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APS Mayra

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 4 
2 RESPONSABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................... 4 
2.1 Segundo o Código do Consumidor ................................................................................... 5 
2.2 Segundo o Código Civil .................................................................................................... 5 
2.3 Prazos de recorrência ........................................................................................................ 6 
2.4 Prazos de garantias de responsabilidade ........................................................................... 6 
3 CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 7 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 8 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 As técnicas de construção existem desde os primórdios da civilização, as quais se 
desenvolveram durante os anos até se consolidarem como a tecnologia amplamente conhecida 
e utilizada nos períodos atuais. Também, as patologias, suas análises e técnicas de reparos 
acompanharam estas mudanças. Nos tempos mais remotos, as patologias eram identificadas 
de forma limitada e isolada; na atualidade, as patologias são analisadas de uma forma global, 
ou seja, não são identificados somente os problemas que geram defeitos estruturais, mas, 
também, estéticos e funcionais (LICHTENSTEIN, 1986). Com esta evolução, há o 
surgimento de leis e normas que regem os aspectos ligados à responsabilidade na construção 
civil. 
 Patologia, na construção civil, é definida como o não atendimento ao desempenho 
projetado e desejado de determinado elemento de uma obra. Como ramo, patologia é 
considerada como a área que analisa os sintomas, mecanismos, causas, origens e 
consequências dos defeitos das construções. As patologias tem como causas falhas que 
ocorreram em uma ou mais atividades das etapas de construção civil, e se classificam em 
deficiências de projeto, de execução, má qualidade ou emprego indevido dos materiais, 
sinistros ou acidentes, uso inadequado da estrutura e manutenção imprópria (SILVA & 
JONOV, 2015; TUTIKIAN & PACHECO, 2013). 
 
2 RESPONSABILIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 Segundo Pelacani (2010), responsabilidade é a obrigação de restituir, ou seja, a 
obrigação de responder por atos próprios ou de terceiros. Para Grandiski (2001), a 
responsabilidade civil possui três condições: a existência de um dano, a identificação da culpa 
do autor do dano e que o fato culposo tenha causado o dano. Também, divide-se as 
responsabilidades em duas categorias: objetiva e subjetiva. A responsabilidade objetiva 
acontece sem a necessidade de provar a culpa do envolvido por determinado defeito, ao passo 
que, a responsabilidade subjetiva, se refere à comprovação de um ato culposo ou doloso 
praticado pelo envolvido e que tenha causado efetivamente o defeito em estudo (PELACANI, 
2010). 
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 Na área da construção civil, há diversas normas, leis e regimentos relacionados à ética, 
conduta e exercício da profissão de Engenharia. No presente trabalho, serão abordados dois 
códigos em específico: o Código de Proteção e Defesa do Consumidor e o Código Civil. 
 
2.1 Segundo o Código do Consumidor 
 O Código de Proteção e Defesa do Consumidor define produto como um bem móvel 
ou imóvel que tem aspecto material ou imaterial, estando as obras de construção civil 
inseridas neste conceito. Este código afirma que são direitos do consumidor, a qualidade, 
segurança, desempenho e durabilidade dos produtos e serviços que lhe são ofertados 
(ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). 
 O código expõe que o fornecedor não pode vender produtos que apresentem alto grau 
de periculosidade à segurança e saúde do consumidor, ou seja, uma obra que, exemplificando, 
tenha sua estrutura comprometida ou que apresente grandes infiltrações – capazes de provocar 
doenças respiratórias no usuário –, não pode ser comercializada. 
 O construtor – por esta denominação compreende-se os responsáveis legais pelo 
projeto e execução da obra – responde pelo reparo de todos os danos que se apresentam ao 
usuário, sendo estes causados por defeitos de projeto e execução e independentemente de 
possuir culpa pelo fato ou não. Também, o construtor responde pelo fornecimento insuficiente 
ou inadequado de informações sobre o uso da obra, e deixa de ser considerado culpado pelo 
dano a partir do momento em que prova a inexistência do problema ou que a responsabilidade 
pertence ao consumidor ou terceiro (ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). 
 Ainda, o código define que a obra apresenta defeito quando não garante a segurança ao 
consumidor, considerando-se sua apresentação e riscos de utilização. 
 
2.2 Segundo o Código Civil 
 O Novo Código Civil Brasileiro de 2002 afirma que, sobre os vícios redibitórios – os 
quais podem anular a venda de um produto –, a obra oferecida pode ter sua venda cancelada 
ou diminuição de seu valor caso possua defeitos e vícios. Também, se o engenheiro ou 
profissional envolvido tinha conhecimento do defeito no ato da venda, este deve restituir todo 
o valor recebido, caso o contrário, restituirá o valor recebido e as despesas do contrato. Para 
bens imóveis, o usuário perde o direito de pedir ressarcimento do valor pago após um ano a 
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partir da entrega efetiva ou, caso se refira a um vício oculto, o prazo é contado em 80 dias 
após o conhecimento do vício (BRASIL, 2008). 
 Sobre a empreitada, o Código Civil expõe que “o contrato para elaboração de um 
projeto não implica a obrigação de executá-lo, ou de fiscalizar-lhe a execução”. Caso a obra 
pereça antes que sua entrega seja realizada, o empreiteiro perde a retribuição se não provar 
que o dano teve como causa defeitos nos materiais utilizados, quando não houver culpa do 
construtor. Também, com relação às medições da obra, o que se mediu é verificado se, após 
30 dias da medição, não forem denunciados defeitos ou vícios da obra (BRASIL, 2008). 
 Além disso, o código afirma que em contratos de edifícios e construções 
consideráveis, “o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo irredutível 
de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do 
solo”. O dono da obra perde este direito se não efetivar a ação contra o construtor após 180 
dias ao surgimento do vício ou defeito (BRASIL, 2008). 
 
2.3 Prazos de recorrência 
 Além dos prazos de recorrência do Código Civil já citados, há ainda os apresentados 
pelo Código do Consumidor. Este código estabelece que o direito de reclamação de vícios 
aparentes vence em 90 dias, para serviços e produtos duráveis, a partir da data de entrega dos 
mesmos. Já para vício oculto, este prazo inicia-se a partir da data em que o defeito é 
evidenciado (ESTADO DE SÃO PAULO, 2010). 
 
2.4 Prazos de garantias de responsabilidade 
 Como já mencionado, o Código Civil propõe que o empreiteiro responda pela solidez 
e segurança da obra em até 5 anos após o término desta. A norma NBR 15.575/13 expõe que 
os prazos de garantia gerais são feitos pelo construtor ou incorporador, e devem estar 
explícitos no manual de uso e operação da edificação, entregue ao morador no ato da venda. 
Entretanto, o estabelecimento do prazo de garantia deve seguir um conjunto de pressupostos 
descritos pela norma (ABNT, 2013). 
 A norma NBR 15.575/13 afirma que os prazos de garantia mínimos para fundações, 
estruturas principais, contenções, paredes, portas corta-fogo, instalações hidráulicas e 
impermeabilização devem ser de 5 anos. Revestimentos e pisos cimentados ou de concreto 
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devem apresentar prazos mínimos de 2 anos. Os serviços e materiais, em sua maior parte, 
possuem prazomínimo de 1 ano (ABNT, 2013). 
 
3 CONCLUSÕES 
 O Código do Consumidor trata das obras como produtos imóveis e impõe que, caso 
ocorram vícios ou defeitos, ou ainda que a qualidade, segurança, desempenho e durabilidade 
do mesmo sejam comprometidas, o construtor possui a obrigação de reparar tais danos em 
prazos estabelecidos ou o mesmo tem a permissão de venda do produto cassada. Ainda, o 
consumidor pode optar por receber um produto da mesma espécie em substituição do outro, a 
restituição imediata da quantia paga ou o abatimento proporcional do preço. 
 O Código Civil de 2002 aborda o defeito de obras com seriedade similar. Os vícios 
redibitórios podem cancelar a venda de um imóvel ou podem causar a obrigação de restituição 
do valor recebido pelo construtor ao dono da obra. Os vícios, em geral, podem ser reparados 
desde que o usuário comunique o construtor no prazo determinado. Quando provada a 
inocência do empreiteiro, este não necessita ressarcir o consumidor. E, também, o construtor 
deve garantir a solidez e segurança da obra por, no mínimo, 5 anos após o término da mesma. 
Um terceiro regimento, a norma NBR 15.575/13 regulamenta os prazos mínimos de garantia 
os quais o construtor pode propor conforme o elemento da obra e o serviço realizado. 
 Por fim, entende-se que o engenheiro civil está sujeito a todas as normas e códigos 
mencionados, sendo responsável legalmente pelos serviços prestados e tendo que responder, 
da forma explicitada no trabalho, pelos danos causados aos usuários de suas obras. 
 
 
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REFERÊNCIAS 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT. Edificações 
Habitacionais — Desempenho: NBR 15.575-1. Rio de Janeiro, 60 p., 2013. 
BRASIL. Código civil brasileiro e legislação correlata. Brasília: Senado Federal, 
Subsecretaria de Edições Técnicas, 2. ed, 616 p., 2008. 
ESTADO DE SÃO PAULO. Código de Proteção e Defesa do Consumidor. Fundação 
PROCON – SP, 2010. 
GRANDISKI, Paulo. Perícias em Edificações. Curso de Especialização em Engenharia de 
Avaliações de Bens e Perícias, Apostila CEDEMPT – Londrina, Maringá, 2001. 
LICHTENSTEIN, Norberto B.. Patologia das construções. Boletim Técnico 06, São Paulo, 
Universidade de São Paulo, 1986. 
PELACANI, Valmir L.. Responsabilidade na construção civil. Cadernos do CREA – PR, n. 
7, Curitiba, 2010. 
SILVA; Adriano de P. e; JONOV, Cristiane M. P.. Notas de aula no curso de 
aperfeiçoamento e gestão na construção civil pública. Curso promovido pela Universidade 
Federal de Minas Gerais. 2015. 
TUTIKIAN, Bernardo; PACHECO, Marcelo. Inspeção, Diagnóstico e Prognóstico na 
Construção Civil. Boletim Técnico 01, Mérida, Asociación Latinoamericana de Control de 
Calidad, Patología y Recuperación de la Construcción, 2013.

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