria jurídica a respeito da constitucionalidade formal e material de um projeto de lei sobre direito espacial que pretendia apresentar. A assessoria da deputada constatou que o projeto ingressava em matéria de competência legislativa privativa da União. Questionamento: a assessoria jurídica da deputada está correta? De acordo com o art. 22, inciso I e PU da CRFB/88, a informação dada pela assessoria está correta, é vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a União pode autorizá-lo, por meio de lei complementar, em questões específicas. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Letra A (item árvore: 8.3) INCORRETA É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a União pode autorizá-lo, por meio de lei complementar, em questões específicas (art. 22, inciso I e PU da CRFB/88). 19 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Letra B (item árvore: 8.3) CORRETA É a previsão do art. 22, inciso I e PU da CRFB/88! Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Letra C (item árvore: 8.3) INCORRETA É vedado ao Estado legislar sobre a matéria, mas a União pode autorizá-lo, por meio de lei complementar, em questões específicas (art. 22, inciso I e PU da CRFB/88). Letra D (item árvore: 8.3) INCORRETA Na verdade, a informação dada pela assessoria está incorreta. Legislar sobre direito espacial compete privativamente à União. Comentário Curto Art. 22 da CRFB/88: Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho. Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacionadas neste artigo. Gabarito: B Direitos Humanos Ricardo Torques Questão 18. Wagner, advogado especialista em direitos humanos, foi consultado sobre a origem e sobre a natureza formal da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Wagner explicou corretamente que: a) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes. b) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e tem natureza jurídica de tratado, com efeitos vinculantes. c) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Segunda Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes. d) A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu no contexto do fim da Primeira Guerra Mundial e não tem natureza jurídica de tratado, mas de declaração, sem efeitos vinculantes. Comentário Longo A Declaração Universal de Direitos Humanos é de 1948 e está relacionada diretamente ao fim da Segunda Guerra Mundial, não da Primeira. Quanto à natureza da Declaração, é de se ver que ela não tem natureza jurídica de tratado, não contando com força vinculante, mas tem natureza de declaração sem efeito vinculante, consistindo em normas de soft law. Comentário Curto Apesar da sua importância, a DUDH não é, formalmente, um tratado, e sim uma declaração de direitos sem força vinculante. Seu surgimento está relacionado ao fim da Segunda Guerra Mundial. A alternativa C está correta e é o gabarito da questão. Questão 19. 20 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Policiais militares estaduais do Estado Ômicron conseguiram apreender importante líder do tráfico de drogas na região, conhecido como Zezinho. O policial responsável pelo comando da operação determinou que seus subordinados não efetuassem a prisão em delegacia de polícia, mas que amarrassem o Zezinho numa árvore em região desabitada até que ele confessasse seus crimes e delatasse o funcionamento da operação ilícita. Após uma semana ao relento, Zezinho prestou declaração que foi aceita pelo comandante da operação e devidamente autuada. Pedro, um dos policiais subordinados que agiram nessa situação, buscou seu amigo Almir, advogado, a Em de obter esclarecimentos sobre eventual possibilidade de exclusão da ilicitude por obediência hierárquica e sobre a validade do depoimento prestado. Almir, com fundamento na Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, que: a) Não é viável a alegação de obediência hierárquica como cláusula excludente da ilicitude nem é válido o depoimento prestado sob tortura. b) É viável a incidência da excludente de ilicitude consistente na obediência hierárquica, no entanto, o depoimento obtido sob tortura não é válido. c) Não é viável a alegação de obediência hierárquica como cláusula excludente da ilicitude, mas é válido o depoimento prestado sob tortura. d) É viável a incidência da excludente de ilicitude consistente na obediência hierárquica e é válido o depoimento obtido sob tortura. Comentário Longo Em relação à alegação de obediência hierárquica, o art. 3 da Convenção determina que são responsáveis pelo delito de tortura tanto as pessoas que ordenaram a sua comissão quanto aquelas que o cometeram diretamente. Quer dizer, não é viável a alegação de obediência hierárquica a fim de excluir a ilicitude do fato: ARTIGO 3. Serão responsáveis pelo delito de tortura: a) Os empregados ou funcionários públicos que, atuando nesse caráter, ordenem sua comissão ou instiguem ou induzam a ela, cometam-no diretamente ou, podendo impedi-lo, não o façam; b) As pessoas que, por instigação dos funcionários ou empregados públicos a que se refere a alínea a, ordenem sua comissão, instiguem ou induzam a ela, comentam-no diretamente ou nela sejam cúmplices. Quanto à validade do depoimento prestado, este não tem nenhum valor e não pode ser admitido como prova, sendo nulos, pois prestado sob tortura: ARTIGO 10. Nenhuma declaração que se comprove haver sido obtida mediante tortura poderá ser admitida como prova num processo, salvo em processo instaurado conta a pessoa ou pessoas acusadas de havê-la obtido mediante atos de tortura unicamente como prova de que, por esse meio, o acusado obteve tal declaração. Comentário Curto Não é viável a alegação de obediência hierárquica a fim de afastar a ilicitude da conduta de tortura, nem será válido o depoimento prestado nessas condições. A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. Direito Internacional Vanessa Arns Questão 20. Ricardo, nacional do Estado X, solicitou asilo diplomático na embaixada do Estado Y, localizada no território do Estado Z, alegando que tem sofrido perseguição política por ação conjunta dos Estados X e Z. O asilo diplomático foi concedido pelo Estado Y, que reconhece como norma de direito 21 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 internacional costumeiro o asilo diplomático, ao passo que o Estado Z alega que nunca reconheceu tal norma como válida e obrigatória para si. Nessa situação hipotética: a) o Estado Y não pode entregar Ricardo às autoridades do Estado Z após a concessão do asilo, mas pode entregá-lo às autoridade de seu próprio Estado. b) o Estado Z está obrigado a conceder a Ricardo um salvo-conduto para que ele deixe o seu território. c) a embaixada do Estado Y, localizada no território do Estado Z, é inviolável, mesmo estando Ricardo em seu interior. d) Ricardo tem direito a ter reconhecidopelo Estado Z o asilo diplomático concedido pelo Estado Y. Comentários A alternativa A está incorreta. O Estado Y poderá sim, entregar o asilado ao governo local. O termo asilo diplomático é um instituto característico da América Latina. Desta forma, pressupõe-se ser aplicável a Convenção de Caracas sobre Asilo Diplomático (decreto no. 42.628, de 13 novembro de 1957) a qual promulga sobre o referido instituto, em seu artigo III. [...] As pessoas mencionadas no parágrafo precedente, que se refugiarem em lugar apropriado para servir de asilo, deverão ser convidadas a retirar-se, ou, conforme o caso, ser entregues ao governo local, o qual não poderá julgá-las por delitos políticos anteriores ao momento da entrega. A alternativa B está incorreta. O Estado territorial não é obrigado a conceder o salvo-conduto. A alternativa C está correta, sendo gabarito da questão. Conforme Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, em seu artigo 22. 1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão. A inviolabilidade é uma imunidade que abrange as Missões Diplomáticas, Repartições Consulares e Representações de Organismos Internacionais, de seus arquivos e de seus funcionários; A alternativa D está incorreta. O Asilo é uma instituição jurídica que visa a proteção ao cidadão estrangeiro perseguido politicamente, mas aos Estados é facultada a escolha de concedê-lo ou não. Questão 21. Considerando as normas de direito internacional privado (DIPr), assinale a afirmativa correta. a) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar e estabelecer como domicílio comum primeiro o Brasil e depois a Argentina, o regime de bens será regulado pela legislação argentina. b) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, poderão escolher qual o direito interno regerá os bens. c) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens será o brasileiro. d) Para o direito brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina vierem a se casar, o regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. Comentários A alternativa A está incorreta. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. A alternativa B está incorreta. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em 22 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. A alternativa C está incorreta. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. A alternativa D está correta. O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. De acordo com a LINDB, art. 7º. § 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. Direito Tributário Rodrigo Martins Questão 22. André, residente e domiciliado no Estado X, doou um apartamento localizado no Estado Y para seu irmão, Carlos. A escritura pública de doação foi lavrada perante tabelião localizado no Município M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos. Ao recolher o imposto incidente sobre essa transmissão de bem imóvel, o contribuinte constatou que a entidade tributante adota um sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. Sobre essa hipótese, é correto afirmar que: A) O ITCMD é devido ao Estado X e a progressividade das alíquotas é inconstitucional. B) O ITCMD é devido ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é constitucional. C) O ITCMD é devido ao Estado Z e a progressividade das alíquotas é inconstitucional. D) O ITCMD é devido ao Município M e a progressividade das alíquotas é constitucional. Comentário Longo A questão gira em torno dos seguintes aspectos: para qual entidade federativa (tributante) é devido o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação incidente sobre a doação de bem imóvel? Para o Estado onde domiciliado o doador, o donatário ou para aquele onde localizado o imóvel? Esse imposto pode ter alíquotas progressivas? No caso: > André, que é residente e domiciliado no Estado X, doou um apartamento para seu irmão, Carlos. > O apartamento objeto da doação é localizado no Estado Y. > A escritura pública da doação em questão foi lavrada perante tabelião localizado no Município M, no Estado Z, local do domicílio de Carlos (donatário). > Ao recolher o imposto incidente sobre tal doação, o contribuinte constatou que a entidade tributante adota um sistema progressivo de alíquotas para o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação. > Eis o cerne da questão: qual entidade federativa detém competência para exigir o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação incidente sobre essa doação? o ITCMD pode ter alíquotas progressivas? A resposta é dada pelo art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88 e pela jurisprudência do STF (RE 542.485): CF/88: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993); (...). § 1º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal; 23 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal; (...). EXTRAORDINÁRIO – ITCMD – PROGRESSIVIDADE – CONSTITUCIONAL. No entendimento majoritário do Supremo, surge compatível com a Carta da República a progressividade das alíquotas do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação. Precedente: Recurso Extraordinário nº 562.045/RS, mérito julgado com repercussão geral admitida (STF, 1ª T., RE 542.485/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, j. em 19/02/2013, DJe em 07/03/2013). De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde localizado o imóvel (independentemente de onde seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde o ato translativo da propriedade tenha sido porventura celebrado). Paralelamente, o STF já reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n º 562.045), a constitucionalidade da adoção de alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no caso do problema em questão, o ITCMD é devido ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é constitucional, estando correta, assim, a LETRA B, que é o gabarito da questão. Comentário Curto De acordo com o art. 155, § 1º, inciso I, da CF/88, o ITCMD - Imposto sobre a Transmissão Causa Mortis e Doação incidente sobre a transmissão de bem imóvel (seja transmissão por doação ou causa mortis) é devido, sempre, ao Estado-membro onde localizado o imóvel (independentemente de onde seja domiciliado o doador, o donatário ou de onde o ato translativo da propriedade tenha sido porventura celebrado). Paralelamente,o STF já reconheceu, em regime de repercussão geral (RE n º 562.045), a constitucionalidade da adoção de alíquotas progressivas para o ITCMD. Portanto, no caso do problema em questão, o ITCMD é devido ao Estado Y e a progressividade das alíquotas é constitucional. Assim, a LETRA B é a correta e gabarito da questão. Questão 23. A RFB - Receita Federal do Brasil autuou a empresa Gama Ltda. pela prática de sonegação fiscal. A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos tributos sonegados e a multa moratória foi de 25% sobre o valor dos tributos não recolhidos na data do vencimento. Sobre essa hipótese, é correto afirmar que: A) Somente a multa punitiva afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. B) Somente a multa moratória afrontou o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. C) As duas multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. D) As multas tributárias não se submetem ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco, que é aplicável somente aos tributos. Comentário Longo A questão gira em torno dos seguintes aspectos: o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco é aplicável às multas tributárias? Se positiva a resposta, a qual tipo de multa? À multa punitiva ou à multa moratória? Ou às duas espécies? No caso: > A RFB - Receita Federal do Brasil autuou (multou) determinada contribuinte pela prática de sonegação fiscal. > Foram lavradas duas multas: uma punitiva e outra moratória. > A multa punitiva foi de 150% sobre o valor dos tributos sonegados. 24 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 > A multa moratória foi de 25% sobre o valor dos tributos não recolhidos na data do vencimento. > Eis o cerne da questão: tais multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco? A resposta é dada pelo art. 150, inciso IV, da CF/88 e pela jurisprudência do STF (RE 602.686 AgR- segundo e RE 582.461): CF/88: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) IV - utilizar tributo com efeito de confisco; (...). A multa punitiva é aplicada em situações nas quais se verifica o descumprimento voluntário da obrigação tributária prevista na legislação pertinente. Trata-se da sanção prevista para coibir a prática de ilícitos tributários. Nessas circunstâncias, conferindo especial relevo ao caráter pedagógico da sanção, que visa desestimular a burla à atuação da Administração tributária, deve ser reconhecida a possibilidade de aplicação da multa em percentuais mais rigorosos. Nesses casos, a Corte vem adotando como limite o valor devido pela obrigação principal (RE 602.686 AgR-segundo, rel. min. Roberto Barroso, j. 9-12- 2014, 1ª T, DJE de 5-2-2015 e RE 523.471 AgR., rel. min. Joaquim Barbosa, j. 6-4-2010, 2ª T, DJE de 23- 4-2010). A aplicação da multa moratória tem o objetivo de sancionar o contribuinte que não cumpre suas obrigações tributárias, prestigiando a conduta daqueles que pagam em dia seus tributos aos cofres públicos. Assim, para que a multa moratória cumpra sua função de desencorajar a elisão fiscal, de um lado não pode ser pífia, mas, de outro, não pode ter um importe que lhe confira característica confiscatória, inviabilizando inclusive o recolhimento de futuros tributos. O acórdão recorrido encontra amparo na jurisprudência desta Suprema Corte, segundo a qual não é confiscatória a multa moratória no importe de 20% (vinte por cento). (RE 582.461, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18- 5-2011, P, DJE de 18-8-2011, tema 214). De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, consubstanciando o constitucionalmente consagrado Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio da Vedação ao Confisco. Não obstante tal dispositivo se refira a “tributo”, o STF já consolidou o entendimento de que tal princípio também é aplicável às multas tributárias, sejam elas punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos de multas tributárias): 100% do valor do tributo para as multas punitivas e 20% do valor do tributo para as multas moratórias. Qualquer multa tributária que supere esses percentuais será considerada confiscatória e, portanto, inconstitucional, por afronta ao Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco (inciso IV do art. 150 da CF/88). Portanto, no caso do problema em questão, as duas multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco, estando correta, assim, a LETRA C, que é o gabarito da questão. Comentário Curto De acordo com o inciso IV do artigo 150 da CF/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, consubstanciando o constitucionalmente consagrado Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco ou, simplesmente, Princípio da Vedação ao Confisco. Não obstante tal dispositivo se refira a “tributo”, o STF já consolidou o entendimento de que tal princípio 25 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 também é aplicável às multas tributárias, sejam elas punitivas ou moratórias. Nos julgados (RE 602.686 AgR-segundo e RE 582.461) ficaram estabelecidos, inclusive, os seguintes tetos (percentuais máximos de multas tributárias): 100% do valor do tributo para as multas punitivas e 20% do valor do tributo para as multas moratórias. Portanto, no caso do problema em questão, as duas multas afrontaram o Princípio da Vedação da Tributação com Efeito de Confisco. Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da questão. Questão 24. João é funcionário público municipal. Quanto à Contribuição Social por ele devida, destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser recolhida: A) Ao órgão ou entidade de previdência federal, independentemente do seu regime de vinculação ao serviço público (estatutário/efetivo ou não estatutário/temporário) e da existência, no Município, de regime previdenciário próprio. B) Ao órgão ou entidade de previdência estadual, do Estado-membro onde localizado o Município, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município não tenha regime previdenciário próprio. C) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após aprovação em concurso público, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio. D) Ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário não estatutário/temporário, nomeado em cargo de livre provimento e exoneração, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio. Comentário Longo A questão gira em torno do seguinte aspecto: qual entidade federativa detém competência tributária para exigir Contribuição Social de servidor público, destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria? No caso: > João é funcionário público municipal. > Tal como todas as pessoas que exercem alguma função remunerada, está sujeito ao pagamento de Contribuição Social destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria (Contribuição Social Previdenciária). > Eis o cerne da questão: quem detém competência tributária para instituir e recolher a Contribuição Social em questão? O órgão ou entidade de previdência federal, estadual (do Estado-membro onde o Município pagador da renda é localizado) ou municipal? A resposta é dada pelo art. 149, § 1º, da CF/88: CF/88: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumentode sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (...). 26 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 Além do regime previdenciário geral (que é custeado, dentre outras receitas, pelas contribuições previdenciárias devidas ao INSS - Instituto Nacional de Seguridade Social, órgão autárquico federal), existe também o Regime Próprio de Previdência Social, que pode ser designado como Regime Estatutário, cuja finalidade é a manutenção do sistema previdenciário de servidores públicos estatutários, ou seja, que ingressaram no serviço público mediante concurso, desde que o ente ao qual esteja vinculado tenha instituído órgão previdenciário próprio (o regime geral é custeado, dessa forma, pelas contribuições dos demais trabalhadores não enquadrados na hipótese em questão). De acordo com o art. 149, § 1º, da CF/88, cada entidade federativa (a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios) detém competência tributária para instituir contribuição previdenciária para o custeio do seu regime previdenciário próprio (por óbvio, desde que tenha implantado órgão previdenciário próprio). É importante destacar que a contribuição previdenciária para o regime próprio poderá ser cobrada somente dos servidores estatutários (efetivos, isto é, que ingressaram no cargo por meio de concurso público). Quanto aos funcionários públicos não estatutários (comissionados “puros ”, não concursados, nomeados para cargos de livre provimento e exoneração), a respectiva contribuição previdenciária continua devida ao regime geral (ou seja, ao INSS), independentemente de a entidade federativa ter ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no caso do problema em questão, a Contribuição Social devida por João, destinada ao custeio do seu plano de aposentadoria, deve ser recolhida ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após aprovação em concurso público, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio, estando correta, assim, a LETRA C, que é o gabarito da questão. Comentário Curto De acordo com o art. 149, § 1º, da CF/88, cada entidade federativa (a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios) detém competência tributária para instituir contribuição previdenciária para o seu regime previdenciário próprio (por óbvio, desde que tenha implantado órgão ou entidade de previdência próprios). É importante destacar que a contribuição previdenciária para o regime próprio poderá ser cobrada somente dos servidores estatutários (efetivos, isto é, que ingressaram no cargo por meio de concurso público). Quanto aos funcionários públicos não estatutários (comissionados “puros”, não concursados, lotados em cargos de livre provimento e exoneração), a respectiva contribuição previdenciária continua devida ao regime geral (ou seja, ao INSS), independentemente de a entidade federativa ter ou não regime previdenciário próprio. Portanto, no caso do problema em questão, a contribuição deve ser recolhida ao órgão ou entidade de previdência municipal, se ele for funcionário estatutário/efetivo, nomeado após aprovação em concurso público, desde que o Município tenha regime previdenciário próprio. Assim, a LETRA C é a correta e gabarito da questão. Questão 25. A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência decretada em 22/05/2020, quando já possuía: i) um imóvel hipotecado para garantia de dívidas contraídas junto à uma instituição financeira; ii) débitos de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; iii) débitos decorrentes da legislação do trabalho, no valor de 130 salários- mínimos; e iv) multas por infração à legislação 27 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 ambiental. Considerando que esses são as únicas dívidas da massa falida, é correto afirmar que o débito de natureza tributária deve ser quitado em: A) Primeiro lugar. B) Segundo lugar. C) Terceiro lugar. D) Quarto lugar. Comentário Longo A questão gira em torno do seguinte aspecto: acaso uma pessoa jurídica devedora de tributo tenha sua falência decretada, e acaso ela possua outros débitos de naturezas diversas, qual a ordem de preferência para a quitação de todas essas dívidas? Qual a posição do crédito tributário na ordem de pagamento? No caso: > A pessoa jurídica Beta Ltda. teve sua falência decretada em 22/05/2020. > Nessa data ela já possuía: i) um imóvel hipotecado para garantia de dívidas contraídas junto à uma instituição financeira; ii) débitos de IPI - Imposto sobre Produtos Industrializados; iii) débitos decorrentes da legislação do trabalho, no valor de 130 salários-mínimos; e iv) multas por infração à legislação ambiental. > Eis o cerne da questão: qual a posição do crédito tributário na ordem de pagamento? A resposta é dada pelo art. 186 do CTN e pelo art. 83 da Lei Federal nº 11.101/05 - Lei de Falências: CTN: Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) Lei Federal nº 11.101/05: Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I - os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários- mínimos por credor, e aqueles decorrentes de acidentes de trabalho; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) II - os créditos gravados com direito real de garantia até o limite do valor do bem gravado; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) III - os créditos tributários, independentemente da sua natureza e do tempo de constituição, exceto os créditos extraconcursais e as multas tributárias; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (...). VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, incluídas as multas tributárias; (Redação dada pela Lei nº 14.112, de 2020) (...). De acordo com os dispositivos legais em questão, chega-se à seguinte ordem de preferência: 1º) créditos extraconcursais, dentre os quais aqueles passíveis de restituição (rol de todos os créditos especificados no art. 84 da Lei de Falências); 2º) os créditos derivados da legislação trabalhista, limitados a 150 (cento e cinquenta) salários- mínimos por credor, e aqueles decorrentes de 28 IV. Simulado OAB 1ª Fase – 04/02/2023 acidentes de trabalho; 3º) créditos com garantia real (como, por exemplo, hipoteca imobiliária), até o limite do valor do bem gravado; 4º) créditos tributários (tributos, correção monetária e juros moratórios até a data da falência); etc., estando situado, após o crédito tributário, as multas administrativas. Portanto, no caso do problema em questão,
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