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CAMINHOS DE APRENDIZAGENS CADERNO 4 2021 4° CICLO 8° ANO Ficha Técnica Prefeito de Niterói Axel Grael Secretário Municipal de Educação Vinícius Wu Presidente da Fundação Municipal de Educação de Niterói Fernando Cruz Chefe de Gabinete Lívia Ornelas Assessora de Desenvolvimento da Educação Tatiana Santos Subsecretária de Gestão, Planejamento, Inovação e Participação Marco Antônio Konopacki Subsecretária de Gestão Pedagógica Aline Javarini Subsecretário de Projetos, Cooperação e Articulação Institucional Thiago Risso Subsecretária de Gestão Escolar Giselle Mendes dos Santos (interina) Diretora de Ensino Fundamental Luciana Laureano CADERNO 4 2021 CAMINHOS DE APRENDIZAGENS 4º CICLO 8º ANO Niterói 2021 Expediente O presente caderno foi produzido de forma colaborativa pelos professore(a)s que integram a Rede Municipal de Educação de Niterói, exclusivamente para fins educacionais. É vedada sua comercialização ou mesmo compartilhamento de parte ou do todo para qualquer finalidade que não esteja vinculada àquela a que o material se destina. Eventuais obras estão compreendidas no disposto do art. 46, III da Lei 9.610/1998. Coordenadora de 3º e 4º ciclos Rosane Cristina Feu Coordenação de Língua Portuguesa Letícia Fernandes Franco Coordenação de Matemática Vanessa Nunes de Souza Coordenação de Ciências Camilla Ferreira Souza Alô Coordenação de História Renato de Luna Freire Coordenação de Geografia Ana Paula Teixeira de Mello Coordenação de Língua Estrangeira Patrícia Brito de Oliveira Feitosa Coordenação de Educação Física Ramon Diego Moura Tinoco Coordenação de Arte Eires Silveira Diagramação Ralph Campos 5 LÍNGUA PORTUGUESA Angela Bittencourt Machado/ Adriana Corrêa de Freitas - E. M. Paulo Freire Ester de Barros Goes - E. M. Antineia Silveira Miranda Renata de Oliveira Batista Rodrigues - E. M. José de Anchieta MATEMÁTICA Fatima Regina Loureiro da Costa Rezende - E. M. Honorina de Carvalho Luciana Brum Vieira Machado/ Margareth Faria dos Santos de Nictolis - E. M. Altivo César Nice Castro de Oliveira – FME Priscilla Djane Borges Marques Souza - E. M. Alberto Torres Simone dos Santos Rocha - E. M. João Brazil CIÊNCIAS André Luiz Carvalho de Azevedo Assumpção - E. M. Maestro Heitor Villa Lobos Dayanne de Lima Pinheiro - E. M. José de Anchieta Luiz Carlos Simas Pereira Junior - E. M. Antineia Silveira Miranda HISTÓRIA Lilian Germano Guimarães - E. M. Maestro Heitor Villa Lobos Renato de Luna Freire - FME GEOGRAFIA Diogo Luiz da Silva Ribeiro - E. M. Antineia Silveira Miranda Roberto Henrique Lima Rodrigues/ Cintia Siqueira Conte/ Marcial Cristina Palmar de Rezende - E. M. Paulo Freire Sílvia Letícia da Costa Passos - E. M. José de Anchieta LÍNGUA ESTRANGEIRA Mariana Amarante Gabriel/ Marianne Matos Magalhães/ Vanessa de Azevedo Baeta Alves Pereira - E. M. Paulo Freire Pablo Luiz Freire e Lima/ Cíntia de Andrade Nunes - E. M. Antineia Silveira Miranda Veronica das Graças Matias Vidal/ Alice Piza Reis Elizeu - E. M. José de Anchieta EDUCAÇÃO FÍSICA Organização: Lúcia Regina Bessa de Mendonça Voss Kelly Cristina Serejo da Silva/ Michelle Rodrigues Ferraz Ramos - E. M. Paulo Freire Luiz Felipe Martins Valladão - E. M. Antineia Silveira Miranda Marlon Torquato de Souza - E. M. José de Anchieta ARTE Ana Carolina Sênos e Santos - E. M. Maestro Heitor Villa Lobos Verônica Oliveira Ventura - E. M. José de Anchieta Professores participantes 6 Os Cadernos Pedagógicos 2021 integram um amplo esforço empreendido pela Prefeitura de Niterói visando à retomada das atividades escolares e a contenção dos efeitos da pandemia do Coronavírus sobre a rede municipal. Este material, produzido com base na experiência concreta desenvolvida por nossos educadores, é o principal instrumento de apoio aos professores e professoras no desenvolvimento das atividades pedagógicas durante a pandemia. A interrupção das atividades escolares presenciais em 2020 nos coloca diante de uma nova e complexa realidade. Nos próximos anos, viveremos uma nova etapa no desenvolvimento educacional da cidade de Niterói. E estamos conscientes de que a superação das dificuldades impostas pela pandemia exigirá uma ação transversal do governo, articulando diversas políticas públicas e integrando esforços intersetoriais. Será preciso combater a evasão, recuperar conteúdos, adaptar as unidades escolares, oferecer condições físicas e infraestrutura tecnológica para o pleno funcionamento das atividades pedagógicas neste novo ambiente. E a escola que emergirá deste processo certamente não será a mesma de antes. Mas apesar da enorme complexidade deste período que a escola pública enfrenta, estamos confiantes na capacidade que a Rede Municipal de Educação de Niterói possui em apresentar respostas criativas e consistentes para a consolidação de uma estratégia que tenha como foco o acolhimento de nossos estudantes nesta retomada e a redução das assimetrias em termos de aprendizagem, associada à busca pela melhoria da qualidade da educação oferecida na cidade. Finalmente, cumpre lembrar que a mobilização da comunidade escolar e o envolvimento de mães, pais e responsáveis na realização das atividades pedagógicas e no acompanhamento do trabalho desenvolvido por nossos educadores, tendo por base os cadernos pedagógicos, é um elemento imprescindível para o sucesso de nossa desafiadora empreitada no ano letivo de 2021. Precisamos evitar que a pandemia resulte em um aprofundamento das desigualdades em termos de direitos e oportunidades educacionais, o que ampliaria as disparidades econômicas, sociais e raciais, e a escola não pode assumir essa imensa responsabilidade sozinha. Portanto, vamos juntos! Em defesa da escola pública e do futuro da educação! Vinícius Wu Secretário de Educação Niterói em defesa da escola pública e o futuro da educação O Laboratório de Mídias Educacionais de Niterói- E.Lab é uma iniciativa da Secretaria de Educação e Fundação Municipal de Educação de Niterói em parceria com o Programa Escolas Criativas do Instituto BR Arte, Quitanda Soluções e Cinco Elementos que conta com o apoio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. A iniciativa visa articular diversas ações e estruturas que qualifiquem e ampliem a experiência educacional mediada pelas novas tecnologias. Ele atuará na qualificação de educadores e na produção e experimentação de conteúdos e abordagens educacionais em diferentes mídias e suportes. O E.Lab tem sua existência ancorada numa visão de política educacional aberta e direcionada para enfrentar os desafios do contemporâneo. É um espaço que apoiará os estudantes e professores para construir uma saída que reduza os impactos impostos pela Pandemia do COVID-19 e pelo aprofundamento das desigualdades; ajudará na aceleração da atualização dos processos de ensino e aprendizagem para que se tornem cada vez mais compatíveis com a necessidade de desenvolvimento de competências e habilidades do século XXI. A Secretaria de Educação e Fundação Municipal de Educação de Niterói vem se destacando pela produção de conteúdos educacionais próprios, como seus cadernos pedagógicos. Além disso, com o advento da pandemia os professores também têm produzido conteúdos em diferentes mídias, tais como: audiovisual e áudio. Esse embrião ganha ainda mais força com a criação de ações novas que irão contribuir para uma atuação ainda mais estruturada e sinérgica. O E.Lab parte do reconhecimento do que foi acumulado. Ele busca fornecer qualificação para os professores e estudantes melhorarem sua experiência com as novas tecnologias aplicadas à educação. Ele também contará com estúdios e demais infraestrutura necessária para propiciar uma produção de materiais didáticos mais qualificados einovadores. A ideia não é limitar os processos ao espaço físico do E.Lab, mas torná-los mais visíveis e estruturados para que a autonomia e proatividade sejam premiadas com melhores condições para que professores e estudantes possam desenvolver uma experiência educacional mais generosa, potente, diversa e inovadora. Equipe do programa Escolas Criativas Laboratório de Mídias Educacionais Apresentamos o quarto volume do Caderno Caminhos de Aprendizagens, elaborado para os estudantes do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Educação de Niterói. Esse material é mais um recurso para auxiliar na construção contínua de conhecimentos e manter o vínculo do aluno com os saberes escolares. Atentos ao fato de que nada substitui a interação que acontece no ambiente escolar, mas cientes dos limites que o distanciamento social impõe, utilizamos esse caderno como importante ferramenta pedagógica neste momento. Independentemente do grau de autonomia dos alunos para estudarem sozinhos, o envolvimento dos responsáveis é fundamental para criar uma rotina diária de estudos. Ressaltamos que a escola solicitará a devolução do Caderno Caminhos de Aprendizagens com as atividades realizadas pelos estudantes. Esse momento será fundamental para que o professor avalie e acompanhe o desenvolvimento do aluno. Com a participação de todos, o processo educacional de nossos estudantes pode prosseguir. Bons estudos! Secretaria Municipal de Educação Fundação Municipal de Educação Apresentação LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA Língua Portuguesa 13 Tempos e modos verbais na crônica: a importância da correlação verbal para a coesão e coerência do texto Vamos iniciar esta atividade lendo os dois textos que seguem: Texto I As enchentes Lima Barreto As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis. De há muito que a nossa engenharia municipal se devia ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos. Uma arte tão ousada e quase tão perfeita, como é a engenharia, não deve julgar irresolvível tão simples problema. O Rio de Janeiro, da avenida, dos squares, dos freios elétricos, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou menos violentas, para viver a sua vida integral. Como está acontecendo atualmente, ele é função da chuva. Uma vergonha! Não sei nada de engenharia, mas, pelo que me dizem os entendidos, o problema não é tão difícil de resolver como parece fazerem constar os engenheiros municipais, procrastinando a solução da questão. O Prefeito Passos, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito do nosso Rio. Cidade cercada de montanhas e entre montanhas, que recebe violentamente grandes precipitações atmosféricas, o seu principal defeito a vencer era esse acidente das inundações. Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os aspectos externos, com as fachadas, e não com o que há de essencial nos problemas da nossa vida urbana, econômica, financeira e social. Vida urbana, 19-1-1915. BARRETO, Lima. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bi000173.pdf. Acesso em 03 jul. 2020. Texto II Divertimento A Carlos Manuel (quatro e meio) e Luís Mauricio (dois anos): * É com vocês tomarem o primeiro avião e virem direto para esta rua já conhecida dos dois. Se deixarem as férias para dezembro, a situação não será a mesma. No momento, posso oferecer- lhes uma atração ímpar: a longa e profunda escavação no eixo da rua, para colocação de novo encanamento. [...] Bem, enquanto a cova se abria, canos de largo diâmetro foram dispostos de cada lado da rua, e aí está outra diversão sadia e popular, de que vocês estão-se privando. Sabem o que é tubo largado na via pública, meninos apartamentizados? Acontece a cada cinco anos, na melhor hipótese. Os garotos vão chegando, apostando corrida por cima, ou se introduzindo no bojo escuro. Você que é mais taludinho, Carlos Manuel, já não caberia sentado no tal tubo, mas lá dentro se pode imaginar uma cabana, um subterrâneo; mede uns quatro metros, é uma galeria decente. O brinquedo similar dos playgrounds, todo pintado e catita, não tem esse rude encanto. Com um tubo, organizam-se excelentes caçadas no Araguaia, perseguições a bandidos e outras emoções fortes; quando não, serve simplesmente para a gente se esconder e sujar bem a roupa, o que, nessa idade, também serve. Língua Portuguesa14 EXERCÍCIOS Mas o gostoso mesmo é a longa vala no centro, aliás aberta com a colaboração da gurizada, que funciona das onze às doze (hora de almoço dos operários) e das dezesseis em diante. Há meninos que tapam em vez de abrir, outros abrem e tapam, outros destapam e outros contemplam, deslumbrados. [...] Não demorem, meus netinhos, porque na quadra anterior já botaram os canos e se tapou o buraco. A turma do asfalto aproxima-se. Teremos essa felicidade pública até dezembro? O pintor Reis Júnior passou por aqui e perguntou: “Mas onde estão os meninos desta casa? Telegrafe a eles que venham. O buraco está fechando, mas eu vou acompanhá-lo pelas ruas próximas, e direi onde é que eles podem encontrá-lo”. Eu, que sempre escrevi contra buracos, rendo-me a este. Não há melhor divertimento para crianças. Nem para adultos, se não fôssemos uns bocós envergonhados. Venham, malandros! *Carlos Manuel e Luís Mauricio Graña Drummond, ambos netos de Drummond, que então viviam com os pais, na Argentina. [Adaptado] ANDRADE, Carlos Drummond de. Fala, amendoeira. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 01. A leitura das crônicas “As enchentes” e “Divertimento” nos permite observar que: (É possível assinalar mais de uma opção.) A – São histórias pequenas. B – Apresentam acontecimentos do dia a dia. C – Não são histórias de acontecimentos comuns da vida. D – Os autores são Lima Barreto e Carlos Drummond de Andrade. 02. De acordo com a crônica “As enchentes”, o que as chuvaradas de verão causam todos os anos no Rio de Janeiro? (Assinale apenas uma opção.) A – Pequenos alagamentos. B – Inundações desastrosas. C – Liberação do tráfego. D – Conservações dos imóveis. 03. Na crônica de Drummond, qual meio de transporte é sugerido para a vinda de Carlos Manuel e Luís Maurício? A – Bicicleta B – Bonde C – Trem D – Avião Como temos visto em cada uma das atividades já realizadas neste material, a crônica é um gênero narrativo, ou seja, um texto que apresenta narrador, personagem, enredo, tempo e espaço. Por exemplo, o espaço (também chamado de cenário, lugar), no texto I, é o Rio de Janeiro e, no texto II, é a rua. O enredo (o desenrolar dos acontecimentos) do texto I trata das consequências das enchentes no Rio de Janeiro. Quando refletimos a respeito do tempo na crônica e avaliamos os tempos e modos verbais presentes, percebemos que a abordagem de temas da vida cotidiana e a descrição de fatos justificam a existência do presente do indicativo como um traço do referido gênero. No entanto, para que o discurso seja coeso e coerente, a correlação verbal se apresenta de modo que outros tempos verbais, no texto, se justifiquem. Língua Portuguesa 15 A correlação verbal harmoniza e confere coerência entre formas verbais expressas numa frase ou numa sequência delas. É preciso que haja uma articulação temporal entre os verbos, de modo que as ideias se expressem com lógica. Em “Divertimento”, de Drummond, temos “Bem, enquanto a cova se abria, canos de largo diâmetro foram dispostos de cada lado da rua, (...)”. Nessa passagem, temos em “abria”, o pretérito imperfeito do indicativo apontando um fato ocorrido no passado, mas que não foi completamente terminado. Expressando, assim, uma ideiade continuidade e de duração no tempo. Temos em “foram”, o pretérito perfeito do indicativo, mostrando que a ação verbal aconteceu num determinado momento do passado, tendo o seu início e o seu fim, localizados no passado. 04. Ainda em “Divertimento”, temos as seguintes orações: "O pintor Reis Júnior passou por aqui e 05. Complete os espaços com o verbo sofrer nos tempos adequados: O texto de Lima Barreto mostra que o Rio de Janeiro já _________________ e ainda ____________, até hoje, com as enchentes. 06. Que tal tentar se aproximar do Lima Barreto dialogando com a crônica dele? É simples! O título, o espaço e o personagem foram ocultados. Agora, você pode dar um novo título, escolher outro cenário e trocar o personagem! Para não se perder, é importante ler o texto integral e original escrito logo no início da atividade. ______________________________________________ As chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam ______________________, inundações desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas perdas de haveres e destruição de imóveis. De há muito que a nossa engenharia municipal se devia ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos. Uma arte tão ousada e quase tão perfeita, como é a engenharia, não deve julgar irresolvível tão simples problema. __________________________________, da avenida, ______________________________, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou menos violentas, para viver a sua vida integral. Como está acontecendo atualmente, ____________é função da chuva. Uma vergonha! Não sei nada de engenharia, mas, pelo que me dizem os entendidos, o problema não é tão difícil de resolver como parece fazerem constar os engenheiros municipais, procrastinando a solução da questão. _____________________________, que tanto se interessou pelo embelezamento da cidade, descurou completamente de solucionar esse defeito __________________________________. Cidade cercada de montanhas e entre montanhas, que recebe violentamente grandes precipitações atmosféricas, o seu principal defeito a vencer era esse acidente das inundações. Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os aspectos externos, com as fachadas, e não com o que há de essencial nos problemas da nossa vida urbana, econômica, financeira e social. EXERCÍCIOS perguntou: (...)" Os verbos em destaque estão no pretérito perfeito. Passe os verbos para o presente do indicativo. _____________________________________________________________________________________ Língua Portuguesa16 Complementos verbais: a comunicação organizada em torno do verbo Disponível em: https://www.ufjf.br/petpsicologia/atividades/atividades-de- ensino/2015-2/minicurso-a-relevancia-da-promocao-da-empatia-no-contexto- das-praticas-em-saude/. Acesso em 08/07/2020. Você certamente conhece pessoas que lhe são simpáticas, algumas que considera antipáticas, algumas que não lhe despertam esse tipo de sentimento, certo? E pessoas empáticas, você conhece? E como você se considera ou é considerado pelos outros: simpático ou antipático? Será você um empático? Leia a crônica a seguir. Ela vai fazer você refletir sobre a empatia, uma palavra tão falada ultimamente. Texto I Empatia Martha Medeiros As pessoas se preocupam em ser simpáticas, mas pouco se esforçam para serem empáticas, e algumas talvez nem saibam direito o que o termo significa. Empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreendê-lo emocionalmente. Vai muito além da identificação. Podemos até não nos identificar com alguém, mas nada impede que entendamos as razões pelas quais ele se comporta de determinado jeito, o que o faz sofrer e os direitos que ele tem. Nada impede? Desculpe, foi força de expressão. O narcisismo, por exemplo, impede a empatia. A pessoa é tão autofocada que para ela só existem dois tipos de gente: os seus iguais e o resto, sendo que o resto não merece um segundo olhar. Narciso acha feio o que não é espelho. Ele se retroalimenta de aplausos, elogios e concordâncias, e assim vai erguendo uma parede que o blinda contra qualquer sentimento que não lhe diga respeito. Se pisam no seu pé, reclama e exige que os holofotes se voltem para essa agressão gravíssima. Se pisarem no pé do outro, é porque o outro fez por merecer. Afora o narcisismo, existe outro impedimento para a empatia: a ignorância. Pessoas que não circulam, não têm amigos, não se informam, não leem, enfim, pessoas que não abrem seus horizontes tornam- se preconceituosas e mantêm-se na estreiteza da sua existência. Qualquer estranho que tenha hábitos diferentes dos seus será criticado em vez de aceito e considerado. Os ignorantes têm medo do desconhecido e o evitam. E afora o narcisismo, existe outro impedimento para a empatia, mesmo tendo o dever de pensar no bem público, colocam seus próprios interesses acima de todos e trabalham só para si mesmos, e aí os exemplos se empilham: políticos corruptos, empresários que só visam ao lucro sem respeitar a legislação, pessoas que usam sua posição social para conseguir benefícios que deveriam Língua Portuguesa 17 ser conquistados pelos trâmites usuais, sem falar em atitudes prosaicas como furar fila, estacionar em vaga para deficientes, terminar namoros pelo Facebook, faltar a compromissos sem avisar antes, enfim, aquelas “coisinhas” que são feitas no automático sem pensar que há alguém do outro lado do balcão que irá se sentir prejudicado ou magoado. É um assunto recorrente: precisamos de mais gentileza, etc. e tal. Só que, para muitos, ser gentil é puxar uma cadeira para a moça sentar ou juntar um pacote que alguém deixou cair. Sim, todos gentis, mas colocar-se no lugar do outro vai muito além da polidez e é o que realmente pode melhorar o mundo em que vivemos. A cada pequeno gesto, a cada decisão que tomamos, estamos interferindo na vida alheia. Logo, sejamos mais empáticos do que simpáticos. Ninguém espera que você e eu passemos a agir como heróis, apenas que tenhamos consciência de que só desenvolvendo a empatia é que se cria uma corrente de acertos e de responsabilidade – colocar-se no lugar do outro não é uma gentileza que se faz, é a solução para sairmos dessa barbárie disfarçada e sermos uma sociedade civilizada de fato. REVISTA O GLOBO. 3 de fevereiro de 2013. Disponível em: https://oglobo.globo.com/ela/martha-medeiros/. Acesso em: 08/07/2020. A palavra “narcisismo” vem do mito grego de Narciso, que simboliza a vaidade. Para nós, representa o drama da individualidade. Recapitulando... CRÔNICA é um gênero textual que tem como assunto/tema um acontecimento da atualidade, um fato cotidiano ou situações comuns na vida diária. Escrita em linguagem informal, em tom de conversa com o leitor, a crônica funciona como um comentário sobre os “fatos da vida”. O modo de o cronista comentar (por meio de uma história que ele narra, de uma opinião ou de uma análise objetiva; com um olhar mais humorístico, poético ou mais reflexivo) é que vai caracterizar a crônica como narrativa, lírica, argumentativa... Adaptado de: https://www.passeidireto.com/arquivo/70043243/generos-textuais-aula. Acesso em 08/07/2020. Podemos constatar que a autora, ao escrever sua crônica, usou uma linguagem mais objetiva para refletir sobre um assunto cotidiano muito importante socialmente e utilizou argumentos para sustentar a sua opinião sobre empatia. Vamos, agora, analisar algumas construções empregadas. No seguinte trecho do terceiro parágrafo: “O narcisismo, por exemplo, impede a empatia.”, reparamos a presença de um verbo (classe de palavras que exprime ação, estado, mudança de estado, fenômeno da natureza). Se dissermos: “O narcisismo, por exemplo, impede.”, notaremos que o sentido da frase verbal ficará incompleto, pois entendemos que quem impede, impede algo ou impede alguém, certo? Essa informação que completa o sentido do verboé conhecida como complemento verbal. Voltando ao trecho “O narcisismo, por exemplo, impede a empatia.”, percebemos que o complemento do verbo impedir (no caso, o termo “a empatia”) é o objeto direto, já que não existe uma preposição entre eles. O verbo impedir, então, é considerado um verbo transitivo direto. Já no seguinte trecho do último parágrafo: “(...) precisamos de mais gentileza, etc. e tal.”, percebemos que quem precisa, precisa de alguma coisa. O complemento do verbo precisar é chamado de objeto indireto, porque há a preposição “de” entre o verbo “precisar” e o termo usado para completar o sentido da frase verbal (“mais gentileza, etc. e tal”). Logo, o verbo precisar é considerado um verbo transitivo indireto. Há, ainda, verbos de dupla transitividade, mas não vêm ao caso agora. O importante é estarmos atentos para a importância de complementarmos os verbos adequadamente, para que os discursos produzidos não fiquem sem sentido. Língua Portuguesa18 → Fazendo o link Para saber mais sobre complementos verbais, assista aos seguintes vídeos: https://www.youtube.com/watch?v=y2haxLgR4BM https://www.youtube.com/watch?v=rjjo2qccmxI EXERCÍCIOS Após a leitura e releitura da crônica, responda aos enunciados a seguir: 01. De acordo com o texto, o que significa ser empático? 02. Segundo a crônica, as características de personalidade que impedem que uma pessoa desenvolva a empatia são: (A) ignorância – narcisismo – gentileza. (B) narcisismo – simpatia – ignorância. (C) ignorância – mau-caratismo – narcisismo. (D) narcisismo – ignorância – polidez. 03. Observe que o 2º parágrafo se resume a uma interrogação: “Nada impede?”. Com relação ao que foi dito anteriormente, que efeito de sentido tem essa interrogação? 04. No trecho “[...] enfim, aquelas “coisinhas” que são feitas no automático [...]”, no final do 5º parágrafo, que efeito de sentido tem o uso, no diminutivo e entre aspas, da palavra destacada? 05. Transcreva, do parágrafo final, o trecho em que a cronista valoriza a empatia como uma atitude socialmente mais necessária que a simpatia. 06. No trecho “Ninguém espera que você e eu passemos a agir como heróis [...]”, a quem a cronista está se referindo com os pronomes destacados? 07. Em relação aos problemas da sociedade em que vivemos, a que conclusão nos leva a cronista em sua crônica? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Texto II Disponível em: https://pixabay.com/pt/images/search/empatia/. Acesso em 08/07/2020. Língua Portuguesa 19 08. Qual a relação estabelecida entre o texto I e o texto II? 09. Em: "Ele se retroalimenta de aplausos, elogios e concordâncias", o verbo retroalimentar-se exige um complemento com preposição. Retire, do último parágrafo do Texto I, outro verbo desse tipo. _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ A crônica como caminho para refletir sobre o cotidian Ao longo de todas as atividades realizadas até o momento, falamos que a crônica é um gênero textual que se caracteriza por retratar questões vinculadas ao cotidiano, de modo, ao mesmo tempo, leve e crítico. Diariamente, assuntos relacionados ao cotidiano acabam virando temas de conversas entre amigos ou familiares: uma festa que aconteceu na noite passada, um acidente de trânsito, um encontro inusitado em um restaurante, etc. Esses textos que narram e refletem o dia a dia são chamados de crônicas. Tradicionalmente, jornais mantêm uma seção de crônicas na parte reservada aos textos opinativos. A principal característica da crônica localiza-se na sua temática: o cotidiano é o grande assunto desse gênero. Nesse sentido, quase tudo que, de alguma forma, é significativamente importante para alguém transmitir a seus companheiros ou conhecidos, pode ser um motivo para escrever uma crônica. Nos jornais, é normal que os cronistas abordem os assuntos mais importantes ou inusitados dos dias anteriores. Além da temática, é importante lembrar que, em geral, a variante coloquial da língua (aquela usada no dia a dia) é usada na crônica. Uma linguagem leve, com marcas de pessoalidade, portanto, é muito bem-vinda nesse tipo de texto. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/cronica.htm>. Acesso em: 6 jul. 2020. Vamos ler mais uma crônica! Blecaute “Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso. Não. Eu nunca tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da eletricidade. É certo que, em tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado. E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a 20 Língua Portuguesa internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada… A energia elétrica, realmente, é essencial. Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de letra. A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também. Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo. Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta. Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve ter nascido na mesma época da eletricidade. Para se ouvir música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça…. Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical. Desde cedo eram incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em qualquer estação de rádio. Tudo é costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite realmente escura. Quando a luz finalmente voltou, minha aula já tinhaacabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu. Talvez esses 100 anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais… (PIMENTA, Paula. Apaixonada por palavras. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.) EXERCÍCIOS 01. O texto anterior é do gênero: a) notícia. b) crônica. c) conto. d) artigo de opinião. 02. Quem narra o texto também é personagem da história. Identifique a passagem que comprova isso: a) “E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet […]” b) “Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão […]” c) “As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite […]” d) “Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.” 03. Aponte o fato que motivou a narrativa: a) a pergunta feita pelo professor de violão clássico sobre a eletricidade. b) o blecaute demorado na aula de música. c) a comodidade proporcionada pela eletricidade. d) o retorno da luz na aula de música. Língua Portuguesa 21 04. A autora do texto expõe uma opinião no fragmento: a) “[…] culpa de um gerador queimado por algum raio […]” b) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador […]” c) “A energia elétrica, realmente, é essencial.” d) “Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões.” 05. “Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical”. A que a autora do texto se refere? 06. No trecho “[…] mas, ficar totalmente sem ela, jamais.”, o pronome “ela” substitui: a) “a eletricidade” b) “a televisão” c) “a internet” d) “a roupa amarrotada” 07. Sublinhe os verbos que compõem este segmento: “As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua […]” No contexto anterior, eles indicam: a) fatos raros na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade. b) fatos hipotéticos na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade. c) fatos prováveis na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade. d) fatos contínuos na vida das pessoas em um tempo sem eletricidade. 08. Assinale a frase em que a locução destacada exprime a ideia de tempo: a) “Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador […]” b) “[…] que só existem por causa da eletricidade.” c) “Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado […]” d) “[…] não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem […]” 09. No fragmento inicial, as aspas destacam: a) a pergunta que motivou a escrita do texto. b) a parte mais importante do texto. c) uma fala que não pertence à narradora do texto. d) um questionamento feito pela narradora do texto. 10. Pode-se concluir que a autora escreveu o texto anterior para: a) criticar o leitor. b) informar o leitor. c) emocionar o leitor. d) fazer o leitor refletir. Disponível em: <https://acessaber.com.br/atividades/interpretacao-de-texto-blecaute-8o-ano/>.Acesso em 06/07/2020. _____________________________________________________________________________________ Língua Portuguesa22 HORA DE PRODUZIR... Ao longo deste material, você teve a oportunidade de se deliciar com crônicas de vários tipos! De qual você gostou mais? Qual o estilo você achou mais interessante? Releia aquela que você mais gostou e se inspire nela para a produção do seu texto! Pense em um fato atual ou em uma situação comum do seu dia a dia e produza a sua crônica! Planeje o seu texto, faça um rascunho, corrija, escreva, reescreva... até chegar à forma final. Lembre-se de que a linguagem de uma crônica é simples, informal e, geralmente, com humor, como em uma conversa com o leitor. Não se esqueça, também, de dar um título à sua crônica. ESPAÇO PARA SUA PRODUÇÃO TEXTUAL _________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________ Língua Portuguesa 23 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Tempos e modos verbais na crônica: a importância da correlação verbal para a coesão e coerência do texto 01. A, B e D 02. B 03. D 04. O pintor Reis Júnior passa por aqui e pergunta. 05. As formas verbais: sofria e sofre. 06. É esperado que o aluno tenha localizado personagem e cenário da narrativa e use a criatividade na substituição, além de pensar num outro título possível para a história, que não deixará de abordar as enchentes. Complementos verbais: a comunicação organizada em torno do verbo 01. Ser empático é ter a capacidade de se colocar no lugar do outro, de compreendê-lo emocionalmente. 02. Letra C. 03. O efeito de sentido causado pelo uso da interrogação em “Nada impede?” é de pergunta retórica: a cronista se utiliza do recurso de ironia para retificar o que foi dito anteriormente de maneira enfática. É como se ela questionasse o leitor, já sabendo que muitas são as causas que impedem a todos de serem empáticos. 04. O sentido da palavra “coisinhas” causado pelo uso do diminutivo e entre aspas é de ironia, de crítica social às práticas cotidianas consideradas comuns, mas que são antiéticas. 05. O trecho: “mas colocar-se no lugar do outro vai muito além da polidez e é o que realmente pode melhorar o mundo em que vivemos”. 06. A cronista está se referindo a ela, aos leitores, ou seja,à sociedade como um todo. 07. A conclusão a que nos leva a cronista em sua crônica é que se colocar no lugar do outro é o que realmente pode melhorar o mundo em que vivemos. 08. A relação estabelecida entre os dois textos é que tanto o texto verbal quanto o não verbal tratam do mesmo assunto: empatia. Hora de produzir: espera-se que o aluno produza uma crônica no mesmo estilo da que foi lida na atividade, partindo de um assunto do cotidiano e dialogando com o leitor, através de uma linguagem clara e objetiva. 09. Há vários verbos que exigem preposição no último parágrafo: “precisamos de mais gentileza”; “interferindo na vida alheia”; “colocar-se no lugar do outro”. A crônica como caminho para refletir sobre o cotidian 01. B 02. A 03. B 04. C 05. A autora refere-se ao fato de que, sem eletricidade, as pessoas só podiam ouvir música ao vivo. 06. A 07. D 08. C 09. C 10. D Produção Textual é pessoal. Basta seguir as características da crônica estudadas ao longo das atividades. MATEMÁTICA MATEMÁTICA Matemática 27 Classificando triângulos quanto à medida dos lad Podemos classificar um triângulo de acordo com a medida de seus lados. •Triângulo equilátero O triângulo equilátero possui todos os lados congruentes, isto é, todos os lados do triângulo possuem a mesma medida. •Triângulo isósceles O Triângulo isósceles possui pelo menos dois lados congruentes, isto é, pelo menos dois lados do triângulo possuem a mesma medida. •Triângulo escaleno O triângulo escaleno possui todos os seus lados diferentes, ou seja, cada lado tem uma medida diferente. 01. (IBGE 2016 – Cesgranrio) – Considere as seguintes definições: 1 – Um triângulo é chamado de escaleno quando os seus lados possuem comprimentos diferentes. 2 – Um triângulo é chamado de isósceles quando há dois de seus lados com o mesmo comprimento. 3 – Um triângulo é chamado de equilátero quando todos os seus lados possuem o mesmo comprimento. De acordo com as definições apresentadas, um triângulo não é escaleno quando, e apenas quando, ele: a) é isósceles. b) é isósceles, mas não é equilátero. c) não é isósceles. d) não é equilátero, nem é isósceles. e) não é equilátero. EXERCÍCIOS Matemática28 02. O triângulo ABC é isósceles e BC é a base deste triângulo. Calcule a medida de AB. Em um triângulo isósceles, o lado diferente é chamado de base do triângulo 03. Sabendo que o triângulo ABC é equilátero, que os triângulos azuis são equiláteros e que a medida de AB é igual a 4x - 6 e a medida de BC é igual a 3x + 9, determine: a) A medida de AC. b) A medidas dos lados do triângulo rosa. c) A classificação quanto aos lados do triângulo verde. d) O perímetro do triângulo amarelo. 04. Sabendo que a soma dos ângulos internos do triângulo é 180°, quanto medem os ângulos internos de um triângulo equilátero? 05. Classifique os triângulos abaixo quanto a medida dos lados. 06. Dado a soma (S) dos lados das figuras de cada item a seguir, ache a medida dos lados e classifique em isósceles, escaleno e equilátero. Sugestão: em cada item, calcule primeiro o valor de x. Matemática 29 Triângulo Acutângulo O triângulo acutângulo possui todos os seus ângulos internos menores que 90°, ou seja, a medida de cada ângulo interno é um ângulo agudo. Classificação dos Triângulos Quanto aos Ângulos Matemática30 Triângulo Retângulo O triângulo retângulo apresenta um dos ângulos internos igual a 90°, ou seja um ângulo reto. Triângulo Obtusângulo O triângulo obtusângulo possui um dos seus ângulos internos com medida maior que 90° e menor que 180°, ou seja um ângulo obtuso. EXERCÍCIOS 01.Assinale a alternativa correta sobre a classificação dos triângulos. A) Triângulo equilátero é aquele que possui todos os ângulos medindo 90° B) Triângulo isósceles é aquele que possui todos os lados diferentes. C) Triângulo acutângulo é aquele que possui exatamente um ângulo agudo. D) Triangulo obtusângulo é aquele que possui um ângulo obtuso. E) Triângulo retângulo é aquele que possui todos os seus ângulos retos. 02. Quanto às classificações de triângulos assinale a alternativa correta. A) Um triângulo equilátero possui todos os lados com comprimentos iguais, entretanto, não é possível afirmar nada sobre seus ângulos. B) Um triângulo obtusângulo é aquele que possui apenas um ângulo obtuso. C) Um triângulo retângulo é aquele que possui dois ângulos retos. D) Um triângulo acutângulo é aquele que possui apenas um ângulo agudo, 03.Os triângulos podem ser classificados com relação aos seus ângulos ou com relação aos seus lados. Dois triângulos colocados lado a lado possuem as seguintes características: O primeiro possui um ângulo de 91° e o segundo possui dois lados iguais e um diferente. As classificações corretas para esses triângulos são: A) Retângulo e equilátero B) Obtusângulo e escaleno C) Obtusângulo e isósceles D) Retângulo e equilátero Matemática 31 04. Responda a) Como é chamado o triângulo que tem os três ângulos agudos? b) Como é chamado o triângulo que tem dois lados de medidas iguais? c) Como é chamado o triângulo que tem os três lados de medidas diferentes? 05.(UFRJ) Observe as figuras I e II abaixo: Figura I Figura 2 A figura I contém 3 triângulos. O número de triângulos na figura II é: a) 6 b) 8 c) 10 d) 12 Inequação do 1º Grau Quando estudamos equações do 1º grau lidamos com igualdades, ou seja, expressões em que precisamos encontrar um valor para a variável em questão. Porém, quando tratamos de uma inequação a nossa expressão conterá, ao invés do sinal de igual (=), outros sinais que determinarão uma relação de ordem entre os seus elementos. Na inequação utilizaremos os símbolos: • > (Leia-se: Maior que) • < (Leia-se: Menor que) • ≥ (Leia-se: Maior ou igual) • ≤ (Leia-se: Menor ou igual) Esses sinais servem para comparar. Na inequação devemos descobrir números que satisfazem essa comparação. Matemática32 Resolvendo Inequações do Primeiro Grau Para resolver uma inequação, podemos fazer da mesma forma que fazemos nas equações. Contudo, devemos ter cuidado quando a incógnita ficar negativa. Nesse caso, devemos multiplicar por (-1) e inverter a símbolo da desigualdade. Vejamos alguns exemplos: Exemplo: x - 1 > 3 Qual o número que podemos substituir a incógnita x para que satisfaça essa inequação? Veremos abaixo que para qualquer valor maior que 4 é verdade. Lembrando de trocar a operação. Assim o -1 muda para +1 x > 3 + 1 x > 4 Exemplo: 3x + 17 < 38 Para resolver a inequação devemos isolar o x, passando o 17 e o 3 para o outro lado da desigualdade. Lembrando que ao mudar de lado devemos trocar a operação. Assim, o 17 que estava somando, passará diminuindo e o 3 que estava multiplicando passará dividindo. 3x < 38 - 17 x < 21/3 x < 7 Exemplo: 18 + 7x ≥ 2x + 30 Quando há termos algébricos (x) dos dois lados da desigualdade, devemos juntá-los no mesmo lado. Ao fazer isso, os números que mudam de lado têm o sinal alterado. 18 + 7x ≥ 2x + 30 7x - 2 x ≥ 30 -18 5x ≥ 12 x ≥ 12/5 Portanto, a solução dessa inequação é x ≥ 12/5. Exemplo: Agora, note a solução da equação 3x + 4 ≤ 7x − 8: 3x −7 x ≤ − 4 − 8 − 4x ≤ − 12 Perceba que neste ponto, ambos os lados da desigualdade estão negativos. Podemos então, trocar o sinal de ambos os lados, multiplicando toda a expressão por (-1). Mas, numa desigualdade, quando invertemos o sinal de toda a expressão, também invertemos a desigualdade (o símbolo ≤ para ≥), o que nos leva a: 4x ≥ 12 X ≥ 12/4 X ≥ 3 Exemplo: 3 x + 5 < 2 x + 8 Matemática 33 EXERCÍCIOS 01. Vamos resolver as inequações do 1º grau: a)x – 2 < 4 b) 2x + 2 > -4 c)5x – 10 ≥ 0 d) 3x + 3 ≤ 12 e) x + 5 > - 2 f) x – 7 ≤ + 3 g)2x – 4 > x – 1 h) 3x + 2 ≥ 5x – 4 i)– x + 9 < 3x + 8 j) 3x + 5 ≥ 20 02. A solução da inequação 6x – 1 < x + 5 é: (a) x > 1 (b) x < - 1 (c) x > - 6/5 (d) x < 6/5 03. A solução da inequação 2x + 8 ≥ 5x – 7 é:a) x ≥ 3 b) x ≤ -3 c) x ≥ 5 d) x ≤ 5 Matemática34 Inequações Resolução de Problemas Para resolver um problema precisamos: - Identificar as informações dadas no enunciado; - Representar por uma letra (incógnita) a pergunta do problema; - Escrever a inequação que representa a situação do problema; Observação: Lembre-se de que uma inequação é uma desigualdade, por isso tem mais de uma solução. Símbolos das desigualdades: maior que : > maior ou igual : ≥ menor que: < menor ou igual: ≤ Observe os exemplos abaixo e as opções de resposta. R: As soluções da inequação são todos os números maiores ou igual a 11 Matemática 35 EXERCÍCIOS 01. Quais as possíveis medidas do lado de um quadrado, sabendo que seu perímetro mede menos do que 128 cm? 02. Somando um número com 82, encontramos um resultado maior ou igual a 136. Determine os possíveis valores para esse número. 03. O pai de Cris tem o dobro da idade dela. Sabendo que a soma das idades é um número menor que 75, quais as possíveis idades de Cris? 04. Somando um número com 3/4 do seu valor encontramos um resultado maior que 14. Quais seriam os possíveis números? Matemática36 05. Um número diminuído de 96, tem como resultado um número menor que 100. Determine os possíveis valores para esse número. 06. Um triângulo tem todos os lados com as mesmas medidas. Determine as possíveis medidas de cada lado sabendo que o perímetro é maior que 210 cm. 07. Determine os possíveis números que tendo seu triplo somado com seu quádruplo tem resultado menor que 63. Porcentagem EXERCÍCIOS O tema PORCENTAGEM traz duas seções de exercícios, e a numeração sempre retoma o número 1. Por isso, é importante manter abaixo do título EXERCÍCIOS, a sinalização de qual SEÇÃO está começando. Se não for possível colocar as seções, será preciso modificar toda a numeração dos exercícios, inclusive no gabarito. Matemática 37 EXERCÍCIOS 01. Usando o que você aprendeu sobre porcentagem, calcule: a) 17% de R$ 540,00. b) 15% de R$ 450,00. c) 72% de R$ 1 800,00. EXERCÍCIOS Matemática38 02. 40% dos 450 alunos da escola onde estudo, moram no mesmo bairro que eu. Quantos alunos que estudam na minha escola moram no meu bairro? 03. Em uma classe com 32 alunos, apenas 25% compareceu à prova de Matemática. Quantos alunos compareceram à prova de Matemática? 04. A loja que mais gosto de comprar roupas está dando 60% de desconto nas compras. Se eu comprar um tênis de R$ 120,00, de quanto será o desconto? Quanto vou pagar pelo tênis? 05. A bicicleta que quero comprar custa R$ 400,00. Se pagar à vista tenho 20% de desconto. Quanto vai custar a bicicleta se eu pagar à vista? 06. No último sábado houve uma campanha de vacinação de cães e gatos. Na rua onde moro, 32 animais foram vacinados. Observe o gráfico e responda: a) Qual a porcentagem de cães vacinados, em relação ao total de animais? b) Qual a porcentagem de gatos vacinados, em relação ao total de animais? Matemática 39 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Classificando triângulos quanto à medida dos lados 01.Letra a 02.16 03.a) 15 b) 5 c) equilátero d) 15 04. 60° 05. a) isósceles b) escaleno c) equilátero e isósceles 06. b) x = 2, os lados medem 24, triângulo equilátero e isósceles c) x = 8, os lados medem 37,41 e 43, triângulo escaleno d) x = 1, os lados medem 10,10 e 5, triângulo isósceles e) x=15, os lados medem 9, 12 e,15 triângulo escaleno Classificando triângulos quanto aos Ângulo 01. D 02. B 03. C 04. a) Acutângulo b) Isósceles c) Escaleno 05. B Inequações do 1º grau 01. a) x < 6 b) x < -3 c) x ≥ 2 d) x ≤ 3 e) x > -7 f) x ≤ 10 g) x > 3 h) x ≤ 3 i) x > ¼ j) x ≥ 5 02. letra D 03. letra D Inequações - Resolução de Problemas 01. Menor do que 32 cm. 02. Maior ou igual a 54. 03. Ela tem menos do que 25 anos 04. Maior que 8. 05. Menor que 196. 06. Maior que 70 cm 07. Menor que 9 Porcentagem Seção 1 01. a) 2% b) 5% c) 10% 02.a) 5/100 b)15/100 c)25/100 Seção 2 01.a) R$ 91,80 b) R$ 67,50 c) R$ 1296,00 02. 180 alunos 03. 8 alunos 04. Desconto de R$ 72,00 e o tênis custou R$ 48,00. 05. Desconto de R$ 80,00, preço da bicicleta com desconto R$ 320,00. 06.a) 50% b) 25% REFERÊNCIAS ANDRINI, Álvaro. VASCONCELLOS, Maria José. Praticando Matemática. 9º ano. 4. ed. renovada. São Paulo: Editora do Brasil, 2015. BIANCHINI, Edwaldo. Matemática: manual do professor, 8º ano. 9. ed. São Paulo: Moderna, 2018. DOLCE, Oswaldo e POMPEO, José Nicolau. Fundamentos da Matemática Elementar 9: Geometria Plana. 9ª ed. São Paulo: Atual Editora, 2013. GIOVANNI, JR; José Ruy; Castrucci; Benedito. A Conquista da Matemática, São Paulo: FTD, 2009 LIMA, Elon Lages. Meu professor de Matemática e outras histórias. Coleção do Professor de Matemática. 1ª ed. Rio de Janeiro: SBM, 1991. CIÊNCIAS CIÊNCIAS Ciências 43 A rede elétrica Pra que pagar conta de luz? Eletricista trabalhando. Disponível em: Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/eletricista-trabalhador- trabalho-3771316/. Acesso em: 06/07/2020 O preço que pagamos na conta de luz leva em consideração a tarifa de energia e os impostos. A tarifa existe porque produzir energia elétrica não é nada fácil e tem custos. Levar essa energia, em segurança, à sua casa também custa dinheiro. Como já estudamos, a maior parte da energia elétrica consumida no Brasil vem de usinas hidrelétricas, que utilizam a energia armazenada no movimento das águas em represas para produzir energia elétrica. Quando chove pouco, existe menos água nas represas, logo, as usinas produzem muito menos energia. Quando isso ocorre, a empresa de energia elétrica precisa compensar essa falta com outras fontes de energia, como as usinas termelétricas ou importar energia dos países vizinhos. Isso torna tudo mais caro e esse valor é repassado para o consumidor. Por isso, existem diferentes tarifas energéticas, também chamadas de bandeiras tarifárias: • Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo; • Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. • Bandeira vermelha - Patamar 1: condições mais custosas de geração. • Bandeira vermelha - Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. Cores das bandeiras tarifárias. Disponível em: Disponível em: encurtador.com.br/ckxS2 Acesso em: 06/07/2020 Por isso, geralmente no inverno, a tarifa energética é mais cara, pois chove menos e o consumo é maior. EXERCÍCIOS 01. Como é calculado o preço da nossa conta de luz? 02. O que é a tarifa de energia? 03. De onde vem, principalmente, a energia elétrica que consumimos no Brasil? Assinale a alternativa correta. a) De usinas nucleares. b) De usinas termelétricas. c) De usinas hidrelétricas. d) De usinas eólicas. _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Ciências44 04. Numere as bandeiras tarifárias de energia da mais barata para a mais cara: ( ) Vermelha 1 ( ) Verde ( ) Amarela ( ) Vermelha 2 05. Em qual estação do ano a tarifa costuma ser mais cara e por quê? a) No verão, por causa do calor. b) Na primavera, porque se lava mais roupa. c) No outono, porque faz frio. d) No inverno, porque chove menos. Ligações clandestinas de energia elétrica crescem mais de 100% durante a pandemia em Minas “Chama a atenção a disparada no número de ligações clandestinas de energia elétrica, o popular "gato" durante a pandemia. Segundo o engenheiro de Controle de Perdas da Cemig, Saad Pereira, de março, quando se deu o início da pandemia, até maio deste ano, o número de ocorrências passou de 5.500 para quase 12 mil casos, o que representa um aumento de116% das irregularidades identificadas. O engenheiro reconhece que devido à crise econômica causada pela pandemia da covid-19, a situação tende a se agravar, o que requer maior atenção e atuação da distribuidora de energia. ‘A gente sabe que o furto de energia ocorre em diferentes níveis sociais e classes de consumo, não só em classes menos favorecidas, mas também em classes comerciais, industriais’, disse.” Disponível em: https://www.itatiaia.com.br/noticia/ligacoes-clandestinas-de-energia-eletrica-crescem-mais- de-100-durante-apandemia-em-minas Acesso em: 04/07/2020 Tá, e daí? “Quando alguém rouba eletricidade, você paga mais caro na conta de luz. Simples assim. Se a ligação clandestina é no seu lote, na sua rua ou no seu bairro, além de pagar mais caro você pode estar correndo um sério risco relativo a incêndios e outros problemas elétricos. As proteções que existem no sistema elétrico da concessionária ou mesmo dentro de sua residência podem não funcionar corretamente na presença de ligações elétricas não previstas. É o barato de alguém que sai caro pra você!” Disponível em: https://www.mundodaeletrica.com.br/perigo-dos-gatos-na-rede-eletrica/ Acesso em: 04/07/2020 06. Marque V ou F sobre os textos: a) ( ) Os “Gatos” de energia não prejudicam ninguém. b) ( ) “Gatos” são instalações elétricas clandestinas de energia elétrica. c) ( ) O número de “gatos” caiu durante a pandemia. d) ( ) Somente as residências costumam fazer “gatos”. e) ( ) “Gatos podem causar incêndios. f) ( ) “Gatos” não são um risco à saúde. Se tiver acesso à internet, aponte para o QR code ao lado. Para abrir o link, baixe gratuitamente um leitor de QR code no Playstore e aponte para a figura acima! SAIBA MAIS Ciências 45 Uso consciente de energia elétrica Bom, como vimos nas atividades anteriores, nós contamos com diferentes fontes de energia. Algumas não são renováveis (ou seja, um dia acabam!) como os combustíveis fósseis (gasolina, carvão, óleo diesel), a energia nuclear e o gás natural. Outras usam recursos que são renováveis na natureza, como a solar (que usa a luz do sol), a eólica (que usa os ventos) e as hidroelétricas (que usam a força das águas). As usinas hidroelétricas respondem por boa parte da nossa energia e, mesmo sendo uma fonte renovável, dependem do ciclo das águas e problemas climáticos, como: poucas chuvas ou épocas muito quentes, que diminuem esse potencial. Por isso, o uso inteligente da energia não só ajuda a economizar, como ajuda o nosso meio ambiente! E nós temos duas formas de uso inteligente da energia elétrica, vamos conhecê-las? • Mudando velhos hábitos do dia a dia: Ao usar ar condicionado, manter janelas e portas fechadas! Evite abrir a geladeira toda hora e não coloque panelas e alimentos quentes nela. Disponível em:https://pixabay.com/ pt/illustrations/arcondicionado-ar- condicionador-3679756/ Acesso em 7/07/2020 Disponível em https://pixabay. com/pt/photos/poste-aceso- ilumina%C3%A7%C3%A3o- lanterna-1332427/ Acesso em 07/07/2020 Sempre apague as lâmpadas ao sair e dê preferência às fluorescentes, que gastam menos energia. Acumule e passe mais roupas de cada vez. Ligar e desligar o ferro, consome muita energia. Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/ sapo-cozinha-figura-geladeira-1646604/ Acesso em 07/07/2020 Disponível em https://pixabay.com/pt/pho tos/ vestu%C3%A1rio-equipamentos-3208821/ Acesso em 07/07/2020 46 Ciências EXERCÍCIOS Uso de Equipamentos Eficiente Além dos hábitos que podemos modificar, ao comprarmos aparelhos eletrônicos, muitas vezes não damos atenção a um detalhe que faz diferença, na energia gasta pelo aparelho. Você já deve ter visto um selo colorido, como o da figura abaixo em aparelhos eletrônicos novos, né? “Falamos deste selo em outro volume dos Cadernos Pedagógicos, na atividade “Conceito de Trabalho e Potência”. Trata-se de um selo que indica a eficiência energética do produto eletrônico, ou seja, quanto mais próximo da classificação A, mais eficiente ele é. Consequentemente, são eles são mais econômicos, ou seja, consomem menos energia elétrica, pois são aqueles que transformam mais energia em um menor intervalo de tempo. É importante que quando você, alguém da sua família ou algum conhecido for comprar um elétrico/eletrônico, você explique o que significa o selo e o ajude a dar preferência aos que possuem o selo de eficiência A do INMETRO/PROCEL! Esse selo é muito importante para nós consumidores, pois nos permite conhecer, entre os equipamentos e eletrodomésticos à disposição no mercado, os mais eficientes, ou seja, que produzem mais efeito consumindo menos energia! Esse conhecimento leva a uma escolha de compra mais consciente e pode ajudar no uso racional da energia elétrica. Disponível em https://www.alfaprintetiquetas.com.br/ selo-procel/ em 07/07/2020 Fica a dica: Ao comprar, verifique a classificação do consumo do aparelho. O meio ambiente e os bolsos dos seus responsáveis irão agradecer! Retomando o que vimos • Algumas fontes de energia usam recursos que se renovam no meio ambiente. • Outras fontes usam recursos que não se renovam e acabam com o tempo. • A maior parte da nossa energia vem de usinas hidroelétricas (que usam a água). • Embora a água seja um recurso renovável, sofre com as influências climáticas. • Esses problemas podem levar ao aumento da conta, apagões e racionamento. • O uso inteligente não só nos ajuda a economizar, como ajuda o meio ambiente. • O uso de equipamentos eficientes e certificados garante um consumo mais baixo, gastando menos energia e menos dinheiro. Em seu caderno de Ciências, anote as seguintes observações e depois compartilhe com seus amigos e professor(a): 01. Procure nos aparelhos que você tenha em casa, quais possuem certificação ou mostrem quanto gastam. Anote o que foi observado. 02. Observe os hábitos das pessoas que moram com você, veja como elas usam os aparelhos elétricos e se estão agindo corretamente. Descreva detalhadamente suas observações. Ciências 47 03. Em relação aos lugares que você conhece (casa, bairro, escola, igreja), o que você acha da forma como tratam do consumo de energia? Preocupam-se? Sabem economizar? Você vê alguma coisa que pode ser melhorada para economizar ou diminuir o impacto? 04. Se você fosse comprar um aparelho eletrônico, qual você iria preferir: um com classificação B ou outro com classificação E no selo PROCEL? Por quê? 05. Imagine algo que você pudesse fazer, uma ação com amigos ou familiares, para diminuir o desperdício de energia ou conscientizar as pessoas. O que você faria? Reprodução nos diferentes grupos de seres vivos Com essa atividade iniciaremos uma nova área de conhecimento – “Seres Vivos, Ambiente e Evolução”. Para começar, vamos estudar os processos envolvidos na reprodução de todos os seres vivos até chegar na reprodução humana (no próximo volume). Você já parou para pensar na importância da reprodução para a manutenção de uma espécie viva? Partiu aprender mais sobre isso?!? Uma importante etapa da vida dos seres vivos é garantir a perpetuação da espécie, isto é, garantir que novos organismos da sua espécie continuem habitando o planeta. A perpetuação da espécie é conseguida através do processo de reprodução, no qual descendentes são gerados a partir de seres progenitores (=pais). A reprodução é um dos parâmetros que assegura que uma espécie não entre em extinção, uma vez que, se não houver reprodução dos seres de uma determinada espécie, não haverá novos organismos que garantam a existência da espécie ao longo do tempo. Pata e filhotes - Imagem de Karsten Paulick por Pixabay Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/pato-mam%C3%A3e-filhotes- doce-bonito-3527585/) Acesso em: 08/07/2020. A reprodução é uma característica comum aos organismos, ou seja, toda espécie de ser vivo tem capacidade de reprodução. Podemos dividir a reprodução encontrada nos diferentes grupos de seres vivos em dois tipos: • Reproduçãoassexuada: uma célula se divide em duas exatamente iguais. Ocorre normalmente em organismos simples, formados por uma única célula, como as bactérias. O ser gerado é geneticamente igual ao ser gerador, porque é um tipo de reprodução onde não ocorre troca (mistura) de material genético (= sem variabilidade genética). • Reprodução sexuada: envolve a formação e a combinação de gametas (= células reprodutoras especializadas), femininos e masculinos, que ao serem combinados darão origem a um novo ser. Na reprodução sexuada, ocorre a troca de material genético (variabilidade genética), uma vez que, de forma geral, os gametas são produzidos por indivíduos diferentes da mesma espécie. Ex: o indivíduo X da espécie A produz o gameta masculino que irá se combinar ao gameta feminino produzido pelo indivíduo Y da espécie A e assim originar o indivíduo Z da espécie A. No exemplo, percebemos que dois indivíduos diferentes (X e Y) da mesma espécie (espécie A) têm seus materiais genéticos combinados para formar um novo indivíduo (Z). Ciências48 EXERCÍCIOS Tipos de Reprodução Assexuada Dependendo do grupo de ser vivo, a reprodução assexuada (não há troca de material genético) pode ocorrer por diferentes formas, como veremos a seguir: • Fissão Binária: Na fissão binária, o indivíduo se divide e dá origem a dois novos indivíduos. Ex: bactérias. • Brotamento: No brotamento, ocorre a formação de pequenos brotos no organismo progenitor que se destacam e que darão origem a um novo indivíduo. Ex: esponjas marinhas. • Esporulação: Na esporulação, ocorre a formação de esporos, estruturas de resistência que originarão um novo indivíduo quando as condições ambientais forem adequadas. Ex: fungos. • Partenogênese: Na partenogênese, o gameta feminino origina um novo ser sem a presença do gameta masculino. Por não haver a combinação dos gametas, a partenogênese é um tipo de reprodução assexuada. Ex: abelhas. Reprodução Sexuada: Fecundação Interna e Externa A combinação dos gametas (masculino e feminino) é chamado de fertilização ou fecundação. De acordo com o local onde a fertilização ocorre, a fecundação pode ser interna ou externa. A fecundação interna é aquela onde a combinação dos gametas masculinos e femininos ocorre no interior do corpo de um dos indivíduos e a fecundação externa é aquela onde a combinação dos gametas ocorre no ambiente, isto é, fora do organismo. Reprodução Sexuada: Animais – Ovíparos, Ovovivíparos e Vivíparos • Ovíparos: São os animais que colocam ovos. Ex: aves e a maioria dos répteis. • Ovovivíparos: São animais que produzem ovos, sendo que o ovo produzido permanece no interior do corpo. Ex: alguns répteis e certos tubarões. • Vivíparos: São animais onde o desenvolvimento do indivíduo ocorre no interior do corpo materno. Ex: grande maioria dos mamíferos. Ninho de ave. Disponível em: https:// pixabay.com/pt/photos/ninh o-ninho-de-p%C3%A1ssaro-3225997/ Acesso em: 08/07/2020. Tubarão Branco. Disponível em: https:// pixabay. com/pt/photos/grande-tubar %C3%A3o-branco-tubar%C3%A3o-39 8276/ Acesso em: 08/07/2020. Raposa. Disponível em: https:// pixabay. com/pt/photos/mam%C3%ADferos- fox-vida-selvagem-natural-321 8028/ Acesso em: 08/07/2020. 01. Por que a reprodução é uma etapa importante do ciclo de vida de um ser vivo? Quais os dois tipos de reprodução que encontramos entre os seres vivos? 02. Qual a diferença entre a reprodução assexuada e a reprodução sexuada? _______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ Ciências 49 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS A rede elétrica - pra que pagar conta de luz? 01. É a soma da tarifa de energia com os impostos. 02. É o custo da produção e da distribuição da energia elétrica até cada consumidor. 03. Alternativa C. 04. 3 –1 – 2 – 4. 05. Alternativa D. 06. F – V – F – F – V – F Uso consciente de energia elétrica 01. Resposta pessoal 02. Resposta pessoal 03. Resposta pessoal 04. Preferiria o produto com selo B, porque ele é mais eficiente energeticamente e ajuda a poupar energia. Sendo importante com forma de diminuir gastos e reduzir impactos no meio ambiente. 05. Resposta Pessoal Reprodução nos diferentes grupos de seres vivos 01. Porque a partir da reprodução os indivíduos garantem a perpetuação da espécie, sendo o processo reprodutivo um dos parâmetros que assegura que uma espécie não entre em extinção. A reprodução assexuada e a reprodução sexuada. 02. Na reprodução assexuada não ocorre a troca de material genético, não havendo, portanto, variabilidade genética, e sendo o indivíduo gerado idêntico ao ser progenitor (clone). Na reprodução sexuada com a combinação dos gametas ocorre troca de material genético, havendo, portanto, variabilidade genética, e sendo o indivíduo gerado um resultado da combinação genética dos seres progenitores. Células reprodutoras especializadas que ao serem combinadas darão origem a um novo ser. REFERÊNCIAS AMABIS, J. M.; MARTHO, G. R. Biologia - Ensino Médio. Rio de Janeiro: Moderna, 2016. ARARIBÁ MAIS: CIÊNCIAS: manual do professor/ organizadora Editora Moderna. Obra coletiva concebida, desenvolvida pela Editora Moderna; Maíra Rosa Carnevalle. - 1ª edição - São Paulo, 2018. CEMIG. Disponível em: <http://www.cemig.com.br/pt-br/a_cemig/nossos_negocios/energia/paginas/ caminho-da-energia.aspx>. GLIGHT. Disponível em: <http://www.glight.com.br/blog/eletricidade-caminho/> MUNDO EDUCAÇÃO. A história da eletricidade. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/ fisica/a-historia-eletricidade.htm>. PEREIRA, A. M.; BEMFEITO, A. P.; PINTO, C. E.; ARCANJO, M.; WALDHELM, M. Apoema: Ciências – 8º ano. 1ª Edição; São Paulo: Editora do Brasil, 2018. SAMPAIO, José Luiz e CALÇADA, Caio Sérgio. Física. Volume único. 2.ed. São Paulo: Atual, 2005. TODA MATÉRIA. Eletricidade. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/eletricidade/>. 03. O que são os gametas? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ HISTÓRIA HISTÓRIA História 53 As Influências Culturais de Matriz Africana DEBRET, Jean Baptiste. Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil. Tradução e notas de Sérgio Millet. Apresentação de Lygia da Fonseca F. da Cunha. Belo Horizonte: Ed. Itatiaia Limitada; São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1989. (Reprodução). No Brasil, a cultura africana chegou através do tráfico negreiro, trazendo para a América Portuguesa povos da África como os bantos, nagôs, jejês, hauçás e malês. Religião, dança, música, culinária e idioma receberam influências africanas que prevalecem no Brasil até os dias de hoje. Na culinária, por exemplo, a herança africana é evidente, principalmente na Bahia. O dendezeiro, uma palmeira africana da qual se extrai o azeite de dendê, foi introduzido na região pelos escravos e é hoje utilizado em vários pratos de influência africana como o vatapá, o caruru e o acarajé. Na doceria, a cocada, o pé de moleque e tantos mais. “O que alimentava o Brasil, antes da criação dos mercados municipais, eram as pessoas negras, libertas ou escravizadas. Muitas mulheres em Minas Gerais e na Bahia vendiam comida nos tabuleiros, compravam a própria alforria e depois alforriavam outras escravas, davam emprego a elas e formavam essa rede de comércio”, ensina a acadêmica Lourence Cristine Alves, professora de gastronomia na Estácio e doutora pela UERJ. Hoje em dia, as baianas de acarajé continuam a oferecer seus quitutes, nãosó na Bahia, mas em todo o Brasil! Em 25 de novembro é comemorado o Dia da Baiana de Acarajé, um patrimônio cultural nosso que deve ser valorizado. Foi no período da escravidão que algumas mulheres negras receberam autorização para sair no fim do dia. Elas saiam com o tabuleiro na cabeça e vendiam acarajé, que são bolinhos de massa de feijão-fradinho descascado, camarão, gengibre e cebola. Apesar de o trabalho ter seu início ainda no século XVI, a profissão da baiana do acarajé só foi oficializada por lei em 2004. Essas mulheres não vendem apenas uma comida, levam alegria às pessoas. Podem ser consideradas um patrimônio cultural não só baiano, mas nacional. O encanto não vem apenas das roupas, do sorriso farto e da beleza das baianas. Na época da escravidão, elas entoavam um canto tradicional para vender os bolinhos. Chamavam as pessoas para comprar com a expressão cantada “akara jê”. “Akara”, que significa bola de fogo, e “jê”, que é vender. (PORO. Pequeno Guia Afetivo de Comida de Rua de Salvador. Disponível em: <https://poro.redezero.org/downloads/guia-comida-de- rua-salvador-bahia-poro.pdf>. Acesso em: 06 jul. 2020). História54 EXERCÍCIOS 01. Que povos da África foram trazidos à força para serem escravizados no Brasil desde o século XVI até o século XIX? 02. Em que áreas culturais os povos africanos e seus descendentes brasileiros nos influenciam fortemente? 03. De que maneira, citada no texto, as mulheres escravizadas obtinham suas alforrias? 04. Cite 3 alimentos feitos e vendidos pelas baianas de acarajé nas ruas e praças de diversas cidades do Brasil. 05. O dia 25 de novembro foi oficializado como o Dia da Baiana de Acarajé. Em sua opinião, essa homenagem é justa? Justifique a sua resposta. 06. A Música é uma fonte histórica, pois é produzida por humanos num determinado tempo. Cada época tem a sua música que, compartilhada socialmente, torna-se um “marco social”. Uma canção que marcou época foi composta em 1936 e chegou até nossos dias. Seu título é “No Tabuleiro da Baiana”, composição de Ari Barroso. O compositor refere-se a uma das principais figuras típicas de Salvador: a baiana, quituteira negra que, vendendo seus produtos nas ruas da capital da Bahia, ganha assim o seu sustento, ao tempo em que manteve vivas as tradições culinárias de origem africana. No tabuleiro da baiana tem: / Vatapá, oi, caruru, mugunzá, tem umbu / Pra Ioiô / Se eu pedir você me dá o seu coração / Seu amor de Iaiá? / No coração da baiana tem: / Sedução, cangerê, ilusão, candomblé / Pra você / Juro por Deus, pelo Senhor do Bonfim / Quero você, baianinha, inteirinha / Pra mim / E depois, o que será de nós dois / Seu amor é tão fugaz, enganador / Tudo já fiz, fui até num canjerê/ Pra ser feliz / Meus trapinhos juntar com você/ E depois vai ser mais uma ilusão / No amor quem governa é o coração. BARROSO, Ary. “No Tabuleiro da Baiana”. Ary Barroso. Odeon Records, 1936. a) Qual a relação entre a letra da música acima e a culinária de origem africana? b) Quais pratos da culinária brasileira são citados na música? 07. Por que a letra de música é considerada uma fonte histórica? É possível conhecermos as músicas entoadas pelas escravas vendedoras? De que maneira(s)? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ História 55 Trabalho Livre e Trabalho Escravizado no Século XIX Até 1850 no Brasil, para desenvolver atividades nas fazendas, através da produção agrícola e criação de animais, ou nos trabalhos urbanos eram utilizados, em grande parte, o trabalho de pessoas escravizadas ou alforriadas. Isto significa dizer que nem todos os trabalhadores eram Na imagem acima, observamos trabalhadores especializados no espaço urbano. Jean-Baptiste Debret. Carpinteiro indo para o trabalho. 1821. Aquarela, 18,7 cm x 25,1 cm. MEA 0212 Acervo dos Museus Castro Maya / IBRAM / MinC, Rio de Janeiro. Reprodução de Horst Merkel. Abaixo recibo de venda de escravo, datado em 15/12/1858. O recibo trás informações que, somadas à outras fontes históricas, possibilita compreendermos a lógica do trabalho no século XIX. Disponível em: <http://objdigital.bn.br/acervo_ digital/div_manuscritos/mssI5_31_49.pdf>. Acesso em: 27 ago. escravizados, mas também nem todos tinham recebido sua liberdade através de carta de alforria; existia uma parcela, ainda que em menor número, de trabalhadores livres nas fazendas e cidades, e o trabalho mesclava o uso da mão de obra cativa, forra e o uso de mão de obra livre. A partir de 1850, entrou em vigor a Lei Eusébio de Queiroz, que teve como objetivo interromper o tráfico interatlântico de escravizados. O que a Lei significou na prática? A lei impulsionou as autoridades nacionais a pensarem de que forma supririam a demanda por mão de obra nas zonas rurais brasileiras, já que os escravos eram provenientes do continente africano. A pressão para o fim da escravidão vinha principalmente dos ingleses, que desde o início do século XIX apreendia navios negreiros no Oceano Atlântico. Já o Estado Brasileiro retardava o fim do trabalho escravo, pois, este era uma “mercadoria”, possuía valor de troca, ou seja, era comprado e vendido, havia um forte sistema deste comércio que fazia girar grandes riquezas. Seus “proprietários” ainda auferiam algum lucro com o aluguel de escravos para pessoas que não podiam comprá- los. Esses escravos eram chamados de “escravos de ganho”. O Governo Brasileiro, com o fim do tráfico através do Oceano Atlântico (Brasil, Caribe, África) preocupava-se com a substituição do trabalho escravo pelo trabalhador livre. Essa preocupação se deu pelo fato de não considerarem o negro - cativo ou alforriado - como alternativa viável para dar continuidade aos trabalhos, além de colocar como discussão o “embranquecimento” da população. 08. Qual imagem apresentada nesta página permite afirmarmos que o indivíduo escravizado era considerado “mercadoria”? 09. Na primeira imagem, os trabalhadores não utilizam correntes e não mostram sinais de violência. Como podemos afirmar que são escravizados? 10. Um escravizado poderia conseguir sua liberdade. Uma vez liberto, deveria possuir o documento em mãos caso houvesse alguma suspeita que se tratasse de um fugitivo. Qual o nome do documento? _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ História56 A vinda de imigrantes europeus para o país surge como uma alternativa de resolução para o problema da mão-de-obra. O aparente sucesso dessa experiência nos primeiros anos fez com que centenas de milhares desses imigrantes viessem para o Brasil ao longo do século
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