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O que é Sociologia

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O Conhecimento
Segundo um filosofo chamado René Descartes (1596-1650): “penso, logo existo”. Essa frase é uma das afirmações mais famosas da história da filosofia. Partindo dela, vamos falar do pensamento humano. Vocês acham que podem pensar qualquer coisa? Que o pensamento do ser humano é livre? Alguém acha que pode pensar tudo o que quiser? Para quem acha que pode pensar acerca de tudo, pense agora a respeito da paralaxe, do bóson de Higgs, da dialética materialista ou do materialismo dialético. Conseguiu? Ou, a gente só consegue pensar aquilo que a gente conhece? O conhecimento é a condição de possibilidade do nosso pensamento.
Como o conhecimento é a condição de possibilidade do nosso pensamento, esse é adquirido no decorrer da nossa experiência – trajetória social-, educação e socialização.
A sociologia, como ciência moderna, tem o pressuposto epistemológico que existem determinantes simbólicos e sociais que formam a base do nosso pensamento, como no caso da linguagem e dos ritos de interação social. Desse modo, o conhecimento formado a partir da nossa experiência -existo, logo penso, assim como os nossos hábitos, crenças, cultura, valores, religião, educação, dentre outros, ou seja, tudo aquilo que a os indivíduos apreenderam da estrutura da sua relação com a sociedade formam o pensamento (a inversão do cogito cartesiano), a percepção e o modo de agir dos sujeitos sociais.
A Imaginação Sociológica
Pelo que estudamos, aquilo que os indivíduos consideram natural, uma ação livre, o que tomam como um dado espontâneo das suas vidas, é fortemente influenciado por forças históricas e sociais. Isso é o que aprendemos com a Sociologia. Aprender a pensar sociologicamente é pensar fora do conhecimento popular ou senso comum, é ver o mundo para além da ilusão da sua aparência e entender como a sociedade é de fato, e não o que nos dizem, ou o que a gente pensa sem a crítica da ciência social.
O mundo que a gente acha que é natural, na verdade é uma construção social que foi naturalizada nas nossas cabeças, e a gente acabou se acostumando, virando algo comum, o senso comum, algo que a gente julga ser o “normal”. Mas, o que é o normal ? Uma relação social. Aquilo que julgamos por normal varia de acordo com cada sociedade, cultura e momento histórico. No entanto, quem têm consciência sobre os determinantes sociais da nossa ação, do nosso pensamento e do nosso comportamento ? A maior parte de nós vê o mundo em termos das características das próprias vidas, com as quais estamos familiarizados. Para Giddens (2008.p.2), a Sociologia mostra que é necessário adoptar uma perspectiva mais abrangente do modo como somos e das razões pelas quais agimos. Compreender as maneiras ao mesmo tempo sutis, complexas e profundas, pelas quais as nossas vidas individuais refletem os contextos da nossa experiência social.
Aprender a pensar sociologicamente - por outras palavras, olhar mais além, - significa pensar além do senso comum. Enquanto o conhecimento popular afirma que “gosto não se discute”, por exemplo, vocês sabem que o gosto varia de acordo com a cultura. Enquanto a maioria das pessoas pensa que pode pensar qualquer coisa, vocês aprenderam que o conhecimento é a condição de possibilidade do pensamento.
Estudar Sociologia não é simplesmente um processo rotineiro de acumulação de conhecimentos. Um sociólogo é alguém capaz de se libertar do quadro das suas circunstâncias pessoais e pensar as coisas num contexto mais abrangente. O trabalho sociológico depende daquilo que o autor americano
Wright Mills, numa frase famosa, denominou de “imaginação sociológica” (MILLS, 2009).
A imaginação sociológica é compreender cientificamente e sociologicamente o mundo ao nosso redor, ter mais autoconsciência, pensar fora da caixa, para entender a constituição social da realidade. Quando entendemos isso, vemos que muitos fenômenos que parecem dizer respeito apenas ao indivíduo, na verdade, refletem questões mais amplas, coletivas, públicas, políticas, que expressam grandes tendências sociais.
Para fazer a imaginação sociológica (MILLS, 2009), é importante compreender que a biografia se relaciona com a história. Ou seja, quem nós somos, na nossa biografia individual, é constituída relacionalmente mediante o contexto histórico em que que vivemos, o individual se relaciona com o coletivo, a estrutura da subjetividade com a estrutura da objetividade das relações socias, a natureza com a cultura. Não existe uma natureza humana, mas “tipos de natureza”. O real é relacional,
embora todos sejamos influenciados pelo contexto social em que nos inserimos, nenhum de nós tem o seu comportamento determinado unicamente por esses contextos. Nós possuímos, e criamos, a nossa própria individualidade. É tarefa da Sociologia investigar as relações entre o que a sociedade faz de nós e o que nós fazemos de nós próprios. O que nós fazemos tanto estrutura - dá forma a - o mundo social que nos rodeia como, simultaneamente, é estruturado por esse mesmo mundo social (GIDDENS, 2008.p.5).
“As sociedades humanas nunca deixam de estar em processo de estruturação. Elas são reconstruídas a todo o momento pelos vários blocos que as compõem - seres humanos como nós” (Ibidem). Fazer a imaginação sociológica serve para termos mais consciência sobre nós e sobre o mundo – a sociedade em que a gente vive-.

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