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APOSTILA AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE COMPARTILHAR MATERIAL DIGITAL SEM AUTORIZAÇÃO OU FAZER REPRODUÇÃO EM COPIADORAS É CRIME. MATERIAL PROTEGIDO PELA LEI Nº 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998. SUMÁRIO LÍNGUA PORTUGUESA 1. Compreensão e interpretação de textos ........................................................................ 1 1.1 Ortografia ................................................................................................................... 3 1.2 Sintaxe ........................................................................................................................ 7 1.3 Morfologia: substantivo ............................................................................................ 15 1.3.1 Artigo ..................................................................................................................... 22 1.3.2 Adjetivo ................................................................................................................. 23 1.3.3 Pronome ................................................................................................................. 25 1.3.4 Verbo ..................................................................................................................... 33 1.3.5 Advérbio ................................................................................................................ 46 Caderno de Questões – Língua Portuguesa ............................................................... 50 MATEMÁTICA 2. Operações com números naturais ............................................................................... 87 2.1 Múltiplos e divisores ................................................................................................ 88 2.2 Números primos ....................................................................................................... 89 2.3 Máximo divisor comum ........................................................................................... 89 2.3.1 Mínimo múltiplo comum ....................................................................................... 90 2.4 Frações ...................................................................................................................... 91 2.5 Números decimais .................................................................................................... 95 2.6 Porcentagem ............................................................................................................. 96 2.7 Áreas de figuras planas ............................................................................................. 96 2.8 Medidas de comprimento: área ................................................................................. 98 2.8.1 Tempo .................................................................................................................... 98 2.8.2 Massa ..................................................................................................................... 98 2.8.3 Capacidade e velocidade ....................................................................................... 99 2.9 Juros simples e compostos ........................................................................................ 99 2.10 Média e noções de estatística ................................................................................ 102 Caderno de Questões - Matemática .......................................................................... 108 CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS 3. Atendimento ao cidadão com base na Lei 13.460/2017 ........................................... 122 3.1 Constituição Federal Brasileira de 1988 ................................................................. 126 3.2 Código de Ética Profissional do Servidor Público Federal – Lei 1.171/1994 ........ 236 3.3 Assistência ao paciente com câncer......................................................................... 239 3.4 Atendimento ao cidadão ......................................................................................... 240 3.4.1 Atendimento em serviços de saúde ..................................................................... 241 3.4.2 Citologia .............................................................................................................. 241 3.5 Direitos e deveres do paciente ................................................................................ 243 3.6 Educação em saúde no contexto do SUS ............................................................... 246 3.7 Estratégia de saúde da família ................................................................................ 247 3.8 Ética profissional .................................................................................................... 247 3.8.1 Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990 (lei orgânica da saúde) ....................... 248 3.8.2 Normas, leis e atribuições inerentes ao cargo ...................................................... 260 3.9 Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) ....................................................... 280 3.10 Papel do Agente Comunitário de Saúde (ACS) no SUS ...................................... 281 3.10.1 Participação e Controle Social ........................................................................... 282 3.10.2 Princípios, diretrizes e aspectos gerais do Sistema Único de Saúde (SUS) ...... 282 3.10.3 Promoção, prevenção e proteção da Saúde ....................................................... 282 3.11 Saúde da criança e do adolescente ........................................................................ 284 3.11.1 Saúde da gestante, do idoso e do trabalhador .................................................... 287 3.11.2 Saúde dos portadores do HIV e dos doentes de AIDS ...................................... 298 3.11.3 Sistemas de informação em saúde ..................................................................... 299 3.11.4 Vigilância em saúde ........................................................................................... 300 3.12 Verminoses, bacterioses e viroses ........................................................................ 301 Caderno de Questões – Conhecimentos Específicos ................................................ 323 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 332 1 LÍNGUA PORTUGUESA 1. Compreensão e interpretação de textos A compreensão e interpretação de texto são duas ações que estão relacionadas, uma vez que quando se compreende corretamente um texto e seu propósito comunicativo chegamos a determinadas conclusões (interpretação). Hoje em dia é essencial saber interpretar corretamente os textos, entender melhor sobre suas tipologias e as funções da linguagem relacionadas a ele. Resumindo: • Compreensão de textos: é a decodificação da mensagem, ou seja, análise do que está no explícito do texto. • Interpretação de textos: é a interpretação que fazemos do conteúdo, ou seja, quais conclusões chegamos por meio da conexão de ideias e, por isso, vai além do texto. Compreensão A compreensão faz uma análise objetiva do texto, buscando decodificá-lo e verificar o que realmente está escrito, assimilando as principais palavras e ideias presentes no conteúdo e coletando dados e informações concretas. De maneira geral, os enunciados de questões que pedem a compreensão de um texto utilizam as seguintes expressões: • O autor afirma que… • O autor sugere… • Segundo o texto… • O autor/narrador do texto diz que… • O texto informa que… • No texto… • De acordo com o autor… • Na opinião do autor do texto… • Tendoem vista o texto… • O autor sugere ainda… • De acordo com o texto… Desta forma, a compreensão textual envolve a decodificação da mensagem que é realizada pelo leitor. Quando ouvimos, por exemplo, um noticiário, compreendemos a mensagem passada e qual sua finalidade (informar o ouvinte de algum acontecimento, por exemplo). Para compreender os textos escritos não é diferente, porém requer o conhecimento da língua, do vocabulário e das funções relacionadas com linguagem e a comunicação. Logo, por meio da interpretação das palavras e das frases podemos compreender melhor a mensagem que está sendo transmitida. Por isso, ter um dicionário por perto é sempre uma dica boa, se caso houver algum termo desconhecido. Interpretação A interpretação de texto trata-se daquilo que podemos concluir sobre ele, estabelecendo conexões entre o que está escrito e a realidade. Essas conclusões são feitas analisando as ideias do autor, sendo que essa análise é subjetiva. Esse recurso envolve a capacidade de chegar a determinadas conclusões após fazer a leitura de algum tipo de texto (visual, auditivo, escrito, oral). Por isso, a interpretação de texto é algo subjetivo e que pode variar de leitor para leitor. Isso porque cada um possui um repertório interpretativo que foi sendo adquirido ao longo da vida. A interpretação de um texto requer: • Existência de conhecimento prévio quanto ao assunto/conceito abordado no texto; • Apreciação pessoal e crítica por parte do leitor já que, de alguma forma, ainterpretação sempre depende das considerações feitas por quem está lendo o texto. De forma geral, os enunciados de questões que pedem a interpretação de um texto utilizam as seguintes expressões: • Conclui-se do texto que… • O texto permite deduzir que… • Diante do que foi exposto, podemos concluir… • É possível subentender-se a partir do texto que… • Qual a intenção do autor quando afirma que… • O texto possibilita o entendimento de que… • Infere-se do texto que… • Com o apoio do texto, infere-se que… • O texto encaminha o leitor para… Vale lembrar que o repertório interpretativo do leitor advém, em grande parte, da leitura. Portanto, ler é um ato essencial e que auxilia na melhor interpretação dos textos e conexão das ideias. Como esses dois conceitos podem ser confundidos em alguns contextos, preparamos uma tabela que contém as principais diferenças entre a compreensão textual e a interpretação textual. 2 Item Compreensão Interpretação O que é Analisa estritamente o que está escrito no texto, compreendendo de froma objetiva, as frases e ideias presentes. Aquilo que se conclui sobre o texto. É a maneira que o leitor interpreta o conteúdo. Informação Todas as informações estão presentes no texto. A informação está fora do texto (ou além do texto), mas possui forte conexão com ele. Análise Preza pela objetividade Trabalha com subjetividade. Podemos, ser bem-sucedidos numa interpretação de texto. Para isso, devemos observar o seguinte: 1 - Ler todo o texto, procurando ter uma visão geral do assunto; 2 - Se encontrar palavras desconhecidas, não interrompa a leitura, vá até o fim, ininterruptamente; 3 - Ler, ler bem, ler profundamente, ou seja, ler o texto pelo menos umas três vezes ou mais; 4 - Ler com perspicácia, sutileza, malícia nas entrelinhas; 5 - Volar ao texto quantas vezes precisar; 6 - Não permitir que prevaleçam suas ideias sobre as do autor; 7 - Partir o texto em pedações (parágrafos, partes) para melhor compreensão; 8 - Centralizar cada questão ao pedaço (parágrafo, partes) do texto correspondente; 9 - Verificar, com atenção e cuidado, o enunciado de cada questão; 10 - Cuidado com os vocábulos: destoa (= diferente de...), não, correta, incorreta, certa, errada, falsa, verdadeira, exceto, e outras; palavras que aparecem nas perguntas e que, às vezes, dificultam a entender o que se perguntou e o que se pediu; 11 - Quando duas alternativas lhe parecem corretas, procurar a mais exata ou a mais completa; 12 - Quando o autor apenas sugerir ideia, procurar um fundamento de lógica objetiva; 13 13 - Cuidado com as questões voltadas para dados superficiais; 14 - Não se deve procurar a verdade exata dentro daquela resposta, mas a opção que melhor se enquadre no sentido do texto; 15 - Às vezes a etimologia ou a semelhança das palavras denuncia a resposta; 16 - Procure estabelecer quais foram as opiniões expostas pelo autor, definido o tema e a mensagem; 17 - O autor defende ideias e você deve percebê-las; 18 - Os adjuntos adverbiais e os predicativos do sujeito são importantissimos na interpretação do texto. Ex: Ele morreu de fome. de fome: adjunto adverbial de causa, determina a causa na realização do fato ( = morte de "ele" ). Ex: ele morreu faminto faminto: predicativo do sujeito, é o estado em que "ele" se encontrava quando morreu. • Textos verbais e não verbais A leitura é uma atividade de captação de ideias de um autor e, para isso, espera-se que o leitor processe, critique ou avalie a informação que possui para obter um sentido e significado à leitura. De acordo com o dicionário Michaelis, interpretar é determinar com precisão o sentido de um texto. Logo, o leitor deve não só ler um texto, mas sim prestar atenção aos detalhes presentes na leitura, por exemplo, os elementos verbais(palavras) e não verbais (imagens, símbolos). Para interpretar um texto verbal é necessário, primeiramente, identificar se é um texto literário ou não literário. Observe a estrutura, se é escrito em prosa ou em verso e parta para a bibliografia para investigar outras informações, por exemplo, se a fonte é de um periódico ou de um livro de um autor conhecido da literatura. Dessa forma, pode-se inferir que o texto não literário apresenta uma informação e a importância é no que se diz, enquanto o texto literário o mais importante é a forma, o como se diz.. Além disso, os elementos verbais e não verbais, podem aparecer em um texto de forma integrada ou independente, apenas compartilhando o mesmo espaço. Logo, deve-se perceber o nível de interação entre os elementos para melhor interpretar um texto e saber decodificar a interação que os elementos possuem e que mensagem veiculam ao leitor. Por fim, em um texto verbal, deve-se: - Observar quem fala no texto: eu lírico (poema), narrador, cronista, articulista (prosa); - Perceber o ponto de vista do enunciador, ou seja, a utilização da 1ª pessoa pessoa (visão particular) ou da 3º pessoa (visão coletiva); - Analisar os aspectos linguísticos (gramaticais), lexicais (escolha vocabular) e estilística (como se faz o uso da gramática); - Descobrir o estilo do poema; -Identificar recursos expressivos (figuras e funções da linguagem); 3 -Relacionar à época contextual. • Como Interpretar textos não-verbais Interpretar textos não verbais ou mistos envolve as seguintes operações: analisar, explicar, identificar, comparar, etc. Porém esses tipos de texto requerem do estudante sensibilidade para ler outros códigos, como os gestos, as expressões fisionômicas, as cores, a própria imagem, e aquilo que está nas entrelinhas. • Orientações para ler e Interpretar textos mistos 1. Olhe quadro a quadro; 2. Perceba objetos, pessoas, atividades; 3. Note frases e palavras; 4. Observe se há intertextualidade; Considere as expressões faciais, os gestos, as cores e outros códigos não verbais. • Textos verbais e não verbais A leitura é uma atividade de captação de ideias de um autor e, para isso, espera-se que o leitor processe, critique ou avalie a informação que possui para obter um sentido e significado à leitura. De acordo com o dicionário Michaelis, interpretaré determinar com precisão o sentido de um texto. Logo, o leitor deve não só ler um texto, mas sim prestar atenção aos detalhes presentes na leitura, por exemplo, os elementos verbais(palavras) e não verbais (imagens, símbolos). Para interpretar um texto verbal é necessário, primeiramente, identificar se é um texto literário ou não literário. Observe a estrutura, se é escrito em prosa ou em verso e parta para a bibliografia para investigar outras informações, por exemplo, se a fonte é de um periódico ou de um livro de um autor conhecido da literatura. Dessa forma, pode-se inferir que o texto não literário apresenta uma informação e a importância é no que se diz, enquanto o texto literário o mais importante é a forma, o como se diz.. Além disso, os elementos verbais e não verbais, podem aparecer em um texto de forma integrada ou independente, apenas compartilhando o mesmo espaço. Logo, deve-se perceber o nível de interação entre os elementos para melhor interpretar um texto e saber decodificar a interação que os elementos possuem e que mensagem veiculam ao leitor. Por fim, em um texto verbal, deve-se: - Observar quem fala no texto: eu lírico (poema), narrador, cronista, articulista (prosa); - Perceber o ponto de vista do enunciador, ou seja, a utilização da 1ª pessoa pessoa (visão particular) ou da 3º pessoa (visão coletiva); - Analisar os aspectos linguísticos (gramaticais), lexicais (escolha vocabular) e estilística (como se faz o uso da gramática); - Descobrir o estilo do poema; -Identificar recursos expressivos (figuras e funções da linguagem); -Relacionar à época contextual. • Como Interpretar textos não-verbais Interpretar textos não verbais ou mistos envolve as seguintes operações: analisar, explicar, identificar, comparar, etc. Porém esses tipos de texto requerem do estudante sensibilidade para ler outros códigos, como os gestos, as expressões fisionômicas, as cores, a própria imagem, e aquilo que está nas entrelinhas. • Orientações para ler e Interpretar textos mistos 5. Olhe quadro a quadro; 6. Perceba objetos, pessoas, atividades; 7. Note frases e palavras; 8. Observe se há intertextualidade; 9. Considere as expressões faciais, os gestos, as cores e outros códigos não verbais. 1.1 Ortografia A ortografia oficial da Língua Portuguesa é a parte da gramática que tem a finalidade de estudar a forma correta de escrever as palavras. Para isso, são observados os padrões, regras e o uso correto dos sinais de pontuação e acentuação. A palavra grega orthos faz referência a ideia daquilo que é reto, exato, direito. Já a palavra latina graphia significa escrever. Portanto, a prática da ortografia está ligada além da escrita correta, ao conhecimento das regras que enquadram a escrita nas condições da Língua Portuguesa, observando características etimológicas e fonológicas. Para tanto, aqui serão apresentados as regras ortográficas determinadas pela Língua Portuguesa. Acentos Em síntese, a acentuação tem como finalidade mudar o som de alguma letra, portanto, fazendo com que palavras escritas de forma semelhante sejam lidas de um jeito diferente e tenham significados diferentes. 4 Na Língua Portuguesa há quatro acentos gráficos, que podem ser definidos da seguinte forma: Acento agudo (´) – é usado em vogais para indicar que a sílaba em que ela se encontra é tônica, ou seja, possui o som mais forte. O acento agudo faz com que as palavras sejam pronunciadas de forma aberta: célebre, acarajé, filé. Acento circunflexo (^) – pode ser usado apenas nas vogais, A, E e O, indicando que elas devem ser pronunciadas de forma fechada: ângulo, ônus, ônibus, bônus. Til (~) – é ele que dá o som anasalado às vogais A e O: propõem, constituição, preposição, ação. Acento grave (`) – é usado para indicar a ocorrência de crase, assunto que será aprofundado em um tópico seguinte. X e CH Na hora de escrever, uma das dúvidas mais recorrentes diz respeito ao uso do X e do CH. Ainda mais porque, além de conhecer as regras, é necessário conhecer também as exceções. Para fixar o uso correto de cada uma das situações a seguir, o ideal é ter uma boa rotina de leitura para assimilar a grafia correta das palavras. Observem os usos adequados de cada um deles. Uso do X e CH nas palavras provenientes do latim: CH: quando são traduzidas do latim para o português, as sequências “pl” “fl” e “cl” transformam-se em CH. Exemplos: planus – chão flamma – chama clamare – chamar X: palavras originárias do X latino ou quando há palatização do S em grupos ssi ou sce: Exemplos: examen – exame luxu – luxo laxare – deibar pisce – peixe passione – paixão Casos em que o CH é utilizado: Em palavras de origem francesa (chofer (chauffeur), creche (crèche), debochar (débaucher), fetiche (fétiche), guichê (guichet) e champignon (champignon) Casos em que o X é utilizado: Depois de ditongos (peixe, ameixa e caixa) Algumas exceções são as palavras guache, recauchutar e caucho. • Em palavras iniciadas pela sílaba “en”: enxada, enxerto e enxurrada; Neste caso há duas exceções. A primeira diz respeito à palavra enchova, que é um regionalismo da palavra anchova, que tem origem genovesa: anciua. A segunda exceção são as palavras formadas pela sílaba inicial “en”, seguidas por radical com “ch”. Alguns exemplos são: enchente, enchumaçar e encharcar. • Em palavras iniciadas pela sílaba: “me” (mexilhão, México e mexer). Aqui, a exceção é a palavra mecha (referindo-se aos cabelos) cuja origem é francesa, da palavra mèche. Algumas vezes a confusão pode ser ocasionada por conta da palavra mexe (do verbo mexer) que é grafada com x. • Em palavras de origem tupi (capixaba, caxumba, xaxim, queixada, Pataxó, abacaxi, araxá e Xingu). Um das exceções é a palavra que nomeia a cidade catarinense de Chapecó, que é uma derivação do tupi Xapeco e quer dizer, da donde se avista o caminho da roça. • Em palavras de origem africana (afoxé, axé, xingar, xangô, maxixe, orixá, borocoxô, xodó e fuxico) • Algumas exceções são as palavras cachaça, chilique, e cachimbo. Em palavras de origem árabe (almoxarifado, elixir, haxixe, xarope, xadrez, xeque e enxaqueca) As exceções são as palavras alcachofra e chafariz. S ou Z Na hora de escrever, outra confusão frequente está relacionada ao uso do S e do Z. Conheça algumas regrinhas que podem auxiliar: • Casos em que o S é utilizado: Em palavras que derivam de uma primitiva grafada com s (casa – casinha, casarão, análise – analisar e pesquisa – pesquisar) Como exceção podemos citar: catequese – catequizar. 5 • Após ditongo quando houver o som de z (coisa e maisena) • Nos sufixos “ês”, “esa”, “esia” e “isia”, quando indicarem nacionalidade, título ou origem (burguesia, portuguesa, poetisa e camponês) A exceção é a palavra juíza, que deriva do masculino, juiz. • Na conjugação dos verbos pôr e querer (ele pôs, ele quis, e nós quisemos) • Nos sufixos gregos “ase”, “ese”, “ise” e “ose” (crise, tese, frase e osmose) As exceções são as palavras deslize e gaze. • Em palavras terminadas em “oso” e “osa” (gostosa e populoso) Casos em que o Z é utilizado: • Palavras terminadas em ez e eza serão escritas com z quando se tratarem de substantivos abstratos provenientes de adjetivos, portanto, indicando uma qualidade (certeza, nobreza, maciez e sensatez) • Utiliza-se o z nas palavras derivadas com os sufixos “zinho” “zito” “zada” “zarrão”, “zorra”, “zudo”, “zeiro”, “zal” e “zona” (cafezal, homenzarrão, papelzinho e açaizeiro) As exceções ocorrem quando o radical da palavra de origem possui o s: casa – casinha, asa – asinha e Teresa – Teresinha. • Quando a derivação resultam em verbos terminadoscom o som de “izar” (economizar e aterrorizar) Da mesma forma, há exceção quando o radical da palavra de origem possui o s: analisar e improvisar. C, Ç, S e SS Outra parte, ainda mais confusa, são as possibilidades de uso do c, ç, s e ss. Entretanto, as regrinhas são muito simples e fáceis de serem entendidas. • O C tem valor de S com as vogais E e I. Antes de A, O ou U, utiliza-se o Ç (ocioso, acetato, açúcar e aço) • Depois de consoante, utiliza-se S. Entre vogais, o correto é usar SS (concurso e pessoa) • O S é utilizado em palavras que derivam de verbos terminados em “correr” “pelir” e “ergir” (compelir – compulsório, discorrer – discurso e imergir – imersão) • Os verbos terminados em “dar” “der” “dir” “ter” “tir” e “mir” recebem o S quando perdem as letras D, T e M em suas derivações (redimir – remissão – remisso, expandir – expansão – expansível e iludir – ilusão – ilusório) • Verbos não terminados em “dar” “der” “dir”, “ter” “tir” e “mir” recebem Ç quando mudam o radical (excetuar – exceção e proteger – proteção) • Verbos que mantêm o radical recebem Ç em suas derivações (fundir – fundição e reter – retenção) • Utiliza-se C ou Ç após o ditongo quando houver som de S (traição e coice) • Utiliza-se C ou Ç nos sufixos “aça”, “aço”, “ação”, “çar”, “ecer’, “iça”, “iço”, “nça”, “uça”, “uço” (esperar – esperança, dente – dentuço, rico – ricaço e merece – merecer) • Em palavras de origem árabe (açude, alface, alvoroço, celeste, cetim, açoite, açafrão) Algumas exceções são arsenal, safra, salada e carmesim. • Em palavras de origem tupi (camaçari, açaí, cacique, piaçava, paçoca, Iguaçu e cupuaçu) • Em palavras de origem africana (caçula, cachaça, miçanga, lambança, cangaço e jagunço) G e J Em relação ao uso do G e J é seguida a mesma tendência. Além de ter várias regras, há, ainda, diversas exceções. Confira quais são as principais e nunca mais erre a grafia dessas palavras. Nas palavras originárias do latim e do grego, normalmente, o G da Língua Portuguesa é equivalente. Latim gestu – gesto gelu – gelo agitare – agitar Grego gymnastics – ginástica hégemonikós – hegemônico Em relação ao J, ele não existe nem no latim e nem no grego clássico. Portanto, ele ocorre quando há consonantização do I semiconsoante latino ou palatalização do S + I, ou do 6 grupo DI + Vogal. Casos em que o G é utilizado: • Quando a palavra é derivada de outras palavras grifadas com G (faringite – faringe e selvageria – selvagem) Algumas exceções são coragem – corajoso e viagem – viajar. • Quando as palavras terminam nos sufixos “ágio”, “égio”, “ígio”, “ógio” e “úgio” (refúgio, prestígio e sacrilégio) • Utiliza-se G quando os substantivos são terminados em “gem” (sondagem, viagem e passagem) Exemplos de exceção são as palavras pajem e lambujem. • Quando os verbos são terminados em “ger” e “gir” (eleger e rugir) • Depois de R (divergir esubmergir) • Casos em que o J é utilizado: • Nas palavras derivadas de outras que são grafadas com J (lojista – loja, gorjeta – gorja). • Nos verbos terminados em “jar” (arranjar, encorajar, enferrujar) • Palavras de origem árabe (azulejo, berinjela, jaleco, jarra, laranja) Algumas exceções são giz, girafa e álgebra • Em palavras de origem tupi (jururu, maracujá, jerimum, marajó, jibóia). Sergipe é uma exceção. • Palavras que possuem origem africana (jabá, Iemanjá, acarajé, jiló, Jurema) Mal e mau É uma das dúvidas mais frequentes, que as duas palavras são muito parecidas. Vejamos, A palavra mal é oposto de bem, enquanto a palavra mau é oposto de bom. Basta fazer a substituição para perceber se o uso é correto, ou não. Vale lembrar, ainda, que quando estiver acompanhado de artigo ou pronome, mal será um substantivo. Exemplo: Sofro desse mal desde os dez anos de idade. Porém, quando modificar um verbo ou adjetivo, mal será um advérbio. Exemplo: Chegou em casa e mal olhou para o marido. Na direção contrária, a palavra mau sempre é usada como um adjetivo. Exemplo: Os maus exemplos não devem ser seguidos. Uso dos porquês Há quatro categorias distintas e cada uma delas com um uso. Entretanto, depois de entender com elas funcionam, o uso dos porquês se tornará muito mais simples. Porque (junto e sem acento) – é usado basicamente em respostas e explicações, indicando a causa ou explicação de algo. Pode ser substituído por: pois, uma vez que, dado que, visto que, etc. Exemplo: Não vou ao shopping porque estou me sentindo mal. Por que (separado e sem acento) – é usado para fazer perguntas ou para fazer relação com um termo anterior da oração. Confira algumas formas de substituí-lo: por qual razão e por qual motivo. Exemplo: Por que você não cumpriu o acordo de venda? Por quê (separado e com acento) – é usado no final de frases interrogativas, podendo ser seguido tanto por ponto de interrogação, quanto por ponto final. Exemplos: Minha irmã foi embora sem que eu soubesse o por quê. Você deixou o caderno em casa por quê? Porquê (junto e com acento) – é usado para indicar o motivo, razão ou causa de alguma coisa. Sempre aparece acompanhado de artigos definidos ou indefinidos, mas pode aparecer, ainda, acompanhado de numeral ou pronome. Exemplo: Gostaria de saber os porquês de eu não ter sido convidada para a festa do condomínio. Resumindo: Porque – Usado em respostas. Por que – Usado no início de uma questão. Por quê – Usado no fim de perguntas. Porquê – Usado como substantivo. 7 1.2 Sintaxe Sintaxe de regência Chama-se regência à relação estabelecida, na oração, entre um termo regente e um termo regido. A regência pode ser classificada em regência verbal ou regência nominal, conforme a natureza do termo regente: • Na regência verbal o termo regente é um verbo; • Na regência nominal o termo regente é um nome. O termo regente depende do termo regido. O sentido do termo regente permanece incompleto sem a presença do termo regido. Regência verbal: Termo regente: verbo Termos regidos: objeto direto e objeto indireto Regência verbal Regência verbal é a relação que existe entre um verbo e o termo da oração que o complementa, ou seja, a regência verbal é estabelecida entre o verbo e os complementos verbais. Na regência verbal há um termo regente que estabelece uma relação com um termo regido. O termo regente é sempre o verbo e o termo regido é o complemento verbal. Quando o termo regido é um objeto direto, a regência verbal é estabelecida através de uma preposição. Exemplo de regência verbal Ele não se lembrou do nosso acordo. Termo regente = verbo = lembrou-se Termo regido = objeto indireto = do nosso acordo Preposição que estabelece a regência = de (de + o = do) Regência verbal com preposição Os verbos transitivos indiretos estabelecem regência com o objeto indireto com a presença obrigatória de uma preposição. Exemplos de regência verbal preposicionada: Eu duvidei da opinião do garoto. O aluno respondeu à pergunta da professora. O objeto indireto responde principalmente às perguntas de quê? para quê? de quem? para quem? em quem?. Exemplos de verbos que exigem preposição para regência verbal Verbos chegar, ir e voltar Quando indicam destino ou direção = ir a, ir de, ir para, voltar a, voltar de, voltar para, chegar a, chegar de, chegar para. Fui à feira comprar melancia. Voltei para Pernambuco. Cheguei da escola ao meio-dia. Verbo comparecer Quando indica local = comparecer a ou comparecer em. Compareci ao escritório no domingo para resolver um problema. Compareci no escritório no domingo para resolver um problema. Verbo assistir Quando significaver ou presenciar = assistir a. Meus vizinhos assistiram ao acidente e ficaram muito perturbados. Verbo aspirar Quando significa desejar, pretender ou ambicionar = aspirar a. Mariana aspira ao papel principal naquela peça. Verbo visar Quando significa desejar, pretender ou ambicionar = visar a. Mariana visa ao papel principal naquela peça. Verbos esquecer-se e lembrar-se Quando são verbos pronominais = esquecer-se de e lembrar-se de. Não me esqueci de seu aniversário. Não me lembrei de seu aniversário. Verbo preferir Quando se prefere algo a alguma coisa = preferir a. Eu prefiro suco de melão a suco de laranja. Verbos implicar e simpatizar Quando se referem a simpatizar ou antipatizar com alguém, bem como incomodar = implicar com e simpatizar com. Pare de implicar com meu filho! Nunca simpatizei com ela. Verbo querer Quando tem sentido de estimar ou de querer bem = querer a. Quero muito a minha filha. Verbo obedecer Quando se obedece a alguém ou a alguma coisa = obedecer a. Aquele aluno nunca obedece à professora. Verbo responder 8 Quando se responde a alguém ou a alguma coisa = responde a. Pedro não soube responder ao que lhe foi perguntado. Verbo agradar Quando significa contentar ou satisfazer = agradar a. O serviço realizado agradou ao diretor da empresa. Verbos avisar, comunicar, advertir, prevenir,… Com sentido de informar com antecedência = avisar a, comunicar a, advertir a, prevenir a,… Avisei ao diretor que os funcionários estão descontentes. Comuniquei ao diretor que os funcionários estão descontentes. Adverti ao diretor que os funcionários estão descontentes. Preveni ao diretor que os funcionários estão descontentes. Verbo perdoar Quando se perdoa a uma pessoa, não uma coisa = perdoar a. Nunca perdoarei a minha mãe por me ter abandonado. Verbo pagar Quando se paga a uma pessoa, não uma coisa = pagar a. Pagou ao empregado o que lhe devia, antes de o despedir. Verbos morar e residir Quando indica local = morar em e residir em. Meu irmão mora em Londres há três anos. Meu irmão reside em Londres há três anos. Verbo proceder Com sentido de realizar ou dar início = proceder a. Procederemos à destruição das peças defeituosas. Observação Existem vários verbos que têm um sentido quando exigem preposição e outro sentido quando não exigem preposição. Verbo querer Com sentido de desejar = transitivo direto = regência sem preposição. Exemplo: Eu quero uns patins novos. Com sentido de gostar e querer bem = transitivo indireto = regência com preposição. Exemplo: Eu quero a meu irmão. Lista de verbos e preposições para a regência verbal Para estabelecer regência verbal, as preposições mais utilizadas são: a, de, com, em, para, por, sobre: • abdicar de; • advertir a; • agradar a; • agradecer a; • alertar sobre; • ansiar por; • apaixonar-se por; • apoiar-se em; • aspirar a; • assistir a, assistir em; • avaliar em; • avisar a, avisar de; • cair sobre; • chegar a, chegar de, chegar para; • chorar por; • começar por; • comparecer a, comparecer em; • comungar com; • comunicar a; • concentrar em; • constar de; • continuar em; • convidar para; • convocar para; • dedicar a; • deitar-se a; • desafiar para; • desagradar a; • desdenhar de; • empatar em, empatar por, empatar com; • emprestar a, emprestar de, emprestar para; • encontrar-se com; • ensaiar para; • esforçar-se para; • esquecer de; • excluir de; • gostar de; • guarnecer com; • habilitar para; • habituar-se a; • impedir de, impedir que; • implicar com; • imputar a; • incorrer em; • indignar-se com; • informar de; • ingressar em; • interessar-se por; • ir a, ir de, ir para; 9 • lembrar-se de; • libertar de; • matizar de; • meditar sobre; • mexer em, mexer com, mexer de; • morar em; • morrer de; • namorar com. • necessitar de; • obedecer a; • obrigar a; • orar por; • pagar a; • parecer com; • participar em; • pedir a; • usufruir de; • uniformizar com; • trocar por; • tremer de; • tratar de; • transformar em; • teimar em; • tapar com; • sujeitar-se a; • suceder a; • sonhar com; • sobreviver a; • simpatizar com; • sentar a, sentar em; • rogar por; • responder a; • residir em; • regular-se por; • referir-se a; • recair sobre; • querer a; • propender para; • proceder a; • prevenir a; • prevalecer sobre; • preferir a; • precisar de; • precaver-se de; • pertencer a; • perdoar a; • vangloriar-se de; • vedar a; • viciar-se em; • vingar-se de; • visar a; • voltar a, voltar de, •voltar para; • zangar-se com. Regência verbal sem preposição Os verbos transitivos diretos estabelecem regência com o objeto direto sem a presença obrigatória de uma preposição. Exemplos de regência verbal sem preposição: Mariana comeu o quibe. Mirim esperava a irmã. O objeto direto responde principalmente às perguntas o quê? ou quem?. Regência nominal Regência nominal é a relação que um nome estabelece com o seu complemento através de uma preposição. Esse nome pode ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. O complemento, chamado de complemento nominal, completa o significado do nome, que teria o seu sentido incompleto sem esse complemento. Exemplos de regência nominal Infelizmente, uma boa educação ainda não é acessível a todos. Meu namorado sempre foi amoroso com meu filho. Ele parece estar descontente com a vida. Por favor, tenha respeito por mim! Preposições usadas na regência nominal Para estabelecer regência nominal, as preposições mais utilizadas são: a, de, com, em, para, por. Regência nominal com a preposição A • acessível a; • agradável a; • alheio a; • análogo a; • anterior a; • apto a; • atento a; • avesso a; • cego a; • cheiro a; • comum a; 10 • contrário a; • desatento a; • equivalente a; • estranho a; • favorável a; • fiel a; • grato a; • horror a; • idêntico a; • inacessível a; • indiferente a; • inerente a; • necessário a; • nocivo a; • oposto a; • perpendicular a; • posterior a; • prestes a; • surdo a; • visível a. Regência nominal com a preposição DE • amante de; • amigo de; • ávido de; • capaz de; • cheio de; • cobiçoso de; • contemporâneo de; • desejoso de; • diferente de; • difícil de; • digno de; • dotado de; • fácil de; • impossível de; • incapaz de ;• inimigo de; • livre de; • longe de; • louco de; • maior de; • natural de; • obrigação de; • orgulhoso de; • passível de; • possível de; • sedento de; • seguro de; • sonho de. Regência nominal com a preposição COM • amoroso com; • aparentado com; • caritativo com; • compatível com; • cruel com; • cuidadoso com; • descontente com; • furioso com; • impaciente com; • intolerante com; • liberal com; • solícito com. Regência nominal com a preposição EM • doutor em; • exato em; • firme em; • hábil em; • incessante em; • indeciso em; • interesse em; • lento em; • morador em; • negligente em; • parco em; • perito em; • primeiro em; • versado em. Regência nominal com a preposição PARA • apto para; • bastante para; • bom para; • essencial para; • impróprio para; • inútil para; • mau para; • pronto para; • próprio para. Regência nominal com a preposição POR •admiração por; • ansioso por; • devoção por;11 • respeito por; • responsável por. Regência nominal e complemento nominal O complemento nominal é o termo regido. Completa o sentido de um nome que, sozinho, tem significado incompleto. Vem sempre precedido de uma preposição. O complemento nominal pode ser representado por um substantivo, por um pronome, por um numeral e até por uma oração subordinada substantiva completiva nominal. Exemplos de complemento nominal Tenho muita saudade de você! Pedro sempre sentiu ciúme de Luísa. Por vezes, ele é cruel com os animais. É indispensável haver respeito por todos. Regência nominal e regência verbal Na regência nominal, o termo regente é um nome. Na regência verbal, o termo regente é um verbo. Assim, a regência verbal é a relação que um verbo estabelece com os seus complementos (objeto direto e objeto indireto), bem como com adjunto adverbial, que o caracteriza. Alguns verbos necessitam obrigatoriamente de uma preposição para estabelecer regência verbal: • obedecer a; • simpatizar com; • comparecer em; • esquecer-se de; • proceder a; • morrer de; • tapar com; • esforçar-se para; • teimar em; • alertar sobre; • trocar por; • … Sintaxe da Concordância verbal e nominal Concordância verbal e nominal é a parte da gramática que estuda a conformidade estabelecida entre cada componente da oração. Enquanto a concordância verbal se ocupa da relação entre sujeito e verbo, a concordância nominal se ocupa da relação entre as classes de palavras: concordância verbal = sujeito e verbo concordância nominal = classes de palavras Exemplificação: Nós estudaremos regras e exemplos complicados juntos. Observem: Na oração acima, temos esses dois tipos de concordância: Ao concordar o sujeito (nós) com o verbo (estudaremos), estamos diante de um caso de concordância verbal. Já, quando os substantivos (regras e exemplos) concordam com o adjetivo (complicados), estamos diante de um caso de concordância nominal. Concordância Verbal Concordância verbal é a relação estabelecida de forma harmônica entre sujeito e verbo. Isso quer dizer que quando o sujeito está no singular, o verbo também deve estar; quando o sujeito estiver no plural, o verbo também estará. Exemplos: Eu adoro quando as flores desabrocham na Primavera. Elas adoram quando as flores desabrocham na Primavera. A seguir, serão explanadas as regras para se efetuar a Concordância Verbal da maneira prescrita pela Língua portuguesa: Regras para sujeito simples 1. Sujeito coletivo Nesta situação, o verbo fica sempre no singular. Exemplo: A multidão ultrapassou o limite. Por outro lado, se o coletivo estiver especificado, o verbo pode ser conjugado no singular ou no plural. Exemplo: A multidão de fãs ultrapassou o limite. A multidão de fãs ultrapassaram o limite. 2. Coletivos partitivos O verbo pode ser usado no singular ou no plural em coletivos partitivos, tais como "a maioria de", "a maior parte de", "grande número de". Exemplo: Grande número dos presentes se retirou. Grande número dos presentes se retiraram 3. Expressões "mais de", "menos de", "cerca de" Nestes casos, o verbo concorda com o numeral. Exemplo: Mais de uma mulher quis trocar as mercadorias. Mais de duas pessoas chegaram antes do horário. Nos casos em que “mais de” é repetido indicando reciprocidade, o verbo vai para o plural. Exemplo: Mais de uma professora se abraçaram. 4. Nomes próprios Com nomes próprios, a concordância deve ser feita considerando a presença ou não de artigos. 12 Exemplo: Os Estados Unidos influenciam o mundo. Estados Unidos influencia o mundo. 5. Pronome relativo "que" O verbo deve concordar com o antecedente do pronome “que”. Exemplo: Fui eu que levei. Foste tu que levaste. Foi ele que levou. 6. Pronome relativo "quem" O verbo pode ser conjugado na terceira pessoa do singular ou pode concordar com o antecedente do pronome "quem". Exemplo: Fui eu quem afirmou. Fui eu quem afirmei. 7. Expressão "um dos que" Este é mais um dos casos em que tanto o verbo pode ser conjugado no singular como no plural. Exemplo: Ele foi um dos que mais contribuiu. Ele foi um dos que mais contribuíram. Regras para sujeito composto 1. Sujeitos formados por sinônimos O verbo tanto pode ir para o plural, como pode ficar no singular e concordar com o núcleo mais próximo. Exemplo: Preguiça e lentidão destacaram aquela gerência. Preguiça e lentidão destacou aquela gerência. 2. Sujeito formado por palavras em graduação e enumeração Este é mais um caso em que tanto o verbo pode flexionar para o plural, como também pode concordar com o núcleo mais próximo. Exemplo: Um mês, um ano, uma década de poder não supriu a saúde. Um mês, um ano, uma década de poder não supriram a saúde. 3. Sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes Nesta situação, o verbo vai para o plural e concorda com a pessoa, por ordem de prioridade. Exemplo: Eu, tu e Cássio só chegaremos ao fim da noite. (eu, 1.ª pessoa + tu, 2.ª pessoa + ele, 3.ª pessoa), ou seja, a 1.ª pessoa do singular tem prioridade e, no plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós chegaremos". Jair e eu conseguimos comprar um apartamento. (eu, 1.ª pessoa + Jair, 3.ª pessoa). Aqui também é a 1.ª pessoa do singular que tem prioridade. No plural, ela equivale a nós, ou seja, "nós conseguimos". 4. Sujeitos ligados por "ou" Os verbos ligados pela partícula "ou" vão para o plural quando a ação verbal estiver se referindo a todos os elementos do sujeito. Exemplo: Doces ou chocolate desagradam ao menino. Quando a partícula “ou” é utilizada como retificação, o verbo concorda com o último elemento. Exemplo: A menina ou as meninas esqueceram muitos acessórios. Mas, quando a ação verbal é aplicada a apenas um dos elementos, o verbo permanece no singular. Exemplo: Laís ou Elisa ganhará mais tempo. 5. Sujeitos ligados por "nem" Quando os sujeitos são ligados por "nem", o verbo vai para o plural. Exemplo: Nem chuva nem frio são bem recebidos. 6. Sujeitos ligados por "com" Quando semelhante à ligação "e", o verbo vai para o plural. Exemplo: O ator com seus convidados chegaram às 6 horas. Mas, quando "com" representar “em companhia de”, o verbo concorda com o antecedente e o segmento "com" é grafado entre vírgulas: Exemplo: O pintor, com todos os auxiliares, resolveu mudar a data da exposição. 7. Sujeitos ligados por "não só, mas também", "tanto, quanto", "não só, como" Nesses casos, o verbo vai para o plural ou concorda com o núcleo mais próximo. Exemplo: Tanto Rafael como Marina participaram da mostra. Tanto Rafael como Marina participou da mostra. 13 8. Partícula "se" No caso em que a palavra "se" é índice de indeterminação do sujeito, o verbo deve ser conjugado na 3.ª pessoa do singular. Exemplo: Confia-se em todos. No caso em que a palavra "se" é partícula apassivadora, o verbo deve ser conjugado concordando com o sujeito da oração. Exemplo: Construiu-se uma igreja. Construíram-se novas igrejas. 9. Verbos impessoais Os verbos impessoais sempre são conjugados na 3.ª pessoa do singular. Exemplo: Havia muitos copos naquela mesa. Houve dois meses sem mudanças. 10. Sujeito seguido por "tudo", "nada", "ninguém", "nenhum", "cada um" Neste caso, o verbo fica no singular. Exemplo: Amélia, Camila, Pedro, ninguém o convenceu de mudar a opinião. 11. Sujeitos ligados por "como", "assim como", "bem como" O verbo é conjugado no plural. Exemplo O trabalho, assim como a confiança, fizeram dela uma mulher forte.12. Locuções "é muito", "é pouco", "é mais de", "é menos de" Nestes casos, em que as locuções indicam preço, peso e quantidade, o verbo fica sempre no singular. Exemplo: Três vezes é muito. 13. Verbos "dar", "soar" e "bater" + hora(s) O verbo sempre concorda com o sujeito. Exemplos: Deu uma hora que espero. Soaram duas horas. 14. Indicações de datas O verbo deve concordar com a indicação numérica da data. Exemplo: Hoje são 2 de maio. Mas o verbo também pode concordar com a palavra dia. Exemplo: Hoje é dia 2 de maio. 15. Verbos no infinitivo Infinitivo impessoal Verbos no infinitivo não devem ser flexionados nas seguintes situações: a) quando têm valor de substantivo. Exemplo: Comer é o melhor que há. b) quando têm valor imperativo. Exemplo: Vá dormir! c) quando são os verbos principais de uma locução verbal. Exemplo: Íamos sair quando você chegou. d) quando são regidos por preposição. Exemplo: Começamos a cantar. Infinitivo pessoal Verbos no infinitivo devem ser flexionados quando os sujeitos são diferentes e queremos defini-los. Exemplo: Comprei a pizza para eles comerem. Concordância Nominal Concordância nominal é a relação que se estabelece entre as classes de palavras (nomes). É o que faz com que substantivos concordem com pronomes, numerais e adjetivos, entre outros. Exemplo: Estas três obras maravilhosas estavam esquecidas na biblioteca. Neste caso, pronome, numeral e adjetivo concordam com o substantivo "obras". "Estas" e não "estes" obras, pronome que está no plural, já que a oração refere que são três e não apenas uma obra maravilhosa. E por que "maravilhosas" e não "maravilhoso"? Porque o substantivo está no plural e é feminino, ou seja, tudo muito bem combinado. Regras de Concordância Nominal 1. Adjetivo e um substantivo O adjetivo deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Que pintura bonita! 1.1. Quando há mais do que um substantivo, o adjetivo deve concordar com aquele que está mais próximo. Exemplo: Que bonita pintura e poema! 14 Mas, se os substantivos forem nomes próprios, o adjetivo deve ficar no plural. Exemplo: Debaixo dos Caracóis dos seus Cabelos é uma composição• dos grandes Roberto Carlos e Erasmo Carlos em homenagem à Caetano Veloso. 1.2. Quando há mais do que um substantivo, e o adjetivo vem depois dos substantivos, deve concordar com aquele que está mais próximo ou com todos eles. Exemplos: Que pintura e poema bonito! Que poema e pintura bonita! Que pintura e poema bonitos! Que poema e pintura bonitos! 2. Substantivo e mais do que um adjetivo Quando um substantivo é caracterizado por mais do que um adjetivo, a concordância pode ser feita das seguintes formas: 2.1. Colocando o artigo antes do último adjetivo. Exemplo: Adoro a comida italiana e a chinesa. 2.2. Colocando o substantivo e o artigo que o antecede no plural. Exemplo: Adoro as comidas italiana e chinesa. 3. Números ordinais 3.1. Nos casos em que há número ordinais antes do substantivo, o substantivo pode ser usado tanto no singular como no plural. Exemplos: A segunda e a terceira casa. A segunda e a terceira casas. 3.2. Nos casos em que há número ordinais depois do substantivo, o substantivo deve ser usado no plural. Exemplo: As casas segunda e terceira. Expressões Anexo A palavra "anexo" deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos: Segue anexo o recibo. Segue anexa a fatura. Mas, a expressão "em anexo" não varia. Exemplo: Segue em anexo a fatura. Bastante (s) Quando tem a função de adjetivo, a palavra "bastante" deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplo: Recebemos bastantes telefonemas. Quando tem a função de advérbio, a palavra "bastante" não varia. Exemplo: Eles cantam bastante bem. Meio Quando tem a função de adjetivo, a palavra "meio" deve concordar em gênero e número com o substantivo. Exemplos: Atrasado, tomou meio copo de leite e saiu correndo. Atrasado, tomou meia xícara de leite e saiu correndo. Quando tem a função de advérbio, a palavra "meio" não varia. Exemplo: Ele é meio maluco. Ela é meio maluca. Menos A palavra "menos" não varia. Exemplos: Hoje, tenho menos alunos. Hoje, tenho menos alunas. É proibido, é bom, é necessário As expressões "é proibido, é bom, é necessário" não variam, a não ser que sejam acompanhadas por determinantes que as modifiquem. Exemplos: É proibido entrada. É proibida a entrada. Verdura é bom. A verdura é boa. Paciência é necessário. A paciência é necessária. Sintaxe da colocação A sintaxe de colocação mostra que os pronomes oblíquos átonos, embora possam ser dispostos de maneira livre, possuem uma posição adequada na oração. Quando há liberdade de posição desses termos, o enunciado poderá assumir diferentes efeitos expressivos, o que nem sempre é bem-vindo. 15 Existem três possíveis colocações para os pronomes oblíquos átonos: Próclise: o pronome será posicionado antes do verbo. Veja os exemplos: Não se esqueça de comprar novos livros. Não me fale novamente sobre esse assunto. Aqui se vive melhor do que na cidade grande. Tudo me incomoda quando não estou em casa. Quem te chamou para a festa? Mesóclise: será empregada quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo. O pronome surge intercalado ao verbo. A mesóclise é mais encontrada na linguagem literária ou na língua culta e, havendo possibilidade de próclise, ela deverá ser eliminada. Observe os exemplos: Dizer-lhe-ei sobre tuas queixas. (Direi + lhe) Convidar-me-iam para a formatura, mas viajei para o campo. (convidariam + me) Ênclise: o pronome surgirá depois do verbo, obedecendo à sequência verbo-complemento. Observe os exemplos: Diga-me o que você fez nas férias. Espero encontrá-lo (la) na festa hoje à noite. Acolheram o filhote abandonado, dando-lhe abrigo e comida. 1.3 Morfologia: substantivo Tudo o que existe é ser e cada ser tem um nome. Substantivo é a classe gramatical de palavras variáveis, as quais denominam os seres. Além de objetos, pessoas e fenômenos, os substantivos também nomeiam: - lugares: Alemanha, Porto Alegre... - sentimentos: raiva, amor... - estados: alegria, tristeza... - qualidades: honestidade, sinceridade... - ações: corrida, pescaria... Morfossintaxe do substantivo Nas orações de língua portuguesa, o substantivo em geral exerce funções diretamente relacionadas com o verbo: atua como núcleo do sujeito, dos complementos verbais (objeto direto ou indireto) e do agente da passiva. Pode ainda funcionar como núcleo do complemento nominal ou do aposto, como núcleo do predicativo do sujeito ou do objeto ou como núcleo do vocativo. Também encontramos substantivos como núcleos de adjuntos adnominais e de adjuntos adverbiais - quando essas funções são desempenhadas por grupos de palavras. Você sabia que a palavra substantivo também pode ser um adjetivo? Reproduzimos a seguir o verbete substantivo, do Dicionário de usos do português do Brasil, de Francisco S. Borba. Observe que as quatro primeiras acepções se referem à palavra em sua atuação como adjetivo. Substantivo Adj [Qualificador de nome não animado] 1- que tem substância ou essência: destacava-se entre os homens hábeis daquele país o hábito de fazer uma conversa prosseguir horas a fio, sem que a proposta substantiva ganhasse clara configuração (REP); se olham as coisas não pelos resultados substantivos(VEJ); 2- essencial;profundo: eu te amo por você mesma, de um modo substantivo e positivo(LC) 3- fundamental; essencial: o submarino foi um elemento adjetivo na I Guerra Mundial e substantivo na II Guerra (VEJ) 4- que equivale a um substantivo, ou que o traz implícito: onde é que está a ideia substantiva no meio desses adjetivos?(CNT) . Nm 5- palavra que por si só designa a substância, ou seja, um ser real ou metafísico; palavra com que se nomeiam os seres, atos ou conceitos; nome: Há-kodesh é na origem um substantivo feminino (VEJ); Planctus era um particípio passado e não um substantivo (ACM) Classificação dos Substantivos Substantivos Comuns e Próprios Observe a definição: s.f. 1: Povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas (no Brasil, toda a sede de município é cidade). 2. O centro de uma cidade (em oposição aos bairros). Qualquer "povoação maior que vila, com muitas casas e edifícios, dispostos em ruas e avenidas" será chamada cidade. Isso significa que a palavra cidade é um substantivo comum. Substantivo Comum é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma genérica. Por exemplo: cidade, menino, homem, mulher, país, cachorro. 16 Veja agora este outro exemplo: Estamos voando para Barcelona. O substantivo Barcelona designa apenas um ser da espécie cidade. Esse substantivo é próprio. Substantivo Próprio é aquele que designa os seres de uma mesma espécie de forma particular. Por exemplo: Londres, Paulinho, Pedro, Tietê, Brasil. Substantivos Concretos e Abstratos LÂMPADA MALA Os substantivos lâmpada e mala designam seres com existência própria, que são independentes de outros seres. São assim, substantivos concretos. Substantivo Concreto é aquele que designa o ser que existe, independentemente de outros seres. Obs.: os substantivos concretos designam seres do mundo real e do mundo imaginário. Seres do mundo real: homem, mulher, cadeira, cobra, Brasília, etc. Seres do mundo imaginário: saci, mãe-d'água, fantasma, etc. Observe agora: Beleza exposta Jovens atrizes veteranas destacam-se pelo visual. O substantivo beleza designa uma qualidade. Substantivo Abstrato é aquele que designa seres que dependem de outros para se manifestar ou existir. Pense bem: a beleza não existe por si só, não pode ser observada. Só podemos observar a beleza numa pessoa ou coisa que seja bela. A beleza depende de outro ser para se manifestar. Portanto, a palavra beleza é um substantivo abstrato. Os substantivos abstratos designam estados, qualidades, ações e sentimentos dos seres, dos quais podem ser abstraídos, e sem os quais não podem existir. Por exemplo: vida (estado), rapidez (qualidade), viagem (ação), saudade (sentimento). Substantivos Coletivos Observe os exemplos: Ele vinha pela estrada e foi picado por uma abelha, outra abelha, mais outra abelha. Ele vinha pela estrada e foi picado por várias abelhas. Ele vinha pela estrada e foi picado por um enxame. Note que, no primeiro caso, para indicar plural, foi necessário repetir o substantivo: uma abelha, outra abelha, mais outra abelha... No segundo caso, utilizaram-se duas palavras no plural. No terceiro caso, empregou-se um substantivo no singular (enxame) para designar um conjunto de seres da mesma espécie (abelhas). O substantivo enxame é um substantivo coletivo. Substantivo Coletivo é o substantivo comum que, mesmo estando no singular, designa um conjunto de seres da mesma espécie. Lista de substantivos coletivos abelha - enxame, cortiço, colmeia; abutre - bando; acompanhante - comitiva, cortejo, séquito; alho - (quando entrelaçados) réstia, enfiada, cambada; aluno - classe; amigo - (quando em assembleia) tertúlia; animal - (em geral) piara, pandilha, (todos de uma região) fauna, (manada de cavalgaduras) récua, récova, (de carga) tropa, (de carga, menos de 10) lote, (de raça, para reprodução) plantel, (ferozes ou selvagens) alcateia; anjo - chusma, coro, falange, legião, teoria; apetrecho - (quando de profissionais) ferramenta, instrumental; aplaudidor - (quando pagos) claque; arcabuzeiro - batalhão, manga, regimento; argumento - carrada, monte, montão, multidão; arma - (quando tomadas dos inimigos) troféu; arroz - batelada; artista - (quando trabalham juntos) companhia, elenco; árvore - (quando em linha) alameda, carreira, rua, souto, (quando constituem maciço) arvoredo, bosque, (quando altas, de troncos retos a aparentar parque artificial) malhada; asneira - acervo, chorrilho, enfiada, monte; asno - manada, récova, récua; assassino - choldra, choldraboldra; assistente - assistência; astro - (quando reunidos a outros do mesmo grupo) constelação; 17 ator - elenco; autógrafo - (quando em lista especial de coleção) álbum; ave - (quando em grande quantidade) bando, nuvem; avião - esquadrão, esquadra, esquadrilha; bala - saraiva, saraivada; bandoleiro - caterva, corja, horda, malta, súcia, turba; bêbado - corja, súcia, farândola; boi - boiada, abesana, armento, cingel, jugada, jugo, junta, manada, rebanho, tropa; bomba - bateria; borboleta - boana, panapaná; botão - (de qualquer peça de vestuário) abotoadura, (quando em fileira) carreira; burro - (em geral) lote, manada, récua, tropa, (quando carregado) comboio; busto - (quando em coleção) galeria; cabelo - (em geral) chumaço, guedelha, madeixa, (conforme a separação) marrafa, trança; cabo - cordame, cordoalha, enxárcia; cabra - fato, malhada, rebanho; cadeira - (quando dispostas em linha) carreira, fileira, linha, renque; cálice - baixela; cameleiro - caravana; camelo - (quando em comboio) cáfila; caminhão - frota; canção - (quando reunidas em livro) cancioneiro, (quando populares de uma região) folclore; canhão - bateria; cantilena - salsada; cão - adua, cainçalha, canzoada, chusma, matilha; capim - feixe, braçada, paveia; cardeal - (em geral) sacro colégio, (quando reunidos para a eleição do papa) conclave, (quando reunidos sob a direção do papa) consistório; carneiro - chafardel, grei, malhada, oviário, rebanho; carro - (quando unidos para o mesmo destino) comboio, composição, (quando em desfile) corso; carta - (em geral) correspondência; casa - (quando unidas em forma de quadrados) quarteirão, quadra; castanha - (quando assadas em fogueira) magusto; cavalariano - (de cavalaria militar) piquete; cavaleiro - cavalgada, cavalhada, tropel; cavalgadura - cáfila, manada, piara, récova, récua, tropa, tropilha; cavalo - manada, tropa; cebola - (quando entrelaçadas pelas hastes) cambada, enfiada, réstia; cédula - bolada, bolaço; chave - (quando num cordel ou argola) molho, penca; célula - (quando diferenciadas igualmente) tecido; cereal - (em geral) fartadela, fartão, fartura, (quando em feixes) meda, moreia; cigano - bando, cabilda, pandilha; cliente - clientela, freguesia; coisa - (em geral) coisada, coisarada, ajuntamento, chusma, coleção, cópia, enfiada, (quando antigas e em coleção ordenada) museu, (quando em lista de anotação) rol, relação, (em quantidade que se pode abranger com os braços) braçada, (quando em série) sequência, série, sequela, coleção, (quando reunidas e sobrepostas) monte, montão, cúmulo; coluna - colunata, renque; cônego - cabido; copo - baixela; corda - (em geral) cordoalha, (quando no mesmo liame) maço, (de navio) enxárcia, cordame, massame, cordagem; correia - (em geral) correame, (de montaria) apeiragem; credor - junta, assembleia; crença - (quando populares) folclore; crente - grei, rebanho; depredador - horda; deputado - (quando oficialmente reunidos) câmara, assembleia; desordeiro - caterva, corja, malta, pandilha, súcia, troça, turba; diabo - legião; dinheiro - bolada,bolaço, disparate; disco - discoteca; doze - (coisas ou animais) dúzia; Formação dos Substantivos Substantivos Simples e Compostos Observe a definição: Chuva: subst. Fem. 1 - água caindo em gotas sobre a terra. O substantivo chuva é formado por um único elemento ou radical. É um substantivo simples. Substantivo Simples é aquele formado por um único elemento. Outros substantivos simples: tempo, sol, sofá, etc. Veja agora: O substantivo guarda-chuva é formado por dois elementos (guarda + chuva). Esse substantivo é composto. Substantivo Composto é aquele formado por dois ou mais elementos. Outros exemplos: beija-flor, passatempo. Substantivos Primitivos e Derivados Veja: Meu limão meu limoeiro, meu pé de jacarandá... O substantivo limão é primitivo, pois não se originou de nenhum outro dentro de língua portuguesa. 18 Substantivo Primitivo é aquele que não deriva de nenhuma outra palavra da própria língua portuguesa. O substantivo limoeiro é derivado, pois se originou a partir da palavra limão. Substantivo Derivado é aquele que se origina de outra palavra. Flexão dos Substantivos O substantivo é uma classe variável. A palavra é variável quando sofre flexão (variação). A palavra menino, por exemplo, pode sofrer variações para indicar: Plural: meninos Feminino: menina Aumentativo: meninão Diminutivo: menininho Flexão de Gênero Gênero é a propriedade que as palavras têm de indicar sexo real ou fictício dos seres. Na língua portuguesa, há dois gêneros: masculino e feminino. Pertencem ao gênero masculino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos o, os, um, uns. Veja estes títulos de filmes: O velho e o mar Um Natal inesquecível Os reis da praia Pertencem ao gênero feminino os substantivos que podem vir precedidos dos artigos a, as, uma, umas: A história sem fim Uma cidade sem passado As tartarugas ninjas Substantivos Biformes e Substantivos Uniformes Substantivos Biformes (= duas formas): ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino. Observe: gato - gata homem - mulher poeta - poetisa prefeito - prefeita Substantivos Uniformes são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino. Classificam-se em: Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. Por exemplo: a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea. Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Por exemplo: a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo. Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo. Por exemplo: o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista. Saiba que: - Substantivos de origem grega terminados em -ema ou - oma são masculinos. Por exemplo: o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema. - Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado. Por exemplo: o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora) o capital (dinheiro) e a capital (cidade) Formação do Feminino dos Substantivos Biformes a) Regra: troca-se a terminação -o por -a. Por exemplo: aluno - aluna b) Substantivos terminados em -ês: acrescenta-se -a ao masculino. Por exemplo: freguês - freguesa c) Substantivos terminados em -ão: fazem o feminino de três formas: - troca-se -ão por -oa. Por exemplo: patrão - patroa - troca-se -ão por -ã. Por exemplo: campeão - campeã -troca-se -ão por ona. Por exemplo: solteirão - solteirona Exceções: barão - baronesa ladrão- ladra sultão - sultana d) Substantivos terminados em -or: - acrescenta-se -a ao masculino. Por exemplo: doutor - doutora - troca-se -or por -triz: imperador - imperatriz e) Substantivos com feminino em -esa, -essa, -isa: -esa - -essa- -isa- cônsul - consulesa abade - abadessa poeta - poetisa duque - duquesa conde - condessa profeta - profetisa f) Substantivos que formam o feminino trocando o -e final por -a: elefante - elefanta g) Substantivos que têm radicais diferentes no masculino e no feminino: 19 bode - cabra boi - vaca h) Substantivos que formam o feminino de maneira especial, isto é, não seguem nenhuma das regras anteriores: czar - czarina réu - ré Formação do Feminino dos Substantivos Uniformes Epicenos Observe: Novo jacaré escapa de policiais no rio Pinheiros. Não é possível saber o sexo do jacaré em questão. Isso ocorre porque o substantivo jacaré tem apenas uma forma para indicar o masculino e o feminino. Alguns nomes de animais apresentam uma só forma para designar os dois sexos. Esses substantivos são chamados de epicenos. No caso dos epicenos, quando houver a necessidade de especificar o sexo, utilizam-se palavras macho e fêmea. Por exemplo: a cobra A cobra macho picou o marinheiro. A cobra fêmea escondeu-se na bananeira. Sobrecomuns Entregue as crianças à natureza. A palavra crianças refere-se tanto a seres do sexo masculino, quanto a seres do sexo feminino. Nesse caso, nem o artigo nem um possível adjetivo permitem identificar o sexo dos seres a que se refere a palavra. Veja: A criança chorona chamava-se João. A criança chorona chamava-se Maria. Outros substantivos sobrecomuns: a criatura João é uma boa criatura. Maria é uma boa criatura. o cônjuge O cônjuge de João faleceu. O cônjuge de Marcela faleceu. Comuns de Dois Gêneros: Observe a manchete: Motorista tem acidente idêntico 23 anos depois. Quem sofreu o acidente: um homem ou uma mulher? É impossível saber apenas pelo título da notícia, uma vez que a palavra motorista é um substantivo uniforme. O restante da notícia nos informa que se trata de um homem. A distinção de gênero pode ser feita através da análise do artigo ou adjetivo, quando acompanharem o substantivo. Exemplos: o colega - a colega o imigrante - a imigrante um jovem - uma jovem artista famoso - artista famosa repórter francês - repórter francesa Substantivos de Gênero Incerto Existem numerosos substantivos de gênero incerto e flutuante, sendo usados com a mesma significação, ora como masculinos, ora como femininos. a abusão - erro comum, superstição, crendice a aluvião - sedimentos deixados pelas águas, inundação, grande numero a cólera ou cólera-morbo - doença infecciosa a personagem - pessoa importante, pessoa que figura numa história a trama - intriga, conluio, maquinação, cilada a xerox (ou xérox) - cópia xerográfica, xerocópia o ágape - refeição que os cristãos faziam em comum, banquete de confraternização o caudal - torrente, rio o diabetes ou diabete - doença o jângal - floresta própria da Índia o lhama - mamífero ruminante da família dos camelídeos o ordenança - soldado às ordens de um oficial o praça - soldado raso o preá - pequeno roedor Note que: 1. A palavra personagem é usada indistintamente nos dois gêneros. a) Entre os escritores modernos nota-se acentuada preferência pelo masculino. Por exemplo: O menino descobriu nas nuvens os personagens dos contos de carochinha. b) Com referência a mulher, deve-se preferir o feminino: O problema está nas mulheres de mais idade, que não aceitam a personagem. Não cheguei assim, nem era minha intenção, a criar uma personagem. 2. Ordenança, praça (soldado) e sentinela (soldado, atalaia) são sentidos e usados na língua atual, como masculinos, por se referirem, ordinariamente, a homens. 3. Diz-se: o (ou a) manequim Marcela, o (ou a) modelo fotográfico Ana Belmonte. Observe o gênero dos substantivos seguintes: Masculinos: 20 o tapao eclipse o lança-perfume o dó (pena) o sanduíche o clarinete o champanha o sósia o maracajá o clã o hosana o herpes o pijama o suéter o soprano o proclama o pernoite o púbis Femininos: a dinamite a áspide a derme a hélice a alcíone a filoxera a clâmide a omoplata a cataplasma a pane a mascote a gênese a entorse a libido a cal a faringe a cólera (doença) a ubá (canoa) São geralmente masculinos os substantivos de origem grega terminados em -ma: o grama (peso) o quilograma o plasma o apostema o diagrama o epigrama o telefonema o estratagema o dilema o teorema o apotegma o trema o eczema o edema o magma o anátema o estigma o axioma o tracoma o hematoma Exceções: a cataplasma, a celeuma, a fleuma, etc. Gênero dos Nomes de Cidades Salvo raras exceções, nomes de cidades são femininos. Por exemplo: A histórica Ouro Preto. A dinâmica São Paulo. A acolhedora Porto Alegre. Uma Londres imensa e triste. Exceções: o Rio de Janeiro, o Cairo, o Porto, o Havre. Gênero e Significação Muitos substantivos têm uma significação no masculino e outra no feminino. Observe: o baliza (soldado que, que à frente da tropa, indica os movimentos que se deve realizar em conjunto; o que vai à frente de um bloco carnavalesco, manejando um bastão) a baliza (marco, estaca; sinal que marca um limite ou proibição de trânsito) o cabeça (chefe) a cabeça (parte do corpo) o cisma (separação religiosa, dissidência) a cisma (ato de cismar, desconfiança) o cinza (a cor cinzenta) a cinza (resíduos de combustão) o capital (dinheiro) a capital (cidade) o coma (perda dos sentidos) a coma (cabeleira) o coral (pólipo, a cor vermelha, canto em coro) a coral (cobra venenosa) o crisma (óleo sagrado, usado na administração da crisma e de outros sacramentos) a crisma (sacramento da confirmação) o cura (pároco) a cura (ato de curar) o estepe (pneu sobressalente) a estepe (vasta planície de vegetação) o guia (pessoa que guia outras) a guia (documento, pena grande das asas das aves) o grama (unidade de peso) a grama (relva) o caixa (funcionário da caixa) a caixa (recipiente, setor de pagamentos) o lente (professor) a lente (vidro de aumento) o moral (ânimo) a moral (honestidade, bons costumes, ética) o nascente (lado onde nasce o Sol) a nascente (a fonte) o maria-fumaça (trem como locomotiva a vapor) a maria-fumaça (locomotiva movida a vapor) o pala (poncho) a pala (parte anterior do boné ou quepe, anteparo) o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação emissora) o voga (remador) a voga (moda, popularidade) Flexão de Número do Substantivo Em português, há dois números gramaticais: O singular, que indica um ser ou um grupo de seres; O plural, que indica mais de um ser ou grupo de seres. A característica do plural é o s final. Plural dos Substantivos Simples a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de s. Por exemplo: pai - pais ímã - ímãs hífen - hifens (sem acento, no plural). Exceção: cânon - cânones. b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns. Por exemplo: homem - homens. c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es. Por exemplo: revólver - revólveres raiz - raízes 21 Atenção: O plural de caráter é caracteres. d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is. Por exemplo: quintal - quintais caracol - caracóis hotel - hotéis Exceções: mal e males, cônsul e cônsules. e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras: - Quando oxítonos, em is. Por exemplo: canil - canis - Quando paroxítonos, em eis. Por exemplo: míssil - mísseis. Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras: répteis ou reptis (pouco usada). f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras: - Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es. Por exemplo: ás - ases retrós - retroses - Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis. Por exemplo: o lápis - os lápis o ônibus - os ônibus. g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras. - substituindo o -ão por -ões: Por exemplo: ação - ações - substituindo o -ão por -ães: Por exemplo: cão - cães - substituindo o -ão por -ãos: Por exemplo: grão - grãos h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis. Por exemplo: o látex - os látex. Plural dos Substantivos Compostos A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: aguardente e aguardentes girassol e girassóis pontapé e pontapés malmequer e malmequeres Para pluralizar os substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen, observe as orientações a seguir: a) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se optar por colocar apenas o primeiro elemento ou ambos no plural: palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves couve-flor = couves-flor ou couves-flores bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas-relógios peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas b) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras c) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos d) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- colônia e águas-de-colônia substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo- vapor e cavalos-vapor e) Permanecem invariáveis, quando formados de: verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca- rolhas f) Casos Especiais o louva-a-deus e os louva-a-deus o bem-te-vi e os bem-te-vis o bem-me-quer e os bem-me-queres o joão-ninguém e os joões-ninguém. Plural dos Substantivos Compostos A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples: aguardente e aguardentes girassol e girassóis pontapé e pontapés malmequer e malmequeres Para pluralizar os substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen, observe as orientações a seguir: a) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se optar por colocar apenas o primeiro elemento ou ambos no plural: palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves couve-flor = couves-flor ou couves-flores bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas-relógios peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas b) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de: substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras c) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando 22 formados de: verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto- falantes palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos d) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de: substantivo + preposição clara + substantivo = água-de- colônia e águas-de-colônia substantivo +
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