avoengos contestação (1) (1)

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AO JUÍZO DA ... VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE...... 
Proc. nº...... 
Ubiratan, qualificação e endereço completos, , ora intermediado por seu procurador ao final firmado – instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art. 106, inc. I c/c art. 287, ambos do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com suporte no art. 336 e segs. c/c art. 693, parágrafo único, da Legislação Adjetiva Civil e art. 5º, § 1º da Lei n. 5.478/58, ofertar
CONTESTAÇÃO, nos autos processo em epígrafe, que lhe move Valentina Santana, já qualificada, pelas razões de fato e direito a seguir aduzidas.
(1) – SÍNTESE DO PROCESSADO 
Aline Medeiros e João Fagundes mantiveram relacionamento amoroso, tendo nascido Valentina Santana no ano de 2020. A relação do casal não se sustentou e chegou ao fim em 2021. 
Aline e João são muito jovens e ainda não conseguiram se inserir no mercado de trabalho. Os pais de Aline recebem um salário-mínimo por mês, assim como a mãe de João.
 O pai de João, Sr. Ubiratan, porém, recebe 40 salários-mínimos. Aline, preocupada com o sustento de Valentina, resolveu ajuizar ação de alimentos em face de João. João foi condenado a pagar R$500,00 mensais à título de alimentos, mas não cumpriu a determinação judicial. João, então, foi preso e jamais voltou a pagar a pensão alimentícia.
 Em audiência especial, João fez acordo para parcelamento da dívida, mas também não honrou com as prestações. Foram expedidos ofícios para obtenção de informações acerca da vida financeira de João, sendo que não foram localizados bens e a conta bancária tinha ínfima movimentação. 
Aline, então, na condição de representante legal de Valentina, procurou a Defensoria Pública, que ajuizou ação revisional de alimentos em face do avô paterno, Sr. Ubiratan, de modo a obter a prestação alimentar avoenga, com pedido de tutela antecipada. Apresentou contracheque do mencionado avô paterno. Sr. Ubiratan recebeu a citação e intimação do deferimento da tutela antecipada, bem como para a audiência de conciliação, que está marcada para o dia 30/04/2023.
 2. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
2.1 DA NÃO OPÇÃO PELA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
O requerido, tempestivamente, sobremodo à luz do preceito contido no art. 344, §5º, do CPC, informa que não tem interesse na audiência de conciliação.
Ante ao exposto, requer, levando- se em conta o pedido de cancelamento da audiência, requere o prosseguimento do feito, sem importa ato atentatório à dignidade da justiça.
2.2 DA PRELIMINAR – DO CHAMAMENTO AO PROCESSO
A ação em espécie fora direcionada unicamente em desfavor do Réu, na qualidade de avô paterno. Contudo, a Autora não fez sequer uma única referência aos avós maternos, malgrado todos, como ascendentes mais próximos, devam responder dentro de suas proporcionalidades. Desse modo, são corresponsáveis. 
Nesse contexto, urge evidenciar o magistério de Sílvio de Salvo Venosa, verbis: 
“Desse modo, atende-se processualmente ao princípio da divisibilidade da obrigação alimentícia, permitindo-se que, no mesmo processo, sejam outros alimentantes chamados a integrar a lide. “ (Venosa, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família. 16ª Ed. São Paulo: Atlas, vol. 6, 2016, p. 413)
Nesse sentido:
Agravo de Instrumento. Direito Processual. Ação de alimentos avoengos. Recurso que ataca decisão que determinou a emenda da inicial para que sejam incluídos no polo passivo os avós maternos. Decisão acertada. Jurisprudência que se posiciona no sentido da existência de litisconsórcio necessário entre avós paternos e maternos na ação em que pleiteadas alimentos complementares. Entendimento que observa o melhor interesse do alimentado. Desprovimento do recurso, nos termos do parecer ministerial.
(0045293-22.2022.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO. Des(a). JOSÉ CARLOS VARANDA DOS SANTOS - Julgamento: 05/04/2023 - DÉCIMA CÂMARA CÍVEL- TJRJ)
Por esse norte, abrigado no art. 130, inc. III, do CPC, o Réu pede o chamamento ao processo dos avós maternos, citando-os no seguinte endereço:
1) Avó materna: Fulana de Tal, qualificação e endereço completos
e
2) Avô materna: Fulano de Tal, qualificação e endereço completos.
 2.3 QUANTO AOS ALIMENTOS
Tocante aos alimentos, o Réu possui condições de apenas arcar com o pagamento dessa verba alimentar de forma parcialmente, haja a vista que a os avós maternos possuem responsabilidade solidária e condições de arcar com de forma parcial com os alimentos ao alimentando. 
Nessa senda, o STJ tem entendimento consolidado vide enunciado da Súmula 596: A obrigação alimentar dos avós tem natureza complementar e subsidiária, somente se configurando no caso de impossibilidade total ou parcial de seu cumprimento pelos pais.
Ante ao exposto, requer que os avós maternos integrem a LIDE e sejam responsabilizados de forma solidária a prestar os alimentos avoengos a alimentando, de modo que, tantos os avós paternos e maternos de forma proporcional contribuam com os alimentos provisórios, até que os genitores possam conseguir se inserir no mercado de trabalho e possuírem recursos para prover os alimentos a alimentante.
DA CONCLUSÃO
POSTO ISSO, 
o Réu expressa o desejo que Vossa Excelência se digne de tomar as seguintes providências:
Determinar o chamamento ao processo dos avós maternos.
 
PEDIDOS
a) Requer que o juízo não designe a audiência de conciliação, e que haja prosseguimento do feito.
b) Requer o chamamento ao processo dos avós maternos: Fulana de Tal, qualificação e endereço completos e Fulano de Tal, qualificação e endereço completos, para que integrem o polo passivo demanda e sejam responsabilizados de forma solidária com os avós paternos a pagar os alimentos a alimentante.
c) protesta e requer seja deferida a produção de provas de sorte comprovar o quanto alegado por todos os meios de provas admitidas em direito, notadamente pelo depoimento pessoal da Autora, oitiva das testemunhas.
Respeitosamente, pede deferimento.
LOCAL... DATA....
ADVOGADO... OAB Nº....