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A utilização da acupuntura em medicina veterinária 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURSO
DE
DEFESA
PESSOAL
 
1 
 
 
 
 
Francisco de Aguiar Silva – 1º Tenente PMPI1 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O ser humano tem combatido seus agressores e predadores desde os 
primórdios da sua existência, quer seja para sua autopreservação, quer seja para 
proteger aos seus familiares ou mesmo para preservar ao que lhe é de propriedade. 
Assim, na antiguidade os povos desenvolveram formas de combate que lhes 
são, até hoje, peculiares. Cada Arte Marcial praticada retrata a nação onde nasceu 
ou fora desenvolvida, como por exemplos: as lutas greco-romanas (Grécia e Roma); 
o Vajramushti (Índia), a propósito, esta provavelmente seja a mais antiga forma 
estruturada de Arte Marcial (Sato, 2009)2, o Kung-fu ou Wushu (China); o Ninjuts; 
Tai-Jutsu; Aikijujutsu; os mais variados estilos de Karatê; Aikidô, Kendô, Ju-jutsu, etc 
(Japão); Tae-Kown-Dô (Coréia); Muay Thai (Tailândia); Savate (França); Quan Ki Dô 
(Vietnan); Hapkidô (Coréia); Krav Maga (Israel), Kali Silat (Filipinas), Capoeira 
(Brasil) e muitas outras formas foram desenvolvidas, aperfeiçoadas ou adaptadas às 
necessidades de cada nação. 
A Defesa Pessoal surgiu de maneira estruturada através das Artes Marciais 
originais, as quais foram elaboradas para o combate de vida ou morte nos campos 
 
1O autor é 1º Tenente do Quadro de Oficiais da Administração da PMPI, tendo incluído nas fileiras da Corporação em maio 
de 1986. Graduou-se em Educação Física pela Escola de Educação Física da PMESP, em 1997, e especializou-se em 
Segurança Pública e Inteligência Policial pela UESPI, em 2006. Desde 1989 ministra aulas de Defesa Pessoal Policial para 
policiais e vigilantes. É estudioso das técnicas e táticas de Imobilizações Policiais e de Tonfa e Bastão Retrátil. Nas artes 
marciais o autor é Faixa Preta 3º Dan de Karatê pela Confederação Brasileira de Karatê Tradicional (CBKT); Faixa Preta 6º 
Dan de Taijitsu pela Liga Piauiense de Artes Marciais e de Esporte de Combate – reconhecido pela Confederação 
Brasileira de Karatê Budô – CBKB. 
2 SATO, Edson. BODHIDHARMA E O TEMPLO SHAOLIN. Disponível em: <http://www.karate-do.com.br>. Acesso em: 
05/09/2009. 
ASPECTOS TEÓRICOS DA DISCIPLINA DE DEFESA PESSOAL PROFISSIONAL 
TEÓRICOS 
 
 
2 
de batalhas, quando guerreiros se enfrentavam na proteção de territórios e 
propriedades, ou na conquista destas. 
Com o advento das armas de fogo, as Artes Marciais passaram a existir para 
um propósito totalmente diferente do que fora estabelecido na sua origem. Hoje em 
dia, as artes de combate são praticas com base em doutrinas e aspectos filosóficos 
adverso da guerra e da matança, pois o inimigo a superar agora é o “EU”, ou seja, o 
próprio praticante; o qual agora combate mazelas adquiridas no estressante convívio 
social contemporâneo [cuja tecnologia insensível o coloca em constante conflito 
entre o ter, querer e o poder], através da arte marcial com a qual se identifica. A 
maioria das Artes Marciais modernas é praticada com base nas filosofias budistas e 
xintoístas, orientando seus praticantes na busca pelo equilíbrio físico e mental, na 
construção de um ser humano melhor para a sociedade. 
As Artes Marciais atuais são entidades desportivas que agregam praticantes 
através de instituições sociais estaduais, nacionais e internacionais, sendo a prática, 
ou estudo, estruturado em programas de treinamentos de graduação através de 
faixas (classificadas em cores), as quais identificam o nível de conhecimento e 
domínio técnico de cada portador p.ex, o faixa-branca, na maioria das Artes Marciais 
é o iniciante, já a faixa-preta é dada ao aluno que atingiu um nível muito avançado 
no domínio das técnicas e da doutrina filosófica da sua Arte Marcial. Essas faixas 
que se estendem da faixa branca até a faixa preta que é o intento maior da maioria 
de seus praticantes. 
Na essência, a Defesa Pessoal da atualidade é praticada na busca da 
aquisição e desenvolvimento de habilidades físicas, mentais e comportamentais que, 
observados alguns princípios e fundamentos, poderão ser aplicadas na solução de 
conflitos, que comumente ocorrem no convívio social. Os experts em Artes Marciais 
vêm desenvolvendo programas e sistemas de combate corpo a corpo em 
autodefesa cada vez mais adequados aos serviços dos agentes da segurança 
pública ou segurança privada. 
 Lembramos não ser necessário que o aluno dos cursos de formação de 
segurança seja um exímio praticante de qualquer estilo de Arte Marcial, muito 
embora, se assim o fosse, seria mais cômodo ao instrutor ensinar-lhe os 
 
3 
fundamentos e princípios da Defesa Pessoal Policial, ou Profissional como alguns 
instrutores costumam nominar, considerando o público-alvo desta disciplina. 
Nesse sentido, vejamos o que preleciona o Tenente-Coronel PM SANDER 
VALÉRIO a respeito de algumas conotações equivocadas: 
 
Por muito tempo, a prática de Artes Marciais confundiu-se com a de 
Defesa Pessoal, proporcionando diferentes enfoques, dificultando a 
competição e, principalmente, impossibilitando a definição quanto ao 
padrão técnico a ser adotado. Mesmo assim, pode-se dizer que esta 
época serviu para que alguns professores contribuíssem sobremaneira, 
por terem implementado o alicerce da estruturação da Defesa Pessoal, 
como uma área do treinamento policial, não subordinada, cingida ou 
restringida a esta ou aquela Arte Marcial. 
 
Porém, alguns óbices surgiram, fruto do preconceito de alguns pelo 
próprio desconhecimento destas modalidades de esporte ou mesmo pela 
dificuldade em responder a performance que lhe era exigida, produzindo 
conotações pejorativas, como as abaixo citadas: 
O praticante deve ser um atleta - de forma alguma, ao praticante da 
Defesa Pessoal, é exigido habilidades motoras especiais. 
A prática leva ao fanatismo e até a “loucura” - o treinamento de Defesa 
Pessoal não se diferencia, no geral, do treinamento de qualquer outra 
modalidade esportiva. Na verdade, busca educar músculos e mente para 
eventos previsíveis e até mesmo imprevisíveis, aumentando a possibilidade 
de sucesso em situações de profundo estresse. 
Eu não tenho jeito para isso - a capacidade de apreender do ser humano 
é ilimitada, qualquer um evoluirá na prática da Defesa Pessoal e muito 
brevemente sentirá os seus reflexos positivos. 
Posso me machucar - é muito mais raro uma lesão física na instrução da 
Defesa Pessoal do que na prática do futebol, e ninguém deixa de jogar pelo 
medo de lesionar-se. 
É para jovens, estou velho demais - pelo contrário, quanto mais velhos 
mais precisamos equilibrar nosso corpo, em virtude dos excessos cometidos 
na juventude, sendo o treinamento da Defesa Pessoal um poderoso aliado 
na recuperação da mobilidade articular, flexibilidade, força, coordenação 
motora, etc. 
 
 
2 CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DA DEFESA PESSOAL PROFISSIONAL 
 
Pinto e Valério (2002)3, no Manual de Defesa Pessoal para Policiais e 
Profissionais de Segurança, conceituam Defesa Pessoal das seguintes formas: 
 
3 PINTO, Jorge Alberto Alvorcem; VALÉRIO, Sander Moreira. Defesa Pessoal para Policiais e Profissionais de Segurança. 
Porto Alegre: Evangraf, 2002. 222 p. 
 
4 
 
1. É o conjunto de movimentos de defesa e ataque, abstraídos de um ou 
mais estilos de Artes Marciais, que objetivam promover a defesa pessoal 
própria ou de terceiros, conjugando, ao máximo, as potencialidades físicas, 
cognitivas e emocionais do agente. 
2. É toda ação ou reação justa e proporcional a uma agressão atual ou 
iminente, a fim de resguardar direito próprio ou de outrem, observadas as 
consequências da ação lesiva. 
3. Conceito Exato: Defesa Pessoal é C.I.S. (Conduta Inteligente de 
Segurança). 
 
Dai podemos discernir que a Defesa Pessoal estádiretamente relacionada 
às Artes Marciais, pois destas são retirados e adaptados os movimentos que o 
agente de segurança utilizará para enfrentar situações de agressão e/ou para 
dominar e controlar um suspeito agressor, com responsabilidades advindas das 
suas ações. 
Nesse sentido, as ações de um agente de segurança devem ser pautadas 
na lei, para que a ação defensiva seja reconhecida como tal; e ele como profissional 
deve está ciente de que as ações de Defesa Pessoal apresentam as seguintes 
características (Pinto e Valério, 2002): 
 
 
 
 
 
 
3 ASPECTOS LEGAIS QUE NORTEIAM O EMPREGO DAS TÉCNICAS DE 
DEFESA PESSOAL PROFISSIONAL 
 
Todas as ações do agente de segurança, seja ele público ou particular, 
devem está fundamentadas na intenção objetiva de proteger o direito de propriedade 
(bens e patrimônios) seu ou de terceiros. A legislação brasileira assegura e torna 
legítimas as ações do segurança da seguinte forma: 
1 - É uma ação preventiva, reativa ou não reativa; 
2 - É diretamente proporcional à ação agressiva; 
3 - A ação defensiva cessa quando cessa a ação agressiva; 
4 - A ação defensiva objetiva fazer parar a ação do agressor. 
 
 
5 
 
Código Penal Brasileiro 
Art. 23 Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa (própria ou de terceiros); 
III - em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito. 
 
Parágrafo único: O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, 
responderá pelo excesso doloso ou culposo. 
Art. 25 Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos 
meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
As ações do agente de segurança são chamadas de FORÇA4, que se 
caracteriza desde a presença do policial ou vigilante, podendo chegar até o uso de 
meios letais. De acordo com Moreira e Corrêa (2002, p. 77-80)5, podemos dizer que 
existem as seguintes formas de FORÇA: 
 
1. Presença: a farda, equipamentos, postura e atitude inteligente, são o 
bastante para inibir crimes ou contravenções ou preveni-los. A presença 
do policial é entendida como personificação legitima da autoridade do 
Estado. 
2. Verbalização: é utilizada em todos os níveis de força e depende do 
conteúdo da mensagem, sendo sempre melhor a escolha de palavras e 
intensidade corretas, podendo aumentar ou diminuir, conforme a 
necessidade. Em situações mais sérias recomenda-se usar comandos 
curtos e imperativos. 
3. Controle de contato: é o emprego de técnicas e táticas de defesa 
pessoal policial para garantir o controle e ganhar a cooperação do 
suspeito. Compreendem-se as técnicas de imobilização e condução, 
inclusive o uso de algemas. 
4. Controle físico: refere-se ao uso de meios suficientes para superar a 
resistência do indivíduo. Mantidos os níveis de alerta para comportamento 
mais agressivo, podem ser utilizados cães, técnicas de forçamentos e 
agentes químicos mais leves. 
5. Táticas defensivas não letais: dependendo da agressividade do 
suspeito, é justificado ao policial adotar medidas apropriadas para conter 
imediatamente a agressão, bem como ganhar e manter o controle do 
indivíduo. Compreendem-se: gases fortes, forçamento de articulações 
 
4 FORÇA é toda ação compulsória sobre o indivíduo ou grupo de indivíduos, a fim de reduzir ou eliminar sua capacidade de 
autodecisão. 
5 MOREIRA, Cícero Nunes; CORRÊA, Marcelo Vladimir. MANUAL DE PRÁTICA POLICIAL - GERAL. 1ª ed. Minas Gerais: 
POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, 2002, 176 p. 
 
6 
e equipamentos de impacto tipo cassetete e tonfa, inclusive disparos 
com intenção não letal. 
6. Força letal: corresponde ao último grau de perigo, onde o policial 
utilizará táticas absolutas e imediatas para deter a ameaça mortal e 
assegurar a submissão e o controle definitivamente. É extremo e utilizável 
quando esgotados todos os recursos a serem experimentados. Trata-se 
de disparo de arma de fogo com fim letal, somente possível em caso 
de legítima defesa. 
 
 
Na linha de instrução de Pinto e Valério (2002), e tendo em vista o princípio 
objetivado no Art. 23 do CPB, o profissional de segurança deve ter em mente que o 
principal motivo da sua ação ou reação é, ou será, a iminência ou o momento da 
agressão devidamente caracterizada para que não haja outra forma de interpretação 
que não seja o uso moderado dos meios para conter e/ou repelir o ataque, pois do 
contrário não se justifica a sua ação ou reação. 
Logo o agente de segurança deve guardar que será entendida como justa a 
ação e/ou reação praticada de maneira que se resguardem ao agressor todos os 
direitos inerentes à pessoa humana. E somente poderá alegar que agiu em legítima 
defesa nos seguintes casos (Pinto e Valério, 2002): 
 
1º) Quando agressão for injusta, atual ou iminente - é dita injusta, 
quando representa conduta objetivamente ameaçadora de lesão a um 
direito legítimo (pessoal ou impessoal); atual, quando está acontecendo, se 
processando; iminente, quando em vias de desencadeamento, prestes a 
acontecer. 
2º) Quando o direito do agente, ou de terceiro, for atacado ou 
ameaçado de dano pelo agressor - acontece quando se configura uma 
real condição de dano, mesmo que com ameaça potencial, ao titular do bem 
jurídico atacado ou ameaçado, configurando-se legítima defesa própria, ou 
quando a repulsa visa a defender interesse de terceiro, ensejando a legítima 
defesa de terceiro. 
3º) Quando o agente repelir a agressão com os meios necessários - a 
conduta de defesa se justifica quando se faz necessária para repulsar a 
agressão, na medida e com os instrumentos que houver à disposição no 
momento, optando-se, ainda, entre estes, pelo (s) que menor (es) dano (s) 
possa (m) impor por ocasião da repulsa. 
4º) Quando houver moderação na repulsa necessária - o meio 
encontrado para repelir a agressão deve ser usado moderadamente, não 
mais do que o necessário para evitar a consumação da intenção agressiva. 
Se a agressão já foi cometida, os meios utilizados contra o agressor serão 
tidos como vingança e não poderá mais se falar em legítima defesa. 
5º) Quando se constar o Elemento subjetivo da legítima defesa - 
Conhecimento da situação de agressão e da necessidade de defesa: os 
 
7 
requisitos de ordem subjetiva dizem respeito à consciência do sujeito 
quanto à existência da agressão injusta e da necessidade de repulsa. A 
repulsa será legítima quando necessária, objetiva e subjetivamente, e 
direcionada pelo sentimento de defesa ou preservação (Animus defendi, 
impulso natural e suficiente para cessar a agressão). 
 
 
5 OS PRINCIPAIS DISPOSITIVOS LEGAIS QUE REGULAM A CONDUTA 
DO AGENTE E O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO. 
 
Objetivando regular a ação dos Agentes Encarregados da Aplicação da Lei 
[sejam eles de ação pública ou de ação privada] foram elaborados alguns 
mecanismos legais, com destaque especial ao Código de Conduta para os 
Encarregados da Aplicação da Lei (CCEAL) e aos Princípios Básicos para Uso da 
Força e Armas de Fogo. 
Este, e os demais mecanismos, foram acatados pelo Brasil e recepcionados 
pela Carta Constitucional de 1988 (art. 5º, §2º), tendo em vista a garantia dos 
direitos fundamentais, invioláveis e inerentes à dignidade da pessoa humana, de 
forma a orientar o uso da FORÇA por seus agentes Encarregados da Aplicação das 
Leis. 
 
Constituição Brasileira de 1988. 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes. 
[...] 
§ 2.º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem 
outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
O Códigode Conduta para os Encarregados pela Aplicação da Lei 
(CCEAL), adotado pela Resolução 34/169 da Assembleia Geral das Nações Unidas, 
em 19/12/1979, tem força de tratado e busca padronizar as praticas de aplicação da 
 
8 
lei de acordo com as disposições básicas dos direitos e liberdades da pessoa 
humana. É um código internacional de conduta ética e tem a finalidade de orientar 
os Estados Membros quanto à conduta pelos policiais (doravante aplicáveis aos 
agentes de segurança privada). Consiste de 08 (oito) artigos, de acordo com 
ROVER (2000). 
Em síntese O Código de Conduta para os Encarregados pela Aplicação da 
Lei, orienta no sentido de que o Agente de Segurança Privada (vigilante) deve 
atentar para os seguintes princípios: 
 
1º - cumprir sempre o dever que a lei lhe impõe; 
2º - respeitar e proteger a dignidade humana, mantendo e defendendo os 
direitos humanos; 
3º - limitar o emprego da FORÇA; 
4º - tratar com informações confidenciais; 
5º - reiterar a proibição da tortura ou outro tratamento ou pena cruel, 
desumano ou degradante; 
6º - cuidar e proteger a saúde da pessoa privada de sua liberdade; 
7º - proibir o cometimento de qualquer ato de corrupção. Opondo-me e 
combatendo rigorosamente esses atos; 
8º - respeitar as leis e ao CCEAL e opor-se a quaisquer violações destes 
instrumentos. 
 
Os Princípios Básicos Sobre o Uso da Força e Armas de Fogo 
(PBUFAF) foram adotados durante o 8º Congresso das Nações Unidas Sobre a 
Prevenção do Crime e o Tratamento dos Infratores, que ocorreu em Havana (Cuba), 
no período de 27 de agosto a 7 de setembro de 1990. Embora não seja um tratado, 
contém normas que objetivam orientar aos Estados-membros. 
Apesar de não ser um tratado, os PBUFAF normatizam e orientam os 
Estados-membros a assegurarem e promoverem de forma adequada a atividade dos 
Encarregados pela Aplicação da Lei. Os 26 (vinte e seis) princípios estabelecidos no 
PBUFAF devem ser levados em consideração e respeitados pelos Governos 
brasileiros e levados ao conhecimento dos profissionais de segurança, dos 
magistrados, promotores, advogados, dos membros dos Poderes Executivo e 
Legislativo, bem como de toda a população. 
 
9 
De modo breve e conclusivo, baseado em ROVER (2000), pode-se dizer que 
esse mecanismo destaca os seguintes princípios: 
 
- Os governantes deverão equipar os Encarregados pela Aplicação da Lei 
com vários tipos de armas e munições, de forma a permitir um uso 
diferenciado de força e armas de fogo; 
- A necessidade de desenvolvimento de armas incapacitantes não letais 
para restringir a aplicação de meios capazes de causar morte ou ferimentos; 
- O uso de armas de fogo com intuito de atingir fins legítimos de aplicação 
da lei deve ser considerado uma medida extrema; 
- Os policiais (e demais profissionais de segurança) não usarão armas de 
fogo contra indivíduos, exceto em casos de legítima defesa de outrem 
contra ameaça iminente de morte ou ferimento grava, para impedir a 
perpetração de crime particularmente grave que envolva séria ameaça à 
vida, para efetuar a prisão de alguém que resista à autoridade, ou para 
impedir a fuga de alguém que represente risco de morte. 
 
Além do rol dos PBUFAF, de acordo com ROVER (2000) existem 3 (três) 
Princípios Essenciais Para Uso da Força e Armas de Fogo (PEUFAF), quais 
sejam: 
a) Legalidade: consiste na busca do amparo legal para a ação praticada, 
devendo o agente de segurança (policial ou vigilante) ter o conhecimento da lei e 
estar preparado tecnicamente através da sua formação e de treinamentos; 
b) Necessidade: depende basicamente da identificação do objetivo a ser 
atingido. O agente de segurança deve estar atento para os limites mínimos para que 
sua intervenção seja justa e legal, observando que todas as opções sejam 
consideradas e se existem meios menos danosos para se atingirem os objetivos 
pretendidos; 
c) Proporcionalidade: consiste na constatação de que o nível de força 
utilizada é diretamente proporcional ao nível de resistência do infrator. O não 
atendimento desse princípio nas ações do profissional de segurança configura 
excesso e/ou “abuso de poder”. 
 
10 
Moreira e Corrêa (2002, p. 65-68) defendem que, antes de fazer o uso da 
FORÇA, é importante atentar para os aspectos da moderação, progressividade e 
da conveniência, devendo o profissional agir ou reagir conforme a ação do 
perpetrador, a submissão da pessoa suspeita e os objetivos legais a serem 
atingidos. 
Segundo estes estudiosos, a conveniência diz respeito à relação de riscos 
entre o instante, o local e a atuação do profissional de segurança, pois não seria em 
nada conveniente reagir a uma agressão por arma de fogo em um local de grande 
concentração de pessoas, em razão de que, embora a ação atenda aos princípios 
da legalidade, proporcionalidade e da necessidade, a resposta obviamente não 
apresenta uma boa relação entre o momento e o local (conveniência), haja vista a 
probabilidade condicionada de um inocente ser atingido por um projétil de trajetória 
perdida. 
Quanto ao aspecto da PROGRESSIVIDADE, conforme escreveram Moreira 
e Corrêa (2002), podemos entender que o agente de segurança (policial ou vigilante) 
deve ser possuidor de elevado grau de profissionalismo, inteligência e percepção 
para o desempenho satisfatório da sua atividade profissional e que todas as suas 
ações exigem uma resposta adequada para cada situação de enfrentamento. 
Do ponto de vista desses autores, não existe uma resposta para todas as 
situações de confronto, bem como uma situação não se resolve com apenas uma ou 
duas respostas, pois cada confronto deve fluir em uma sequência lógica e legal de 
causa e efeito, fundamentada na percepção do risco envolvido e na avaliação da 
atitude do suspeito. 
A partir dos ensinamentos desses mesmos autores, infere-se que a 
obediência ao Princípio da Progressividade no Uso da Força vai depender da 
capacidade de respostas em níveis de FORÇA imediatamente proporcionais a cada 
nível de ação e/ou reação do suspeito ou infrator a ser controlado. Assim, cada nível 
de FORÇA pode progredir para o maior ou menor grau de intensidade, pois isto 
dependerá do nível da agressão apresentada. Quanto maior o nível da força 
utilizada, menor será a possibilidade de revertê-la, sendo maior a certeza do controle 
do oponente e, como consequência, maior será a responsabilização do agente de 
segurança pelos resultados da sua ação. 
 
11 
Nesse sentido, sugerimos aqui um modelo de USO PROGRESSIVO DA 
FORÇA elaborado a partir do modelo PIRÂMIDE FLET, o qual fora desenvolvido 
pelo Centro de Treinamento da Polícia da Universidade de Illinois, nos Estados 
Unidos da América (EUA), e adotado também pela Polícia Militar de Minas Gerais 
(Moreira e Corrêa, 2002) para elaborar um recurso visual capaz de auxiliar na 
conceituação, planejamento, treinamento e na comunicação dos critérios sobre a 
força a ser utilizada por seus integrantes. 
 
 
 
Trata-se de um trapézio dividido em seis níveis representados por cores. O 
lado esquerdo da figura representa a percepção do policial em relação ao 
comportamento do suspeito, enquanto o esquerdo representa os níveis de força 
possíveis em relação à ação do suspeito, crescentes de baixo para cima. 
A seta de sentido duplo representa a avaliação e seleção das alternativas. A 
reação do agente (policial ou vigilante) ocorrerá dentro de cada camada. Da base 
para o topo, a escala de força se movimenta a partir das opções mais reversíveis 
para as menos reversíveis; ou seja, dos níveis que oferecem menor certeza de 
controle para os de maior certeza. Desta forma, à medida que se progride nos níveis 
de força, maior é a necessidade de uma justificativa posterior, pois as possibilidades 
de danos são potencializadas. 
O agente de segurança deve entender que durante uma abordagem, um nível 
de resposta a uma agressão não letal pode progredir rapidamente parauma 
resposta a um nível de agressão letal. Em razão disto, o profissional deve está 
 
12 
sempre preparado para atender a esta necessidade. 
 
6 FUNDAMENTOS DA PRÁTICA E OS PRINCÍPIOS PARA O DOMÍNIO 
DAS TÉCNICAS DE DEFESA PESSOAL 
 
A eficácia das técnicas de Defesa Pessoal necessita do domínio de 
fundamentos e da obediência a princípios. Para Cruz (et al, 2002), em Defesa 
Pessoal Comentada para Profissionais de Segurança Privada, diz quais são esses 
pilares. 
O praticante de Defesa Pessoal deve dominar os seguintes 
FUNDAMENTOS: 
1. Autocontrole. Antes de reagir é imprescindível ao agente acreditar na 
sua capacidade, deve está seguro; pois a insegurança gera a dúvida, a dúvida gera 
o erro e qualquer erro pode ser fatal. O agente só deve REAGIR se acreditar que 
pode e se tiver a certeza de que deve fazê-lo. 
O medo deve ser controlado e canalizado para uma técnica que ira 
incapacitar o oponente, imobilizando-o; caso contrário, o medo irá paralisar suas 
ações e torná-lo um alvo mais fácil. Com autocontrole o policial pode aumentar a 
atenção e a capacidade de antecipar-se ao perigo. 
O treinamento fortalecerá o corpo e com o tempo os ataques serão cada vez 
mais fáceis de serem defendidos; o contra-ataque acontecera mais naturalmente e 
os golpes se tornarão rápidos e precisos. 
2. Controle do adversário. Isto dependerá da aplicação da técnica certa, no 
momento adequado. É necessário moldar-se à situação, conforme a proximidade 
(distância) e as características antropométricas (compleição física: peso, altura, base 
de pernas, posicionamento, olhar) e psicológicas do oponente (estado de alerta, 
ansiedade) e outros fatores que exigem presteza do corpo e da mente. 
3. Controle da situação. Para controlar a situação o agente deverá fazer 
uma rápida e correta avaliação dos riscos e está apto para decidir se irá AGIR ou 
REAGIR. 
 
13 
Para fazer uma correta avaliação da situação, e avaliar os riscos, o agente 
deverá atentar e considerar os seguintes pontos: 
a) Quais são as intenções do suspeito? 
b) O que há para oferecer ao agressor (criminosos têm matado apenas 
porque a vitima não tem dinheiro)? 
c) Quais os riscos que se representa para o suspeito, pois ele não hesitará 
em atirar se em algum momento alguém esboçar uma reação? 
d) Qual o comportamento do suspeito (nervoso, drogado, irritado, etc.)? 
e) Quais as chances de êxito do crime perante as dificuldades apresentadas 
até o momento (analise a distancia que o separa do marginal, qual o tipo de 
armamento utilizando, quantas pessoas estão envolvidas, etc.)? 
f) Qual o modus operandi (a partir do qual se poderá reagir ou não reagir)? 
 
As técnicas ensinadas devem ser de fácil aprendizado, de simples execução 
e, principalmente, eficiente em uma situação real. 
Porém o domínio das técnicas depende da observação rigorosa dos 
seguintes princípios: 
a) Repetição. O aprendizado e o domínio dependerão de muita repetição, 
por isto deve-se repetir tantas vezes quanto forem necessárias para incorporar a 
técnica, até que ela se torne um reflexo instintivo. 
b) Dor. Conhecendo os níveis de dor decorrente da aplicação de cada 
técnica sobre os pontos da anatomia humana o agente poderá utilizá-la para 
dominar e controlar o oponente, quanto maior a dor maior será o domínio, pois a dor 
paralisa e diminui a resistência. Toda técnica deve ser precedida de um golpe 
contundente sobre um ponto sensível. 
c) Adaptação. A técnica deve moldar-se ao adversário. É o conhecimento 
dos detalhes de uma técnica que a torna eficiente, e a capacidade de adaptá-la ao 
adversário faz a diferença entre viver ou morrer. 
d) Mudança. Quando uma técnica não der resultado, deve-se mudar para 
outra técnica. Ao tentar aplicar uma torção, se não conseguir, deve-se varia para um 
 
14 
soco ou cotovelada, p. ex, ou alterar a alavanca, somando a força do adversário a 
sua. 
e) Versatilidade. O agente deve utilizar uma técnica para varias situações, e 
varias técnicas para uma situação. É necessário treinar o mais perto da realidade 
possível, em várias situações em de pé, no solo, aplicando socos, chutes, chaves, 
projeções, imobilizações, movimentações de esquivas, etc. Quanto maior a 
versatilidade, melhores serão as chances. 
É importante ressaltar que, dentre esses princípios, a repetição é sempre 
ignorada pelos elaboradores das grades curriculares dos centros de formação e 
qualificação de profissionais de segurança; talvez pela falta de afinidade para com a 
disciplina, economia de recursos para as despesas decorrentes do pagamento de 
instrutores, ou por não entenderem que a aquisição das qualidades cognitivas e 
psicomotoras inerentes à Defesa Pessoal está condicionada ao estudo dos gestos, à 
aquisição da noção espaço-tempo e à prática repetitiva das técnicas de modo 
separado ou sequencial, sempre visando os demais princípios. 
Obviamente, a inobservância desses princípios prejudicará o domínio dos 
fundamentos desta disciplina. E a eficácia de uma técnica de Defesa Pessoal 
dependerá do quanto ela foi praticada, do tempo e número de vezes, até que não 
seja necessário pensar (inteligência mecânica) para reagir ou agir diante de uma 
situação imprevisível. 
Portanto, tal domínio não será possível alcançar, praticando uma ou outra 
técnica durante algumas horas-aulas de 40 ou 45 minutos cada, de um total de 20 
horas-aulas, desconsiderando-se as oportunidades de tempo para que este 
profissional seja submetido a situações de agressões próximas do real. 
Nessa linha de pensamentos, devemos também considerar os prejuízos 
decorrentes deste equívoco, haja vista que diante de uma situação real o 
profissional estará obrigado a valer-se das habilidades cognitivas e psicomotoras, 
não adquiridas nesse curto espaço de tempo, para agir ou reagir instintivamente. 
Diante das suas obrigações, certamente esse profissional atuará, achando que 
detém essas habilidades adquiridas no seu curso de 20 (vinte) horas-aulas e com 
certeza responderá pelos excessos decorrentes do seu despreparo, ou ser 
lesionado ou morto. 
 
15 
Não obstante, é importante alvitrar que o treinamento de Defesa Pessoal 
não deve ser restrito às aulas dos cursos, mas extensivo a outros ambientes 
externos, procurando repetir ao máximo as técnicas repassadas pelo instrutor. Desta 
forma as horas-aulas não disponibilizadas serão compensadas pelo aluno e as 
possibilidades dos prejuízos já comentados poderão ser reduzidas, ou mesmo 
evitadas. 
 
7 DISTÂNCIAS DE SEGURANÇA EM DEFESA PESSOAL PROFISSIONAL 
 
Em Defesa Pessoal é estrategicamente importante que o profissional de 
segurança desenvolva uma apurada noção de distância, considerando que diante da 
aproximação de um indivíduo suspeito isto lhe será de grande valia para, conforme 
ensinamentos de Ricardo Nakayama (2008): 
 
1- Evitar ser surpreendido; 
2- Evadir-se do local de risco; 
3- Melhorar a condição de defesa; 
4- Efetuar uma reação mais eficaz quando o confronto é inevitável. 
 
Nakayma (2008) orienta no sentido de que, para controlar a distância entre 
ele e o suspeito, o profissional deverá considerar 4 (quatro) áreas distintas, que são: 
- Área Íntima (até 0,50m): é a área crítica, onde apenas as pessoas de 
maior confiança (membros da família e amigos muito próximos) podem se 
aproximar; 
- Área Pessoal (de 0,51m a 1,50m): é a segunda área de confiança, 
destinada às pessoas do convívio diário; 
- Área Social (de 1,51m a 3,60m): área onde tratamos a maior parte das 
pessoas, nos possibilitando ter campo de visão e capacidade de reação, o círculo 
final da área social, compreende o que é chamado círculo interno; 
 
16 
- Área Pública (acima de 3,60m): qualquer pessoa que deixe a área pública 
e avance em nossa área social é um indicativo de perigo que deve ser observado e 
se necessário, neutralizado. 
O agente de segurança deve aperfeiçoar seus sentidos, ao mesmotempo 
em que deve ter uma visão ampla de todo o cenário, procurando não ser pego de 
surpresa, e deve buscar algo específico (nervosismo/atitudes), avaliando as opções 
e tomando as medidas necessárias. 
 
 
 
Numa situação de conflito, ao aproximar-se de um suspeito agressivo para 
tentar dissuadi-lo ou negociar, convém que o agente de segurança adote uma 
atitude mental de alerta e posicione-se numa distância que o mantenha em condição 
de defesa, de contra-ataque e/ou de aplicar uma técnica de contenção/imobilização, 
ou seja, em uma distancia que lhe proporcione mais segurança. Este princípio 
deve ser observando quando for abordado por alguém desconhecido. 
 Não é possível precisar qual é, ou qual deverá ser a distância de segurança 
que o agente de segurança poderá adotar, pois cada caso é um caso. No entanto, 
ao aproximar-se de um suspeito, o agente deverá posicionar-se a uma distância 
que, olhando acima dos olhos do oponente, ele possa ver toda a silhueta e a 
movimentação de braços e de pernas do indivíduo. 
 
17 
Caso seja necessário ultrapassar a distância de segurança, agente de 
segurança deve evitar permanecer na frente e entre os braços do suspeito; ou 
seja, na posição interna do agressor. 
 
 
 
Segundo Moreira e Corrêa (2002, p. 103)6 a “posição interna” é a situação 
mais perigosa em que pode se encontrar, ou permanecer, diante de um suspeito 
resistente agressivo, pois o ser humano ataca e luta de frente, e nessa posição o 
defensor estará mais vulnerável a socos, chutes, agarramento, mordidas e 
cabeçadas do agressor. 
Se possível, o agente deve procurar manter-se fora da posição interna do 
seu oponente, sempre em atitude mental alerta, e ajustar sua posição conforme a 
movimentação do suspeito. 
 
8 A IMPORTÂNCIA DOS PONTOS VITAIS E SENSÍVEIS EM DEFESA 
PESSOAL PROFISSIONAL. 
 
 
6
 MOREIRA, Cícero Nunes; CORRÊA, Marcelo Vladimir. MANUAL DE PRÁTICA POLICIAL – 
GERAL. 1ª ed. Minas Gerais: POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS, 2002, 176 p. 
 
18 
Como já foi dito antes, conhecendo os níveis de dor decorrente da aplicação 
de cada técnica sobre os pontos vitais da anatomia humana, o agente poderá utilizá-
la para dominar e controlar o oponente, pois quanto maior a dor maior será o 
domínio, pois a dor paralisa e diminui a resistência. Toda técnica deve ser precedida 
de um golpe traumático ou contundente sobre um ponto vital e/ou sensível. 
A efetividade de um golpe depende de conhecimentos em anatomia 
humana, fisiologia e primeiros socorros. Há três modos para traumatizar os pontos 
vitais: impacto; pressão e estrangulamento. Os golpes sobre estes pontos podem 
gerar: dor, choque, perturbações respiratórias, paralisia temporária, forte torção, 
deslocamento de juntas, fratura de ossos e hemorragia interna. 
Um policial de menor porte físico e mais fraco pode valer-se dessas técnicas 
contra um indivíduo maior e mais forte, tendo uma vantagem distinta em uma 
situação de autodefesa ou de outrem. Tais conhecimentos e o domínio de técnicas 
apropriadas oferecem uma grande vantagem em termos de autodefesa; pois o 
policial poderá aumentar ou diminuir a força aplicada de acordo com a situação. 
Durante o treinamento é de suma importância evitar exageros ao atingir os pontos 
vitais, considerando que a segurança do seu parceiro de treino deve estar acima de 
tudo. 
Sabendo usar os golpes contundentes (soco, chute, pressão, torção) 
corretamente, o policial poderá defender-se sem machucar gravemente seu 
adversário, pois o policial sempre será responsabilizado pelas consequências das 
suas ações. Tanto no ponto de vista moral como no legal, o uso excessivo da força 
trará responsabilidades ao agente. No entanto, estando em perigo de ser morto, ele 
tem o direito de usar de quaisquer recursos para preservar sua integridade física. 
 
9 TRAUMATOLOGIAS DOS GOLPES SOBRE PONTOS SENSÍVEIS E 
VULNERÁVEIS DA ANATOMIA HUMANA. 
 
O agente de segurança (policial ou vigilante) deve está ciente de que os 
centros nervosos e os pontos de pressão são partes sensíveis e/ou vulneráveis da 
anatomia humana. 
 
19 
Os golpes aplicados nessas áreas do corpo serão mais eficazes que os 
golpes disparados sem direção certa, que podem atingir o adversário com violência, 
mas sem causarem os efeitos desejados. 
Um ponto sensível ou centro nervoso é aquele lugar do corpo humano onde 
há uma grande concentração de nervos mais próximos da superfície e não contam 
com a proteção de ossos ou músculos. Algumas partes do corpo são ao mesmo 
tempo sensíveis e vulneráveis. 
Quanto aos pontos vulneráveis, diz-se daquele que estão mais expostos na 
anatomia humana, tais como a garganta, os olhos, parte posterior e lateral da 
cabeça, joelhos, órgãos genitais, cotovelos e articulações das mãos. 
9.1 Pontos localizados na parte anterior do corpo humano 
 
1. Fronte. Efeitos: comoção cerebral - morte. 
Causas: edema cerebral. 
2. Têmpora. Efeitos: hematoma intracraniano - 
morte. Causas: hemorragia cerebral. 
3. Orelhas. Efeitos: hemorragia interna, 
concussão cerebral ou morte. Causas: edema cerebral, 
lesão vascular interna intracraniana, lesão vascular no 
conduto auditivo ou ruptura de tímpano. 
4. Olhos. Efeitos: cegueira. Causas: trauma no 
nervo óptico. 
5. Nariz. Efeitos: dor, cegueira temporária ou 
morte. Causas: trauma no quiasma óptico. 
6. Lábio superior. Efeitos: dor e desmaio. 
Causas: trauma no lábio e ruptura. 
7. Mandíbula. Efeitos: fratura do pescoço e 
desmaio. Causas: fratura da coluna vertebral cervical, ocasionando uma 
compressão da medula ou bulbo e ocorrendo uma parada cardiorrespiratória. 
8. Pomo-de-adão (proeminência laríngea). 
Efeitos: náusea, rompimento da traqueia ou morte. Causas: cartilagem 
tireoide da traqueia lesionada, ocorrendo um enfisema subcutâneo. 
 
20 
9. Base da garganta. Efeitos: lesão grave e náusea. Causas: lesão da 
traqueia e glândula tireoide. 
10. Clavícula. Efeitos: fratura. Causas: trauma ósseo (não causa morte). 
11. Jugular e carótida. Efeitos: desmaio ou morte. Causas: interdição 
momentânea do fluxo sanguíneo ao cérebro. 
12. Plexo braquial (axila): efeitos: paralisia temporária. Causas: 
traumatismo no plexo braquial, enervando os membros superiores. 
13. Plexo solar. Efeitos: dor aguda ou morte. Causas: lesão no plexo, 
ocasionando uma parada cardíaca. 
14. Estômago. Efeitos: lesão séria e dor aguda. Causas: lesão da víscera e 
lesão vascular, ocasionando hemorragia interna. 
15. Costelas flutuantes. Efeitos: dor intensa ou morte por lesão visceral. 
Causas: fratura óssea. 
16. Fígado. Efeitos: dor intensa ou morte. Causas: ruptura do fígado com 
hemorragia interna. 
17. Testículos. Efeitos: dor intensa. Causas: inflamação dos testículos, 
devido ao trauma, podendo haver lesão no canal espermático. 
18. Dedos. Efeitos: fratura ou dor. Causas: fratura das falanges. 
19. Articulações (punho, cotovelo, ombro, joelho, tornozelo). Efeitos: 
luxação ou dor. Causas: luxação - perda do contato entre as superfícies articulares. 
20. Parte anterior da tíbia (abaixo da patela). Efeitos: dor intensa. Causas: 
fratura. 
21. Peito do Pé. Efeitos: fratura ou dor. Causas: 
fratura dos ossos próprios do pé ou metatarsianos. 
9.2 Pontos localizados na parte posterior do corpo 
humano 
 
1. Bulbo. Efeitos: morte. Causas: lesão do 
bulbo. 
2. Nuca. Efeitos: morte. Causas: lesão da 
medula alta ou de bulbo, ocasionando uma parada 
cardiorrespiratória (quanto mais alta mais grave). 
 
21 
3. Coluna vertebral. Efeitos: morte ou paralisia. Causas: lesão medular - 
choque medular, causando uma paralisia momentânea. 
4. Rim. Efeitos: morte ou choque nervoso. Causas: morte por lesão do 
pedículo vascular renal (fácil deslocamento dos vasos sanguíneos que irrigam o 
órgão), podendo haver queda do rim (ptose-interna). 
5. Plexo lombo-sacral. Efeitos: dor intensa, paralisiade membros inferiores 
temporária ou definitiva. Causas: trauma direto, com ou sem fratura de vértebras. 
6. Cóccix. Efeitos: dor intensa. Causas: fratura ou luxação. 
7. Nervo ciático. Efeitos: paralisia temporária dos membros inferiores. 
Causas: trauma direto com edema do nervo. 
8. Panturrilha. Efeitos: dor intensa. Causas: trauma direto, por lesão dos 
músculos gêmeos. 
9. Tendão de Aquiles. Efeitos: dor intensa, com impossibilidade de ficar na 
ponta do pé quando há ruptura do tendão de Aquiles (síndrome da pedrada). 
Causas: trauma direto sobre o tendão. 
10. Articulações (punho, cotovelo, ombro, joelho, tornozelo). Efeitos: 
luxação, fratura, dor intensa ou paralisia dos membros. Causas: perda de contato 
articular. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A Defesa Pessoal Policial, enquanto disciplina do Curso de Formação e 
Habilitação Policial, tem como objetivo principal oportunizar ao formado a aquisição 
de habilidades cognitivas e psicomotoras que o capacite a atuar com proficiência 
nas situações em que seja necessário o uso da força para fazer cumprir a lei ou para 
agir/reagir em legítima defesa própria ou de terceiros, utilizando-se de técnicas e 
táticas de proteção a mãos livres e/ou com o recurso de equipamentos especiais de 
menor potencial ofensivo, contra uma agressão atual ou iminente, obedecendo 
sempre aos mecanismos legais que nortear e tornam legítimas as ações de um 
profissional de segurança. 
 
22 
Os conhecimentos teóricos aqui oportunizados devem servir de balize para 
os conhecimentos técnicos e táticos adquiridos durante as aulas-treinos da 
Disciplina de Defesa Pessoal Policial, pois do contrário tal estudo não passaria de 
mero treinamento em lutas, deixando ao largo o propósito legal de defender o 
cidadão, na preservação dos seus direitos e garantias constitucionais. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
PINTO, Jorge Alberto Alvorcem; VALÉRIO, Sander Moreira. Defesa Pessoal para 
Policiais e Profissionais de Segurança. Porto Alegre: Evangraf, 2002. 222 p. 
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40p. Disponível em: <www.supervirtual.com.br>. Acessado em: 15 de maio de 2005. 
LIMA, Raimundo Gerson dos Santos. TONFA: Bastão de Defesa Pessoal. Fortaleza: 
INESP, 2003, 65p. 
NAKAYAMA, Ricardo. AGENTES DE SEGURANÇA PESSOAL PARA 
PROFISSIONAIS DE SEGURANÇA PÚBLICA E PRIVADA, e-Book. 2008, 70p. 
Disponível em: < http://www.youblisher.com>. Acessado em: 14 de julho de 2011. 
LAVINE, Darren e WHITMAN, Jonh. Complete Krav Maga. The Ultimate Guide to 
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3-PM). 1992 – 2ª ed. Publicado no Bol G PM 134/92,e-book. 47p. 
PIAUÍ. POLÍCIA MILITAR. MANUAL DE PRÁTICA DE DEFESA PESSOAL COM O 
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ROVER, Cees de. PARA SERVIR E PROTEGER. DIREITOS HUMANOS E 
DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO PARA FORÇAS POLICIAIS E DE 
SEGURANÇA. MANUAL PARA INSTRUTORES. Comitê Internacional da Cruz 
Vermelha, Genebra. 2000. 
SILVA, Francisco de Aguiar. BASTÃO TONFA: Atividade Policial a Direitos 
Humanos. 2006, 156f. Dissertação (Especialização em Segurança Pública e 
 
23 
Inteligência Policial). Universidade Estadual do Piauí, Centro de Ciências Sociais 
Aplicadas, Teresina, 2006. 
 
 
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO DOS CONHECIMENTOS TEÓRICOS EM DEFESA 
PESSOAL PROFISSIONAL 
 
Leia atentamente as afirmativas e marque a alternativa correta. 
01. Para o profissional de segurança Defesa Pessoal é: 
a [ ] É uma ação preventiva, reativa ou não reativa. 
b [ ] É toda ação ou reação justa e proporcional a uma agressão atual ou iminente, 
a fim de resguardar direito próprio ou de outrem, observadas as consequências da 
ação lesiva. 
c [ ] É um estilo de Arte Marcial, que objetiva promover a defesa pessoal própria ou 
de terceiros, conjugando, ao máximo, as potencialidades físicas, cognitivas e 
emocionais do agente. 
02. Dentre as afirmativas abaixo é correto considerar. 
a [ ] A lei generaliza e determina o exame minucioso das circunstâncias que levou 
ao uso da força. O que será examinado rigorosamente será o nível de treinamento 
do profissional de segurança em artes marciais, não tem a menor importância, se 
sua reação for destinada tão-somente a cessar o ataque, de forma justa, 
proporcional e objetiva; 
b [ ] O equilíbrio entre a ação e a reação refere-se à legalidade, considerando-se os 
riscos reais e potenciais e as consequências previsíveis na sequência da ação 
lesiva; 
c [ ] O principal motivo da sua ação ou reação é, ou será, a iminência ou o momento 
da agressão devidamente caracterizada para que não haja outra forma de 
interpretação que não seja o uso moderado dos meios para conter e/ou repelir o 
ataque, pois do contrário não se justifica a sua ação ou reação; 
 
24 
03. São requisitos para se alegar legítima defesa: 
a [ ] Agressão justa, atual ou iminente. 
b [ ] Direito do agredido, ou de terceiro, atacado ou ameaçado de dano pela 
agressão. 
c ( ) Estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito. 
04. Os Princípios Básicos para Uso da Força e Arma de Fogo pelos 
Encarregados pela Aplicação da Lei considerados essenciais são: 
a [ ] Legalidade, Necessidade, Proporcionalidade; 
b [ ] Autocontrole, Controle do adversário e Controle da Situação; 
c [ ] Autocontrole, Legalidade, Progressividade e Conveniência. 
05. Dentre as afirmativas abaixo é correta afirmar: 
a [ ] Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios 
necessários, repele QUALQUER agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de 
outrem. 
b [ ] O Controle da situação depende da avaliação correta dos riscos e está apto 
para decidir se irá agir ou reagir. 
c [ ] Adaptação, segundo este princípio, se uma técnica não der resultado, deve-se 
mudar para outra técnica. 
 06. Em DEFESA PESSOAL o Profissional de Segurança (policial ou vigilante) 
deve dominar os seguintes fundamentos: 
a [ ] Legalidade, Proporcionalidade, Necessidade e Conveniência. 
b [ ] Repetição, Adaptação, Dor, Versatilidade, Mudança. 
c [ ] Autocontrole, Controle do Adversário e Controle da Situação. 
07. A relação de riscos entre o instante, o local e a atuação do agente de 
segurança, pois não seria em nada proveitoso ou decoroso reagir a uma 
agressão por arma de fogo em um local de grande concentração de pessoas. 
Refere-se ao seguinte princípio: 
a [ ] Proporcionalidade; 
 
25 
b [ ] Legalidade; 
c [ ] Conveniência 
08. Em que consiste o Uso Progressivo da Força? 
a [ ] consiste no emprego de técnicas e táticas de defesa pessoal para garantir o 
controle e ganhar a cooperação do suspeito. Compreendem-se as técnicas de 
imobilização e condução, inclusive o uso de algemas; 
b [ ] consiste na seleção adequada dos recursos de que dispõe o profissional de 
segurança (policial ou vigilante) para fazer frente ao nível de resistência de um 
suspeito ou infrator; 
c ( ) consiste no uso de meios suficientes para superar a resistência do indivíduo. 
Mantidos os níveis de alerta para comportamento mais agressivo 
09. Para o domínio das técnicas de Defesa Pessoal Profissional, o aluno deve 
observar os seguintes princípios: 
a [ ] Repetição, Adaptação, Dor, Versatilidade, Mudança; 
b [ ] Necessidade, Autocontrole, Proporcionalidade, Dor, Repetição; 
c [ ] Autocontrole, Controle do Adversário e Controle da Situação.

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