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Prévia do material em texto

Brasília-DF. 
Depreciação, avaliação para 
Desapropriação e Mitigação 
eM Área De risco
Elaboração
Blenda Cordeiro Mota Ribeiro
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APrESEntAção ................................................................................................................................. 4
orgAnizAção do CAdErno dE EStudoS E PESquiSA .................................................................... 5
introdução.................................................................................................................................... 7
unidAdE i
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO ........................................................................... 9
CAPítulo 1
INTRODuÇÃO AO GERENCIAMENTO DE ÁREAS DE RISCO ...................................................... 10
CAPítulo 2
POlíTICAS PúblICAS EM PREVENÇÃO DE RISCOS SOCIOAMbIENTAIS ...................................... 20
unidAdE ii
RISCOS AMbIENTAIS ............................................................................................................................. 31
CAPítulo 1
PROCESSOS GRAVITACIONAIS DE MASSA E PROCESSOS EROSIVOS ........................................ 32
CAPítulo 2
MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCOS EM ENCOSTA ................................................................. 39
CAPítulo 3
MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCOS hIDROlóGICOS ............................................................ 53
unidAdE iii
AÇÕES PARA REDuÇÃO DE RISCOS..................................................................................................... 58
CAPítulo 1
AÇÕES ESTRuTuRAIS PARA REDuÇÃO DE RISCOS .................................................................... 59
CAPítulo 2
AÇÕES NÃO ESTRuTuRAIS PARA REDuÇÃO DE RISCOS ............................................................ 78
CAPítulo 3
PlANOS DE CONTINGêNCIA .................................................................................................. 82
rEfErênCiAS .................................................................................................................................. 88
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos 
conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da 
área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que 
busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica 
impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
introdução
A análise dos riscos consiste em tomar conhecimento de suas proporções, uma vez que 
todo o planejamento parte das informações obtidas através dos estudos de prevenção, 
do planejamento antecipado de como lidar com o risco e da análise de ocorrências 
semelhantes anteriores.
Na primeira unidade, faremos uma introdução ao estudo das áreas de risco, a partir de 
uma análise dos aspectos gerais que circundam o tema, além de uma revisão sobre as 
políticas públicas relacionadas aos possíveis riscos. 
A segunda unidade foca nos riscos ambientais que mais matam no Brasil: o deslizamento 
de encostas e as inundações. Nesta unidade, é possível aprender o processo de 
mapeamento destes riscos e seus respectivos processos destrutivos.
Por fim, a terceira unidade traz a listagem das ações preventivas ou reparadoras 
relacionadas aos riscos. As ações estruturais são as obras de engenharia necessárias para 
o desenvolvimento urbano e para a redução direta dos danos. As ações não estruturais 
são compostas pelas medidas políticas e pela mobilização da comunidade em favor da 
autopreservação.
Esperamos que as unidades sejam de grande valia para a compreensão do comportamento 
sociopolítico diante de situações de risco socioambiental, bem como mais um passo na 
caminhada eterna rumo ao conhecimento.
Bons estudos!
objetivos
 » Estudar a conceituação das áreas de risco. 
 » Aprender a elaborar o procedimento padrão para o mapeamento dos riscos. 
 » Compreender todas as ações envolvidas na redução e no reparo dos 
processos destrutivos.
8
9
unidAdE i
gErEnCiAMEnto E 
PrEVEnção dE ÁrEAS 
dE riSCo
Nesta primeira unidade, faremos uma introdução ao estudo das áreas de risco, a partir 
de uma análise dos aspectos gerais que circundam o tema, além de uma revisão sobre 
as políticas públicas relacionadas aos possíveis riscos. 
O primeiro capítulo trará a classificação internacional dos riscos, além dos conceitos 
básicos para compreensão da disciplina e do modelo de gerenciamento proposto pela 
Organização das Nações Unidas (ONU).
O segundo capítulo focará na legislação vigente e nas políticas públicas de prevenção 
de riscos socioambientais, tanto nas esferas públicas (federal, estadual e municipal) 
quanto no âmbito não governamental.
Os capítulos desta unidade foram baseados/reproduzidos de três publicações do 
Ministério das Cidades: Gestão e mapeamento de riscos socioambientais: curso de 
capacitação (BRASIL, 2008); Prevenção de riscos de deslizamentos em encostas: guia 
para elaboração de políticas municipais (BRASIL, 2006); Mapeamento de riscos em 
encostas e margens de rios (BRASIL, 2007).
Então, agora que já temos uma ideia do que virá pela frente, vamos iniciar? Não deixem 
de comentar quaisquer questionamentos no fórum tira-dúvidas. É muito importante 
que interajamos e cresçamos juntos! Mãos à obra?
10
CAPítulo 1
introdução ao gerenciamento de áreas 
de risco
Classificação dos riscossegundo a iSdr
A Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (International Strategy for 
Disaster Reduction) divide os riscos em três categorias principais: 
 » riscos naturais;
 » riscos tecnológicos;
 » riscos de degradação ambiental.
Os riscos naturais são provenientes dos fenômenos da natureza que tenham possibilidade 
de resultar em danos. Estes riscos são classificados a partir da sua origem, podendo ser 
geológicos, hidrometeorológicos ou biológicos.
Os riscos geológicos são relacionados às atividades de movimentação de massa, podendo 
ser endógenas ou exógenas. Exemplos destes riscos são os deslizamentos, as erupções 
vulcânicas, os maremotos e os terremotos.
Os riscos hidrometeorológicos podem ser fenômenos atmosféricos, pluviais ou oceânicos. 
Alguns exemplos são as chuvas, as tempestades, as inundações, as avalanches de neve, 
o processo de desertificação, as secas, os incêndios florestais, entre outros.
O último dos riscos naturais é classificado como biológicos e têm procedência orgânica, 
como exposição a patologias ou toxinas. Alguns exemplos são as epidemias, as 
infestações e o contágio.
Os riscos tecnológicos são todos os perigos associados a acidentes e falhas que causam 
perdas e danos à sociedade e ao ambiente, como poluição, radioatividade, acidentes de 
transportes, incêndios, explosões, acidentes em obras civis, dentre outros.
Por fim, os riscos de degradação ambiental, às vezes confundidos com os riscos naturais, 
são frutos da ação destrutiva do homem, como desflorestamento, mudanças climáticas, 
extinção da biodiversidade, depleção do ozônio, entre outros. 
11
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
definições úteis para a análise de riscos
Acidente (ou desastre): Resultado de processos adversos, naturais ou provocados 
pelo homem, sobre um sistema vulnerável, causando danos humanos, ambientais e/ou 
materiais e consequentes prejuízos econômicos e sociais.
Figura 1. Desastre Katrina em New Orleans-EuA (2005).
Fonte: Site da Encyclopædia britannica1, 2015.
Análise de riscos: Técnica de avaliação (com visita de campo) que caracteriza os 
eventos potencialmente perigosos, determina sua frequência e define condições 
espaciais e temporais para a sua ocorrência e indica a probabilidade de danos.
Área de risco: Área passível de ser atingida por fenômenos ou processos naturais 
e/ou induzidos que causem efeito adverso. As pessoas que habitam essas áreas estão 
sujeitas a danos à integridade física, perdas materiais e patrimoniais. Normalmente, no 
contexto das cidades brasileiras, essas áreas correspondem a núcleos habitacionais de 
baixa renda (assentamentos precários).
Cadastro de risco: Conjunto de informações sistematizadas em Fichas, sobre 
moradias em situação de risco, constando de informações sobre: localização e condições 
da edificação, nomes dos ocupantes e dados que permitam avaliar sua vulnerabilidade 
frente a um possível acidente, além de outros dados cadastrais de interesse para a Defesa 
Civil. Essas informações deverão ser armazenadas em planilhas digitais e as moradias, 
localizadas em mapa, para facilitar a visualização espacial dos problemas na área.
Evento: Fenômeno com características, dimensões e localização geográfica registrada 
no tempo (fenômeno já ocorrido), sem causar danos econômicos e/ou sociais.
Fatores de risco: Elementos ou características que contribuem para a composição do 
risco. Ex.: declividade, litologia, uso do solo, chuvas etc.
1 Disponível em: <https://global.britannica.com/event/Hurricane-Katrina>. Acesso em: 04 jan. 2017.
12
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Gerenciamento de risco: Conjunto de ações voltadas para a redução e o controle 
do risco.
Grau de risco: Dimensiona a probabilidade de ocorrência de acidentes, segundo uma 
escala de intensidade. Usualmente vêm sendo adotados 4 intervalos (1 - Risco Baixo; 
2 - Risco Médio; 3 – Risco Alto; 4 – Risco Muito Alto).
Mapa de risco: Mapa onde são lançados os resultados da análise de risco, com os 
setores de risco delimitados e codificados por cores. Ex.: cores semafóricas (risco baixo 
– verde; médio – amarelo; alto – vermelho; muito alto – roxo).
Figura 2. Mapa de risco de inundações de Vitória/ES.
Fonte: Site da Prefeitura de Vitória2, 2013.
Perigo: Condição ou fenômeno com potencial para causar uma consequência desagradável.
Figura 3. Furacão que desencadeou o desastre em New Orleans (2005).
Fonte: Site da Encyclopædia britannica3, 2015.
2 Disponível em: <http://www.vitoria.es.gov.br/noticia/prefeitura-monitora-areas-de-risco-para-driblar-transtornos-das-
chuvas-12974>. Acesso em: 04 jan. 2017.
3 Disponível em: <https://global.britannica.com/event/Hurricane-Katrina>. Acesso em: 04 jan. 2017.
13
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
Políticas Públicas: Políticas relacionadas às ações com fins públicos de acesso a 
toda a população, oriundas de determinações de governo para atender necessidades da 
sociedade. Não devem ser confundidas com políticas governamentais ou partidárias, 
que estariam então sujeitas às alterações cíclicas de mudança do poder, mas devem ser 
compreendidas como políticas de estado, nas diferentes esferas de governo.
Preparação: Conjunto de medidas de redução de perdas, tanto de vidas quanto de 
bens e demais danos.
Prevenção de risco: Conjunto de ações inerentes à tentativa de análise, avaliação e 
redução de riscos.
Reconstrução: Processos de reparação e restauração dos danos.
Resposta: Ações imediatamente subsequentes ao desastre para diminuição de danos.
Risco: Relação entre a possibilidade de ocorrência de um dado processo ou fenômeno, 
e a magnitude de danos ou consequências sociais e/ou econômicas sobre um dado 
elemento, grupo ou comunidade. Quanto maior a vulnerabilidade, maior o risco.
Riscos Naturais: processos ou fenômenos naturais que ocorrem na biosfera e podem 
resultar em danos, podendo ser classificados de acordo com sua origem em: geológicos, 
hidrometeorológicos ou biológicos.
Setor de risco: Porção do território, analisado em escala de detalhe (>1: 5.000) que 
apresenta características similares quanto ao processo gerador de desastres e quanto 
à sua probabilidade de ocorrência. São mapeados como polígonos fechados, aos quais 
são atribuídos os graus de risco:
1. Risco Baixo.
2. Risco Médio.
3. Risco Alto.
4. Risco Muito Alto.
Suscetibilidade: Indica a potencialidade de ocorrência de processos naturais e induzidos 
em uma dada área, expressando-se segundo classes de probabilidade de ocorrência.
Tipos de risco: Forma de agregação, que tem por base a natureza do processo gerador. 
Ex.: risco geológico, risco ambiental, risco topográfico, risco natural, risco induzido etc.
Vulnerabilidade: Grau de perda para um dado elemento, grupo ou comunidade 
dentro de uma determinada área passível de ser afetada por um fenômeno ou processo 
(predisposição de ser afetado por um acidente).
14
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Modelo de gerenciamento de risco proposto 
pela onu
Para se prostrar diante de qualquer situação, seja ela pessoal, profissional ou social, é 
necessário que haja um planejamento para enfrentar as diversas faces que a situação 
pode adquirir.
Em se tratando de vida em sociedade e, mais precisamente, de riscos urbanos, não é 
diferente. É preciso que exista um plano para minimizar os riscos e as perdas decorrentes 
de acidentes ou desastres naturais.
Com o constante avanço da tecnologia, é possível prever riscos, tanto ambientais quanto 
urbanos, cada vez com mais facilidade e rapidez. 
A análise prévia destas situações e as ações de antecipação a elas são de extrema 
importância para a diminuição das perdas de vidas e de bens.
De acordo com cartilha do Ministério das Cidades (BRASIL, 2008), ter um modelo 
de gerenciamento “pode ajudar as prefeituras a atuar para evitar acidentes, atender 
as emergências, reduzir e até mesmo erradicar os riscos ambientais, nas áreas deassentamentos precários do seu município”.
Com o conhecimento dos possíveis acontecimentos e suas dimensões, pode-se traçar 
um plano modelo de gerenciamento de risco. 
Pensando nisso, a ONU, por meio de sua divisão de Redução de Desastres, projetou um 
modelo básico padrão contendo a abordagem para enfrentar desastres naturais. 
Em 1991, a ONU montou este modelo partindo do pressuposto de que são necessárias 
duas frentes de ação para o enfrentamento dos desastres: a prevenção destes e a 
preparação para sua ocorrência.
As tarefas relacionadas à prevenção advêm dos estudos científicos necessários para 
definir as proporções esperadas do desastre e, a partir daí, estabelecer as medidas de 
proteção à população afetada.
Estes estudos consistem em: conhecer o fenômeno e suas especificidades, analisar os 
devidos riscos e formular ações de redução das consequências sociais dos desastres.
Por sua vez, as tarefas da preparação são puramente logísticas, pois se destinam a 
evacuar a população da área de risco e executar as ações de auxílio à evacuação.
A figura 4 mostra o diagrama do gerenciamento de riscos e todas as etapas inerentes ao 
processo de gerenciar riscos socioambientais que constam no modelo.
15
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
Figura 4. Ações do gerenciamento de riscos.
Fonte: Site do GP4us4, 2015.
Para contemplar a prevenção e a preparação, a ONU propôs um modelo que consta de 
cinco etapas passíveis de ajustes para atendimento das especificidades e necessidades 
de quaisquer municípios ou comunidades sob risco: 
 » identificação dos riscos; análise dos riscos; 
 » estabelecimento de medidas de prevenção; 
 » planejamento de emergências; difusão de informações e treinamento.
identificação dos riscos
A identificação dos riscos consiste em tomar conhecimento das suas proporções, uma 
vez que todo o planejamento parte das informações obtidas por meio dos estudos e de 
ocorrências semelhantes anteriores.
O trabalho de identificação de riscos se relaciona com o conhecimento das possíveis 
ameaças e dos possíveis perigos em determinadas comunidades ou áreas. É importante 
que, ao identificar os riscos, se descrevam as informações de causa, os aspectos atenuantes 
e a população em risco.
4 Disponível em: <http://www.gp4us.com.br/contextualizacao-gestao-de-riscos/>. Acesso em: 16 jan. 2017.
16
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Para se identificar os possíveis riscos, é necessário que se analisem novamente os acidentes 
que já ocorreram, desde que se considerem os aspectos acima citados e se percebam a 
similaridade das ocorrências.
Análise dos riscos
Após proceder a identificação dos riscos (conforme item acima), é hora de analisar os 
riscos. Neste momento, já se tem conhecimento do tipo de risco, de suas especificidades 
e uma estimativa do seu poder de destruição.
Agora, coletam-se informações sobre as áreas que serão atingidas pela magnitude do 
desastre, como: ocupação da área, vulnerabilidade da população possivelmente atingida, 
topografia da área, sistemas de saneamento básico (distribuição de água, esgoto sanitário, 
manejo pluvial, manejo de resíduos sólidos, entre outras informações relevantes).
Estas informações servem para efetuar uma avaliação geral das possíveis consequências 
na área de acontecimento. Para isso, é necessário que se proponha um plano de hierarquia 
na área afetada, onde sejam apontados os graus (1, 2, 3 4) de risco (baixo, médio, alto e 
muito alto) de cada setor. Algumas tarefas devem ser contempladas durante a análise 
de determinado risco. Listando as tarefas envolvidas no processo de análise deste 
risco, temos:
 » zoneamento ou setorização das áreas;
 » quantificação relativa e/ou absoluta do risco;
 » cadastramento de risco;
 » hierarquização de risco;
 » previsão de possíveis cenários para acidentes.
Estabelecimento de medidas de redução de danos
Muitas publicações clamam que essas medidas são de prevenção de acidentes, mas essa 
nomenclatura só se aplica a acidentes que podem ser controlados, como os riscos sociais. 
Estes riscos são muitas vezes decorrentes de desencadeamento de fatores que poderiam 
ser evitados, como o deslizamento de encostas povoadas (figura 5a - Salvador-BA) ou 
inundações de cidades sem sistema de drenagem pluvial nem esgoto sanitário (figura 
5b - Porto Velho-RO) de acordo com as normas.
17
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
Figura 5. Desastres sociais.
Fonte: Site do Jornal Correio da bahia5, 2015; Site do Jornal Correio Popular de Rondônia6, 2014. 
Em casos como esses, a nomenclatura de “medida de prevenção” é aplicável e envolve muito 
mais do que a análise dos possíveis riscos decorrentes do acidente, mas diz respeito a uma 
série de mudanças sociais e políticas públicas de atuação real em proteção aos cidadãos.
As medidas de redução de danos dos desastres, por sua vez, podem ser relacionadas 
aos riscos ambientais de menor ou nenhum poder de controle por parte da sociedade, 
como os furacões, tsunamis (figura 6a - Miyako City-Japão), erupções vulcânicas e 
terremotos (figura 6b - Amatrice-Itália).
Figura 6. Desastres ambientais.
Fonte: Site do Jornal The Telegraph da Inglaterra7, 2011; Site da bbC brasil8, 2016. 
Nesses casos, o que se pode fazer é ter uma estratégia de ação reparadora bem estruturada 
e efetiva, uma vez que o máximo que se pode fazer é tentar reduzir ao máximo as perdas 
e os danos.
Seguindo esta linha de raciocínio, o estabelecimento de medidas reparadoras e/ou 
preventivas deve ser uma parceria entre os vários órgãos responsáveis pela execução 
das leis e pela proteção dos cidadãos.
5 Disponível em: <http://www.correio24horas.com.br/detalhe/salvador/noticia/fotos-aereas-mostram-regioes-atingidas-por-
deslizamento-em-salvador-veja/?cHash=5e7a0a1c88a080d0934fd6af85f22b84>. Acesso em: 18 jan. 2017.
6 Disponível em: <http://www.correiopopular.com.br/verp.php?id=28916&titulo=Porto>. Acesso em: 18 jan. 2017.
7 Disponível em: <http://www.telegraph.co.uk/news/picturegalleries/worldnews/9131914/Japan-earthquake-and-tsunami-
anniversary-30-powerful-images-of-the-disaster.html?frame=2162733>. Acesso em: 18 jan. 2017.
8 Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/internacional-37173710>. Acesso em: 18 jan. 2017.
18
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Planejamento de emergência
Uma característica marcante e muito relevante dos desastres é a incerteza inerente às 
dimensões das perdas causadas por eles.
Figura 7. Ação de emergência.
Fonte: Site da Geotec Consultoria Ambiental9, 2016. 
Por isso, ações de emergência (por exemplo, a figura 7) devem ser definidas. Estas ações 
devem contemplar tarefas de execução em curto, médio e longo prazo, como:
 » demarcação das áreas circunvizinhas ao desastre;
 » delineação das áreas de evasão popular;
 » provisão de abrigo para a população remanejada;
 » operação das brigadas de resgate;
 » execução de obras emergenciais;
 » monitoramento constante da área afetada;
 » cuidados para o regresso da população.
difusão de informações e treinamento
A educação da população é o melhor meio de difundir informações e conhecimento a 
respeito dos possíveis desastres. De acordo com a Cartilha do Ministério das Cidades 
(BRASIL, 2007), além do treinamento de brigadas civis para ação e reação aos desastres, 
é necessário utilizar recursos como:
[...] cursos, oficinas, palestras, manuais, livros e cartilhas, peças teatrais 
e outras formas de expressão artística e cultural, que possibilitem a 
capacitação e a motivação de equipes locais e da população. Com o 
mesmo propósito, deve ser incentivada a utilização dos meios massivos 
9 Disponível em: <http://www.geotecbr.com.br/site/campos-de-atuacao/?id=6>. Acesso em: 18 jan. 2017.
19
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
de informação como rádio, televisão e imprensa escrita, na divulgação 
de conteúdos abrangendo a identificação dos perigos, vulnerabilidades,medidas de prevenção e mitigação, legislação e sistemas de alerta. 
(BRASIL, 2017)
20
CAPítulo 2
Políticas públicas em prevenção de 
riscos socioambientais
Compreensão das políticas públicas
Para conceituar as políticas públicas, primeiro busca-se compreender a expressão 
“política”. Este é um termo que origina por meio da palavra grega politikó, que indica a 
condição de participação democrática, ou seja, uma pessoa livre nas decisões sobre os 
rumos da cidade, ou no termo grego pólis. 
Já a palavra “pública” é de origem latina publica, significando povo ou próprio do povo. 
Conforme Souza (2006), política pública conceitua-se como:
Campo do conhecimento que busca, ao mesmo tempo, “colocar o 
governo em ação” e/ou analisar essa ação (variável independente) e, 
quando necessário, propor mudanças no rumo ou curso dessas ações 
e ou entender por que o como as ações tomaram certo rumo em lugar 
de outro (variável dependente). Em outras palavras, o processo de 
formulação de política pública é aquele através do qual os governos 
traduzem seus propósitos em programas e ações que produzirão 
resultados ou as mudanças desejadas no mundo real. 
Numa conceituação mais ampla, Mead (1995) citado por Souza (2006) define como um 
campo do estudo da política que analisa o governo à luz de grandes questões públicas.
Peters (1986) citado por Souza (2006), no mesmo pensamento, conceitua a política 
pública como a soma das atividades dos governos, que agem diretamente ou por meio 
de delegação e que influenciam a vida dos cidadãos. 
Entretanto, apesar dessa fundamental contribuição de Souza e outros autores para definir 
as políticas públicas, é o conceito desenvolvido por Azevedo (2003) a partir da articulação 
entre os entendimentos de Dye (1984) e Lowi (1966) que se respalda essa reflexão. 
Para Azevedo (2003), “política pública é tudo o que um governo faz e deixa de fazer, 
com todos os impactos de suas ações e suas omissões”. Ou seja, o que se percebe no 
andamento da sociedade são prioridades sendo substituídas por outros interesses. 
A conceituação para a política volta-se para ações que partem, principalmente, do poder 
público e que têm como objetivo o bem comum.
21
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
As políticas sociais públicas se destinam para os interesses de cada sociedade coletivamente. 
No entanto, as políticas, as formulações, os programas e os projetos atendem às demandas 
sociais de forma fragmentada, pontual e em total dissintonia com a totalidade social.
A defesa Civil no Brasil
Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, foi criado, no Brasil, o Serviço de Defesa 
Passiva Antiaérea. Em 1943, teve seu nome alterado para Serviço de Defesa Civil e, em 
1946, após o fim da guerra, foi extinto.
Vinte anos depois, o Sistema de Defesa Civil foi reestabelecido no estado da Guanabara, 
por causa de uma inundação de grandes proporções que houve no Sudeste. 
Seguindo o exemplo do estado da Guanabara, hoje Rio de Janeiro, o Brasil criou em 1967 
o Ministério do Interior (atualmente, Ministério da Integração Nacional), destinado a 
tomar medidas protetivas da população atingida por situações de risco. Estes foram os 
primórdios da Defesa Civil como hoje é conhecida.
Em 1988, foi criado o Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC). Este sistema foi 
reestruturado em 1993 e atualizado para os moldes atuais em 2005.
A Defesa Civil no Brasil é definida pela Política Nacional de Proteção e Defesa Civil como 
“o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas, destinadas 
a evitar ou minimizar os desastres, preservar o moral da população e restabelecer a 
normalidade social”. 
A legislação que institui tal política é a Lei nº 12.608, de 10 de abril de 2012 e não existe 
nela nenhum dispositivo de definição da defesa civil, embora a conceituação acima, 
largamente difundida nos meios de comunicação, descreva, com perfeição, a função da 
Defesa Civil do Brasil.
O símbolo adotado pela Defesa Civil consiste num quadro azul com fundo branco e 
mãos alaranjadas envolvendo um triângulo igualmente azul, conforme figura 8 a seguir:
Figura 8. Símbolo da Defesa Civil.
Fonte: Site do Ministério da Integração Nacional10, 2016. 
10 Disponível em: <http://www.mi.gov.br/defesacivil>. Acesso em: 18 jan. 2017.
22
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
O fundo branco simboliza a paz.
O enquadramento azul significa a tranquilidade, o equilíbrio e a serenidade com que a 
Defesa Civil deve agir.
As duas mãos estilizadas envolvem o triângulo representando o amparo, o carinho, o 
amor e o cuidado.
A cor laranja presente nas mãos é a cor oficial da simbologia internacional da Defesa 
Civil e significa o calor humano e a solidariedade.
A base do triângulo manifesta a segurança, a estabilidade e o bem-estar social, que são 
as metas de toda Defesa Civil, enquanto os outros lados simbolizam: a prevenção e a 
ação, que são medidas fundamentais para manter a segurança dos cidadãos.
Em muitas cidades e estados, o símbolo aparece com algumas variações. As mais 
comuns são:
 » A troca entre o fundo branco e as mãos alaranjadas, uma vez que muitos 
símbolos municipais e estaduais aparecem com as mãos brancas e o 
fundo laranja. 
 » A substituição ou sobreposição do triângulo pelo mapa ou brasão do 
município ou estado.
lei nº 12.608, de 12 de abril de 2012
A Lei nº 12.608 (BRASIL, 2012a) institui a Política Nacional de Proteção e Defesa 
Civil (PNPDEC), além de dispor sobre o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil 
(SINPDEC) e o Conselho Nacional de Proteção e Defesa Civil (CONPDEC).
Logo de início, a lei define que as medidas imprescindíveis para a redução de riscos em 
face de um desastre são funções tanto da União quanto dos estados e municípios.
Estas medidas podem ser tomadas em comum acordo com entidades públicas ou 
privadas e com a sociedade, desde que as decisões não firam a boa conduta social.
A lei ressalta que o grau de incerteza do risco do desastre e de suas consequências 
não pode constituir empecilho para o estabelecimento de medidas de prevenção e de 
redução de danos.
A PNPDEC deve estar em concomitância com as demais políticas públicas 
pré-estabelecidas, como a de meio ambiente, de saneamento básico, de recursos 
23
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
hídricos, de desenvolvimento urbano, de saúde, de infraestrutura, de educação, ciência e 
tecnologia e as demais políticas sociais. Dentre os objetivos da PNPDEC se destacam: 
 » redução dos riscos inerentes aos desastres socioambientais;
 » prestação de socorro e assistência às populações atingidas;
 » recuperação das áreas afetadas;
 » incorporação das medidas de redução à gestão territorial;
 » promoção da continuidade das ações protetivas;
 » estímulo ao desenvolvimento urbano das cidades e comunidades afetadas;
 » identificação e avaliação das vulnerabilidades e redução de suas ocorrências;
 » monitoramento dos eventos ambientais e sociais passíveis de desastres;
 » difusão de informações antecipadamente à ocorrência de desastres naturais;
 » estímulo à ocupação ordenada do solo;
 » combate à ocupação e realocação dos habitantes de áreas vulneráveis;
 » desenvolvimento da consciência nacional acerca dos riscos de desastre;
 » orientação das comunidades à autoproteção;
 » integração sistemática das informações para controle das ocorrências.
A PNPDEC define competências exclusivas da União, dos estados e dos municípios, 
além das competências comuns às três entidades.
Quanto às competências da União, destacam-se:
 » expedição de normas auxiliares à política nacional;
 » coordenação do SINPDEC;
 » promoção de estudos relacionados aos desastres, suas causas e 
consequências;
 » apoio às demais entidades públicas nos seus estudos e ações;
 » instituição e manutenção do sistema de informações e monitoramento;
 » instituição e manutenção do cadastro de municípios e áreas suscetíveis;
 » estabelecimento de critériose classificações para declaração de emergências;
24
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
 » instituição e manutenção do sistema de reconhecimento de emergências;
 » declaração de situação de emergência e estado de calamidade pública;
 » instituição do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil (contendo, 
no mínimo, a identificação dos riscos e as áreas respectivas, além de 
diretrizes de ação);
 » realização do monitoramento dos eventos ambientais e sociais;
 » fomento à pesquisa científica com centros de educação multidisciplinares 
destinados à atividades de proteção e defesa civil;
 » Apoio à comunidade docente no desenvolvimento de material 
 didático-pedagógico.
Quanto às competências dos estados, sobressaem:
 » execução da política nacional em seu território;
 » coordenação estadual do SINPDEC;
 » instituição do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil (contendo, no 
mínimo, identificação das bacias hidrográficas suscetíveis e diretrizes de 
ação);
 » identificação e mapeamento das áreas de risco;
 » declaração de situação de emergência e estado de calamidade pública;
 » realização do monitoramento dos eventos ambientais e sociais;
 » apoio aos municípios na elaboração dos Planos de Contingência de 
Proteção e Defesa Civil.
Em termos quantitativos, de acordo com a redação da lei em estudo, os municípios têm 
mais atribuições que os outros órgãos, com destaque para:
 » execução da política nacional em seu território;
 » coordenação municipal do SINPDEC;
 » incorporação das ações de proteção no planejamento municipal;
 » identificação e mapeamento das áreas de risco;
 » fiscalização das áreas de risco e manutenção da desocupação das mesmas;
25
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
 » declaração de situação de emergência e estado de calamidade pública;
 » vistoria de edificações, intervenção preventiva e evacuação da população 
das áreas de risco;
 » organização e administração de abrigos provisórios;
 » divulgação das informações pertinentes e dos protocolos de prevenção e 
de ação;
 » mobilização e capacitação de radioamadores;
 » realização de treinamento e simulados de acordo com o Plano de 
Contingência;
 » promoção da coleta, distribuição e controle de suprimentos;
 » avaliação de perdas e danos;
 » atualização das informações referentes ao desastre às entidades estaduais 
e federais;
 » captação de voluntários, associações, ONGs e entidades privadas para 
atuação conjunta;
 » provimento de moradias temporárias às famílias atingidas.
Além de todas estas competências, somam-se ainda as atribuições conjuntas, a constituírem 
dever da União, dos estados e dos municípios:
 » desenvolvimento da cultura nacional de prevenção de desastres;
 » estímulo ao comportamento preventivo e redutivo de ocorrência;
 » estímulo à reestruturação socioeconômica das áreas atingidas;
 » estabelecimento de medidas preventivas de segurança em ambientes 
públicos situados em áreas de risco;
 » capacitação de recursos humanos para as ações protetivas e defensivas;
 » fornecimento de dados e informações para o sistema nacional.
instrução normativa nº 01, de 24 de agosto de 2012
Alguns meses depois da Lei 12.608/2012, começou a vigorar a Instrução Normativa 
(IN) 01/2012. Esta IN estabelece os procedimentos e critérios necessários para que se 
possa declarar situação de emergência ou estado de calamidade pública.
26
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Antes de prosseguir a explanação da IN, é importante que se definam alguns conceitos 
relacionados ao seu conteúdo, conforme quadro 1 a seguir:
Quadro 1. Conceitos do Art. 1º da IN nº 01.
Termo Conceito
Situação de emergência
Situação de alteração intensa e grave das condições de normalidade em um determinado município, estado ou 
região, decretada em razão de desastre, comprometendo parcialmente sua capacidade de resposta.
Estado de calamidade 
pública
Situação de alteração intensa e grave das condições de normalidade em um determinado município, estado ou 
região, decretada em razão de desastre, comprometendo substancialmente sua capacidade de resposta.
Dano
Resultado das perdas humanas, materiais ou ambientais infligidas às pessoas, comunidades, instituições, instalações 
e aos ecossistemas, como consequência de um desastre.
Prejuízo
Medida de perda relacionada com o valor econômico, social e patrimonial, de um determinado bem, em 
circunstâncias de desastre.
Recurso
Conjunto de bens materiais, humanos, institucionais e financeiros utilizáveis em caso de desastre e necessários para 
o restabelecimento da normalidade.
Fonte: Adaptado de brasil, 2012b.
Segundo o terceiro artigo da IN, os desastres podem ser classificados entre nível I 
(de intensidade média) e nível II (intensidade grande). Esta classificação quanto à 
intensidade depende de aspectos como a necessidade de recursos e a sua disponibilidade 
para o reestabelecimento da comunidade afetada.
Os desastres de nível I acarretam danos e prejuízos que podem ser corrigidos em nível 
local, ou seja, com os esforços da população afetada e seu governo municipal.
Por sua vez, os desastres de nível II dependem de ajuda local, estadual e federal 
coordenada pelo SINDPEC e, às vezes, precisam de ajuda internacional.
Os desastres do primeiro nível são aqueles que se decreta a situação de emergência, 
enquanto os desastres do segundo nível são aqueles que se decreta o estado de 
calamidade pública.
De acordo com o quarto artigo da IN, os desastres de nível I podem ser caracterizados 
como tal a partir da “ocorrência de pelo menos dois dos danos descritos nos parágrafos 
1º a 3º que, no seu conjunto, importem no prejuízo econômico público estabelecido 
no § 4º, ou no prejuízo econômico privado estabelecido no § 5º”. A seguir, o quadro 2 
demonstra os danos e prejuízos:
Quadro 2. Danos e Prejuízos do Nível I.
Natureza do dano ou 
prejuízo
Proporção de comprometimento
Danos Humanos
 » 1 a 9 casos de fatalidade;
 » Até 99 pessoas afetadas.
27
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
Natureza do dano ou 
prejuízo
Proporção de comprometimento
Danos Materiais
 » 1 a 9 instalações públicas prestadoras de serviço danificadas ou destruídas (D ou D);
 » 1 a 9 unidades habitacionais D ou D;
 » 1 a 9 obras de infraestrutura D ou D;
 » 1 a 9 instalações públicas de uso comunitário D ou D.
Danos Ambientais
 » Poluição ou contaminação (ar, água, solo, saúde) de 10 a 20% da população (municípios < 10.000 habitantes) 
e 5 a 10% da população (municípios > 10.000 hab); 
 » Redução do abastecimento de água nas mesmas proporções populacionais acima;
 » Destruição de até 40% dos Parques, APAs e APPs.
Prejuízos econômicos 
públicos
Prejuízos que ultrapassem 2,77% da receita anual da área atingida, comprometendo os serviços: 
 » Atendimento em saúde;
 » Abastecimento de água;
 » Esgoto sanitário e drenagem de águas pluviais;
 » Coleta de lixo e limpeza urbana;
 » Controle de pragas e vetores;
 » Energia elétrica;
 » Telecomunicações;
 » Transportes;
 » Distribuição de combustível;
 » Segurança;
 » Ensino.
Prejuízos econômicos 
privados
Prejuízos que ultrapassem 8,33% da receita anual da área atingida, comprometendo a agricultura, a pecuária, o 
comércio, a indústria e a prestação de serviços diversos.
Fonte: Adaptado de brasil, 2012b.
Em se tratando dos desastres de nível II, a IN define padrões de classificação similares 
ao descritos acima (pelo menos dois dos danos que causem prejuízos públicos e/ou 
privados). A seguir, o quadro 3 descreve tais danos e prejuízos.
Quadro 3. Danos e Prejuízos do Nível II.
Natureza do dano ou 
prejuízo
Proporção de comprometimento
Danos Humanos
 » ≥ 10 casos de fatalidade;
 » ≥ 100 pessoas afetadas.
Danos Materiais
 » ≥ 10 instalações públicas prestadoras de serviço danificadas ou destruídas (D ou D);
 » ≥ 10 unidades habitacionais D ou D;
 » ≥ 10 obras de infraestrutura D ou D;
 » ≥ 10 instalações públicas de uso comunitárioD ou D.
Danos Ambientais
 » Poluição ou contaminação (ar, água, solo, saúde) de mais de 20% da população (municípios < 10.000 
habitantes) e mais de 10% da população (municípios > 10.000 hab); 
 » Redução do abastecimento de água nas mesmas proporções populacionais acima;
 » Destruição de mais de 40% dos Parques, APAs e APPs.
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UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
Natureza do dano ou 
prejuízo
Proporção de comprometimento
Prejuízos econômicos 
públicos
Prejuízos que ultrapassem 8,33% da receita anual da área atingida, comprometendo os serviços: 
 » Atendimento em saúde;
 » Abastecimento de água;
 » Esgoto sanitário e drenagem de águas pluviais;
 » Coleta de lixo e limpeza urbana;
 » Controle de pragas e vetores;
 » Energia elétrica;
 » Telecomunicações;
 » Transportes;
 » Distribuição de combustível;
 » Segurança;
 » Ensino.
Prejuízos econômicos 
privados
Prejuízos que ultrapassem 24,93% da receita anual da área atingida, comprometendo a agricultura, a pecuária, o 
comércio, a indústria e a prestação de serviços diversos.
Fonte: Adaptado de brasil, 2012b.
Além da classificação quanto à intensidade, a IN ainda classifica os desastres quanto à 
evolução, à origem e à periodicidade.
Quanto à evolução, os desastres podem ser súbitos (ou de evolução aguda, que atingem 
determinada área com muita velocidade e violência em seu desenvolvimento) ou graduais 
(também chamados de evolução crônica, que se agravam de maneira gradativa).
Quanto à origem ou à causa primária, os desastres podem ser naturais (causados por 
processos ou fenômenos da natureza) ou tecnológicos (causados por acidentes, falhas 
ou procedimentos perigosos).
Quanto à periodicidade, os desastres podem ser classificados como esporádicos (ocorrem 
com raridade e são difíceis de prever) ou cíclicos (também chamados de sazonais, que 
têm ocorrência relativamente esperada, considerando-se as condições da área).
reconhecimento de situação de emergência 
ou estado de calamidade pública
O Relatório de danos materiais e prejuízos decorrentes de desastres naturais no Brasil 
publicado pela UFSC (2016) afirma que antes da instauração da IN:
O registro oficial de um desastre poderia ocorrer pela emissão de 
três documentos distintos, não obrigatoriamente dependentes: uma 
Notificação Preliminar de Desastre (NOPRED), uma Avaliação de 
29
GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO │ UNIDADE I
Danos (AVADAN) ou um Decreto Municipal. Após a publicação dessa 
Instrução Normativa, o NOPRED e o AVADAN foram substituídos 
por um único documento, o Formulário de Informações do Desastre 
(FIDE).
Este relatório foi montado com base nos dados gerados pelo Sistema Integrado de 
Informações sobre Desastres (S2ID), departamento da Secretaria Nacional da Defesa 
Civil (SEDEC).
O capítulo II da IN (BRASIL, 2012b) descreve os critérios para reconhecimento de 
situação de emergência ou estado de calamidade pública. O Poder Executivo Federal, 
por meio de portaria, reconhece a situação a partir da entrega de um requerimento 
elaborado pela esfera executiva da área afetada (município, estado ou distrito federal).
O requerimento deve ser acompanhado, obrigatoriamente, de Decreto, FIDE11, 
Declaração de Atuação Emergencial, Parecer da Defesa Civil e relatório fotográfico, 
além de demais documentos que ilustrem a ocorrência do desastre, caso necessário.
O requerimento deve ser entregue em até dez dias da ocorrência do desastre (em casos 
de desastres de evolução aguda) e em até dez dias do decreto de situação anormal (em 
casos de desastres de evolução crônica).
Em casos de desastres de grande intensidade, as ações da SEDEC podem ser liberadas 
mediante apresentação apenas do Decreto e do requerimento, sendo que os demais 
documentos devem ser entregues, nestes casos excepcionais, em até dez dias após a 
publicação do reconhecimento.
Participação da população no processo de 
prevenção e reparação de desastres
A população deve estar presente na Defesa Civil através dos Núcleos Comunitários de 
Defesa Civil (NUDECs). Estes núcleos são formados por lideranças comunitárias que, 
em conjunto, se organizam voluntariamente para estabelecer medidas de proteção 
à comunidade.
De acordo com o guia para elaboração de políticas municipais intitulado Prevenção 
de Riscos de Deslizamentos em Encostas (BRASIL, 2006), o objetivo dos NUDECs 
é “planejar, promover e coordenar atividades de defesa civil, trabalhando em suas 
diferentes fases: preparação, prevenção, resposta e reconstrução”. 
11 Disponível em: <http://www.mi.gov.br/c/document_library/get_file?uuid=258baf25-23e9-4cfb-975f-a5e0a8e5540b& 
groupId=10157>. Acesso em: 02 fev. 2017.
30
UNIDADE I │ GERENCIAMENTO E PREVENÇÃO DE ÁREAS DE RISCO
O SINDEC recebe grande ajuda quando o NUDEC funciona bem porque a resposta 
imediata da comunidade com os relatos das ocorrências, dos danos e dos prejuízos, em 
caso de desastre, parte direto da população afetada.
O guia acima citado exalta a importância dos NUDECs e demonstra como estes núcleos 
se destacam no processo de prevenção e redução de risco de desastres:
A formação dos NUDEC’S tem um significado de extrema relevância 
no processo de minimização dos riscos e desastres ocorridos no âmbito 
do município, enfatizando que, no momento em que a população 
é envolvida no planejamento e no gerenciamento dos riscos, há 
naturalmente uma resposta positiva que se inicia desde a prevenção aos 
desastres e preparação às emergências até a reconstrução dos cenários 
afetados. (BRASIL, 2016)
Por isso, os NUDECs funcionam como elos entre o governo municipal, as demais esferas 
de governo e a comunidade da área de risco.
31
unidAdE iiriSCoS AMBiEntAiS
Esta unidade trata dos riscos ambientais. Estes riscos têm origem natural, mas também 
podem ser causados pelo homem, quando ele se coloca em situação de risco por não 
respeitar o espaço da natureza.
O primeiro capítulo traz o estudo dos processos gravitacionais de massa e dos processos 
erosivos. Estes processos são responsáveis (em conjunto com o homem) pelos 
deslizamentos e desabamentos que tanto vemos nos noticiários.
O segundo capítulo se propõe a demonstrar o mapeamento de áreas de risco em encostas. 
As encostas são as áreas de alta declividade em mudança topográfica de relevo. O fato 
de a sociedade utilizar essas áreas em proveito da urbanização acarreta problemas com 
dimensões fatais.
O terceiro e último capítulo da unidade demonstra o mapeamento das áreas de risco 
hidrológico. Estes riscos são relacionados à presença e movimentação de água, incluindo-se 
aí as inundações.
Agora que já temos uma ideia do que vem pela frente, vamos iniciar os estudos?
32
CAPítulo 1
Processos gravitacionais de massa e 
processos erosivos
Classificação dos desastres naturais
A seguir, o quadro 4 classifica os desastres naturais, de acordo com a Conferência Nacional 
de Mudanças Climáticas (CONCLIMA).
Quadro 4. Desastres naturais.
Biológicos Geofísicos Hidrológicos Meteorológicos Climatológicos
 » Epidemias
 » Infestações
 » Debandada 
de animais
 » Terremotos
 » Erupções vulcânicas
 » Movimento de massa (seca):
 › Queda de pedras;
 › Deslizamento de terra;
 › Avalanche;
 › Subsidência.
 » Inundações
 » Enxurradas
 » Tempestades
 » Movimento de massa (úmida):
 › Queda de pedras;
 › Deslizamento de terra;
 › Avalanche;
 › Subsidência.
 » Tempestades
 » Ciclones
 » Temperatu-ras extremas:
 › Ondas de calor;
 › Ondas de frio;
 › Inverno extremo.
 » Secas e estiagens
 » Incêndios florestais
 » Queimadas 
Fonte: Adaptado de CONClIMA, 2013.
Destes desastres naturais acima classificados, no Brasil, ocorrem com maior frequência 
e acarretam em maiores danos e prejuízos as secas, estiagens e inundações, conforme 
figura 9 a seguir:
Figura 9. Desastres naturais mais recorrentes no brasil entre 1991 e 2010.
Fonte: CONClIMA, 2013.
33
RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
Movimentos de massas
Os desastres naturais que mais afetam a populaçãobrasileira são: seca e estiagem (mais 
recorrentes, segundo a figura 9 acima), movimentos de massa e inundações (causadores 
de maiores índices de fatalidades, de acordo com figura 10 a seguir).
Figura 10. Fatalidades decorrentes de desastres naturais no brasil.
Fonte: CONClIMA, 2013.
Como se pode perceber na figura acima, os movimentos de massas e as inundações 
são responsáveis por mais de 87% das fatalidades decorrentes de desastres naturais no 
Brasil, considerando os dados colhidos de 1991 a 2010.
Os movimentos de massas são agentes de atuação direta na formação do relevo, mas 
também são causadores de grandes riscos para a sociedade.
Classificação dos taludes
Segundo Caputo (1973), sob o nome genérico de taludes, compreendem-se quaisquer 
superfícies inclinadas que limitam um maciço de terra, de rocha ou de terra e rocha. 
Podem ser naturais, casos das encostas, ou artificiais, como os taludes de cortes e aterros. 
Aterro ou reaterro é a colocação ou recolocação de solo em uma área determinada, para 
que ocorra o nivelamento da mesma, tudo adequado com o projeto apresentado. 
No corte, temos a escavação, a carga do material retirado do terreno e seu transporte 
e descarga.
34
UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Figura 11. Corte e aterro.
Fonte: Site Topografia Geral12, 2008.
A figura 11 acima demonstra três exemplos de terreno natural (linha inclinada) e terreno 
projetado (AB) e três tipos de seções: 
 » Na primeira seção é necessário fazer um corte no terreno natural, pois o 
terreno existente está muito acima do requerido em projeto. 
 » Na segunda seção é necessário fazer um aterro e acrescentar solo, pois o 
terreno natural se encontra muito abaixo do solicitado em projeto. 
 » Por sua vez, a terceira seção tem um terreno muito íngreme que precisa 
tanto de corte quanto de aterro, o que se denomina uma seção mista.
Para qualquer tipo de terreno, sendo realizado corte ou aterro, existem os primeiros 
trabalhos a serem feitos, começando com o desmatamento, destocamento, limpeza, 
remoção da camada de vegetação, estudo do tipo de solo. 
A figura a seguir ilustra um talude e a terminologia usualmente empregada.
Figura 12. Talude.
Fonte: Adaptado de Caputo, 1973.
12 Disponível em: <http://www.topografiageral.com/Curso/capitulo%2017.php>. Acesso em: 21 dez. 2016.
35
RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
Podem-se classificar os principais tipos de movimentos de encostas (ou taludes) em 
três grandes grupos.
 » Desprendimento de terra ou rocha: é uma porção de um maciço 
terroso ou de fragmentos de rocha que se destaca do resto do maciço, 
caindo livre e rapidamente, acumulando-se onde estaciona.
 » Escorregamento: deslocamento rápido de uma massa de solo ou de 
rocha que, rompendo-se do maciço, desliza para baixo e para o lado, ao 
longo de uma superfície de deslizamento.
 » Rastejo (subsidência ou creep): deslocamento lento e contínuo de 
camadas superficiais sobre camadas mais profundas, com ou sem limite 
definido entre a massa de terreno que se desloca e a que permanece 
estacionária. A velocidade de rastejo é de cerca de 30 cm por decênio, 
enquanto que a velocidade média de avanço de um escorregamento é da 
ordem de 30 cm por hora. A curvatura dos troncos de árvores, inclinação 
de postes e fendas no solo são algumas das indicações do rastejo.
Geralmente, os tipos de escorregamentos podem ser divididos em cinco grandes grupos:
 » Quedas ou desprendimentos (falls): destacamento ou “descolamento” 
de solo ou rocha de um talude íngreme.
 » Desprendimento (topples): rotação de massa de solo ou rocha em 
um ponto ou eixo abaixo do centro de gravidade da massa deslizante. 
Pode levar ao movimento de queda ou escorregamento propriamente 
dito, dependendo da geometria do terreno.
 » Escorregamento (propriamente dito ou slide): movimento de 
descida de massa de solo ou rocha, tendo uma superfície de ruptura 
bem definida. Geralmente o centro de rotação está acima do centro de 
gravidade da massa deslizante. Quando ocorre lenta e progressivamente, 
pode receber também o nome de rastejo ou creep.
 » Espalhamento (spread): descreve movimentos relativamente rápidos 
de massas de argila, que podem ter estado estáveis por muito tempo, que 
se deslocam para frente por uma distância considerável.
 » Corridas de lama (mood flow): Movimentos muito rápidos de solo 
argiloso mole, que se move como se fosse um fluido viscoso. Movimentos de 
“fluxo” também podem acontecer com outros materiais, por exemplo, 
areia seca.
36
UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Os taludes podem ser ainda classificados quanto à sua forma geométrica:
Figura 13. Formas geométricas de encostas.
Fonte: Adaptado de Gerscovich, 2012.
Onde: L - linear; V - convexo; C - côncavo.
Quanto à velocidade, os movimentos de massa podem ser classificados como:
Quadro 5. Classificação quanto à velocidade.
Nomenclatura Velocidade
Extremamente rápido > 3m/s
Muito rápido 0,3m/s a 3m/s
Rápido 1,6m/dia a 0,3m/s
Moderado 1,6m/mês a 1,6m/dia
Lento 1,6m/ano a 1,6m/mês
Muito lento 0,06m/ano a 1,6m/ano
Extremamente lento < 0,06m/ano
Fonte: Adaptado de Gerscovich, 2012.
importância dos projetos de estabilidade 
de taludes
Na elaboração de projetos de estabilidade de taludes, deve ficar clara a unicidade de 
cada caso, pois dentro da natureza as coisas não se repetem. Então, a solução para um 
determinado terreno não será a mesma para outro. 
Segundo Gerscovich (2012), a função maior para um estudo detalhado da estabilidade 
do solo é que possa ser concebido um projeto que vá gerar o menor número de problema 
relacionado à estrutura. 
37
RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
Essa análise deve ser capaz de avaliar a possibilidade de acontecimentos como o 
escorregamento de massa em taludes naturais ou construídos. 
Usualmente, a análise é feita com o comparativo das tensões cisalhantes mobilizadas 
com a resistência ao cisalhamento. Essas informações definem um fator de segurança.
Figura 14. Fator de segurança.
Fonte: Gerscovich, 2012.
O fator de segurança garante a relação entre as forças resistentes e forças contrárias que 
provocam o deslizamento. A deformação é caracterizada por ser uma ruptura grande 
que impede qualquer atividade no local. 
O projeto deve contemplar o estudo das características geológicas e geotécnicas para 
elaboração do perfil, contendo uma ou mais seções. Deve incluir o modelo de cálculo 
adotado e seus parâmetros, diagnóstico e concepção do projeto, incluindo as possibilidades 
de alternativas e o detalhamento da obra com as respectivas fases de execução. 
As variáveis que compõem o projeto como o ângulo de atrito, coesão, resistência à 
compressão e tensões são previstas de forma aleatória, pois não há possibilidade de 
conseguir um valor de parâmetro em local determinado.
A deformação que leva à ruptura em taludes de solo ou mesmo os de rocha tem causas 
variáveis, pois há um certo grau de dificuldade em se afirmar que a ruptura de um talude, 
de qualquer natureza, tenha apenas uma causa. Existem algumas causas, como tensão 
de cisalhamento e fatores que contribuem para reduzir a resistência ao cisalhamento.
Algumas ações também contribuem para o enfraquecimento do talude, como erosão, 
ação das ondas, queda de blocos, deslizamentos, subsidência, trabalhos antrópicos, 
cortes em rocha, alteração de nível d’água em reservatórios. 
38
UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Todas essas ações funcionam como uma remoção do suporte lateral do talude. Ainda 
outros fatores entram nesse enfraquecimento do talude, como aterros, prédios, chuvas, 
acumulação de tálus (adição de sobrecarga ao talude), vibrações externas e mecanismos 
naturais de alívio de tensões.
Dentro da concepção do projeto de estabilidade, vários outros projetos devem ser 
contemplados de acordo com a estrutura a ser implantada na área determinada. Os 
projetos de drenagem, por exemplo, devem estar em harmonia com a estrutura, pois 
esta justaposição é fundamental para o bom funcionamento e ideal para que a estrutura 
tenhavida útil longa.
39
CAPítulo 2
Mapeamento de áreas de riscos 
em encosta
Existem diferentes métodos de se mapear e controlar as áreas de risco. Por isso, é importante 
que se conheçam todas as informações disponíveis sobre a área e suas características. 
Nesta disciplina, aprenderemos a metodologia mais comumente utilizada no Brasil, 
além de um roteiro muito utilizado para avaliar a estabilidade dos maciços rochosos. 
Este capítulo é baseado e/ou reproduzido dos materiais elaborados pelo Ministério 
das Cidades para o curso de capacitação em gestão de riscos (BRASIL, 2008) e o de 
mapeamento de risco (BRASIL, 2007).
importância do mapa de risco
Já sabemos que o mapa de risco é uma documentação cartográfica que elucida as áreas 
de risco e determina o grau de risco a partir de um sistema de cores.
É por meio de documentos como o mapa de risco que o Plano Diretor e a Lei de Uso 
e Ocupação do Solo podem atuar no planejamento das diretrizes para o processo de 
reurbanização segura da população afetada.
Figura 15. Mapa de risco de erosão e escorregamento da região 4 do município de Camaragibe-PE.
Fonte: bandeira, 2003.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
O mapa de risco pode ser utilizado para:
 » auxiliar no processo de planejamento urbano;
 » definir as áreas de maior urgência para intervenção técnica;
 » definir o plano de tratamento através do conhecimento do risco atuante 
na área;
 » servir de documento de base legal para solicitação de financiamento para 
projetos;
 » servir de base técnica para elaboração de projetos e orçamentos para as 
obras de intervenção.
Métodos de mapeamento
O mapeamento de risco pode ser feito pelo método do zoneamento ou pelo método do 
cadastramento.
O zoneamento delimita os setores, identificando o tipo de processo destrutivo que 
atua na área, caracterizando a área a partir do fornecimento de informações de suas 
particularidades, delimitando o grau de risco presente em cada grupamento de moradias 
em risco (figura 15 acima).
Figura 16. Cadastramento das moradias do setor 3 com grau de risco alto do município de Camaragibe-PE.
Fonte: Adaptado de bandeira, 2003.
Por sua vez, o cadastramento avalia o risco de forma pontual, analisando a situação 
de cada moradia (figura 16 acima). Este método gera informações sobre cada uma das 
moradias classificadas e marcadas com a possibilidade do desastre. Incluem-se, no 
cadastramento, informações sobre o espaço físico da moradia, quantidade de moradores 
e o grau de risco.
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
Critérios de análise
A análise do grau de risco de determinada área pode ser realizada de duas maneiras: 
análise quantitativa (probabilística) ou qualitativa (relativa).
Análise probabilística
A análise probabilística determina o risco pelo cálculo de probabilidade de acontecimento 
do risco em um tempo pré-determinado. 
Esta técnica é muito utilizada em análises racionais que consideram a relação custo-
benefício das intervenções de segurança.
No Brasil, esta técnica ainda é pouco utilizada, uma vez que ela exige muito conhecimento 
sobre os movimentos de massa já acontecidos nos anos anteriores. Quanto maior a 
gama de dados, melhor a análise probabilística.
São exemplos dos dados necessários:
 » intensidade das chuvas; 
 » causas do acidente; 
 » volumes deslizados; 
 » recorrência dos processos; 
 » outras informações relevantes.
A análise quantitativa calcula o Índice Quantitativo de Risco (IQR). Este índice é o 
valor calculado para melhor expressar a probabilidade de ocorrer um acidente com 
fatalidades em um ano. 
O cálculo de IQR traz muitas vantagens para a Defesa Civil, como “o estabelecimento 
de um parâmetro para a alocação de investimentos em obras de estabilização a partir 
de critérios bem definidos que permitem a comparação entre situações distintas” 
(BRASIL, 2008).
O município do Rio de Janeiro já utiliza a análise quantitativa há alguns anos, por meio 
do método de Cerri modificado. O Rio de Janeiro, à época da implantação, já tinha 40 
anos de informações sobre suas encostas. Então, adaptaram o método de Cerri para a 
seguinte equação:
IQR= P . C . Fi (eq. 1)
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Onde:
IQR = índice quantitativo de risco;
P = probabilidade de ocorrência de um escorregamento com vítimas;
C = consequência (referente às perdas casadas pelo escorregamento);
Fi = fator de correção para intervenções realizadas.
Quanto mais próximo de 1, maior a possibilidade da ocorrência do desastre com 
danos humanos em até um ano. Quando o IQR for nulo, não há risco e a área deve ser 
desconsiderada como passível de desastre.
Análise relativa
Esta análise determina o risco a partir da comparação entre situações de risco já 
estabelecidas. O grau de risco é dado por meio de termos (muito alto, alto, médio e baixo). 
Esta análise é muito utilizada para verificar quais áreas precisam de atenção mais imediata 
que outras. Sob esta análise, encontram-se os métodos de mapeamento por zonas.
O Ministério das Cidades recomenda o uso da análise qualitativa para avaliar os riscos 
potenciais dos municípios. Também estabelece o roteiro que deve ser utilizado para 
elaborar o mapeamento. 
A seguir, uma demonstração do modelo recomendado para executar o trabalho de 
campo, elaborar o mapeamento e avaliar a estabilidade dos maciços.
Procedimentos gerais para o trabalho 
de campo
1º passo: Definir os processos destrutivos 
 » elaborar um padrão de ocorrência para cada processo; 
 » descrever o desenrolar do desastre e de suas consequências.
2º passo: Realizar o trabalho de campo propriamente dito 
 » fazer as investigações geológicas e geotécnicas da superfície; 
 » identificar evidências de instabilidade;
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
 » apontar os indícios de desenvolvimento do processo destrutivo; 
 » verificar todos os aspectos relacionados a estes processos.
3º passo: Registrar os resultados 
 » preencher as fichas com as informações coletadas em campo;
 » interpretar os dados adquiridos.
4º passo: Delimitar os setores de risco
 » fazer o mapeamento de risco;
 » atribuir grau de probabilidade de ocorrência de desastre para cada setor.
5º passo: Localizar as áreas de risco
 » marcar, no mínimo, um ponto por setor lido pelo GPS;
 » representar os pontos lidos de cada setor no mapa;
 » identificar os pontos em mapas georreferenciados por fotografias aéreas 
ou oblíquas;
 » numerar ou codificar cada setor.
6º passo: Estimar as consequências potenciais dos processos destrutivos
 » avaliar as possíveis formas de desenvolvimento dos processos;
 » definir o número de moradias ameaçadas;
 » registrar a quantidade de residências para remoção;
 » indicar alternativas de intervenção em curto, médio e longo prazo.
Metodologia de mapeamento de risco 
em encostas
A seguir, a explanação do roteiro de cadastro emergencial de riscos de deslizamentos 
padrão utilizado na região Sudeste com maior frequência.
O Ministério das Cidades, por meio da publicação Mapeamento de riscos em encostas 
e margens de rio (BRASIL, 2007), definiu o roteiro padrão em oito passos a seguir 
reproduzidos.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
1º passo: Dados gerais sobre a moradia
 » preencher cuidadosamente o endereço;
 » acrescentar informações que ajudem a voltar ao local;
 » complementar com características físicas do logradouro;
 » identificar as características do tipo de moradia (casas de alvenaria 
apresentam maior resistência que as de madeira de baixa qualidade, 
por exemplo).
2º passo: Caracterização do local
 » definir o tipo de talude (natural, corte ou aterro) ou parede rochosa;
 » medir a distância entre a moradia e o talude ou parede rochosa.
Quadro 6. Ficha de caracterização do local – parte 01.
1º passo – dados gerais sobre a moradia
LOCALIZAÇÃO:____________________________________________
NOME DO MORADOR:______________________________________
CONDIÇÕES DE ACESSO À AREA:____________________________TIPO DE MORADIA: [ ] Alvenaria [ ] Madeira [ ] Misto (alvenaria e madeira)
2º passo – caracterização do local (encosta, corte, aterro ou parede rochosa)
[ ] Encosta natural - Altura de ____m 
Inclinação:
[ ] Talude de corte - Altura de ____m 
Inclinação:
[ ] Dist. da moradia:____ m da base da encosta/talude
 
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
OU [ ] Dist. da moradia: ____m do topo da encosta/talude
 
[ ] Talude de aterro - Altura de ____m
Inclinação:
[ ] Dist. da moradia:____ m da base do aterro
OU [ ] Dist. da moradia: ____m do topo do aterro
[ ] Presença de parede rochosa - altura _____ m
Inclinação:
[ ] Presença de blocos de rocha e matacões
[ ] Presença de lixo/entulho
Fonte: Adaptado de brasil, 2007.
3º passo: Presença de água
Perguntar aos moradores de cada residência sobre:
 » fonte de água de uso (poço, rede de abastecimento, fonte natural próxima);
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
 » lançamento dela após o uso (lançamento a céu aberto, fossa ou rede 
de esgoto);
 » existência e funcionamento do sistema de captação de água de chuva 
(inexistente, precário ou satisfatório);
 » existência de vazamento na tubulação (caso sim, qual tubulação);
 » existência de minadouro d’água no talude ou na parede rochosa (caso 
sim, em que ponto - topo, pé ou meio).
4º passo: Vegetação no talude ou proximidades
Grande parte dos tipos de vegetação disponíveis traz vantagens sobre o deslizamento, 
retardando-o ou impedindo-o. No entanto, nem todo tipo de vegetação confere estabilidade 
às encostas e/ou taludes. 
As bananeiras são um exemplo de vegetação prejudicial à estabilidade, pois facilitam a 
infiltração. Contudo, as bananeiras são o tipo de vegetação mais cultivado nas encostas, 
tanto para fonte de alimentação quanto para fonte de renda.
Quanto à vegetação nos taludes ou em suas proximidades, as informações coletadas 
devem contemplar:
 » presença de árvores (e quais);
 » presença de vegetação rasteira (qual tipo);
 » área de cultivo (qual cultura);
 » existência de área desmatada.
5º passo: Sinais de movimentação
Os sinais de movimentação antecedem a ruptura ou deslizamento da encosta. A análise 
destes sinais implica na prevenção de danos e prejuízos.
Os sinais de movimentação são também chamados de feições de instabilidade. Deve-se 
perguntar aos moradores sobre a ocorrência das seguintes feições:
 » trincas13 (no terreno e nas moradias);
 » degraus de abatimento14 (no terreno);
 » inclinação (nas árvores15, nos muros e nos postes);
13 Também conhecidas como fissuras, fendas ou rachaduras.
14 Diferença de nível no terreno causada por colapso do solo.
15 Tronco reto e inclinado indica movimento posterior ao crescimento da árvore e tronco torto e inclinado indica movimento 
simultâneo ao crescimento.
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
 » embarrigamento16 (nos muros e nas paredes);
 » cicatriz de deslizamento17 (próxima à moradia).
6º passo: Tipos de processos de instabilização esperados ou ocorridos
Neste passo, espera-se que o pesquisador de campo, ao verificar as informações já 
coletadas nos passos anteriores, saiba reconhecer o processo (rastejo, escorregamento, 
queda ou corrida) que pode ocorrer. 
Caso o processo já tenha acontecido, fica fácil tomar a informação. Em casos de quedas 
e/ou rolamento de blocos rochosos, é interessante que um especialista analise a área.
Augusto Filho, citado pela publicação do Ministério das Cidades (BRASIL, 2007), 
montou um quadro de análise das características do movimento encontrado para 
classificar o processo. A seguir, uma adaptação deste quadro.
Quadro 7. Classificação dos processos erosivos.
Processos Características do movimento/material/geometria
Rastejo (creep)
( ) vários planos de deslocamento (internos)
( ) velocidades muito baixas a baixas (cm/ano) e decrescentes com a profundidade
( ) movimentos constantes, sazonais ou intermitentes
( ) solo, depósitos, rocha alterada/fraturada
( ) geometria indefinida
Escorregamento (slide)
( ) poucos planos de deslocamento (externos)
( ) velocidades médias (m/h) a altas (m/s)
( ) pequenos a grandes volumes de material
( ) geometria e materiais variáveis:
 PLANARES: solos poucos espessos, solos e rochas com um plano de fraqueza;
CIRCULARES: solos espessos homogêneos e rochas muito fraturadas;
EM CUNHA: solos e rochas com dois planos de fraqueza.
Queda (fall)
( ) sem planos de deslocamento
( ) movimento tipo queda livre ou em plano inclinado
( ) velocidades muito altas (vários m/s)
( ) material rochoso
( ) pequenos a médios volumes
( ) geometria variável: lascas, placas, blocos etc.
ROLAMENTO DE MATACÃO
TOMBAMENTO
16 Apresentação de curvas ou “barrigas” na estrutura.
17 Os deslizamentos produzem cicatrizes, que são marcas no terreno demonstrando a geometria do deslizamento.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Processos Características do movimento/material/geometria
Corrida (flow)
( ) muitas superfícies de deslocamento (internas e externas à massa em movimentação)
( ) movimento semelhante ao de um líquido viscoso
( ) desenvolvimento ao longo das drenagens
( ) velocidades médias a altas
( ) mobilização de solo, rocha, detritos e água
( ) grandes volumes de material
( ) extenso raio de alcance, mesmo em áreas planas
Fonte: brasil, 2007.
7º passo: Determinação do grau de risco
O sétimo passo é responsável por determinar o grau do risco. É necessário que se 
analisem os condicionantes geológico-geotécnicos: padrão construtivo da moradia, 
tipo e inclinação dos taludes, distância da moradia ao talude, presença de água, sinais 
de movimentação. 
Após analisar o quadro a seguir, o pesquisador de campo classifica o grau de risco entre:
 » 1 (baixo ou sem risco);
 » 2 (médio);
 » 3 (alto);
 » 4 (muito alto).
Quadro 8. Estabelecimento do grau de risco.
Condições
Grau de Risco
1 2 3 4
Potencial de desenvolver processos destrutivos a partir dos condicionantes geológico-
geotécnicos 
Baixo Médio Alto Muito alto
Sinais de movimentação Inexistentes Alguns Poucos Muitos
Possibilidade de ocorrência de desastre caso haja manutenção das condições existentes Nenhuma Reduzida Provável Muito provável
Fonte: brasil, 2007.
8º passo: Necessidades de remoção
Coleta de informações para o caso de remover os moradores da área de risco. Nesse 
passo, deve ser estimada a quantidade de pessoas por moradia analisada.
Também devem constar, quando necessárias, informações que auxiliem na precisão dos 
dados, como croquis da planta de situação da moradia ou grupo de moradias ameaçadas 
e do perfil da encosta em análise.
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
roteiro para avaliação de estabilidade de 
rochas e maciços rochosos
Seguindo o padrão do mapeamento das encostas, existe um roteiro específico para uma 
situação de risco de queda ou rolamento de blocos rochosos. Neste roteiro, se busca 
definir apenas a estabilidade ou falta dela da área ameaçada. A seguir, as figuras 19, 20, 
21 e 22 trazem o roteiro:
Quadro 9. Estabilidade de maciços rochosos – parte 01.
Cadastro e avaliação de risco de rochas
Vistoria técnica para blocos rochosos em encostas
Número: _____ Cadastro: _____
Localização: Data: ____/____/_____
1. Tipologia
[ ] Talude rochoso [ ]Talude em solo
[ ] A- Vertical (80 a 90°) [ ] B- Inclinado
2. Localização dos blocos rochosos
a) Talude em solo
[ ] A- imerso no solo
[ ] B- depositado na face do talude em solo
b) Talude rochoso
[ ] A- parte do talude em rocha
[ ] B- depositado na face do talude em rocha
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
3. Condições de contato dos blocos rochosos
a) Rocha/Rocha
[ ] A- inclinado
[ ] B- contato liso
b) Rocha/solo
[ ] A- solo seco
[ ] B- solo saturado
[ ] B- erosão no contato
4. Ângulo do bloco em relação à base
[ ] A- 0 a 15° [ ] B- 15° a 30° [ ] B- maior que 30°
5. Condições de equilíbrio estático[ ] A- 70% em contato
[ ] B- mais de 70% em contato
6. Condições de alteração do material
[ ] A- são
[ ] A- médio a pouco alterado
[ ] B- muito alterado
[ ] B- desagrega manualmente
7. Forma geométrica
[ ] A- lascas (extremidades finas)
[ ] B- lajes (largura ou espessura bem menor que o comprimento)
[ ] B- arredondados ou cúbicos
8. Posição
[ ] A- área maior do bloco em contato com a superfície
[ ] B- área menor do bloco em contato com a superfície
9. Dimensões (aproximadas)
[ ] A- menor que 20x20x20 cm
[ ] B- maior que 20x20x20 cm
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
10. Estrutura
a) Talude em rocha
[ ] A- 1 família de fraturas
[ ] B- 2 famílias de fraturas
[ ] B- 3 ou mais famílias de fraturas
b) Talude em solo
[ ] A- associado a solo natural
[ ] B- associado a aterro
11. Desenho da situação
Observações:
Quantidade de opções ‘A’ marcadas: _____
Quantidade de opções ‘B’ marcadas: _____
S B < A = estável
Se B ≥ A = instável
Se B >>> A = muito instável
Resultado da avaliação
[ ] Estável (B < A)
[ ] Necessitando de monitoração (B = A ou B= A + 1)
[ ] Necessitando de interdição e inspeção técnica (B >>> A)
Vistoria efetuada por:_______________________________________
Nome: ____________________________________
Ass: ______________________________
Fonte: Adaptado de brasil, 2007.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Após preencher o roteiro, deve-se estabelecer o grau de risco:
Quadro 10. Estabelecimento do grau de risco.
Grau de 
risco
Condição da 
rocha
Caracterização do 
risco
Condicionante Ação
1 Estável Baixo ou inexistente Sinais de escavação ou outra atividade antrópica ---
2 Instável Médio
Já ocorreu a ruptura e existe remanescente em direção da área 
de influência
Alerta
Interdição
3 Instável Alto
Não ocorreu a ruptura e existe direção de queda provavelmente 
na área de influência
Alerta
Interdição
4 Muito instável Muito alto Qualquer atividade de uso e ocupação no entorno
Alerta
Interdição
Fonte: brasil, 2007.
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CAPítulo 3
Mapeamento de áreas de riscos hidrológicos
riscos hidrológicos
As áreas de risco hidrológico são as regiões urbanizadas que, em tempos de chuvas intensas, 
recebem grande quantidade de água pluvial por ter baixo potencial de escoamento, 
infiltração e/ou drenagem.
As enchentes e inundações representam um dos principais tipos de desastres naturais 
que afligem constantemente diversas comunidades em diferentes partes do planeta, 
sejam áreas rurais ou metropolitanas.
Aspectos conceituais
Alagamento: acúmulo temporário de água em certa área por deficiência de drenagem.
Figura 17. Alagamento.
Fonte: Adaptado de brasil, 2007.
Área de risco hidrológico: terreno próximo a um curso d’água ou que tenha baixo 
potencial de drenagem, passível de sofrer enchente ou inundação.
Enchente (cheia): elevação temporária do nível d’água, atingindo, no máximo, as 
partes mais baixas do terreno.
Figura 18. Níveis de enchente e inundação.
Fonte: Adaptado de brasil, 2007.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Enxurrada: escoamento concentrado, com alta energia de transporte, em vias de 
tráfego ou trajeto de antigos cursos d’água. 
Erosão: remoção e transporte de solo das margens dos rios.
Inundação: extravasamento da água dos cursos d’água e dos canais de drenagem, 
acarretando grandes danos e prejuízos à população da área afetada.
Planície de inundação: áreas marginais que recebem episodicamente os excessos de 
água que extravasam do canal de drenagem.
Solapamento: ruptura de taludes marginais do rio por erosão e ação instabilizadora 
das águas durante ou logo após processos de enchentes e inundações.
Vazão: quantidade de água que passa por uma dada seção em um canal de drenagem 
num período de tempo.
A seguir, os riscos hidrológicos são listados de acordo com os processos que os geram e 
suas possíveis causas.
Quadro 11. Cenários de risco hidrológico.
Risco Hidrológico Características do processo
Enchente
 » Seus efeitos são restritos ao canal de drenagem. 
 » Processos de erosão e solapamento dos taludes marginais decorrentes da enchente. 
 » Impacto destrutivo em função da alta energia de escoamento. 
 » Possibilidade alta de destruição de moradias. 
 » Possibilidade moderada a alta de perda de vidas humanas.
Inundação
 » Inundação de extensas áreas de baixada associadas à planície de inundação dos rios. 
 » Dinâmica lenta de escoamento superficial. 
 » O recuo das águas para o leito menor é relativamente lento. 
 » É grande o número de moradias afetadas. 
 » Geralmente não há registro de perda de vidas humanas. 
 » Nas baixadas litorâneas, há o efeito da maré.
Enchente, inundação,
enxurrada e erosão
 » Ocorre geralmente em anfiteatros de drenagem de relevo serrano. 
 » Alta energia de impacto destrutivo. 
 » Possibilidade alta de perda de vidas humanas. 
 » Possibilidade de destruição total ou parcial de moradias.
Fonte: brasil, 2008.
As enchentes e inundações se diferem pela sua área de alcance, causas e consequências. 
A seguir, a figura a seguir demonstra a diferença entre os dois riscos hidrológicos.
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RISCOS AMBIENTAIS │ UNIDADE II
Figura 19. Diferença entre enchente e inundação.
Fonte: Adaptado de brasil, 2007.
Critérios de análise de risco
Os critérios de análise de risco hidrológico são três: o cenário, a vulnerabilidade e a 
periculosidade. 
O primeiro critério é a análise dos cenários passíveis de ocorrência nas áreas em 
investigação. Cada um dos cenários tem um grau deferente de poder destrutivo, sendo 
o C1 o cenário de menor poder de destruição e o C3 de maior.
Quadro 12. Possíveis cenários de risco.
Cenário Processo hidrológico
C1 Enchente e inundação lenta de planícies fluviais
C2 Enchente e inundação com alta energia cinética
C3 Enchente e inundação com alta energia de escoamento e capacidade de transporte de material sólido.
Fonte: brasil, 2008.
O segundo critério se refere à vulnerabilidade da ocupação urbana na área analisada. 
Basicamente, diz respeito ao padrão construtivo de cada moradia analisada. São duas 
as possibilidades e se dividem entre alta e baixa vulnerabilidade.
Quadro 13. Vulnerabilidade de acidentes.
Vulnerabilidade Padrão construtivo
V1 Alta
Baixo padrão construtivo, onde predominam moradias construídas com madeira, madeirite e restos de material com 
baixa capacidade de resistir ao impacto de processos hidrológicos.
V2 Baixa
Médio a bom padrão construtivo onde predominam moradias construídas em alvenaria com boa capacidade de resistir 
ao impacto de processos hidrológicos.
Fonte: brasil, 2008.
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UNIDADE II │ RISCOS AMBIENTAIS
Por fim, o terceiro critério se refere à periculosidade inerente à distância entre a 
moradia analisada e o eixo de drenagem mais próximo. Este critério se divide em duas 
possibilidades: alta e baixa periculosidade.
Quadro 14. Periculosidade.
Periculosidade Distância da moradia ao eixo de drenagem
P1 Alta
Alta possibilidade de impacto direto, 
considerando o raio de alcance do processo destrutivo.
P2 Baixa
Baixa possibilidade de impacto direto, 
considerando o raio de alcance do processo destrutivo.
Fonte: brasil, 2008.
definição de níveis de risco
É possível definir os níveis de risco a partir das possíveis combinações entre os três 
critérios analisados anteriormente.
O quadro a seguir combina o cenário com a vulnerabilidade e a periculosidade, para 
que, a partir de cada combinação, possamos definir o risco inerente a cada moradia 
situada em determinada área de risco.
Os riscos hidrológicos são classificados em quatro níveis diferentes, considerando a 
possibilidade de ocorrência do desastre: B = baixo; M = médio; A = alto; MA = muito alto.
Quadro 15. Grau de risco.
Cenário e 
Vulnerabilidade
Periculosidade
P1 P2
C1
V1 M B
V2 B B
C2
V1 A M
V2 M B
C3
V1 MA A
V2 A M
Fonte: Adaptado de brasil, 2008.
Risco baixo (1): existem 4 possibilidades de obtermos áreas de risco baixo.
a. C1xV1xP2 = enchente e inundação lenta em moradia de baixo

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