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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA CENTRO DAS CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA - CCET CAMPUS REITOR EDGAR SANTOS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL GABRIEL AFONSO BENJAMIM GIOVANA GOMES DE ALMEIDA LUIS CARLOS DE LIMA SERPA RAFAELLA FARIAS DE SOUZA RELATÓRIO 05: CONSISTÊNCIA, RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DE ARGAMASSAS BARREIRAS - BA 2022 GABRIEL AFONSO BENJAMIM GIOVANA GOMES DE ALMEIDA LUIS CARLOS DE LIMA SERPA RAFAELLA FARIAS DE SOUZA RELATÓRIO 05: CONSISTÊNCIA, RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO E MÓDULO DE DEFORMAÇÃO DE ARGAMASSAS Relatório desenvolvido como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de Laboratório de Materiais de Construção, do curso de Engenharia Civil, da Universidade Federal do Oeste da Bahia - Campus Reitor Edgard Santos. Professor: Juarez Hoppe Filho BARREIRAS - BA 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 4 2. MATERIAIS E MÉTODOS 5 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 9 REFERÊNCIAS 10 4 1. INTRODUÇÃO Na Construção Civil, assim como todos os materiais utilizados, os elementos estruturais também estão sujeitos a diferentes esforços que ocorrem em três direções, eles podem ser ocasionados tanto pelo peso próprio, quanto pela ação do vento (NBR 8681: 2004). Com isso, deve-se observar com bastante afinco e entender o funcionamento dos elementos estruturais, de forma a evitar patologias e/ou acidentes. A depender do tipo de material utilizado, seus comportamentos se manifestam de maneira diferente, como por exemplo, no caso de materiais cerâmicos, enquadrando o concreto, quando o limite da zona elástica é ultrapassado, o material entra na zona plástica, onde não é mais possível retornar ao seu estado inicial, ou seja, a deformação resultante é permanente. A partir dessa zona, a relação entre tensão e deformação não é mais uma reta (GLEIZE, 2010). A curva tensão-deformação é uma descrição gráfica do comportamento de deformação de um material sob carga. O ensaio consiste em carregar um corpo de prova, submetendo-o a uma carga de tração que aumenta gradativamente. Ao serem sujeitos a esforços de compressão constante, materiais sólidos tendem a apresentar, inicialmente, um comportamento quase linear de deformação em relação ao aumento da carga. Lodo que é retirada a carga e o elemento retorna ao seu estado inicial, esse comportamento é denominado elástico, estado caracterizado pelo módulo de elasticidade (E) que surge da Lei de Hooke e relaciona a tensão aplicada sobre a deformação resultante (BAUER, 2019). Apresenta-se três módulos de elasticidade. Tem-se o módulo secante, sendo a declividade de uma linha traçada da origem até um ponto da curva,correspondendo à de 40% de tensão da carga da ruptura. Tem-se o módulo tangente que se caracteriza pela declividade de uma reta traçada de forma tangente em qualquer ponto da curva do diagrama e o, por fim, o módulo cordal, sendo obtido através da inclinação de uma linha traçada entre dois pontos da curva tensão x deformação. Logo, podemos observar a importância existente neste ensaio para a segurança na construção civil, pois devido à ação dos esforços atuantes há a verificação das formas de deformação do corpo, pois a atuação das forças vai gerar certa reação no objeto. Tendo em vista disso, o presente relatório tem o objetivo de apresentar os resultados do ensaio de compressão realizado com argamassa. 5 2. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização do ensaio foi dividido em duas partes: Preparação da argamassa, moldagem de corpos de provas e rompimento dos corpos de provas. ● Areia ● Água ● Cimento ● Desmoldante ● Aditivo ● Régua ● Balança ● Misturador mecânico ● Molde cilíndrico ● Soquete ● Máquina de ensaio a compressão ● Molde troncônico ● Mesa pra índice de consistência 2.1 Preparo da argamassa e moldagem dos corpos de provas Foi determinado o traço para a produção de uma argamassa, uma mistura de cimento, areia lavada e água com traço inicial 1: 3,128: 0,67 que foi ajustado ao longo do ensaio para obter o espelhamento de 260 ± 5mm . A preparação da argamassa e a moldagem dos corpos de prova ocorreram conforme a NBR 7215:2019. Para a moldagem foi calculado o volume considerando 4 formas cilíndricas de 5x10cm. A moldagem foi realizada conforme a NBR 7215:2019, onde em cada fôrma foi conformada com 30 golpes, 4 camadas de massa de espessura mais ou menos uniforme. Após 24 horas da moldagem dos 4 corpos prova, foi realizada a desmoldagem e os mesmo foram colocados para cura em solução de água com hidróxido de cálcio durante 28 dias para a realização do ensaio de rompimento para analisar a resistência obtida. 2.2 Rompimento dos corpos de provas das argamassas O ensaio de compressão dos corpos de prova foi realizado na máquina de ensaio a compreensão, com auxílio de apoio na base e no topo do corpo prova. Dois corpos de prova foram sujeitos à compressão normal, os outros dois Corpos de provas foram realizados com o auxílio de um deflectômetro complementando a análise de deformação além da compreensão realizada pela máquina de ensaio a compreensão. 6 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO O ensaio iniciou-se com um traço de 1:3,128:0,67, considerando 330g de cimento, 1032,2g de areia e 221,4g de água. Para este traço, o flow table não atingiu as dimensões de 260 mm (±5mm) requisitadas, pois com o auxílio do paquímetro foram aferidas duas medidas (nas duas direções), 290mm e 285mm. Isso representava que a massa estava demasiada fluida, havendo uma necessidade de aumentar a quantidade de materiais secos da mistura. Entretanto, o valor da proporção água/cimento foi mantido, portanto aumentando-se apenas a quantidade de areia. Foram adicionadas 15,2g à mistura, tornando o novo traço igual a 1:3,174:0,67. As medidas obtidas foram 290mm e 292mm, novamente, as medidas requisitadas não foram atendidas, e foi necessária a composição de um terceiro traço. Para o terceiro traço, foram adicionadas 90,4g de areia à mistura e novamente foi mantida a proporção água/cimento. O novo traço calculado foi igual a 1:3,448:0,67. Com este traço, foram obtidas duas medidas, 258mm e 260mm, atendendo às dimensões requisitadas. O total de material foi 330g de cimento, 1137,8 de areia e 221,4g de água. Em seguida, a massa foi utilizada para a moldagem dos quatro corpos de prova dentro dos cilindros de volume já conhecidos. A moldagem foi realizada no dia 12 de setembro, e posteriormente foram rompidos no dia 10 de outubro, totalizando 28 dias. O primeiro corpo de prova submetido a compressão na máquina universal de ensaios sem instrumentação, registrou um carregamento máximo de 12,11 Kn imediatamente antes de romper, isso corresponde a uma tensão de 6,17 MPa. Os corpos de prova rompidos em seguida obtiveram os seguintes resultados, Tabela 1 - Resistência à compressão CP Tensão máxima (MPa) Média (MPa) Desvio Padrão (MPa) Coeficiente de variação 01 37,28 40,77 0,96 2,3% 02 40,17 — — — 03 41,52 — — — 04 40,62 — — — FONTE: Autores 7 Com os dadoscoletados pelo deflectômetro nos 2 CPs instrumentados (3 e 4), foram traçadas suas curvas de tensão-deformação específica, conforme as figuras apresentadas na sequência. Gráfico 1 - Curva tensão-deformação CP03 FONTE: Autores Gráfico 2 - Curva tensão-deformação CP04 FONTE: Autores 8 É possível notar através do gráfico, a semelhança entre o comportamento dos dois CPs, o que condiz com o resultado esperado visto que ambos são amostras de uma mesma mistura. A linha vertical formada ao final da curva foi causada pela retirada do deflectômetro durante o ensaio. É perceptível o efeito da Lei de Hooke nas curvas presente por meio da proporcionalidade entre as variações de tensão e deformação. Por isso, é possível determinar o módulo de deformação, conforme estabelecido na NBR 8522:2017. Para cada um dos CPs instrumentados, foram interpolados os valores referentes a tensão de 0,5 MPa e 30% fc para o cálculo do módulo de elasticidade (E ci ), conforme apresentado. Tabela 2 - Resultado das interpolações CP Tensão máxima (MPa) 30% fc 0,5 MPa σ ε σ ε 03 5,45 1,64 MPa 0,06 ‰ 0,5 MPa 0,02 ‰ 04 5,01 1,50 MPa 0,06 ‰ 0,5 MPa 0,02 ‰ FONTE: Autores Assim, conforme a equação apresentada pela NBR 8522:2017, foram calculados os seguintes valores para o módulo de elasticidade (Eci ), ou módulo de deformação tangencial inicial. Tabela 3 - Módulo de deformação tangencial inicial CP Eci (GPa) 03 25,08 04 24,42 FONTE: Autores Para o Ecs , módulo de deformação secante, obtivemos, Tabela 4 - Módulo de deformação secante CP Ecs (GPa) 03 24,06 04 23,93 FONTE: Autores 9 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao conhecer cada tipo e traço de argamassa, pode-se definir qual a melhor composição para ser utilizada em sua construção, um traço bem definido garante eficiência seja à pasta, argamassa ou concreto que se deseja trabalhar. Com isso, foi possível perceber a necessidade de ensaios e de uma maior experiência para determinar o traço adequado a ser utilizado, uma vez que os valores obtidos poderiam ter tido um melhor desempenho. Em relação à ruptura dos corpos de prova, foi possível perceber que este apresentou uma resistência média, com pouca variação no MPa. Logo, a relação água/ cimento deve ser melhorada. Ao serem realizados os demais cálculos, incluindo o coeficiente de variação, verificou-se que este apresentou um baixo valor, com pouca variação entre os corpos de prova feito da mesma forma e com o mesmo traço, porém, esse grau de variação poderia ter sido melhor para garantir um grau satisfatório de confiabilidade para o ensaio. 10 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6118: Projeto de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro. 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7215: Cimento Portland ― Determinação da resistência à compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro. 2019. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: Concreto – Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de deformação à compressão. Rio de Janeiro. 2017. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8681: Ações e segurança nas estruturas – Procedimento. Rio de Janeiro. 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para assentamento e revestimento de paredes e tetos – Determinação do índice de consistência. Rio de Janeiro. 2016. BAUER, L. A F. Materiais de Construção - Vol. 1 . Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2019. GLEIZE, PJP; ISAIA, G. C. Materiais de Construção Civil e Príncipios de Ciência e Engenharia de Materiais . 2º edição São Paulo: Ibracon, 2010. DOS SANTOS, ANDRÉ M . et. al. Análise do módulo de elasticidade estático e dinâmico para diferentes dosagens de concreto. São Paulo. Ibracon, 2013. METHA, P.; MONTEIRO, P . Concreto – Microestrutura, Propriedades e Materiais . 3° edição, Ed Ibracon. 2006.