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Apostila Direitos Humanos Polícia Civil RS 2023 (1)

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DIREITOS HUMANOS 
 
Profª MÁRCIA BETÂNIA 
DIREITOS HUMANOS 
TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS 
CONCEITO E TERMINOLOGIA 
DH formam um conjunto de normas jurídicas nacionais e internacionais que 
buscam assegurar um patamar mínimo de dignidade para todo e qualquer ser 
humano. 
Para o professor Antônio Peres Luño: “os direitos humanos constituem um 
conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, 
concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as 
quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em 
nível nacional e internacional.” São normas de DH: 
a) Tratados internacionais 
b) Costumes 
c) Princípios gerais do Direito Internacional No âmbito interno 
destacam-se: 
a) CF 
b) Leis específicas 
c) Atos normativos secundários (decretos executivos) 
Em se falando de DH, a função do conjunto de regras é TUTELAR A 
DIGNIDADE! 
 
CARACTERÍSTICA DOS DH: 
a) INERÊNCIA: os DH pertencem a todos os seres humanos 
b) UNIVERSALIDADE: não importa a raça, a cor, o sexo, a origem, a 
condição social, a língua, a religião ou opção sexual. 
c) TRANSNACIONALIDADE: não importa o local em que esteja. 
d) INDIVISIBILIDADE; os DH não são fracionados; implicam em 
UNICIDADE. Implicam em um combo que não pode ser fracionado. Esse 
combo é oferecido como um todo, em alguns momentos alguns DH serão 
mais cotejados que outros, haverá preponderância de um sobre outro, 
mas não quer dizer que ele seja retirado da pessoa. 
e) INTERDEPENDÊNCIA: para o exercício de um, muitas vezes, passo 
obrigatoriamente por outro, de outra dimensão/geração. 
f) INDISPONIBILIDADE: ou IRRENUNCIABILIDADE o ser humano não 
pode dispor dele por lhe ser inerente e o Estado não pode suprimi-lo, uma 
vez reconhecido. Ex.: arremesso de anão 
g) IMPRESCRITIBILIDADE: Não prescrevem por decurso de prazo. Ex.: 
direito à intimidade é direito durante toda a existência e até após a morte. 
h) INDIVIDUALIDADE: podem ser exercidos por apenas um indivíduo. 
i) COMPLEMENTARIEDADE: Devem ser interpretados em conjunto, sem 
hierarquia entre eles. 
j) INVIOLABILIDADE: Não podem ser descumpridos por nenhuma pessoa 
ou autoridade. 
k) INTERRELACIONARIEDADE: eles e seus mecanismos de proteção se 
inter-relacionam, possibilitando que as pessoas possam escolher entre o 
mecanismo global ou o regional, não havendo hierarquia entre os 
mesmos. 
l) HISTORICIDADE: estão vinculados ao desenvolvimento histórico e 
cultural do ser humano. Implicam em expansão. 
 
 Direito Natural x Direitos 
Humanos 
 
 Fixo, absoluto, atemporal evolutivo, expansionista 
 
m) VEDAÇÃO AO RETROCESSO OU REGRESSO: não se admite 
retrocesso visando limitação ou diminuição de direito já conferido. Efeito 
cliquet. 
n) PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA: no caso concreto, deve 
prevalecer a norma mais benéfica para a vítima da violação. 
o) SUPERIORIDADE NORMATIVA (jus cogens): a ideia de DH prevalece 
em relação às demais normas. Também pode vir como característica da 
essencialidade!!!! 
 
1. Formal: se desrespeitar uma norma de DH a norma não é aplicada. 
Atenção: Pirâmide normativa – TIDH terão um tratamento diferenciado!!! 
Um tratado de DH nunca poderá ser supranacional em razão da 
soberania, então entram com status de EC ou como norma supralegal. 
2. Material: DH é mais relevante que uma norma de Direito Comercial, p. ex. 
 
p) INALIENABILIDADE: DH não podem ser comercializados, nem 
despojados. Não posso colocar Valor $$$$ 
Art. 14 CC – disposição do corpo após a morte: gratuita e com fins científicos ou 
altruísticos. 
q) APLICABILIDADE IMEDIATA (EFETIVIDADE) 
Art. 5º, § 1º CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm 
aplicação imediata. 
r) DIMENSÃO OBJETIVA 
Impõem uma atuação estatal voltada para a proteção de tais direitos. 
s) RELATIVIDADE: é contraposição à ideia de que os DH seriam absolutos. 
Exceção: não pode ser relativizado, são absolutos: 
- Proibição à tortura e à escravidão, a penas cruéis e degradantes. 
 
PARA PENSAR: 
Como estabelecer um conceito universal de 
Dignidade Humana com culturas tão diferentes? 
 
RELATIVISMO CULTURAL 
- Concepções morais variam de acordo com as diversas sociedades 
(concepções culturais) 
- Não deve ser desconsiderado o contexto social em que a pessoa 
está inserida. 
UNIVERSALISMO X RELATIVISMO CULTURAL 
Solução: buscar um mínimo ético irredutível: núcleo que é igual a todos em 
todos os lugares. 
 
ESTRUTURA NORMATIVA: 
Normas jurídicas compreendem regras e princípios. 
- Regras: enunciados jurídicos que preveem uma situação fática que, 
se ocorrer, haverá uma consequência jurídica. 
- Princípios: possuem carga valorativa, aplicadas por ponderação de 
interesses. 
Em DH a estrutura normativa é formada majoritariamente por princípios (caráter 
principiológico) que por regras, por isso dizemos que: 
DH possuem estrutura normativa ABERTA! 
 
Direitos Humanos # Direitos Fundamentais 
Possuem o mesmo conteúdo, mas a diferença está no âmbito da positivação 
DIREITOS HUMANOS: internacionalmente. (DUDH, Pacto de San Jose da 
Costa Rica...) 
DIREITOS FUNDAMENTAIS: internamente. (CF, ECA, EPD...) 
 
A expressão Direitos Humanos é utilizada, comumente, para externar valores e 
direitos consagrados em tratados internacionais. 
No Brasil a terminologia direitos fundamentais, por sua vez, passa a ser utilizada 
no momento em que aquele conjunto de Direitos Humanos são geradores de um 
movimento de constitucionalismo, assim positivado na nossa Constituição 
Federal. 
Neste sentido, segundo o conceito melhor empregado e comum a diversos 
doutrinadores de direito explica que por Direitos Fundamentais entende-se o 
conjunto de situações jurídicas positivadas em mandamento fundamental 
visando liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana. 
 
 
 
FUNDAMENTAÇÃO 
Premissas sobre as quais os direitos humanos encontram suas razões. 
CORRENTES: 
1- Impossibilidade de delimitação dos fundamentos, pois: 
- existem divergências quanto à definição de qual o conjunto de direitos 
abrangidos. 
- disciplina que está em constante evolução 
- são consagrados a partir de juízos de valor eu não podem ser 
comprovadas ou justificadas. 
 
2- Vários doutrinadores entendem existir fundamentação. 
I. FUNDAMENTO JUSNATURALISTA: (implícitos ao existir) 
Direito natural, origem divina. Decorrem de uma ordem superior, universal, 
inderrogável e imutável. 
II. FUNDAMENTO POSITIVISTA (segurança) 
Opõe-se ao jusnaturalismo. Todos os direitos seriam decorrentes de normas. 
Crítica: como fica o princípio implícito? E se a norma for omissa, onde ficam os 
DH? 
III. FUNDAMENTO RACIONALISTA (racionalidade) 
Aquilo que o homem, por meio de uma reflexão racional estabelece como 
inerente à condição humana constituirá o fundamento para os DH. 
Crítica: fica muito aberta. 
IV. FUNDAMENTO MORAL (valores coletivos) 
DH podem ser considerados direitos morais, que não aferem sua validade por 
normas positivadas, mas de valores morais da coletividade humana. Baseiamse 
em princípios. 
 
Qual o fundamento que prevalece? Nenhum prevalece 
isoladamente, mas o que prevalece é o conjunto desses 
fundamentos em busca da realização da dignidade humana. 
 
 
 
AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DH 
Podemos estudar a evolução e instituição dos Direitos Humanos sob duas 
órbitas: 
- Fatos: Remete à análise de fatos históricos que levaram ao surgimento de 
direitos e de garantias protetivos da dignidade das pessoas (Fábio Konder 
Comparato) 
- Direitos: dimensões 
 
 
Fatos 
a) Período Axial (eixo) 
Antes as coisas eram fruto da criação dos deuses. Com o período axial, o homem 
passou a ser o centro das atenções, desapegando-se da mitologia, passando auma visão mais filosófica. 
b) Estado (Reino de Davi, Democracia Ateniense e República 
Romana) Desenvolvimento de mecanismos de limitação do poder político: Leis. 
-Reino de Davi: subordinação à lei divina 
-Democracia Ateniense: ativa participação popular 
-República Romana; a limitação do poder político dava-se por controles 
recíprocos entre os órgãos. 
Grécia e Atenas – A pessoa humana surge como objeto de reflexão. Momento 
em que os costumes e leis são tidos como fundamento da sociedade e a “vida” 
começa a ser regrada. 
Cristianismo – Os fundamentos de amor ao próximo, igualdade e fraternidade 
são elementares para o conceito do homem espelhado em Jesus Cristo. Jesus 
passa a ser um modelo existencial que tem como defesa primordial o ser 
humano. 
c) Baixa Idade Média; 
Alta idade média: esfacelamento do poder político e econômico em razão da 
instalação do feudalismo. 
Baixa Idade média: sob a influência do iluminismo passou-se a ter um foco na 
pessoa novamente. Principalmente em oposição à Igreja que ditava o que se 
podia ou não fazer, como se fosse um poder estatal. 
Passou-se então a exigir respeito às liberdades: manifestação inicial dos DH. d) 
d) Séc. XVII 
No mundo surgem os estados absolutistas onde os reis podiam tudo, eram 
absolutos 
Como reação surge a busca de limitações legais a esse absolutismo. Houve o 
renascimento de ideais republicanos e democráticos. 
Esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais, com destaque 
para: 
- criação do Habeas Corpus 
- Bill of Rights de 1689 (Inglaterra) Comparato (2008, p. 93): O Bill Of Rights 
criava, com a divisão dos poderes, aquilo que a doutrina constitucionalista 
alemã do século XX viria a denominar, sugestivamente, uma garantia 
institucional, isto é, uma forma de organização do Estado cuja função, em última 
análise, é proteger os direitos fundamentais da pessoa humana. 
- Magna Carta de 1215, firmada pelo Rei João Sem - Terra e pelos bispos e 
barões ingleses. Pedra angular para a construção da democracia moderna, pois 
o poder dos governantes passa a ser limitado, não apenas por normas 
superiores, fundadas no costume e na religião, mas também por direitos 
subjetivos dos governados. 
Estabeleceu o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem 
propriedade e serem protegidos de impostos excessivos; viúvas que possuíam 
propriedades a não casar novamente, estabelecimento de princípios processuais 
e a igualdade perante a lei. 
Outros documentos; 
As declarações inglesas do século XVII: 
-a Petition of Righs, de 1628, firmada por Carlos I, 
-o habeas corpus, de 1679, firmado por Carlos II, e 
-o Bill of Righs, de 1689, promulgadas pelo Parlamento, entrando em vigor já no 
reinado de Guilherme d’Orange, como resultado da Revolução Gloriosa, de 
1688, 
Representaram a positivação de direitos e liberdades reconhecidos aos cidadãos 
ingleses, tais como o direito de petição, a proibição de prisões arbitrárias, o 
princípio da legalidade penal, e, até mesmo, um mitigado direito à liberdade de 
expressão, representando a evolução das liberdades e privilégios medievais e 
corporativos para liberdades genéricas no plano do direito público. 
 e) Independência Americana e Revolução Francesa. 
Surgimento das constituições tratando de direitos fundamentais. 
Documentos de destaque com reconhecimento solene de que todos os homens 
são iguais: 
 Declaração de Direitos da Virginia – 1776. Elaborada para proclamar os 
direitos naturais e positivados inerentes ao ser humano, dentre os quais o de 
se rebelar contra um governo opressor. 
 Declaração da Independência dos EUA – 1776 é o primeiro documento 
político que reconhece, a par da legitimidade da soberania popular, a 
existência de direitos inerentes a todo ser humano, independentemente das 
diferenças de sexo, raça, religião, cultura ou posição social. 
 Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 – França. É o 
documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos 
individuais e coletivos dos homens como universais 
Esses institutos retomam a legitimidade democrática, direitos de cidadania e 
melhoria das condições de vida da sociedade como manifestação de DH. 
 
f) Revolução Industrial: Inglaterra. Séc. XVIII 
Com o início do período da industrialização buscou-se a evolução econômica 
com a implantação de grandes fábricas, produção em massa e, por conseguinte, 
condições precárias e abusivas de trabalho. Resultado: lutas sociais e criação 
dos sindicatos. 
Nesse período temos o reconhecimento de direitos sociais, econômicos e 
culturais. 
Eventos importantes: 
@) Constituição do México, 1917, foi a primeira prever inúmeros direitos 
sociais (trabalhistas e previdenciários) dos trabalhadores, como direitos 
fundamentais, ao lado dos direitos civis e políticos. 
@) Constituição de Weimar: Promulgada em 11 de agosto de 1919, a 
Constituição de Weimar foi uma das primeiras do mundo a prever direitos 
sociais, que incluíam normas de proteção ao trabalhador e o direito à 
educação. Além disso, a Carta também possuía um extenso rol de direitos 
fundamentais, que asseguravam a igualdade, a liberdade de expressão e 
religião e a proteção de minorias. 
 
g) Primeira fase da internacionalização dos direitos humanos: 
Essa fase remonta do início do século XIX até o final da 2ª Guerra Mundial. 
Eventos: 
 Liga das Nações - 1919 (embrião da ONU): Países vencedores da 1ª GM 
se juntaram com a proposta de promoverem a paz e resolverem conflitos 
internacionais. 
 Comitê Internacional da Cruz Vermelha (1865): direito humanitário 
 OIT – regulação de direitos trabalhistas 
 Ato da Conferência de Bruxelas – tráfico de escravos 
 
h) 2ª fase da internacionalização dos DH Após 
a 2ª GM. 
Sensibilização contra as atrocidades da guerra resultou num efetivo 
movimento de internacionalização dos DH. 
 Sistema global: ONU – 1945 
 Sistemas Regionais (relativismo cultural): 
- OEA 
- OUADH - CEDH. 
 
Com a internacionalização vemos a criação de vários tratados de DH: 
 DUDH – 1948 – 1ª Dimensão e 2ª 
Dimensão 
 Pacto Internacional dos Direitos Civis e 
Políticos – 1966 – 1ª Dimensão 
 Pacto Internacional dos Direitos Sociais, 
Econômicos e Culturais – 1966 – 2ª 
Dimensão 
. 
 
Do Sistema Regional destacam-se : 
 Pacto de San José da Costa Rica – 1ª Dimensão 
 Protocolo de San Salvador – 2ª Dimensão 
 
Temos também convenções específicas: 
- Pessoa com deficiência 
- Mulher 
- Discriminação Racial - Pessoa Migrante.... 
DIMENSÕES (GERAÇÕES?) 
Teoria Geracional de Karel Vasak 
3 Clássicas 
2 Contemporâneas 
 1ª DIMENSÃO 2ª DIMENSÃO 3ª DIMENSÃO 
DIREITOS direitos civis e 
políticos 
direitos sociais, 
culturais e 
econômicos 
direitos difusos e 
coletivos - 
TRANSINDIVIDUAIS 
Lema da 
Revol. Franc. 
Liberdade Igualdade Fraternidade 
marco 
histórico 
Revolução Gloriosa na 
Inglaterra, 
Independência dos 
EUA, 
Revolução Francesa 
Revolução Mexicana, 
Revolução Russa. 
Pós-2ª GM, 
Surgimento da ONU. 
Carta 
Internacional de 
Direitos 
marco 
jurídico 
Constituição 
Americana – 1787 
Declaração Francesa 
dos Direitos do 
Homem - 1789 
Const.Mexicana – 
1917 
Const. De Weimar - 
1919 
 
DUDH - 1948 
Evolução da 
sociedade 
Passagem do Estado 
Absolutista para o 
Liberal 
Passagem do Estado 
Liberal para o Social 
Revolta da sociedade 
contra as atrocidades 
das GM 
Exemplo Votar e ser votado Jornada de Trabalho Meio Ambiente 
Caráter Negativo (Estado se 
abster) 
Positivo 
(Estado prestar) 
Toda a sociedade 
 
 
 
 4ª Dimensão 5ª Dimensão 
 
 
 
 
 
Direito 
 
Norberto Bobbio: 
pesquisas biológicas e 
patrimônio genético 
 
 
 
Paz (na clássica, a paz 
fica na 3ª 
dimensão) 
 Paulo Bonavides:informação, 
democracia, pluralismo 
político 
Marco histórico Lei da Biossegurança 
(lei 11.105/2005) 
11 de setembro 
 
 
 
 
6ª DIMENSÃO – DIREITO À ÁGUA POTÁVEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO. 
 
Com o fim da 2ª GM precisou-se trazer a proteção de DH em âmbito 
internacional. 
Proteção aos DH é uma obrigação do Estado, por isso são criadas normas 
jurídicas no âmbito: 
- interno: normas jurídicas internas. 
- internacional: normas jurídicas de cunho internacional com responsabilização 
internacional dos Estados se prevista nos documentos e tratados assinados. 
Quando o Presidente assina, ratifica um tratado internacional, o congresso irá 
aprovar esse tratado ou não, pois isso traz obrigações ao Estado. Aprovado, 
será ratificado e o documento depositado em determinado órgão. Após, faz a 
promulgação através de um Decreto Executivo feito pelo Presidente. 
Assumido o compromisso internacional, se o Estado não efetivar esses direitos, 
pode ser responsabilizado internacionalmente. 
Responsabilização através de órgãos ou mecanismos de fiscalização 
estipulados pela norma/tratado. 
Órgãos terão natureza: 
 Executiva: Comitês, Comissões 
 Jurisdicional: Tribunais, Cortes Mecanismos de 
Fiscalização: 
 Relatórios: Informar 
 Denúncias: Interestatais ou individuais Quando um 
Estado será responsabilizado? 
Quando não adotar medidas para coibir infrações aos DH a que se comprometeu 
proteger. 
A omissão gera responsabilização. 
Mas se estiver adotando medidas, investigando, não será responsabilizado. 
Tipos de responsabilização: 
 Recomendações 
 Pretensão reparatória ou indenizatória 
 Estabelecimento de datas comemorativas, medidas legislativas 
 Sanções: Art. 41 Carta ONU: ruptura das relações diplomáticas, 
comerciais, das comunicações, embargos. 
 Sanção mais grave: intervenção: Comissão de Segurança da ONU. 
 
 
 
Constituição Federal e Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos 
Incorporação à ordem jurídica dos tratados internacionais 
Para que um tratado obrigue o Estado brasileiro internamente ele deverá passar 
por quatro fases. São elas: 
 
 
 
 
ASSINATURA INTERNACIONAL: 
Presidente da República possui a competência privativa para celebrar tratados, 
convenções e atos internacionais, conforme art. 84, VIII, da Constituição Federal. 
Porém esses documentos ainda estarão sujeitos a referendo pelo Congresso 
Nacional: modelo da duplicidade de vontades. 
APROVAÇÃO PELO CONGRESSO 
A aprovação do Congresso Nacional consiste numa autorização para que o 
Estado se obrigue internacionalmente. 
 RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO 
De posse dessa autorização, é feito o depósito do tratado internacional assinado 
pelo Presidente da República, que será anexado ao tratado firmado, junto ao 
órgão responsável. 
É a “certidão de nascimento jurídico do tratado internacional”. 
 
ASSINATURA INTERNACIONAL 
APROVAÇÃO PELO CONGRESSO 
RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO 
PROMULGAÇÃO INTERNA 
A partir da ratificação e do depósito, o tratado internacional passa a vincular o 
Estado no âmbito internacional. 
PROMULGAÇÃO INTERNA 
A promulgação do tratado internacional internamente consiste na 
transformação do tratado internacional em lei interna do país. 
No Brasil, há a promulgação de um decreto executivo autorizando a execução 
do tratado na ordem interna. 
Não há transformação em lei desse tratado 
internacional, mas apenas autorização 
 por decreto para que seja executado no Brasil. 
 
Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos 
Humanos 
 
As normas de Direitos Humanos são tipicamente constitucionais porque 
envolvem um princípio constitucional que é a base de todos os direitos 
fundamentais: o princípio da dignidade humana. 
 
Emenda Constitucional nº 45/2004 intensificou as discussões a respeito da 
posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos ao prever, 
no art. 5ª, §3º, da CRFB, que: 
 
§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem 
aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas 
constitucionais. 
 
OBS.: STF diz que se a matéria for de DH, mesmo que não aprovado como EC 
deve ter status especial. 
ASSIM: 
 tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de 
emenda constitucional: possuem status de emenda constitucional, mas 
não são emendas constitucionais 
 
 tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de 
norma infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em 
ponto intermediário, acima das leis, abaixo da Constituição Federal. 
 
 demais tratados internacionais, independentemente do quórum de 
aprovação: possuem status de norma infraconstitucional. 
 
TIDH 
Status de EC se aprovado com quórum de EC: cada Casa, 2 turnos, 3/5 dos 
votos. 
Status supralegal: sem quórum de EC. Patamar intermediário entre as normas 
infraconstitucionais e a CF. 
 
 
 
Direitos humanos na Constituição Brasileira. 
Deve ser contextualizada a importância dos DH na nossa Constituição. 
Na nossa CF/88 estão dispostos como DIREITOS FUNDAMENTAIS. 
Antes da CF/88 os direitos fundamentais eram tratados no final das constituições. 
Na CF/88, dada a importância histórica do tema naquele momento político, o 
constituinte se preocupou primeiro em definir os direitos fundamentais, depois a 
organização do Estado. 
- Dignidade da Pessoa Humana foi instituída como fundamento do Estado. 
- Prevalência dos DH dentro das relações internacionais, com o Brasil 
assumindo internacionalmente compromissos com relação aos DH. 
Quais são os Direitos Fundamentais na CF/88? 
- direitos individuais – 1ª dimensão 
- direitos políticos – 1ª dimensão 
- direitos de nacionalidade – 1ª dimensão 
- direitos coletivos – 3ª dimensão 
- direitos sociais – 2ª dimensão 
Nosso constituinte estabeleceu todas as dimensões no mesmo momento e 
mesmo patamar. 
Art. 5º: 
- igualdade 
- brasileiros e estrangeiros residentes no país. Estende-se aos turistas 
estrangeiros e apátridas. 
§ 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação 
imediata. 
§ 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados 
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. NÃO É ROL 
TAXATIVO, estamos em construção.) 
 
DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS 
Direito fundamental: interesse ou faculdade juridicamente protegida. Ex.; 
liberdade, vida. 
Garantia fundamental: um procedimento específico para garantir a proteção a 
esse direito fundamental. Ex: habeas corpus, vedação à pena de morte. 
CLASSIFICAÇÃO DAS GARANTIAS: 
- Processuais: remédios constitucionais. Ex: HC 
- Materiais: garantias propriamente ditas. Ex: sigilo das comunicações. 
- Institucionais: institutos que a CF consagra para garantia do Estado 
Democrático de Direito. Ex: separação dos poderes. 
 
CRFB/88 é a que mais tratou de DH no Brasil: CONSTITUIÇÃO CIDADÃ. 
Art. 1º da CF: fundamentos da República: 
SO CI DI VA PLU 
• Soberania 
• Cidadania 
• Dignidade da pessoa humana 
• Valor social do trabalho e da livre iniciativa Pluralidade de partidos 
políticos. 
 
 
 
Os principais DH estão do 5º ao 17: direitos fundamentais. 
- art. 5º - direitos individuais e coletivos 
- art. 6º ao 11 – direitos sociais 
- art. 12 e 13 – nacionalidade 
- art. 14 - direitos políticos 
- art. 17 – partidos políticos 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
COM GA ERRA PRO 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicara pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades 
sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, 
idade e quaisquer outras formas de discriminação.= IGUALDADE 
 
 
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais 
pelos seguintes princípios: 
A IN DE NÃO CON PRE I RE COO S 
 
I - independência nacional; 
II - prevalência dos direitos humanos; 
III - autodeterminação dos povos; 
IV - não-intervenção; 
V - igualdade entre os Estados; 
VI - defesa da paz; 
VII - solução pacífica dos conflitos; 
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; 
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - 
concessão de asilo político. 
 
 
CLÁUSULAS PÉTREAS. 
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir: (...) 
IV - os direitos e garantias individuais. 
 
MAS e os DIREITOS SOCIAIS? 
Jurisprudência amplia para outros direitos fundamentais: vedação de 
retrocesso social. Não podem ser suprimidos direitos já conquistados. 
 
INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA 
 Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações 
decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil 
seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer 
fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para 
a Justiça Federal. 
Competência: Procurador-Geral da República 
Endereçamento: STJ 
A quem destinado: Justiça Federal 
 
 
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS 
Considerações: 
Resoluções NÃO POSSUEM FORÇA VINCULANTE DE UM TRATADO OU 
CONVENÇÃO. 
Resolução é uma mera recomendação. 
PORÉM: A DUDH tem força vinculante sim, pois juntamente com os tratados, a 
DUDH é acolhida pela Carta Internacional de Direitos Humanos (1945). 
DUDH trata de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. 
Assunto já pacificado por Flávia Piovesan: “A Declaração Universal de 1948, 
ainda que não assuma a forma de tratado internacional, apresenta força jurídica 
obrigatória e vinculante, na medida em que constitui a interpretação autorizada 
da expressão ‘direitos humanos’, constante dos art. 1º, 3º e art. 55 da Carta das 
Nações Unidas.” 
 
Declaração Universal dos Direitos Humanos 
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 
217 A III) em 10 de dezembro 1948. 
Preâmbulo 
 
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros 
da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da 
liberdade, da justiça e da paz no mundo, 
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram 
em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento 
de um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de 
crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi 
proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, 
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo 
império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, 
à rebelião contra a tirania e a opressão, 
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas 
entre as nações, 
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé 
nos direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa 
humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram 
promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade 
mais ampla, 
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em 
cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades 
fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades, 
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da 
mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, 
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal 
dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e 
todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da 
sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do 
ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, 
pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por 
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto 
entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos 
territórios sob sua jurisdição. 
Artigo 1 
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São 
dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com 
espírito de fraternidade. 
Artigo 2 
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades 
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de 
raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem 
nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, 
jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer 
se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer 
sujeito a qualquer outra limitação de soberania. 
Artigo 3 
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. 
Artigo 4 
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de 
escravos serão proibidos em todas as suas formas. 
Artigo 5 
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano 
ou degradante. 
Artigo 6 
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como 
pessoa perante a lei. 
Artigo 7 
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual 
proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer 
discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a 
tal discriminação. 
Artigo 8 
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes 
remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam 
reconhecidos pela constituição ou pela lei. 
Artigo 9 
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. 
Artigo 10 
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública 
audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus 
direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. 
Artigo 11 
1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido 
inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em 
julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias 
necessárias à sua defesa. 
2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, 
não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não 
será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era 
aplicável ao ato delituoso. 
Artigo 12 
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu 
lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser 
humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. 
Artigo 13 
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro 
das fronteiras de cada Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio 
e a esse regressar. 
Artigo 14 
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito deprocurar e de 
gozar asilo em outros países. 
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição 
legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos 
objetivos e princípios das Nações Unidas. 
Artigo 15 
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de 
mudar de nacionalidade. 
Artigo 16 
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, 
nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma 
família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua 
dissolução. 
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento 
dos nubentes. 
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à 
proteção da sociedade e do Estado. 
Artigo 17 
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. 
Artigo 18 
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; 
esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de 
manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em 
público ou em particular. 
Artigo 19 
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito 
inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e 
transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de 
fronteiras. 
Artigo 20 
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. 
Artigo 21 
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país 
diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será 
expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto 
secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. 
Artigo 22 
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, 
à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo 
com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais 
e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua 
personalidade. 
Artigo 23 
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a 
condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual 
remuneração por igual trabalho. 
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e 
satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência 
compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, 
outros meios de proteção social. 
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar 
para proteção de seus interesses. 
Artigo 24 
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável 
das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. 
Artigo 25 
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a 
si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, 
cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em 
caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda 
dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. 
Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma 
proteção social. 
Artigo 26 
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos 
nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. 
A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução 
superior, esta baseada no mérito. 
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da 
personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser 
humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a 
compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais 
ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da 
manutenção da paz. 
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que 
será ministrada a seus filhos. 
Artigo 27 
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da 
comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus 
benefícios. 
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais 
decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja 
autor. 
Artigo 28 
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os 
direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser 
plenamente realizados. 
Artigo 29 
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e 
pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito 
apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de 
assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de 
outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do 
bemestar de uma sociedade democrática. 
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser 
exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. 
Artigo 30 
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o 
reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer 
qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer 
dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. 
Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes. 
DECRETO No 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991. 
Promulga a Convenção Contra a 
 Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o 
art. 84, inciso VIII, da Constituição, e 
Considerando que a Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL 
Sessão, realizada em Nova York, adotou a 10 de dezembro de 1984, a 
Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes; 
Considerando que o Congresso Nacional aprovou a referida Convenção por 
meio do Decreto Legislativo nº 4, de 23 de maio de 1989; 
Considerando que a Carta de Ratificação da Convenção foi depositada em 
28 de setembro de 1989; 
Considerando que a Convenção entrou em vigor para o Brasil em 28 de 
outubro de 1989, na forma de seu artigo 27, inciso 2; 
DECRETA: 
Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas 
Cruéis, Desumanos ou Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto, 
será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. Art. 2º Este 
Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da Independência e 103º da 
República. 
FERNANDO COLLOR 
Francisco Rezek 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.2.1991 
 
CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTRAS PENAS OU 
TRATAMENTOS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES. 
Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 
de dezembro de 1984 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument
A Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes – primeiro documento internacional do Sistema 
Global Específico. 
É um dos principais diplomas de proteção aos Direitos Humanos. 
Adotada pela Resolução nº 39/46 da ONU, em 1984 e ratificada pelo Brasil em 
1989. 
Traz claramente a ideia de que a prática da tortura, o tratamento cruel desumano 
e degradante são vedados. 
Também reflete o desejo da comunidade internacional em criar meios mais 
eficazes para lutar contra essas condutas 
Reafirma a ideia de que é um direito absoluto, não pode ser relativizado, como o 
direito à vida. 
Art. 1º da convenção define o conceito de TORTURA: 
• inflição de dor ou sofrimento físico ou mental, de forma dolosa 
• praticado com a finalidade de obter informações, castigar ou intimidar 
• vinculação, ao menos indireta, do agente com o Estado 
O conceito ainda excepciona a dor ou sofrimento resultante de sanções 
legítimas, impostas em razão do cometimento de crimes. 
Tortura é considerada crime contra a ordem internacional na medida em que 
revela a perversidade dos atos estatais em praticar atos atentatórios à dignidade 
da pessoa. 
 
DEMAIS CONCEITOS: 
Tratamento cruel ou desumano: abrange atos que intensificam 
desnecessariamente o sofrimento da vítima em razão de atos brutais para além 
do normal do agente. 
Tratamento degradante: atos praticados com o intuito de diminuir, de humilhar a 
pessoa. 
 
Artigo 2.º 1. Os Estados partes tomarão as medidas legislativas, administrativas, 
judiciais ou quaisquer outras que se afigurem eficazes para impedir que atos de 
tortura sejam cometidos em qualquer território sob a sua jurisdição. 
2. NENHUMA circunstância excepcional, qualquer que seja, quer se trate de 
estado de guerra ou de ameaça de guerra, de instabilidade política interna ou de 
outro estado de exceção, poderá ser invocada para justificar a tortura. 
3. NENHUMA ordem de um superior ou de uma autoridade pública poderá 
ser invocada para justificar a tortura. Não cabe alegar obediência hierárquica. 
Art. 3º - não devolver, não extraditar, não expulsar para outro Estado onde possa 
ocorrer tortura. 
Art. 4º e 5º - É dever do Estado: 
- tipificar como crime as condutas que envolvam tortura na forma tentada, 
consumada e participação. 
- estabelecer jurisdição: 
 território, a bordo de navio, em espaço aéreo 
 criminoso nacional ou estiver em seu território 
 vítima cidadã 
Art. 6º - Dever de detenção: compromisso que os Estados assumem de coibir a 
tortura, instaurando o processo penal para punir (jurisdição compulsória) ou de 
extradição para o país de origem (jurisdição universal). 
EXTRADIÇÃO 
Procedimento por intermédio do qual um Estado solicita a outro a entrega de 
uma pessoa condenada ou suspeita pela prática de crimes para que responda 
penalmente. 
A extradição, contudo, é ato de soberania, uma vez que não é possível obrigar o 
Estado a extraditar. 
Diante disso, são fixados tratados internacionais bilaterais ou multilaterais entre 
países para viabilizar o procedimento de extradição. 
São elencados crimes e requisitos para que a extradição seja operada. Dito de 
outro modo, não havendo tratado ou, mesmo havendo tratado, se não 
preenchidos os requisitos do tratado a extradição não será operada. 
MAS!!!! No caso da tortura, a Convenção fixa que esse crime é extraditável em 
qualquer tratado de extradição, ainda que não exista tratado bilateral prevendo 
a possibilidade. 
Art. 9º - Princípio da cooperação internacional 
Art. 10- compromisso que os Estados-parte assumem de incorporar o ensino e 
de informar sobre a proibição da tortura, às pessoas que executam atividades na 
área de segurança pública. 
O artigo 11 a 13 da Convenção tratam do dever de investigação do Estado 
quando houver suspeitas internas da prática de tortura. 
Art. 11 - vigilância sistemática relativamente à aplicação das normas, instruções, 
métodos e práticas de interrogatório, e bem assim das disposições relativas à 
guarda e ao tratamento das pessoas sujeitas a qualquer forma de prisão, 
detenção ou encarceramento. Revisão da legislação. 
Art. 12 – apuração rigorosa sempre que houver denúncia de tortura. 
Art. 13 – é garantido às pessoas que aleguem ter sido submetidas a tortura o 
direito de apresentar queixa perante as autoridades competentes. 
Art. 14 – direito de reparação, indenização e reabilitação para a vítima ou seus 
herdeiros. 
Art. 15 - declaração obtida sob tortura não pode ser usada como prova, SALVO 
se for utilizada para provar que a tortura ocorreu. 
 
MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO 
Art. 17: Comitê contra a Tortura: composto por 10 peritos, que atuarão em nome 
próprio e serão eleitos, em votação secreta, para um mandato de 4 anos cabendo 
reeleição desde que novamente designados. “Assento a título pessoal”. 
Mecanismos de fiscalização: 
1. Art. 19 – Relatórios. A cada 4 anos e quando solicitados pelo 
Comitê. Obrigatório. 
2. Art. 20 – Investigação de Ofício (in loco): fiscalização por iniciativa 
do Comitê quando houver informações idôneas e fundadas de que a 
prática da tortura é sistematicamente praticada; 
• inquérito confidencial e apurado em cooperação com o Estado-parte; 
• conclusões constarão de relatório, com comentários e sugestões. 
• depende de autorização do Estado-parte investigado. 
3. Art. 21 – Comunicações interestatais. É facultativo. Devem ser 
reconhecidas. Regras: 
 um Estado-parte poderá chamar atenção de outro quanto ao 
descumprimento das regras da Convenção; 
 o Estado-parte comunicado dispõe de 3 meses para prestar as informações 
e explicações que entender; 
 após 6 meses, se não houver resolução do conflito, poderá ser submetido 
ao Comitê; 
 o Comitê analisará a questão e, se constatado o esgotamento das vias 
internas, proporá solução amigável da questão; 
 o Comitê deverá apresentar relatório no prazo de 12 meses a contar da 
data em que foi notificado para atuar na comunicação, expondo se foi ou 
não obtida solução para o caso concreto. 
 
4. Art. 22 – Petições Individuais. Requisitos: 
- necessidade de aceitação pelo Estado 
- vedação ao anonimato 
- não estar sendo analisado por outra instância internacional 
- esgotamento dos recursos internos disponíveis 
 
Art. 30 – Divergências entre os Estados a respeito dos termos ou interpretação 
da convenção: podem pedir arbitragem. 
Divergência – arbitragem – 6meses para solução – caso não acordem: TIJ 
 
PROTOCOLO FACULTATIVO 
Em 2002, a ONU adotou o Protocolo Adicional à Convenção contra a Tortura e 
Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, que foi 
assinado pelo Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto 
Legislativo nº 483/2006, ratificado e depositado internacionalmente pelo 
Presidente da República, que o promulgou internamente por intermédio do 
Decreto nº 6.085/2007. 
FINALIDADE: Estabelecer um sistema de visitas regulares, efetuadas por órgãos 
nacionais e internacionais independentes, a lugares onde pessoas são privadas 
de sua liberdade, com a intenção de prevenir a tortura e outros tratamentos ou 
penas cruéis, desumanos ou degradantes. 
ÓRGÃO: Subcomitê de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas 
Cruéis, Desumanos ou Degradantes: 
10 membros, com conhecimentos na área de administração da justiça, em 
particular no direito penal e na administração penitenciária ou policial, votação 
secreta, mandato de 4 anos (artigo 9º). 
Os países que aderirem ao Protocolo devem permitir, que o Subcomitê realize 
visitanos locais em que hajam pessoas custodiadas por força de ordem pública. 
O Subcomitê poderá fazer recomendações e observações, relatórios redigidos 
em conjunto com os Estados-parte, bem como um relatório anual que será 
encaminhado ao Comitê contra a Tortura. 
 
 
DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO 
PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4.226, 
DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 
Estabelece Diretrizes sobre o Uso da 
Força pelos Agentes de Segurança 
Pública. 
 
O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA e o MINISTRO DE ESTADO CHEFE 
DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA 
REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhes conferem os incisos I e II, do 
parágrafo único, do art. 87, da Constituição Federal e, 
CONSIDERANDO que a concepção do direito à segurança pública com 
cidadania demanda a sedimentação de políticas públicas de segurança 
pautadas no respeito aos direitos humanos; 
CONSIDERANDO o disposto no Código de Conduta para os Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral das 
Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979, nos 
Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários 
Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das 
Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, 
realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999, nos 
Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os 
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho 
Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de 
maio de 1989 e na Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas 
Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotado pela Assembleia Geral das 
Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de dezembro 
de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991; 
CONSIDERANDO a necessidade de orientação e padronização dos 
procedimentos da atuação dos agentes de segurança pública aos princípios 
internacionais sobre o uso da força; 
CONSIDERANDO o objetivo de reduzir paulatinamente os índices de letalidade 
resultantes de ações envolvendo agentes de segurança pública; e, 
CONSIDERANDO as conclusões do Grupo de Trabalho, criado para elaborar 
proposta de Diretrizes sobre Uso da Força, composto por representantes das 
Polícias Federais, Estaduais e Guardas Municipais, bem como com 
representantes da sociedade civil, da Secretaria de Direitos Humanos da 
Presidência da República e do Ministério da Justiça, resolvem: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de 
Segurança Pública, na forma do Anexo I desta Portaria. 
Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes estabelecidas no Anexo I, as 
definições constantes no Anexo II desta Portaria. 
Art. 2º A observância das diretrizes mencionadas no artigo anterior passa a ser 
obrigatória pelo Departamento de Polícia Federal, pelo Departamento de Polícia 
Rodoviária Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Força 
Nacional de Segurança Pública. 
§ 1º As unidades citadas no caput deste artigo terão 90 dias, contados a partir 
da publicação desta portaria, para adequar seus procedimentos operacionais e 
seu processo de formação e treinamento às diretrizes supramencionadas. 
§ 2º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir 
da publicação desta portaria, para fixar a normatização mencionada na diretriz 
No- 9 e para criar a comissão mencionada na diretriz No- 23. 
§ 3º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir 
da publicação desta portaria, para instituir Comissão responsável por avaliar sua 
situação interna em relação às diretrizes não mencionadas nos parágrafos 
anteriores e propor medidas para assegurar as adequações necessárias. 
Art. 3º A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o 
Ministério da Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar 
iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação das diretrizes 
tratadas nesta portaria pelos entes federados, respeitada a repartição de 
competências prevista no art. 144 da Constituição Federal. 
Art. 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça 
levará em consideração a observância das diretrizes tratadas nesta portaria no 
repasse de recursos aos entes federados. 
Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação. 
 
LUIZ PAULO BARRETO 
Ministro de Estado da Justiça 
 
PAULO DE TARSO VANNUCHI 
Ministro de Estado Chefe da Secretaria de 
Direitos Humanos da Presidência da República 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm
ANEXO I 
 
DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS 
AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA 
 
1. O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se pautar nos 
documentos internacionais de proteção aos direitos humanos e deverá 
considerar, primordialmente: 
a. ao Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação 
da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 
34/169, de 17 de dezembro de 1979; 
b. os Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta 
para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo 
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 
24 de maio de 1989; 
c. os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos 
Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo 
Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos 
Delinquentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 
1999; 
d. a Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, 
Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de dezembro de 
1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991. 
2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos 
princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e 
conveniência. 
3. Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo 
contra pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra 
perigo iminente de morte ou lesão grave. 
4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja 
desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente 
risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de segurança pública ou 
terceiros. 
5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite 
bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato 
de morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm
6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática 
aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em 
razão da imprevisibilidade de seus efeitos. 
7. O ato de apontar arma defogo contra pessoas durante os procedimentos 
de abordagem não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada. 
8. Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa 
vir a se envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) 
instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção 
necessários à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de 
fogo. 
9. Os órgãos de segurança pública deverão editar atos normativos 
disciplinando o uso da força por seus agentes, definindo objetivamente: 
a. os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas; 
b. as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao ambiente/entorno e 
ao risco potencial a terceiros não envolvidos no evento; 
c. o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e atualização periódica 
ao uso de cada tipo de instrumento; 
d. a proibição de uso de armas de fogo e munições que provoquem lesões 
desnecessárias e risco injustificado; e 
e. o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições pelo agente de 
segurança pública. 
10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de 
segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações: 
a. facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos; 
b. promover a correta preservação do local da ocorrência; 
c. comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; e 
d. preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, 
disciplinado na Diretriz n.º 22. 
11. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de 
segurança pública deverá realizar as seguintes ações: 
a.facilitar a assistência e/ou auxílio médico dos feridos; 
b.recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, 
vinculandoas aos seus respectivos portadores no momento da ocorrência; 
c.solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos bem como 
exames médico-legais; 
d.comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou 
morta(s); 
e.iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão equivalente, 
investigação imediata dos fatos e circunstâncias do emprego da força; 
f.promover a assistência médica às pessoas feridas em decorrência da 
intervenção, incluindo atenção às possíveis sequelas; 
g.promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança 
pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes 
do fato ocorrido; e 
h.afastar temporariamente do serviço operacional, para avaliação psicológica e 
redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente 
em ocorrências com resultado letal. 
12. Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança 
pública deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar 
com situações de estresse e uso da força e arma de fogo. 
13. Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança 
pública e os cursos de formação e especialização dos agentes de segurança 
pública devem incluir conteúdos relativos a direitos humanos. 
14. As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente 
de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de 
maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência 
sócio-familiar. 
15. A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que 
englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo 
formal e tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em 
atividades fim, registros funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento 
em ensino. Os instrutores deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos 
teóricos e práticos e sua atuação deve ser avaliada. 
16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada 
tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam 
avaliação técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de 
revisão periódica mínima. 
17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou 
instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente 
habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial 
ofensivo for introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de 
treinamento específico com vistas à habilitação do agente. 
18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve 
ser feita com periodicidade mínima de 1 (um) ano. 
19. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de 
técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança 
pública, de acordo com a especificidade da função operacional e sem se 
restringir às unidades especializadas. 
20. Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas 
de educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor 
potencial ofensivo. 
21. As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e 
identificadas de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional. 
22. O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente 
avaliado. 
23. Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas de 
controle e acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso 
efetivo da força pelos seus agentes. 
24. Os agentes de segurança pública deverão preencher um relatório 
individual todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de 
instrumentos de menor potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O 
relatório deverá ser encaminhado à comissão interna mencionada na Diretriz n.º 
23 e deverá conter no mínimo as seguintes informações: 
a.circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo 
por parte do agente de segurança pública; 
b.medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor 
potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser 
contempladas; 
c.tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e 
pessoa contra a qual foi disparada a arma; 
d. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a 
frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento; 
e. quantidade de agentes de segurança pública feridos ou mortos na 
ocorrência, meio e natureza da lesão; 
f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados 
pelo(s) agente(s) de segurança pública; g. número de feridos e/ou mortos 
atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo utilizados pelo(s) 
agente(s) de segurança pública; 
h. número total de feridos e/ou mortos durante a missão; 
i. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas 
regiões corporais atingidas; 
j. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial 
ofensivo e as respectivas regiões corporais atingidas; 
k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o 
caso; e 
l. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa. 
25. Os órgãos de segurança pública deverão, observada a 
legislação pertinente, oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao 
trabalho aos agentes de segurança pública que 
 adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas 
atividades. 
 
 
ANEXO II 
 
GLOSSÁRIO 
Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas, 
especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar 
temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua 
integridade. 
Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo armas 
e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar 
ou incapacitar temporariamente pessoas,para preservar vidas e minimizar 
danos à sua integridade. 
Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI) 
ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida 
dos agentes de segurança pública. 
Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte 
do agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública 
e a lei. 
Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e 
equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar 
danos à integridade das pessoas. 
Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas, 
especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, 
preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas. 
Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de segurança 
pública em resposta a uma ameaça real ou potencial. 
Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em 
função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os 
objetivos legais pretendidos. 
Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a 
força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei. 
Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança 
pública deve sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando 
sempre reduzir o emprego da força. 
Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado 
quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os 
objetivos legais pretendidos. 
Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser 
compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e 
com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública. 
Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos empregados 
em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos 
de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos 
à integridade das pessoas. 
Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em 
resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que 
possam causar ferimentos ou mortes. 
 
Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos 
Profissionais de Segurança Pública (2010). 
 
As 67 diretrizes da Portaria Interministerial SEDH/MJ Nº 2 estão divididas em 14 
temáticas: 
1. Direitos Constitucionais e Participação Cidadã, 
2. Valorização da Vida, 
3. Direito à Diversidade, 
4. Saúde, 
5. Reabilitação e Reintegração, 
6. Dignidade e Segurança no Trabalho, 
7. Seguros e Auxílios, 
8. Assistência Jurídica, 
9. Habitação, 
10. Cultura e Lazer, 
11. Educação, 
12. Produção de Conhecimentos, 
13. Estruturas e Educação em Direitos Humanos e 
14. Valorização Profissional. 
 
Direitos Constitucionais e Participação Cidadã 
1 Adequar as leis e os regulamentos disciplinares que versam sobre direitos 
e deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição Federal de 
1988. 
2 Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de segurança 
pública nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, reflexão e 
formulação das políticas públicas relacionadas com a área, tais como 
conferências, conselhos, seminários, pesquisas, encontros e fóruns temáticos. 
3 Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos 
profissionais de segurança pública, especialmente por meio de internet, blogs, 
sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988. 
4 Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do direito de voto 
por todos os profissionais de segurança pública. 
Valorização da Vida 
5 Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos 
profissionais de segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, 
garantindo sua reposição permanente, considerados desgaste e prazos de 
validade. 
6 Assegurar que os equipamentos de proteção individual contemplem as 
diferenças de gênero e de compleição física. 
7 Garantir, aos profissionais de segurança pública, instrução e treinamento 
continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção individual. 
8 Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação de todos os 
veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar instalações 
dignas em todas as instituições, com ênfase para as condições de segurança, 
higiene, saúde e ambiente de trabalho. 
9 Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, a efetiva 
disponibilização de equipamentos de proteção individual aos profissionais de 
segurança pública. 
 
Direito à Diversidade 
10 Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à prevenção, 
identificação e ao enfrentamento do racismo nas instituições de segurança 
pública, combatendo qualquer modalidade de preconceito. 
11 Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das profissionais de 
segurança pública, considerando as especificidades relativas à gestação e à 
amamentação, bem como as exigências permanentes de cuidado com filhos 
crianças e adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamentos 
individuais específicos sempre que necessário. 
12 Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de segurança 
pública para organização de eventos de integração familiar entre todos os 
profissionais, com ênfase em atividades recreativas, esportivas e culturais 
voltadas a crianças, adolescentes e jovens. 
13 Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de não discriminação e 
de pleno respeito à liberdade de orientação sexual do profissional de segurança 
pública, com ênfase no combate à homofobia. 
14 Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de segurança 
pública idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para transmissão 
de experiências, bem como a formação de equipes de trabalho compostas por 
servidores de diferentes faixas etárias para exercitar a integração 
intergeracional. 
15 Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a preparação do 
profissional de segurança pública para o período de aposentadoria, estimulando 
o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase de serviço 
ativo. 
16 Implementar os paradigmas de acessibilidade e empregabilidade das 
pessoas com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de 
segurança pública, assegurando a reserva constitucional de vagas nos 
concursos públicos. 
Saúde 
17 Oferecer, ao profissional de segurança pública e a seus familiares, 
serviços permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e tratamento 
de saúde. 18 Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança 
pública ao atendimento independente e especializado em saúde mental. 
19 Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados 
aos profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal 
ou alto nível de estresse. 
20 Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do alcoolismo, 
tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência química entre 
profissionais de segurança pública. 
21 Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, disponibilizando 
atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e divulgação de 
informações sobre o assunto. 
22 Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao enfrentamento da 
depressão, estresse e outras alterações psíquicas. 
23 Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos para 
identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. 
24 Prevenir as consequências do uso continuado de equipamentos de 
proteção individual e outras doenças profissionaisocasionadas por esforço 
repetitivo, por meio de acompanhamento médico especializado. 
25 Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de 
mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte 
da jornada semanal de trabalho. 
26 Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como forma de 
diminuição de condições de risco à saúde e como fator de bem estar profissional 
e autoestima. 
Reabilitação e Reintegração 
27 Promover a reabilitação dos profissionais de segurança pública que 
adquiram lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais em 
decorrência do exercício de suas atividades. 
28 Consolidar, como valor institucional, a importância da readaptação e da 
reintegração dos profissionais de segurança pública ao trabalho em casos de 
lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais adquiridos em 
decorrência do exercício de suas atividades. 
29 Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de segurança 
pública e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho como 
alternativa ao afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente 
de trabalho, ferimentos ou sequelas. 
Dignidade e Segurança no Trabalho 
30 Manter política abrangente de prevenção de acidentes e ferimentos, 
incluindo a padronização de métodos e rotinas, atividades de atualização e 
capacitação, bem como a constituição de comissão especializada para 
coordenar esse trabalho. 
31 Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e permanente 
a toda informação necessária para o correto desempenho de suas funções, 
especialmente no tocante à legislação a ser observada. 
32 Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus tratos, tratamento 
cruel, desumano ou degradante contra os profissionais de segurança pública, 
tanto no cotidiano funcional como em atividades de formação e treinamento. 
33 Combater o assédio sexual e moral nas instituições, veiculando 
campanhas internas de educação e garantindo canais para o recebimento e a 
apuração de denúncias. 
34 Garantir que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos dispondo 
sobre punições, escalas, lotação e transferências sejam devidamente motivados 
e fundamentados. 
35 Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de 
segurança pública, garantindo o exercício do direito à convivência familiar e 
comunitária. 
Seguros e Auxílios 
36 Apoiar projetos de leis que instituam seguro especial aos profissionais de 
segurança pública, para casos de acidentes e traumas incapacitantes ou morte 
em serviço. 
37 Organizar serviços de apoio, orientação psicológica e assistência social 
às famílias de profissionais de segurança pública para casos de morte em 
serviço. 
38 Estimular a instituição de auxílio-funeral destinado às famílias de 
profissionais de segurança pública ativos e inativos. 
Assistência Jurídica 
39 Firmar parcerias com Defensorias Públicas, serviços de atendimento 
jurídico de faculdades de Direito, núcleos de advocacia pro bono e outras 
instâncias de advocacia gratuita para assessoramento e defesa dos profissionais 
de segurança pública, em casos decorrentes do exercício profissional. 
40 Proporcionar assistência jurídica para fins de recebimento de seguro, 
pensão, auxílio ou outro direito de familiares, em caso de morte do profissional 
de segurança pública. 
Habitação 
41 Garantir a implementação e a divulgação de políticas e planos de 
habitação voltados aos profissionais de segurança pública, com a concessão de 
créditos e financiamentos diferenciados. 
Cultura e Lazer 
42 Conceber programas e parcerias que estimulem o acesso à cultura pelos 
profissionais de segurança pública e suas famílias, mediante vales para 
desconto ou ingresso gratuito em cinemas, teatros, museus e outras atividades, 
e que garantam o incentivo à produção cultural própria. 
43 Promover e estimular a realização de atividades culturais e esportivas nas 
instalações físicas de academias de polícia, quartéis e outros prédios das 
corporações, em finais de semana ou outros horários de disponibilidade de 
espaços e equipamentos. 
44 Estimular a realização de atividades culturais e esportivas desenvolvidas 
por associações, sindicatos e clubes dos profissionais de segurança pública. 
Educação 
45 Estimular os profissionais de segurança pública a frequentar programas 
de formação continuada, estabelecendo como objetivo de longo prazo a 
universalização da graduação universitária. 
46 Promover a adequação dos currículos das academias à Matriz Curricular 
Nacional, assegurando a inclusão de disciplinas voltadas ao ensino e à 
compreensão do sistema e da política nacional de segurança pública e dos 
Direitos Humanos. 
47 Promover nas instituições de segurança pública uma cultura que valorize 
o aprimoramento profissional constante de seus servidores também em outras 
áreas do conhecimento, distintas da segurança pública. 
48 Estimular iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento profissional e à 
formação continuada dos profissionais de segurança pública, como o projeto de 
ensino a distância do governo federal e a Rede Nacional de Altos Estudos em 
Segurança Pública (Renaesp). 
49 Assegurar o aperfeiçoamento profissional e a formação continuada como 
direitos do profissional de segurança pública. 
Produção de Conhecimentos 
50 Assegurar a produção e divulgação regular de dados e números 
envolvendo mortes, lesões e doenças graves sofridas por profissionais de 
segurança pública no exercício ou em decorrência da profissão. 
51 Utilizar os dados sobre os processos disciplinares e administrativos 
movidos em face de profissionais de segurança pública para identificar 
vulnerabilidades dos treinamentos e inadequações na gestão de recursos 
humanos. 
52 Aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre diagnose e prevenção 
de doenças ocupacionais entre profissionais de segurança pública. 
53 Identificar locais com condições de trabalho especialmente perigosas ou 
insalubres, visando à prevenção e redução de danos e de riscos à vida e à saúde 
dos profissionais de segurança pública. 
54 Estimular parcerias entre universidades e instituições de segurança 
pública para diagnóstico e elaboração de projetos voltados à melhoria das 
condições de trabalho dos profissionais de segurança pública. 
55 Realizar estudos e pesquisas com a participação de profissionais de 
segurança pública sobre suas condições de trabalho e a eficácia dos programas 
e serviços a eles disponibilizados por suas instituições. 
Estruturas e Educação em Direitos Humanos 
56 Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em Direitos 
Humanos nas academias e na estrutura regular das instituições de segurança 
pública, incluindo entre suas tarefas a elaboração de livros, cartilhas e outras 
publicações que divulguem dados e conhecimentos sobre o tema. 
57 Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos Humanos nas 
instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e teóricas e adotem 
o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como referência. 
58 Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos nas 
academias, reforçando nos cursos a compreensão de que os profissionais de 
segurança pública também são titulares de Direitos Humanos, devem agir como 
defensores e promotores desses direitos e precisam ser vistos dessa forma pela 
comunidade. 
59 Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar a 
compreensão de que a atuação do profissional de segurança pública, orientada 
por padrões internacionais de respeito aos Direitos Humanos, não dificulta, nem 
enfraquece a atividade das instituições de segurança pública, mas confere-lhes 
credibilidade, respeito social e eficiência superior. 
Valorização Profissional 
60 Contribuir para a implementação de planos voltados à

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