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DIREITO MATERIAL 2 FASE DA OAB CONSTITUCIONAL

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1 
 
 
 
Estrutura da Constituição 
1. Preâmbulo (ADI 2076) 
2. Corpo fixo | parte dogmática 
3. ADCT 
4. Normas constitucionais originárias (ADI 815) 
5. Normas constitucionais derivadas 
 
→ O preâmbulo NÃO possui normatividade, não é de 
observância obrigatória nas constituições 
estaduais. Também NÃO É PARÂMETRO de 
controle de constitucionalidade. 
→ O ADCT é formado majoritariamente por normas 
com eficácia exaurível com o tempo, de passagem. 
→ NÃO há hierarquia entre as normas do corpo fixo e 
as normas do ADCT, são parâmetro de controle de 
constitucionalidade. 
Se houver conflito entre as normas, aplica o princípio 
da especialidade, a norma mais específica é aplicada. 
- As normas constitucionais originárias tem 
PRESUNÇÃO ABSOLUTA de constitucionalidade. 
- As derivadas têm PRESUNÇÃO RELATIVA. 
→ ELEMENTOS 
1. Orgânicos: representam a estrutura do 
Estado. (títulos I, II, III – normas estruturais) 
2. Limitativos: direitos e garantias fundamentais 
de 1ª dimensão (título II – capítulo 2) 
3. Socioideológicos: ideal do bem-estar social, 
direitos de 2ª dimensão (título II, capítulo 2, 
VII, VIII) 
4. Estabilização constitucional: solucionam 
conflito (art. 34 a 36, 60, 102, I a 136 a 141) 
5. Formas de aplicabilidade: regras de aplicação 
da constituição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ CLASSIFICAÇÃO 
Quanto à ORIGEM: 
- Promulgadas: é a Constituição popular, 
pois há participação popular direta 
(referendo ou plebiscito) ou indireta 
(representatividade popular). 
- Outorgadas: é a Constituição imposta, 
sem participação popular. É uma usurpação 
do titular do poder constituinte. 
- Pactuadas: há um pacto, originando-se de 
duas forças políticas rivais. É o que ocorreu 
com a burguesia ascendente e a realeza 
descendente. Há basicamente dois titulares 
do Poder Constituinte. 
- Cesaristas/bonapartistas: há a elaboração 
unilateral da Constituição, mas ela é 
submetida a uma ratificação popular, por 
meio de referendo. O povo não participa da 
elaboração da Constituição, motivo pelo 
qual ela não trata dos anseios populares. 
Obs.: A Constituição de 1937 previa a 
submissão ao plebiscito, mas isso jamais 
ocorreu. 
Quanto à FORMA: 
- Escrita: Regras sistematizadas em 
documento escrito. Apresentam-se de duas 
formas: * codificadas: num único texto; * 
legais: esparsas em diversos documentos. 
- Não escrita: Normas constitucionais não 
são solenemente elaboradas, mas surgem 
pelos costumes, usos, jurisprudência e leis. 
Tanto em Constituições escritas quanto em 
não escritas, existem leis que tratam de 
normas constitucionais, mas nas 
costumeiras não há procedimento solene 
de inclusão. 
Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO: 
- Dogmáticas: São sempre escritas, 
elaboradas pelo órgão constituinte. Trazem 
dogmas. Poderão ser: • ortodoxas: uma só 
ideologia; • ecléticas: soma de diferentes 
ideologias. 
- Históricas: São as não escritas, pois 
resultam de um lento processo histórico de 
formação. 
Quanto ao CONTEÚDO: 
- Material: é a Constituição cujas normas 
devem versar sobre aquelas matérias 
indispensáveis à construção de um modelo 
de Estado. Ou seja, seria o conjunto de 
normas, escritas ou não escritas, que 
sintetizam apenas as decisões políticas 
fundamentais de um povo, é dizer, normas 
relacionadas à organização do Estado, à 
NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Originárias (promulgadas 
em 1988) 
Derivadas 
(art. 60, CRFB/88) 
Direito Constitucional 
2 
 
organização dos poderes e aos direitos e 
garantias fundamentais. 
- Formal: É composta por todas as normas 
que a integram. Assim, a Constituição 
formal, por sua vez, pode ser definida como 
o conjunto de normas necessariamente 
escritas que para serem consideradas 
constitucionais bastam aderir formalmente 
ao texto, independentemente do seu 
conteúdo. 
Quanto a ESTABILIDADE: 
- Rígida: Existe um processo especial mais 
difícil de alteração do que para as demais 
normas. Garante maior estabilidade ao 
texto constitucional. 
- Flexível: Possibilidade de alteração pelo 
mesmo processo das demais leis. Ex.: 
Inglaterra 
- Semirrígida: Parte da Constituição é mais 
rígida do que outras partes mais flexíveis. 
Ex.: Constituição de 1824. 
 
→ CLASSIFICAÇÃO DA CRFB/88 
Origem: promulgada 
Forma: escrita 
Extensão: analítica 
Conteúdo: formal 
Modo de elaboração: dogmática 
Alterabilidade: rígida 
Finalidade: dirigente 
Ideologia: eclética 
Ontológico: nominativa 
 
→ EFICÁCIA DAS NORMAS 
 
 
 
PLENA 
Aplicabilidade imediata, direta e 
integral. 
Ex. Art. 2º São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, 
o Legislativo, o Executivo e o 
Judiciário. 
 
 
 
 
CONTIDA 
Aplicabilidade imediata, direta, não 
integral; (pode ter seu efeito 
restringido) 
Ex. Art. 5º, XIII – É livre o exercício de 
qualquer trabalho, ofício ou profissão, 
atendidas as qualificações 
profissionais que a lei estabelecer; Art. 
5º, XLII – “a prática do racismo 
constitui crime inafiançável e 
imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei.” 
 
 
LIMITADA 
Aplicabilidade mediata, indireta, 
reduzida. É necessário que tenha uma 
lei. 
Art. 37, VII – O direito de greve será 
exercido nos termos e nos limites 
definidos em lei específica; Art. 144, § 
8º da Constituição da República de 
1988, “os municípios poderão 
constituir guardas municipais 
destinadas à proteção de seus bens, 
serviços e instalações, conforme 
dispuser a lei”. 
 
Em relação à norma de eficácia contida, um exemplo 
prático: para ser advogado, não basta cursar direito, é 
necessário ser aprovado no exame da ordem. 
 
→ FENÔMENOS CONSTITUCIONAIS 
 
1. REVOGAÇÃO GLOBAL: o diploma normativo 
perde a vigência. 
2. DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO: expresso. 
Mantem como a norma infraconstitucional 
normas da constituição anterior. 
3. VACACIO CONSTITUTIONES: período de 
tempo entre a publicação de uma nova CF e a 
sua entrada em vigor. 
4. REPRISTINAÇÃO: Expresso. Art. 2, §3º LINDB. 
 
 O STF não adota a teoria da inconstitucionalidade 
superveniente. 
 
 CONCEITOS QUE MAIS APARECEM NA PROVA 
 
Mutação constitucional: decorre do poder constituinte 
difuso. É o mecanismo informal de mudança, ou seja, o 
texto permanece intacto, mas a leitura do texto 
constitucional sofre uma nova interpretação. 
O texto da Constituição não se altera em nada, 
entretanto o sentido e a interpretação do texto podem 
ser modificados. 
 
Desconstitucionalização: é quando uma nova 
constituição revoga a constituição anterior e 
transforma parte dela em lei infraconstitucional. 
 
Como regra, não é adotada no Brasil, salvo se a 
Constituição previr. Por exemplo: transformar parte da 
Constituição de 1988 em uma lei infraconstitucional, 
como se fosse o Código Penal, Código Penal Civil etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
Poder Constituinte 
Pode ser conceituado, em síntese como o poder que 
fundamenta a criação de uma constituição; a reforma 
desse texto constitucional e nos Estados Federativos o 
poder que legitima a auto-organização dos Estados 
membros por meio de suas próprias constituições, bem 
como as respectivas reformas dos textos estaduais. 
ESPÉCIES 
Poder Constituinte 
Originário 
Poder Constituinte 
Derivado 
1º grau. 
Cria uma nova 
constituição 
2º grau. 
Reformador: art. 60 
Decorrente: art. 11 ADCT 
 
→ PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
É aquele que inicia uma nova ordem jurídica, que 
rompe por completo com a ordem jurídica anterior. Em 
outras palavras, se tivermos uma nova Constituição, 
será rompido por completo com a Constituição anterior 
CARACTERÍSTICAS: 
1) Inicial: inaugura um novo estado, rompe por 
completo com a ordem anterior; 
2) Ilimitado: as normas anteriores não 
restringem a sua atuação; 
3) Incondicionado: não se submete a qualquer 
regra pré-fixada pelo ordenamento jurídico 
anterior 
 
→ PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
É derivado do poder originário. 
1) Condicionado: as atribuições estão vinculadasà Constituição; 
2) Subordinado: sujeitam-se ao mecanismo de 
controle de constitucionalidade. 
Divide-se em reformador, decorrente (2º grau) e 
revisor. 
Reformador 
possibilidade de alterar 
formalmente a 
Constituição. Por 
exemplo: PEC. 
Decorrente 
estados-membros 
elaborarem as suas 
próprias constituições 
(art. 25 da CF). 
 
 
 A doutrina entende que não é possível a 
manifestação do poder constituinte derivado 
pelos municípios. Ato local questionado em 
face de uma lei orgânica, não se sujeita a 
controle de constitucionalidade, mas, sim, 
controle de legalidade, pois não se tem 
constituição do município. 
- Revisor: meio excepcional e precário de alteração da 
Constituição (art. 3º do ADCT). Ocorreu 5 anos após a 
promulgação, mediante o voto da maioria absoluta do 
Congresso Nacional em sessão unicameral. 
→ LIMITAÇÕES AO PODER DE REFORMA 
PODER CONSTITUINTE REFORMADOR: PEC 
Limitações implícitas: impossibilidade de supressão 
dos fundamentos da República Federativa do Brasil 
(art. 1º). 
 
Limitações expressas: circunstanciais (art. 60 da CF) 
A Constituição não pode ser emendada nos casos de: 
Intervenção federal; Estado de defesa e Estado de 
sítio. 
 
Limitações expressas: materiais (art. 60, § 4º, 
cláusulas pétreas) Forma federativa de estado, por 
isso não se admite a secessão no Brasil; não podem 
ser abolidos os direitos e garantias individuais; Voto 
direto, secreto, universal e periódico e separação 
dos poderes. 
 
Limitações expressas: formais 
- Subjetivas: somente os legitimados do art. 60 
podem propor uma PEC (Presidente da República; 
1/3 da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; 
mais da metade das assembleias legislativas, cada 
uma se manifesta pela maioria relativa); 
- Objetivas: quórum (2 casas, 2 turnos e 3/5 para 
aprovar uma PEC). Quem promulga é a mesa da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal). 
 
 UMA PEC NÃO PODE SER OBJETO DE NOVA 
PROPOSTA NA MESMA SESSÃO 
LEGISLATIVA, MAS SIM NA MESMA 
LEGISLATUTA. 
 A OBRIGATORIEDADE DO VOTO, POR NÃO 
SER CLÁUSULA PÉTREA PODE SER ABOLIDO. 
 
 Cláusulas Pétreas não são 
hierarquicamente superiores às demais 
normas, pois não existe hierarquia entre 
normas constitucionais originárias. 
 As cláusulas pétreas podem ser ampliadas; 
 Não há limitação temporal. 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 1º A República 
Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos 
Estados e Municípios e do 
Distrito Federal, constitui-se 
em Estado Democrático de 
4 
 
 
FUNDAMENTOS 
Valores 
estruturantes do 
Estado Brasileiro 
(Art. 1º) 
Direito e tem como 
fundamentos: 
I - a soberania; 
II - a cidadania; 
III - a dignidade da pessoa 
humana; 
IV - os valores sociais do 
trabalho e da livre 
iniciativa; 
V - o pluralismo político. 
Parágrafo único. Todo 
o poder emana do povo, que 
o exerce por meio de 
representantes eleitos ou 
diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
OBJETIVOS 
FUNDAMENTAIS 
Algo a ser 
perseguido 
(Art. 3º) 
Constituem objetivos 
fundamentais da República 
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade 
livre, justa e solidária; 
II - garantir o 
desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a 
marginalização e reduzir as 
desigualdades sociais e 
regionais; 
IV - promover o bem de 
todos, sem preconceitos de 
origem, raça, sexo, cor, idade 
e quaisquer outras formas de 
discriminação. 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS 
REGENTES DAS 
RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS 
(Art. 4º) 
A República 
Federativa do Brasil rege-se 
nas suas relações 
internacionais pelos 
seguintes princípios: 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos 
humanos; 
III - autodeterminação dos 
povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os 
Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos 
conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e 
ao racismo; 
IX - cooperação entre os 
povos para o progresso da 
humanidade; 
X - concessão de asilo 
político. 
Parágrafo único. A 
República Federativa do 
Brasil buscará a integração 
econômica, política, social e 
cultural dos povos da América 
Latina, visando à formação de 
uma comunidade latino-
americana de nações. 
 
➢ APROFUNDAMENTO SOBRE TEORIA DA 
CONSTITUIÇÃO 
 
 Existe hierarquia entre a Constituição 
Federal/Constituição estadual/leis orgânicas 
municipais? SIM! EXISTE hierarquia entre as 
constituições, não existe entre as leis. | Leis 
federais/estaduais/municipais não tem 
hierarquia. 
 DESCONSTITUICIONALIZAÇÃO: quando a 
Constituição revoga a anterior e transforma 
parte dela em lei. 
 
1. (2018.1/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Em 
um certo país (República Teta), o poder 
constituinte originário, ao produzir uma nova 
Constituição, insere no respectivo texto os 
seguintes artigos: 
 
Art. 28. A produção, alteração e revogação de leis 
ordinárias se dará por manifestação da maioria 
simples no Parlamento da República, em um único 
turno. (...) 
Art. 63. No que se refere às normas materialmente 
constitucionais, a manifestação do poder 
constituinte derivado reformador somente será 
reconhecida se o processo de votação for 
aprovado pela maioria de 4/5 do total de membros 
do Parlamento da República, em votação a ser 
realizada em dois turnos. 
Art. 64. No que se refere às normas meramente 
formais da presente Constituição, a manifestação 
do poder constituinte derivado reformador se dará 
por intermédio de manifestação de maioria 
simples dos membros do Parlamento da República, 
em um único turno. (...) 
ADCT (Atos das Disposições Constitucionais 
Transitórias) 
Art. 100. Ficam integralmente revogadas as 
normas da Constituição anterior. Diante do 
exposto e seguindo o quadro teórico adotado no 
sistema jurídico-constitucional brasileiro, 
responda às questões a seguir. 
a) Quanto à estabilidade, é possível considerar 
que a nova Constituição deve ser classificada 
como rígida? Justifique. (Valor: 0,65) 
A constituição somente pode ser classificada como 
“rígida” quando exige, no processo de modificação pelo 
5 
 
poder constituinte derivado reformador, solenidades e 
exigências formais especiais, diferentes e mais difíceis 
que aquelas exigidas para a formação e modificação de 
leis comuns (ordinárias e complementares). No caso 
em tela, em razão do disposto nos Arts. 63 e 64 da 
Constituição da República Teta, temos uma 
Constituição semirrígida (ou semiflexível), assim 
considerada aquela em que alguns dispositivos podem 
ser modificados livremente pelo legislador, segundo o 
mesmo processo de elaboração e modificação das leis 
ordinárias (conforme Art. 28 da Constituição da 
República Teta), enquanto outros são modificáveis por 
meio de solenidades e exigências formais especiais, 
diferentes e mais difíceis que aquelas exigidas para a 
formação e modificação de leis comuns (ordinárias e 
complementares). 
b) A nova Constituição deu origem ao fenômeno 
conhecido, no âmbito do direito constitucional 
intertemporal, como 
“desconstitucionalização”? (Valor: 0,60) 
A desconstitucionalização é um fenômeno que se 
manifesta quando uma nova Constituição é 
promulgada e as normas formalmente constitucionais 
da Constituição anterior, que não tenham sido 
repetidas ou contrariadas, adentram no novo sistema 
com status de lei ordinária. No caso em tela, tendo em 
vista que o Art. 1º do ADCT da Constituição da 
República Teta estabeleceu a integral revogação das 
normas da Constituição anterior, não há que se falar em 
uma suposta vigência das normas da Constituição 
anterior - mesmo que com “status mitigado” de lei 
ordinária - no âmbito do atual ordenamento 
constitucional. 
 
2. (2017.1/XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO) Em 
1975, o Presidente da República estabeleceu, por 
decreto, que a localização da nova usina nuclear 
seria o Município Alfa. O Decreto de 1975 seguiu 
todas as prescrições legais então vigentes, sem 
nenhum tipo de violação à Constituição da época. 
Não obstante, tendo em vista diversos fatores 
econômicos,políticos e sociais, o início dos 
trabalhos ficou adiado para uma nova 
oportunidade. Com o advento da Constituição de 
1988, o texto constitucional passou a determinar 
que a localização de usinas nucleares seja 
autorizada por Lei Federal. Diante da narrativa 
acima, responda aos itens a seguir. 
a) O Decreto do Presidente da República, editado 
em 1975, foi recepcionado pela nova 
Constituição? Justifique. (Valor: 0,70) 
Sim, porque o direito brasileiro não admite a 
inconstitucionalidade formal superveniente. O 
examinando deve destacar que o Decreto Presidencial 
de 1975 foi recepcionado pela nova Constituição, na 
medida em que não há nenhuma incompatibilidade 
material com este paradigma de análise, ou seja, não 
há nenhuma vedação à construção de usinas nucleares, 
bem como nenhuma proibição constitucional acerca da 
sua localização no município Alfa. Portanto, a 
inexistência de incompatibilidade material entre a nova 
ordem constitucional e o Decreto Presidencial de 1975 
indica que este ato normativo foi recepcionado pela 
nova Constituição. No direito brasileiro, o fenômeno da 
recepção analisa tão somente a compatibilidade 
material perante a nova Constituição, não importando 
a forma do ato normativo, daí a inexistência de 
inconstitucionalidade formal superveniente. No caso, a 
evidente incompatibilidade da forma do ato normativo 
(Decreto Presidencial ao invés de Lei Federal) não é 
suficiente para impedir sua recepção. Embora a 
localização das usinas tenha sido estabelecida por 
decreto, estava de acordo com a Constituição da época. 
A incompatibilidade com a nova Constituição só 
aconteceria, se o conteúdo ou matéria estivesse 
contrário à Constituição Federal de 88. 
b) O atual Presidente da República pode, por 
Decreto Presidencial, alterar a localização da 
usina nuclear para o município Beta, no lugar 
de Alfa? Justifique. (Valor: 0,55) 
Não, porque o Decreto Presidencial de 1975 foi 
recepcionado pela nova ordem constitucional com o 
novo status de lei federal, já que a norma 
infraconstitucional que não contrariar materialmente a 
nova Constituição será recepcionada, devendo, 
inclusive, adquirir a “roupagem” que a nova 
Constituição estabelece para a matéria que regula. Foi 
exatamente esse o caso do Decreto Presidencial de 
1975, que foi recepcionado com eficácia de lei federal, 
no que se refere à localização da usina nuclear, não 
podendo, portanto, ser alterado por outro decreto 
presidencial. Em consequência, a resposta é negativa, 
na medida em que seria necessária a edição de uma Lei 
Federal para autorizar a nova localização da usina no 
Município Beta, nos termos do artigo Art. 225, § 6º, da 
CFRB/88. 
3. (2016.2/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO) O 
Presidente da República edita medida provisória 
estabelecendo novo projeto de ensino para a 
educação federal no País, que, dentre outros 
pontos, transfere o centenário Colégio Pedro II do 
Rio de Janeiro para Brasília, pois só fazia sentido 
que estivesse situado na cidade do Rio de Janeiro 
enquanto ela era a capital federal. Muitas críticas 
6 
 
foram veiculadas na imprensa, sendo alegado que 
a medida provisória contraria o comando contido 
no Art. 242, § 2º, da CRFB/88. Em resposta, a 
Advocacia-Geral da União sustentou que não era 
correta a afirmação, já que o mencionado 
dispositivo da Constituição só é constitucional do 
ponto de vista formal, podendo, por isso, ser 
alterado por medida provisória. Considerando a 
situação hipotética apresentada, responda, de 
forma fundamentada, aos itens a seguir. 
a) Segundo a Teoria Constitucional, qual é a 
diferença entre as denominadas normas 
materialmente constitucionais e as normas 
formalmente constitucionais? (Valor: 0,75) 
O examinando deverá responder que as normas 
materiais possuem status constitucional em razão do 
seu conteúdo, pois estabelecem normas referentes à 
estrutura organizacional do Estado, à separação dos 
Poderes e aos direitos e as garantias fundamentais, 
enquanto as normas em sentido formal só possuem o 
caráter de constitucionais porque foram elaboradas 
com o uso do processo legislativo próprio das normas 
constitucionais. 
b) O entendimento externado pela Advocacia-
Geral da União à imprensa está correto, sendo 
possível a alteração de norma constitucional 
formal por medida provisória? (Valor: 0,50) 
O examinado deverá responder que o entendimento 
externado pela Advocacia Geral da União à imprensa 
está incorreto, pois, independentemente da essência 
da norma, todo dispositivo que estiver presente no 
texto constitucional, em razão da rigidez constitucional, 
só poderá ser alterado pelo processo legislativo solene 
das emendas constitucionais, tal qual previsto no Art. 
60 da CRFB/88 (duas casas, dois turnos, três quintos, 
legitimados próprios, promulgado pela mesa da 
Câmara dos Deputados e do Senado Federal). 
 
Processo Legislativo 
ART. 59 A 69 CRFB/88 
Art. 59. O processo legislativo 
compreende a elaboração de: 
I - Emendas à Constituição; 
II - Leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - Leis delegadas; 
V - Medidas provisórias; 
VI - Decretos legislativos; 
VII - resoluções. 
Parágrafo único. Lei complementar disporá 
sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis. 
 
→ EMENDAS À CONSTITUIÇÃO (EC) ART. 60 
CRFB/88 
LEGITIMADOS: 
- 1/3 no mínimo, dos membros da Câmara dos 
Deputados ou do Senado Federal 
- Presidente da República 
- Mais da metade das Assembleias Legislativas 
das unidades da federação, manifestando 
cada uma delas pela maioria relativa de seus 
membros. 
QUÓRUM: 
 2 casas + 2 turnos + 3/5 votos. 
Não pode haver PEC tendentes a abolir: 
CLÁUSULAS PÉTREAS: 
 
FO DI VO SE 
 
1. FOrma federativa de Estado (é por isso que 
hoje no Brasil não se admite a chamada 
secessão, separação do Estados pois é 
cláusula pétrea) 
2. Direitos e garantias individuais. 
3. VOto direto, secreto, universal e periódico 
(o voto obrigatório NÃO é cláusula pétrea, 
pode ser abolido). 
4. SEparação dos poderes 
 
Outros limites circunstanciais para a propositura de 
PEC: a CRFB não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado 
de sítio. 
▪ Proposta de emenda NÃO TEM SANÇÃO DO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA. 
▪ A EC será promulgada pela Mesa da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal. 
▪ A proposta de EC rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode ser objeto de nova 
proposta na mesma sessão legislativa. 
 
→ PROJETO DE LEI. ART. 61 CRFB/88 
LEI ORDINÁRIA LEI COMPLEMENTAR 
Maioria simples Maioria absoluta 
- NÃO existe hierarquia entre lei complementar e lei 
ordinária. 
7 
 
1. O assunto X deve disciplinado por Lei 
complementar, porém esse assunto foi feito 
por lei ordinária. Existe inconstitucionalidade? 
SIM, quando lei ordinária trata de matéria de 
lei complementar há. 
2. O assunto Y é matéria de lei ordinária, mas lei 
complementar tratou dessa matéria. É 
inconstitucional? NÃO, a regra é que quem 
pode mais pode o menos. Se foi aprovado por 
maioria absoluta seria por simples. 
3. Assunto Z é materialmente de lei ordinária, 
mas formalmente é de lei complementar (a 
matéria é de lei ordinária, mas a lei 
complementar disciplinou). Se 
posteriormente vier uma lei ordinária 
disciplinando sobre Z, poderia a lei ordinária 
revogar o que está na lei complementar 
dispondo sobre Z? PODE, a lei será 
formalmente complementar e materialmente 
ordinária, logo, é possível ser revogada por 
uma lei ordinária posterior. 
Em 2005, visando a conferir maior estabilidade e 
segurança jurídica à fiscalização das entidades 
dedicadas à pesquisa e à manipulação de material 
genético, o Congresso Nacional decidiu discipliná-las 
por meio da Lei Complementar X, embora a 
Constituição Federal não reserve a matéria a essa 
espécie normativa. Posteriormente, durante o ano de 
2017, com os avanços tecnológicose científicos na 
área, entrou em vigor a Lei Ordinária Y prevendo novos 
mecanismos fiscalizatórios a par dos anteriormente 
estabelecidos, bem como derrogando alguns artigos da 
Lei Complementar X. A Lei Complementar X, por tratar 
de matéria a respeito da qual não se exige a referida 
espécie normativa, pode vir a ser revogada por Lei 
Ordinária posterior que verse sobre a mesma temática. 
PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO 
1. FASE DE INICIATIVA (art. 61, CRFB/88) 
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou 
Comissão da Câmara dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao 
Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, 
na forma e nos casos previstos nesta 
Constituição. 
 Iniciativa de lei não se confunde com a EC. 
→ São de iniciativa PRIVATIVA do PRESIDENTE 
leis: 
1. fixem ou modifiquem os efetivos das Forças 
Armadas; 
2. disponham sobre: 
- Criação de cargos, funções ou empregos 
públicos na administração direta e autárquica 
ou aumento de sua remuneração; 
- Organização administrativa e judiciária, 
matéria tributária e orçamentária, serviços 
públicos e pessoal da administração dos 
Territórios; 
- Servidores públicos da União e Territórios, 
seu regime jurídico, provimento de cargos, 
estabilidade e aposentadoria; 
- Organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União, bem como 
normas gerais para a organização do 
Ministério Público e da Defensoria Pública dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios; 
- Criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública, observado o disposto 
no art. 84, VI; 
- Militares das Forças Armadas, seu regime 
jurídico, provimento de cargos, promoções, 
estabilidade, remuneração, reforma e 
transferência para a reserva. 
 Ex. um deputado propôs um projeto de lei 
visando aumentar a remuneração dos 
servidores públicos. Passou pela casa iniciadora, 
revisora e foi para o presidente (sanção ou veto) 
O presidente sancionou. 
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL SUBJETIVA. 
A sanção do presidente convalida o vício de 
iniciativa: NÃO!!! A súmula 5 do STF foi superada!!! 
(VIDE ADI 2.867/ES, STF e INF 332 STF) 
→ Iniciativa POPULAR 
É possível iniciativa popular de projeto de lei? SIM. O 
art. 61 prevê que o CIDADÃO pode iniciar Projeto de Lei, 
que será através de iniciativa popular! 
Art. 61, § 2º A iniciativa popular pode ser 
exercida pela apresentação à Câmara dos 
Deputados de projeto de lei subscrito por, no 
mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com 
não menos de três décimos por cento dos 
eleitores de cada um deles. 
1% eleitorado 5 estados 3/10 % dos 
eleitores 
OBS: 
1. o projeto pode versar sobre mais de um tema? 
NÃO 
8 
 
 
2. O projeto pode ser rejeitado por vício de 
forma/escrita? Não. É dever da Câmara dos 
Deputados providenciar a correção. 
 
3. Tem iniciativa popular de lei em âmbito 
estatual? SIM. Art. 27, §4º da CRFB/88 
 
4. Tem iniciativa popular de lei em âmbito 
municipal? SIM. Art. 29, XIII da CRFB/88 
(observação: no município, pelo menos 5% do 
eleitorado. Art. 29, XII). 
 
ESQUEMATIZANDO O PROCESSO LEGISLATIVO 
ORDINÁRIO 
 
 
 
1. Iniciativa 
2. Envia para a Casa Iniciadora: geralmente é a 
Câmara dos Deputados (começa no senado 
quando um senador inicia ou as comissões do 
senado) 
(obs: se a casa iniciadora for a CD a revisora é o SF, se a 
iniciadora for o SF a revisora será a CD) 
Se a casa iniciadora rejeitar, o projeto de lei é 
arquivado. Se aprovar vai para: 
3. Casa revisora: se a casa revisora não aprovar, 
arquiva o projeto. 
- Se a casa revisora emendar o projeto (acrescentar ou 
suprimir um artigo) volta para a casa iniciadora. Não 
pode enviar diretamente para o presidente. Se a 
iniciadora aprovar, manda para o presidente da 
república sancionar ou vetar, se ela não aprovar, 
manda para o presidente da república sem a emenda. 
É A INICIADORA QUEM DECIDE. 
- Se a cada revisora aprovar do jeito que a casa 
iniciadora fez, ou a emenda for redacional que não 
altere manda: 
4. Presidente da República: sanciona ou veta no 
prazo de 15 dias. Se passar os 15 dias sem 
manifestação, acontece a sanção tácita. 
NÃO EXISTE VETO TÁCITO. O VETO NÃO TEM A FORÇA 
DE ARQUIVAR O PROJETO DE LEI, A RESPOSTA FINAL 
SERÁ DO PODER LEGISLATIVO. 
5. Se sanciona: promulga 
Quem promulga? Art. 66, §7º 
- Presidente da república 48h 
- Presidente do senado 48h 
- Vice-presidente do senado federal 
imediatamente 
 
Se veta: comunica ao presidente do senado federal em 
48 horas. 
6. Vai existir uma sessão conjunta no Congresso 
Nacional no prazo de 30 dias para apreciarem 
se mantem ou não o projeto. 
Se na sessão mantiverem o veto: arquiva. 
Se rejeita o veto PROMULGA. A decisão é do Poder 
Legislativo. Quem vai promulgar? Regras do 66, §7º. 
 
VETO: 
1. não existe veto tácito, sempre será 
expresso. 
2. É IRRETRATÁVEL não tem como voltar a 
atrás. 
3. Pode ser parcial (deve abranger o texto 
integral de artigo/ parágrafo/ inciso/ alínea) 
ou total 
O presidente não pode vetar palavras ou expressões. 
Judiciário pode declarar inconstitucionais palavras 
ou expressões. 
4. Quando é contrário ao interesse público é 
VETO POLÍTICO, se for inconstitucional é 
VETO JURÍDICO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO 
 
1. Necessariamente de iniciativa do PRESIDENTE 
DA REPÚBLICA em caso de URGÊNCIA. (art. 64, 
§1º) 
2. Cada casa terá o prazo de 45 dias para 
apreciar. COMEÇA NA CÂMARA DOS 
DEPUTADOS. (art. 64, §2º) 
3. A apreciação de emendas no projeto será feita 
no prazo de 10 dias. (art.64, §3º) 
 
→ LEI DELEGADA. ART. 68 CRFF/88 
1. São elaboradas pelo PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA que SOLICITA a delegação ao 
Congresso Nacional 
2. O Congresso Nacional pode autorizar por 
resolução ou não autorizar 
SE AUTORIZAR POR RESOLUÇÃO 
DELEGAÇÃO TÍPICA 
O Congresso Nacional 
autoriza ao 
Presidente da 
República editar, 
promulgar e publicar. 
DELEGAÇÃO ATÍPICA 
Presidente edita o projeto, 
mas submete ao Congresso 
Nacional para apreciação 
em votação única que é 
vedada a apreciação de 
emendas. Se aprovar vai 
para o PR promulgar e 
publicar se rejeitar arquiva 
a lei. 
Art. 68, §1º - Não serão objeto de delegação os atos de 
competência exclusiva do Congresso Nacional, os de 
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal, a matéria reservada à lei 
complementar, nem a legislação sobre: 
I - Organização do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, a carreira e a garantia de seus 
membros; 
II - Nacionalidade, cidadania, direitos 
individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias 
e orçamentos. 
 
 
→ MEDIDA PROVISÓRIA. ART. 62 CRFB/88 
Em caso de 
1. Relevância 
2. Urgência 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA pode adotar medidas 
provisórias, com força de lei, devendo submeter de 
IMEDIATO ao CONGRESSO NACIONAL. 
 
 VEDAÇÕES (§1º, 62) 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre 
matéria: 
I - Relativa a: 
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, 
partidos políticos e direito eleitoral; 
b) direito penal, processual penal e 
processual civil; 
c) organização do Poder Judiciário e do 
Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
d) planos plurianuais, diretrizes 
orçamentárias, orçamento e créditos 
adicionais e suplementares, ressalvado o 
previsto no art. 167, § 3º; (pode para 
ABERTURA DE CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO 
PARA ATENDER DESPESAS URGENTES 
DECORRENTES DE CALAMIDADE PÚBLICA – EX. 
CORONA VÍRUS para comprar vacina) 
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, 
de poupança popular ou qualquer outro ativo 
financeiro; 
III - reservada a lei complementar; 
IV - já disciplinada em projetode lei aprovado 
pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. 
 
 
 
QUESTÃO FGV: Diante das intensas chuvas que 
atingiram o Estado Alfa, que se encontra em situação 
de calamidade pública, o Presidente da República, ante 
a relevância e urgência latentes, edita a Medida 
Provisória nº XX/19, determinando a abertura de 
crédito extraordinário para atender às despesas 
imprevisíveis a serem realizadas pela União, em 
decorrência do referido desastre natural. 
RESPOSTA: A Constituição de 1988 veda a edição de ato 
normativo dessa natureza em matéria de orçamento e 
créditos adicionais e suplementares, mas ressalva a 
possibilidade de abertura de crédito extraordinário 
para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como 
as decorrentes de calamidade pública. 
1. EFICÁCIA: art. 62, §3. As medidas provisórias 
têm tempo para serem convertidas em lei 
senão perdem a sua eficácia. 
PRAZO DE 60 DIAS PRORROGÁVEL POR MAIS 60. 
- O CONGRESSO NACIONAL vai disciplinar, por DECRETO 
LEGISLATIVO, as relações jurídicas delas decorrentes. 
10 
 
(Não editado o decreto legislativo até sessenta dias 
após a rejeição ou perda de eficácia da medida 
provisória, as relações jurídicas constituídas e 
decorrentes de atos praticados durante sua vigência 
conservar-se-ão por ela regidas. 
2. APRECIAÇÃO: a medida provisória tem que ser 
apreciada pelo Congresso Nacional no prazo 
de 45 dias, contados da publicação. Caso não 
seja apreciada, tramitará em regime de 
urgência. 
3. Antes de chegar à Casa Iniciadora, a MP 
passará pela apreciação e parecer de uma 
Comissão Mista – parecer opinativo (art. 62, 
§9º) 
4. CASA INICIADORA É SEMPRE A CÂMARA DOS 
DEPUTADOS! 
QUESTÃO FGV: Em relação ao processo legislativo, é 
correto afirmar que 
a) a emenda a um projeto de lei ordinária torna 
necessário o retorno à casa iniciadora ainda que se 
trate de correção redacional. 
b) o vício de iniciativa pode ser sanado pela sanção 
presidencial nos projetos de lei de iniciativa 
privativa do presidente. 
c) rejeitada a medida provisória pelo Congresso 
Nacional, esse deverá disciplinar as situações 
jurídicas constituídas durante a vigência da MP 
por meio de decreto legislativo. 
d) a Constituição da República Federativa do Brasil 
veda expressamente a abertura de créditos 
extraordinários por meio de medida provisória. 
 SÚMULA VINCULANTE 54: a medida provisória não 
apreciada pelo Congresso Nacional podia, até a 
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada 
dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias, 
mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição. 
Atualmente (depois da EC 
32/2001 
Antes da EC32/2001 
(texto originário da 
CRFB/88) 
- As MP’S possuem prazo de 
eficácia de 60 dias. 
 
- A medida provisória será 
prorrogada uma única vez 
por igual período se ela não 
tiver sido votada nas duas 
Casas do Congresso 
Nacional. 
Prazo máximo 120 dias. 
(60+60) 
 
- Se não for aprovada neste 
período, ela será 
considerada rejeitada por 
- As MP’S tinham 
prazo de eficácia de 
30 dias. 
- Não havia número 
máximo de reedições 
das medidas 
provisórias. 
 
- Enquanto não 
fossem votadas pelo 
Congresso Nacional, 
elas podiam ficar 
sendo reeditadas 
quantas vezes o 
decurso do prazo, perdendo 
a sua eficácia desde a sua 
edição. 
 
- É VEDADA a reedição, na 
mesma sessão legislativa, de 
medida provisória que tenha 
sido rejeitada ou que tenha 
perdido sua eficácia por 
decurso de prazo. 
Presidente da 
República quisesse. 
 
- A MP 2.096, por 
exemplo, foi 
reeditada mais de 80 
vezes (durou mais de 
6 anos para ser 
votada). 
 
▪ PRINCÍPIO DA IRREPETIBILIDADE 
SESSÃO LEGISLATIVA LEGISLATURA 
A sessão legislativa é um 
período anual que 
corresponde a dois 
períodos legislativos: 
 
2 de fev. a 17 de julho 
1º agosto à 22 de dez 
É o prazo de 4 anos (art. 
44 CRFB/88) 
 
LOGO, 1 legislatura 
equivale a 4 sessões 
legislativas. 
 
 Se uma Medida Provisória for rejeitada em uma 
sessão legislativa não pode ser apreciada na 
mesma, mas pode ser reapreciada na mesma 
legislatura. 
 
 
REJEIÇÃO 
POSSIBILIDADE DE 
REEDIÇÃO OU 
REAPRECIAÇÃO 
 
 
 
MP REJEITADA 
Art. 62, §10º CRFB/88 
É vedada a reedição, na 
mesma sessão 
legislativa, de medida 
provisória que tenha 
sido rejeitada ou que 
tenha perdido sua 
eficácia por decurso de 
prazo. 
 
 
 
PEC REJEITADA 
Art. 60, §5º CRFB/88 
A matéria constante de 
proposta de emenda 
rejeitada ou havida por 
prejudicada não pode 
ser objeto de nova 
proposta na mesma 
sessão legislativa. 
 
 
 
 
 
PL REJEITADO 
Art. 67 CRFB/88 
A matéria constante de 
projeto de lei rejeitado 
somente poderá 
constituir objeto de 
novo projeto, na mesma 
sessão legislativa, 
mediante proposta da 
maioria absoluta dos 
11 
 
membros de qualquer 
das Casas do Congresso 
Nacional. 
 
➢ APROFUNDAMENTO SOBRE PROCESSO 
LEGISLATIVO 
 
1. É inconstitucional, na acepção formal, norma de 
iniciativa parlamentar que prevê a criação de 
órgão público e organização administrativa, 
levando em conta iniciativa privativa do Chefe 
do Executivo – Arts. 25 e 61, §1º, II, alíneas “b” 
e “e”, da CRFB/88. 
STF. Plenário. ADI 4726/AP. (info 998) 
 
Ex. um parlamentar quer propor um projeto de lei 
para criar um ministério, ministério é órgão. 
Competência privativa do Presidente da República. 
Se o parlamentar propuser, vai ser uma 
inconstitucionalidade formal subjetiva. 
 
2. Emenda à Constituição que trate dos temas 
listados no art. 61, §1º da CF precisa ter sido 
apresentada pelo Presidente da República? 
 
É constitucional que outro legitimado senão o 
Presidente da República tenha iniciativa de emendas 
à constituição que disponham dos assuntos do art. 
61, §1º? PODE! PEC não se confunde com projeto 
de lei! 
A permissão de emendas constitucionais serem 
apresentadas por parlamentares sobre matéria de 
iniciativa do Chefe do Executivo ocorre em âmbito 
FEDERAL. 
O que isso significa? 
NÃO SE APLICA EM ÂMBITO ESTADUAL!!! 
 
Info 826. A jurisprudência da Corte reconhece, com 
apoio ao princípio da simetria, a 
inconstitucionalidade de emendas a constituições 
estaduais, por observância da reserva de iniciativa 
do Chefe do Poder Executivo. 
 
EX. art. 61º, §1º, II – Competência do Presidente da 
República 
→ Lei apresentada por parlamentares federais: É 
constitucional? NÃO! 
→ Emendas à constituição federal apresentadas 
por parlamentares federais: É constitucional? 
SIM 
→ Emendas à constituição estadual feitas por 
parlamentares estaduais: É constitucional? 
NÃO! Iniciativa do Governador 
3. É inconstitucional lei estadual, de iniciativa 
parlamentar, que trate sobre isenção de custas 
judiciais. Posto que, os órgãos superiores do 
Poder Judiciário possuem reserva de iniciativa 
(competência privativa) para apresentar os 
projetos de lei que tenham por objetivo tratar 
sobre custas judiciais (art. 98, §2º e 99, caput e 
§1º CF. 
STF. Plenário. ADI 3629/2020. 
 
É inconstitucional lei estadual de iniciativa 
parlamentar sobre isenção de custas judiciais 
porque é de iniciativa dos órgãos superiores do 
Poder Judiciário. 
 
4. Legislação estadual paulista de iniciativa 
parlamentar que tratar sobre a vedação de 
assédio moral na administração pública direta, 
indireta e fundações públicas. Regulamentação 
jurídica de deveres, proibições e 
responsabilidades dos servidores públicos, com 
a consequente sanção administrativa e 
procedimento de apuração. Interferência 
indevida no estatuto jurídico dos servidores 
públicos do Estado de São Paulo. Violação da 
competência legislativa reservada do chefe do 
poder executivo. Descumprimento dos arts. 2º 
e 61, §1º, II, C da CRFB/88. 
ADI 3.980/2019 
Descumpriu a separação dos poderes e a inciativa 
privativa do presidente da república de dispor sobre 
os servidores públicos da União e territórios. 
Usa também no âmbito estadual quando é 
competência do Governador 
 
➢ APROFUNDAMENTO MEDIDAS PROVISÓRIAS5. 
- Art. 25, §2º: Cabe aos Estados explorar 
diretamente, ou mediante concessão, os serviços 
locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a 
edição de medida provisória para a sua 
regulamentação. 
 
- Relevância e urgência: feito pelo Presidente da 
República, de maneira discricionária, 
posteriormente pelas casas legislativas, que emitirão 
juízo prévio sobre o atendimento (ou não) dos 
requisitos. 
 
OBS: o STF entende que é viável o controle 
jurisdicional (do que seria relevante e urgente) 
quando houver flagrante abuso de poder ou 
evidente inocorrência dos pressupostos. 
 
6. 
 
Medida Provisória objeto de ADI. 
- Se for convertida em lei e importar em 
modificações essenciais do conteúdo que 
estava sendo impugnado: ADI estará 
prejudicada pela perda do objeto. 
 
12 
 
- Se for convertida em lei, sem que haja 
alteração substancial do ponto que está 
sendo questionado na ADI, a ação não ficará 
prejudicada, bastando o aditamento da 
petição inicial. 
 
7. Medida provisória não revoga lei anterior, mas 
apenas suspende seus efeitos no ordenamento 
jurídico, em face do seu caráter transitório e 
precário. Assim, aprovada a medida provisória 
pela Câmara e pelo Senado, surge nova lei, a 
qual terá efeito de revogar lei antecedente. 
Todavia, caso a medida provisória seja rejeitada 
(expressa ou tacitamente), a lei primeira vigente 
no ordenamento, e que estava suspensa, volta a 
ter eficácia. 
ADI 5.709/2019 
 
 
Limites implícitos a Medida Provisória: 
1. Art. 49, 51, 52 – competência exclusiva do 
Congresso Nacional, e privativa das Casas 
Legislativas 
2. Matéria ambiental – STF entendeu que é 
possível MP desde que sejam favoráveis ao 
meio ambiente, ou seja, normas que 
importem em diminuição da proteção ao meio 
ambiente equilibrado só podem ser editadas 
por lei formal. 
 
EXERCÍCIOS 
EXAME XVI/2015 -Projeto de lei aprovado pela Câmara 
dos Deputados, contendo vício de inciativa, foi 
encaminhado ao Senado Federal. Na Casa revisora, o 
texto foi aprovado com pequena modificação, sendo 
suprimida determinada expressão, sem, contudo, 
alterar o sentido normativo objetivado pelo texto 
aprovado na Câmara. O projeto foi, então, enviado ao 
Presidente da República, que, embora tenha 
protestado pelo fato de ser a matéria disciplinada pelo 
Parlamento, de iniciativa privativa do Chefe do Poder 
Executivo, sancionou-o por concordar com os termos 
ali estabelecidos, originando a Lei L. 
Diante dos fatos narrados, responda aos itens a seguir. 
A) A não devolução do processo à Casa Iniciadora 
sempre configurará violação ao devido 
processo legislativo? Justifique. (Valor: 0,75) 
 
Não. A não devolução do processo à casa iniciadora 
nem sempre configurará violação ao devido processo 
legal. A alteração de texto, não implica 
necessariamente, o retorno do projeto a casa 
iniciadora, já que mudanças dessa natureza somente 
assume relevância se houver alteração do significado 
normativo. O parágrafo único do art. 65 da CRFB/88 
determina o retorno do projeto de lei à casa iniciadora 
se a emenda parlamentar introduzida acarretar 
modificação no sentido da proposição jurídica. 
 
B) No caso em tela, a sanção presidencial 
possuiria o condão de suprir o vício de 
iniciativa ao projeto de Lei? Justifique. (Valor: 
0,50) 
Não. Confirmada a usurpação do poder de iniciativa, 
mesmo a sanção do projeto de lei não possui o condão 
de afastar vício de inconstitucionalidade formal. Neste 
sentido, a ulterior aquiescência do Chefe do Poder 
Executivo, com a sanção, ainda quando dele seja a 
prerrogativa usurpada, não tem o poder de sanar o 
vício de inconstitucionalidade. (a Súmula do STF foi 
cancelada) 
 
EXAME XXIX/2019 - O Presidente da República editou a 
Medida Provisória nº XW/18, permitindo que os 
Estados editassem lei dispensando a inserção, no 
âmbito do seu território, de algumas das informações a 
serem incluídas no registro civil das pessoas naturais. 
 Face à importância da temática versada, a Medida 
Provisória nº XW/18, por deliberação do colégio de 
líderes, foi imediatamente submetida à apreciação do 
plenário de cada casa do Congresso Nacional, daí 
resultando sua aprovação e a consequente 
promulgação da Lei nº DD/18. 
A) Com abstração de considerações em torno de 
sua relevância e urgência, a Medida Provisória 
nº XW/18 atende aos seus pressupostos 
constitucionais? (Valor: 0,75) 
Não. Compete privativamente à União legislar sobre 
registros públicos, nos termos do Art. 22, inciso XXV, da 
CRFB/88 e a autorização para que o Estado legislem 
sobre a matéria deve ser veiculada em lei 
complementar, conforme dispõe o Art. 22, parágrafo 
único, da CRFB/88. No entanto, nos termos do art. 62, 
§1º, inciso III, da CRFB/88 é vedada a edição de medidas 
provisórias sobre matéria reservada à lei 
complementar, como é o caso. 
B) O processo legislativo que culminou na 
aprovação da Lei nº DD/18 é compatível com 
a ordem constitucional? (Valor: 0,50) 
 
Não. Por imposição do Art. 62, §9º, da CRFB/88, a 
Medida Provisória nº XW/2018 deve ser previamente 
submetida a uma comissão mista de Deputados e 
Senadores, antes de sua apreciação pelo plenário de 
cada Casado Congresso Nacional. 
 
 
EXAME XXVIII/2019 - O Partido Político Alfa, com 
representação no Congresso Nacional, ajuizou Ação 
Direta de Inconstitucionalidade impugnando a Medida 
Provisória nº 123/2017, a qual, no seu entender, seria 
dissonante da Constituição da República Federativa do 
Brasil, de 1988. No curso do processo objetivo, a 
13 
 
referida Medida Provisória foi convertida na Lei Federal 
nº 211/2018. 
À luz dessa narrativa, responda aos questionamentos a 
seguir. 
A) Com a conversão da Medida Provisória nº 
123/2017 na Lei Federal nº 211/2018, que 
medida deve ser adotada pelo autor para o 
prosseguimento do processo de controle 
concentrado de constitucionalidade? 
Justifique. (Valor: 0,65) 
 
 O autor deve promover o aditamento da petição 
inicial, de modo que se estenda à lei de conversão a 
impugnação originariamente deduzida. Entendimento 
consolidado do Supremo Tribunal Federal. 
B) Se a Medida Provisória nº 123/2017 tivesse, 
antes da conversão, sido integralmente 
revogada por lei superveniente, qual seria a 
consequência para o processo de controle 
concentrado de constitucionalidade? 
Justifique. (Valor: 0,60) 
 
A revogação da Medida Provisória nº 123/2017 
acarretaria a perda superveniente do interesse 
processual, com a consequente perda de objeto da 
Ação Direta de inconstitucionalidade. A não ser assim, 
o processo objetivo se transformaria em instrumento 
de proteção de situações concretas. Entendimento 
consolidado do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
EXAME XX/2016 - A Associação Civil “Tudo Pela Saúde”, 
preocupada com as péssimas condições de trabalho 
dos servidores da área de saúde, elaborou projeto de 
lei que concedia aumento remuneratório a essa 
categoria de servidores. Esse projeto foi subscrito por 
um por cento do eleitorado nacional, circunscrito 
somente aos estados do Rio de Janeiro e de Minas 
Gerais, sendo apresentado ao Senado Federal. 
A Associação, esperançosa pela aprovação do projeto, 
informou à imprensa que, caso o projeto seja rejeitado 
ou vetado, irá ingressar com uma Proposta de Emenda 
à Constituição (PEC) para que os anseios do movimento 
se tornem normas constitucionais. 
 Considerando a situação hipotética apresentada, 
responda, de forma fundamentada, aos itens a seguir. 
 
A) Os procedimentos adotados para encaminhar o 
projeto de lei estão de acordo com o processo 
legislativo estabelecido pela ordem 
constitucional? Justifique. (Valor: 0,80) 
Os procedimentos não estão corretos. O projeto 
apresenta uma série de vícios formais. O primeiro 
refere-se aos subscritores, que deveriam estar 
distribuídos por, pelo menos, cinco estados, com não 
menos de três décimos por cento dos eleitores de cada 
um deles, segundo o art. 61, §2º, da CRFB/88. O 
segundo refere-se ao desrespeito à iniciativa reservadado Presidente da República, prevista no art. 61, §1º, 
inciso II, alínea a, da CRFB/88, em relação aos projetos 
de lei que objetivem aumentar a remuneração de 
servidores públicos federais. 
Por fim, há um terceiro vício. Os projetos de iniciativa 
popular devem ser iniciados sempre na Câmara dos 
Deputados e não no Senado Federal (art. 61, §2º da 
CRFB/88). 
 
B) É possível que a PEC cogitada pela referida 
Associação seja de iniciativa popular? (Valor: 0,45) 
Não. O art. 60, incisos I, II e III, da CRBF/88 estabelece 
um rol taxativo de legitimados à propositura da PEC, e 
a iniciativa popular não está elencada nesses incisos. 
Em consequência, não será possível a propositura pela 
Associação. 
 
 
EXAME XVII/2015 - A Medida Provisória Z (MP Z), 
editada pelo Governador do Estado H com o propósito 
de diminuir o alto grau de evasão escolar, regulou a 
concessão de bolsas escolares a alunos carentes 
matriculados em escolas públicas estaduais. Em virtude 
de crise política que surgiu entre o Executivo e o 
Legislativo, a referida Medida Provisória não foi 
convertida em lei. Ultrapassado o prazo de 60 dias, a 
Casa Legislativa não disciplinou as relações jurídicas 
surgidas no período em que a MP Z vigorou. João, que 
se beneficiou por três meses da referida bolsa, 
apreensivo, relatou a Carlos, um amigo, servidor da 
Assembleia Legislativa, que teme ter de devolver a 
totalidade do valor recebido. Carlos tranquilizou-o e 
informou-lhe que a crise política fora debelada, de 
modo que a Assembleia apenas aguarda a reedição da 
Medida Provisória, a fim de convertê-la em lei, ainda no 
mesmo ano legislativo em 
que a MP Z perdeu a eficácia. 
Considerando que a Constituição do Estado H regulou 
o processo legislativo em absoluta simetria com o 
modelo usado pela Constituição Federal, responda aos 
itens a seguir. 
A) João terá de devolver aos cofres públicos o 
dinheiro recebido a título da bolsa? 
Fundamente. (Valor: 0,75) 
Não. João não precisará devolver o valor recebido a 
título de bolsa, já que, conforme informado na questão, 
a não edição de decreto legislativo que regulamentasse 
as relações jurídicas estabelecidas pela MP Z, no prazo 
de sessenta dias após a perda de sua eficácia, acabou 
por implicar o reconhecimento dos efeitos jurídicos 
produzidos, no período em que a MP esteve vigente, 
nos termos do que informa o ART. 62, §11, da CRFB/88. 
 
B) A informação passada por Carlos a João 
encontra-se em harmonia com a sistemática 
constitucional? Justifique. (Valor: 0,50) 
Não, pois, no caso em referência, tendo a medida 
provisória perdido sua eficácia, vedada seria sua 
14 
 
reedição na mesma sessão legislativa, nos termos do 
que informa o art. 62. §10, da Constituição Federal. 
 
 
Organização Política 
Administrativa 
 
1. A Constituição Federal de 1988 adotou como 
forma de Estado a FEDERAÇÃO. 
- Poder político central: União 
- Poderes políticos regionais: Estados 
- Poderes políticos locais: Municípios 
 
E o Distrito Federal: 
Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão 
em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, 
votada em dois turnos com interstício mínimo 
de dez dias, e aprovada por dois terços da 
Câmara Legislativa, que a promulgará, 
atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as 
competências legislativas reservadas aos 
Estados e Municípios. 
Distrito Federal vai ter competências municipais e 
estaduais. 
 
E os territórios: 
 Art. 18. A organização político-administrativa 
da República Federativa do Brasil compreende 
a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta Constituição. 
§ 2º Os Territórios Federais integram a União, 
e sua criação, transformação em Estado ou 
reintegração ao Estado de origem serão 
reguladas em lei complementar. 
Territórios NÃO SÃO ENTES. 
 A forma federativa é cláusula pétrea? Art. 60, §4º 
da CRFB/88 Sim, não pode haver PEC tendente a 
abolir. 
 É possível a separação do Estado do restante da 
Federação Brasileira? 
Ex. A população do Estado X, insatisfeita com os rumos 
da política nacional e os sucessivos escândalos de 
corrupção que assolam todas as esferas do governo, 
inicia uma intensa campanha pleiteando sua separação 
do restante da Federação Brasileira. Um plebiscito é 
então organizado e 92% dos votantes opinaram 
favoravelmente à independência do Estado. 
É possível? A forma federativa de Estado é uma das 
cláusulas pétreas que norteiam a ordem constitucional 
brasileira, o que conduz à conclusão de que se revela 
inviável o exercício do direito de secessão por parte de 
qualquer dos entes federados, o que pode motivar a 
intervenção federal (Arts. 1º e 34 da CRFB/88) 
 
→ FORMAÇÃO DOS ESTADOS 
CRIAÇÃO DE NOVOS ESTADOS E TERRITÓRIOS 
Art. 18, §3 e 48, VI da CRFB/88: 
§ 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos 
Estados ou Territórios Federais, mediante 
aprovação da população diretamente 
interessada, através de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a 
sanção do Presidente da República, não 
exigida está para o especificado nos arts. 49, 
51 e 52, dispor sobre todas as matérias de 
competência da União, especialmente sobre: 
VI - Incorporação, subdivisão ou 
desmembramento de áreas de Territórios ou 
Estados, ouvidas as respectivas Assembleias 
Legislativas; 
▪ Incorporação: segundo a doutrina majoritária – 
fusão entre dois ou mais Estados, originando a 
formação de novo Estado ou Território Federal. 
Ex. A (Goiás) + B (Bahia) = (Sertanejo Baiano) 
Sertanejo Baiano é o novo estado-membro, logo, Goiás 
e Bahia deixaram de existir. 
▪ Subdivisão: cisão do Estado originário em novos 
Estados. O Estado originário desaparece. 
Ex. A (Rio de Janeiro) divide-se em: B (Estado do Rio) e 
C (Estado de Janeiro) 
▪ Desmembramento: o que diferencia dos demais é 
que não há desaparecimento do ente federativo 
primitivo. 
Podem ocorrer nas seguintes situações: 
15 
 
1. Anexação da parte desmembrada a um outro Estado, 
sem criar um novo ente federativo; 
2. Formação de um novo Estado-Membro ou Território 
Federal 
 
Ex. Tocantins foi criado a partir do desmembramento 
de parte do Estado de Goiás. 
Neste caso, como o Estado desmembrado passa a ser 
reconhecido como um ente federado autônomo, passa 
a ter poderes para se estruturar por meio de uma 
Constituição, que deverá observar o princípio da 
simetria, conforme os padrões fixados na Constituição 
Federal. 
REQUISITOS PARA INCORPORAÇÃO, SUBDIVISÃO E 
DESMEMBRAMENTOS DE ESTADO: 
 
1. Consulta prévia às populações diretamente 
interessadas, por plebiscito 
2. Oitiva das assembleias legislativas dos 
estados interessados 
3. Edição de lei complementar pelo Congresso 
Nacional 
 
 
FORMAÇÃO DOS MUNICÍPIOS 
Art. 18, §4º da CRFB: 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios, far-se-ão 
por lei estadual, dentro do período 
determinado por Lei Complementar Federal, e 
dependerão de consulta prévia, mediante 
plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, após divulgação dos Estudos de 
Viabilidade Municipal, apresentados e 
publicados na forma da lei. 
Requisitos: 
1. Aprovação de lei complementar federal 
fixando o período dentro do qual poderá 
ocorrer a criação, incorporação, fusão ou 
desmembramento de municípios 
2. Divulgação dos estudos de viabilidade 
municipal 
3. Plebiscito 
4. Aprovação de lei ordinária federal 
OBSERVAÇÕES 
- Até hoje o CN não editou essa lei complementar, que 
fixa o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, 
a incorporação, fusão e o desmembramento de 
Municípios. 
- Após a exigência pela EC 15/1996 de lei 
complementar, foram criados, em uma situação de 
flagrante desrespeito ao art. 18, §4º, mais de 50municípios no Brasil. 
Qual foi a solução? O CN promulgou a EC 
57/2008. Art. 96 ADCT, ficam convalidados os 
atos de criação, fusão, incorporação e 
desmembramento de Municípios, cuja lei 
tenha sido publicada até 31 de dezembro de 
2006, atendidos os requisitos estabelecidos na 
legislação do respectivo Estado à época de sua 
criação. 
 
REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS
 
 
Competências administrativas: materiais e não 
legislativas. Atuação político-administrativa do ente 
para execução de tarefas. (art. 21 e 23). 
Competência exclusiva Competência privativa 
É material, está 
relacionada a execução 
de tarefas. 
 
Não pode delegar 
 
É para legislar sobre um 
tema. 
 
 
Pode delegar 
 
→ COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA UNIÃO 
- Art. 22, CRFB/88. 
 TERRAS DEVOLUTAS SÃO TERRAS PÚBLICAS SEM 
DESTINAÇÃO PELO PODER PÚBLICO E QUE EM 
NENHUM MOMENTO INTEGRARAM O 
PATRIMÔNIO DE UM PARTICULAR. 
ESSAS TERRAS SÃO BENS DA UNIÃO. ART. 20, II e 
são indisponíveis art. 225, §5º. 
Principais incisos que podem cair na prova: 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e 
metalurgia; 
16 
 
Art. 20. São bens da União: IX – os recursos 
minerais, inclusive os do subsolo; 
Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e 
demais recursos minerais e os potenciais de 
energia hidráulica constituem propriedade 
distinta da do solo, para efeito de 
exploração ou aproveitamento, e 
pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto 
da lavra. 
§2º É assegurada participação ao 
proprietário do solo nos resultados da lavra, 
na forma e no valor que dispuser a lei. 
CASO PRÁTICO: Bento ficou surpreso ao ler, em um 
jornal de grande circulação, que um cidadão americano 
adquiriu fortuna ao encontrar petróleo em sua 
propriedade, situada no Estado do Texas. Acresça-se 
que um amigo, com formação na área de Geologia, 
tinha informado que as imensas propriedades de Bento 
possuíam rochas sedimentares normalmente 
presentes em regiões petrolíferas. Antes de pedir um 
aprofundado estudo geológico do terreno, Bento 
buscou um advogado especialista na matéria, a fim de 
saber sobre possíveis direitos econômicos que lhe 
caberiam como resultado da extração do petróleo em 
sua propriedade. O advogado respondeu que, segundo 
o sistema jurídico-constitucional brasileiro, caso seja 
encontrado petróleo na propriedade, Bento terá 
assegurada, nos termos estabelecidos pela via 
legislativa ordinária, participação nos resultados 
econômicos decorrentes da exploração da referida 
atividade em sua propriedade. 
 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, 
material bélico, garantias, convocação, mobilização, 
inatividades e pensões das polícias militares e dos 
corpos de bombeiros militares; 
XI - trânsito e transporte; 
I - Direito civil, comercial, penal, processual, 
eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e 
do trabalho; 
 
 A COMPETÊNCIA PRIVATIVA PODE SER 
DELEGADA! 
1. Para os Estados e o Distrito Federal 
2. Autorização por lei complementar 
3. Tem que ser uma questão específica 
 
→ COMPETÊNCIA DO ESTADO 
 
 A EXPLORAÇÃO DO SERVIÇO LOCAL DE GÁS 
CANALIZADO É DE COMPETÊCIA DO ESTADO, NOS 
TERMOS DO ART. 25, §2º, DA CRFB/88. 
 
 
→ COMPETÊNCIA CONCORRENTE ENTRE 
UNIÃO, ESTADOS E O DF 
- Art. 24, CRFB/88. 
Ler todo o artigo, mas os que mais caem: 
I - Direito tributário, financeiro, penitenciário, 
econômico e urbanístico; 
II - Orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - Custas dos serviços forenses; 
V - Produção e consumo; 
VI - Florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, 
artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por danos ao meio ambiente, 
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, 
estético, histórico, turístico e paisagístico; 
 
▪ Na competência concorrente, a União estabelece 
normas gerais, cada Estado pode suplementar. 
1. Se não existir uma norma geral? Estados 
legislam de forma plena. 
2. Se os Estados legislam de forma plena e depois 
vem uma norma geral? SUSPENDE A EFICÁCIA 
DA NORMA ESTADUAL NAQUILO QUE FOR 
CONTRÁRIO. 
(2018 - EXAME– XXVII) O Estado Y, bastante conhecido 
pela exuberância de suas praias, que atraem milhares 
de turistas todos os anos, edita lei estadual impedindo 
a pesca de peixes regionais típicos, ameaçados de 
extinção, e limitando o transporte marítimo de 
passageiros. A partir da hipótese narrada, nos termos 
da Constituição da República Federativa do Brasil, 
assinale a afirmativa correta. 
a. O Estado Y possui competência legislativa 
concorrente com a União para dispor sobre 
pesca, mas poderá legislar sobre transporte e 
navegação marítima, caso Lei Complementar 
federal o autorize. 
 
→ SÚMULAS 
17 
 
Vinculante, 38. É competente o Município para fixar o 
horário de funcionamento de estabelecimento 
comercial. 
Art. 30 CRFB/88 - assuntos de interesse local é 
competência do Município. 
NÃO CONFUNDA com a súmula 19 do STJ que 
diz sobre o horário de funcionamento bancário 
é de competência da União. 
Medidas de conforto dentro dos bancos são de 
competência do Município. 
Vinculante, 39. Compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias 
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do 
Distrito Federal. 
Vinculante, 46. A definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das respectivas 
normas de processo e julgamento são da competência 
legislativa privativa da União. 
Vinculante, 49. Ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em 
determinada área. 
Vinculante, 2. É inconstitucional a lei ou ato normativo 
Estadual ou Distrital que disponha sobre sistemas de 
consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias. 
Loterias quem legisla é a União, exploração pode todos. 
Obs: Lei estadual que dispõe sobre gratuidade 
em estacionamento é inconstitucional, visto que é 
competência privativa da União. Direito Civil. 
Obs: Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de 
sinal de celular em presídio é inconstitucional, visto que 
é competência privativa da União Legislar sobre 
Telecomunicações. 
 
Obs: Lei estadual que versa sobre direito do 
trabalho é inconstitucional, pois é competência 
privativa da União. 
Obs: É inconstitucional Lei Estadual que altere 
data de vencimento de mensalidade escolar. 
Obs: Lei estadual que exija certidão para licitação é 
inconstitucional. Competência privativa da União. 
 
Obs: Lei estadual que suspende cobrança de 
consignado é inconstitucional, visto que é competência 
privativa da União legislar sobre Direito Civil e Política 
de crédito. 
 
 
 
Competência Exclusiva 
– União 
Competência Comum – 
União/Estados/DF e 
Municípios 
Natureza material 
(políticas/administrativa
s) – gestão, não 
necessitam de lei para 
tornar realidade; 
Prestação de serviços 
pela União. (Art. 21, 
CRFB/88) 
Natureza material 
(políticas/administrativa
s) – interesse de todos – 
relação de colaboração. 
Federalismo 
cooperativo/participaçã
o. (Art. 23, CRFB/88) 
 
- Competência dos Estados: art. 25 CRFB/88 
- Competência dos Municípios: art. 30 CRFB/88 
➢ APROFUNDAMENTO SOBRE ORGANIZAÇÃO 
POLÍTICO ADMINISTRATIVA 
LER art. 18 ao 25; 30, 32. 
SÚMULAS 
Vinculante, 38. É competente o Município para fixar 
o horário de funcionamento de estabelecimento 
comercial. 
- Fazer remissão no art. 30, I, CRFB/88. 
 
Vinculante, 46. A definição dos crimes de 
responsabilidade e o estabelecimento das 
respectivas normas de processo e julgamento são da 
competência legislativa privativa da União. 
(importante) 
- Fazer remissão ao art. 22, I, CRFB/88 
 
Vinculante, 49. Ofende o princípio da livre 
concorrência lei municipal que impede a instalação 
de estabelecimentos comerciais domesmo ramo em 
determinada área. 
- Remissão art. 170, IV, e art. 30, VIII CRFB/88. 
 
Vinculante, 39. Compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias 
civil e militar e do corpo de bombeiros militar do DF. 
 
→ JULGADOS IMPORTANTES 
1. Redução de mensalidades escolares na 
pandemia por leis estaduais é inconstitucional. 
(ADI) Estado legislar é inconstitucional porque 
é uma relação contratual, direito civil, e é 
competência privativa da União para legislar 
sobre o tema. (inconstitucionalidade formal 
orgânica) 
2. É inconstitucional norma estadual que 
autoriza a suspensão, pelo prazo de 120 dias, 
do cumprimento de obrigações financeiras 
referentes a empréstimos realizados e 
empréstimos consignados. (ADI) mais uma vez 
18 
 
o Estado legislando sobre contratos, 
obrigações e política de crédito, competência 
privativa da União. (inconstitucionalidade 
formal orgânica) 
3. IMPORTANTE!!! 
 art. 22, XX – compete privativamente à União 
legislar sobre: sistemas de consórcios e 
sorteios. 
A competência da União para legislar 
privativamente sobre sistemas de consórcios 
e sorteios, inclusive loterias, não obsta a 
competência material (administrativa) para a 
exploração dessas atividades pelos entes 
estaduais ou municipais, nem a competência 
regulamentar dessa exploração. 
(FAZER REMISSÃO ART. 22, XX SÚMULA 
VINCULANTE 2) 
NÃO PODE CONFUNDIR LEGISLAR COM 
EXPLORAR NEM ORGANIZAR. 
4. É inconstitucional norma estadual que dispõe 
sobre a implantação de instalações industriais 
destinadas à produção de energia nuclear no 
âmbito espacial do território estadual. (ADI) 
competência privativa da União para legislar 
sobre atividades nucleares de qualquer 
natureza. Art. 22, XXVI e art. 225, §6º (fazer 
remissão) 
5. São inconstitucionais normas estaduais que 
imponham obrigações de compartilhamento 
de dados com órgãos de segurança pública às 
concessionárias de telefonia, por configurar 
ofensa à competência privativa da União para 
legislar sobre telecomunicações, consoante os 
arts.21, XI, e 22, IV. 
6. Lei do Estado de Goiás legislando sobre 
gratuidade de estacionamento em 
estabelecimento privado. Ex. shoppings e 
aeroportos – inconstitucional, direito civil, 
privativa da União. 
7. Leis estaduais que obrigam empresas de 
telefonia a instalar equipamentos para o 
bloqueio de serviço de celular em presídio – 
inconstitucional, telecomunicações, privativa 
da União. Art. 21, XI, 22, IV, CRFB/88. 
8. É inconstitucional lei estadual que exija 
certidão negativa de violação aos direitos do 
consumidor dos interessados em participar de 
licitações e em celebrar contratos com órgãos 
e entidades estaduais. Esta lei é 
inconstitucional porque compete 
privativamente à União legislar sobre normas 
gerais de licitação e contratos (art. 22, XXVII, 
da CRFB/88) 
 
 DICA: quando aparecer “o Estado editou a lei 
desconfie! Pode ser que seja competência privativa 
da União. 
EXEMPLO DE QUESTÃO: Com o objetivo de conter o 
avanço das organizações criminosas em algumas 
associações de moradores, o Estado Alfa editou a Lei 
XX/2018, veiculando as normas a serem observadas 
para a confecção dos estatutos dessas associações e 
condicionando a posse da diretoria de cada associação 
à prévia autorização do Secretário de Estado de 
Segurança Pública, que verificaria a vida pregressa dos 
pretendentes. 
À luz da situação hipotética acima, responda aos itens 
a seguir. 
A) A Lei XX/2018 do Estado Alfa, ao veicular 
normas sobre a confecção dos estatutos das 
associações de moradores, é compatível com 
a Constituição da República? (Valor: 0,70) 
Não. Ao dispor sobre a confecção dos estatutos das 
associações de moradores, a Lei XX/2018 afrontou a 
competência privativa da União para legislar sobre 
direito civil. (art. 22, inciso I, da CRFB/88) tendo a 
inconstitucionalidade formal orgânica. 
B) A exigência de que a posse da diretoria de 
cada associação de moradores seja antecedida 
de autorização do Secretário de Segurança 
Pública do Estado Alfa é materialmente 
compatível com a Constituição da República? 
(Valor: 0,55) 
Não. A exigência de que a posse da diretoria da 
associação seja antecedida de autorização do 
Secretário de Segurança Pública é incompatível com a 
CF tendo em vista que o art. 5º, XVIII, veda a 
interferência estatal no funcionamento das associações 
(Art. 5º, inciso XVIII, da CRFB/88). 
 
EXEMPLO DE QUESTÕES: A Lei X do Município Sigma 
estabelece que, em certo bairro, considerado área 
residencial, fica vedada a instalação de mais de um 
centro empresarial de grandes proporções, com área 
superior a 5 000 m² (cinco mil metros quadrados) e que 
reúna, em suas dependências, mais de 10 (dez) lojas 
distintas. 
Ante a existência de um estabelecimento comercial 
com tais características no bairro “Y”, a administradora 
Alfa, visando abrir um shopping center no mesmo 
bairro, procura você, na qualidade de advogado(a), 
para obter esclarecimentos quanto à viabilidade deste 
empreendimento. A Lei X do Município Sigma é 
compatível com a Constituição Federal? 
19 
 
RESPOSTA: Embora o Munícipio seja 
competente para zoneamento urbano 
conforme disciplina o art. 30, VII da CRFB/88 
ele não poderá impedir a instalação de 
estabelecimentos comerciais do mesmo ramo 
em determinada área segundo a súmula 
vinculante nº 49 pois ofende o princípio da 
livre concorrência previsto no art. 170, IV da 
CRFB/88. 
1. A Lei n. 123/2018 do Estado Alfa, com o objetivo 
declarado de integrar os distintos segmentos 
étnicos e ideológicos existentes em seu território, 
assegurou aos indígenas o direito de ocuparem até 
10% da área das propriedades rurais produtivas, 
por período não superior a trinta dias ao ano, para 
que pudessem abastecer-se de gêneros 
alimentícios nos períodos de maior escassez. Para 
que os produtores rurais pudessem adaptar-se aos 
novos comandos, reservando as áreas que seriam 
ocupadas pelos indígenas, a Lei n. 123/2018 
somente entraria em vigor um ano após a sua 
publicação. 
Sobre a hipótese apresentada, responda o item a 
seguir. a. A Lei n. 123/2018 é compatível com a 
Constituição da República? 
Não. A Lei n. 123/2018 é formalmente inconstitucional 
por afrontar a competência legislativa privativa da 
União para legislar sobre Direito Civil e populações 
indígenas, conforme dispõe o Art. 22, incisos I e XIV, da 
CRFB/88. Além disso, é materialmente inconstitucional 
(conteúdo) por violar o direito de propriedade dos 
proprietários rurais, assegurado pelo Art. 5º, inciso XXII, 
da CRFB/88. 
2. A Lei XX/2015 do Estado Alfa isentou os usuários 
do serviço de telefonia móvel residentes no 
Estado, cuja renda familiar não superasse o valor 
de dois salários mínimos, do pagamento do 
respectivo serviço. No final de 2018, a Lei XX foi 
expressamente revogada, sendo ainda 
determinada a desconsideração de qualquer efeito 
que tenha produzido durante a sua vigência. À luz 
da situação hipotética acima descrita, responda 
aos itens a seguir. a. A Lei XX/2015 era compatível 
com a ordem constitucional? 
Não. A Lei XX/2015 é formalmente inconstitucional, 
pois compete privativamente à União legislar sobre 
telecomunicações, conforme o Art. 22, inciso IV, da 
CRFB/88. Além disso, é materialmente inconstitucional, 
pois compete à União explorar os serviços de 
telecomunicações, o que impede que o Estado Alfa 
conceda isenções, segundo o Art. 21, inciso XI, da 
CRFB/88 (mais uma vez mostrando o padrão da banca, 
observe o conteúdo e a forma, o candidato irá se 
aprofundar neste assunto na aula de controle de 
constitucionalidade). 
 
Poder Executivo 
Art.61, 76 ao 91 da CRFB/88 
FUNÇÃO TÍPICA: administrativa 
FUNÇÕES ATÍPICAS: legislativa (edição de MP’S) e 
jurisdicional (PAD’S, que recebem assinatura do chefe 
do executivo) 
- O mandato é de 04 anos, sendo possível umareeleição de 04 anos. 
VIDE art. 14, §5º, CRFB/88. 
1. MINISTROS DE ESTADO 
- Devem ser brasileiros natos? NÃO, exceto o 
Ministro de Estado da Defesa. (art. 12, §3º. VII) 
 
- Idade: mais de 21 anos. 
 
- Quem julga no caso de crime comum? E quem julga 
em caso de crime de responsabilidade? Ambos é o 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (art. 102, I, “c”. 
Se for crime conexo com o Presidente ou 
vice da República será o Senado Federal. 
 
 - Um habeas data ou mandado de segurança contra 
ato de Ministro de Estado será impetrado em qual 
tribunal? SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. (art. 105, 
I, b) 
 
- Situação hipotética: João, Ministro de Estado, foi 
convocado pela mesa da Câmara dos Deputados 
para prestar informação sobre um assunto 
previamente determinado. Ocorre que João não 
compareceu, e não justificou a ausência. Isso 
importaria crime de responsabilidade? Art. 50 e §2º 
da CRFB/88 importa crime de responsabilidade a 
ausência sem justificação adequada. 
 
2. PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Requisitos 
a) Brasileiro nato 
b) Gozo dos direitos políticos 
c) Alistamento eleitoral 
d) Filiação partidária 
e) Idade mínima: 35 anos 
 
Impedimento (é temporário) e vacância (definitiva): 
art. 79, CRFB/88 
 
20 
 
Ex. Presidente da República está impedido, quem 
assume é o vice-presidente (único sucessor 
definitivo do presidente da república). 
Se ambos estiverem impedidos serão 
chamados: presidente da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal e do 
Supremo Tribunal Federal (sucessivamente) 
 
Se ocorrer a vacância dos cargos de Presidente da 
República e vice-presidente (exemplo o avião dos 
dois cai e morrem) 
Vacância nos 2 
primeiros anos 
Vacância nos 2 últimos 
anos 
Eleições diretas (todo 
mundo vota de novo) 
Prazo de 90 dias 
Eleições indiretas feitas 
no Congresso Nacional. 
Prazo de 30 dias. 
 É chamado de mandado tampão. 
 
OBS: se os componentes da linha de substituição 
presidencial forem réus em ação penal, podem 
ocupar os cargos da presidência da República? NÃO! 
Caso figurem como réus criminais ficarão 
impossibilitados de exercer a Presidência, embora 
possam exercer chefia e direção de suas casas. ADPF 
402/DF. 
 
- Competências privativas do Presidente da 
República: art. 84, CRFB/88. Essas atribuições, em 
regra, não são passíveis de delegação. MUITO 
CUIDADO com o parágrafo único do art. 84, esse 
artigo trata das atribuições passíveis de delegação 
(VI, XII e XXV – primeira parte) 
 
 Em relação ao aumento da remuneração 
do servidor público federal, é possível o 
Princípio da Simetria Federativa, ou seja, 
aquilo que é determinado na esfera 
federal deve ser repetido nas demais 
esferas. 
Portanto, aumentar a remuneração de servidor 
público estadual cabe ao Governador, e de servidor 
público municipal cabe ao Prefeito. 
FORO POR PRERROGATIVA: art. 86, 1° e 2º. 
 
 Ler 84, XXVI; 51, II; 71, I e não confundir 
com 49, IX. 
- Presidente da República (PR) presta contas no 
prazo de 60 dias. Se ele não apresentar nesse prazo, 
quem procede a tomada de contas é a Câmara dos 
Deputados. 
- Quem aprecia as contas do PR é o Tribunal de 
Contas, e quem julga as contas do PR é o Congresso 
Nacional. 
 
Obs: Entendimento: O STF decidiu que o artigo 83 é 
de observância obrigatória ao modelo Federal no 
âmbito dos estados e no plano dos municípios. (Para 
Governadores e Prefeitos). Os requisitos são 
cumulativos. 
 
- FORO POR PRERROGATIVA 
O Presidente da República em caso de crime comum 
será julgado no STF e no caso de crime de 
responsabilidade no Senado Federal. 
E todas as vezes precisa da autorização da Câmara 
dos Deputados (juízo de admissibilidade) 
Se decorrido o prazo de 180 dias, o 
julgamento não estiver concluído, cessará o 
afastamento do Presidente, sem prejuízo 
do regular prosseguimento do processo. 
 
- IMUNIDADES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
a) O presidente da República possui imunidade 
material (proteção em relação as 
palavras/opiniões)? NÃO POSSUI. 
 
b) Imunidades formais: 
- Ao processo – autorização prévia da 
Câmara dos Deputados (art. 86, CRFB/88: 
admitida a acusação contra o Presidente da 
República, por dois terços da Câmara dos 
Deputados, será ele submetido a 
julgamento perante o STF, nas infrações 
penais comuns, ou perante o Senado 
Federal, nos crimes de responsabilidade. 
(crimes de responsabilidade art. 85, 
CRFB/88). 
- A prisão - (art. 86, §3º, CRFB/88: enquanto 
não sobrevier sentença condenatória, nas 
infrações comuns, o Presidente da 
República não estará sujeito a prisão). 
Como regra não pode ser preso, nem caso 
de flagrante. 
- Atos estranhos ao exercício da função – 
(art. 86, §4º, CRFB/88: o presidente da 
República, na vigência de seu mandato, não 
pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções) o 
que seria um ato estranho? Ex. Se ele matar 
alguém no trânsito ele NÃO responde 
perante o STF, responde após o término do 
mandato na justiça comum. 
 
EM QUAIS HIPÓTESES O PRESIDENTE E O VICE 
PODEM PERDER O MANDATO? 
1) Vacância: art. 78, p.U CRFB/88 se 
decorridos dez dias da data fixada para a 
posse, o presidente ou o vice-presidente, 
salvo motivo de força maior, não tiver 
assumido o cargo, este será declarado vago. 
2) Ausência do país por mais de 15 dias, 
quando não houver autorização do 
Congresso Nacional. (art. 83 e 49, CRFB/88) 
3) Extinção do mandato: ex. morte 
4) Cassação do mandato. 
 
3. GOVERNADOR E PREFEITO 
21 
 
Súmula 208, STJ: compete à Justiça Federal 
processar e julgar prefeito municipal por desvio de 
verba sujeita a prestação de contas perante órgão 
federal. 
 
Súmula 209, STJ: compete à Justiça Estadual 
processar e julgar prefeito por desvio de verba 
transferida e incorporada ao patrimônio municipal. 
 
 O legislador estadual pode submeter a 
instauração de processo judicial por crime 
comum contra Governador de Estado à 
licença prévia da assembleia legislativa? 
NÃO! O governador não precisa de juízo de 
admissibilidade. 
 
 Súmula vinculante 46: A definição de crime 
de responsabilidade e o estabelecimento 
das respectivas normas, processo e 
julgamento: COMPETÊNCIA PRIVATIVA DA 
UNIÃO 
 
 
Autoridade Crimes de 
responsabilidade 
Crimes 
comuns 
Presidente Senado federal 
(2/3) 
STF 
Governador Definição: 
constituição do 
Estado. 
Omissão: 
tribunal especial 
(5 membros da 
Ass. Legislativa e 
5 do TJ, sob a 
presidência do 
Presidente do TJ. 
STJ 
Prefeito Câmara 
Municipal 
TJ (CF, art. 29, 
X) TRF* ou TER 
(eleitorais) 
 
→ CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO 
DE DEFESA NACIONAL 
Órgãos superiores de consulta do Presidente da 
República. – Pareceres opinativos. 
VIDE Arts. 89, 90 e 91 CRFB/88. 
 
➢ APROFUNDAMENTO SOBRE PODER 
EXECUTIVO 
Meta de leitura: art. 76 ao 91. 
1. (XXVI EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 2018.2) - O 
Presidente da República, ao constatar que o índice 
de violência no Estado Delta alcançara números 
alarmantes, resolveu decretar a intervenção 
federal nesse Estado. Apresentou como 
justificativa a necessidade de pôr fim a grave 
comprometimento da ordem pública. Ao consultar 
os Conselhos da República e de Defesa Nacional, 
esses órgãos desaconselharam a medida, 
entendendo que outras ações menos invasivas na 
esfera de autonomia do referido Estado poderiam 
ser tomadas. Todavia, convicto de que a ação se 
fazia absolutamente necessária, o Presidente, 
agindo de ofício, decretou a intervenção, sem 
submeter a referida questão ao controle político 
(legislativo). Diante de tal fato, responda, tendo 
por pressuposto a inteligência jurídico -
constitucional da Constituição da República de 
1988, aos itens a seguir. a. No caso em tela, havia 
necessidade de a referida intervenção ter sido 
submetida a algum controle prévio de natureza 
política? 
Conforme o Art. 36, § 1º, da CRFB/88, o decreto de 
intervenção, expedido pelo Presidente da República, 
deverá ser submetido à apreciação do Congresso 
Nacional no prazo de vinte e quatro horas após

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