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Geoprocessamento - Locais com processos erosivos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DA BAHIA - CAMPUS REITOR EDGARD
SANTOS
CEHU - CENTRO DAS HUMANIDADES
GEOPROCESSAMENTO
LORENA DE AGUIAR ANTUNES
RAFAELLA FARIAS DE SOUZA
GEOPROCESSAMENTO APLICADO À DETERMINAÇÃO DE LOCAIS
IRREGULARES PARA CONSTRUÇÕES DEVIDO A PROCESSOS EROSIVOS NA
CIDADE DE BARREIRAS - BAHIA.
BARREIRAS -BA
MARÇO DE 2021
LORENA DE AGUIAR ANTUNES
RAFAELLA FARIAS DE SOUZA
Trabalho apresentado como requisito parcial
para obtenção de nota na disciplina de
Geoprocessamento do curso de Engenharia
civil, na UFOB - Universidade Federal do
Oeste da Bahia.
Profº: Valdeir Demetrio da Silva
GEOPROCESSAMENTO APLICADO À DETERMINAÇÃO DE LOCAIS
IRREGULARES PARA CONSTRUÇÕES DEVIDO A PROCESSOS EROSIVOS NA
CIDADE DE BARREIRAS - BAHIA.
BARREIRAS -BA
MARÇO DE 2021
INTRODUÇÃO
Os processos erosivos se dão pelo desgaste excessivo e sedimentação das
rochas e também do solo. Apesar de acontecerem de forma natural, são mais
agravados devido às práticas humanas, como o desmatamento desordenado para
construções urbanas, causando consequências muitas vezes irreversíveis.
É comum em noticiários, a ocorrência de casos assim em pequenas ou
grandes cidades, que são fortemente afetadas pelos impactos erosivos, muitas
chegando até mesmo a declarar estado de calamidade pública e causando a perda
de várias moradias situadas em locais que proporcionam risco de vida à população.
Esses episódios podem materializar-se das mais diversas formas, mas na
maioria das vezes, tendo como principal causa a remoção da vegetação, ocorre em
períodos chuvosos, quando o solo fica saturado e posteriormente começa a ceder.
Isso é, portanto, uma questão não somente geomorfológica, mas também
socioeconômica.
Com isso, se referindo ao local de estudo, o município de Barreiras, na Bahia,
este se trata de um território com relevo caracterizado como relevo com chapadas,
encostas, planuras ou vales, onde as principais serras são: da Bandeira, do Mimo,
do Boqueirão, da Gameleira, da Ondina, de São Vicente e no extremo oeste na
divisa com o Estado do Tocantins, a Serra Geral.
De acordo com dados do Climatempo, em uma série de observações de 30
anos, os períodos de maiores precipitações em Barreiras se encontram em
Fevereiro e Março e em Novembro e Dezembro, sendo as maiores precipitações
nos primeiros dois meses citados, com máxima de 227 mm. Sendo assim, tendo em
vista o crescimento acelerado das cidades brasileiras, muitas vezes sem uma
escolha ou opção viável para levantamento de edificações, pode-se considerar que
esses são os períodos mais suscetíveis a erosões e que mais causam transtornos
na vida da população que habita essas regiões instáveis.
JUSTIFICATIVA
Tendo em vista o aumento no número de pessoas da região e, com isso, a
consequente demanda por moradias, atrelada à falta de planejamento e/ou
localidades apropriadas, que também se relacionam com as condições
socioeconômicas de parte da população, diariamente mais e mais pessoas colocam
suas casas e a si mesmas em risco, risco esse que muitas vezes infelizmente não é
percebido com antecedência.
Ademais, o presente projeto vai tratar do uso do Geoprocessamento como
ferramenta principal para identificação dessas áreas de risco para os moradores,
fazendo assim o recolhimento de dados das regiões mais suscetíveis, e
posteriormente o armazenamento e análise desses dos mesmos, apresentando um
resultado que levará à tomada de providências por parte dos responsáveis, a fim de
impedir o máximo de ocorrências desse tipo.
METODOLOGIA
As ferramentas computacionais para se iniciar o geoprocessamento,
chamadas de Sistemas de Informação Geográfica - SIG, permitem realizar
investigações complexas, ao incorporar dados de diversas fontes e ao criar bancos
de dados georreferenciados, e também tornam possível automatizar a produção de
documentos cartográficos.
Inicialmente é necessário delimitar a área de estudo, pois, mesmo sendo feito
na cidade de Barreiras, nem todas as áreas estão sujeitas a essa ocorrência, além
de delimitar também os períodos mais comuns para esses acontecimentos. Por
estar assentada nos vales formados pelos rios Grande e de Ondas, e cercada de
serras, Barreiras possui dois compartimentos ambientais característicos, ambos
com risco potencial para ocupação: áreas de altas declividades (40% da área
urbana) representadas pela serra, que podem estar sujeitos a processos erosivos;
áreas de baixas declividades (60% da área urbana), representadas pelos vales dos
rios, que podem estar sujeitas a inundações
As etapas envolvem: a) coleta de dados que constitui na captura via scanner
de mapas pré existentes no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Barreiras,
Bahia; b) manipulação dos dados em SIG; c) análise e interpretação dos dados; d)
realização do campo para validar os dados; e) análise e interpretação dos
resultados.
Para realização da pesquisa, será feito um levantamento altimétrico da área,
por meio de GPS Geodésico, para monitoramento do processo erosivo. Após a
coleta, os dados serão processados no laboratório de Geoprocessamento no
Software ArcGis para elaboração do perfil. Para o monitoramento e quantificação
das taxas erosivas e deposicionais serão adicionados na área de estudos pinos de
vergalhão, para verificar a erosão e deposição de material ao longo da encosta. O
monitoramento será feito mensalmente com o ajuda de uma trena em um período
especificado de acordo com as necessidades do local, correspondentes a parte do
período seco e o período chuvoso, as informações coletadas serão armazenadas
em uma planilha do Microsoft Excel e posteriormente foram calculados o recuo
mensal e a intensidade da erosão em cada pino.
DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A susceptibilidade erosiva de uma dada área depende de diversas variáveis
condicionantes, dentre elas, pode-se citar a vegetação, solo, relevo, geologia, uso
do solo, precipitação, dentre outras. São fatores que, dependendo de sua situação
atual, podem influenciar mais ou menos na susceptibilidade.
“Estudos já realizados mostram o bairro Morada da Lua, encosta da Serra do
Mimo e da Bacia do Rio Grande com altas concentrações de processos erosivos e
depósitos coluviais através da monitoração das áreas, métodos dos pinos,
sondagem com trado mecânico e levantamento com GPS Geodésico.” (Pina,
N.V.M.;Costa, D.H.;Santos ,G.B.;Carvalho, L.G, 2016)
A partir das análises realizadas, será verificado o perfil altimétrico da área de
estudos resultando, na parte mais alta, uma tendência de concentração de fluxo
pluvial trazendo maior vulnerabilidade aos processos erosivos. Já na parte inferior,
pode-se verificar uma forma plana, propiciando maior infiltração e dispersão de fluxo
hídrico, diminuindo a energia do escoamento superficial.
Com isso, utilizando o Software ArcGIS, será criado um mapa da região onde
nele serão identificadas como baixo, médio ou alto, os riscos de erosão, como o
exemplo mostrado abaixo.
Mapa de susceptibilidade erosiva
Fonte: https://www.clickgeo.com.br/mapa-suscetibilidade-erosiva-arcgis/
https://www.clickgeo.com.br/mapa-suscetibilidade-erosiva-arcgis/
Após a aquisição destes mapas, os mesmos passarão por tratamento
cartográfico digital em um Laboratório de Geoprocessamento Aplicado, onde serão
realizados trabalhos quanto ao ordenamento das diversas escalas, sendo possível
localizar as regiões urbanas de maior risco aos movimentos de massa, definindo
assim locais para futuras intervenções e mapeamentos a nível detalhado.
O cruzamento dos dados foi realizado em um ambiente de Sistema de
Informações Geográficas (SIG), como já citado anteriormente, mais especificamente
com o software ArcGIS, o qual possui várias funcionalidades e ferramentas, uma
delas é o cruzamento de várias informações com referência espacial.
São várias as possibilidades metodológicas para a utilização dos fatores
ambientais e antrópicos para determinação das áreas de risco de movimento de
massa ou deslizamento. Uma delas poderiaser a sobreposição entre o mapa de
declividade e um mapa geológico, ou outro qualquer que tenha relação com os
materiais constituintes das encostas. O mapa resultante pode ser classificado por
meio de uma legenda que descreva as características de cada classe (uma espécie
de mapa geotécnico).
Delimitação da cidade de Barreiras - Bahia
Fonte:https://satellite-map.gosur.com
Alguns parâmetros vêm sendo utilizados para a análise dos processos
erosivos e para a estimativa de perda de solo. Esses parâmetros são os fatores
controladores, como por exemplo a erosividade da chuva, erodibilidade dos solos,
https://satellite-map.gosur.com
características das encostas e natureza da cobertura vegetal que são determinantes
das variações nas taxas de erosão.
A erosividade é dada como o fator relacionado à chuva, isto é, total de chuva,
a intensidade, o momento e a energia cinética. A erosividade é definida como “a
habilidade da chuva em causar erosão”. Além de que a componente de cobertura
vegetal pode ser dada como “capacidade de uma chuva em erodir um solo
desprotegido”.
Já a erodibilidade é o fator relacionado às características dos solos e é
definido como sendo a resistência do solo em ser removido e transportado, na qual
é apontada como principal fator na previsão da erosão e no planejamento do uso da
terra.
As características da encosta que podem afetar a erodibilidade dos solos são
a declividade, o comprimento da encosta e a forma da encosta, que pode ser
côncava ou convexa. Por último, os processos erosivos podem ser influenciados por
fatores relacionados à cobertura vegetal. A densidade da cobertura vegetal, por
exemplo, “é fator importante na remoção de sedimentos, no escoamento superficial
e na perda de solo” (Guerra, 1995).
A interação dos fatores controladores pode propiciar áreas com maior
susceptibilidade à erosão que outras. Além de que os processos erosivos podem
ser acelerados ou mesmo retardados pela intervenção humana. Qualquer alteração
em um dos fatores controladores pode desencadear aceleração nos processos
erosivos. Por sua vez, uma intervenção positiva pode retardá-los.
Em tempos de ocorrência de precipitação no município, há os maiores
índices de erosão e deposição. De acordo com o resultado dos pinos a maior taxa
de erosão vem da ação das águas pluviais associada a pressão antrópica exercida
sobre as formas da vertente, como: cortes, aterros e retirada da cobertura vegetal
para construções de moradias, no qual tendem a desequilibrar a dinâmica de
escoamento e infiltração da água no solo, e consequentemente resulta no
aceleramento do processo erosivo linear.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VALENTE, Antônio Luís Schifino. Uma Metodologia para determinação de Áreas
de Risco, através de Geoprocessamento e Sensoriamento. 1996. Disponível
em:<Remoto.http://marte.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/deise/1999/02.03.08.46/doc/T2.p
df>. Acesso em 28/03/2021.
ROCHA, Geraldo César; LATUF, Marcelo de Oliveira; DO CARMO, Lúcio Flávio
Zancanela. Mapeamento de riscos ambientais à escorregamentos na área
urbana de Juiz de Fora, MG. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/viewFile/6710/6054>.
Acesso em: 28/03/2021.
Plano Diretor Urbano, Prefeitura Municipal de Barreiras, Fevereiro de 2004.
Disponível em:
<https://barreiras.ba.gov.br/wp-content/uploads/2015/11/PDDU-RT-4-Relat%C3%B3r
io-do-S%C3%ADntese-do-PDU2.pdf>. Acesso em 27/03/2021
Pina, N.V.M.;Costa, D.H.;Santos ,G.B.;Carvalho, L.G. Processo Erosivo e
depósitos coluviais na encosta da Serra do Mimo no Bairro Morada da Lua em
Barreiras -BA. 2016. Disponível
em:<http://www.sinageo.org.br/2016/trabalhos/2/2-319-1702.html>. Acesso em:
27/03/2021.

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