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DIREITO CONSTITUCIONAL - OAB 2ª FASE - DIREITO MATERIAL

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DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 “O Senhor dá força ao seu 
povo e o abençoa, dando-lhe tudo o 
que é BOM”. 
Salmos 29.11 
 
E-mail: cartaaosconcurseiros@gmail.com 
Instagram: @CartaaosConcurseiros 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – 
DIREITO MATERIAL 
 
ÍSIS A. MIGUEL 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
1 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – 
DIREITO MATERIAL 
ÍSIS A. MIGUEL 
SUMÁRIO 
 
1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL ....................................................................................................... 8 
1.1 COMPOSIÇÃO .................................................................................................................... 8 
1.2 CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................................ 8 
1.3 ELEMENTOS .................................................................................................................... 12 
1.4 EFICÁCIA e APLICABILIDADE das NORMAS CONSTITUCIONAIS ................................. 13 
1.5 CONCEPÇÕES ou SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO ........................................................ 14 
2 PODER CONSTITUINTE ......................................................................................................... 14 
2.1 CONCEITO ....................................................................................................................... 14 
2.2 ESPÉCIES ........................................................................................................................ 14 
2.3 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO ............................................................................ 15 
2.3.1 Natureza Jurídica ........................................................................................................ 15 
2.3.2 Titularidade X Exercício .............................................................................................. 15 
2.3.3 Poder Constituinte FUNDACIONAL e PÓS-FUNDACIONAL ....................................... 16 
2.3.4 Poder Constituinte DIFUSO – Georges Burdeau ......................................................... 16 
2.3.5 Poder Constituinte SUPRANACIONAL ....................................................................... 16 
2.4 Características do PCO e do PCD ..................................................................................... 16 
2.5 Lei Orgânicas dos Municípios e do DF .............................................................................. 17 
2.6 PODER REFORMADOR ................................................................................................... 17 
2.6.1 LIMITAÇÕES ao Poder Reformador ........................................................................... 18 
2.7 JURISPRUDÊNCIAS ......................................................................................................... 19 
3 DA INTERPRETAÇÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL ......................................................... 21 
3.1 HERMENÊUTICA ≠ INTERPRETAÇÃO ............................................................................ 21 
3.2 MÉTODOS (ou elementos) CLÁSSICOS ........................................................................... 21 
3.3 O PÓS-GUERRA: A NORMATIVIDADE DOS PRINCÍPIOS .............................................. 21 
3.4 PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA CONTEMPORÂNEA ................................................. 22 
4 NEOCONSTITUCIONALISMO ................................................................................................. 23 
5 EMENDAS CONSTITUCIONAIS AVULSAS (ATÉCNICAS) ..................................................... 24 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
2 
 
6 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL ............................................................................................... 24 
7 TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS ............................................................... 25 
7.1 DIMENSÕES DOS DIREITOS ........................................................................................... 25 
7.2 EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL ............................................................................. 26 
7.3 INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A JUSTIÇA FEDERAL – 
IDC ou FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES ENVOLVENDO DIREITOS HUMANOS ................. 27 
8 TRATADOS SOBRE DIREITOS HUMANOS ........................................................................... 27 
9 NACIONALIDADE .................................................................................................................... 29 
9.1 CONCEITO ....................................................................................................................... 29 
9.2 NACIONALIDADE ≠ CIDADANIA ...................................................................................... 29 
9.3 Conceitos relacionados ..................................................................................................... 29 
9.4 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE ..................................................................................... 30 
9.5 CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA ................................. 30 
9.6 TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIROS ................................................. 30 
9.7 BRASILEIROS NATOS (art. 12, I, a, b, c) .......................................................................... 32 
9.8 BRASILEIROS NATURALIZADOS (art. 12, II, a, b) ........................................................... 33 
9.9 PERDA DA NACIONALIDADE .......................................................................................... 33 
10 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS .......................................................................................... 34 
10.1 VISÃO HISTÓRICA ......................................................................................................... 34 
10.2 VISÃO GERAL ................................................................................................................ 34 
10.2.1 HABEAS CORPUS ................................................................................................... 34 
10.2.2 HABEAS DATA ......................................................................................................... 34 
10.2.3 MANDADO DE INJUNÇÃO ....................................................................................... 35 
10.2.4 AÇÃO POPULAR ...................................................................................................... 36 
10.2.5 MANDADO DE SEGURANÇA .................................................................................. 36 
11 DIREITOS POLÍTICOS .......................................................................................................... 36 
11.1 Manifestações do Sufrágio .............................................................................................. 36 
11.1.1 DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS – ativos e passivos .......................................... 37 
a) Alistamento eleitoral .................................................................................................. 37 
b) Manifestações políticas ATIVAS ................................................................................ 37 
c) Manifestações políticas PASSIVAS ........................................................................... 38 
11.1.2 DIREITOS POLÍTICOS NEGATIVOS ....................................................................... 39 
a) Inelegibilidades .......................................................................................................... 39 
b) Perda e Suspensão ...................................................................................................40 
11.2 AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO ....................................................... 41 
11.3 PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE ELEITORAL .............................................................. 41 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
3 
 
12 PARTIDOS POLÍTICOS ......................................................................................................... 42 
13 DIREITOS SOCIAIS ............................................................................................................... 42 
13.1 PRINCÍPIOS .................................................................................................................... 43 
a) MÍNIMO EXISTENCIAL ................................................................................................ 43 
b) RESERVA DO POSSÍVEL ............................................................................................ 43 
14 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ............................................................................................... 44 
14.1 FEDERAÇÃO .................................................................................................................. 44 
14.1.1 Características da Federação ................................................................................... 44 
a) Autonomia ................................................................................................................. 44 
b) Federalismo Tricotômico ........................................................................................... 45 
c) Repartição de Competências .................................................................................... 45 
d) Bicameralismo no Poder Legislativo Central ............................................................. 47 
e) Existência de Órgão judicial para resolver eventuais litígios entre os entes da 
Federação ........................................................................................................................ 47 
f) A forma federativa do Estado brasileiro uma CLÁUSULA PÉTREA ......................... 48 
g) Existência de um MECANISMO DE DEFESA para a proteção do Estado ................. 48 
15 INTERVENÇÃO FEDERAL E ESTADUAL ............................................................................. 48 
15.1 CONCEITO...................................................................................................................... 48 
15.2 PRINCÍPIOS .................................................................................................................... 48 
15.3 DECRETO INTERVENTIVO ............................................................................................ 49 
15.4 A INTERVENÇÃO NA CRFB/88 ...................................................................................... 49 
15.5 MODALIDADES DE INTERVENÇÃO .............................................................................. 49 
15.6 RI (Representação de Inconstitucionalidade) Interventiva Federal .................................. 50 
16 TEORIA DOS PODERES ....................................................................................................... 51 
16.1 PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DOS PODERES .............................................................. 51 
17 PODER LEGISLATIVO FEDERAL ......................................................................................... 52 
18 ESTATUTO DOS CONGRESSISTAS .................................................................................... 52 
18.1 CONCEITO...................................................................................................................... 53 
18.2 BASE LEGAL .................................................................................................................. 53 
18.3 IMUNIDADES MATERIAIS .............................................................................................. 53 
18.4 PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL CRIMINAL .................................................... 53 
18.5 IMUNIDADES FORMAIS ................................................................................................. 54 
18.6 DEPUTADOS ESTADUAIS e DISTRITAIS ...................................................................... 55 
18.9 VEREADORES ................................................................................................................ 55 
19 COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO ............................................................... 56 
19.1 REQUISITOS .................................................................................................................. 56 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
4 
 
19.2 CPI nos ESTADOS e MUNICÍPIOS ................................................................................. 56 
19.3 VEDAÇÕES ..................................................................................................................... 57 
19.4 PODERES ....................................................................................................................... 57 
20 SISTEMA INTERNO E EXTERNO DE CONTROLE .............................................................. 58 
20.1 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO ............................................................................... 58 
20.1.1 Características .......................................................................................................... 58 
20.1.2 Composição .............................................................................................................. 59 
20.1.3 Funções .................................................................................................................... 59 
20.1.4 Jurisprudências ......................................................................................................... 60 
20.2 TRIBUNAL DE CONTAS NOS ESTADOS ....................................................................... 61 
20.2.1 Jurisprudências ......................................................................................................... 61 
20.3 TRIBUNAL DE CONTAS NOS MUNICÍPIOS ................................................................... 62 
20.3.1 Jurisprudências ......................................................................................................... 63 
21 PODER EXECUTIVO FEDERAL ........................................................................................... 63 
21.1 CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE ................................................................................. 63 
21.2 ALGUMAS PONDERAÇÕES .......................................................................................... 63 
21.2.1 Jurisprudência ........................................................................................................... 64 
21.3 MANDATO....................................................................................................................... 65 
21.4 ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ..................................................... 65 
21.5 IMUNIDADES e RESPONSABILIDADES ........................................................................ 66 
21.6 IMUNIDADES DE GOVERNADORES E PREFEITOS ..................................................... 67 
21.6.1 Prerrogativa de Foro Funcional ................................................................................. 68 
21.7JURISPRUDÊNCIA .......................................................................................................... 69 
22 PODER JUDICIÁRIO ............................................................................................................. 71 
22.1 REFORMA DO PODER JUDICIÁRIO – ALGUMAS ALTERAÇÕES ................................ 71 
22.2 SÚMULA VINCULANTE ..................................................................................................73 
22.2.1 BASE LEGAL ............................................................................................................ 73 
22.2.2 EXTENSÃO DOS EFEITOS VINCULANTES ............................................................ 73 
22.2.3 REQUISITOS PARA CRIAÇÃO ................................................................................ 73 
22.2.4 PROVAÇÃO PARA EDIÇÃO, REVISÃO ou CANCELAMENTO ................................ 73 
22.2.5 MODULAÇÃO TEMPORAL ....................................................................................... 74 
22.2.6 RECLAMAÇÃO ......................................................................................................... 74 
22.2.7 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE e SÚMULAS VINCULANTES ............... 75 
22.2.8 Principais Súmulas Vinculantes para a prova ............................................................ 75 
22.3 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA ............................................................................ 75 
22.3.1 BASE LEGAL ............................................................................................................ 75 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
5 
 
22.3.2 COMPOSIÇÃO ......................................................................................................... 75 
22.3.3 PRESIDÊNCIA .......................................................................................................... 75 
22.3.4 FUNÇÕES ................................................................................................................ 76 
22.3.5 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE e CNJ................................................... 76 
22.4 CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO ..................................................... 76 
22.4.1 BASE LEGAL ............................................................................................................ 76 
22.4.2 COMPOSIÇÃO ......................................................................................................... 76 
22.4.3 PRESIDÊNCIA .......................................................................................................... 76 
22.4.4 FUNÇÕES ................................................................................................................ 77 
23 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .......................................................................... 77 
23.1 TEORIA GERAL DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE .................................. 77 
23.1.1 PRINCÍPIOS NORTEADORES ................................................................................. 77 
23.1.2 PARÂMETRO DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ................................ 78 
23.1.3 HISTÓRICO .............................................................................................................. 79 
a) Direito Comparado .................................................................................................... 79 
b) Direito Brasileiro ........................................................................................................ 80 
23.2 TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE ......................................................................... 81 
23.3 MODALIDADES DE CONTROLE .................................................................................... 83 
23.4 QUADRO COMPARATIVO – SISTEMA DIFUSO E CONCENTRADO ............................ 85 
23.5 PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO ...................................................................... 87 
23.5 EXCEÇÕES à CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO ......................................... 87 
23.6 JURISPRUDÊNCIA ......................................................................................................... 89 
23.7 PAPEL DO SENADO FEDERAL ..................................................................................... 90 
23.7.1 Procedimento (art. 52, X, CRFB/88) .......................................................................... 90 
23.7.1 Críticas ao art. 52, X .................................................................................................. 92 
23.8 ASPECTOS COMUNS NAS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO ........................ 93 
23.9 DIFERENÇAS NAS AÇÕES DE CONTROLE CONCENTRADO ..................................... 96 
23.9.1 Controvérsias Judiciais Relevantes - ADC ................................................................ 96 
23.9.2 ADO ≠ MI .................................................................................................................. 97 
23.9.3 Natureza Residual da ADPF ..................................................................................... 97 
23.9.3.1 Conceito de Preceitos Fundamentais ................................................................. 97 
23.9.3.2 Hipóteses de Cabimento ..................................................................................... 98 
23.9.3.3 Princípio da Fungibilidade (para questão discursiva) .......................................... 98 
23.10 TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE POR ARRASTAMENTO .............................. 99 
23.11 TEORIA DA INCONSTITUCIONALIDADE PROGRESSIVA .......................................... 99 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
6 
 
23.12 INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO e a DECLARAÇÃO DE 
INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL SEM REDUÇÃO DE TEXTO ................................... 100 
23.13 JURISPRUDÊNCIAS ................................................................................................... 100 
23.14 CONTROLE CONCENTRADO ESTADUAL ................................................................ 103 
24.14.1 Parâmetro do Controle Estadual ........................................................................... 104 
24.14.2 Órgão Judicial ....................................................................................................... 104 
24.14.2 Objeto da ADI Estadual ......................................................................................... 104 
24.14.3 Legitimidade Ativa ................................................................................................. 105 
24.14.4 RECURSOS .......................................................................................................... 105 
24.14.5 Amicus Curiae ....................................................................................................... 105 
24 PROCESSO LEGISLATIVO ................................................................................................. 106 
24.1 LEIS ORDINÁRIAS E LEIS COMPLEMENTARES ........................................................ 106 
24.2 ATOS DO PROCESSO LEGISLATIVO (PROCEDIMENTO) ......................................... 106 
24.3 MEDIDAS PROVISÓRIAS ............................................................................................. 110 
24.3.1 MP NOS ESTADOS E MUNICÍPIOS ....................................................................... 111 
24.3.2 LIMITAÇÕES MATERIAIS ...................................................................................... 111 
24.3.3 PROCEDIMENTO ................................................................................................... 111 
24.3.4 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS MPs ........................................... 113 
a) Relevância e urgência ............................................................................................. 113 
b) MP e o Controle Concentrado ................................................................................. 113 
c) Lei Ordinária de conversão ...................................................................................... 114 
24.3.5 “CONTRABANDO LEGISLATIVO” ..........................................................................114 
24.3.5.1 Jurisprudência .................................................................................................. 114 
24.3.6 PODER DE AGENDA DO CONGRESSO NACIONAL ............................................ 116 
24.3.7 MP antes da EC 32/2001 ........................................................................................ 117 
24.4 LEI DELEGADA ............................................................................................................. 118 
24.4.1 Limitações ............................................................................................................... 118 
24.4.2 Modalidades de Delegação ..................................................................................... 118 
24.5 RESOLUÇÕES e DECRETOS LEGISLATIVOS ............................................................ 118 
25 DEFESA DO ESTADO e das INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS ........................................ 119 
25.1 SISTEMA CONSTITUCIONAL DAS CRISES ................................................................ 119 
25.2 DECRETO PRESIDENCIAL .......................................................................................... 119 
25.3 PRINCÍPIOS NORTEADORES ...................................................................................... 119 
25.4 ATUAÇÃO DO CONSELHO DA REPÚBLICA E DO CONSELHO DA DEFESA NACIONAL
 .............................................................................................................................................. 120 
25.5 QUADRO COMPARATIVO ............................................................................................ 120 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
7 
 
26 ORDEM ECONÔMICA COMPROMISSÓRIA ....................................................................... 121 
26.1 JURISPRUDÊNCIA ....................................................................................................... 122 
ART. 5º ..................................................................................................................................... 122 
IV e V – MANIFESTAÇÃO DE PENSAMENTO RESPONSÁVEL .......................................... 122 
VI a VIII – PRINCÍPIO DA LAICIDADE .................................................................................. 123 
XI - INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO ................................................................................ 123 
XI – INVIOLABILIDADE DO SIGILO DE COMUNICAÇÃO .................................................... 123 
a) De Correspondência ................................................................................................... 123 
b) Telegráfica .................................................................................................................. 124 
c) Dados ......................................................................................................................... 124 
d) Telefônica ................................................................................................................... 124 
AULA DE TEMAS IMPORTANTES ................................................................................... 124 
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL –PRERROGATIVA DE FORO FUNCIONAL – DO ART. 53, 
§1º ......................................................................................................................................... 124 
ADI 4439 - STF ..................................................................................................................... 125 
ADI 4815 - STF ..................................................................................................................... 125 
ADPF 187 - STF .................................................................................................................... 125 
ADI 3483 ............................................................................................................................... 125 
RECLAMAÇÃO 24284........................................................................................................... 126 
MS 34530 .............................................................................................................................. 126 
8 Súmulas Vinculantes .......................................................................................................... 126 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
 
 
1 CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
 
1.1 COMPOSIÇÃO 
 
A CRFB foi promulgada no dia 05 de outubro de 1988 e é dividida em 3 partes: 
o Preâmbulo (fonte de interpretação); 
o Corpo fixo (ou parte dogmática); e 
o Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (eficácia exaurida com o 
tempo) – são normas de passagem, que vão exaurindo os seus efeitos jurídicos. 
Para o STF (ADI 2076), o PREÂMBULO é desprovido de normatividade, NÃO serve de 
parâmetro de controle de constitucionalidade das leis, tampouco é de reprodução obrigatória 
nas Constituições Estaduais. 
NÃO há hierarquia entre as normas do corpo fixo e as do ADCT e ambas servem, em regra, 
como parâmetro de controle de constitucionalidade. 
Em caso de colisão entre normas do Corpo Fixo da CRFB/88 e do ADCT, aplicar-se-á a norma 
mais específica para a situação em concreto. 
 
As normas constitucionais (corpo fixo e ADCT) são divididas em NORMAS 
CONSTITUCIONAIS: 
ORIGINÁRIAS 
Foram promulgadas em 05/10/1988 e são presumidas 
ABSOLUTAMENTE constitucionais, ou seja, NÃO podem ser 
declaradas inconstitucionais. 
DERIVADAS 
Foram inseridas ao texto por meio das Emendas e gozam de presunção 
RELATIVA de constitucionalidade, ou seja, estão sujeitas ao controle de 
constitucionalidade, podendo ser declaradas inconstitucionais. 
 
1.2 CLASSIFICAÇÃO 
 
CRFB/88: 
Quanto à ORIGEM 
PROMULGADAS – também chamadas de democráticas ou 
populares, porque advêm da vontade do povo, manifestada diretamente 
ou indiretamente por uma Assembleia Nacional Constituinte. As 
Constituições promulgadas são verdadeiras Constituições legítimas que 
expressam a vontade do povo. Ex.: 1891, 1934, 1946 e 1988. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
9 
 
OUTORGADAS – são impostas, autocráticas e frutos de ato unilateral 
de quem está no poder, sem prévia consulta popular. Ex.: 1824, 19371, 
1967 e EC 1/692. 
PACTUADAS – são as que se originam mediante pacto entre o soberano 
e a organização nacional. Ex.: Magna Carta de 12153 da Inglaterra. 
CESARISTAS – destacadas por José Afonso da Silva, também 
chamadas de bonapartistas, que não seriam nem propriamente 
promulgadas e nem outorgadas, pois a participação popular visava 
apenas ratificar a vontade do detentor do poder. Ex.: Plebiscitos 
napoleônicos e o Plebiscito de Pinochet no Chile. 
Quanto à FORMA 
ESCRITAS (instrumentais ou positivas) – inteiramente codificadas e 
sistematizadas em um DOCUMENTO ÚNICO intitulado Constituição. 
NÃO ESCRITAS (costumeiras) – possuem muitas vezes documentos 
escritos, mas que não estão codificados e sistematizados em um único 
texto, possuindo como fonte de constituição os tratados, convenções, 
usos e costumes. Ex.: Constituições da Inglaterra, de Israel e de Nova 
Zelândia. 
Quanto à 
EXTENSÃO 
SINTÉTICAS (concisas, breves) – tratam, em regra, apenas de matéria 
essencialmente constitucional, por isso possuem um número reduzido 
de dispositivos. Ex.: Constituição Americana de 1787. 
ANALÍTICAS (prolixas) – extrapolam as matérias consideradas 
essencialmente constitucionais e versam sobre tantos outros assuntos 
que entendam relevantes para o país. Ex.: Constituição Federal de 1988 
e Constituição da Índia. 
Quanto ao 
CONTEÚDO 
MATERIAIS – são Constituições que consagram como normas 
constitucionaistodas as leis, tratados, convenções desde que tratem de 
assunto essencialmente constitucional (ou materialmente 
constitucional), estejam ou não consagradas em um documento escrito. 
Ex.: Constituição de 1824 e Constituição Inglesa. 
FORMAIS – sem divisões entre as suas normas, privilegiam a forma, o 
estereótipo em privilégio ao conteúdo de seus dispositivos. É claro que 
 
1 1937 - Constituição Polaca. 
2 EC 1/69 - na sua forma, pode ser considerada uma reforma; mas, em sua essência, pode ser considerada 
uma nova Constituição. 
3 Nasceu de um pacto entre o Rei João Sem Terra e os seus súditos. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
10 
 
se analisa a essência das normas, mas NÃO há distinção hierárquica 
alguma entre as normas que estão na Constituição. Esta é um todo 
harmônico que não possibilita verdadeiras antinomias entre os 
dispositivos. Em regra, as Constituições escritas são também formais. 
Quanto ao MODO 
DE ELABORAÇÃO 
DOGMÁTICAS (sistemáticas) – são Constituições momentâneas, que 
refletem o máximo de ideais políticos predominantes no momento da 
elaboração. São Constituições normalmente chamadas pela doutrina de 
momentâneas e instáveis. Em regra, são também escritas. Ex.: Todas 
as Constituições Brasileiras. 
HISTÓRICAS – são construídas e sedimentadas ao longo da vida de um 
país, têm compromisso com as tradições e história de um povo, são mais 
estáveis e normalmente não escritas. Ex.: Constituição da Inglaterra. 
Quanto à 
ALTERABILIDADE 
 
TEM 
DIVERGÊNCIA 
DOUTRINÁRIA 
FLEXÍVEIS – quando as normas constitucionais puderem ser alteradas 
pelo procedimento simplificado, por um procedimento legislativo comum 
ordinário. 
ATENÇÃO! Normalmente, as Constituições Flexíveis estão associadas 
às não escritas e como no Brasil nunca existiu uma Constituição não 
escrita, a rigidez sempre fez parte do Ordenamento Jurídico Brasileiro, 
ainda que a Constituição de 1824 tenha sido semirrígida. 
SEMIRRÍGIDAS – adotam um modelo HÍBRIDO de alteração, porque 
parte do texto, normalmente os dispositivos materialmente 
constitucionais, só podem ser alterados por um procedimento mais 
rigoroso, enquanto que a parte flexível, formada pelas normas 
formalmente constitucionais, pode ser modificada por um procedimento 
ordinário. 
Ex.: Constituição de 1824 (em seu art. 178). 
RÍGIDAS (DOUTRINA MAJORITÁRIA) – só podem ser alteradas por 
um procedimento legislativo mais solene e dificultoso do que o existente 
para as demais normas jurídicas e são, em regra, a Constituições 
escritas. 
A RIGIDEZ CONSTITUCIONAL está associada à hierarquia das 
leis, à supremacia formal da Constituição e ao controle de 
constitucionalidade. 
Sendo imperioso NÃO confundir rigidez com estabilidade. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
11 
 
SUPERRÍGIDAS (DOUTRINA MINORITÁRIA) – Alexandre de Morais 
adota ainda a teoria da super-rigidez constitucional, assim classificando 
a CRFB/88, quanto à alterabilidade, em razão de suas cláusulas pétreas 
(art. 60º, §4º, CRFB/88). 
A doutrina majoritária sustenta que a Constituição de 1988 é rígida e o 
coração da rigidez é extraído, inclusive, do art. 60, da CRFB/88. Mas a 
doutrina minoritária defende que a CRFB/88 seria super-rígida, porque 
as cláusulas pétreas dificultariam ainda mais o processo de mudança da 
Constituição. 
IMUTÁVEIS – são as Constituições NÃO passíveis de qualquer 
modificação. 
Quanto à 
FINALIDADE 
DIRIGENTES (sociais ou programáticas) – nascem com a evolução 
dos Estados Sociais. São textos mais compromissórios e determinam 
atuação positiva por parte do Estado na concretização das políticas 
públicas. Em regra, são também analíticas e não conseguem produzir 
todos os seus efeitos de plano, pois dependem da atuação dos 
Governantes. 
GARANTIAS (negativas ou liberais) – cuidam apenas daquelas normas 
que não poderiam deixar de estar expressas numa Constituição. 
Destacam-se no período inicial da consagração dos direitos relativos às 
liberdades públicas e políticas nos textos constitucionais, já que 
impunham a omissão ou a negativa de ação por parte dos países. São 
normalmente sintéticas. 
Quanto à 
IDEOLOGIA 
ORTODOXAS – são elaboradas com base em apenas uma ideologia. 
São mais duras em relação à liberdade de expressão. 
ECLÉTICAS – admitem pluralidade ideológica e são formadas de 
acordo com vários pensamentos antagônicos que acabam se 
conciliando. 
Quanto ao 
CRITÉRIO 
ONTOLÓGICO 
(correspondência ou 
não com a 
realidade) 
NORMATIVAS – estão em consonância com a vida do Estado e 
conseguem efetivamente regular a vida política do Estado. 
NOMINATIVAS – NÃO conseguem efetivamente cumprir o papel de 
regular a vida política do Estado, apesar de elaboradas com este intuito. 
SEMÂNTICAS – desde sua elaboração não têm o objetivo de regular a 
vida política do Estado, limitando-se apenas em dar legitimidade formal 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
12 
 
 
TEM 
DIVERGÊNCIA 
DOUTRINÁRIA 
aos atuais detentores do poder. 
Alguns autores sustentam que a CRFB/88 seria uma Constituição 
normativa, ou seja, que teria conseguido efetivamente se adequar à 
realidade. Outros autores, entretanto, sustentam que em verdade ela 
seria nominativa (nominalista ou nominal), pois, embora tenha a 
finalidade de regular a vida política do Estado, ainda não conseguiu 
atingir seu objetivo. 
 
1.3 ELEMENTOS 
 
ORGÂNICOS 
(organizacionais) 
São as normas que cuidam da estrutura do Estado e as que definem 
a forma de exercício e aquisição do poder. 
Na CRFB/88, concentram-se, predominantemente, nos Títulos I (Dos 
Princípios Fundamentais), III (Da Organização do Estado) e IV (Da 
Organização dos Poderes). 
LIMITATIVOS 
Restringem a atuação do poder do Estado e fundamentam o próprio 
Estado Democrático de Direito. 
Estão representados no Título II, sob a rubrica de Direitos e Garantias 
Fundamentais, dividido em quatro capítulos (Direitos Individuais e 
Coletivos, Nacionalidade, Direitos Políticos e Partidos Políticos), o 
capítulo II (Direitos Sociais), entretanto, entra na categoria seguinte. 
SOCIOIDEOLÓGICOS 
Consubstanciados nas normas de conteúdo social, revelam as 
prestações positivas e o compromisso do Estado com a justiça 
social. São elementos que dependem da atuação futura do Estado 
para se fazerem reais. São direitos de 2ª geração. 
Como exemplos, pode-se citar: os Direitos Sociais (capítulo II do Título 
II), os Títulos VII e VIII (respectivamente intitulados de Ordem 
Econômica e Financeira e Ordem Social). 
DE ESTABILIZAÇÃO 
CONSTITUCIONAL 
Estão consagrados nas normas destinadas a assegurar a solução de 
conflitos constitucionais, a rigidez constitucional, a defesa do Estado 
e das instituições democráticas. 
Ex.: arts. 102, I, a (ADI), 34 a 36 (intervenção nos Estados e 
Municípios), 60 (processo de emendas à Constituição) e o Título V, 
capítulo I (Do Estado de Defesa e do Estado de Sítio). 
FORMAIS DE São os que se encontram nas normas que apresentam regras de 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
13 
 
APLICABILIDADE aplicação das Constituições. 
Ex.: Preâmbulo, as disposições constitucionais transitórias e o art. 5º, 
§1º. 
 
1.4 EFICÁCIA e APLICABILIDADE das NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
Normas 
AUTOAPLICÁVEIS – 
produzem efeitos desde 
sua criação, não dependem 
de atuação futura de seus 
governantes, têm incidência 
DIRETA (não precisam de 
intermediação legislativa) e 
IMEDIATA (nascem e 
produzem seus efeitos deplano) 
NORMAS DE EFICÁCIA PLENA – direta, imediata e 
INTEGRAL, pois NÃO podem sofrer restrições no plano 
infraconstitucional. 
Ex.: art. 1º, 2º, 5º, II, LXVIII a LXXIII (remédios constitucionais). 
NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA – direta, imediata e NÃO 
INTEGRAL, pois podem sofrer restrições ou condicionamentos 
futuros por parte do Poder Público. 
Ex.: arts. 5º, XII e XV, e 93, IX. 
É importante destacar que esse condicionamento pode ser feito 
por lei, por atos administrativos ou até mesmo por outra norma 
constitucional. 
Norma NÃO 
AUTOAPLICÁVEL – 
dependem de atuação 
futura do Poder Público 
para que possam produzir 
seus efeitos jurídicos. 
NORMAS DE EFICÁCIA 
LIMITADA (ou reduzida) 
– produzem efeitos 
reduzidos, por 
dependerem da atuação 
do Poder Público. 
Programáticas – traçam objetivos, 
metas ou ideias que deverão ser 
delineados pelo Poder Público para 
que produzam seus efeitos jurídicos 
essenciais. Estão vinculadas 
normalmente aos direitos sociais de 
2ª geração. Ex.: arts. 196, 205 e 211. 
Institutivas (ou organizacionais) – 
criam novos institutos, serviços, 
órgãos ou entidades que precisam de 
legislação futura para que ganhem 
vida real. Ex.: arts. 93, 112, 113 e 
134, §1º. 
 
Importante destacar que NÃO há hierarquia entre as normas de eficácia plena, contida e 
limitada. E todas elas produzem efeitos jurídicos (não existe norma constitucionais sem efeitos 
jurídicos, vai variar somente quanto ao grau destes efeitos): 
 
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14 
 
EFICÁCIA NEGATIVA 
das Normas 
Constitucional 
- Parâmetro de controle de constitucionalidade das leis; 
- Parâmetro para recepção ou não recepção das normas 
anteriores; 
- Fonte de interpretação. 
 
1.5 CONCEPÇÕES ou SENTIDOS DA CONSTITUIÇÃO 
 
POLÍTICO 
Para Karl Schmitt, só é Constituição aquilo que dispuser sobre decisão 
política fundamental, o que é materialmente constitucional. 
As normas formalmente constitucionais, inseridas no texto porque 
passaram pelo mesmo processo de elaboração da Constituição, cujo 
conteúdo não é considerado constitucional, são apenas leis constitucionais. 
SOCIOLÓGICO 
Ferdinan Lassali defendeu, em “a essência da Constituição”, que a 
Constituição é o somatório dos fatores reais do poder. Ou seja, se a 
Constituição não manifesta esses fatores reais do poder ela não passa de 
mera norma escrita. 
JURÍDICO/ 
NORMATIVO 
Para Kelsen, em “a teoria pura do direito”, a Constituição é norma pura, 
independentemente de valores sociológicos, políticos, questões históricas. 
A Constituição se embasa no seu próprio processo de elaboração e a norma 
não precisa ser justa ou injusta para ser cumprida. 
 
2 PODER CONSTITUINTE 
 
2.1 CONCEITO 
 
O poder que fundamenta a criação de uma nova Constituição4, a reforma desse texto 
constitucional5 e, nos Estados Federativos, o poder que legitima a auto-organização por meio de 
suas próprias Constituições6, bem como as respectivas reformas aos textos estaduais. 
 
2.2 ESPÉCIES 
 
 
4 Poder Constituinte Originário; 
5 Poder Constituinte Derivado Reformador; 
6 Poder Constituinte Derivado Decorrente. 
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15 
 
• Poder Constituinte Originário (1º grau); 
• Poder Constituinte Derivado (2º grau): 
o Reformador (art. 60, CRFB/88); 
o Decorrente (art. 11, do ADCT) – poder típico das federações. 
 
A reforma da Constituição decorre do poder constituinte derivado ou instituído, que NÃO 
dispõe da plenitude do poder constituinte originário e se superpõe ao legislativo originário. Tendo 
por objeto de sua atuação a norma constitucional, o poder de reforma, na ampla acepção do 
termo, apresenta-se como o constituinte de 2º grau, subordinado ao poder constituinte originário, 
que é o responsável pela sua introdução no texto da Constituição e autor das regras que 
condicionam o seu aparecimento e disciplinam a sua atividade normativa. 
 
2.3 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
2.3.1 Natureza Jurídica 
 
PODER DE FATO 
(positivistas) 
Que se legitima no processo de criação da Constituição, que não 
tem embasamento em valores existentes antes da sua criação. Ou 
seja, a Constituição se legitima em si mesma e em seu processo 
de criação e não nos valores anteriormente existentes. 
PODER DE DIREITO 
(jusnaturalistas) 
Acreditam que seja um poder de direito natural, assim a nova 
Constituição NÃO poderia se afastar dos valores de igualdade e 
de liberdade anteriores à própria existência humana. 
 
2.3.2 Titularidade X Exercício 
 
CRFB/88, art. 1º, parágrafo único. Todo poder emana do povo, que o 
exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos 
desta Constituição. 
 
Titular POVO 
Exercício 
• Direto (POVO) 
• Indireto (Representantes) 
Assim, o titular do poder nem sempre se confunde com o seu exercente. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
16 
 
2.3.3 Poder Constituinte FUNDACIONAL e PÓS-FUNDACIONAL 
 
FUNDACIONAL 
É o responsável pela fundação da primeira Constituição de um 
determinado Estado. Ex.: Constituição de 1824. 
PÓS-FUNDACIONAL É o responsável pela criação das demais Constituições. 
 
2.3.4 Poder Constituinte DIFUSO – Georges Burdeau 
 
= MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
Formalmente as Constituições somente podem ser modificadas por Emendas 
Constitucionais, na forma do art. 60, CRFB/88. 
Entretanto, INFORMALMENTE, pode ser também modificada pelo fenômeno da 
Mutação Constitucional, à luz de novos fatos, nova realidade, permitindo que a Constituição esteja 
sempre conectada com a realidade do País. É uma mudança de sentido ou contexto SEM 
alteração formal do dispositivo. 
 
2.3.5 Poder Constituinte SUPRANACIONAL7 
 
O século XX foi marcado por duas grandes e graves guerras mundiais, com o fim da 2ª 
Guerra (em 1945), iniciou-se o processo de internacionalização dos direitos humanos. A partir 
de então, nós passamos de titulares do poder constituinte apenas no plano interno do país para 
titulares de um poder constituinte também externo (fora do Estado), o Poder Supranacional. Assim, 
devemos ser respeitados onde quer que nos encontrarmos, pois o indivíduo, após a 2ª Guerra, 
passou a ocupar o epicentro do ordenamento jurídico, sendo sujeito de direitos também no plano 
internacional. 
 
2.4 Características do PCO e do PCD 
 
PCO PCD 
1º grau 2º grau 
Inicial Subordinado 
Incondicionado (na forma) – não há forma 
predefinida 
Condicionado – retira fundamento de validade 
da Constituição 
 
7 Acima do Estado. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
17 
 
Ilimitado (quanto ao direito positivo anterior) 
Limitado (quanto ao direito natural) 
Limitado materialmente 
O PCO é ILIMITADO em relação ao direito positivo anterior por não precisar respeitar os limites 
traçados na Constituição antiga (a exemplo do ato jurídico perfeito, do direito adquirido e da 
coisa julgada), uma vez que cria um novo ordenamento jurídico. 
Por outro lado, muitos autores sustentam que o PCO seria LIMITADO em relação ao direito 
natural, que diz respeito aos valores superiores à própria existência, os ideais de igualdade, de 
liberdade, os valores fundamentais, os quais foram consagrados ao longo dos anos e não 
podem ser aniquilados. 
 
2.5 Lei Orgânicas dos Municípios e do DF 
 
LO dos Municípios 
(art. 11, parágrafo único, do ADCT e art. 29, 
da CRFB/88) 
LO do DF 
(art. 32, CRFB/88)Fundamento na CRFB/88 e também na 
Constituição do Estado 
Fundamento na CRFB/88 
A doutrina majoritária diz que tem STATUS 
DE LEI e não de Constituição, não sendo, 
portanto, parâmetro do controle de 
constitucionalidade, mas sim do controle de 
legalidade. 
O STF disse que tem STATUS DE 
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL e é 
parâmetro do controle de 
constitucionalidade no DF. 
Além disso, a corrente majoritária diz ser 
manifestação do Poder Constituinte Derivado 
Decorrente. 
 
2.6 PODER REFORMADOR 
 
Alterações que a CRFB vai sofrendo ao longo dos anos. 
• NÚCLEO – art. 60, CRFB/88; 
• MANIFESTAÇÕES: 
o Emendas Constitucionais (art. 60); 
o Emendas de Revisão (art. 3º, ADCT) – também eram editadas respeitando o art. 
60 da CRFB/88, salvo no que diz respeito ao quórum de aprovação, ou seja, 
tinham que respeitar as cláusulas pétreas, embora o art. 3º do ADCT seja silente 
neste sentido. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
18 
 
 
2.6.1 LIMITAÇÕES ao Poder Reformador 
 
TEMPORAIS 
Segundo a doutrina majoritária, NÃO há limites temporais ao poder 
reformador, ou seja, as emendas constitucionais poderiam ser criadas 
no dia seguinte ao da promulgação da CRFB/88. 
A única Constituição brasileira na qual existia esta limitação foi a de 
1824, que dizia, em seu art. 174, que, nos 4 anos seguintes à sua 
outorga, a Constituição não poderia sofrer alterações. 
CIRCUNSTANCIAIS 
(art. 60, §1º) 
• Intervenção FEDERAL8 (art. 34 a 36); 
• Estado de Defesa; e 
• Estado de Sítio (art. 136 a 141). 
Para muitos autores, durante uma intervenção federal, NÃO se poderia 
tampouco votar uma proposta de emenda, porque entre o voto e a 
consequente promulgação não existe intervalo temporal. 
FORMAIS 
(art. 60, I, II, III, §§ 2º, 
3º e 5º) 
Limitações relacionadas ao processo legislativo de criação das ECs. 
• Rol TAXATIVO de legitimados ativos (legitimidade 
concorrente – qualquer composição é permitida) – NÃO há iniciativa 
popular para propor a PEC; 
• Aprovação por MAIORIA QUALIFICADA (3/5) em 2 
turnos de votação em cada Casa do Congresso Nacional; 
• Promulgada pelas Mesas do CN, com seu respectivo número 
de ordem. Assim, NÃO há sanção ou veto do Presidente da República 
no processo de criação das ECs; 
• PEC rejeitada NÃO pode ser objeto de nova proposta na 
mesma sessão legislativa – art. 57 – é o período anual de trabalho dos 
legisladores (≠ de Legislatura – art. 44, parágrafo único – é o período 
de 4 anos de mandato), ou seja, a PEC rejeitada pode ser 
reapresentada na mesma legislatura, desde que em sessão legislativa 
diferente. 
MATERIAIS 
EXPRESSAS (art. 60, §4º) – CLÁUSULAS PÉTREAS – não seja 
objeto de deliberação proposta de emenda tendente a abolir: 
• Forma federativa de Estado - autonomia dos entes (art. 
18), impossibilidade de secessão (art. 1º), repartição de 
 
8 Intervenção FEDERAL e não estadual! 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
19 
 
competência (EC 69/12), princípio da imunidade tributária 
recíproca entre os entes (ADI 939), a criação do CNJ NÃO 
violou o pacto federativo, por ser um órgão nacional (ADI 
3367); 
• Voto direto, secreto, universal e periódico: 
o ≠ Sufrágio – que é a essência dos direitos políticos; 
o A transformação do escrutínio secreto em aberto 
NÃO violou esta cláusula, uma vez que o voto 
protegido é o do eleitor aos seus representantes (art. 
55, §2º, EC 76/2013); 
o ATENÇÃO! O voto facultativo, se criado, NÃO 
viola esta cláusula, visto que o voto obrigatório NÃO 
a integra. 
• Separação dos Poderes – preserva as funções típicas e 
atípicas; 
o A criação do CNJ, mais uma vez, não viola a 
separação dos poderes, porque, embora aquele seja 
órgão do Poder Judiciário, é desprovido de funções 
judiciais típicas. 
• Direitos e garantias individuais – são os direitos de 1º 
dimensão, que envolvem liberdades públicas civis e 
políticas; inclui o princípio da anterioridade em matéria 
tributária (ADI 939), bem como o princípio da anterioridade 
em matéria eleitoral (art. 16); 
o Além disso, no âmbito doutrinário, o entendimento 
mais importante é de que o inciso IV, do §4º do art. 
60 protegeria o princípio da dignidade da pessoa 
humana, ou seja, não se limitaria apenas aos direitos 
e garantias individuais (de 1ª geração). 
IMPLÍCITAS: 
• Forma (República) e Sistema (Presidencialismo) de 
Governo – após o plebiscito; 
• Titularidade do Poder Constituinte – POVO; 
• Art. 60 – rigidez constitucional. 
 
2.7 JURISPRUDÊNCIAS 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
20 
 
 
"Processo de reforma da Constituição estadual – Necessária observância dos requisitos 
estabelecidos na CRFB/88 (art. 60, § 1º a § 5º) – Impossibilidade constitucional de o Estado-
membro, em divergência com o modelo inscrito na Lei Fundamental da República, condicionar a 
reforma da Constituição estadual à aprovação da respectiva proposta por 4/5 da totalidade dos 
membros integrantes da Assembleia Legislativa – Exigência que virtualmente esteriliza o exercício 
da função reformadora pelo Poder Legislativo local. 
A questão da autonomia dos Estados-membros (CRFB/88, art. 25) – Subordinação jurídica 
do poder constituinte decorrente às limitações que o órgão investido de funções constituintes 
primárias ou originárias estabeleceu no texto da Constituição da República (...)." (ADI 486, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 3-4-1997, Plenário, DJ de 10-11-2006.) 
 
 
“As mudanças na constituição, decorrentes da "revisão" do art. 3º do ADCT, estão sujeitas 
ao controle judicial, diante das "cláusulas pétreas" consignadas no art. 60, § 4º e seus incisos, da 
Lei Magna de 1988”. [ADI 981 MC, rel. min. Néri da Silveira, j. 17-12-1994, P, DJ de 5-8-1994.] 
 
 
“O poder constituinte derivado NÃO é ilimitado, visto que se submete ao processo 
consignado no art. 60, § 2º e § 3º, da CRFB/88, bem assim aos limites materiais, circunstanciais e 
temporais dos parágrafos 1º, 4º e 5º do aludido artigo. A anterioridade da norma tributária, quando 
essa é gravosa, representa uma das garantias fundamentais do contribuinte, traduzindo uma 
limitação ao poder impositivo do Estado”. [RE 587.008, rel. min. Dias Toffoli, j. 2-2-2011, P, DJE 
de 6-5-2011, com repercussão geral.] 
 
 
“Não precisa ser reapreciada pela Câmara dos Deputados expressão suprimida pelo 
Senado Federal em texto de projeto que, na redação remanescente, aprovada de ambas as Casas 
do Congresso, não perdeu sentido normativo.” (ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 
13-4-2005, Plenário, DJ de 22-9-2006.) 
 
 
"O STF admite a legitimidade do parlamentar – e somente do parlamentar – para impetrar 
mandado de segurança com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de 
lei ou emenda constitucional incompatíveis com disposições constitucionais que disciplinam o 
processo legislativo. Precedentes do STF: MS 20.257/DF, Min. Moreira Alves (leading case) (RTJ 
99/1031); (MS 24.667-AgR, Rel. Min.Carlos Velloso, julgamento em 4-12-2003, Plenário, DJ de 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
21 
 
23-4-2004.)” 
 
3 DA INTERPRETAÇÃO DA NORMA 
CONSTITUCIONAL 
 
3.1 HERMENÊUTICA ≠ INTERPRETAÇÃO 
 
HERMENÊUTICA INTERPRETAÇÃO 
É a ciência, o estudo teórico, que extrai dos 
símbolos (artigos, parágrafos, incisos e 
alíneas), por meio dos métodos de 
interpretação e dos princípios, o sentido mais 
próximo ao real. 
É a ferramenta utilizada pela a hermenêutica, 
usa de métodos (elementos). 
 
3.2MÉTODOS (ou elementos) CLÁSSICOS 
 
Escola de Savigny, 1840: 
LITERAL 
(ou gramatical) 
A lei significa o que nela está escrito, sendo o ponto de partida do legislador, 
mas, na maioria das vezes, não é o seu ponto de chegada. 
HISTÓRICO 
Trata-se de uma interpretação histórico-evolutiva, haja vista que não leva 
em consideração apenas a realidade jurídica à época da criação da norma 
constitucional, mas também a evolução de seus institutos até os dias atuais. 
SISTEMÁTICO 
Determina que a interpretação mais qualificada é aquela que conjuga todas 
as normas constitucionais que versam sobre aquele determinado tema, 
evita a interpretação isolada dos dispositivos. 
TELEOLÓGICO 
Reconhece que o direito NÃO é um fim em si mesmo, assim os meios 
necessários para alcançar as finalidades pretendias também são 
importantes e devem estar em conformidade com o que se espera do 
direito. É um método que analisa a “ratio” dos institutos, o que se quis com 
a norma constitucional, o seu sentido. 
 
3.3 O PÓS-GUERRA: A NORMATIVIDADE DOS PRINCÍPIOS 
 
Doutrina de Dworkin, Alexy, Canotilho, Paulo Bonavides etc. 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
22 
 
 
A interpretação constitucional sofreu uma grande mudança no ano de 1945. 
Até 1945, o positivismo jurídico sustentava que a norma era a regra, a lei, aplicada mediante 
o método da subsunção (um fato ocorria e a lei iria sobre ele incidir), não se defendia a 
normatividade dos princípios, os quais só eram aplicados quando as regras (leis) não 
conseguissem resolver os conflitos apontados. 
 
ANTES de 
1945 
NORMA = REGRA (lei objetiva, descritiva e concreta) 
MÉTODO DA SUBSUNÇÃO 
DEPOIS 
de 1945 
NORMA = REGRA + PRINCÍPIOS (norma de valor - subjetivos, abertos, 
compromisso com a justiça) 
MÉTODO DA PONDERAÇÃO 
 
3.4 PRINCÍPIOS DA HERMENÊUTICA CONTEMPORÂNEA 
 
• Supremacia da Constituição; 
• Unidade Constitucional: 
o Normas constitucionais (convivem de forma harmoniosa): 
▪ Princípios; 
▪ Regras. 
• Concordância Prática (harmonização) – o ponto de partida é o princípio da unidade 
constitucional, presume-se que as normas não colidem entre si. Entretanto, aqui a visão é mais 
dinâmica, otimizando as normas em conflito ao invés de esvaziar o conteúdo de uma delas para a 
solução deste, pois o direito que irá prevalecer vai depender muito do caso; 
• Efeito integrador (eficácia integradora) – a Constituição é um instrumento comunitário, 
de mudança, que interfere na vida das pessoas. Não vai existir em todas as decisões, mas, quando 
for possível, é bom que o intérprete o adote. 
• Justeza (conformidade funcional) – impõe limites à atuação do intérprete, ou seja, não 
se pode violar a Constituição sob o argumento de se estar realizando a interpretação da norma; 
• Máxima efetividade das normas constitucionais – deve-se extrair o máximo de 
efeitos jurídicos de todas as normas da Constituição, inclusive as programáticas. Isso porque o 
caráter programático das normas sociais, por exemplo, não impede o intérprete de dar sua máxima 
efetividade, tampouco impede de se reivindicar sua efetivação em juízo, pois todos os direitos 
fundamentais geram DIREITOS PÚBLICOS SUBJETIVOS; 
• Presunção de constitucionalidade das leis: 
o Normas constitucionais: 
DIREITO CONSTITUCIONAL – DIREITO MATERIAL | Isis Miguel 
 
23 
 
▪ ORIGINÁRIAS – presunção ABSOLUTA de constitucionalidade; 
▪ DERIVADAS (ECs) e as normas infraconstitucionais – presunção 
RELATIVA de constitucionalidade. 
• Interpretação conforme a Constituição – é um princípio da hermenêutica e também 
um método de decisão no controle de constitucionalidade (art. 28, parágrafo único, Lei 9868/99). 
O intérprete, partindo de uma lei plurissignificativa (até para prestigiar o papel democrático do 
processo legislativo), deve adotar a interpretação em conformidade com a Constituição (fixa a 
interpretação) e afastar todas as demais formas equivocadas/contrárias à esta; 
• Razoabilidade/Proporcionalidade (art. 5º, LIV) – alguns autores dizem que tais 
princípios possuem natureza fungível, pois têm valores comuns, ou seja, defendem a 
racionalidade, o bom senso, a vedação aos arbítrios e o ideal maior da justiça; 
o Razoabilidade (comum law) – nasceu do devido processo legal substantivo do 
direito norte-americano no final do século XVIII. Razoável é a decisão 
harmônica, que compatibiliza os meios e os fins (decisão equilibrada); 
o Proporcionalidade (civil law) – foi desenvolvida pelos europeus no fim da 2º 
guerra mundial (século XX): 
▪ Princípio da Adequação – adequada é a medida ou a lei capaz de atingir 
determinada finalidade; 
▪ Princípio da Necessidade – necessária é aquela que, se comparada a 
outras tão importantes quanto, restringe o direito em menor escala; 
▪ Proporcionalidade em sentido estrito = razoabilidade. 
o ATENÇÃO! Deve-se aplica-los quando a lei/ato normativo parecer injusto, 
arbitrário. 
 
4 NEOCONSTITUCIONALISMO 
 
Antes da CRFB/88, era a supremacia da lei, desde então é a SUPREMACIA DA 
CONSTITUIÇÃO. 
 
Características: 
• Constitucionalização do ordenamento jurídico – passou-se a falar dos princípios 
processuais à luz da Constituição, da constitucionalização do direito civil, da ordem econômica 
compromissória constitucional. Esse novo constitucionalismo prestigia muito os princípios como 
fontes das decisões (a normatividade dos princípios); 
• Renovação da Teoria das Fontes – prestigiando ainda mais os princípios; 
• Uma nova Teoria dos Princípios – analisando os princípios expressos e implícitos que 
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24 
 
estão tão presentes no ordenamento constitucional; 
• Desenvolvimento dos direitos fundamentais – busca a efetividade desses direitos; 
• Atuação fortalecida do Poder Judiciário; 
• Método da Ponderação – é o método de solução dos conflitos envolvendo os princípios 
expressos e implícitos. 
 
5 EMENDAS CONSTITUCIONAIS 
AVULSAS (ATÉCNICAS) 
 
Uma Emenda Constitucional altera formalmente o texto da Constituição, revoga, 
acrescenta, renumera, ou seja, faz alterações formais. 
A EMENDA CONSTITUCIONAL AVULSA, por sua vez, é uma norma constitucional 
derivada, presumida relativamente constitucional, serve como parâmetro de controle de 
constitucionalidade, entretanto, NÃO faz alterações formais no texto da Constituição. Alguns 
autores até dizem que não é muito técnica, pois não é o que se espera de uma Emenda 
Constitucional. 
Ex.: EC 91/2016 (Emenda da Janela Partidária) e EC 67/2010 
 
6 MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
 
É o processo INFORMAL de mudança da Constituição, que permite a reanálise do texto 
à luz dos novos fatos, da nova realidade, permitindo que aquela esteja sempre em conformidade 
com a realidade do País. É uma interpretação evolutiva da Constituição. 
 
Sinônimos: 
o Mudança informal da Constituição; 
o Transição Constitucional; 
o Poder Constituinte Difuso. 
 
NÃO é um processo exclusivo do Poder Judiciário, pode ser feito também pelo Poder 
Executivo e pelo Legislativo. 
Entretanto, no Brasil, os exemplos de Mutação Constitucional foram decididos pelo STF 
(guardião da Constituição), por meio das chamadas “viradas jurisprudenciais”. Ocorre a mutação 
quando a Corte muda radicalmente o entendimento sobre um assunto constitucional. 
 
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25 
 
“Há três situações que legitimam a Mutação Constitucional e a superação de jurisprudência 
consolidada: 
a) mudança na percepção do direito; 
b) modificações na realidade fática; 
c) consequência prática negativa de determinada linha de entendimento(...)” (STF, ADI 4764). 
 
LIMITES: 
o Cláusulas pétreas; 
o Princípios fundamentais (princípio federativa, republicano, da separação dos 
poderes, aqueles que caracterizam o Estado brasileiro) etc. 
 
7 TEORIA GERAL DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
 
7.1 DIMENSÕES DOS DIREITOS 
 
1ª DIMENSÃO 
 
Constituições 
de 1824 e 1891 
Inauguram o movimento constitucionalista, fruto dos ideais iluministas do 
século XVIII. Os direitos defendidos nessa geração cuidam da proteção das 
liberdades públicas, civis e direitos políticos. 
Nessa fase, o Estado teria um dever de PRESTAÇÃO NEGATIVA 
(abstenção), isto é, um dever de nada fazer, a não ser de respeitar as 
liberdades do homem. 
Seriam exemplos os direitos: à vida, à liberdade de locomoção, à liberdade 
de opinião, à liberdade de expressão, à propriedade, à manifestação, ao voto, 
ao devido processo legal. 
2ª DIMENSÃO 
 
Constituição de 
1934 
Sob a inspiração principal do Tratado de Versalhes, de 1919, pelo qual se 
definiram as condições de paz entre os Aliados e a Alemanha e a criação da 
Organização Internacional do Trabalho (OIT), nasce a denominada segunda 
dimensão de direitos fundamentais, que traz proteção aos direitos sociais, 
econômicos e culturais, onde do Estado não mais se exige uma abstenção, 
mas, ao contrário, impõe-se a sua intervenção (PRESTAÇÃO 
POSITIVA). 
Seriam exemplos os direitos: à saúde, ao trabalho, assistência social, à 
educação e dos trabalhadores (olha para os hipossuficientes). 
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26 
 
3ª DIMENSÃO 
 
Constituições 
de 1946 a 1988 
Marcada pelo espírito de fraternidade ou solidariedade entre os povos, com 
o fim da 2ª Guerra Mundial, a terceira dimensão representa a evolução dos 
direitos fundamentais para avançar e proteger aqueles direitos decorrentes 
de uma sociedade já modernamente organizada, que se encontra envolvida 
em relações de diversas naturezas, especialmente aquelas relativas à 
industrialização e densa urbanização. 
Seriam exemplos os direitos: ao desenvolvimento, à paz, à comunicação, 
à autodeterminação entre os povos e ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado (direitos difusos e transindividuais). 
OS NOVOS DIREITOS (globalização, pós-modernidade): 
4ª DIMENSÃO Avanços tecnológicos, ciência, medicina, Biodireito. 
5ª DIMENSÃO Paz mundial. 
6ª DIMENSÃO Água potável. 
 
7.2 EFICÁCIA HORIZONTAL E VERTICAL 
 
EFICÁCIA HORIZONTAL EFICÁCIA VERTICAL 
Entre particulares 
↔ 
Entre Estado e Indivíduo 
↕ 
Liberdade e autonomia da vontade (art. 5º, II) 
Há supremacia do Interesse Público, mas o 
indivíduo pode acionar o Estado quando se 
sentir lesionado para obter a efetiva reparação. 
NÃO existe autonomia da vontade absoluta, a 
liberdade enfrenta limites previstos no 
ordenamento jurídico. Assim, os direitos 
fundamentais também se aplicam às relações 
intersubjetivas, porém a premissa é a 
liberdade. Então, os particulares, de início, são 
livres para estabelecerem os negócios 
jurídicos, os seus relacionamentos. Entretanto, 
quando houver ofensa direta à Constituição, é 
possível que os direitos fundamentais sejam 
aplicados para resolver os conflitos, 
reequilibrando as relações. 
Ex.: relações de trabalho, consumeristas. 
 
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27 
 
7.3 INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA PARA A 
JUSTIÇA FEDERAL – IDC ou FEDERALIZAÇÃO DOS CRIMES 
ENVOLVENDO DIREITOS HUMANOS 
 
Objetivo: deslocar a competência da Polícia Civil para a Polícia Federal, se o caso estiver na 
instância policial; ou, ainda, da Justiça Comum Estadual para a Justiça Federal, caso a situação 
já esteja em grau de julgamento. 
 
Art. 109, §5º, da CRFB/88 – Instituído pela EC 45/2004, para evitar que o Brasil venha ser 
responsabilizado, por instâncias internacionais, pela omissão, negligência, por não conduzir o 
inquérito ou fase processual de forma adequada. 
O pedido do IDC pode ser feito a qualquer momento, desde o inquérito até o processo, 
desde que os requisitos sejam preenchidos. 
 
Requisitos (cumulativos): 
o Grave violação de direitos humanos; 
o Risco de sanção internacional; 
o Negligência ou omissão, seja na fase policial ou na judicial. 
 
É um instrumento do federalismo cooperativo, ou seja, os Estados e a União unem forças 
para que as atribuições constitucionais sejam realizadas da forma mais ágil possível. 
 
PGR (chefe do MPU) → STJ 
 
8 TRATADOS SOBRE DIREITOS 
HUMANOS 
 
EC 45/2004 – CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS TIDH – acrescentou o §3º ao art. 5º da 
CRFB/88. 
Ex.: Em 2007, a Convenção Internacional das Pessoas com deficiência e o Protocolo 
Facultativo. Em 2008, o CN aprovou de acordo com o art. 5º, §3º, ou seja, com status de 
emenda (STATUS CONSTITUCIONAL). Em 2009, o Presidente promulgou o Decreto 
6949/09. 
Podem ser submetidos ao controle de constitucionalidade e, também, servem como parâmetro 
de controle, pois têm status de Constituição. 
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28 
 
ATENÇÃO! Os TIDH aprovados antes da EC 45/2004 e os NÃO incorporados de acordo com 
o art. 5º, §3º, têm STATUS SUPRALEGAL (NÃO são parâmetro no controle de 
constitucionalidade!). 
Ex.: Pacto San José da Costa Rica9 – HC 87585/TO, RE 466343/SP (Info 531) 
Súmula Vinculante nº 25. É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a 
modalidade do depósito. 
Os tratados que versam sobre outros temas, bem como os TIDH incorporados até 1988 (arts. 
49, I, e 84, VIII): 
• Presidente da República – assina; 
• Congresso Nacional – Decreto Legislativo; 
• Presidente da República: 
o Ratifica; 
o Decreto com status de Lei Ordinária Federal (STATUS LEGAL). 
 
DECRETO LEGISLATIVO Nº 261, DE 2015 (*) 
Aprova o texto do Tratado de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às 
Pessoas Cegas, com Deficiência Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto 
Impresso, concluído no âmbito da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), 
celebrado em Marraqueche, em 28 de junho de 2013. 
 
O Congresso Nacional decreta: 
Art. 1º Fica aprovado, nos termos do § 3º do art. 5º da Constituição Federal, o texto do Tratado 
de Marraqueche para Facilitar o Acesso a Obras Publicadas às Pessoas Cegas, com Deficiência 
Visual ou com outras Dificuldades para Ter Acesso ao Texto Impresso, celebrado em 
Marraqueche, em 28 de junho de 2013. 
Parágrafo único. Ficam sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que 
possam resultar em revisão do referido Tratado, bem como quaisquer ajustes complementares 
que, nos termos do inciso I do art. 49 da Constituição Federal, acarretem encargos ou 
compromissos gravosos ao patrimônio nacional. 
 Art. 2º Este Decreto Legislativo entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Senado Federal, em 25 de novembro de 2015. 
 
9 NÃO revogou o art. 5º, LXVII, houve uma Mutação Constitucional. 
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29 
 
Esse decreto legislativo precisa ser submetido ao Presidente para a sua promulgação, por 
meio de decreto presidencial. Por isso, até o momento, ele não está disponível com status de 
emenda no site oficial do Planalto. 
 
9 NACIONALIDADE 
 
É um direito de primeira geração – Art. 12 da CRFB/88 e Lei 13.445/17. 
 
9.1 CONCEITO 
 
É o vínculo jurídico civil que liga o indivíduo a um certo e determinado Estado, fazendo-o 
componente do povo e titular de direitos e de obrigações. 
 
9.2 NACIONALIDADE ≠ CIDADANIANACIONALIDADE CIDADANIA 
Gera um vínculo CIVIL. 
Está relacionada ao vínculo POLÍTICO, cujo 
credenciamento se dá por meio do título de 
eleitor. 
 
9.3 Conceitos relacionados 
 
APÁTRIDA SEM nacionalidade. 
POLIPÁTRIDA 
Aquele que possui mais de uma nacionalidade. 
Dupla nacionalidade ≠ Dupla cidadania – nem todos 
que possuem mais de uma nacionalidade possuem, 
necessariamente, mais de uma cidadania (exercem 
direitos políticos em mais de um país). 
Assim, nem todo nacional é cidadão, mas TODO CIDADÃO É NACIONAL. 
EXCEÇÃO: O português EQUIPARADO a brasileiro naturalizado (art. 12, §1º, da CRFB/88) 
poderá, satisfeitos os requisitos do Decreto 3.927/01, equiparar-se ainda a cidadão. 
Ou seja, será um cidadão, detentor de direitos políticos no Brasil, estrangeiro, uma vez que 
NÃO se naturalizou. 
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30 
 
 
9.4 ESPÉCIES DE NACIONALIDADE 
 
Nacionalidade é um assunto que interesse ao Estado, ou seja, de acordo com a Soberania 
do Estado, a nacionalidade será determinada de acordo com as regras nacionais. A nacionalidade 
originária ou derivada decorre da Constituição (art. 12, CRFB/88). 
 
ORIGINÁRIA 
(primária) 
Decorre do NASCIMENTO, chamada também de involuntária, será 
estabelecida de acordo com critérios sanguíneos, territoriais ou mistos 
estabelecidos pelo próprio Estado. 
DERIVADA 
(secundária ou 
adquirida) 
Em regra, é obtida pelo PROCESSO DE NATURALIZAÇÃO, é uma 
nacionalidade voluntária, devendo o indivíduo manifestar-se nesse 
sentido (manifestação de vontade). 
 
9.5 CRITÉRIOS DE ATRIBUIÇÃO DE NACIONALIDADE ORIGINÁRIA 
 
IUS SANGUINIS Filho de nacional, independentemente de seu local de nascimento. 
IUS SOLIS 
Será nacional todo nascido no território do Estado, independentemente 
da nacionalidade de seus pais. 
CRITÉRIO MISTO 
IUS SOLIS relativo ou NÃO absoluto. 
REGRA GERAL NO BRASIL – nascido no Brasil, brasileiro nato 
será, mas é possível que o indivíduo tenha nascido no exterior e seja 
considerado nacional originário. 
ATENÇÃO! NÃO se revela possível, no sistema jurídico-constitucional brasileiro, a 
aquisição da nacionalidade brasileiro jure matrimoni, vale dizer, como efeito direto e imediato 
resultante do casamento civil. 
 
9.6 TRATAMENTO DIFERENCIADO ENTRE BRASILEIROS 
 
Art. 12, §2º, da CRFB/88. A lei NÃO poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e 
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição. 
 
Hipóteses TAXATIVAMENTE previstas na CRFB/88 em nome do princípio da igualdade 
(art. 12, §2º): 
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31 
 
CARGOS 
(art. 12, §3º) 
Ministro do STF; 
Presidente e Vice-Presidente da República; 
Presidente da Câmara dos Deputados; 
Presidente do Senado Federal; 
Carreira diplomática; 
Oficial das Forças Armadas; 
Ministro de Estado da Defesa. 
FUNÇÃO 
(art. 89, VII) 
Os 6 cidadãos brasileiros NATOS que fazem parte do Conselho da 
República (não remunerados). 
EXTRADIÇÃO 
(PASSIVA – Brasil 
recebe o pedido de 
extradição) 
(art. 5º, LI e LII) 
• LI – nenhum brasileiro será extraditado, SALVO o naturalizado, 
em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de 
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas 
afins, na forma da lei; 
• LII – NÃO será concedida extradição de estrangeiro por crime 
político ou de opinião. 
“O brasileiro nato, quaisquer que sejam as circunstâncias e a natureza 
do delito, NÃO pode ser extraditado, pelo Brasil, a pedido de Governo 
estrangeiro, pois a CRFB/88, em cláusula que NÃO comporta exceção, 
impede, em CARÁTER ABSOLUTO, a efetivação da entrega 
extradicional daquele que é titular, seja pelo critério do jus soli, seja pelo 
critério do jus sanguinis, de nacionalidade brasileira primária ou 
originária. 
Esse privilégio constitucional, que beneficia, sem exceção, o brasileiro 
NATO (CRFB/88, art. 5º, LI), NÃO se descaracteriza pelo fato de o 
Estado estrangeiro, por lei própria, haver-lhe reconhecido a condição de 
titular de nacionalidade originária pertinente a esse mesmo Estado 
(CRFB/88, art. 12, §4º, II, a)”. 
PROPRIEDADE 
Art. 222, da CRFB/88. A propriedade de empresa jornalística e de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens é PRIVATIVA de brasileiros 
natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País. 
§1º. Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total e 
do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e 
de sons e imagens deverá pertencer, direta ou indiretamente, a 
brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, que exercerão 
obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da 
programação. 
 
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32 
 
9.7 BRASILEIROS NATOS (art. 12, I, a, b, c) 
 
Hipóteses TAXATIVAS! 
 
a. Os nascidos na RFB, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes NÃO estejam a serviço de seu país; 
 
OBS.: Filho(a) de brasileiro(a) nascido(a) em território nacional 
será SEMPRE brasileiro(a) nato(a). 
Critério do IUS SOLI 
b. Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe 
brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da RFB; 
 
“Esteja a serviço da RFB” = a serviço da Administração Pública 
Direta ou Indireta de qualquer das esferas (federal, estadual, 
distrital ou municipal). 
Critério do IUS 
SANGUINIS 
+ 
Critério FUNCIONAL 
c. Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe 
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira 
competente ou venham a residir na RFB e optem, em qualquer 
tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade 
brasileira. 
 
• Nacionalidade POTESTATIVA – Ação de 
Confirmação de Nacionalidade perante a Justiça Federal (art. 
109, X) – Processo de Jurisdição Voluntária – proposta pelo 
próprio filho, pois a nacionalidade é um direito personalíssimo. 
• Art. 95, ADCT; 
• “Vindo o nascido no estrangeiro, de pai brasileiro ou 
de mãe brasileira, a residir no Brasil, ainda menor, passa a ser 
considerado brasileiro nato (Nacionalidade brasileira 
provisória), sujeita essa nacionalidade à manifestação da 
vontade do interessado, mediante a opção, depois de atingida a 
maioridade. Atingida a maioridade, enquanto não manifestada a 
opção, esta passa a constituir-se em condição suspensiva da 
nacionalidade brasileira”. 
Critério do IUS 
SANGUINIS 
+ 
Registro em repartição 
brasileira 
OU 
+ 
Residência no Brasil + 
Manifestação de vontade 
 
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33 
 
9.8 BRASILEIROS NATURALIZADOS (art. 12, II, a, b) 
 
NÃO há naturalização tácita ou por decurso de prazo, aquela depende SEMPRE de 
manifestação de vontade. 
Naturalização 
ORDINÁRIA 
a. Os que, na forma da lei (art. 65, Lei 13.445/2017), 
adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de 
países de língua portuguesa apenas a residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral. 
 
É um ato DISCRICIONÁRIO do Poder Público, ou seja, ainda que 
preenchidos os requisitos é possível que se negue a aquisição da 
nacionalidade. 
O processo de naturalização tramita perante o Ministério da Justiça, 
é um processo administrativo. 
Naturalização 
EXTRAORDINÁRIA 
ou QUINZENÁRIA 
b. Os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na 
RFB há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, 
desde que requeiram a nacionalidade

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