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DIREITOS HUMANOS Profª MÁRCIA BETÂNIA DIREITOS HUMANOS TEORIA GERAL DOS DIREITOS HUMANOS CONCEITO E TERMINOLOGIA DH formam um conjunto de normas jurídicas nacionais e internacionais que buscam assegurar um patamar mínimo de dignidade para todo e qualquer ser humano. Para o professor Antônio Peres Luño: “os direitos humanos constituem um conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico, concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidas positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional.” São normas de DH: a) Tratados internacionais b) Costumes c) Princípios gerais do Direito Internacional No âmbito interno destacam-se: a) CF b) Leis específicas c) Atos normativos secundários (decretos executivos) Em se falando de DH, a função do conjunto de regras é TUTELAR A DIGNIDADE! CARACTERÍSTICA DOS DH: a) INERÊNCIA: os DH pertencem a todos os seres humanos b) UNIVERSALIDADE: não importa a raça, a cor, o sexo, a origem, a condição social, a língua, a religião ou opção sexual. c) TRANSNACIONALIDADE: não importa o local em que esteja. d) INDIVISIBILIDADE; os DH não são fracionados; implicam em UNICIDADE. Implicam em um combo que não pode ser fracionado. Esse combo é oferecido como um todo, em alguns momentos alguns DH serão mais cotejados que outros, haverá preponderância de um sobre outro, mas não quer dizer que ele seja retirado da pessoa. e) INTERDEPENDÊNCIA: para o exercício de um, muitas vezes, passo obrigatoriamente por outro, de outra dimensão/geração. f) INDISPONIBILIDADE: ou IRRENUNCIABILIDADE o ser humano não pode dispor dele por lhe ser inerente e o Estado não pode suprimi-lo, uma vez reconhecido. Ex.: arremesso de anão g) IMPRESCRITIBILIDADE: Não prescrevem por decurso de prazo. Ex.: direito à intimidade é direito durante toda a existência e até após a morte. h) INDIVIDUALIDADE: podem ser exercidos por apenas um indivíduo. i) COMPLEMENTARIEDADE: Devem ser interpretados em conjunto, sem hierarquia entre eles. j) INVIOLABILIDADE: Não podem ser descumpridos por nenhuma pessoa ou autoridade. k) INTERRELACIONARIEDADE: eles e seus mecanismos de proteção se inter-relacionam, possibilitando que as pessoas possam escolher entre o mecanismo global ou o regional, não havendo hierarquia entre os mesmos. l) HISTORICIDADE: estão vinculados ao desenvolvimento histórico e cultural do ser humano. Implicam em expansão. Direito Natural x Direitos Humanos Fixo, absoluto, atemporal evolutivo, expansionista m) VEDAÇÃO AO RETROCESSO OU REGRESSO: não se admite retrocesso visando limitação ou diminuição de direito já conferido. Efeito cliquet. n) PREVALÊNCIA DA NORMA MAIS BENÉFICA: no caso concreto, deve prevalecer a norma mais benéfica para a vítima da violação. o) SUPERIORIDADE NORMATIVA (jus cogens): a ideia de DH prevalece em relação às demais normas. Também pode vir como característica da essencialidade!!!! 1. Formal: se desrespeitar uma norma de DH a norma não é aplicada. Atenção: Pirâmide normativa – TIDH terão um tratamento diferenciado!!! Um tratado de DH nunca poderá ser supranacional em razão da soberania, então entram com status de EC ou como norma supralegal. 2. Material: DH é mais relevante que uma norma de Direito Comercial, p. ex. p) INALIENABILIDADE: DH não podem ser comercializados, nem despojados. Não posso colocar Valor $$$$ Art. 14 CC – disposição do corpo após a morte: gratuita e com fins científicos ou altruísticos. q) APLICABILIDADE IMEDIATA (EFETIVIDADE) Art. 5º, § 1º CF: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. r) DIMENSÃO OBJETIVA Impõem uma atuação estatal voltada para a proteção de tais direitos. s) RELATIVIDADE: é contraposição à ideia de que os DH seriam absolutos. Exceção: não pode ser relativizado, são absolutos: - Proibição à tortura e à escravidão, a penas cruéis e degradantes. PARA PENSAR: Como estabelecer um conceito universal de Dignidade Humana com culturas tão diferentes? RELATIVISMO CULTURAL - Concepções morais variam de acordo com as diversas sociedades (concepções culturais) - Não deve ser desconsiderado o contexto social em que a pessoa está inserida. UNIVERSALISMO X RELATIVISMO CULTURAL Solução: buscar um mínimo ético irredutível: núcleo que é igual a todos em todos os lugares. ESTRUTURA NORMATIVA: Normas jurídicas compreendem regras e princípios. - Regras: enunciados jurídicos que preveem uma situação fática que, se ocorrer, haverá uma consequência jurídica. - Princípios: possuem carga valorativa, aplicadas por ponderação de interesses. Em DH a estrutura normativa é formada majoritariamente por princípios (caráter principiológico) que por regras, por isso dizemos que: DH possuem estrutura normativa ABERTA! Direitos Humanos # Direitos Fundamentais Possuem o mesmo conteúdo, mas a diferença está no âmbito da positivação DIREITOS HUMANOS: internacionalmente. (DUDH, Pacto de San Jose da Costa Rica...) DIREITOS FUNDAMENTAIS: internamente. (CF, ECA, EPD...) A expressão Direitos Humanos é utilizada, comumente, para externar valores e direitos consagrados em tratados internacionais. No Brasil a terminologia direitos fundamentais, por sua vez, passa a ser utilizada no momento em que aquele conjunto de Direitos Humanos são geradores de um movimento de constitucionalismo, assim positivado na nossa Constituição Federal. Neste sentido, segundo o conceito melhor empregado e comum a diversos doutrinadores de direito explica que por Direitos Fundamentais entende-se o conjunto de situações jurídicas positivadas em mandamento fundamental visando liberdade, igualdade e dignidade da pessoa humana. FUNDAMENTAÇÃO Premissas sobre as quais os direitos humanos encontram suas razões. CORRENTES: 1- Impossibilidade de delimitação dos fundamentos, pois: - existem divergências quanto à definição de qual o conjunto de direitos abrangidos. - disciplina que está em constante evolução - são consagrados a partir de juízos de valor eu não podem ser comprovadas ou justificadas. 2- Vários doutrinadores entendem existir fundamentação. I. FUNDAMENTO JUSNATURALISTA: (implícitos ao existir) Direito natural, origem divina. Decorrem de uma ordem superior, universal, inderrogável e imutável. II. FUNDAMENTO POSITIVISTA (segurança) Opõe-se ao jusnaturalismo. Todos os direitos seriam decorrentes de normas. Crítica: como fica o princípio implícito? E se a norma for omissa, onde ficam os DH? III. FUNDAMENTO RACIONALISTA (racionalidade) Aquilo que o homem, por meio de uma reflexão racional estabelece como inerente à condição humana constituirá o fundamento para os DH. Crítica: fica muito aberta. IV. FUNDAMENTO MORAL (valores coletivos) DH podem ser considerados direitos morais, que não aferem sua validade por normas positivadas, mas de valores morais da coletividade humana. Baseiamse em princípios. Qual o fundamento que prevalece? Nenhum prevalece isoladamente, mas o que prevalece é o conjunto desses fundamentos em busca da realização da dignidade humana. AFIRMAÇÃO HISTÓRICA DOS DH Podemos estudar a evolução e instituição dos Direitos Humanos sob duas órbitas: - Fatos: Remete à análise de fatos históricos que levaram ao surgimento de direitos e de garantias protetivos da dignidade das pessoas (Fábio Konder Comparato) - Direitos: dimensões Fatos a) Período Axial (eixo) Antes as coisas eram fruto da criação dos deuses. Com o período axial, o homem passou a ser o centro das atenções, desapegando-se da mitologia, passando auma visão mais filosófica. b) Estado (Reino de Davi, Democracia Ateniense e República Romana) Desenvolvimento de mecanismos de limitação do poder político: Leis. -Reino de Davi: subordinação à lei divina -Democracia Ateniense: ativa participação popular -República Romana; a limitação do poder político dava-se por controles recíprocos entre os órgãos. Grécia e Atenas – A pessoa humana surge como objeto de reflexão. Momento em que os costumes e leis são tidos como fundamento da sociedade e a “vida” começa a ser regrada. Cristianismo – Os fundamentos de amor ao próximo, igualdade e fraternidade são elementares para o conceito do homem espelhado em Jesus Cristo. Jesus passa a ser um modelo existencial que tem como defesa primordial o ser humano. c) Baixa Idade Média; Alta idade média: esfacelamento do poder político e econômico em razão da instalação do feudalismo. Baixa Idade média: sob a influência do iluminismo passou-se a ter um foco na pessoa novamente. Principalmente em oposição à Igreja que ditava o que se podia ou não fazer, como se fosse um poder estatal. Passou-se então a exigir respeito às liberdades: manifestação inicial dos DH. d) d) Séc. XVII No mundo surgem os estados absolutistas onde os reis podiam tudo, eram absolutos Como reação surge a busca de limitações legais a esse absolutismo. Houve o renascimento de ideais republicanos e democráticos. Esse período é marcado pelo estatuto das liberdades pessoais, com destaque para: - criação do Habeas Corpus - Bill of Rights de 1689 (Inglaterra) Comparato (2008, p. 93): O Bill Of Rights criava, com a divisão dos poderes, aquilo que a doutrina constitucionalista alemã do século XX viria a denominar, sugestivamente, uma garantia institucional, isto é, uma forma de organização do Estado cuja função, em última análise, é proteger os direitos fundamentais da pessoa humana. - Magna Carta de 1215, firmada pelo Rei João Sem - Terra e pelos bispos e barões ingleses. Pedra angular para a construção da democracia moderna, pois o poder dos governantes passa a ser limitado, não apenas por normas superiores, fundadas no costume e na religião, mas também por direitos subjetivos dos governados. Estabeleceu o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedade e serem protegidos de impostos excessivos; viúvas que possuíam propriedades a não casar novamente, estabelecimento de princípios processuais e a igualdade perante a lei. Outros documentos; As declarações inglesas do século XVII: -a Petition of Righs, de 1628, firmada por Carlos I, -o habeas corpus, de 1679, firmado por Carlos II, e -o Bill of Righs, de 1689, promulgadas pelo Parlamento, entrando em vigor já no reinado de Guilherme d’Orange, como resultado da Revolução Gloriosa, de 1688, Representaram a positivação de direitos e liberdades reconhecidos aos cidadãos ingleses, tais como o direito de petição, a proibição de prisões arbitrárias, o princípio da legalidade penal, e, até mesmo, um mitigado direito à liberdade de expressão, representando a evolução das liberdades e privilégios medievais e corporativos para liberdades genéricas no plano do direito público. e) Independência Americana e Revolução Francesa. Surgimento das constituições tratando de direitos fundamentais. Documentos de destaque com reconhecimento solene de que todos os homens são iguais: Declaração de Direitos da Virginia – 1776. Elaborada para proclamar os direitos naturais e positivados inerentes ao ser humano, dentre os quais o de se rebelar contra um governo opressor. Declaração da Independência dos EUA – 1776 é o primeiro documento político que reconhece, a par da legitimidade da soberania popular, a existência de direitos inerentes a todo ser humano, independentemente das diferenças de sexo, raça, religião, cultura ou posição social. Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 – França. É o documento culminante da Revolução Francesa, que define os direitos individuais e coletivos dos homens como universais Esses institutos retomam a legitimidade democrática, direitos de cidadania e melhoria das condições de vida da sociedade como manifestação de DH. f) Revolução Industrial: Inglaterra. Séc. XVIII Com o início do período da industrialização buscou-se a evolução econômica com a implantação de grandes fábricas, produção em massa e, por conseguinte, condições precárias e abusivas de trabalho. Resultado: lutas sociais e criação dos sindicatos. Nesse período temos o reconhecimento de direitos sociais, econômicos e culturais. Eventos importantes: @) Constituição do México, 1917, foi a primeira prever inúmeros direitos sociais (trabalhistas e previdenciários) dos trabalhadores, como direitos fundamentais, ao lado dos direitos civis e políticos. @) Constituição de Weimar: Promulgada em 11 de agosto de 1919, a Constituição de Weimar foi uma das primeiras do mundo a prever direitos sociais, que incluíam normas de proteção ao trabalhador e o direito à educação. Além disso, a Carta também possuía um extenso rol de direitos fundamentais, que asseguravam a igualdade, a liberdade de expressão e religião e a proteção de minorias. g) Primeira fase da internacionalização dos direitos humanos: Essa fase remonta do início do século XIX até o final da 2ª Guerra Mundial. Eventos: Liga das Nações - 1919 (embrião da ONU): Países vencedores da 1ª GM se juntaram com a proposta de promoverem a paz e resolverem conflitos internacionais. Comitê Internacional da Cruz Vermelha (1865): direito humanitário OIT – regulação de direitos trabalhistas Ato da Conferência de Bruxelas – tráfico de escravos h) 2ª fase da internacionalização dos DH Após a 2ª GM. Sensibilização contra as atrocidades da guerra resultou num efetivo movimento de internacionalização dos DH. Sistema global: ONU – 1945 Sistemas Regionais (relativismo cultural): - OEA - OUADH - CEDH. Com a internacionalização vemos a criação de vários tratados de DH: DUDH – 1948 – 1ª Dimensão e 2ª Dimensão Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos – 1966 – 1ª Dimensão Pacto Internacional dos Direitos Sociais, Econômicos e Culturais – 1966 – 2ª Dimensão . Do Sistema Regional destacam-se : Pacto de San José da Costa Rica – 1ª Dimensão Protocolo de San Salvador – 2ª Dimensão Temos também convenções específicas: - Pessoa com deficiência - Mulher - Discriminação Racial - Pessoa Migrante.... DIMENSÕES (GERAÇÕES?) Teoria Geracional de Karel Vasak 3 Clássicas 2 Contemporâneas 1ª DIMENSÃO 2ª DIMENSÃO 3ª DIMENSÃO DIREITOS direitos civis e políticos direitos sociais, culturais e econômicos direitos difusos e coletivos - TRANSINDIVIDUAIS Lema da Revol. Franc. Liberdade Igualdade Fraternidade marco histórico Revolução Gloriosa na Inglaterra, Independência dos EUA, Revolução Francesa Revolução Mexicana, Revolução Russa. Pós-2ª GM, Surgimento da ONU. Carta Internacional de Direitos marco jurídico Constituição Americana – 1787 Declaração Francesa dos Direitos do Homem - 1789 Const.Mexicana – 1917 Const. De Weimar - 1919 DUDH - 1948 Evolução da sociedade Passagem do Estado Absolutista para o Liberal Passagem do Estado Liberal para o Social Revolta da sociedade contra as atrocidades das GM Exemplo Votar e ser votado Jornada de Trabalho Meio Ambiente Caráter Negativo (Estado se abster) Positivo (Estado prestar) Toda a sociedade 4ª Dimensão 5ª Dimensão Direito Norberto Bobbio: pesquisas biológicas e patrimônio genético Paz (na clássica, a paz fica na 3ª dimensão) Paulo Bonavides:informação, democracia, pluralismo político Marco histórico Lei da Biossegurança (lei 11.105/2005) 11 de setembro 6ª DIMENSÃO – DIREITO À ÁGUA POTÁVEL DIREITOS HUMANOS E RESPONSABILIDADE DO ESTADO. Com o fim da 2ª GM precisou-se trazer a proteção de DH em âmbito internacional. Proteção aos DH é uma obrigação do Estado, por isso são criadas normas jurídicas no âmbito: - interno: normas jurídicas internas. - internacional: normas jurídicas de cunho internacional com responsabilização internacional dos Estados se prevista nos documentos e tratados assinados. Quando o Presidente assina, ratifica um tratado internacional, o congresso irá aprovar esse tratado ou não, pois isso traz obrigações ao Estado. Aprovado, será ratificado e o documento depositado em determinado órgão. Após, faz a promulgação através de um Decreto Executivo feito pelo Presidente. Assumido o compromisso internacional, se o Estado não efetivar esses direitos, pode ser responsabilizado internacionalmente. Responsabilização através de órgãos ou mecanismos de fiscalização estipulados pela norma/tratado. Órgãos terão natureza: Executiva: Comitês, Comissões Jurisdicional: Tribunais, Cortes Mecanismos de Fiscalização: Relatórios: Informar Denúncias: Interestatais ou individuais Quando um Estado será responsabilizado? Quando não adotar medidas para coibir infrações aos DH a que se comprometeu proteger. A omissão gera responsabilização. Mas se estiver adotando medidas, investigando, não será responsabilizado. Tipos de responsabilização: Recomendações Pretensão reparatória ou indenizatória Estabelecimento de datas comemorativas, medidas legislativas Sanções: Art. 41 Carta ONU: ruptura das relações diplomáticas, comerciais, das comunicações, embargos. Sanção mais grave: intervenção: Comissão de Segurança da ONU. Constituição Federal e Tratados Internacionais de Direitos Humanos Incorporação à ordem jurídica dos tratados internacionais Para que um tratado obrigue o Estado brasileiro internamente ele deverá passar por quatro fases. São elas: ASSINATURA INTERNACIONAL: Presidente da República possui a competência privativa para celebrar tratados, convenções e atos internacionais, conforme art. 84, VIII, da Constituição Federal. Porém esses documentos ainda estarão sujeitos a referendo pelo Congresso Nacional: modelo da duplicidade de vontades. APROVAÇÃO PELO CONGRESSO A aprovação do Congresso Nacional consiste numa autorização para que o Estado se obrigue internacionalmente. RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO De posse dessa autorização, é feito o depósito do tratado internacional assinado pelo Presidente da República, que será anexado ao tratado firmado, junto ao órgão responsável. É a “certidão de nascimento jurídico do tratado internacional”. ASSINATURA INTERNACIONAL APROVAÇÃO PELO CONGRESSO RATIFICAÇÃO E DEPÓSITO PROMULGAÇÃO INTERNA A partir da ratificação e do depósito, o tratado internacional passa a vincular o Estado no âmbito internacional. PROMULGAÇÃO INTERNA A promulgação do tratado internacional internamente consiste na transformação do tratado internacional em lei interna do país. No Brasil, há a promulgação de um decreto executivo autorizando a execução do tratado na ordem interna. Não há transformação em lei desse tratado internacional, mas apenas autorização por decreto para que seja executado no Brasil. Hierarquia dos Tratados Internacionais de Direitos Humanos As normas de Direitos Humanos são tipicamente constitucionais porque envolvem um princípio constitucional que é a base de todos os direitos fundamentais: o princípio da dignidade humana. Emenda Constitucional nº 45/2004 intensificou as discussões a respeito da posição hierárquica dos tratados internacionais de direitos humanos ao prever, no art. 5ª, §3º, da CRFB, que: § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. OBS.: STF diz que se a matéria for de DH, mesmo que não aprovado como EC deve ter status especial. ASSIM: tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de emenda constitucional: possuem status de emenda constitucional, mas não são emendas constitucionais tratados internacionais de Direitos Humanos aprovados com quórum de norma infraconstitucionais: possuem status de norma supralegal, em ponto intermediário, acima das leis, abaixo da Constituição Federal. demais tratados internacionais, independentemente do quórum de aprovação: possuem status de norma infraconstitucional. TIDH Status de EC se aprovado com quórum de EC: cada Casa, 2 turnos, 3/5 dos votos. Status supralegal: sem quórum de EC. Patamar intermediário entre as normas infraconstitucionais e a CF. Direitos humanos na Constituição Brasileira. Deve ser contextualizada a importância dos DH na nossa Constituição. Na nossa CF/88 estão dispostos como DIREITOS FUNDAMENTAIS. Antes da CF/88 os direitos fundamentais eram tratados no final das constituições. Na CF/88, dada a importância histórica do tema naquele momento político, o constituinte se preocupou primeiro em definir os direitos fundamentais, depois a organização do Estado. - Dignidade da Pessoa Humana foi instituída como fundamento do Estado. - Prevalência dos DH dentro das relações internacionais, com o Brasil assumindo internacionalmente compromissos com relação aos DH. Quais são os Direitos Fundamentais na CF/88? - direitos individuais – 1ª dimensão - direitos políticos – 1ª dimensão - direitos de nacionalidade – 1ª dimensão - direitos coletivos – 3ª dimensão - direitos sociais – 2ª dimensão Nosso constituinte estabeleceu todas as dimensões no mesmo momento e mesmo patamar. Art. 5º: - igualdade - brasileiros e estrangeiros residentes no país. Estende-se aos turistas estrangeiros e apátridas. § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. NÃO É ROL TAXATIVO, estamos em construção.) DIREITOS FUNDAMENTAIS E GARANTIAS Direito fundamental: interesse ou faculdade juridicamente protegida. Ex.; liberdade, vida. Garantia fundamental: um procedimento específico para garantir a proteção a esse direito fundamental. Ex: habeas corpus, vedação à pena de morte. CLASSIFICAÇÃO DAS GARANTIAS: - Processuais: remédios constitucionais. Ex: HC - Materiais: garantias propriamente ditas. Ex: sigilo das comunicações. - Institucionais: institutos que a CF consagra para garantia do Estado Democrático de Direito. Ex: separação dos poderes. CRFB/88 é a que mais tratou de DH no Brasil: CONSTITUIÇÃO CIDADÃ. Art. 1º da CF: fundamentos da República: SO CI DI VA PLU • Soberania • Cidadania • Dignidade da pessoa humana • Valor social do trabalho e da livre iniciativa Pluralidade de partidos políticos. Os principais DH estão do 5º ao 17: direitos fundamentais. - art. 5º - direitos individuais e coletivos - art. 6º ao 11 – direitos sociais - art. 12 e 13 – nacionalidade - art. 14 - direitos políticos - art. 17 – partidos políticos Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: COM GA ERRA PRO I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; II - garantir o desenvolvimento nacional; III - erradicara pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.= IGUALDADE Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: A IN DE NÃO CON PRE I RE COO S I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. CLÁUSULAS PÉTREAS. Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (...) IV - os direitos e garantias individuais. MAS e os DIREITOS SOCIAIS? Jurisprudência amplia para outros direitos fundamentais: vedação de retrocesso social. Não podem ser suprimidos direitos já conquistados. INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Competência: Procurador-Geral da República Endereçamento: STJ A quem destinado: Justiça Federal DECLARAÇÃO UNIVERSAL DE DIREITOS HUMANOS Considerações: Resoluções NÃO POSSUEM FORÇA VINCULANTE DE UM TRATADO OU CONVENÇÃO. Resolução é uma mera recomendação. PORÉM: A DUDH tem força vinculante sim, pois juntamente com os tratados, a DUDH é acolhida pela Carta Internacional de Direitos Humanos (1945). DUDH trata de direitos civis, políticos, sociais, econômicos e culturais. Assunto já pacificado por Flávia Piovesan: “A Declaração Universal de 1948, ainda que não assuma a forma de tratado internacional, apresenta força jurídica obrigatória e vinculante, na medida em que constitui a interpretação autorizada da expressão ‘direitos humanos’, constante dos art. 1º, 3º e art. 55 da Carta das Nações Unidas.” Declaração Universal dos Direitos Humanos Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em 10 de dezembro 1948. Preâmbulo Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum, Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão, Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser humano e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Declaração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo 1 Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo 2 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo 3 Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4 Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo 5 Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo 6 Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Artigo 7 Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo 8 Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo 9 Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 10 Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo 11 1.Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Artigo 12 Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques. Artigo 13 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado. 2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse regressar. Artigo 14 1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito deprocurar e de gozar asilo em outros países. 2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo 15 1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade. Artigo 16 1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução. 2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes. 3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado. Artigo 17 1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros. 2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade. Artigo 18 Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular. Artigo 19 Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras. Artigo 20 1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica. 2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação. Artigo 21 1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos. 2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país. 3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto. Artigo 22 Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade. Artigo 23 1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego. 2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho. 3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social. 4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses. Artigo 24 Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas. Artigo 25 1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social. Artigo 26 1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito. 2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz. 3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos. Artigo 27 1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios. 2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor. Artigo 28 Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados. Artigo 29 1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível. 2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bemestar de uma sociedade democrática. 3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas. Artigo 30 Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos. Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. DECRETO No 40, DE 15 DE FEVEREIRO DE 1991. Promulga a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VIII, da Constituição, e Considerando que a Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York, adotou a 10 de dezembro de 1984, a Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes; Considerando que o Congresso Nacional aprovou a referida Convenção por meio do Decreto Legislativo nº 4, de 23 de maio de 1989; Considerando que a Carta de Ratificação da Convenção foi depositada em 28 de setembro de 1989; Considerando que a Convenção entrou em vigor para o Brasil em 28 de outubro de 1989, na forma de seu artigo 27, inciso 2; DECRETA: Art. 1º A Convenção Contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, apensa por cópia ao presente Decreto, será executada e cumprida tão inteiramente como nela se contém. Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, em 15 de fevereiro de 1991; 170º da Independência e 103º da República. FERNANDO COLLOR Francisco Rezek Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 18.2.1991 CONVENÇÃO CONTRA A TORTURA E OUTRAS PENAS OU TRATAMENTOS CRUÉIS, DESUMANOS OU DEGRADANTES. Adotada pela Resolução 39/46, da Assembleia Geral das Nações Unidas, em 10 de dezembro de 1984 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocumenthttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%2040-1991?OpenDocument A Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes – primeiro documento internacional do Sistema Global Específico. É um dos principais diplomas de proteção aos Direitos Humanos. Adotada pela Resolução nº 39/46 da ONU, em 1984 e ratificada pelo Brasil em 1989. Traz claramente a ideia de que a prática da tortura, o tratamento cruel desumano e degradante são vedados. Também reflete o desejo da comunidade internacional em criar meios mais eficazes para lutar contra essas condutas Reafirma a ideia de que é um direito absoluto, não pode ser relativizado, como o direito à vida. Art. 1º da convenção define o conceito de TORTURA: • inflição de dor ou sofrimento físico ou mental, de forma dolosa • praticado com a finalidade de obter informações, castigar ou intimidar • vinculação, ao menos indireta, do agente com o Estado O conceito ainda excepciona a dor ou sofrimento resultante de sanções legítimas, impostas em razão do cometimento de crimes. Tortura é considerada crime contra a ordem internacional na medida em que revela a perversidade dos atos estatais em praticar atos atentatórios à dignidade da pessoa. DEMAIS CONCEITOS: Tratamento cruel ou desumano: abrange atos que intensificam desnecessariamente o sofrimento da vítima em razão de atos brutais para além do normal do agente. Tratamento degradante: atos praticados com o intuito de diminuir, de humilhar a pessoa. Artigo 2.º 1. Os Estados partes tomarão as medidas legislativas, administrativas, judiciais ou quaisquer outras que se afigurem eficazes para impedir que atos de tortura sejam cometidos em qualquer território sob a sua jurisdição. 2. NENHUMA circunstância excepcional, qualquer que seja, quer se trate de estado de guerra ou de ameaça de guerra, de instabilidade política interna ou de outro estado de exceção, poderá ser invocada para justificar a tortura. 3. NENHUMA ordem de um superior ou de uma autoridade pública poderá ser invocada para justificar a tortura. Não cabe alegar obediência hierárquica. Art. 3º - não devolver, não extraditar, não expulsar para outro Estado onde possa ocorrer tortura. Art. 4º e 5º - É dever do Estado: - tipificar como crime as condutas que envolvam tortura na forma tentada, consumada e participação. - estabelecer jurisdição: território, a bordo de navio, em espaço aéreo criminoso nacional ou estiver em seu território vítima cidadã Art. 6º - Dever de detenção: compromisso que os Estados assumem de coibir a tortura, instaurando o processo penal para punir (jurisdição compulsória) ou de extradição para o país de origem (jurisdição universal). EXTRADIÇÃO Procedimento por intermédio do qual um Estado solicita a outro a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita pela prática de crimes para que responda penalmente. A extradição, contudo, é ato de soberania, uma vez que não é possível obrigar o Estado a extraditar. Diante disso, são fixados tratados internacionais bilaterais ou multilaterais entre países para viabilizar o procedimento de extradição. São elencados crimes e requisitos para que a extradição seja operada. Dito de outro modo, não havendo tratado ou, mesmo havendo tratado, se não preenchidos os requisitos do tratado a extradição não será operada. MAS!!!! No caso da tortura, a Convenção fixa que esse crime é extraditável em qualquer tratado de extradição, ainda que não exista tratado bilateral prevendo a possibilidade. Art. 9º - Princípio da cooperação internacional Art. 10- compromisso que os Estados-parte assumem de incorporar o ensino e de informar sobre a proibição da tortura, às pessoas que executam atividades na área de segurança pública. O artigo 11 a 13 da Convenção tratam do dever de investigação do Estado quando houver suspeitas internas da prática de tortura. Art. 11 - vigilância sistemática relativamente à aplicação das normas, instruções, métodos e práticas de interrogatório, e bem assim das disposições relativas à guarda e ao tratamento das pessoas sujeitas a qualquer forma de prisão, detenção ou encarceramento. Revisão da legislação. Art. 12 – apuração rigorosa sempre que houver denúncia de tortura. Art. 13 – é garantido às pessoas que aleguem ter sido submetidas a tortura o direito de apresentar queixa perante as autoridades competentes. Art. 14 – direito de reparação, indenização e reabilitação para a vítima ou seus herdeiros. Art. 15 - declaração obtida sob tortura não pode ser usada como prova, SALVO se for utilizada para provar que a tortura ocorreu. MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO Art. 17: Comitê contra a Tortura: composto por 10 peritos, que atuarão em nome próprio e serão eleitos, em votação secreta, para um mandato de 4 anos cabendo reeleição desde que novamente designados. “Assento a título pessoal”. Mecanismos de fiscalização: 1. Art. 19 – Relatórios. A cada 4 anos e quando solicitados pelo Comitê. Obrigatório. 2. Art. 20 – Investigação de Ofício (in loco): fiscalização por iniciativa do Comitê quando houver informações idôneas e fundadas de que a prática da tortura é sistematicamente praticada; • inquérito confidencial e apurado em cooperação com o Estado-parte; • conclusões constarão de relatório, com comentários e sugestões. • depende de autorização do Estado-parte investigado. 3. Art. 21 – Comunicações interestatais. É facultativo. Devem ser reconhecidas. Regras: um Estado-parte poderá chamar atenção de outro quanto ao descumprimento das regras da Convenção; o Estado-parte comunicado dispõe de 3 meses para prestar as informações e explicações que entender; após 6 meses, se não houver resolução do conflito, poderá ser submetido ao Comitê; o Comitê analisará a questão e, se constatado o esgotamento das vias internas, proporá solução amigável da questão; o Comitê deverá apresentar relatório no prazo de 12 meses a contar da data em que foi notificado para atuar na comunicação, expondo se foi ou não obtida solução para o caso concreto. 4. Art. 22 – Petições Individuais. Requisitos: - necessidade de aceitação pelo Estado - vedação ao anonimato - não estar sendo analisado por outra instância internacional - esgotamento dos recursos internos disponíveis Art. 30 – Divergências entre os Estados a respeito dos termos ou interpretação da convenção: podem pedir arbitragem. Divergência – arbitragem – 6meses para solução – caso não acordem: TIJ PROTOCOLO FACULTATIVO Em 2002, a ONU adotou o Protocolo Adicional à Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, que foi assinado pelo Brasil, aprovado pelo Congresso Nacional por meio do Decreto Legislativo nº 483/2006, ratificado e depositado internacionalmente pelo Presidente da República, que o promulgou internamente por intermédio do Decreto nº 6.085/2007. FINALIDADE: Estabelecer um sistema de visitas regulares, efetuadas por órgãos nacionais e internacionais independentes, a lugares onde pessoas são privadas de sua liberdade, com a intenção de prevenir a tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. ÓRGÃO: Subcomitê de Prevenção da Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes: 10 membros, com conhecimentos na área de administração da justiça, em particular no direito penal e na administração penitenciária ou policial, votação secreta, mandato de 4 anos (artigo 9º). Os países que aderirem ao Protocolo devem permitir, que o Subcomitê realize visitanos locais em que hajam pessoas custodiadas por força de ordem pública. O Subcomitê poderá fazer recomendações e observações, relatórios redigidos em conjunto com os Estados-parte, bem como um relatório anual que será encaminhado ao Comitê contra a Tortura. DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4.226, DE 31 DE DEZEMBRO DE 2010 Estabelece Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública. O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA e o MINISTRO DE ESTADO CHEFE DA SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhes conferem os incisos I e II, do parágrafo único, do art. 87, da Constituição Federal e, CONSIDERANDO que a concepção do direito à segurança pública com cidadania demanda a sedimentação de políticas públicas de segurança pautadas no respeito aos direitos humanos; CONSIDERANDO o disposto no Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979, nos Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999, nos Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de maio de 1989 e na Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de dezembro de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991; CONSIDERANDO a necessidade de orientação e padronização dos procedimentos da atuação dos agentes de segurança pública aos princípios internacionais sobre o uso da força; CONSIDERANDO o objetivo de reduzir paulatinamente os índices de letalidade resultantes de ações envolvendo agentes de segurança pública; e, CONSIDERANDO as conclusões do Grupo de Trabalho, criado para elaborar proposta de Diretrizes sobre Uso da Força, composto por representantes das Polícias Federais, Estaduais e Guardas Municipais, bem como com representantes da sociedade civil, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Ministério da Justiça, resolvem: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm Art. 1º Ficam estabelecidas Diretrizes sobre o Uso da Força pelos Agentes de Segurança Pública, na forma do Anexo I desta Portaria. Parágrafo único. Aplicam-se às Diretrizes estabelecidas no Anexo I, as definições constantes no Anexo II desta Portaria. Art. 2º A observância das diretrizes mencionadas no artigo anterior passa a ser obrigatória pelo Departamento de Polícia Federal, pelo Departamento de Polícia Rodoviária Federal, pelo Departamento Penitenciário Nacional e pela Força Nacional de Segurança Pública. § 1º As unidades citadas no caput deste artigo terão 90 dias, contados a partir da publicação desta portaria, para adequar seus procedimentos operacionais e seu processo de formação e treinamento às diretrizes supramencionadas. § 2º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da publicação desta portaria, para fixar a normatização mencionada na diretriz No- 9 e para criar a comissão mencionada na diretriz No- 23. § 3º As unidades citadas no caput deste artigo terão 60 dias, contados a partir da publicação desta portaria, para instituir Comissão responsável por avaliar sua situação interna em relação às diretrizes não mencionadas nos parágrafos anteriores e propor medidas para assegurar as adequações necessárias. Art. 3º A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça estabelecerão mecanismos para estimular e monitorar iniciativas que visem à implementação de ações para efetivação das diretrizes tratadas nesta portaria pelos entes federados, respeitada a repartição de competências prevista no art. 144 da Constituição Federal. Art. 4º A Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça levará em consideração a observância das diretrizes tratadas nesta portaria no repasse de recursos aos entes federados. Art. 5º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação. LUIZ PAULO BARRETO Ministro de Estado da Justiça PAULO DE TARSO VANNUCHI Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm ANEXO I DIRETRIZES SOBRE O USO DA FORÇA E ARMAS DE FOGO PELOS AGENTES DE SEGURANÇA PÚBLICA 1. O uso da força pelos agentes de segurança pública deverá se pautar nos documentos internacionais de proteção aos direitos humanos e deverá considerar, primordialmente: a. ao Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua Resolução 34/169, de 17 de dezembro de 1979; b. os Princípios orientadores para a Aplicação Efetiva do Código de Conduta para os Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas na sua resolução 1989/61, de 24 de maio de 1989; c. os Princípios Básicos sobre o Uso da Força e Armas de Fogo pelos Funcionários Responsáveis pela Aplicação da Lei, adotados pelo Oitavo Congresso das Nações Unidas para a Prevenção do Crime e o Tratamento dos Delinquentes, realizado em Havana, Cuba, de 27 de Agosto a 7 de setembro de 1999; d. a Convenção Contra a Tortura e outros Tratamentos ou penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em sua XL Sessão, realizada em Nova York em 10 de dezembro de 1984 e promulgada pelo Decreto n.º 40, de 15 de fevereiro de 1991. 2. O uso da força por agentes de segurança pública deverá obedecer aos princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade, moderação e conveniência. 3. Os agentes de segurança pública não deverão disparar armas de fogo contra pessoas, exceto em casos de legítima defesa própria ou de terceiro contra perigo iminente de morte ou lesão grave. 4. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que, mesmo na posse de algum tipo de arma, não represente risco imediato de morte ou de lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. 5. Não é legítimo o uso de armas de fogo contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, a não ser que o ato represente um risco imediato de morte ou lesão grave aos agentes de segurança pública ou terceiros. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d0040.htm 6. Os chamados "disparos de advertência" não são considerados prática aceitável, por não atenderem aos princípios elencados na Diretriz n.º 2 e em razão da imprevisibilidade de seus efeitos. 7. O ato de apontar arma defogo contra pessoas durante os procedimentos de abordagem não deverá ser uma prática rotineira e indiscriminada. 8. Todo agente de segurança pública que, em razão da sua função, possa vir a se envolver em situações de uso da força, deverá portar no mínimo 2 (dois) instrumentos de menor potencial ofensivo e equipamentos de proteção necessários à atuação específica, independentemente de portar ou não arma de fogo. 9. Os órgãos de segurança pública deverão editar atos normativos disciplinando o uso da força por seus agentes, definindo objetivamente: a. os tipos de instrumentos e técnicas autorizadas; b. as circunstâncias técnicas adequadas à sua utilização, ao ambiente/entorno e ao risco potencial a terceiros não envolvidos no evento; c. o conteúdo e a carga horária mínima para habilitação e atualização periódica ao uso de cada tipo de instrumento; d. a proibição de uso de armas de fogo e munições que provoquem lesões desnecessárias e risco injustificado; e e. o controle sobre a guarda e utilização de armas e munições pelo agente de segurança pública. 10. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o agente de segurança pública envolvido deverá realizar as seguintes ações: a. facilitar a prestação de socorro ou assistência médica aos feridos; b. promover a correta preservação do local da ocorrência; c. comunicar o fato ao seu superior imediato e à autoridade competente; e d. preencher o relatório individual correspondente sobre o uso da força, disciplinado na Diretriz n.º 22. 11. Quando o uso da força causar lesão ou morte de pessoa(s), o órgão de segurança pública deverá realizar as seguintes ações: a.facilitar a assistência e/ou auxílio médico dos feridos; b.recolher e identificar as armas e munições de todos os envolvidos, vinculandoas aos seus respectivos portadores no momento da ocorrência; c.solicitar perícia criminalística para o exame de local e objetos bem como exames médico-legais; d.comunicar os fatos aos familiares ou amigos da(s) pessoa(s) ferida(s) ou morta(s); e.iniciar, por meio da Corregedoria da instituição, ou órgão equivalente, investigação imediata dos fatos e circunstâncias do emprego da força; f.promover a assistência médica às pessoas feridas em decorrência da intervenção, incluindo atenção às possíveis sequelas; g.promover o devido acompanhamento psicológico aos agentes de segurança pública envolvidos, permitindo-lhes superar ou minimizar os efeitos decorrentes do fato ocorrido; e h.afastar temporariamente do serviço operacional, para avaliação psicológica e redução do estresse, os agentes de segurança pública envolvidos diretamente em ocorrências com resultado letal. 12. Os critérios de recrutamento e seleção para os agentes de segurança pública deverão levar em consideração o perfil psicológico necessário para lidar com situações de estresse e uso da força e arma de fogo. 13. Os processos seletivos para ingresso nas instituições de segurança pública e os cursos de formação e especialização dos agentes de segurança pública devem incluir conteúdos relativos a direitos humanos. 14. As atividades de treinamento fazem parte do trabalho rotineiro do agente de segurança pública e não deverão ser realizadas em seu horário de folga, de maneira a serem preservados os períodos de descanso, lazer e convivência sócio-familiar. 15. A seleção de instrutores para ministrarem aula em qualquer assunto que englobe o uso da força deverá levar em conta análise rigorosa de seu currículo formal e tempo de serviço, áreas de atuação, experiências anteriores em atividades fim, registros funcionais, formação em direitos humanos e nivelamento em ensino. Os instrutores deverão ser submetidos à aferição de conhecimentos teóricos e práticos e sua atuação deve ser avaliada. 16. Deverão ser elaborados procedimentos de habilitação para o uso de cada tipo de arma de fogo e instrumento de menor potencial ofensivo que incluam avaliação técnica, psicológica, física e treinamento específico, com previsão de revisão periódica mínima. 17. Nenhum agente de segurança pública deverá portar armas de fogo ou instrumento de menor potencial ofensivo para o qual não esteja devidamente habilitado e sempre que um novo tipo de arma ou instrumento de menor potencial ofensivo for introduzido na instituição deverá ser estabelecido um módulo de treinamento específico com vistas à habilitação do agente. 18. A renovação da habilitação para uso de armas de fogo em serviço deve ser feita com periodicidade mínima de 1 (um) ano. 19. Deverá ser estimulado e priorizado, sempre que possível, o uso de técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo pelos agentes de segurança pública, de acordo com a especificidade da função operacional e sem se restringir às unidades especializadas. 20. Deverão ser incluídos nos currículos dos cursos de formação e programas de educação continuada conteúdos sobre técnicas e instrumentos de menor potencial ofensivo. 21. As armas de menor potencial ofensivo deverão ser separadas e identificadas de forma diferenciada, conforme a necessidade operacional. 22. O uso de técnicas de menor potencial ofensivo deve ser constantemente avaliado. 23. Os órgãos de segurança pública deverão criar comissões internas de controle e acompanhamento da letalidade, com o objetivo de monitorar o uso efetivo da força pelos seus agentes. 24. Os agentes de segurança pública deverão preencher um relatório individual todas as vezes que dispararem arma de fogo e/ou fizerem uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, ocasionando lesões ou mortes. O relatório deverá ser encaminhado à comissão interna mencionada na Diretriz n.º 23 e deverá conter no mínimo as seguintes informações: a.circunstâncias e justificativa que levaram o uso da força ou de arma de fogo por parte do agente de segurança pública; b.medidas adotadas antes de efetuar os disparos/usar instrumentos de menor potencial ofensivo, ou as razões pelas quais elas não puderam ser contempladas; c.tipo de arma e de munição, quantidade de disparos efetuados, distância e pessoa contra a qual foi disparada a arma; d. instrumento(s) de menor potencial ofensivo utilizado(s), especificando a frequência, a distância e a pessoa contra a qual foi utilizado o instrumento; e. quantidade de agentes de segurança pública feridos ou mortos na ocorrência, meio e natureza da lesão; f. quantidade de feridos e/ou mortos atingidos pelos disparos efetuados pelo(s) agente(s) de segurança pública; g. número de feridos e/ou mortos atingidos pelos instrumentos de menor potencial ofensivo utilizados pelo(s) agente(s) de segurança pública; h. número total de feridos e/ou mortos durante a missão; i. quantidade de projéteis disparados que atingiram pessoas e as respectivas regiões corporais atingidas; j. quantidade de pessoas atingidas pelos instrumentos de menor potencial ofensivo e as respectivas regiões corporais atingidas; k. ações realizadas para facilitar a assistência e/ou auxílio médico, quando for o caso; e l. se houve preservação do local e, em caso negativo, apresentar justificativa. 25. Os órgãos de segurança pública deverão, observada a legislação pertinente, oferecer possibilidades de reabilitação e reintegração ao trabalho aos agentes de segurança pública que adquirirem deficiência física em decorrência do desempenho de suas atividades. ANEXO II GLOSSÁRIO Armas de menor potencial ofensivo: Armas projetadas e/ou empregadas, especificamente, com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos à sua integridade. Equipamentos de menor potencial ofensivo: Todos os artefatos, excluindo armas e munições, desenvolvidos e empregados com a finalidade de conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas,para preservar vidas e minimizar danos à sua integridade. Equipamentos de proteção: Todo dispositivo ou produto, de uso individual (EPI) ou coletivo (EPC) destinado a redução de riscos à integridade física ou à vida dos agentes de segurança pública. Força: Intervenção coercitiva imposta à pessoa ou grupo de pessoas por parte do agente de segurança pública com a finalidade de preservar a ordem pública e a lei. Instrumentos de menor potencial ofensivo: Conjunto de armas, munições e equipamentos desenvolvidos com a finalidade de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. Munições de menor potencial ofensivo: Munições projetadas e empregadas, especificamente, para conter, debilitar ou incapacitar temporariamente pessoas, preservando vidas e minimizando danos a integridade das pessoas envolvidas. Nível do Uso da Força: Intensidade da força escolhida pelo agente de segurança pública em resposta a uma ameaça real ou potencial. Princípio da Conveniência: A força não poderá ser empregada quando, em função do contexto, possa ocasionar danos de maior relevância do que os objetivos legais pretendidos. Princípio da Legalidade: Os agentes de segurança pública só poderão utilizar a força para a consecução de um objetivo legal e nos estritos limites da lei. Princípio da Moderação: O emprego da força pelos agentes de segurança pública deve sempre que possível, além de proporcional, ser moderado, visando sempre reduzir o emprego da força. Princípio da Necessidade: Determinado nível de força só pode ser empregado quando níveis de menor intensidade não forem suficientes para atingir os objetivos legais pretendidos. Princípio da Proporcionalidade: O nível da força utilizado deve sempre ser compatível com a gravidade da ameaça representada pela ação do opositor e com os objetivos pretendidos pelo agente de segurança pública. Técnicas de menor potencial ofensivo: Conjunto de procedimentos empregados em intervenções que demandem o uso da força, através do uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, com intenção de preservar vidas e minimizar danos à integridade das pessoas. Uso Diferenciado da Força: Seleção apropriada do nível de uso da força em resposta a uma ameaça real ou potencial visando limitar o recurso a meios que possam causar ferimentos ou mortes. Diretrizes Nacionais de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos dos Profissionais de Segurança Pública (2010). As 67 diretrizes da Portaria Interministerial SEDH/MJ Nº 2 estão divididas em 14 temáticas: 1. Direitos Constitucionais e Participação Cidadã, 2. Valorização da Vida, 3. Direito à Diversidade, 4. Saúde, 5. Reabilitação e Reintegração, 6. Dignidade e Segurança no Trabalho, 7. Seguros e Auxílios, 8. Assistência Jurídica, 9. Habitação, 10. Cultura e Lazer, 11. Educação, 12. Produção de Conhecimentos, 13. Estruturas e Educação em Direitos Humanos e 14. Valorização Profissional. Direitos Constitucionais e Participação Cidadã 1 Adequar as leis e os regulamentos disciplinares que versam sobre direitos e deveres dos profissionais de segurança pública à Constituição Federal de 1988. 2 Valorizar a participação das instituições e dos profissionais de segurança pública nos processos democráticos de debate, divulgação, estudo, reflexão e formulação das políticas públicas relacionadas com a área, tais como conferências, conselhos, seminários, pesquisas, encontros e fóruns temáticos. 3 Assegurar o exercício do direito de opinião e a liberdade de expressão dos profissionais de segurança pública, especialmente por meio de internet, blogs, sites e fóruns de discussão, à luz da Constituição Federal de 1988. 4 Garantir escalas de trabalho que contemplem o exercício do direito de voto por todos os profissionais de segurança pública. Valorização da Vida 5 Proporcionar equipamentos de proteção individual e coletiva aos profissionais de segurança pública, em quantidade e qualidade adequadas, garantindo sua reposição permanente, considerados desgaste e prazos de validade. 6 Assegurar que os equipamentos de proteção individual contemplem as diferenças de gênero e de compleição física. 7 Garantir, aos profissionais de segurança pública, instrução e treinamento continuado quanto ao uso correto dos equipamentos de proteção individual. 8 Zelar pela adequação, manutenção e permanente renovação de todos os veículos utilizados no exercício profissional, bem como assegurar instalações dignas em todas as instituições, com ênfase para as condições de segurança, higiene, saúde e ambiente de trabalho. 9 Considerar, no repasse de verbas federais aos entes federados, a efetiva disponibilização de equipamentos de proteção individual aos profissionais de segurança pública. Direito à Diversidade 10 Adotar orientações, medidas e práticas concretas voltadas à prevenção, identificação e ao enfrentamento do racismo nas instituições de segurança pública, combatendo qualquer modalidade de preconceito. 11 Garantir respeito integral aos direitos constitucionais das profissionais de segurança pública, considerando as especificidades relativas à gestação e à amamentação, bem como as exigências permanentes de cuidado com filhos crianças e adolescentes, assegurando a elas instalações físicas e equipamentos individuais específicos sempre que necessário. 12 Proporcionar espaços e oportunidades nas instituições de segurança pública para organização de eventos de integração familiar entre todos os profissionais, com ênfase em atividades recreativas, esportivas e culturais voltadas a crianças, adolescentes e jovens. 13 Fortalecer e disseminar nas instituições a cultura de não discriminação e de pleno respeito à liberdade de orientação sexual do profissional de segurança pública, com ênfase no combate à homofobia. 14 Aproveitar o conhecimento e a vivência dos profissionais de segurança pública idosos, estimulando a criação de espaços institucionais para transmissão de experiências, bem como a formação de equipes de trabalho compostas por servidores de diferentes faixas etárias para exercitar a integração intergeracional. 15 Estabelecer práticas e serviços internos que contemplem a preparação do profissional de segurança pública para o período de aposentadoria, estimulando o prosseguimento em atividades de participação cidadã após a fase de serviço ativo. 16 Implementar os paradigmas de acessibilidade e empregabilidade das pessoas com deficiência em instalações e equipamentos do sistema de segurança pública, assegurando a reserva constitucional de vagas nos concursos públicos. Saúde 17 Oferecer, ao profissional de segurança pública e a seus familiares, serviços permanentes e de boa qualidade para acompanhamento e tratamento de saúde. 18 Assegurar o acesso dos profissionais do sistema de segurança pública ao atendimento independente e especializado em saúde mental. 19 Desenvolver programas de acompanhamento e tratamento destinados aos profissionais de segurança pública envolvidos em ações com resultado letal ou alto nível de estresse. 20 Implementar políticas de prevenção, apoio e tratamento do alcoolismo, tabagismo ou outras formas de drogadição e dependência química entre profissionais de segurança pública. 21 Desenvolver programas de prevenção ao suicídio, disponibilizando atendimento psiquiátrico, núcleos terapêuticos de apoio e divulgação de informações sobre o assunto. 22 Criar núcleos terapêuticos de apoio voltados ao enfrentamento da depressão, estresse e outras alterações psíquicas. 23 Possibilitar acesso a exames clínicos e laboratoriais periódicos para identificação dos fatores mais comuns de risco à saúde. 24 Prevenir as consequências do uso continuado de equipamentos de proteção individual e outras doenças profissionaisocasionadas por esforço repetitivo, por meio de acompanhamento médico especializado. 25 Estimular a prática regular de exercícios físicos, garantindo a adoção de mecanismos que permitam o cômputo de horas de atividade física como parte da jornada semanal de trabalho. 26 Elaborar cartilhas voltadas à reeducação alimentar como forma de diminuição de condições de risco à saúde e como fator de bem estar profissional e autoestima. Reabilitação e Reintegração 27 Promover a reabilitação dos profissionais de segurança pública que adquiram lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais em decorrência do exercício de suas atividades. 28 Consolidar, como valor institucional, a importância da readaptação e da reintegração dos profissionais de segurança pública ao trabalho em casos de lesões, traumas, deficiências ou doenças ocupacionais adquiridos em decorrência do exercício de suas atividades. 29 Viabilizar mecanismos de readaptação dos profissionais de segurança pública e deslocamento para novas funções ou postos de trabalho como alternativa ao afastamento definitivo e à inatividade em decorrência de acidente de trabalho, ferimentos ou sequelas. Dignidade e Segurança no Trabalho 30 Manter política abrangente de prevenção de acidentes e ferimentos, incluindo a padronização de métodos e rotinas, atividades de atualização e capacitação, bem como a constituição de comissão especializada para coordenar esse trabalho. 31 Garantir aos profissionais de segurança pública acesso ágil e permanente a toda informação necessária para o correto desempenho de suas funções, especialmente no tocante à legislação a ser observada. 32 Erradicar todas as formas de punição envolvendo maus tratos, tratamento cruel, desumano ou degradante contra os profissionais de segurança pública, tanto no cotidiano funcional como em atividades de formação e treinamento. 33 Combater o assédio sexual e moral nas instituições, veiculando campanhas internas de educação e garantindo canais para o recebimento e a apuração de denúncias. 34 Garantir que todos os atos decisórios de superiores hierárquicos dispondo sobre punições, escalas, lotação e transferências sejam devidamente motivados e fundamentados. 35 Assegurar a regulamentação da jornada de trabalho dos profissionais de segurança pública, garantindo o exercício do direito à convivência familiar e comunitária. Seguros e Auxílios 36 Apoiar projetos de leis que instituam seguro especial aos profissionais de segurança pública, para casos de acidentes e traumas incapacitantes ou morte em serviço. 37 Organizar serviços de apoio, orientação psicológica e assistência social às famílias de profissionais de segurança pública para casos de morte em serviço. 38 Estimular a instituição de auxílio-funeral destinado às famílias de profissionais de segurança pública ativos e inativos. Assistência Jurídica 39 Firmar parcerias com Defensorias Públicas, serviços de atendimento jurídico de faculdades de Direito, núcleos de advocacia pro bono e outras instâncias de advocacia gratuita para assessoramento e defesa dos profissionais de segurança pública, em casos decorrentes do exercício profissional. 40 Proporcionar assistência jurídica para fins de recebimento de seguro, pensão, auxílio ou outro direito de familiares, em caso de morte do profissional de segurança pública. Habitação 41 Garantir a implementação e a divulgação de políticas e planos de habitação voltados aos profissionais de segurança pública, com a concessão de créditos e financiamentos diferenciados. Cultura e Lazer 42 Conceber programas e parcerias que estimulem o acesso à cultura pelos profissionais de segurança pública e suas famílias, mediante vales para desconto ou ingresso gratuito em cinemas, teatros, museus e outras atividades, e que garantam o incentivo à produção cultural própria. 43 Promover e estimular a realização de atividades culturais e esportivas nas instalações físicas de academias de polícia, quartéis e outros prédios das corporações, em finais de semana ou outros horários de disponibilidade de espaços e equipamentos. 44 Estimular a realização de atividades culturais e esportivas desenvolvidas por associações, sindicatos e clubes dos profissionais de segurança pública. Educação 45 Estimular os profissionais de segurança pública a frequentar programas de formação continuada, estabelecendo como objetivo de longo prazo a universalização da graduação universitária. 46 Promover a adequação dos currículos das academias à Matriz Curricular Nacional, assegurando a inclusão de disciplinas voltadas ao ensino e à compreensão do sistema e da política nacional de segurança pública e dos Direitos Humanos. 47 Promover nas instituições de segurança pública uma cultura que valorize o aprimoramento profissional constante de seus servidores também em outras áreas do conhecimento, distintas da segurança pública. 48 Estimular iniciativas voltadas ao aperfeiçoamento profissional e à formação continuada dos profissionais de segurança pública, como o projeto de ensino a distância do governo federal e a Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública (Renaesp). 49 Assegurar o aperfeiçoamento profissional e a formação continuada como direitos do profissional de segurança pública. Produção de Conhecimentos 50 Assegurar a produção e divulgação regular de dados e números envolvendo mortes, lesões e doenças graves sofridas por profissionais de segurança pública no exercício ou em decorrência da profissão. 51 Utilizar os dados sobre os processos disciplinares e administrativos movidos em face de profissionais de segurança pública para identificar vulnerabilidades dos treinamentos e inadequações na gestão de recursos humanos. 52 Aprofundar e sistematizar os conhecimentos sobre diagnose e prevenção de doenças ocupacionais entre profissionais de segurança pública. 53 Identificar locais com condições de trabalho especialmente perigosas ou insalubres, visando à prevenção e redução de danos e de riscos à vida e à saúde dos profissionais de segurança pública. 54 Estimular parcerias entre universidades e instituições de segurança pública para diagnóstico e elaboração de projetos voltados à melhoria das condições de trabalho dos profissionais de segurança pública. 55 Realizar estudos e pesquisas com a participação de profissionais de segurança pública sobre suas condições de trabalho e a eficácia dos programas e serviços a eles disponibilizados por suas instituições. Estruturas e Educação em Direitos Humanos 56 Constituir núcleos, divisões e unidades especializadas em Direitos Humanos nas academias e na estrutura regular das instituições de segurança pública, incluindo entre suas tarefas a elaboração de livros, cartilhas e outras publicações que divulguem dados e conhecimentos sobre o tema. 57 Promover a multiplicação de cursos avançados de Direitos Humanos nas instituições, que contemplem o ensino de matérias práticas e teóricas e adotem o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos como referência. 58 Atualizar permanentemente o ensino de Direitos Humanos nas academias, reforçando nos cursos a compreensão de que os profissionais de segurança pública também são titulares de Direitos Humanos, devem agir como defensores e promotores desses direitos e precisam ser vistos dessa forma pela comunidade. 59 Direcionar as atividades de formação no sentido de consolidar a compreensão de que a atuação do profissional de segurança pública, orientada por padrões internacionais de respeito aos Direitos Humanos, não dificulta, nem enfraquece a atividade das instituições de segurança pública, mas confere-lhes credibilidade, respeito social e eficiência superior. Valorização Profissional 60 Contribuir para a implementação de planos voltados à
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