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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Disciplina Biotecnologia 2023.1 Prof: Gustavo Paris TRABALHO 1 - A1 Nome do aluno: Daniela de Souza Ribeiro Curso: Biomedicina Polo: Tijuca Turno: Noite 1) O que são organismos geneticamente modificados (OGM)? Qual característica define um organismo como OGM? R: Atualmente a tecnologia avança cada vez mais, e cada vez são construídas coisas antes impossíveis de ser realizadas. São através de modificações nos organismos vivos que são possíveis criar algum tipo de benefício ou característica vantajosa. Esses organismos geneticamente modificados (OGM) são organismos vivos que tiveram uma ou mais características modificadas no gene, ou a introdução de genes nesse material. Isso se dá através da manipulação genética de trechos de seu genoma alterados no RNA/DNA recombinante ou engenharia genética. O objetivo disso, é mudar o aparecimento de determinada característica como: cor, tamanho, resistência, e etc. Em suma, os com essas modificações a uma mudança no material genético que não aconteceria antes. 2) Pesquise 3 exemplos do uso da biotecnologia em qualquer atividade ou produto, explicando seu uso e qual vantagem a biotecnologia trouxe para aquela atividade ou produto. Produto Atividade Vantagem da Biotecnologia 1. Produtos alimentícios para intolerantes ao glúten (doença celíaca) Área da Alimentação A biotecnologia tem avançado na pesquisa e desenvolvimento de trigo geneticamente modificado (GM) sem glúten na Europa, com o objetivo de ajudar pessoas com doença celíaca, uma reação imunológica que provoca sensibilidade permanente ao glúten encontrado em cereais como trigo, centeio e cevada. Essas pesquisas buscam identificar quais partes das proteínas do trigo podem irritar esses indivíduos e eliminá-las do grão. Até que o trigo GM esteja amplamente disponível, a indústria alimentícia costuma usar combinações de várias farinhas, como féculas e aditivos como a goma xantana, para produzir alimentos sem glúten. A biotecnologia oferece uma promessa de aliviar o sofrimento dos pacientes com doença celíaca, além de permitir a produção mais eficiente e acessível de alimentos sem glúten, tornando-os mais acessíveis a um número maior de pessoas. 2. Vacinas Área da Saúde A biotecnologia aplicada ao desenvolvimento de vacinas é a capacidade de criar vacinas mais seguras e eficazes. Com as técnicas de biotecnologia, é possível desenvolver vacinas que são mais específicas para o patógeno, evitando efeitos colaterais indesejados e melhorando a eficácia. Além disso, a biotecnologia permite a produção em larga escala de vacinas, o que é crucial para alcançar a imunização em massa da população. Outra vantagem é a capacidade de desenvolver vacinas para doenças que antes eram consideradas incuráveis ou difíceis de tratar, abrindo novas possibilidades no tratamento de doenças infecciosas e outras doenças crônicas. 3. Biopesticidas Área da Agricultura os biopesticidas microbianos são um exemplo de como a biotecnologia pode trazer vantagens na agricultura. Além de serem menos tóxicos do que os pesticidas químicos, eles são específicos para determinadas pragas, o que reduz o impacto ambiental e a possibilidade de efeitos colaterais em organismos não-alvo. Além disso, o uso de biopesticidas microbianos pode reduzir a dependência dos agricultores em relação aos pesticidas químicos, que podem ter um custo mais elevado e gerar resistência nas pragas, tornando-se menos eficazes ao longo do tempo. 3) Utilizando seus conhecimentos sobre bioinformática e a base de dados genéticos do NIH (Instituo Nacional de Saúde americano - https://www.ncbi.nlm.nih.gov/nuccore ), descubra quantos exons o gene COL1A1 de Homo sapiens (humanos) possui e quais são os primeiros 20 nucleotídeos de sua sequência genética? (uma vez na página do gene, clique em “FASTA” para obter a sequência genética). N° de exons: 51 Copie os 20 primeiros nucleotídeos da sequência aqui: (Sequência de 20 primeiros nucleotídeos em vermelho) GCAGACGGGAGTTTCTCCTCGGGGTCGGAGCAGGAGGCACGCGGAGTGTGA GGCCACGCATGAGCGGACG CTAACCCCCTCCCCAGCCACAAAGAGTCTACATGTCTAGGGTCTAGACATGTTC AGCTTTGTGGACCTCC GGCTCCTGCTCCTCTTAGCGGCCACCGCCCTCCTGACGCACGGCCAAGAGGA AGGCCAAGTCGAGGGCCA... 4) O que são plasmídeos? Quais características tornam esse tipo de DNA útil para o processo de clonagem? R: São tipos de DNA presente em vários tipos de bactérias, essa sequencia de DNA que a bactéria carrega não faz parte do DNA cromossonal (extracromossômica) dela. Os plasmídeos, são utilizados como vetores de clonagem, eles transportam genes ou fragmentos de um DNA a ser clonado para dentro da célula hospedeira. No processo de clonagem, os plasmídeos são utilizados como vetores para clonar o fragmento de DNA. Suas características são: DNA circular pequeno; são replicados independente do cromossomo (conseguem gerar várias cópias independentes); são naturalmente transferidos entre bactérias (maneira que a bactéria faz transferência genética) e aceitam inserções de DNA, que carregam para dentro da célula e se replicam. Além disso, os plasmídeos possuem sítios de restrição, que são locais onde enzimas de restrição podem cortar o DNA em pontos específicos, permitindo a inserção de fragmentos de DNA a serem clonados. Eles também possuem um gene de seleção, que confere à célula a capacidade de crescer em um meio contendo um antibiótico específico, permitindo a seleção de células que incorporaram o plasmídeo contendo o gene de interesse. Essas características tornam os plasmídeos uma ferramenta útil na clonagem de genes e manipulação genética. 5) Uma das atividades que geram dificuldades ao trabalhar com manipulação genética é unir 2 fitas de DNA entre si, como por exemplo, unir o DNA do plasmídeo ao DNA de um gene de interesse. Para esse procedimento muitas vezes utiliza-se enzimas de restrição nos 2 DNAs, causando digestão de suas pontas e depois essas pontas são interligadas pela DNA ligase. a) Por que o uso de enzimas de restrição que geram pontas coesivas é mais indicado em relação às que geram pontas cegas? R: Porque as pontas cegas são mais susceptíveis a erros, já que cortam ambas as fitas de DNA por igual, permitindo uma torção da molécula da hora da religação. As pontas coesivas são mais indicadas porque cortam a fita por desigual gerando pontas complementares, que no processo de clonagem facilitam que as pontas sejam interligadas novamente. b) Qual potencial problema o uso de pontas cegas pode trazer no processo de juntar 2 fitas duplas de DNA? R: O uso de pontas cegas pode trazer um potencial problema no processo de juntar duas fitas duplas de DNA, pois as pontas cegas cortam as duas fitas igualmente, o que pode permitir a torção da molécula de DNA durante a religação. Isso pode resultar na introdução de erros ou dificultar a ligação correta das duas fitas, comprometendo o sucesso do processo de manipulação genética. Por isso, o uso de enzimas de restrição que geram pontas coesivas é mais indicado, pois elas cortam as fitas por desigual e geram pontas complementares, facilitando a interligação das duas fitas novamente. 6) Desenvolva os primers forward e reverso para a sequência do gene da INSULINA (sequência no final) de forma a gerar um produto de PCR que pegue, no mínimo, a partir do 1° exon até o final do 3°exon. Lembre-se de respeitar as regras para o desenho otimizado de um primer (aula 5), com exceção das regras de formação de estruturas secundárias. ATENÇÃO: Não esqueça de colocar a direção das fitas nas suas respostas. 5’ - > 3’ R: Primer Forward: 5' - ATGCCCACCCCCGACGCCAC - 3' Primer complementar: TGAGTGCCATTGGCTAGGTGCACG O primer reverso: 5' CGTGCACCTAGCCAATGGCACTCA 3' 7) Visando produzir um OGM capaz de produzir INSULINA, após amplificação do genecompleto da INSULINA, é necessário agora uni-lo com o plasmídeo pBR322 (mapa no final). a) Qual(is) enzima(s) de restrição você usaria, tanto no gene da insulina quanto no plasmídeo, para criar um DNA recombinante de forma a unir ambas as sequências? R: Com relação à união do gene da insulina com o plasmídeo pBR322, existem diversas opções de enzimas de restrição que poderiam ser utilizadas. Algumas das opções mais comuns são: EcoRI, XhoI e HindIII. -A enzima EcoRI reconhece a sequência GAATTC e gera extremidades coesivas de 5' AATT e 3' TTAA; -A enzima XhoI reconhece a sequência CTCGAG e gera extremidades coesivas de 5' CG e 3' AG; -A enzima HindIII reconhece a sequência AAGCTT e gera extremidades coesivas de 5' AGCTT e 3' TCGA; No entanto, a escolha da enzima de restrição ideal para a união das sequências deve levar em consideração as restrições do sistema de expressão que se pretende utilizar e possíveis limitações na clonagem do gene da insulina. Desenhe como ficariam as pontas do plasmídeo pBR322 e do gene de interesse após o processamento com a enzima de restrição de sua escolha. R: Com a enzima de restrição EcoRI, as pontas do plasmídeo pBR322 e do gene da insulina ficariam da seguinte forma: Plasmídeo pBR322: 5'-GAATTC-3' 3'-CTTAAG-5' Gene da insulina: 5'-GAATTC-3' 3'-CTTAAG-5' b) E explique como você selecionaria as bactérias que foram corretamente transformadas, ou seja, estão produzindo insulina ao final da transformação? R: Para selecionar as bactérias que foram corretamente transformadas e estão produzindo insulina ao final da transformação, é necessário utilizar uma seleção adequada. Uma possibilidade é a utilização de um antibiótico presente no plasmídeo pBR322 como um marcador de seleção. O plasmídeo pBR322 possui dois genes de resistência a antibióticos, um para ampicilina e outro para tetraciclina. Outra alternativa é a realização de ensaios bioquímicos para detectar a produção de insulina nas bactérias transformadas, como a utilização de um ensaio ELISA para detectar a presença da proteína no meio de cultura ou em células individuais. Portanto, é possível selecionar as bactérias transformadas utilizando um meio de cultura contendo ampicilina ou tetraciclina, que irá permitir apenas o crescimento das bactérias que incorporaram o plasmídeo contendo o gene da insulina. 8) Para desenvolver um OGM que produza a proteína INSULINA, 2 cientistas desenharam 2 projetos diferentes: O cientista 1 vai adicionar sítios de restrição na ponta 5’ dos primers, amplificar cada exon separadamente e depois cortar com a enzima de restrição BamHI de modo a formar pontas coesivas. Assim, junto com a DNA ligase, as pontas coesivas vão conectar os exon entre si no final do procedimento. Primers: Sítio de restrição da BamHI + primer do exon Exon1 Primer forward: 5’ [GGATCC]ATGCCCACCC 3’ Exon1 primer reverso: 3’ CCGGTAGTAC[GGATCC] 5’ Exon2 primer forward: 5’ [GGATCC] TCACAGCGG 3’ Exon2 primer reverso: 3’ CCACAAACTC[GGATCC] 5’ Exon3 primer forward: 5’ [GGATCC]GAGCTATGCC 3’ Exon3 primer reverso: 3’ GGTAACCGATC[GGATCC] 5’ Desenhe/escreva como ficará a sequência final, depois de tratada com a BamHI e com a DNA ligase: Para cada exon, os primers forward e reverse possuem sítios de restrição para a enzima de restrição BamHI na ponta 5'. A amplificação será realizada separadamente para cada exon. Após a amplificação, o produto será tratado com a enzima de restrição BamHI para formar pontas coesivas. Em seguida, os exons serão ligados com a DNA ligase nas pontas coesivas. Exon 1: 5' GGATCC JATGCCCACCC 3' --amplificação--> 5' GGATCC JATGCCCACCC 3' 3' CCGGTAGTAC GGATC c 5' --amplificação--> 3' CCGGTAGTAC GGATC c 5' tratamento com BamHI - 5' GGATCC JATGCCCACCC 3' 3' CCGGT AGTAC GGATC c 5' Exon 2: 5' GGATCC TCACAGCGG 3' --amplificação--> 5' GGATCC TCACAGCGG 3' 3' CCACAAACTC GGATC c 5' --amplificação--> 3' CCACAAACTC GGATC c 5' tratamento com BamHI - 5' GGATCC TCACAGCGG 3' 3' CCACA AACTC GGATC c 5' Exon 3: 5' GGATCC GAGCTATGCC 3' --amplificação--> 5' GGATCC GAGCTATGCC 3' 3' GGTAACCGATC GGATC c 5' --amplificação--> 3' GGTAACCGATC GGATC c 5' tratamento com BamHI - 5' GGATCC GAGCTATGCC 3' 3' GGTA ACCGATC GGATC c 5' Sequência final após tratamento com BamHI e ligação dos exons: 5' GGATCC JATGCCCACCC TCACAGCGG GAGCTATGCC 3' 3' CCGGT AGTAC GGATC c CCACA AACTC GGATC c GGTA ACCGATC GGATC c 5' Com base na sequência final produzida, a proteína INSULINA será corretamente produzida? Justifique. R: A sequência final produzida contém o gene da insulina, com os três exons conectados. No entanto, para que a proteína insulina seja corretamente produzida, é necessário que a sequência final contenha também os sítios de início e fim de tradução, assim como as regiões não codificantes necessárias para o processamento pós-traducional, como a clivagem do peptídeo sinal. Portanto, é necessário verificar se os primers foram desenhados para incluir essas regiões na amplificação dos exons. Além disso, é necessário realizar ensaios adicionais para confirmar a expressão e atividade da proteína insulina produzida pelo OGM. Já o cientista 2 adotou outra estratégia, e inseriu no primer uma sequência complementar ao exon seguinte, e inserindo o sítio de restrição da BamHI somente nas pontas que vão se ligar ao vetor (pBR322), dessa forma: Primers: Região complementar ao exon seguinte + primer do exon Exon1 Primer forward: 5’ [GGATCC]ATGCCCACCC 3’ [GGATCC] = sítio de restrição BamHI Exon1 primer reverso: 3’ CCGGTAGTAC[AGTGTCGCC] 5’ Exon2 primer forward: 5’ TCACAGCGG 3’ Exon2 primer reverso: 3’ CCACAAACTC[CTCGATACGG ] 5’ Exon3 primer forward: 5’ GAGCTATGCC 3’ Exon3 primer reverso: 3’ GGTAACCGATC[GGATCC]5’ [GGATCC] = sítio de restrição BamHI Esse cientista também realizou cada reação de PCR individualmente, e após amplificação do DNA, ele adicionou uma etapa em que utiliza 5’ exonucleases para tratar os fragmentos amplificados, e depois a DNA polimerase + DNA ligase para unir os exons. No final, preparou o vetor pBR322 e a fita com todos os exons unidos com a enzima de restrição BamHI, para unir a sequência de exons com o vetor, e na presença de DNA ligase. a) Desenhe/escreva a sequência gerada após a etapa de amplificação por PCR para cada um dos exons. R: Sequências geradas após a amplificação por PCR para cada um dos exons, utilizando os primers descritos pelo cientista 2: Exon 1: 5' GGATCCATGCCCACCC 3' 3' AGTGTCGCCGGTAGTAC 5' Exon 2: 5' TCACAGCGG 3' 3' CCGATACGGAGTTTGTGG 5' Exon 3: 5' GAGCTATGCC 3' 3' GGATCCGATCGGTTACC 5' Nas sequências dos primers para cada exon, o cientista 2 inseriu uma região complementar ao exon seguinte, permitindo a ligação dos exons na etapa final. Além disso, o sítio de restrição BamHI foi adicionado somente nas pontas que vão se ligar ao vetor pBR322. Na etapa final, após amplificação e tratamento com exonucleases, os exons foram ligados entre si com a DNA ligase, e depois ligados ao vetor com a enzima de restrição BamHI. Desenhe/escreva a sequencia resultante após a etapa de ligação dos exons entre si. R: A sequência resultante após a etapa de ligação dos exons entre si ficará da seguinte forma: 5’- GGATCCATGCCCACCCCACAAACTCCTCGATACGGGAGCTATGCC -3’ Observe que as regiões complementares dos primers para cada exon permitem a ligação dos exons entre si, formando uma única sequência contínua. Além disso, o sítio de restrição BamHI adicionado somente nas pontas que vão se ligar ao vetor pBR322 permitirá a inserção da sequência de exons no vetor, com a ajuda da enzima de restrição BamHI. b) Com base na sequencia final produzida, a proteína insulina será corretamente produzida? Justifique. R: A partir da sequência final produzida, não é possível afirmar com certeza se a proteína insulina será corretamente produzida, pois outros fatores podem influenciar a produção e estruturada proteína, como a expressão gênica, a tradução do RNA mensageiro em proteína, o processamento pós-traducional e a dobramento da proteína. Portanto, além de verificar se a sequência final produzida contém os elementos necessários para a produção da proteína insulina, é necessário realizar testes adicionais para verificar a expressão e atividade da proteína produzida e avaliar se ela possui a estrutura e função esperadas.