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Valeria Martins Silveira de Andrade matricula 14206092 professora Professora Jane Bittencourt ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO DA UNIDADE II: Uma das fortes tendências da educação e da sociedade na atualidade é a de eliminar diferenças, afetando os sistemas educacionais, que recebem grandes pressões de avaliações internacionais que comparam e competem entre si. Como resultado, nota-se a retirada gradual de componentes culturais na definição dos sistemas educacionais. Os critérios classificatórios são gerados a partir de uma referência ou um referencial tendo como conseqüência definir práticas e mesmo sistemas educacionais. Entretanto ativam-se métodos, muitas vezes vagos, de resistência, que tem por objetivo preservar e recuperar os traços de uma cultura, tais como: Tradições, culinária, artesanato, idiomas, esculturas, danças, etc. Dessa maneira, estimulando a criatividade e contribuindo com a diversidade cultural. Dai a necessidade de falarmos sobre as concepções de currículo. “Autoridades e propostas curriculares oficiais. À palavra currículo associam-se distintas concepções, que derivam dos diversos modos de como a educação é concebida historicamente, bem como das influências teóricas que a afetam e se fazem hegemônicas em um dado momento. Diferentes fatores socioeconômicos, políticos e culturais contribuem, assim, para que currículo venha a ser entendido como: (a) os conteúdos a serem ensinados e aprendidos; (b) as experiências de aprendizagem escolares a serem vividas pelos alunos; © os planos pedagógicos elaborados por professores, escolas e sistemas educacionais; (d) os objetivos a serem alcançados por meio do processo de ensino; (e) os processos de avaliação que terminam por influir nos conteúdos e nos procedimentos selecionados nos diferentes graus da escolarização.” MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V.M. Currículo, conhecimento e cultura. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007 O autor resume esses aspectos como uma experiência escolar que contribui para a construção da identidade do aluno através do conhecimento em meio às relações sociais, associando o currículo escolar a pedagogia voltando-o para intenções educativas também. Neste caso a palavra currículo se refere apenas às atividades realizadas dentro da escola. O autor menciona também o currículo oculto, que é trabalhado dentro das escolas, que envolve desde política a mensagens subliminares de relações sociais e cotidiano. É avaliado as conseqüências que esses currículos trazem consigo para o entendimento e o impacto em nossa sociedade. “Fazem parte do currículo oculto, assim, rituais e práticas, relações ierárquicas, regras e procedimentos, modos de organizar o espaço e o tempo na escola, modos de distribuir os alunos por grupamentos e turmas, mensagens implícitas nas falas dos(as) professores(as) e nos livros didáticos. São exemplos de currículo oculto: a forma como a escola incentiva a criança a chamar a professora (tia, Fulana, Professora etc); a maneira como arrumamos as carteiras na sala de aula (em texto03_520.indd 18 3/10/2007 14:26:12 Indagações sobre currículo 1 círculo ou alinhadas); as visões de família que ainda se encontram em certos livros didáticos (restritas ou não à família tradicional de classe média).” MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V.M. Currículo, conhecimento e cultura. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007 O autor se refere ao currículo como o coração da escola, sendo centralizados nele a maneira que todos devem desenvolver suas atividades em seus diferentes níveis. “Resumidamente, cabe reconhecer, hoje, a preponderância da esfera Cultural na organização de nossa vida social, bem como na teoria social contemporânea. ” MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V.M. Currículo, conhecimento e cultura. Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2007 A diversidade cultural pode ser encarada de duas maneiras, uma delas é positivamente ao olharmos para o que ela pode impactar nas questões pedagógicas como mencionado pelo autor a renovação e o enriquecimento das possibilidades, mas também tem seu impacto negativo que é trazer consigo confrontos e conflitos freqüentes. Currículo e conhecimento escolar são abordados em conjunto e neste momento o currículo passa a ser tratado como um elo entre a escola, os saberes e os conhecimentos e a sociedade e suas práticas. O autor passa a se referir aos saberes e conhecimentos sociais como fonte dos conhecimentos escolares, são os chamados por ele como “âmbitos de referência dos currículos”, Capazes de produzir saberes diversificados sendo selecionados e separados para fazerem parte do currículo. “Que são esses âmbitos de referência? Podemos considerá-los como correspondendo: (a) às instituições produtoras do conhecimento científico (universidades e centros de pesquisa); (b) ao mundo do trabalho; (c) aos desenvolvimentos tecnológicos; (d) às atividades desportivas e corporais; (e) à produção artística; (f) ao campo da saúde; (g) às formas diversas de exercício da cidadania; (h) aos movimentos sociais (Terigi, 1999).” Passando a serem ensinados nas escolas com a finalidade de contribuir para a formação dos alunos e que devem ser encarada por professores e gestores como uma parte de conhecimento a ser transmitida. Algumas das críticas em relação a esse tipo de currículo: “não há como inserir, nas salas de aula e nas escolas, os saberes e as práticas tal como funcionam em seus contextos de origem. Para se tornarem conhecimentos escolares, os conhecimentos de referência sofrem uma descontextualização e, a seguir, um processo de contextualização.” Com isso gera dificuldades em tratar certos temas afetando os trabalhos pedagógicos uma vez que dentro do ambiente escolar não se pode trabalhar a realidade, o autor dá um exemplo na educação física proposta pela escola e o atletismo, que se seguida a linha de pensamento anterior então a educação física também não poderia ser ensinada nas escolas. Com esta visão o entendimento deste processo de construção do currículo facilita o entendimento do professor no processo pedagógico podem surgir novas abordagens. A culturaainda nos dias de hoje é associada somente a artes, sendo vista como música, literatura, cinema, teatro, pintura, etc. Os estudiosos dividem opiniões no que se refere a cultura e a educação, para uma parte as grandes obras e grandes idéias devem fazer parte do foco do currículo escolar, a partir do século xx essa noção de cultura inclui também conteúdos como cultura popular. O objetivo do autor é mostrar que: “os currículos desenvolvidos tornem evidente que elas não são naturais; são, ao contrário, “invenções/construções” históricas de homens e mulheres, sendo, portanto, passíveis de serem desestabilizadas e mesmo transformadas. Ou seja, o existente nem pode ser aceito sem questionamento nem é imutável; constitui-se, sim, em estímulo para resistências, para críticas e para a formulação e a promoção de novas situações pedagógicas e novas relações sociais se evidenciam, no currículo, a construção social e os rumos subseqüentes dos conhecimentos, cujas raízes históricas e culturais tendem a ser usualmente “esquecidas”, o que faz com que costumam ser vistos como indiscutíveis, neutros, universais, intemporais.” Na visão do autor, isso tudo não anda em conjunto com a didática, que tem sua história modificada ou até mesmo anulada com o decorrer dos anos. Então ha indagações que norteiam esse assunto, tais como: “(a) onde situar as origens da ciência: em culturas européias ou culturas não européias?; (b) em que medida a ciência moderna pode ser considerada ocidental?; (c) existem ou podem vir a existir ciências, elaboradas em outras culturas, que também “funcionem”, que também expliquem a realidade?; (d) por que a escola insiste em apresentar a ciência ocidental como a única possibilidade?; (e) que conflitos se encontram subjacentes aos processos de construção e de difusão do conhecimento científico?; (f) que debates têm sido gerados pela introdução, na comunidade científica, de novas teorias?; (g) por que a escola insiste em apresentar uma teoria consensual da ciência?”. Tais indagações e comparações com a ciência faz parte do que o autor defende e isso instiga ele a relacionar as experiências com os conteúdos do currículo da escola, permitindo analisar as vantagens e desvantagens para determinadas áreas. Em seguida é comentado sobre o que o autor chama de “os outros”, como se da a representação geral e as implicações em relação aos outros, sendo os outros em questão tais como negros, índios etc., tratados apenas em dias temáticos, sendo sugerido ao currículo incluir todos os grupos sociais que têm referenciais parecidos aos nossos, que têm hábitos de vida e visões de mundo que se aproximam dos nossos e que contribuem de alguma maneira, pois em sua essência eles são diferentes do que nos define. “Ao considerarmos o outro como sujeito pleno de uma marca cultural, estamos concebendo-o como membro de uma dada cultura, vista como uma comunidade homogênea de crenças e estilos de vida.” Por fim o autor comenta que pela história, os docentes têm lutado e conquistado espaço contra um sistema endurecido, onde se faz necessária uma reorganização da escola, destacando o que está em jogo que sao: a) Direitos dos profissionais da educação, dos pais, e aluno. b)O movimento dos trabalhadores da educação. c) Movimentos sociais. Vejo a matemática como uma metodologia ou ferramenta, estratégia ou visão desenvolvida pelos seres humanos ao longo dos anos afim facilitar o meio em que vive, explicar ou entender o mundo que nos cerca sendo, perceptível, e com o seu imaginário abstrato aplicável, dentro de um contexto cultural e social. Uma dos efeitos da sociedade globalizada é uma forte tendência para eliminar diferenças, desta maneira Particular atingindo os sistema educacional, chegando a escola como responsabilidade, esse esforço de eliminar as diferenças, ao introduzirem esse objetivo sociais para a escola, encontramos vários conflitos que envolvem, a própria sociedade, sabemos também que os sistemas educacionais brasileiros passam por grande pressões internacionais, que comparam e são competitivas muita das vezes. Ao mesmo tempo tenta-se resgatar, preservar e recuperar os traços identificadores de uma determinada cultura, tradição, os idiomas, manifestações artísticas em geral, e, desse modo, estimula a criatividade e contribuir para a diversidade cultural. Entendo a educação como uma estratégia usada para desenvolver indivíduo e sociedade, e que tem por objetivo avançar nas questões de satisfazerem as necessidades de sobrevivência e de excelência. Desta maneira Educação e matemática são ferramentas de contextos independentes mas que de acordo com as novas propostas podem ser usadas de maneira interdisciplinar. Como um professor de Matemática, vejo-me acima de tudo como professora, sendo o papel do professor ser um educador que tem a matemática como sua área de competência e como seu instrumento. O aluno então é o foco da escola, do professor e da sociedade, sendo ele mais importante que programas e conteúdos. A educação é a estratégia mais importante para levar o aluno a estar em paz consigo mesmo e a se localizar no mundo em que vive. Li uma vez, não me recordo onde, que a matemática tem sido mencionada como a ciência, das relações, fórmulas, das medidas e dos números, sendo ela a ciência que apontam para, rigor, exatidão e precisão. Ao olharmos para a história da matemática, podemos ver quem contribuiu para o seu desenvolvimento, ou os responsáveis pelo avanço e desenvolvimento dessa ciência, são identificados na Antigüidade grega e depois ao longo da história nos países centrais da Europa, Alemanha, Inglaterra, Itália, França. Agora ao pensar em falar dessa matemática em ambientes sociais diferentes como com os índios ou os afro-americanos, traz a lembrança do invasor, do conquistador, então se ao desconsiderarmos as implicações citadas e mesmo assim ensinarmos a nossa matemática a um índio por exemplo, uma vez terminado os estudos, tudo volta ao que era. Enquanto na educação dessa criança, o real é substituído por uma situação que é idealizada para satisfazer os objetivos do professor. Nadavolta ao real ao terminar a experiência educacional. Ele tem suas raízes culturais, parte de sua identidade, eliminadas no no meio dessa aprendizagem, pois a maneira com que eles pensam a matemática deles é diferente, isso é deixado claro no texto Práticas Matemáticas no Xingu, então se um índio do Xingu aceita a visão matemática ocidental ele deixa seus princípios e valores e logo não tem mais como conviver em sua sociedade. Essa eliminação produz o excluído, quando isso acontece ele não é mais índio, mas também não é branco. Contextualizar a matemática é a forte tendência na questão da educação matemática. As manifestações conhecidas como cultura popular, muitas vezes, ignorada tem como efeito desencorajar, o povo como produtor e consumidor de cultura. Isso também vem sendo aplicado a matemática. Exemplo, geometria e aritmética. na geometria social, dos balões, é colorida, já o que se ensina, a parte teórica, desde os gregos, foi retirada a cor. Na aritmética dois limões e duas gatinhas são "dois" diferentes. Ao abstrair o “dois” assim como tirar as cores da geometria, essa descontextualização talvez seja o que tem dificultado o aprendizado da matemática nas escolas, uma vez que tornando as coisas cada vez mais abstratas e sem cores afasta o conteúdo da realidade do aluno.
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