Buscar

Projeto de Pesquisa - LPTA

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA / BACHARELADO EM LETRAS
Caroline Rosa Silva
Elaine Natiely da Silva Santos 
Quando a linguagem corporal permeia as relações pessoais no âmbito escolar
Recife
2021
Caroline Rosa Silva
Elaine Natiely da Silva Santos 
Quando a linguagem corporal permeia as relações pessoais no âmbito escolar
Projeto de Pesquisa apresentado ao Curso de Licenciatura/Bacharelado em Letras, da Universidade Federal de Pernambuco, como requisito parcial para aprovação na disciplina Leitura e Produção de Texto Acadêmico
Orientador: Prof° Drº Marco Antonio Lima do Bonfim
Recife
2021
SUMÁRIO
1 Tema 	4
1.1 Delimitação do tema 4
1.2 Problematização/ questões de pesquisa 4
1.3 Objetivos	4
1.3.1 Objetivo geral	4
1.3.2 Objetivos específicos	4
1.4 Justificativa	4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA / REVISÃO DA LITERATURA	5
3 METODOLOGIA	9
4 CRONOGRAMA	9
REFERÊNCIAS	10
1.TEMA
Quando a linguagem corporal permeia as relações pessoais no âmbito escolar.
1.1 Delimitação do tema
A linguagem corporal é uma forma de comunicação não verbal, onde o corpo humano passa a se expressar através de gestos, expressões faciais e posturas. A partir de um ambiente escolar, analisaremos como tal comportamento afeta a sociabilidade, a interatividade e o dia a dia dos alunos.
1.2 Problematização
Partindo do que é observado nas instituições escolares que lidam com a temática do bullying e levando em consideração a escassez do ensino de linguagem corporal como aliado para a prevenção de tal comportamento, o presente artigo reúne vários exemplos coletados no intuito de responder ao problema de pesquisa: Existe uma repetição e padronização de comportamentos agressivos?
1.3.Objetivos
1.3.1 Objetivo geral
Abordar a personalidade introvertida e extrovertida no foco da linguagem corporal.
1.3.2 Objetivos específicos
Identificação de predadores em suas possíveis ações.
1.4 Justificativa
O presente artigo tem como propósito apresentar conceitos e informações relativos à leitura corporal, o qual tem por foco abordar situações existentes e futuras no âmbito educacional referentes às posturas dos alunos, visto que uma análise pode ser mais precisa quando observada também a expressão corporal do discente. Em meio a um cenário de constantes mudanças do pensamento cognitivo, este estudo torna-se relevante pelo fato de servir como informativo pedagógico através de um conhecimento com fundamentos nos estudos de linguagem corporal a fim de ajudar na identificação de possíveis episódios de bullying no âmbito escolar.
2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Desde o início da sua vida o ser humano utiliza o corpo como uma ferramenta da linguagem. É na escola em que há o primeiro contato social da criança fora do contexto familiar, e para que ela interaja socialmente, ela utiliza o corpo como ferramenta de comunicação.
Antes de abordarmos o tema linguagem corporal e suas aplicações no melhoramento escolar, é importante relembrar o conceito de linguagem de modo geral. Para isso, a primeira definição parte do Dicionário Houaiss:
LINGUAGEM: qualquer meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais etc. (HOUAISS,2004:1763)
Para entendermos a ligação e importância da linguagem paralela a comunicação, definiremos o que seria a comunicação. Através do Dicionário Houaiss (2004):
COMUNICAÇÃO: ato ou efeito de comunicar-se, ação de transmitir uma mensagem e, eventualmente receber outra mensagem como resposta [...] (HOUAISS, 2004:781)
A priori, a linguagem tem como sua característica a comunicação e transmitir as informações ao longo de todo o tempo através de um processo de interação e, por conseguinte a assimilação dos conhecimentos, o que afasta a ideia de atividades individuais. Dessa maneira, sempre existirá uma comunicação.
É necessário entendermos que os gestos, em cada parte do corpo podem ter vários significados, tornando assim, uma forma de comunicação. No início do século XIX, um cientista francês Guillaume Duchenne de Boulogne fez algumas descobertas que os sorrisos são controlados por dois conjuntos de músculos: os zigomáticos maiores, que percorre todo o lado do rosto e se conectam com os cantos da boca, e os orbiculares ópticos, que puxam os olhos para trás. Os zigomáticos maiores puxam a boca para os lados, expondo os dentes e alargando as bochechas, ao passo que os orbiculares ópticos estreitam os olhos e produzem os pés – de- galinhas.
Mehrabian, pioneiro da pesquisa da linguagem corporal na década de 1950, apurou que em toda comunicação interpessoal cerca de 7% da mensagem é verbal (somente palavras), 38% é vocal (incluindo tom da voz, inflexão e outros sons) e 5% é não verbal.
A abordagem analítica de Maturana quanto à configuração do cérebro dos primatas, discorre ao questionamento do surgimento humano e o crescimento de seu cérebro atual, fazendo assim uma analogia do físico e sua relação com a linguagem. Apesar de uma teoria que trata o desenvolvimento humano através de instrumentalização, esse contexto é discordado, partindo como fator de causa a própria linguagem que está relacionada com as nossas coordenações, ações, interações e o emocional. Maturana afirma que os símbolos são secundários à linguagem, e a comunicação se deve a todo esse conjunto expositivo. A origem da linguagem, portanto, refere-se à reflexão sobre o convívio social para a conservação da espécie humana.
Vygotsky (2000) aborda de maneira peculiar a linguagem ligada ao pensamento. Ele não concebe uma separação entre pensamento e linguagem, nem define esses dois conceitos de maneira isolada, pois o pensamento e a linguagem estão diretamente ligados.
Nietzsche (1987) considera que os adultos deveriam dar mais atenção, considerar e seguir a fala da criança. Ele comenta sobre as alegrias, paixões, ciúmes, indicando que muitos sentimentos que se manifestam muitas vezes nos escravizam, como o ciúme, que impossibilita a liberdade do outro.
A linguagem corporal é um dos meios de comunicação que pode e deve ser utilizada no processo de ensino-aprendizagem das crianças. Da mesma maneira, os professores podem utilizar-se desse método para obter melhores resultados nas tomadas de ações mediante a postura dos alunos. Todo e qualquer indivíduo deve saber que o corpo é um grande aliado na transmissão de conhecimento, pois, o mesmo é um recurso de grande relevância para a transmissão de novas informações e é responsável pela organização, articulação e orientação do pensamento.
Toda linguagem é um sistema de signos, e isso reforça a ideia de que a linguagem não se restringe à oralidade. O corpo se comunica pela gestualidade e para dominar a linguagem é necessário conhecer o repertório das regras de combinação desses signos, e para que isso ocorra, os professores precisam se conscientizar das manifestações da cultura corporal dos diferentes grupos sociais, articulando e mediando as diversidades linguísticas. A linguagem do corpo é o reflexo externo do estado emocional da pessoa. Cada gesto ou movimento pode ser uma valiosa fonte de informação sobre a emoção que ela está sentindo num dado momento.
Como já foi dito, tanto a linguagem quanto a comunicação estão intrinsecamente unidas a fim de obter uma interação entre os indivíduos. A partir disso é necessário ser abordado as duas divisões no campo da comunicação sendo elas: comunicação verbal e não-verbal.
A comunicação verbal é praticada por meio da oralidade (fala) e a escrita, ou seja, através da fala e da escrita ocorre a interação dos indivíduos.
A comunicação não-verbal define-se como: o sorriso, postura e os movimentos corporais.
Para uma interaçãoentre professor e aluno, a linguagem corporal apresenta muitos benefícios, pois ao desenvolvê-la com coerência será estabelecido um comportamento comunicativo entre ambos. Pode ser utilizada como estratégia a ser aperfeiçoada na qualidade do ensino e aguçar a percepção dos professores. Muitos utilizam tal linguagem, porém, poucos têm o conhecimento de sua importância.
Ainda a respeito das formas de comunicação, Allan e Barbara Pease autores do livro “linguagem corporal” (2005) explicam a comunicação no processo de observação como: “ a observação dos grupos gestuais e da coerência entre as mensagens verbais e gestuais é a chave para a interpretação correta das atitudes por meio da linguagem corporal” ( ALLAN e BARBARA PEASE, 2005:27) dessa forma, desenvolve-se assim, o esquema de percepção onde temos: o transmissor -pessoa que codifica a mensagem- e o receptor- que decodifica as mensagens que é transmitida com a utilização de grupos gestuais comuns as pessoas envolvidas na comunicação-.
Mas, para que a mensagem seja compreendida dependerá de como cada indivíduo organiza essa mensagem. Reportemo-nos novamente a obra de Allan e Barbara Pease “linguagem corporal” o qual ensina três regras fundamentais para uma boa leitura corporal, sendo elas: Ler gestos em grupos- não deve-se interpretar um gesto isolando-o de outros e de circunstâncias- Observar a coerência, os gestos não- verbais têm efeito 5x maior- Levar em consideração o contexto- todo o gesto deve ser considerado no contexto que ocorre-. Ou seja, reforçando o que os autores colocam como regras primárias para se compreender, a comunicação verbal não pode ser afastada da comunicação não-verbal, pois uma faz parte da outra.
Constatou-se a existência da utilização da linguagem corporal em algumas áreas do conhecimento como na Psicomotricidade e em Recursos Humanos (na seleção de candidatos). Nossa pesquisa não pretende abordar essas áreas. Nosso ponto de partida é apontar alternativas para a utilização na educação escolar para o melhoramento do ensino e no combate ao bullying. Existe uma repetição e padronização da educação e dos comportamentos agressivos?
Para responder esta pergunta, fez-se necessário leituras acerca do assunto visando analisar as práticas de aplicação da linguagem corporal no âmbito escolar e na prevenção ao bullying.
A educação de modo geral está defasada e limita-se unicamente às instruções acadêmicas, as quais são passadas e na maioria dos ensinos se tornam superficiais e alienadoras. Muitos docentes quando iniciam o ano letivo nas instituições encontram na maioria dos casos extrema dificuldade ao perceber as diferenças de personalidades no mesmo ambiente, as quais dependem unicamente da metodologia do docente para aprender. Através dessa observação, o profissional que não dispõem do entendimento na linguagem corporal terá grandes dificuldades, pois ao compreender os simples gestos quais as condições que o aluno se encontra seja ele receptivo, nervoso ou introspectivo o professor automaticamente entenderá o que deve ser feito e adaptar o ensino para cada aluno.
Novamente no livro “linguagem corporal” de Allan e Barbara Pease (2005) eles nomeiam essa característica como “pessoa perceptiva” a qual é capaz de ler os signos da linguagem corporal e compará-las com o que a pessoa diz verbalmente.
Alguns professores da escola pública E.M.E.F ( Infante Dom Henrique) os quais utilizam a linguagem corporal concordam que ocorreu resultados positivos no desempenho dos alunos quando é feita a leitura corporal. Posto que, simples gestos corporais como cruzar os dedos e braços, apertos de mão e a forma como se posicionar na mesa são signos do cotidiano, os quais podem informar o interesse, compreensão, aversão e envolvimento dos discentes durante as aulas.
A posteriori, muito mais do entender quanto a disponibilidade do estudante durante a aula, é compreender quando tais posturas são comportamentos agressivos. Além de potencializar o ensino, a linguagem corporal é grande aliada na prevenção do Bullying nas escolas. Dentre os casos mais famosos, como foi o de “Columbine” na Califórnia, os dois rapazes cometeram um massacre na instituição, mas relatos de funcionários, alunos da época e o corpo docente destacaram a postura dos rapazes em sala como violenta e perigosa. É possível entender como a linguagem corporal aplicada pode muito antes de tal agressão ser detectada. Uma vez que os agressores possuem comportamentos repetitivos e características similares em cada caso investigado.
No livro “Mindhunter”(2017) dos escritores John Douglas e Mark Olshaker em seu primeiro capítulo intitulado por “Dentro da mente do assassino” aponta que, comportamento reflete a personalidade. E tudo o que é encontrado na cena do crime diz algo sobre o sujeito. Dessa maneira, ambientes de extremo convívio social como as escolas e universidades devem adotar o ensino da linguagem corporal como algo indispensável no que tange o combate de agressões verbais e físicas.
3.METODOLOGIA 
Para obter resultados nesta pesquisa buscou-se compreender como a linguagem corporal pode evidenciar possíveis agressores e vítimas de bullying, por meio de observação e capacitação do professor para tal análise. 
Foram realizadas pesquisas em sites da internet, livros, artigos e demais trabalhos que dissertam sobre o tema. A delimitação acerca do âmbito escolar foi necessário, uma vez que há muitas possibilidades de análise de linguagem em diversos contextos. Para isso, a pesquisa será baseada em estudos de autores como: Allan e Barbara Peas, Vygotsky, Maturana, entre outros.
Concluída a compilação bibliográfica, iniciou-se o procedimento exploratório da pesquisa visando evidenciar informações e orientações da temática pouco discutida.
4.CRONOGRAMA 
	Atividades
	ANO 2021 / 2022
	
	Set
	Out
	Nov
	Dez
	Jan
	Fev
	Mar
	Abr
	Mai
	Jun
	Jul
	Elaboração do Projeto
	X
	X
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	Pesquisa Bibliográfica
	X
	X
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	Análise dos dados
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	Integração dos dados
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	Redação dos capítulos
	
	
	
	
	X
	X
	X
	X
	
	
	
	Revisão crítica
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	Revisão ortográfica, gramatical e formatação
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	
	Finalização
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
REFERÊNCIAS
MATURANA, Humberto, Emoções e linguagem na educação e na política. Tradução José Fernando Campos Fortes. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1998. (p.18)
HOUAISS, A. Dicionário Houaiss Da Língua Portuguesa, 2004.
OLSHAKER, M.; DOUGLAS, J. Mindhunter, Intríseca, 2017.
PEASE, A. B, Linguagem Corporal, Sextante, 2005.

Continue navegando