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1 Estrutura da Constituição 1. Preâmbulo (ADI 2076) 2. Corpo fixo | parte dogmática 3. ADCT 4. Normas constitucionais originárias (ADI 815) 5. Normas constitucionais derivadas → O preâmbulo NÃO possui normatividade, não é de observância obrigatória nas constituições estaduais. Também NÃO É PARÂMETRO de controle de constitucionalidade. → O ADCT é formado majoritariamente por normas com eficácia exaurível com o tempo, de passagem. → NÃO há hierarquia entre as normas do corpo fixo e as normas do ADCT, são parâmetro de controle de constitucionalidade. Se houver conflito entre as normas, aplica o princípio da especialidade, a norma mais específica é aplicada. - As normas constitucionais originárias tem PRESUNÇÃO ABSOLUTA de constitucionalidade. - As derivadas têm PRESUNÇÃO RELATIVA. → ELEMENTOS 1. Orgânicos: representam a estrutura do Estado. (títulos I, II, III – normas estruturais) 2. Limitativos: direitos e garantias fundamentais de 1ª dimensão (título II – capítulo 2) 3. Socioideológicos: ideal do bem-estar social, direitos de 2ª dimensão (título II, capítulo 2, VII, VIII) 4. Estabilização constitucional: solucionam conflito (art. 34 a 36, 60, 102, I a 136 a 141) 5. Formas de aplicabilidade: regras de aplicação da constituição. → CLASSIFICAÇÃO Quanto à ORIGEM: - Promulgadas: é a Constituição popular, pois há participação popular direta (referendo ou plebiscito) ou indireta (representatividade popular). - Outorgadas: é a Constituição imposta, sem participação popular. É uma usurpação do titular do poder constituinte. - Pactuadas: há um pacto, originando-se de duas forças políticas rivais. É o que ocorreu com a burguesia ascendente e a realeza descendente. Há basicamente dois titulares do Poder Constituinte. - Cesaristas/bonapartistas: há a elaboração unilateral da Constituição, mas ela é submetida a uma ratificação popular, por meio de referendo. O povo não participa da elaboração da Constituição, motivo pelo qual ela não trata dos anseios populares. Obs.: A Constituição de 1937 previa a submissão ao plebiscito, mas isso jamais ocorreu. Quanto à FORMA: - Escrita: Regras sistematizadas em documento escrito. Apresentam-se de duas formas: * codificadas: num único texto; * legais: esparsas em diversos documentos. - Não escrita: Normas constitucionais não são solenemente elaboradas, mas surgem pelos costumes, usos, jurisprudência e leis. Tanto em Constituições escritas quanto em não escritas, existem leis que tratam de normas constitucionais, mas nas costumeiras não há procedimento solene de inclusão. Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO: - Dogmáticas: São sempre escritas, elaboradas pelo órgão constituinte. Trazem dogmas. Poderão ser: • ortodoxas: uma só ideologia; • ecléticas: soma de diferentes ideologias. - Históricas: São as não escritas, pois resultam de um lento processo histórico de formação. Quanto ao CONTEÚDO: - Material: é a Constituição cujas normas devem versar sobre aquelas matérias indispensáveis à construção de um modelo de Estado. Ou seja, seria o conjunto de normas, escritas ou não escritas, que sintetizam apenas as decisões políticas fundamentais de um povo, é dizer, normas relacionadas à organização do Estado, à NORMAS CONSTITUCIONAIS Originárias (promulgadas em 1988) Derivadas (art. 60, CRFB/88) Direito Constitucional 2 organização dos poderes e aos direitos e garantias fundamentais. - Formal: É composta por todas as normas que a integram. Assim, a Constituição formal, por sua vez, pode ser definida como o conjunto de normas necessariamente escritas que para serem consideradas constitucionais bastam aderir formalmente ao texto, independentemente do seu conteúdo. Quanto a ESTABILIDADE: - Rígida: Existe um processo especial mais difícil de alteração do que para as demais normas. Garante maior estabilidade ao texto constitucional. - Flexível: Possibilidade de alteração pelo mesmo processo das demais leis. Ex.: Inglaterra - Semirrígida: Parte da Constituição é mais rígida do que outras partes mais flexíveis. Ex.: Constituição de 1824. → CLASSIFICAÇÃO DA CRFB/88 Origem: promulgada Forma: escrita Extensão: analítica Conteúdo: formal Modo de elaboração: dogmática Alterabilidade: rígida Finalidade: dirigente Ideologia: eclética Ontológico: nominativa → EFICÁCIA DAS NORMAS PLENA Aplicabilidade imediata, direta e integral. Ex. Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. CONTIDA Aplicabilidade imediata, direta, não integral; (pode ter seu efeito restringido) Ex. Art. 5º, XIII – É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; Art. 5º, XLII – “a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei.” LIMITADA Aplicabilidade mediata, indireta, reduzida. É necessário que tenha uma lei. Art. 37, VII – O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; Art. 144, § 8º da Constituição da República de 1988, “os municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”. Em relação à norma de eficácia contida, um exemplo prático: para ser advogado, não basta cursar direito, é necessário ser aprovado no exame da ordem. → FENÔMENOS CONSTITUCIONAIS 1. REVOGAÇÃO GLOBAL: o diploma normativo perde a vigência. 2. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: expresso. Mantem como a norma infraconstitucional normas da constituição anterior. 3. VACACIO CONSTITUTIONES: período de tempo entre a publicação de uma nova CF e a sua entrada em vigor. 4. REPRISTINAÇÃO: Expresso. Art. 2, §3º LINDB. O STF não adota a teoria da inconstitucionalidade superveniente. CONCEITOS QUE MAIS APARECEM NA PROVA Mutação constitucional: decorre do poder constituinte difuso. É o mecanismo informal de mudança, ou seja, o texto permanece intacto, mas a leitura do texto constitucional sofre uma nova interpretação. O texto da Constituição não se altera em nada, entretanto o sentido e a interpretação do texto podem ser modificados. Desconstitucionalização: é quando uma nova constituição revoga a constituição anterior e transforma parte dela em lei infraconstitucional. Como regra, não é adotada no Brasil, salvo se a Constituição previr. Por exemplo: transformar parte da Constituição de 1988 em uma lei infraconstitucional, como se fosse o Código Penal, Código Penal Civil etc. 3 Poder Constituinte Pode ser conceituado, em síntese como o poder que fundamenta a criação de uma constituição; a reforma desse texto constitucional e nos Estados Federativos o poder que legitima a auto-organização dos Estados membros por meio de suas próprias constituições, bem como as respectivas reformas dos textos estaduais. ESPÉCIES Poder Constituinte Originário Poder Constituinte Derivado 1º grau. Cria uma nova constituição 2º grau. Reformador: art. 60 Decorrente: art. 11 ADCT → PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO É aquele que inicia uma nova ordem jurídica, que rompe por completo com a ordem jurídica anterior. Em outras palavras, se tivermos uma nova Constituição, será rompido por completo com a Constituição anterior CARACTERÍSTICAS: 1) Inicial: inaugura um novo estado, rompe por completo com a ordem anterior; 2) Ilimitado: as normas anteriores não restringem a sua atuação; 3) Incondicionado: não se submete a qualquer regra pré-fixada pelo ordenamento jurídico anterior → PODER CONSTITUINTE DERIVADO É derivado do poder originário. 1) Condicionado: as atribuições estão vinculadasà Constituição; 2) Subordinado: sujeitam-se ao mecanismo de controle de constitucionalidade. Divide-se em reformador, decorrente (2º grau) e revisor. Reformador possibilidade de alterar formalmente a Constituição. Por exemplo: PEC. Decorrente estados-membros elaborarem as suas próprias constituições (art. 25 da CF). A doutrina entende que não é possível a manifestação do poder constituinte derivado pelos municípios. Ato local questionado em face de uma lei orgânica, não se sujeita a controle de constitucionalidade, mas, sim, controle de legalidade, pois não se tem constituição do município. - Revisor: meio excepcional e precário de alteração da Constituição (art. 3º do ADCT). Ocorreu 5 anos após a promulgação, mediante o voto da maioria absoluta do Congresso Nacional em sessão unicameral. → LIMITAÇÕES AO PODER DE REFORMA PODER CONSTITUINTE REFORMADOR: PEC Limitações implícitas: impossibilidade de supressão dos fundamentos da República Federativa do Brasil (art. 1º). Limitações expressas: circunstanciais (art. 60 da CF) A Constituição não pode ser emendada nos casos de: Intervenção federal; Estado de defesa e Estado de sítio. Limitações expressas: materiais (art. 60, § 4º, cláusulas pétreas) Forma federativa de estado, por isso não se admite a secessão no Brasil; não podem ser abolidos os direitos e garantias individuais; Voto direto, secreto, universal e periódico e separação dos poderes. Limitações expressas: formais - Subjetivas: somente os legitimados do art. 60 podem propor uma PEC (Presidente da República; 1/3 da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; mais da metade das assembleias legislativas, cada uma se manifesta pela maioria relativa); - Objetivas: quórum (2 casas, 2 turnos e 3/5 para aprovar uma PEC). Quem promulga é a mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal). UMA PEC NÃO PODE SER OBJETO DE NOVA PROPOSTA NA MESMA SESSÃO LEGISLATIVA, MAS SIM NA MESMA LEGISLATUTA. A OBRIGATORIEDADE DO VOTO, POR NÃO SER CLÁUSULA PÉTREA PODE SER ABOLIDO. Cláusulas Pétreas não são hierarquicamente superiores às demais normas, pois não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias. As cláusulas pétreas podem ser ampliadas; Não há limitação temporal. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de 4 FUNDAMENTOS Valores estruturantes do Estado Brasileiro (Art. 1º) Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político. Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. OBJETIVOS FUNDAMENTAIS Algo a ser perseguido (Art. 3º) Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. PRINCÍPIOS REGENTES DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS (Art. 4º) A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino- americana de nações. ➢ APROFUNDAMENTO SOBRE TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Existe hierarquia entre a Constituição Federal/Constituição estadual/leis orgânicas municipais? SIM! EXISTE hierarquia entre as constituições, não existe entre as leis. | Leis federais/estaduais/municipais não tem hierarquia. DESCONSTITUICIONALIZAÇÃO: quando a Constituição revoga a anterior e transforma parte dela em lei. 1. (2018.1/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Em um certo país (República Teta), o poder constituinte originário, ao produzir uma nova Constituição, insere no respectivo texto os seguintes artigos: Art. 28. A produção, alteração e revogação de leis ordinárias se dará por manifestação da maioria simples no Parlamento da República, em um único turno. (...) Art. 63. No que se refere às normas materialmente constitucionais, a manifestação do poder constituinte derivado reformador somente será reconhecida se o processo de votação for aprovado pela maioria de 4/5 do total de membros do Parlamento da República, em votação a ser realizada em dois turnos. Art. 64. No que se refere às normas meramente formais da presente Constituição, a manifestação do poder constituinte derivado reformador se dará por intermédio de manifestação de maioria simples dos membros do Parlamento da República, em um único turno. (...) ADCT (Atos das Disposições Constitucionais Transitórias) Art. 100. Ficam integralmente revogadas as normas da Constituição anterior. Diante do exposto e seguindo o quadro teórico adotado no sistema jurídico-constitucional brasileiro, responda às questões a seguir. a) Quanto à estabilidade, é possível considerar que a nova Constituição deve ser classificada como rígida? Justifique. (Valor: 0,65) A constituição somente pode ser classificada como “rígida” quando exige, no processo de modificação pelo 5 poder constituinte derivado reformador, solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que aquelas exigidas para a formação e modificação de leis comuns (ordinárias e complementares). No caso em tela, em razão do disposto nos Arts. 63 e 64 da Constituição da República Teta, temos uma Constituição semirrígida (ou semiflexível), assim considerada aquela em que alguns dispositivos podem ser modificados livremente pelo legislador, segundo o mesmo processo de elaboração e modificação das leis ordinárias (conforme Art. 28 da Constituição da República Teta), enquanto outros são modificáveis por meio de solenidades e exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis que aquelas exigidas para a formação e modificação de leis comuns (ordinárias e complementares). b) A nova Constituição deu origem ao fenômeno conhecido, no âmbito do direito constitucional intertemporal, como “desconstitucionalização”? (Valor: 0,60) A desconstitucionalização é um fenômeno que se manifesta quando uma nova Constituição é promulgada e as normas formalmente constitucionais da Constituição anterior, que não tenham sido repetidas ou contrariadas, adentram no novo sistema com status de lei ordinária. No caso em tela, tendo em vista que o Art. 1º do ADCT da Constituição da República Teta estabeleceu a integral revogação das normas da Constituição anterior, não há que se falar em uma suposta vigência das normas da Constituição anterior - mesmo que com “status mitigado” de lei ordinária - no âmbito do atual ordenamento constitucional. 2. (2017.1/XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Em 1975, o Presidente da República estabeleceu, por decreto, que a localização da nova usina nuclear seria o Município Alfa. O Decreto de 1975 seguiu todas as prescrições legais então vigentes, sem nenhum tipo de violação à Constituição da época. Não obstante, tendo em vista diversos fatores econômicos,políticos e sociais, o início dos trabalhos ficou adiado para uma nova oportunidade. Com o advento da Constituição de 1988, o texto constitucional passou a determinar que a localização de usinas nucleares seja autorizada por Lei Federal. Diante da narrativa acima, responda aos itens a seguir. a) O Decreto do Presidente da República, editado em 1975, foi recepcionado pela nova Constituição? Justifique. (Valor: 0,70) Sim, porque o direito brasileiro não admite a inconstitucionalidade formal superveniente. O examinando deve destacar que o Decreto Presidencial de 1975 foi recepcionado pela nova Constituição, na medida em que não há nenhuma incompatibilidade material com este paradigma de análise, ou seja, não há nenhuma vedação à construção de usinas nucleares, bem como nenhuma proibição constitucional acerca da sua localização no município Alfa. Portanto, a inexistência de incompatibilidade material entre a nova ordem constitucional e o Decreto Presidencial de 1975 indica que este ato normativo foi recepcionado pela nova Constituição. No direito brasileiro, o fenômeno da recepção analisa tão somente a compatibilidade material perante a nova Constituição, não importando a forma do ato normativo, daí a inexistência de inconstitucionalidade formal superveniente. No caso, a evidente incompatibilidade da forma do ato normativo (Decreto Presidencial ao invés de Lei Federal) não é suficiente para impedir sua recepção. Embora a localização das usinas tenha sido estabelecida por decreto, estava de acordo com a Constituição da época. A incompatibilidade com a nova Constituição só aconteceria, se o conteúdo ou matéria estivesse contrário à Constituição Federal de 88. b) O atual Presidente da República pode, por Decreto Presidencial, alterar a localização da usina nuclear para o município Beta, no lugar de Alfa? Justifique. (Valor: 0,55) Não, porque o Decreto Presidencial de 1975 foi recepcionado pela nova ordem constitucional com o novo status de lei federal, já que a norma infraconstitucional que não contrariar materialmente a nova Constituição será recepcionada, devendo, inclusive, adquirir a “roupagem” que a nova Constituição estabelece para a matéria que regula. Foi exatamente esse o caso do Decreto Presidencial de 1975, que foi recepcionado com eficácia de lei federal, no que se refere à localização da usina nuclear, não podendo, portanto, ser alterado por outro decreto presidencial. Em consequência, a resposta é negativa, na medida em que seria necessária a edição de uma Lei Federal para autorizar a nova localização da usina no Município Beta, nos termos do artigo Art. 225, § 6º, da CFRB/88. 3. (2016.2/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O Presidente da República edita medida provisória estabelecendo novo projeto de ensino para a educação federal no País, que, dentre outros pontos, transfere o centenário Colégio Pedro II do Rio de Janeiro para Brasília, pois só fazia sentido que estivesse situado na cidade do Rio de Janeiro enquanto ela era a capital federal. Muitas críticas 6 foram veiculadas na imprensa, sendo alegado que a medida provisória contraria o comando contido no Art. 242, § 2º, da CRFB/88. Em resposta, a Advocacia-Geral da União sustentou que não era correta a afirmação, já que o mencionado dispositivo da Constituição só é constitucional do ponto de vista formal, podendo, por isso, ser alterado por medida provisória. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. a) Segundo a Teoria Constitucional, qual é a diferença entre as denominadas normas materialmente constitucionais e as normas formalmente constitucionais? (Valor: 0,75) O examinando deverá responder que as normas materiais possuem status constitucional em razão do seu conteúdo, pois estabelecem normas referentes à estrutura organizacional do Estado, à separação dos Poderes e aos direitos e as garantias fundamentais, enquanto as normas em sentido formal só possuem o caráter de constitucionais porque foram elaboradas com o uso do processo legislativo próprio das normas constitucionais. b) O entendimento externado pela Advocacia- Geral da União à imprensa está correto, sendo possível a alteração de norma constitucional formal por medida provisória? (Valor: 0,50) O examinado deverá responder que o entendimento externado pela Advocacia Geral da União à imprensa está incorreto, pois, independentemente da essência da norma, todo dispositivo que estiver presente no texto constitucional, em razão da rigidez constitucional, só poderá ser alterado pelo processo legislativo solene das emendas constitucionais, tal qual previsto no Art. 60 da CRFB/88 (duas casas, dois turnos, três quintos, legitimados próprios, promulgado pela mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal). Processo Legislativo ART. 59 A 69 CRFB/88 Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: I - Emendas à Constituição; II - Leis complementares; III - leis ordinárias; IV - Leis delegadas; V - Medidas provisórias; VI - Decretos legislativos; VII - resoluções. Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. → EMENDAS À CONSTITUIÇÃO (EC) ART. 60 CRFB/88 LEGITIMADOS: - 1/3 no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal - Presidente da República - Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da federação, manifestando cada uma delas pela maioria relativa de seus membros. QUÓRUM: 2 casas + 2 turnos + 3/5 votos. Não pode haver PEC tendentes a abolir: CLÁUSULAS PÉTREAS: FO DI VO SE 1. FOrma federativa de Estado (é por isso que hoje no Brasil não se admite a chamada secessão, separação do Estados pois é cláusula pétrea) 2. Direitos e garantias individuais. 3. VOto direto, secreto, universal e periódico (o voto obrigatório NÃO é cláusula pétrea, pode ser abolido). 4. SEparação dos poderes Outros limites circunstanciais para a propositura de PEC: a CRFB não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio. ▪ Proposta de emenda NÃO TEM SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA. ▪ A EC será promulgada pela Mesa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. ▪ A proposta de EC rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. → PROJETO DE LEI. ART. 61 CRFB/88 LEI ORDINÁRIA LEI COMPLEMENTAR Maioria simples Maioria absoluta - NÃO existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária. 7 1. O assunto X deve disciplinado por Lei complementar, porém esse assunto foi feito por lei ordinária. Existe inconstitucionalidade? SIM, quando lei ordinária trata de matéria de lei complementar há. 2. O assunto Y é matéria de lei ordinária, mas lei complementar tratou dessa matéria. É inconstitucional? NÃO, a regra é que quem pode mais pode o menos. Se foi aprovado por maioria absoluta seria por simples. 3. Assunto Z é materialmente de lei ordinária, mas formalmente é de lei complementar (a matéria é de lei ordinária, mas a lei complementar disciplinou). Se posteriormente vier uma lei ordinária disciplinando sobre Z, poderia a lei ordinária revogar o que está na lei complementar dispondo sobre Z? PODE, a lei será formalmente complementar e materialmente ordinária, logo, é possível ser revogada por uma lei ordinária posterior. Em 2005, visando a conferir maior estabilidade e segurança jurídica à fiscalização das entidades dedicadas à pesquisa e à manipulação de material genético, o Congresso Nacional decidiu discipliná-las por meio da Lei Complementar X, embora a Constituição Federal não reserve a matéria a essa espécie normativa. Posteriormente, durante o ano de 2017, com os avanços tecnológicose científicos na área, entrou em vigor a Lei Ordinária Y prevendo novos mecanismos fiscalizatórios a par dos anteriormente estabelecidos, bem como derrogando alguns artigos da Lei Complementar X. A Lei Complementar X, por tratar de matéria a respeito da qual não se exige a referida espécie normativa, pode vir a ser revogada por Lei Ordinária posterior que verse sobre a mesma temática. PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 1. FASE DE INICIATIVA (art. 61, CRFB/88) Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. Iniciativa de lei não se confunde com a EC. → São de iniciativa PRIVATIVA do PRESIDENTE leis: 1. fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas; 2. disponham sobre: - Criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; - Organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; - Servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; - Organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; - Criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; - Militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. Ex. um deputado propôs um projeto de lei visando aumentar a remuneração dos servidores públicos. Passou pela casa iniciadora, revisora e foi para o presidente (sanção ou veto) O presidente sancionou. INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL SUBJETIVA. A sanção do presidente convalida o vício de iniciativa: NÃO!!! A súmula 5 do STF foi superada!!! (VIDE ADI 2.867/ES, STF e INF 332 STF) → Iniciativa POPULAR É possível iniciativa popular de projeto de lei? SIM. O art. 61 prevê que o CIDADÃO pode iniciar Projeto de Lei, que será através de iniciativa popular! Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles. 1% eleitorado 5 estados 3/10 % dos eleitores OBS: 1. o projeto pode versar sobre mais de um tema? NÃO 8 2. O projeto pode ser rejeitado por vício de forma/escrita? Não. É dever da Câmara dos Deputados providenciar a correção. 3. Tem iniciativa popular de lei em âmbito estatual? SIM. Art. 27, §4º da CRFB/88 4. Tem iniciativa popular de lei em âmbito municipal? SIM. Art. 29, XIII da CRFB/88 (observação: no município, pelo menos 5% do eleitorado. Art. 29, XII). ESQUEMATIZANDO O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 1. Iniciativa 2. Envia para a Casa Iniciadora: geralmente é a Câmara dos Deputados (começa no senado quando um senador inicia ou as comissões do senado) (obs: se a casa iniciadora for a CD a revisora é o SF, se a iniciadora for o SF a revisora será a CD) Se a casa iniciadora rejeitar, o projeto de lei é arquivado. Se aprovar vai para: 3. Casa revisora: se a casa revisora não aprovar, arquiva o projeto. - Se a casa revisora emendar o projeto (acrescentar ou suprimir um artigo) volta para a casa iniciadora. Não pode enviar diretamente para o presidente. Se a iniciadora aprovar, manda para o presidente da república sancionar ou vetar, se ela não aprovar, manda para o presidente da república sem a emenda. É A INICIADORA QUEM DECIDE. - Se a cada revisora aprovar do jeito que a casa iniciadora fez, ou a emenda for redacional que não altere manda: 4. Presidente da República: sanciona ou veta no prazo de 15 dias. Se passar os 15 dias sem manifestação, acontece a sanção tácita. NÃO EXISTE VETO TÁCITO. O VETO NÃO TEM A FORÇA DE ARQUIVAR O PROJETO DE LEI, A RESPOSTA FINAL SERÁ DO PODER LEGISLATIVO. 5. Se sanciona: promulga Quem promulga? Art. 66, §7º - Presidente da república 48h - Presidente do senado 48h - Vice-presidente do senado federal imediatamente Se veta: comunica ao presidente do senado federal em 48 horas. 6. Vai existir uma sessão conjunta no Congresso Nacional no prazo de 30 dias para apreciarem se mantem ou não o projeto. Se na sessão mantiverem o veto: arquiva. Se rejeita o veto PROMULGA. A decisão é do Poder Legislativo. Quem vai promulgar? Regras do 66, §7º. VETO: 1. não existe veto tácito, sempre será expresso. 2. É IRRETRATÁVEL não tem como voltar a atrás. 3. Pode ser parcial (deve abranger o texto integral de artigo/ parágrafo/ inciso/ alínea) ou total O presidente não pode vetar palavras ou expressões. Judiciário pode declarar inconstitucionais palavras ou expressões. 4. Quando é contrário ao interesse público é VETO POLÍTICO, se for inconstitucional é VETO JURÍDICO. 9 PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO 1. Necessariamente de iniciativa do PRESIDENTE DA REPÚBLICA em caso de URGÊNCIA. (art. 64, §1º) 2. Cada casa terá o prazo de 45 dias para apreciar. COMEÇA NA CÂMARA DOS DEPUTADOS. (art. 64, §2º) 3. A apreciação de emendas no projeto será feita no prazo de 10 dias. (art.64, §3º) → LEI DELEGADA. ART. 68 CRFF/88 1. São elaboradas pelo PRESIDENTE DA REPÚBLICA que SOLICITA a delegação ao Congresso Nacional 2. O Congresso Nacional pode autorizar por resolução ou não autorizar SE AUTORIZAR POR RESOLUÇÃO DELEGAÇÃO TÍPICA O Congresso Nacional autoriza ao Presidente da República editar, promulgar e publicar. DELEGAÇÃO ATÍPICA Presidente edita o projeto, mas submete ao Congresso Nacional para apreciação em votação única que é vedada a apreciação de emendas. Se aprovar vai para o PR promulgar e publicar se rejeitar arquiva a lei. Art. 68, §1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: I - Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; II - Nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. → MEDIDA PROVISÓRIA. ART. 62 CRFB/88 Em caso de 1. Relevância 2. Urgência O PRESIDENTE DA REPÚBLICA pode adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submeter de IMEDIATO ao CONGRESSO NACIONAL. VEDAÇÕES (§1º, 62) § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: I - Relativa a: a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; b) direito penal, processual penal e processual civil; c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros; d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; (pode para ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO PARA ATENDER DESPESAS URGENTES DECORRENTES DE CALAMIDADE PÚBLICA – EX. CORONA VÍRUS para comprar vacina) II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro; III - reservada a lei complementar; IV - já disciplinada em projetode lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República. QUESTÃO FGV: Diante das intensas chuvas que atingiram o Estado Alfa, que se encontra em situação de calamidade pública, o Presidente da República, ante a relevância e urgência latentes, edita a Medida Provisória nº XX/19, determinando a abertura de crédito extraordinário para atender às despesas imprevisíveis a serem realizadas pela União, em decorrência do referido desastre natural. RESPOSTA: A Constituição de 1988 veda a edição de ato normativo dessa natureza em matéria de orçamento e créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a possibilidade de abertura de crédito extraordinário para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de calamidade pública. 1. EFICÁCIA: art. 62, §3. As medidas provisórias têm tempo para serem convertidas em lei senão perdem a sua eficácia. PRAZO DE 60 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 60. - O CONGRESSO NACIONAL vai disciplinar, por DECRETO LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes. 10 (Não editado o decreto legislativo até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia da medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 2. APRECIAÇÃO: a medida provisória tem que ser apreciada pelo Congresso Nacional no prazo de 45 dias, contados da publicação. Caso não seja apreciada, tramitará em regime de urgência. 3. Antes de chegar à Casa Iniciadora, a MP passará pela apreciação e parecer de uma Comissão Mista – parecer opinativo (art. 62, §9º) 4. CASA INICIADORA É SEMPRE A CÂMARA DOS DEPUTADOS! QUESTÃO FGV: Em relação ao processo legislativo, é correto afirmar que a) a emenda a um projeto de lei ordinária torna necessário o retorno à casa iniciadora ainda que se trate de correção redacional. b) o vício de iniciativa pode ser sanado pela sanção presidencial nos projetos de lei de iniciativa privativa do presidente. c) rejeitada a medida provisória pelo Congresso Nacional, esse deverá disciplinar as situações jurídicas constituídas durante a vigência da MP por meio de decreto legislativo. d) a Constituição da República Federativa do Brasil veda expressamente a abertura de créditos extraordinários por meio de medida provisória. SÚMULA VINCULANTE 54: a medida provisória não apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição. Atualmente (depois da EC 32/2001 Antes da EC32/2001 (texto originário da CRFB/88) - As MP’S possuem prazo de eficácia de 60 dias. - A medida provisória será prorrogada uma única vez por igual período se ela não tiver sido votada nas duas Casas do Congresso Nacional. Prazo máximo 120 dias. (60+60) - Se não for aprovada neste período, ela será considerada rejeitada por - As MP’S tinham prazo de eficácia de 30 dias. - Não havia número máximo de reedições das medidas provisórias. - Enquanto não fossem votadas pelo Congresso Nacional, elas podiam ficar sendo reeditadas quantas vezes o decurso do prazo, perdendo a sua eficácia desde a sua edição. - É VEDADA a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. Presidente da República quisesse. - A MP 2.096, por exemplo, foi reeditada mais de 80 vezes (durou mais de 6 anos para ser votada). ▪ PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE SESSÃO LEGISLATIVA LEGISLATURA A sessão legislativa é um período anual que corresponde a dois períodos legislativos: 2 de fev. a 17 de julho 1º agosto à 22 de dez É o prazo de 4 anos (art. 44 CRFB/88) LOGO, 1 legislatura equivale a 4 sessões legislativas. Se uma Medida Provisória for rejeitada em uma sessão legislativa não pode ser apreciada na mesma, mas pode ser reapreciada na mesma legislatura. REJEIÇÃO POSSIBILIDADE DE REEDIÇÃO OU REAPRECIAÇÃO MP REJEITADA Art. 62, §10º CRFB/88 É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. PEC REJEITADA Art. 60, §5º CRFB/88 A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. PL REJEITADO Art. 67 CRFB/88 A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos 11 membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional. ➢ APROFUNDAMENTO SOBRE PROCESSO LEGISLATIVO 1. É inconstitucional, na acepção formal, norma de iniciativa parlamentar que prevê a criação de órgão público e organização administrativa, levando em conta iniciativa privativa do Chefe do Executivo – Arts. 25 e 61, §1º, II, alíneas “b” e “e”, da CRFB/88. STF. Plenário. ADI 4726/AP. (info 998) Ex. um parlamentar quer propor um projeto de lei para criar um ministério, ministério é órgão. Competência privativa do Presidente da República. Se o parlamentar propuser, vai ser uma inconstitucionalidade formal subjetiva. 2. Emenda à Constituição que trate dos temas listados no art. 61, §1º da CF precisa ter sido apresentada pelo Presidente da República? É constitucional que outro legitimado senão o Presidente da República tenha iniciativa de emendas à constituição que disponham dos assuntos do art. 61, §1º? PODE! PEC não se confunde com projeto de lei! A permissão de emendas constitucionais serem apresentadas por parlamentares sobre matéria de iniciativa do Chefe do Executivo ocorre em âmbito FEDERAL. O que isso significa? NÃO SE APLICA EM ÂMBITO ESTADUAL!!! Info 826. A jurisprudência da Corte reconhece, com apoio ao princípio da simetria, a inconstitucionalidade de emendas a constituições estaduais, por observância da reserva de iniciativa do Chefe do Poder Executivo. EX. art. 61º, §1º, II – Competência do Presidente da República → Lei apresentada por parlamentares federais: É constitucional? NÃO! → Emendas à constituição federal apresentadas por parlamentares federais: É constitucional? SIM → Emendas à constituição estadual feitas por parlamentares estaduais: É constitucional? NÃO! Iniciativa do Governador 3. É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que trate sobre isenção de custas judiciais. Posto que, os órgãos superiores do Poder Judiciário possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para apresentar os projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre custas judiciais (art. 98, §2º e 99, caput e §1º CF. STF. Plenário. ADI 3629/2020. É inconstitucional lei estadual de iniciativa parlamentar sobre isenção de custas judiciais porque é de iniciativa dos órgãos superiores do Poder Judiciário. 4. Legislação estadual paulista de iniciativa parlamentar que tratar sobre a vedação de assédio moral na administração pública direta, indireta e fundações públicas. Regulamentação jurídica de deveres, proibições e responsabilidades dos servidores públicos, com a consequente sanção administrativa e procedimento de apuração. Interferência indevida no estatuto jurídico dos servidores públicos do Estado de São Paulo. Violação da competência legislativa reservada do chefe do poder executivo. Descumprimento dos arts. 2º e 61, §1º, II, C da CRFB/88. ADI 3.980/2019 Descumpriu a separação dos poderes e a inciativa privativa do presidente da república de dispor sobre os servidores públicos da União e territórios. Usa também no âmbito estadual quando é competência do Governador ➢ APROFUNDAMENTO MEDIDAS PROVISÓRIAS5. - Art. 25, §2º: Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. - Relevância e urgência: feito pelo Presidente da República, de maneira discricionária, posteriormente pelas casas legislativas, que emitirão juízo prévio sobre o atendimento (ou não) dos requisitos. OBS: o STF entende que é viável o controle jurisdicional (do que seria relevante e urgente) quando houver flagrante abuso de poder ou evidente inocorrência dos pressupostos. 6. Medida Provisória objeto de ADI. - Se for convertida em lei e importar em modificações essenciais do conteúdo que estava sendo impugnado: ADI estará prejudicada pela perda do objeto. 12 - Se for convertida em lei, sem que haja alteração substancial do ponto que está sendo questionado na ADI, a ação não ficará prejudicada, bastando o aditamento da petição inicial. 7. Medida provisória não revoga lei anterior, mas apenas suspende seus efeitos no ordenamento jurídico, em face do seu caráter transitório e precário. Assim, aprovada a medida provisória pela Câmara e pelo Senado, surge nova lei, a qual terá efeito de revogar lei antecedente. Todavia, caso a medida provisória seja rejeitada (expressa ou tacitamente), a lei primeira vigente no ordenamento, e que estava suspensa, volta a ter eficácia. ADI 5.709/2019 Limites implícitos a Medida Provisória: 1. Art. 49, 51, 52 – competência exclusiva do Congresso Nacional, e privativa das Casas Legislativas 2. Matéria ambiental – STF entendeu que é possível MP desde que sejam favoráveis ao meio ambiente, ou seja, normas que importem em diminuição da proteção ao meio ambiente equilibrado só podem ser editadas por lei formal. EXERCÍCIOS EXAME XVI/2015 -Projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados, contendo vício de inciativa, foi encaminhado ao Senado Federal. Na Casa revisora, o texto foi aprovado com pequena modificação, sendo suprimida determinada expressão, sem, contudo, alterar o sentido normativo objetivado pelo texto aprovado na Câmara. O projeto foi, então, enviado ao Presidente da República, que, embora tenha protestado pelo fato de ser a matéria disciplinada pelo Parlamento, de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo, sancionou-o por concordar com os termos ali estabelecidos, originando a Lei L. Diante dos fatos narrados, responda aos itens a seguir. A) A não devolução do processo à Casa Iniciadora sempre configurará violação ao devido processo legislativo? Justifique. (Valor: 0,75) Não. A não devolução do processo à casa iniciadora nem sempre configurará violação ao devido processo legal. A alteração de texto, não implica necessariamente, o retorno do projeto a casa iniciadora, já que mudanças dessa natureza somente assume relevância se houver alteração do significado normativo. O parágrafo único do art. 65 da CRFB/88 determina o retorno do projeto de lei à casa iniciadora se a emenda parlamentar introduzida acarretar modificação no sentido da proposição jurídica. B) No caso em tela, a sanção presidencial possuiria o condão de suprir o vício de iniciativa ao projeto de Lei? Justifique. (Valor: 0,50) Não. Confirmada a usurpação do poder de iniciativa, mesmo a sanção do projeto de lei não possui o condão de afastar vício de inconstitucionalidade formal. Neste sentido, a ulterior aquiescência do Chefe do Poder Executivo, com a sanção, ainda quando dele seja a prerrogativa usurpada, não tem o poder de sanar o vício de inconstitucionalidade. (a Súmula do STF foi cancelada) EXAME XXIX/2019 - O Presidente da República editou a Medida Provisória nº XW/18, permitindo que os Estados editassem lei dispensando a inserção, no âmbito do seu território, de algumas das informações a serem incluídas no registro civil das pessoas naturais. Face à importância da temática versada, a Medida Provisória nº XW/18, por deliberação do colégio de líderes, foi imediatamente submetida à apreciação do plenário de cada casa do Congresso Nacional, daí resultando sua aprovação e a consequente promulgação da Lei nº DD/18. A) Com abstração de considerações em torno de sua relevância e urgência, a Medida Provisória nº XW/18 atende aos seus pressupostos constitucionais? (Valor: 0,75) Não. Compete privativamente à União legislar sobre registros públicos, nos termos do Art. 22, inciso XXV, da CRFB/88 e a autorização para que o Estado legislem sobre a matéria deve ser veiculada em lei complementar, conforme dispõe o Art. 22, parágrafo único, da CRFB/88. No entanto, nos termos do art. 62, §1º, inciso III, da CRFB/88 é vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria reservada à lei complementar, como é o caso. B) O processo legislativo que culminou na aprovação da Lei nº DD/18 é compatível com a ordem constitucional? (Valor: 0,50) Não. Por imposição do Art. 62, §9º, da CRFB/88, a Medida Provisória nº XW/2018 deve ser previamente submetida a uma comissão mista de Deputados e Senadores, antes de sua apreciação pelo plenário de cada Casado Congresso Nacional. EXAME XXVIII/2019 - O Partido Político Alfa, com representação no Congresso Nacional, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade impugnando a Medida Provisória nº 123/2017, a qual, no seu entender, seria dissonante da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988. No curso do processo objetivo, a 13 referida Medida Provisória foi convertida na Lei Federal nº 211/2018. À luz dessa narrativa, responda aos questionamentos a seguir. A) Com a conversão da Medida Provisória nº 123/2017 na Lei Federal nº 211/2018, que medida deve ser adotada pelo autor para o prosseguimento do processo de controle concentrado de constitucionalidade? Justifique. (Valor: 0,65) O autor deve promover o aditamento da petição inicial, de modo que se estenda à lei de conversão a impugnação originariamente deduzida. Entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal. B) Se a Medida Provisória nº 123/2017 tivesse, antes da conversão, sido integralmente revogada por lei superveniente, qual seria a consequência para o processo de controle concentrado de constitucionalidade? Justifique. (Valor: 0,60) A revogação da Medida Provisória nº 123/2017 acarretaria a perda superveniente do interesse processual, com a consequente perda de objeto da Ação Direta de inconstitucionalidade. A não ser assim, o processo objetivo se transformaria em instrumento de proteção de situações concretas. Entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal. EXAME XX/2016 - A Associação Civil “Tudo Pela Saúde”, preocupada com as péssimas condições de trabalho dos servidores da área de saúde, elaborou projeto de lei que concedia aumento remuneratório a essa categoria de servidores. Esse projeto foi subscrito por um por cento do eleitorado nacional, circunscrito somente aos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, sendo apresentado ao Senado Federal. A Associação, esperançosa pela aprovação do projeto, informou à imprensa que, caso o projeto seja rejeitado ou vetado, irá ingressar com uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para que os anseios do movimento se tornem normas constitucionais. Considerando a situação hipotética apresentada, responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. A) Os procedimentos adotados para encaminhar o projeto de lei estão de acordo com o processo legislativo estabelecido pela ordem constitucional? Justifique. (Valor: 0,80) Os procedimentos não estão corretos. O projeto apresenta uma série de vícios formais. O primeiro refere-se aos subscritores, que deveriam estar distribuídos por, pelo menos, cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles, segundo o art. 61, §2º, da CRFB/88. O segundo refere-se ao desrespeito à iniciativa reservadado Presidente da República, prevista no art. 61, §1º, inciso II, alínea a, da CRFB/88, em relação aos projetos de lei que objetivem aumentar a remuneração de servidores públicos federais. Por fim, há um terceiro vício. Os projetos de iniciativa popular devem ser iniciados sempre na Câmara dos Deputados e não no Senado Federal (art. 61, §2º da CRFB/88). B) É possível que a PEC cogitada pela referida Associação seja de iniciativa popular? (Valor: 0,45) Não. O art. 60, incisos I, II e III, da CRBF/88 estabelece um rol taxativo de legitimados à propositura da PEC, e a iniciativa popular não está elencada nesses incisos. Em consequência, não será possível a propositura pela Associação. EXAME XVII/2015 - A Medida Provisória Z (MP Z), editada pelo Governador do Estado H com o propósito de diminuir o alto grau de evasão escolar, regulou a concessão de bolsas escolares a alunos carentes matriculados em escolas públicas estaduais. Em virtude de crise política que surgiu entre o Executivo e o Legislativo, a referida Medida Provisória não foi convertida em lei. Ultrapassado o prazo de 60 dias, a Casa Legislativa não disciplinou as relações jurídicas surgidas no período em que a MP Z vigorou. João, que se beneficiou por três meses da referida bolsa, apreensivo, relatou a Carlos, um amigo, servidor da Assembleia Legislativa, que teme ter de devolver a totalidade do valor recebido. Carlos tranquilizou-o e informou-lhe que a crise política fora debelada, de modo que a Assembleia apenas aguarda a reedição da Medida Provisória, a fim de convertê-la em lei, ainda no mesmo ano legislativo em que a MP Z perdeu a eficácia. Considerando que a Constituição do Estado H regulou o processo legislativo em absoluta simetria com o modelo usado pela Constituição Federal, responda aos itens a seguir. A) João terá de devolver aos cofres públicos o dinheiro recebido a título da bolsa? Fundamente. (Valor: 0,75) Não. João não precisará devolver o valor recebido a título de bolsa, já que, conforme informado na questão, a não edição de decreto legislativo que regulamentasse as relações jurídicas estabelecidas pela MP Z, no prazo de sessenta dias após a perda de sua eficácia, acabou por implicar o reconhecimento dos efeitos jurídicos produzidos, no período em que a MP esteve vigente, nos termos do que informa o ART. 62, §11, da CRFB/88. B) A informação passada por Carlos a João encontra-se em harmonia com a sistemática constitucional? Justifique. (Valor: 0,50) Não, pois, no caso em referência, tendo a medida provisória perdido sua eficácia, vedada seria sua 14 reedição na mesma sessão legislativa, nos termos do que informa o art. 62. §10, da Constituição Federal. Organização Política Administrativa 1. A Constituição Federal de 1988 adotou como forma de Estado a FEDERAÇÃO. - Poder político central: União - Poderes políticos regionais: Estados - Poderes políticos locais: Municípios E o Distrito Federal: Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição. § 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios. Distrito Federal vai ter competências municipais e estaduais. E os territórios: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Territórios NÃO SÃO ENTES. A forma federativa é cláusula pétrea? Art. 60, §4º da CRFB/88 Sim, não pode haver PEC tendente a abolir. É possível a separação do Estado do restante da Federação Brasileira? Ex. A população do Estado X, insatisfeita com os rumos da política nacional e os sucessivos escândalos de corrupção que assolam todas as esferas do governo, inicia uma intensa campanha pleiteando sua separação do restante da Federação Brasileira. Um plebiscito é então organizado e 92% dos votantes opinaram favoravelmente à independência do Estado. É possível? A forma federativa de Estado é uma das cláusulas pétreas que norteiam a ordem constitucional brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela inviável o exercício do direito de secessão por parte de qualquer dos entes federados, o que pode motivar a intervenção federal (Arts. 1º e 34 da CRFB/88) → FORMAÇÃO DOS ESTADOS CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS E TERRITÓRIOS Art. 18, §3 e 48, VI da CRFB/88: § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida está para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: VI - Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas; ▪ Incorporação: segundo a doutrina majoritária – fusão entre dois ou mais Estados, originando a formação de novo Estado ou Território Federal. Ex. A (Goiás) + B (Bahia) = (Sertanejo Baiano) Sertanejo Baiano é o novo estado-membro, logo, Goiás e Bahia deixaram de existir. ▪ Subdivisão: cisão do Estado originário em novos Estados. O Estado originário desaparece. Ex. A (Rio de Janeiro) divide-se em: B (Estado do Rio) e C (Estado de Janeiro) ▪ Desmembramento: o que diferencia dos demais é que não há desaparecimento do ente federativo primitivo. Podem ocorrer nas seguintes situações: 15 1. Anexação da parte desmembrada a um outro Estado, sem criar um novo ente federativo; 2. Formação de um novo Estado-Membro ou Território Federal Ex. Tocantins foi criado a partir do desmembramento de parte do Estado de Goiás. Neste caso, como o Estado desmembrado passa a ser reconhecido como um ente federado autônomo, passa a ter poderes para se estruturar por meio de uma Constituição, que deverá observar o princípio da simetria, conforme os padrões fixados na Constituição Federal. REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E DESMEMBRAMENTOS DE ESTADO: 1. Consulta prévia às populações diretamente interessadas, por plebiscito 2. Oitiva das assembleias legislativas dos estados interessados 3. Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS Art. 18, §4º da CRFB: § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Requisitos: 1. Aprovação de lei complementar federal fixando o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios 2. Divulgação dos estudos de viabilidade municipal 3. Plebiscito 4. Aprovação de lei ordinária federal OBSERVAÇÕES - Até hoje o CN não editou essa lei complementar, que fixa o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, a incorporação, fusão e o desmembramento de Municípios. - Após a exigência pela EC 15/1996 de lei complementar, foram criados, em uma situação de flagrante desrespeito ao art. 18, §4º, mais de 50municípios no Brasil. Qual foi a solução? O CN promulgou a EC 57/2008. Art. 96 ADCT, ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS Competências administrativas: materiais e não legislativas. Atuação político-administrativa do ente para execução de tarefas. (art. 21 e 23). Competência exclusiva Competência privativa É material, está relacionada a execução de tarefas. Não pode delegar É para legislar sobre um tema. Pode delegar → COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO - Art. 22, CRFB/88. TERRAS DEVOLUTAS SÃO TERRAS PÚBLICAS SEM DESTINAÇÃO PELO PODER PÚBLICO E QUE EM NENHUM MOMENTO INTEGRARAM O PATRIMÔNIO DE UM PARTICULAR. ESSAS TERRAS SÃO BENS DA UNIÃO. ART. 20, II e são indisponíveis art. 225, §5º. Principais incisos que podem cair na prova: XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; 16 Art. 20. São bens da União: IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. §2º É assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei. CASO PRÁTICO: Bento ficou surpreso ao ler, em um jornal de grande circulação, que um cidadão americano adquiriu fortuna ao encontrar petróleo em sua propriedade, situada no Estado do Texas. Acresça-se que um amigo, com formação na área de Geologia, tinha informado que as imensas propriedades de Bento possuíam rochas sedimentares normalmente presentes em regiões petrolíferas. Antes de pedir um aprofundado estudo geológico do terreno, Bento buscou um advogado especialista na matéria, a fim de saber sobre possíveis direitos econômicos que lhe caberiam como resultado da extração do petróleo em sua propriedade. O advogado respondeu que, segundo o sistema jurídico-constitucional brasileiro, caso seja encontrado petróleo na propriedade, Bento terá assegurada, nos termos estabelecidos pela via legislativa ordinária, participação nos resultados econômicos decorrentes da exploração da referida atividade em sua propriedade. XXI - normas gerais de organização, efetivos, material bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades e pensões das polícias militares e dos corpos de bombeiros militares; XI - trânsito e transporte; I - Direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; A COMPETÊNCIA PRIVATIVA PODE SER DELEGADA! 1. Para os Estados e o Distrito Federal 2. Autorização por lei complementar 3. Tem que ser uma questão específica → COMPETÊNCIA DO ESTADO A EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO LOCAL DE GÁS CANALIZADO É DE COMPETÊCIA DO ESTADO, NOS TERMOS DO ART. 25, §2º, DA CRFB/88. → COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE UNIÃO, ESTADOS E O DF - Art. 24, CRFB/88. Ler todo o artigo, mas os que mais caem: I - Direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; II - Orçamento; III - juntas comerciais; IV - Custas dos serviços forenses; V - Produção e consumo; VI - Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; ▪ Na competência concorrente, a União estabelece normas gerais, cada Estado pode suplementar. 1. Se não existir uma norma geral? Estados legislam de forma plena. 2. Se os Estados legislam de forma plena e depois vem uma norma geral? SUSPENDE A EFICÁCIA DA NORMA ESTADUAL NAQUILO QUE FOR CONTRÁRIO. (2018 - EXAME– XXVII) O Estado Y, bastante conhecido pela exuberância de suas praias, que atraem milhares de turistas todos os anos, edita lei estadual impedindo a pesca de peixes regionais típicos, ameaçados de extinção, e limitando o transporte marítimo de passageiros. A partir da hipótese narrada, nos termos da Constituição da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa correta. a. O Estado Y possui competência legislativa concorrente com a União para dispor sobre pesca, mas poderá legislar sobre transporte e navegação marítima, caso Lei Complementar federal o autorize. → SÚMULAS 17 Vinculante, 38. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. Art. 30 CRFB/88 - assuntos de interesse local é competência do Município. NÃO CONFUNDA com a súmula 19 do STJ que diz sobre o horário de funcionamento bancário é de competência da União. Medidas de conforto dentro dos bancos são de competência do Município. Vinculante, 39. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. Vinculante, 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. Vinculante, 49. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área. Vinculante, 2. É inconstitucional a lei ou ato normativo Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. Loterias quem legisla é a União, exploração pode todos. Obs: Lei estadual que dispõe sobre gratuidade em estacionamento é inconstitucional, visto que é competência privativa da União. Direito Civil. Obs: Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio é inconstitucional, visto que é competência privativa da União Legislar sobre Telecomunicações. Obs: Lei estadual que versa sobre direito do trabalho é inconstitucional, pois é competência privativa da União. Obs: É inconstitucional Lei Estadual que altere data de vencimento de mensalidade escolar. Obs: Lei estadual que exija certidão para licitação é inconstitucional. Competência privativa da União. Obs: Lei estadual que suspende cobrança de consignado é inconstitucional, visto que é competência privativa da União legislar sobre Direito Civil e Política de crédito. Competência Exclusiva – União Competência Comum – União/Estados/DF e Municípios Natureza material (políticas/administrativa s) – gestão, não necessitam de lei para tornar realidade; Prestação de serviços pela União. (Art. 21, CRFB/88) Natureza material (políticas/administrativa s) – interesse de todos – relação de colaboração. Federalismo cooperativo/participaçã o. (Art. 23, CRFB/88) - Competência dos Estados: art. 25 CRFB/88 - Competência dos Municípios: art. 30 CRFB/88 ➢ APROFUNDAMENTO SOBRE ORGANIZAÇÃO POLÍTICO ADMINISTRATIVA LER art. 18 ao 25; 30, 32. SÚMULAS Vinculante, 38. É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial. - Fazer remissão no art. 30, I, CRFB/88. Vinculante, 46. A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União. (importante) - Fazer remissão ao art. 22, I, CRFB/88 Vinculante, 49. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais domesmo ramo em determinada área. - Remissão art. 170, IV, e art. 30, VIII CRFB/88. Vinculante, 39. Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do DF. → JULGADOS IMPORTANTES 1. Redução de mensalidades escolares na pandemia por leis estaduais é inconstitucional. (ADI) Estado legislar é inconstitucional porque é uma relação contratual, direito civil, e é competência privativa da União para legislar sobre o tema. (inconstitucionalidade formal orgânica) 2. É inconstitucional norma estadual que autoriza a suspensão, pelo prazo de 120 dias, do cumprimento de obrigações financeiras referentes a empréstimos realizados e empréstimos consignados. (ADI) mais uma vez 18 o Estado legislando sobre contratos, obrigações e política de crédito, competência privativa da União. (inconstitucionalidade formal orgânica) 3. IMPORTANTE!!! art. 22, XX – compete privativamente à União legislar sobre: sistemas de consórcios e sorteios. A competência da União para legislar privativamente sobre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive loterias, não obsta a competência material (administrativa) para a exploração dessas atividades pelos entes estaduais ou municipais, nem a competência regulamentar dessa exploração. (FAZER REMISSÃO ART. 22, XX SÚMULA VINCULANTE 2) NÃO PODE CONFUNDIR LEGISLAR COM EXPLORAR NEM ORGANIZAR. 4. É inconstitucional norma estadual que dispõe sobre a implantação de instalações industriais destinadas à produção de energia nuclear no âmbito espacial do território estadual. (ADI) competência privativa da União para legislar sobre atividades nucleares de qualquer natureza. Art. 22, XXVI e art. 225, §6º (fazer remissão) 5. São inconstitucionais normas estaduais que imponham obrigações de compartilhamento de dados com órgãos de segurança pública às concessionárias de telefonia, por configurar ofensa à competência privativa da União para legislar sobre telecomunicações, consoante os arts.21, XI, e 22, IV. 6. Lei do Estado de Goiás legislando sobre gratuidade de estacionamento em estabelecimento privado. Ex. shoppings e aeroportos – inconstitucional, direito civil, privativa da União. 7. Leis estaduais que obrigam empresas de telefonia a instalar equipamentos para o bloqueio de serviço de celular em presídio – inconstitucional, telecomunicações, privativa da União. Art. 21, XI, 22, IV, CRFB/88. 8. É inconstitucional lei estadual que exija certidão negativa de violação aos direitos do consumidor dos interessados em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. Esta lei é inconstitucional porque compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, da CRFB/88) DICA: quando aparecer “o Estado editou a lei desconfie! Pode ser que seja competência privativa da União. EXEMPLO DE QUESTÃO: Com o objetivo de conter o avanço das organizações criminosas em algumas associações de moradores, o Estado Alfa editou a Lei XX/2018, veiculando as normas a serem observadas para a confecção dos estatutos dessas associações e condicionando a posse da diretoria de cada associação à prévia autorização do Secretário de Estado de Segurança Pública, que verificaria a vida pregressa dos pretendentes. À luz da situação hipotética acima, responda aos itens a seguir. A) A Lei XX/2018 do Estado Alfa, ao veicular normas sobre a confecção dos estatutos das associações de moradores, é compatível com a Constituição da República? (Valor: 0,70) Não. Ao dispor sobre a confecção dos estatutos das associações de moradores, a Lei XX/2018 afrontou a competência privativa da União para legislar sobre direito civil. (art. 22, inciso I, da CRFB/88) tendo a inconstitucionalidade formal orgânica. B) A exigência de que a posse da diretoria de cada associação de moradores seja antecedida de autorização do Secretário de Segurança Pública do Estado Alfa é materialmente compatível com a Constituição da República? (Valor: 0,55) Não. A exigência de que a posse da diretoria da associação seja antecedida de autorização do Secretário de Segurança Pública é incompatível com a CF tendo em vista que o art. 5º, XVIII, veda a interferência estatal no funcionamento das associações (Art. 5º, inciso XVIII, da CRFB/88). EXEMPLO DE QUESTÕES: A Lei X do Município Sigma estabelece que, em certo bairro, considerado área residencial, fica vedada a instalação de mais de um centro empresarial de grandes proporções, com área superior a 5 000 m² (cinco mil metros quadrados) e que reúna, em suas dependências, mais de 10 (dez) lojas distintas. Ante a existência de um estabelecimento comercial com tais características no bairro “Y”, a administradora Alfa, visando abrir um shopping center no mesmo bairro, procura você, na qualidade de advogado(a), para obter esclarecimentos quanto à viabilidade deste empreendimento. A Lei X do Município Sigma é compatível com a Constituição Federal? 19 RESPOSTA: Embora o Munícipio seja competente para zoneamento urbano conforme disciplina o art. 30, VII da CRFB/88 ele não poderá impedir a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em determinada área segundo a súmula vinculante nº 49 pois ofende o princípio da livre concorrência previsto no art. 170, IV da CRFB/88. 1. A Lei n. 123/2018 do Estado Alfa, com o objetivo declarado de integrar os distintos segmentos étnicos e ideológicos existentes em seu território, assegurou aos indígenas o direito de ocuparem até 10% da área das propriedades rurais produtivas, por período não superior a trinta dias ao ano, para que pudessem abastecer-se de gêneros alimentícios nos períodos de maior escassez. Para que os produtores rurais pudessem adaptar-se aos novos comandos, reservando as áreas que seriam ocupadas pelos indígenas, a Lei n. 123/2018 somente entraria em vigor um ano após a sua publicação. Sobre a hipótese apresentada, responda o item a seguir. a. A Lei n. 123/2018 é compatível com a Constituição da República? Não. A Lei n. 123/2018 é formalmente inconstitucional por afrontar a competência legislativa privativa da União para legislar sobre Direito Civil e populações indígenas, conforme dispõe o Art. 22, incisos I e XIV, da CRFB/88. Além disso, é materialmente inconstitucional (conteúdo) por violar o direito de propriedade dos proprietários rurais, assegurado pelo Art. 5º, inciso XXII, da CRFB/88. 2. A Lei XX/2015 do Estado Alfa isentou os usuários do serviço de telefonia móvel residentes no Estado, cuja renda familiar não superasse o valor de dois salários mínimos, do pagamento do respectivo serviço. No final de 2018, a Lei XX foi expressamente revogada, sendo ainda determinada a desconsideração de qualquer efeito que tenha produzido durante a sua vigência. À luz da situação hipotética acima descrita, responda aos itens a seguir. a. A Lei XX/2015 era compatível com a ordem constitucional? Não. A Lei XX/2015 é formalmente inconstitucional, pois compete privativamente à União legislar sobre telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da CRFB/88. Além disso, é materialmente inconstitucional, pois compete à União explorar os serviços de telecomunicações, o que impede que o Estado Alfa conceda isenções, segundo o Art. 21, inciso XI, da CRFB/88 (mais uma vez mostrando o padrão da banca, observe o conteúdo e a forma, o candidato irá se aprofundar neste assunto na aula de controle de constitucionalidade). Poder Executivo Art.61, 76 ao 91 da CRFB/88 FUNÇÃO TÍPICA: administrativa FUNÇÕES ATÍPICAS: legislativa (edição de MP’S) e jurisdicional (PAD’S, que recebem assinatura do chefe do executivo) - O mandato é de 04 anos, sendo possível umareeleição de 04 anos. VIDE art. 14, §5º, CRFB/88. 1. MINISTROS DE ESTADO - Devem ser brasileiros natos? NÃO, exceto o Ministro de Estado da Defesa. (art. 12, §3º. VII) - Idade: mais de 21 anos. - Quem julga no caso de crime comum? E quem julga em caso de crime de responsabilidade? Ambos é o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (art. 102, I, “c”. Se for crime conexo com o Presidente ou vice da República será o Senado Federal. - Um habeas data ou mandado de segurança contra ato de Ministro de Estado será impetrado em qual tribunal? SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. (art. 105, I, b) - Situação hipotética: João, Ministro de Estado, foi convocado pela mesa da Câmara dos Deputados para prestar informação sobre um assunto previamente determinado. Ocorre que João não compareceu, e não justificou a ausência. Isso importaria crime de responsabilidade? Art. 50 e §2º da CRFB/88 importa crime de responsabilidade a ausência sem justificação adequada. 2. PRESIDENTE DA REPÚBLICA Requisitos a) Brasileiro nato b) Gozo dos direitos políticos c) Alistamento eleitoral d) Filiação partidária e) Idade mínima: 35 anos Impedimento (é temporário) e vacância (definitiva): art. 79, CRFB/88 20 Ex. Presidente da República está impedido, quem assume é o vice-presidente (único sucessor definitivo do presidente da república). Se ambos estiverem impedidos serão chamados: presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal (sucessivamente) Se ocorrer a vacância dos cargos de Presidente da República e vice-presidente (exemplo o avião dos dois cai e morrem) Vacância nos 2 primeiros anos Vacância nos 2 últimos anos Eleições diretas (todo mundo vota de novo) Prazo de 90 dias Eleições indiretas feitas no Congresso Nacional. Prazo de 30 dias. É chamado de mandado tampão. OBS: se os componentes da linha de substituição presidencial forem réus em ação penal, podem ocupar os cargos da presidência da República? NÃO! Caso figurem como réus criminais ficarão impossibilitados de exercer a Presidência, embora possam exercer chefia e direção de suas casas. ADPF 402/DF. - Competências privativas do Presidente da República: art. 84, CRFB/88. Essas atribuições, em regra, não são passíveis de delegação. MUITO CUIDADO com o parágrafo único do art. 84, esse artigo trata das atribuições passíveis de delegação (VI, XII e XXV – primeira parte) Em relação ao aumento da remuneração do servidor público federal, é possível o Princípio da Simetria Federativa, ou seja, aquilo que é determinado na esfera federal deve ser repetido nas demais esferas. Portanto, aumentar a remuneração de servidor público estadual cabe ao Governador, e de servidor público municipal cabe ao Prefeito. FORO POR PRERROGATIVA: art. 86, 1° e 2º. Ler 84, XXVI; 51, II; 71, I e não confundir com 49, IX. - Presidente da República (PR) presta contas no prazo de 60 dias. Se ele não apresentar nesse prazo, quem procede a tomada de contas é a Câmara dos Deputados. - Quem aprecia as contas do PR é o Tribunal de Contas, e quem julga as contas do PR é o Congresso Nacional. Obs: Entendimento: O STF decidiu que o artigo 83 é de observância obrigatória ao modelo Federal no âmbito dos estados e no plano dos municípios. (Para Governadores e Prefeitos). Os requisitos são cumulativos. - FORO POR PRERROGATIVA O Presidente da República em caso de crime comum será julgado no STF e no caso de crime de responsabilidade no Senado Federal. E todas as vezes precisa da autorização da Câmara dos Deputados (juízo de admissibilidade) Se decorrido o prazo de 180 dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. - IMUNIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA a) O presidente da República possui imunidade material (proteção em relação as palavras/opiniões)? NÃO POSSUI. b) Imunidades formais: - Ao processo – autorização prévia da Câmara dos Deputados (art. 86, CRFB/88: admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o STF, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. (crimes de responsabilidade art. 85, CRFB/88). - A prisão - (art. 86, §3º, CRFB/88: enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão). Como regra não pode ser preso, nem caso de flagrante. - Atos estranhos ao exercício da função – (art. 86, §4º, CRFB/88: o presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções) o que seria um ato estranho? Ex. Se ele matar alguém no trânsito ele NÃO responde perante o STF, responde após o término do mandato na justiça comum. EM QUAIS HIPÓTESES O PRESIDENTE E O VICE PODEM PERDER O MANDATO? 1) Vacância: art. 78, p.U CRFB/88 se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o presidente ou o vice-presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. 2) Ausência do país por mais de 15 dias, quando não houver autorização do Congresso Nacional. (art. 83 e 49, CRFB/88) 3) Extinção do mandato: ex. morte 4) Cassação do mandato. 3. GOVERNADOR E PREFEITO 21 Súmula 208, STJ: compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal. Súmula 209, STJ: compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal. O legislador estadual pode submeter a instauração de processo judicial por crime comum contra Governador de Estado à licença prévia da assembleia legislativa? NÃO! O governador não precisa de juízo de admissibilidade. Súmula vinculante 46: A definição de crime de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas, processo e julgamento: COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO Autoridade Crimes de responsabilidade Crimes comuns Presidente Senado federal (2/3) STF Governador Definição: constituição do Estado. Omissão: tribunal especial (5 membros da Ass. Legislativa e 5 do TJ, sob a presidência do Presidente do TJ. STJ Prefeito Câmara Municipal TJ (CF, art. 29, X) TRF* ou TER (eleitorais) → CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL Órgãos superiores de consulta do Presidente da República. – Pareceres opinativos. VIDE Arts. 89, 90 e 91 CRFB/88. ➢ APROFUNDAMENTO SOBRE PODER EXECUTIVO Meta de leitura: art. 76 ao 91. 1. (XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2018.2) - O Presidente da República, ao constatar que o índice de violência no Estado Delta alcançara números alarmantes, resolveu decretar a intervenção federal nesse Estado. Apresentou como justificativa a necessidade de pôr fim a grave comprometimento da ordem pública. Ao consultar os Conselhos da República e de Defesa Nacional, esses órgãos desaconselharam a medida, entendendo que outras ações menos invasivas na esfera de autonomia do referido Estado poderiam ser tomadas. Todavia, convicto de que a ação se fazia absolutamente necessária, o Presidente, agindo de ofício, decretou a intervenção, sem submeter a referida questão ao controle político (legislativo). Diante de tal fato, responda, tendo por pressuposto a inteligência jurídico - constitucional da Constituição da República de 1988, aos itens a seguir. a. No caso em tela, havia necessidade de a referida intervenção ter sido submetida a algum controle prévio de natureza política? Conforme o Art. 36, § 1º, da CRFB/88, o decreto de intervenção, expedido pelo Presidente da República, deverá ser submetido à apreciação do Congresso Nacional no prazo de vinte e quatro horas após
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