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UNIÃO IBÉRICA (1580 – 1640) UNIÃO IBÉRICA (1580 – 1640) Em 1578, o Rei de Portugal, D. Sebastião, da dinastia de Avis, foi morto na batalha de Alcácer- Quibir, contra ao árabes, no norte da África. D. Sebastião não deixou herdeiros, o trono foi entregue ao seu tio-avô, o cardeal D. Henrique, a qual na época já possuía 66 anos. Em 1580, D. Henrique faleceu, pondo fim a dinastia de Avis. Depois de algumas disputas para ocupar o trono vago do reino português, Felipe II, rei da Espanha, descendente direto pelo lado materno do rei D. Manuel, anexou o reino de Portugal a Espanha, criando assim a União Ibérica. Ao assumir Portugal, Felipe II vai realizar o Juramento de Tomar (1581), que deixou os altos cargos governamentais para os portugueses, inclusive a administração das colônias. CONSEQUÊNCIAS Portugal sempre teve boas relações comerciais e diplomáticas com quase todas as nações europeias, tanto que ganhou o título de “Amigos de Todos”, e na colônia do Brasil a sua principal parceria era os flamengos, dos Países Baixos (atual Holanda). Entretanto, as províncias dos Países Baixos, pertenciam a Espanha, e em 1581, Felipe II entrou em conflito com os flamengos por causa da expansão do protestantismo. Em 1581, a Holanda conquistou a sua independência, e assim, os inimigos da Espanha passaram a serem inimigos de Portugal. A luta pela independência holandesa em relação à Espanha durou até 1609, onde a Espanha aceitou uma trégua de 12 anos. Em 1621, após a trégua, o governo da União Ibérica decretou o EMBARGO ESPANHOL. Isto é, ordenou que todas as colônias fechassem os portos para o comércio com a Holanda, inclusive a América portuguesa, onde a Holanda mais lucrava com a economia açucareira. INVASÕES HOLANDESAS A 1º invasão holandesa ocorreu em Salvador, capital da Bahia e da colônia, em 1624. Em 24 horas, Salvador foi ocupado, e o governador Diogo de Mendonça Furtado foi preso. O seu lugar foi ocupado pelo holandês Van Dorth. Os colonos criaram uma resistência liderada pelo bispo Marcos Teixeira, que fez um apelo religioso contra os heréticos calvinistas (holandeses) criando uma guerrilha denominada “Milícia dos Descalços”. A guerrilha teve êxito, contabilizou algumas vitórias e inclusive a morte do governador Von Dorth. Em 1625, os holandeses foram expulsos por uma esquadra luso-espanhola com o nome Jornada dos Vassalos. INVASÕES HOLANDESAS A 2º tentativa holandesa ocorreu em Pernambuco em 1630. Em 1630, com aproximadamente 70 navios os holandeses dominaram com facilidade Recife e Olinda. O governador de Pernambuco, Matias de Albuquerque, organizou uma guerrilha as chamadas Companhia das Emboscadas, que se fixou no Arraial do Bom Jesus, situado numa região entre Olinda e Recife. A resistência dos colonos possuía a seu favor o fator surpresa e o conhecimento do território. Porém, a situação começou mostrar favorável aos holandeses quando Domingos Fernandes Calabar passou para o lado holandês. Calabar conhecia a região e foi uma peça fundamental para os holandeses reprimirem a guerrilha e conquistar o nordeste brasileiro. Finalmente, em 1635, os holandeses conseguiram consolidar o seu domínio no território. BRASIL HOLANDÊS (1635 – 1654) GOVERNO DE MAURÍCIO DE NASSAU (1637 – 1644) Em 1637, os holandeses já tinham expandido a sua nova colônia pelo litoral nordestino que ia do Rio Grande do Norte até o norte da Bahia. No mesmo ano, a Companhia das Índias Ocidentais enviou a Pernambuco, o conde João Maurício de Nassau para ser o novo administrador da colônia que os holandeses chamaram de “Nova Holanda”. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO GOVERNO DE NASSAU Concessão de créditos aos senhores de engenhos e para a recuperação dos engenhos. Tolerância religiosa e liberdade de culto. Investimentos em obras públicas, criação de casas, pontes e obras sanitárias. Embelezamento de Recife. Destaque para a criação da cidade de Maurícia, que fora construída no mesmo molde europeu. Estímulo a vida cultural, tais como: médicos, artistas e botânicos. Criou o Observatório Astronômico. Criação da Assembleia dos Escabinos, uma espécie de Câmaras Municipais formada pelos membros da Companhia das Índias Ocidentais, os esculteros. Nassau permita a participação dos senhores de terras no Conselho da Assembleia. Monopólio do tráfico negreiro após a dominação dos centros de negociação de escravos na África que pertenciam aos portugueses. RESTAURAÇÃO (1640) Dinastia de Bragança Em 1640, o duque de Bragança, D. João iniciou uma guerra de independência, aproveitando-se que o exército espanhol lutava a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), após alguns combates proclamou o fim da União Ibérica, e se corou o Rei de Portugal, com o título de D. João IV, dando início a dinastia de Bragança. O novo rei de Portugal, D. João IV, firmou com os holandeses um acordo de paz, e garantiu que os holandeses ficassem com as terras já conquistadas na África e no Brasil. Mas em 1641, os holandeses, quebraram o acordo com os portugueses e atacaram e conquistaram mais territórios no Brasil, com destaque ao Maranhão e Sergipe. No mesmo ano, houve uma crise na produção de açúcar em Pernambuco, devido a uma série de incêndios nos canaviais, epidemias entre os escravos, DST na população urbana à enorme prostituição que ocorria em Recife e Olinda, e uma enorme seca, somados a diminuição do preço do açúcar no mercado internacional. Em 1642, o rei de Portugal, D. João IV, criou o Conselho Ultramarino, com atribuições financeiras e administrativas nas possessões africanas, asiáticas e americanas. O governador-geral estava submisso ao Conselho Ultramarino. Em 1644, Maurício de Nassau pediu demissão e a Nova Holanda ficou no controle dos membros da Companhia das Índias Ocidentais. INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645 – 1654) Em 1645, os senhores de engenhos temendo perder suas terras devido às dívidas que tinham com a Companhia das Índias Ocidentais, começaram a armar um plano para expulsar os holandeses, dando início a INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA. Para expulsar os holandeses, as tropas luso-brasileiras reuniram indígenas e até escravos (com promessa de alforria), destaque para o índio Felipe Camarão e para o negro Henrique Dias. Os chefes militares portugueses foram: João Fernandes Vieira, André Vidal Negreiros e Antônio Dias Cardoso. Entre 1648 e 1649, foram travadas diversas batalhas, com destaque a “Batalhas dos Guararapes”, ao sul de Recife. Em 1654, os holandeses foram definitivamente expulsos na Campina de Taborda, onde assinaram a capitulação. Em 1661, foi assinado o Tratado de Haia, entre Portugal e Holanda, onde os portugueses pagaram uma indenização para os holandeses. INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645 – 1654) CONSEQUÊNCIAS CRISE DO AÇÚCAR O tempo em que os holandeses ficaram no nordeste, eles aprenderam as técnicas de plantação de cana-de-açúcar e levaram para as suas colônias nas Antilhas (Caribe). Em pouco tempo, a região tornou-se mais forte concorrente, fazendo a economia açucareira nordestina entrar em crise. Paralelamente, após a Restauração, o Brasil passou a ser a colônia mais valiosa de Portugal, e com a crise do açúcar, instalou também uma crise econômica em Portugal. Por causa disso, Portugal reforçou a administração colonial, aumentando a rigidez e a centralização política da colônia e maior fiscalização da metrópole. Ampliou os poderes do governador-geral e enfraqueceu os poderes locais dos homens-bons. 01) Sobre a chamada União Ibérica, podemos afirmar que: [A] Como consequência deste período, a França invade o território brasileiro em sua porção no Nordeste, a partir de 1624. [B] Como consequência deste período, os territórios antes dominados por Portugal passaram a ter como língua oficial o espanhol. [C] Período entre 1580 e 1640 em que o rei da Espanha, Filipe II, passou também a ser o rei de Portugal. [D] Período entre 1580 e 1640 em que o rei de Portugal, Filipe II, passou também a ser o rei da Espanha. [E] Como consequência deste período, a Espanhapassou a ser um adversário econômico de Portugal. 02) Quando das Invasões Estrangeiras ao Brasil, forças holandesas conquistaram com facilidade Olinda e Recife, em 1630, mas não obtiveram o mesmo êxito na zona rural, porque, no interior da capitania, [A] as forças brasileiras equivaliam em efetivo, treinamento e armamento aos holandeses. [B] os brasileiros eram em menor número, no entanto dispunham de melhores armamentos do que os adversários. [C] os brasileiros eram melhor armados e mais experientes no tipo de combate proposto pelos holandeses. [D] os habitantes locais adotavam táticas de guerrilha, atacando os holandeses de surpresa. [E] os locais contavam com o apoio explícito e regular da Espanha, tanto no treinamento de técnicas de combate, quanto no suprimento de víveres e munição. 03) Leia o trecho abaixo e responda a questão a seguir. Visto como o rei de Espanha, nosso inimigo, possui ilegalmente estas terras e cidades, tendo destituído de modo inconveniente e pouco cristão o verdadeiro dono do reino de Portugal (a qual pertence o Brasil) (...) há razões de sobra para esperar a assistência da Divina Justiça na obra da Companhia no Brasil, que pertence à Coroa Portuguesa. (...) (Ian Moerbeeck, 1624) FREIRE, Américo, Marly Silva da Mota e Dora Rocha – História em Curso, O Brasil e suas relações com o mundo Ocidental – Ed. Do Brasil/Fundação Getúlio Vargas/CPDOC – pg 77. O trecho demostra um momento da História brasileira, na primeira metade do século XVII, quando o Brasil (A) Enfrenta diversas invasões estrangeiras, destacando-se os holandeses em Pernambuco e os franceses no Rio de Janeiro, através do que ficou conhecido como França Equinocial. (B) Devido à chamada União Ibérica, passa a enfrentar, entre outros aspectos, a invasão dos holandeses, que buscavam ocupar as áreas de produção de açúcar. (C) Sofre constantes ataques de piratas dos ingleses em Santos e recife, com a finalidade de saquear a produção açucareira e estabelecer colônias nestas regiões. (D) Devido à União Ibérica, enfrenta diversas invasões estrangeiras, podendo-se citar a dos Franceses no Maranhão, na ocupação que ficou conhecida como França Antártica. (E) Passa sofrer um aumento abusivo de impostos, devido à União Ibérica, estimulando revoltas de colonos e adesões aos invasores holandeses, ingleses e franceses no Brasil. 04) “As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito político-militar da Colônia. Embora concentradas no nordeste, elas não se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrário, fizeram arte do quadro das relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos. [...] O ataque a Pernambuco se iniciou em 1630, com a conquista de Olinda. A partir desse episódio, a guerra pode ser dividida em três períodos distintos. [...] O segundo período, entre 1637 e 1644, caracterizada por relativa paz, relacionada com o governo do príncipe holandês Maurício de Nassau, que foi o responsável por uma série de importantes inciativas políticas e realizações administrativas.” (Fausto, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2004. p.84 e 85). São características do governo Maurício de Nassau, EXCETO: (A) Concessão de créditos aos senhores de engenho. (B) Investimentos em obras urbanas, sendo construídas pontes e obras sanitárias. (C) Criação da cidade de Maurícia, hoje um bairro da capital pernambucana. (D) A intolerância religiosa, pois Nassau que era calvinista perseguiu outros segmentos religiosos. (E) Estímulo à vinda de artistas, naturalistas, médicos e astrônomos. 05) Em 1578, dom Sebastião, rei de Portugal, morre na batalha de Alcácer-Quibir. Sem descendentes, o trono foi entregue a seu tio dom Henrique, que viria a falecer dois anos depois, sem deixar herdeiro. Depois de acirrada disputa, a Coroa portuguesa acabou nas mãos de Filipe II, rei espanhol, dando início à chamada União Ibérica. Com esta união, um tradicional inimigo da Espanha torna-se inimigo de Portugal. Das opções abaixo, assinale aquele que se tornou inimigo de Portugal. [A] Holanda [B] Alemanha [C] Itália [D] Inglaterra [E] EUA 06) As batalhas dos Guararapes (1648 e 1649) marcaram a vitória da Insurreição Pernambucana, que levou à expulsão do território brasileiro os invasores A) ingleses B) franceses C) holandeses D) portugueses E) espanhóis