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DESENHO ARTÍSTICO Juliana Wagner Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 W133d Wagner, Juliana. Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 168 p. il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-241-6 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. III.Título. CDU 744.43 Revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke Arquiteta e Urbanista Mestra em Ambiente e Desenvolvimento com ênfase em Planejamento Urbano DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43 Luz e sombra Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o uso de luz e sombra como elemento básico para pro- duzir volumetria � Definir a fonte de luz e a luz refletida dos objetos � Aplicar as técnicas de sombra própria e sombra projetada Introdução Neste capítulo, você irá estudar o conceito e a aplicação de luz e sombra nos desenhos. Luz e sombra são os elementos básicos para gerar o efeito de volume nos objetos, sem eles não é possível representar a tridimen- sionalidade nos desenhos. A descoberta da utilização de claro e escuro na história da arte mo- dificou radicalmente os parâmetros de representação que se conheciam até então. Na arquitetura, a luz e a sombra são basicamente elementos que fazem parte de sua constituição. A correta representação desses elementos é essencial para compreensão e apresentação dos estudos arquitetônicos. Conceito de luz e sombra Para transformar um desenho linear, bidimensional, em um desenho tridimen- sional, é imprescindível que você utilize os efeitos de luz e sombra. Assim como quando observamos elementos reais, nossos olhos só conseguem distinguir as dimensões de profundidade. Caso um objeto esteja sob luz intensa por todos os lados, ficará totalmente iluminado e sem contraste, caso não esteja sob nenhuma fonte de luz, ficará completamente escuro e também não será possível perceber sua volumetria. Ao olhar para os objetos, o que você enxerga é a reflexão da luz sobre as superfícies. A reflexão pode variar conforme a fonte luminosa, o tipo de DA_U2_C06.indd 95 01/12/2017 16:59:27 material das superfícies e as interferências dos demais objetos no fluxo de luz. As sombras visíveis representam, na verdade, a ausência de luz. A utilização dos efeitos de luz e sombra foi a base que modificou radical- mente a arte na história. Na arte antiga, como a dos egípcios (veja a Figura 1), os desenhos não possuíam esses elementos na sua composição, portanto, o resultado eram desenhos sem profundidade, em duas dimensões e com aparência pouco realista. Figura 1. Ilustração egípcia em que é possível perceber a ausência de profundidade e variação de tons sombreados na técnica utilizada. Fonte: Vectomart/Shutterstock.com. No Renascimento europeu, principalmente nas obras de Leonardo da Vinci, começam a ser valorizados os efeitos de luz e sombra nas artes. Nesta época, surge o termo chiaroscuro, que significa claro e escuro em italiano. Esta geração de artes renomadas ficou marcada pela utilização da luz em suas Luz e sombra96 DA_U2_C06.indd 96 01/12/2017 16:59:27 obras. Leonardo da Vinci desenvolveu uma técnica conhecida como sfumato, que significava o tratamento das sombras sem linhas ou fronteiras, em forma de degrade e esfumaçadas. Essa técnica gerava um efeito bem mais leve das sombras na pintura e foi muito importante principalmente para as tonalidades em rostos. Você pode observar isso na Figura 2. Figura 2. Monalisa, de Leonardo da Vinci. Pintura com trabalho de sombreamento usando a técnica sfumato. Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com. Após a consolidação da importância de luz e sombra como elementos bási- cos na arte, no século XVI, alguns artistas levaram a experiência realista da luz para outro nível. Durante a época Barroca, os artistas passaram a utilizar esses efeitos para demonstrar as emoções das cenas. O uso do contraste extremo, com sombras bem escuras e os pontos claros muito iluminados, geraram cenas 97Luz e sombra DA_U2_C06.indd 97 01/12/2017 16:59:28 muito expressivas. Essa tendência foi chamada de “Tenebrismo”. Observe o uso de luz e sombra como expressão de sentimentos de forma dramática na Figura 3. Figura 3. Madona de Loreto, arte de Caravaggio (1604). Fonte: Renata Sedmakova/Shutterstock.com. Assim como ocorreu ao longo da história da arte, o importante ao realizar um desenho é buscar o equilíbrio entre os contrastes, procurando atribuir a volumetria real dos objetos, mas sem pesar demais. Luz O primeiro passo para iniciar o trabalho de iluminação no desenho é a defini- ção da fonte de luz. Em termos gerais, podemos considerar como fonte a luz Luz e sombra98 DA_U2_C06.indd 98 01/12/2017 16:59:29 natural (sol) ou a luz artificial (luminárias). É possível também utilizar uma combinação dos dois tipos de fontes, vindas de direções variadas. Conforme o tipo e a posição da fonte de luz, as áreas claras e as sombras ficarão adequadas para cada situação específica. No caso de optar pelo uso de iluminação natural, você deve atentar para gerar uma luz mais difusa no ambiente, pois o índice de reflexão será maior. Excetua-se dessa situação casos em que a luz natural esteja adentrando o ambiente por um orifício muito pequeno, o que deixará a luz focada internamente. Na Figura 4 você pode observar exemplos de luz forte e luz difusa. Figura 4. Demonstração dos efeitos com luz forte e luz difusa sobre os objetos. Fonte: Ching (2012, p. 52). A luz natural vinda do alto cria sombras paralelas aos objetos; já a luz artificial, que ilumina de forma focada e limitada, cria sombras divergentes. A observação de objetos reais sob a incidência de diversas posições e tipos de luz é fundamental para a compreensão e melhor aplicação desses conceitos. Na Figura 5 são apresentados diferentes exemplos da incidência da luz sobre objetos. 99Luz e sombra DA_U2_C06.indd 99 01/12/2017 16:59:30 Figura 5. Exemplos de direcionamento da fonte de luz sobre os objetos. Fonte: Ching (2012, p. 53). Em termos gráficos, a incidência de luz é a ausência de preenchimento, ou seja, é importante que, quanto maior for o contraste entre as faces adjacentes no desenho, mais iluminada seja a parte clara. Luz e sombra100 DA_U2_C06.indd 100 01/12/2017 16:59:31 Neste momento do desenho, a orientação é demarcar a posição da fonte de luz, o tipo de fonte que será utilizada e traçar suavemente no desenho a direção que ela fará sobre os objetos. Após este lançamento, é possível avaliar os trechos que deverão ficar sem preenchimento, nos quais a luz incidirá diretamente. Já devem ser avaliados, também, os locais onde o desenho ficará sombreado. Além da ausência de preenchimento, é indicado utilizar a borracha para valorizar ainda mais as áreas claras, gerando mais contraste. No desenho, a borracha é tão importante quanto o lápis. Observe a iluminação da Figura 6. Figura 6. Desenho de cena interna com iluminação artificial. Observe os trechos mais claros próximos às luminárias, além do formato de sombreamento resultante deste tipo de iluminação. Fonte: Doyle (2002, p. 122). 101Luz e sombra DA_U2_C06.indd 101 01/12/2017 16:59:33 Quando um objeto está sobre uma superfície, deve-se analisar os efeitos de reflexão gerados por essa superfície de apoio. O trecho do objeto que estiver próximo à super- fície terá uma área iluminada, mesmo que seja na zona de sombreamento, em razão da reflexão. No exemplo da Figura 7, você pode ver que a parte inferior da esfera está iluminada por um degrade feito com lápis. Figura 7. Esfera sobre superfície. A fonte de luz está posicionada em um ponto superior e à esquerda do objeto. Fonte: Egle Lipeikaite/Shutterstock.com. Sombras As sombrassão a representação do efeito que a iluminação gera sobre os objetos. Elas são fundamentais pelo delineado das formas e a representação de profundidade. Existem basicamente dois tipos de sombras: as sombras próprias e as sombras projetadas. As sombras próprias são aquelas geradas nas próprias faces do objeto, seja por ausência de luz ou por interferência de outros objetos. As sombras projetadas consistem naquelas que o objeto produz sobre outras faces, como superfícies de apoio ou objetos adjacentes. Além desses dois tipos de sombra, temos também outros elementos, como reflexos, luz plena e meia sombra. Os reflexos são produzidos pela incidência de luz em objetos ou superfícies vizinhas e tornam a sombra da face que recebe a luz mais clara, portanto, devem ser considerados no desenho. Luz e sombra102 DA_U2_C06.indd 102 01/12/2017 16:59:35 Já as zonas de transição entre as áreas de sombra e a as áreas iluminadas são chamadas de meia sombra ou meio tom. No desenho a meia sombra, esta deve ser representada com menos intensidade, gerando um degrade entre a zona clara e a sombra própria do objeto. A presença ou não destes elementos varia muito conforme o tipo de cena, os objetos existentes e o tipo de iluminação. Por isso, as sombras devem ser avaliadas e desenvolvidas em cada situação específica. Na Figura 8 você pode ver exemplos de luz e sombra. Figura 8. Ilustração que demonstra os efeitos de luz e sombra no objeto (sugestão de desenho para reprodução). Para iniciar o trabalho de sombreamento, a sugestão é lançar formas ge- ométricas simples em um papel, preferencialmente mais espesso e poroso. Utilize um lápis macio, o grafite 4B, por exemplo, para facilitar a graficação das sombras. 103Luz e sombra DA_U2_C06.indd 103 01/12/2017 16:59:36 Após desenhar as formas básicas e definir o posicionamento e a direção da fonte de luz, você deve estudar o formato que as sombras terão nos objetos e as sombras projetadas. A melhor forma de compreender o funcionamento das sombras é iniciando com desenhos de observação, no qual o desenho será uma reprodução da realidade. Pratique esse exercício com os mesmos objetos e a fonte de luz posicionada em locais diferentes, pois, assim, será possível analisar o impacto que a luz gera no conjunto de objetos. As sombras podem ser lançadas com o uso da técnica de hachuras paralelas e cruzadas, nas quais o escurecimento é feito utilizando linhas. Podem também ser feitas com movimentos circulares contínuos. Outra técnica bastante utilizada é o sombreamento misto, no qual se aplicam rabiscos de grafite sobre o papel e, em seguida, os esfumaça, utilizando os dedos, um papel macio ou com o auxílio de esfuminho. A ideia de esfumar auxilia no desenvolvimento do degrade entre as tonalidades. Caso utilize algum método com tracejado de linhas, elas devem ser espaçadas ao longo da sombra, para suavizar até chegar ao ponto de claridade total. Você precisa estar atento para não pesar demais nas sombras, deixando o desenho desequilibrado. O ideal é trabalhar lentamente, sobrepondo as man- chas para escurecer aos poucos, evitando os excessos. As sombras próprias tendem a ser mais claras que as projetadas, porém isso não é uma regra e deve ser avaliada em cada caso. Observe, a seguir, os exemplos apresentados nas Figuras 9, 10 e 11. Figura 9. Desenho de figuras geométricas. Observar os pontos de claridade, sombra própria e sombra projetada. As sombras, especialmente as projetadas, foram esfumadas para uma maior uniformidade. Fonte: Oana_Unciuleanu/Shuterstock.com. Luz e sombra104 DA_U2_C06.indd 104 01/12/2017 16:59:37 Você pode perceber, na Figura 9, que os trechos imediatos onde os objetos encontram na superfície de apoio possuem uma linha bem intensa de sombra, pois é um local que praticamente não recebe incidência de luz. Figura 10. Cubo cujo sombreamento próprio e projetado foi feito utilizando a técnica de hachuras. Fonte: Risovanna/Shutterstock.com. Figura 11. Croqui feito com grande contraste entre claro e escuro, gerando um desenho bastante expressivo. Fonte: Rana Hasanova/Shutterstock.com. 105Luz e sombra DA_U2_C06.indd 105 01/12/2017 16:59:38 A utilização de luz e sombra nos desenhos de arquitetura é indispensável, pois são fundamentais para a compreensão das volumetrias e profundidades, além da relação entre elementos das edificações. As técnicas citadas servem como exercícios iniciais para o treinamento da percepção das relações entre claro e escuro e para desenvolver os métodos de desenho que serão mais adequados para cada um. Luz e sombra106 DA_U2_C06.indd 106 01/12/2017 16:59:38 CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisa- gistas e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. Leituras recomendadas CORTOPASSI, L. Claro-escuro. [S.l.]: Tudo sobre Pintura, 2012. Disponível em: <http:// lucianocortopassipordentrodapintura.blogspot.com.br/2012/11/claro-escuro-luciano- -cortopassi.html>. Acesso em: 11 nov. 2017. PORTO, G. Tenebrismo. [S.l.]: InfoEscola, c2006-2017. Disponível em: <https://www. infoescola.com/movimentos-artisticos/tenebrismo/>. Acesso em: 12 nov. 2017. WIKIPÉDIA. Sfumato. [S.l.: s.n.], 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/ Sfumato>. Acesso em: 12 nov. 2017. Conteúdo: DESENHO ARTÍSTICO Diana Lemos Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 W133d Wagner, Juliana. Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 168 p. il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-241-6 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. III.Título. CDU 744.43 Revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke Arquiteta e Urbanista Mestra em Ambiente e Desenvolvimento com ênfase em Planejamento Urbano DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43 Desenho de observação e de memória Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Descrever as técnicas de desenho de linhas a mão livre com grafite, dos elementos da forma de objetos e da arquitetura. � Identificar as técnicas de proporções de desenho de observação e a mão livre. � Listar as aplicações dos métodos de projeções cônica e paralela. Introdução O desenho a mão livre é uma ferramenta valiosa para os arquitetos ur- banistas, pois permite expressar a maioria das suas ideias rapidamente e de forma eficaz. Algumas pessoas criativas possuem essa habilidade, outras, contudo, podem desenvolvê-la. O desenho de observação e de memória é uma forma extraordinária de expandir essa habilidade, pois fortalecer a capacidade de ver e de representar, como você irá perceber. Neste texto, você irá assimilar as técnicas de desenho de linhas, for- matos e proporções e os métodos de projeção, para esboçar a figura humana e os elementos naturais e arquitetônicos. Técnicas de desenho de linhas e de formatos A vantagem do desenho a mão livre é que você vai precisar de poucos ins- trumentos (papel, lápis grafite e borracha). Objetivos mais elaborados podem requerer de você outras técnicas, como a utilização do carvão vegetal e dos creions. Contudo, aprender a desenhar uma variedade de técnicas mecânicas e suas teorias não é uma tarefa simples. Portanto, para começar, neste tópico, você vai aprender a técnica do lápis grafite e os elementos da forma e do espaço, apresentados não como um fim em si mesmo, mas como significado DA_U1_C03.indd 49 01/12/2017 16:51:45 para trazer subsídios para o desenho da observação, conforme a estrutura de conhecimento a seguir: 1. Escolher o tipo de lápis, borracha e papel para atender aos seus objetivos. 2. Aprender a desenharlinhas a mão livre. 3. Identificar os elementos da forma. Tipos de lápis, borracha e papel “A efetividade geral de um desenho é determinada, acima de tudo, pela quali- dade, variedade e sensibilidade dos traços que o compõem.” (CURTIS, 2015, p. 3). Esta qualidade está diretamente relacionada à escolha do lápis e do papel e em como você aplica as técnicas de desenho de observação. Os grafites de lápis e de lapiseiras são classificados como dura, média e macia e suas aplicações podem ser observadas na Tabela 1. Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002). Classificação Grafite Quando aplicar Dura 9H/8H/7H/6H/5H/4H/ Usar quando for necessária extrema precisão em desenhos técnicos, pois as linhas tendem a ser muito claras. Média 3H/2H/H/F/HB/B/ Usar para esboços técnicos e letreiros. HB e B são usados para desenhos a mão livre, para desenhar linhas finas. Macia 2B/3B/4B/5B/6B/7B/ Usar, essencialmente, para desenhos a mão livre, trabalhos artísticos de vários tipos e para detalhes em tamanho natural do desenho arquitetônico. Tabela 1. Classificação dos grafites. As lapiseiras automáticas são fabricadas para grafites de 0,3 mm, 0,5 mm, 0,7 mm e 0,9 mm. A primeira é adequada ao desenho técnico fino; a segunda, para escrever e traçar linhas finas no desenho técnico e a mão livre; a terceira, para uso geral no desenho a mão livre; e a de 0,9 mm, para executar linhas Desenho de observação e de memória50 DA_U1_C03.indd 50 01/12/2017 16:51:46 grossas. Associado ao lápis, você vai precisar de uma borracha macia, que é a borracha plástica. Por deixar muitos resíduos, você poderá precisar de um bigode, espanador especial para desenho, para limpar a sua superfície. Você vai encontrar uma grande variedade de tamanhos, pesos e superfícies de papel. O tamanho varia segundo os formatos técnicos (A4, A3, A2, A1 e A0), podendo ser folhas soltas ou blocos de desenho, inclusive quadriculados. Você pode até mesmo criar as folhas com moldes ou grades no AutoCad e colocar embaixo do seu desenho, para facilitar no processo de aprendizado. O peso do papel está relacionado a sua constituição, por exemplo, cartolina, papel duplex ou tríplex, entre outros. A sua superfície perpassa do liso ao extremamente áspero (mais granulado), abrangendo muitas variações. Você deve usar a superfície lisa para o lápis grafite e a mais granulada para técnicas que utilizem tinta, pastel e carvão vegetal. Uma visita à papelaria pode ser mais elucidativa do que qualquer outra fonte de conhecimento sobre assunto. No desenho de observação, o ideal é investir em um cavalete de artista durável, ainda que nem sempre seja possível carregá-lo. A correta posição para o desenho de observação é 90º, com o observador em pé. Com uma simples alteração na sua posição em relação ao objeto, você pode renovar o seu olhar e descansar um pouco, mas é preciso retornar à posição original, ao voltar a desenhar. Desenho de linhas a mão livre Segundo Curtis (2015), uma linha pode variar entre grossa e fina, clara e escura, angular e orgânica, de contornos duros e suaves, gerando uma centelha de energia a um desenho realizado com sensibilidade. Assim, um desenho esbo- çado a mão livre, além de expressar um sentimento, também deve demostrar preocupação com a clareza e a espessura correta das linhas. Para esboçar linhas longas, marque suas extremidades e desenhe a linha mantendo o olhar na direção da marca para a qual você está movendo o lá- pis. Repita vários traços até encontrar a precisão da linha. Se a linha estiver ondulada demais, você pode estar empunhando de forma equivocada o lápis ou estar segurando-o com muita força. Contudo, são permitidas pequenas 51Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 51 01/12/2017 16:51:46 ondulações e eventuais intervalos, desde que a linha fique em um traçado reto, mas não precisamente reto como no AutoCAD. Desenhe sempre as linhas horizontais da esquerda da direita, com um movimento natural do pulso e do braço e nas linhas verticais, de cima para baixo com movimentos do dedo e do pulso (CURTIS, 2015). A variação da espessura da linha representa um assunto chave no desenho de observação. Dada à timidez do traçado no início do aprendizado, você pode se esquivar de variar mais a sua espessura, mas é muito importante desenhar com variedade e liberdade, conforme as orientações a seguir. Você deve utilizar linhas finas quando forem: � Linhas de construção: estas devem ser muito claras, de modo que fiquem pouco visíveis. � Linhas de centro: estas devem ser nítidas. � Linhas de prolongamento de um objeto: estas devem ser nítidas e escuras. Você pode aumentar a espessura da linha, quando: � estiver comparativamente muito mais próxima do observador; � estiver embaixo do objeto, para indicar peso. “Os contornos dominam a nossa percepção do mundo visual. [...] Algumas destas arestas são claras, outras se perdem no plano de fundo, conforme mudam de cor ou de tonalidade. [...] No processo de observação, a mente acentua estas arestas e as vê como contornos.” (CHING, 2012, p. 17). Você vai tender a variar a espessura da linha do contorno, mas tente ter em mente que seu desenho com uma linha grossa deve ser utilizado no caso de incidência de sombra, ou quando representa a aresta de um objeto que se sobrepõe a outro ou quando as arestas do objeto, de fato, variam em espessura. Em geral, a linha do contorno deve variar de forma uniforme em relação a todo desenho. Definir de três a quatro variações de linha no desenho poderá ajudar você a manter o equilíbrio na intensidade de utilização das linhas. Desenho de observação e de memória52 DA_U1_C03.indd 52 01/12/2017 16:51:46 No capítulo “A mecânica de desenhar”, do livro Desenho de Observação, de Curtis (2015), você pode aprender mais sobre as técnicas de empunhadura de desenho e de variação de traço. Elementos da forma de objetos e da arquitetura Os elementos da forma são o ponto, a linha, o plano e o volume. O ponto, o primeiro gerador da forma, indica uma posição no espaço, e você pode adotá- -lo para estabilizar, dominar e organizar os elementos ao seu redor, quando este for o elemento central da composição. Quando localizado fora do centro, transmite agressividade e sugere um eixo para organizar formas construídas por meio do estabelecimento de dois pontos (CHING, 1979). Segundo os conceitos de Ching (1979), enquanto o ponto é estático, a linha descreve o caminho de um ponto em movimento, expressando uma direção ou um crescimento. Permite unir, circundar ou descrever arestas. A linha vertical expressa um estado de equilíbrio, com a força da gravidade; a linha horizontal representa estabilidade, o horizonte ou um corpo que repousa; e linha oblíqua expressa dinamismo ou uma atividade visual, como um nascer do sol. Ainda que o espaço arquitetônico disponha de quatro dimensões, sua forma tridimensional e a experiência da arquitetura, segundo o conceito de Zevi (1996), a sua forma pode ser linear, quando acomoda um movimento de percurso, como nas pontes. Elementos verticais lineares, como colunas, obeliscos e torres vêm sendo utilizados em larga escala na história grega, romana e, mais recentemente, no neoclassicismo, para comemorar eventos, por exemplo. A sua percepção do plano é sempre distorcida pela perspectiva cônica. A definição dos limites e as fronteiras de um volume é função do plano, sendo este um elemento chave no vocabulário arquitetônico, pois seu tamanho, sua forma, sua cor, sua textura e a relação espacial entre eles determinam as propriedades visuais da forma e a qualidade do espaço que ele encerra. Um elemento de desenho pode ser neutro ou visualmente ativo, opaco ou transparente e fonte de luz e de observação. Portanto, a forma da edificação pode ser planar, pela diferenciação dos planos verticais e horizontais, como projetado na Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright, ou com variações no material, na cor e na textura (CHING, 1979).53Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 53 01/12/2017 16:51:46 Um plano estendido ou a adição de planos compreende um volume, ele- mento tridimensional do vocabulário arquitetônico, cujas propriedades são comprimento, largura e profundidade. Os principais volumes do vocabulário arquitetônico são a esfera, o cilindro, o cone, a pirâmide e o cubo. A esfera representa uma forma centralizada, concentrada e estável. O cilindro pode ser facilmente estendido através do seu eixo e assume uma forma estável, se repousa sobre uma de suas faces circulares, mas pode, também, se tornar instável, quando seu eixo central é inclinado. O cone, assim como o cilindro, é estável se apoiado sobre sua face circular e instável quando seu eixo é descolado. Pode indicar balanço, se apoiado sobre o seu eixo vertical. A pirâmide possui propriedades de estabilidade e de balanço como a do cilindro, porém é estável se apoiada sobre qualquer uma de suas faces. Por fim, o cubo dispõe de seis faces quadradas iguais, representando uma forma estática sem aparente direção (CHING, 1979). Para compreender seu significado na prática, busque objetos reais forma- dos por esses elementos, buscando perceber os significados de estabilidade, instabilidade e balanço enunciados por Ching (1979). Acessando o link ou o código a seguir, do site Ar- chDaily (FRACALOSSI, 2012, você pode visualizar as imagens da Casa da Cascata, de Frank Lloyd Wright. https://goo.gl/LtkNhV Desenho de observação e de memória54 DA_U1_C03.indd 54 01/12/2017 16:51:47 https://goo.gl/LtkNhV Veja na Figura 1 três exemplos da aplicação do volume em projetos e obras arquite- tônicas com a utilização da esfera, do cilindro e do cone. Figura 1. Utilização da esfera, do cilindro e do cone na arquitetura. Fonte: Ching (1979, p. 60). Técnicas de proporções A proporção é a relação do tamanho relativo, utilizada para comparar as di- mensões de largura e de altura. Observar as proporções dos objetos cotidianos é a melhor forma de começar a desenvolver a sensibilidade à proporção. “A regra mais importante no desenho de observação é manter as suas proporções.” (GIESECKE et al., 2002, p. 60). Você pode desenhar a mão livre circunferências, com base em técnicas de proporções, apresentadas na Figura 2. Os desenhos de arcos e de elipses são similares ao desenho de circunferências, e o uso de gabaritos facilita o desenho de circunferências, arcos e de elipses de tamanhos variados. Você deve usar, no desenho de observação, um objeto com arestas retas e paralelas (uma régua ou, ainda um lápis), também chamado de instrumento mondriano, para estabelecer uma unidade básica de medida e uma grade perceptual, aproximando-se do objeto para verificar as proporções, quando 55Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 55 01/12/2017 16:51:48 necessário. Uma vez estabelecida esta unidade, você pode girar o instrumento em 90°, mantendo-o perpendicular a sua linha de visão e exatamente na mesma distância dos olhos (CURTIS, 2015). Se preferir, você pode utilizar o objeto mondriano como mira. A tendên- cia de você alinhar a orientação dos objetos do campo de visão pelos eixos cartesianos (x e y) por meio da mira é tão forte, no desenho de observação, que você deve alinhar seu instrumento em frente a uma parede vazia, para não perder o prumo. Ao realinha-lo, você evita que as suas percepções diretas sejam influenciadas pelo conhecimento da sua mente (CURTIS, 2015). Figura 2. Três técnicas para desenhar circunferências. Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 60). Enquanto as técnicas de proporção são estimadas pelo seu campo de visão, as técnicas do sistema de medição modular vêm evoluindo ao longo dos sé- culos, até se tornarem o sistema de medida métrico com o módulo de 10 cm, utilizado hoje como o principal sistema de medição mundial. Esse sistema foi adotado pela maioria dos países, já no final do século XX. Desenho de observação e de memória56 DA_U1_C03.indd 56 01/12/2017 16:51:50 O sistema de escala teve origem no dimensionamento modular grego e romano. As formas geométricas de Platão e Virtrúvio (o círculo, o triângulo e o quadrado) eram, em tempos remotos, um sistema de medição que auxiliava medir outras formas poligonais. Apesar de terem tido pouca aplicação para projeto e construção, a partir deles foi desenvolvida a dimensão do pentágono ideal, que embasou a relação matemática “áurea”. Posteriormente, o arquiteto Le Corbusier desenvolveu uma teoria das proporções do corpo humano baseado nas dimensões estéticas da relação “áurea”. O raio, a corda e a altura do triângulo compuseram, também, um sistema geométrico de medição utilizado para a construção de edificações redondas no período romano (NEUFERT, 2004). Um dos principais desafios que você vai enfrentar é o esboço da figura humana completa. Ao compreender as relações da teoria de Le Corbusier sobre as proporções do corpo humano, você poderá se beneficiar delas na elaboração de croquis. Você pode utilizar, também, o cânone grego de proporções que subdivide o corpo em oito cabeças. No século XX, com a industrialização, os arquitetos desenvolveram estudos de coordenação modular para auxiliar na construção pré-fabricada. O módulo era um sistema de medição para reger as superfícies e os volumes. Em 1932, Walter Groupius projetou uma casa modular cuja planta podia crescer por adição de novos volumes. A França, a partir de 1942, passou a adotar o módulo-base de 10 cm, ao passo que a Inglaterra, por exemplo, passou a adotar o sistema de quatro polegadas, a partir de 1966 (SOUSA, 2011). Ainda que técnicas de proporção e do sistema de escala estejam intrin- sicamente relacionadas, é importante que você consiga, a partir desse breve histórico, isolar o sistema de escala no momento do desenho de observação. O arquiteto tende a usar o conhecimento disponível na memória para sua elaboração, mas é preciso lembrar que no desenho de observação, você precisa registrar a proporção que vê, e não a que sabe. O uso constante do instrumento ajuda a preservar a precisão das proporções percebidas, com base no sistema cartesiano. As dimensões que você sabe de memória, pode aplicar em esboços de projeção paralela, conforme apresentado no próximo tópico, embora não representem a realidade observada. Métodos de projeção cônica e paralela O método de projeção envolve os olhos do observador ou o ponto de vista, o objeto, o plano de projeção e as projetantes, também chamadas de raios visuais 57Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 57 01/12/2017 16:51:50 ou linhas de visada. Existem dois métodos de projeção: a projeção cônica e a paralela, e suas respectivas perspectivas e vistas você pode observar na Tabela 2. Fonte: adaptada de Giesecke et al. (2002). Projeção Perspectiva Cônica Linear Com 1 ponto de fuga Com 2 pontos de fuga Com 3 pontos de fuga Aérea Paralela Ortogonal 1) Axonométrica Isométrica: todos os eixos se reduzem igualmente Dimétrica: dois eixos se reduzem igualmente Trimétrica: todos os três eixos se reduzem diferentemente 2) Oblíqua Cavaleira Cabinet Tabela 2. Classificação das projeções. Nas vistas ortográficas (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si e perpendiculares ao plano de projeção (GIESECKE et al., 2002). Você pode utilizá-las para desenhar fachadas em esboços arquitetônicos a mão livre. Na projeção axonométrica (Figura 3), os raios visuais também são paralelos entre si e perpendiculares ao plano de projeção. Quando uma superfície é inclinada, em relação ao plano de projeção, aparecendo reduzida nas vistas principais, a perspectiva é isométrica. Nessa perspectiva, você precisa manter todo o desenho em proporção, mas não precisa trazer as medidas de forma precisa para localizar cada elemento do desenho (GIESECKE et al., 2002). Na projeção oblíqua (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si e oblíquos ao plano de projeção. Na perspectiva cavaleira, a vista frontal doDesenho de observação e de memória58 DA_U1_C03.indd 58 01/12/2017 16:51:50 objeto (largura e altura) é apresentada em verdadeira grandeza, porém as outras superfícies aparecem em tamanho reduzido, sendo fáceis para elaborar esboços de objetos e de arquitetura (GIESECKE et al., 2002). “Quando as linhas fugantes são desenhadas com metade do seu tamanho, a perspectiva cavaleira há a comumente conhecida como projeção cabinet (gabinete).” (GIESECKE et al., 2002, p. 168). Figura 3. Quatro tipos de representação por projeção. Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 157). Você vai utilizar, no desenho de observação, a perspectiva cônica (Figura 3), cujos raios visuais convergem para o observador. Porém, você pode adotar a estrutura da projeção paralela em esboços a mão livre da arquitetura para transmitir ideias ou para transmitir eventos específicos relacionados à ela, como detalhes de telhados, de escadas e de esquadrias, pois refletem de forma proporcional suas características. São muito utilizadas em relatórios técnicos, para transmitir desenhos de formatos, de danos, para apoiar relatórios fotográ- ficos, entre outros. Como você vai utilizar as técnicas de observação na sua 59Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 59 01/12/2017 16:51:51 elaboração para diferenciar do desenho de observação conceitual, você deve chamar os esboços pelo seu nome técnico (por exemplo, fachada ou detalhe de esquadria) e deve acrescentar o tipo de projeção adotada (vista ortográfica ou perspectiva isométrica), para caracterizar de forma adequada o seu desenho. No Capítulo 6 de Comunicação gráfica moderna, de Giesecke et al. (2002), você pode aprender mais sobre as técnicas de desenho das perspectivas isométricas, cabinet e cavaleira. Perspectiva cônica Os pontos de fuga das perspectivas cônicas dependem da posição do objeto em relação ao plano de projeção, segundo Giesecke et al. (2002, p. 173): Se o objeto está com uma face paralela ao plano de projeção, é necessário somente um ponto de fuga. [...] Se o objeto está formando um ângulo com o plano da perspectiva, mas com arestas verticais paralelas ao plano da perspectiva, são necessários dois pontos de fuga [...]. Este é o tipo mais comum de perspectiva cônica. Se o objeto está colocado de forma que nenhum sistema de arestas paralelas seja paralelo ao plano do desenho, são necessários três pontos de fuga. A Figura 4 ilustra passo a passo como fazer uma perspectiva cônica com um ponto de fuga, e a Figura 5 demonstra como realizar uma perspectiva cônica com dois pontos de fuga. Desenho de observação e de memória60 DA_U1_C03.indd 60 01/12/2017 16:51:51 Figura 4. Passo a passo para a perspectiva cônica com um ponto de fuga. Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 173). Figura 5. Passo a passo para a perspectiva cônica com dois pontos de fuga. Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 175). 61Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 61 01/12/2017 16:51:55 Para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre as perspectivas cônicas com um e dois pontos de fuga, leia o Capítulo 15 de Desenho de observação, de Curtis (2015). 1. Os elementos da forma – ponto, linha, plano e volume – constituem o alfabeto arquitetônico. Analogamente, precisam ser compreendidos, antes da palavra ser formada ou de um vocabulário desenvolvido. Seus significados contêm soluções para os problemas de função, de propósito e de contexto a serem resolvidos no partido arquitetônico. Assinale a alternativa que apresenta a definição e a expressão correta de cada um destes elementos. a) O “ponto” indica uma posição no espaço, podendo expressar estabilidade, domínio e papel de organizador dos elementos ao seu redor. b) A definição de “linha” é um ponto estendido, a linha defini os limites e as fronteiras de um volume e expressa um estado de desequilíbrio. c) A “linha” não representa um formato arquitetônico, porque a arquitetura é constituída de quatro dimensões, sua forma tridimensional (largura, altura, profundidade) e a experiência arquitetônica. d) As propriedades do “plano” são o comprimento, a largura e a profundidade, e ele determina como os elementos visuais externos ou internos à edificação podem ser observados ou apreendidos. e) O “volume” é constituído por um plano estendido ou pela adição de mais de um plano, consiste em um elemento bidimensional do vocabulário arquitetônico e expressa estabilidade quando está apoiado sobre uma de suas faces, não podendo expressar instabilidade. 2. Um desenho esboçado a mão livre deve mostrar preocupação com proporções, clareza e espessura correta das linhas. Assinale a alternativa apresenta o momento em que você deve aumentar a espessura e a intensidade da linha no desenho de observação. a) Quando representa uma linha de construção. b) Quando uma linha é feita embaixo do objeto, para indicar peso. c) Quando representa uma linha de centro do objeto. d) Quando representa uma linha de prolongamento de um objeto. e) Quando representa uma linha de contorno do objeto. Desenho de observação e de memória62 DA_U1_C03.indd 62 01/12/2017 16:51:58 3. Os desenhos de observação e os esboços a mão livre elaborados com as técnicas de proporções ajudam a organizar pensamentos e a registrar ideias. Desde os gregos, o diâmetro era utilizado com unidade básica das dimensões. Assinale a alternativa na qual estão apresentadas as técnicas corretas de proporção e as técnicas do sistema de medição modular de um objeto. a) A proporção é baseada nas formas geométricas, o círculo, o triângulo e o quadrado e no sistema de medição, você pode comparar várias distâncias usando o lápis como mira. b) A proporção é medida por raio, corda e altura do triângulo, e o sistema de medição modular é baseado no instrumento mondriano. c) A proporção está baseada nas normas de coordenação modular de 4 polegadas, e a escala pode ser estimada pelo nosso campo de visão. d) A proporção é o módulo base de 10 cm, e o sistema de medição por escala pode ser realizado por qualquer instrumento reto segurado. e) A proporção está baseada na referência dos eixos cartesianos x/y, e o sistema de medição por escala está baseado no sistema de medida métrico, com o módulo de 10 cm. 4. Os desenhos de perspectiva podem ser criados usando tanto a projeção cônica como a paralela. Assinale a alternativa que apresenta o tipo de perspectiva adotada neste esboço arquitetônico. a) Perspectiva cavaleira. b) Perspectiva aérea. c) Perspectiva isométrica. d) Perspectiva cônica com um ponto de fuga. e) Perspectiva cônica com dois pontos de fuga. 5. Desenhos com vistas ortográficas tornam possível representar objetos complexos com precisão. Desenhos de perspectiva são usados para comunicar suas ideias, podendo ser usados em catálogos, publicações e em projetos de arquitetura. Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de cada um destes métodos de projeção. a) As vistas ortográficas são tipos de perspectivas, já que mostram vários lados dos objetos em uma única vista. b) Na projeção axonométrica, os raios visuais são paralelos entre si e oblíquos ao plano de projeção. c) Na perspectiva isométrica, as superfícies de um objeto tem um tamanho reduzido, porque as projeções são oblíquas. d) Somente na projeção cônica as retas projetantes convergem para um ou mais pontos de fuga, já a vista ortográfica, a projeção axonométrica e a projeção oblíqua usam projeção paralela. e) Na projeção oblíqua, os raios visuais convergem para um ou mais pontos de fuga, para gerar a visão oblíqua. 63Desenho de observação e de memória DA_U1_C03.indd 63 01/12/2017 16:52:00 CHING, F. Architecture: form, space and order. New York: Van Nostrand Reinhold, 1979. CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. CURTIS, B. Desenho de observação. 2. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015. FRACALOSSI, I. Clássicos da arquitetura:Casa da Cascata / Frank Lloyd Wright. Santiago: ArchDaily, 2012. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-53156/classicos- -da-arquitetura-casa-da-cascata-frank-lloyd-wright>. Acesso em: 29 out. 2017. GIESECKE, F. E. et al. Comunicação gráfica moderna. Porto Alegre: Bookman, 2002. NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios, normas, regulamentos sobre projeto, construção, forma, necessidades e relações espaciais, dimensões de edifícios, ambientes, mobiliário, objetos. 17. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2004. SOUSA, V. H. B. de. Arquitectura, sustentabilidade e coordenação modular: desen- volvimento de sistema construtivo modular. 2011. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Arquitetura)–Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2011. Dis- ponível em: <https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2251/2/Vitor%20Sousa_ Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 09 set. 2017. ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996. Desenho de observação e de memória64 DA_U1_C03.indd 64 01/12/2017 16:52:00 http://www.archdaily.com.br/br/01-53156/classicos- https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2251/2/Vitor%20Sousa_ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DESENHO ARTÍSTICO Juliana Wagner Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 W133d Wagner, Juliana. Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 168 p. il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-241-6 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. III.Título. CDU 744.43 Revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke Arquiteta e Urbanista Mestra em Ambiente e Desenvolvimento com ênfase em Planejamento Urbano DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43 Croquis – técnicas e materiais diversos Introdução Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Aplicar proporções e componentes para as cenas. � Praticar a técnica de croqui em perspectivas com pontos de fuga. � Identificar os materiais mais adequados para a produção de croquis. Introdução Neste capítulo, você irá estudar sobre técnicas e materiais para a produção de croquis. A palavra croqui, do francês croquis, significa esboço. Os croquis são uma forma de desenho muito utilizadas pelos arquitetos, pois tratam-se de formas rápidas de desenho para representar ideias gerais sobre algum conceito de projeto. São desenhos normalmente com bastante expressão e pouco refinamento, apesar de alguns serem extremamente detalhados. O principal objetivo é utilizar-se da liberdade do desenho à mão para gerar formas que, futuramente, serão desenvolvidas de maneira mais técnica. São muito úteis para expor propostas de conceito para aprovação do cliente, para posteriormente seguir aos detalhamentos. Nessas situações, são muito importantes em razão de sua característica visual e por ser de fácil entendimento para maioria das pessoas. DA_U2_C04.indd 65 01/12/2017 16:51:57 Proporções e componentes Os croquis são desenhos de expressão livre, que servem para representar ideias. Para a correta compreensão do desenho, é importante você considerar alguns elementos que compõem a cena. Além disso, existem pontos a avaliar na hora de produzir o desenho para que ele seja harmônico e equilibrado. Proporção É imprescindível que o desenho tenha proporções adequadas, mesmo que a produção do croqui seja feita sem a utilização de uma escala e medidas exatas. Para isso, é importante estabelecer a proporção entre os volumes da cena, de forma a não prejudicar o entendimento do conjunto. Uma maneira bastante simples de fazer isso é definindo uma medida base, logo no início do desenho, que será replicada em todo o restante. Por exemplo, marcar um ponto que você deseja que represente 1 metro de altura. Se o volume a ser representado tiver uma altura de 3 metros, você replicará 3 vezes este mesmo trecho de marcação estipulado. Na largura, faça o mesmo procedimento, por exemplo, se a parede tiver 4 metros, replique 4 vezes a marcação. Veja um exemplo desse conceito de proporção na Figura 1. A proporção no desenho é essencial para que seja o mais semelhante possível ao que será desenvolvido no projeto detalhado, mantendo assim uma coerência com entre o croqui e o projeto final. Croquis – técnicas e materiais diversos66 DA_U2_C04.indd 66 01/12/2017 16:51:58 Figura 1. Exemplo de marcação simulada de medidas – 3 na altura e 4 na largura. Componentes Os componentes especiais da cena também são uma maneira de representar a proporção do conjunto. Esses componentes podem se tratar de mobiliários urbanos, pessoas, carros, árvores, etc. Esses elementos servem de referência para as dimensões das edificações representadas. Como croquis possuem pouco detalhamento, é importante inserir componentes de conhecimento comum. Por exemplo, se temos um volume de um prédio graficado da mesma forma em dois desenhos distintos, a maneira mais simples de compreender o quanto esse prédio impacta no espaço urbano é utilizando a inserção de pessoas, árvores e carros, entre outros, conforme você pode observar na Figura 2. 67Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 67 01/12/2017 16:52:00 Figura 2. Exemplo de dois prédios desenhados de forma similar; o que difere a proporção entre eles são as árvores e a escala humana do croqui. A escala humana no croqui auxilia em outras questões. Quando tratamos de desenho urbano, o posicionamento das pessoas na cena demonstra os locais de público e circulações, por exemplo, conforme apresentado na Figura 3. Figura 3. Croqui com elementos de paisagismo e componentes, auxiliando na percepção do espaço. Fonte: Leggitt (2004, p. 13). Croquis – técnicas e materiais diversos68 DA_U2_C04.indd 68 01/12/2017 16:52:04 Ao incluir vegetação em seus croquis, tome cuidado para que as árvores não cubram as edificações (a não ser que seja esta sua intenção). Quando o objetivo é valorizar os prédios que estão por trás, o ideal é desenhar as árvores de modo que fiquem o mais “transparentes” possível. Uma maneira de fazer isso é desenhando a copa com folhagem rala, trabalhando mais o tronco e os galhos. Pode ser feito também somente o contorno da copa, deixando a parte central sem preenchimento. No caso de colorir, a sugestão é utilizar canetas hidrocor que fiquem translúcidas. Perspectiva com pontos de fuga Existem diversas técnicas para desenhar um croqui em perspectiva. Na técnica que utiliza pontos de fuga, é possível usar um, dois, três ou até mais pontos de fuga. Para iniciantes, entretanto, é recomendado começar pela utilização de apenas um ponto, até dominar bem a técnica. Você pode começar a praticar com base nos seguintes passos: � Definir a linha do horizonte: um dos primeiros passos é definir a li- nha base do horizonte, conforme Figura 4. Esta linha será a base de referência do desenho. Figura 4. Definição da linha do horizonte do desenho. 69Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 69 01/12/2017 16:52:04 � Marcar a altura do observador e o ponto de fuga: a altura do observador se trata do alinhamento que será a visualização do desenho, a altura que estamos enxergando a cena. Pode ficar sobre a linha do horizonte. � O próximo passo é escolher o local do ponto de fuga. Esse ponto é fundamental, pois será o local para onde todas as linhas da perspectiva irão convergir. Caso o ponto fique centralizado no desenho, ambos os lados da perspectiva terão a mesma visualização, observe a Figura 5. Caso você posicione mais para algum dos lados, a lateral mais próxima ao ponto de fuga ficará mais acumulada na perspectiva,e a outra terá melhor visualização. Esta escolha depende do que se deseja valorizar no croqui. Figura 5. Definição da altura do observador e do ponto de fuga. � Traçar as linhas de perspectiva: uma maneira simples de iniciar o de- senho é traçando as linhas bases da perspectiva, todas migrando para o ponto de fuga, conforme demonstrado na Figura 6. Conforme o número de elementos que tiver na cena, podem ser utilizadas inúmeras linhas de apoio. Croquis – técnicas e materiais diversos70 DA_U2_C04.indd 70 01/12/2017 16:52:04 Figura 6. Traçado base das linhas iniciais de perspectiva. � Lançar as linhas do croqui: após o lançamento das linhas base, você pode iniciar o traçado dos elementos do desenho. O importante é sem- pre analisar se as faces serão paralelas ou perpendiculares à linha do horizonte. No caso das faces paralelas, elas devem ser desenhadas sempre horizontalmente ao papel, sem levar em direção ao ponto de fuga. Já as faces perpendiculares devem ser desenhadas com as linhas convergindo e encontrando o ponto de fuga. Siga esta diretriz até completar as volumetrias do desenho. Após isso, finalize o desenho como desejar. Observe o exemplo nas Figuras 7 e 8. 71Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 71 01/12/2017 16:52:05 Figura 7. Traçado dos elementos a serem representados no croqui, observando as faces paralelas e perpendiculares à linha do horizonte. Figura 8. Finalização do croqui. Croquis – técnicas e materiais diversos72 DA_U2_C04.indd 72 01/12/2017 16:52:06 Materiais para croqui Os croquis são desenhos livres e com expressão própria de cada arquiteto. A abstração necessária para desenvolver esse tipo de desenho também reflete na escolha de materiais. Conforme o tipo de impressão que o arquiteto deseja expor no trabalho, ele deve optar por determinado material que atenda a essas necessidades. O croqui pode ser feito tanto em um guardanapo como em um papel nobre. O que importa, na realidade, é que o desenho transmita a informação almejada. Um material de graficação que é muito utilizado para fazer croquis é o lápis. Sua diversidade de graduações de grafite varia conforme a maciez. Outros materiais adequados para este uso são as canetas nanquim, de várias espessuras, e o carvão comprimido. Em algumas situações, a intenção do arquiteto é fazer um lançamento inicial de volumetria, rápido, sem preocupações com detalhamentos. Neste caso, o recomendado é utilizar lápis mais macios, como 6B ou 8B, por exemplo, ou então os blocos de carvão comprimido. Observe um exemplo de croqui rápido na Figura 9. Figura 9. Exemplo de croqui rápido para demonstrar volumetria da casa. Fonte: Slavo Valigursky/Shutterstock.com. Neste tipo de desenho, que requer menos refinamento, a opção de papel a ser utilizado é muito ampla. Pode ser realizado em papel jornal, sulfite, 73Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 73 01/12/2017 16:52:07 canson ou até mesmo papel manteiga. Sempre lembrando que os papéis finos são mais frágeis, rasgam com mais facilidade e o desenho fica com uma aparência mais simples. Se você for colorir um desenho feito desta forma, deverá ter mais cuidado na escolha do papel. Normalmente, os arquitetos, neste tipo de croqui rápido, quando é o caso de colorir, optam por pincelar cores em apenas alguns pontos de realce do desenho. Para isso, podem ser utilizadas as canetas hidrocor, que dão um efeito translúcido se passadas levemente sobre o papel. Outra opção é trabalhar com focos de aquarela no croqui, que podem ser gerados utilizando lápis aquarelável. Nestes dois casos de desenho a cores, o mais indicado é utilizar um papel com maior capacidade de absorção de tinta, como o canson. Se o objetivo é um desenho em papel manteiga ou vegetal, a caneta hidrocor pode ser aplicada no verso da folha, gerando um efeito interessante ao desenho. Veja um exemplo de croqui colorido na Figura 10. Figura 10. Exemplo de croqui com traços e coloração simplificada. Fonte: Mike Demidov/Shutterstock.com. Croquis – técnicas e materiais diversos74 DA_U2_C04.indd 74 01/12/2017 16:52:09 Já em um croqui mais detalhado, o mais adequado é utilizar grafites um pouco menos macios ou então caneta nanquim, que são muito usadas nessas situações. A importância de ter uma ponta mais firme se deve à precisão neces- sária para trabalhar nos detalhes, conforme você pode observar na Figura 11. Figura 11. Exemplo de croqui com bastante detalhamento. Fonte: Doyle (2002, p. 44) Neste tipo de desenho, quando colorido, o efeito também pode ser mais trabalhado. A utilização de lápis de cor sempre é uma boa opção, pois possui uma variedade muito grande de cores permite pintar elementos menores, como você pode ver na Figura 12. As canetas hidrocor também são adequadas, porém como muitas vezes possuem pontas mais largas, deve-se ter mais cuidado na hora de preencher o desenho. Sobre o papel, o ideal é utilizar um material mais resistente, como um sulfite de maior gramatura ou papel canson. Existem também outras variações de papéis especiais para desenho e aquarela, de diversas composições e valores. 75Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 75 01/12/2017 16:52:10 Figura 12. Croqui à lápis com valorização da área a ser reformada da fachada. Fonte: Doyle (2002, p. 44) Confira mais informações sobre técnicas de desenho a cores no livro Desenho a Cores (DOYLE, 2002). Os croquis são ferramentas essenciais para testar soluções de projeto e apresentar propostas aos clientes. Eles representam uma expressão muito particular do arquiteto, portanto, o resultado final varia muito de pessoa para pessoa. Os materiais a serem utilizados também dependem totalmente da impressão que o desenho pretende passar, além da afinidade que o arquiteto possui com os materiais escolhidos. A dica é testar técnicas e materiais para encontrar o que funciona melhor para você, em cada situação. Pratique bastante! Croquis – técnicas e materiais diversos76 DA_U2_C04.indd 76 01/12/2017 16:52:13 1. Os croquis representam: a) a versão final do projeto, contendo bastante expressão e precisão métrica. b) a escala humana a partir do qual formulamos toda proporção urbana. c) o partido geral do projeto, em que o objetivo é gerar a representação inicial das ideias dentro das proporções adequadas. d) um esboço feito em três dimensões, sem as proporções exatas, utilizando softwares como Autocad. e) a linha horizontal que simula todas as medidas a partir do qual o desenho é feito. 2. Podemos considerar que a proporção e os componentes juntos compõem: a) os elementos básicos que queremos representar no croqui. b) elementos inseridos exclusivamente por programas de projeção em três dimensões, inseridos somente na finalização do projeto. c) a representação de tamanho das edificações em relação aos demais componentes urbanos. d) as linhas base a partir do qual podemos fazer todos os elementos do croqui. e) um conjunto opcional de objetos utilizados com o objetivo de adornar o croqui. 3. Sobre como os croquis são criados, assinale a alternativa correta. a) Com o auxílio de instrumentos de desenho técnico, que depois irá compor a edificação com elementos que representem as devidas dimensões da edificação criada. b) Com objetivo único de esboçar o entorno a volta do qual a futura edificação será construída. c) Quando é necessário fazer um levantamento dos modelos de edificação que teremos a volta do local onde a futura edificação será construída. d) Quando o projeto ainda não está em fase de execução e queremos acompanhar a evolução da edificação. e) À mão livre, quando é necessário representar as ideias iniciais dentro da proporcionalidade adequada da futura edificação em relação ao ambiente onde será alocada. 4. Complete a frase ___________________ são considerados modos de ________________. Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta.a) Crianças e árvores – auxiliar no entendimento da proporção das edificações em relação aos demais objetos presentes no espaço urbano. b) Carros e nuvens – complementar os espaços livres do projeto. c) Pessoas e animais – deixar a representação gráfica correta aos olhos dos profissionais da área de arquitetura. d) Semáforos e animais – representar o impacto que 77Croquis – técnicas e materiais diversos DA_U2_C04.indd 77 01/12/2017 16:52:21 uma edificação tem no trânsito e na natureza. e) Crianças e árvores – deixar a representação gráfica mais próxima dos parâmetros estéticos preconizados a partir da técnica de ornamentação. 5. Quando falamos em ponto de fuga em um croqui, é preciso lembrar que: a) é importante que, no croqui, pelo menos um ponto de fuga seja inserido, pois desse modo é possível inserir o desenho na perspectiva correta. b) é necessário inserir, no mínimo, três pontos de fuga para que o desenho apresente representação adequadas dos elementos criados. c) deve ser sempre a primeira linha desenhada, pois é ela que delimita a visão horizontal. d) é a representação final do vetor das oito linhas que sempre devem ser traçadas quando precisamos centralizar o desenho. e) só é necessário inseri-la quando estamos representando edificações de grande porte. DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisa- gistas e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia. Porto Alegre: Bookman, 2004. Leituras recomendadas GOUVEIA, A. P. S. O croqui do arquiteto e o ensino do desenho. 1998. Tese (Doutorado)– Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998. PAIXÃO, L. 10 dicas para criar bons croquis. [S.l.: s.n.], 2017. Disponível em: <https:// www.aarquiteta.com.br/blog/desenhos/10-dicas-para-criar-bons-croquis/>. Acesso em: 20 out 2017. PEREIRA, A. P. M.; GOMES, M.; FONSECA, G. A. O croqui e suas técnicas. In: INTERNA- TIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 6., 2005, Recife. Anais... Recife: ABEG, 2005. Disponível em: <http://www.lematec.net.br/CDS/ GRAPHICA05/artigos/pereiragomesfonseca.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. Croquis – técnicas e materiais diversos78 DA_U2_C04.indd 78 01/12/2017 16:52:27 http://www.aarquiteta.com.br/blog/desenhos/10-dicas-para-criar-bons-croquis/ http://www.lematec.net.br/CDS/ Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DESENHO ARTÍSTICO Juliana Wagner Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 W133d Wagner, Juliana. Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 168 p. il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-241-6 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. III.Título. CDU 744.43 Revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke Arquiteta e Urbanista Mestra em Ambiente e Desenvolvimento com ênfase em Planejamento Urbano DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43 Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Aplicar hachuras para preenchimento de desenhos. � Praticar o pontilhismo como técnica de desenho. � Utilizar manchas para realçar volumes e formas. Introdução Neste capítulo, você irá estudar a utilização de técnicas de desenho chamadas de texturas. As texturas servem para trazer mais expressão ao desenho. Podem gerar efeitos de volumetria, sombreamento e acaba- mentos variados no desenho. Ao traçarmos as linhas bases do desenho, gerarmos os contornos das formas, contudo, mesmo existindo técnicas que tornam o desenho mais interessante nos contornos, o preenchimento é muito importante para o efeito de percepção geral dos elementos. A variação de tonalidades comunica luz e sombra, além de realçar as formas. Portanto, você verá algumas das técnicas de combinação de traços que atribuem essa aparência tátil, que conhecemos como textura. Hachuras As hachuras são uma técnica de desenho utilizada para realçar volumes e sombras dos objetos, mas também podem ser usadas para criar diferentes tonalidades entre as faces. A aplicação é baseada em linhas paralelas ou cruzadas, que são desenhadas com distâncias, direções e espessuras variadas. Além disso, você pode trabalhar com hachuras de movimentos circulares. O conceito da hachura é o de trabalhar na variação de espessura, quantidade e espaçamento das linhas que, dependendo de como forem lançadas, resultarão DA_U2_C05.indd 79 01/12/2017 16:59:14 em diferentes efeitos de tonalidade e sombras, enfatizando partes específicas das formas. As linhas devem seguir o formato do objeto para limitar a forma. Hachuras paralelas As hachuras paralelas consistem em linhas traçadas em uma direção constante, buscando o paralelismo entre as linhas. Os traços podem ser muito variados, sendo curtos ou longos, mais espessos ou finos, feitos à mão ou com o auxílio de uma régua, conforme você pode observar na Figura 1. O desenho pode ser feito utilizando lápis ou canetas, como a nanquim por exemplo. Os papéis podem ser tanto os mais lisos (sulfite e manteiga) como os mais ásperos, gerando efeitos diferentes. Figura 1. Exemplos de hachuras paralelas em diferentes direções, densidades e espessuras. Fonte: stasia_ch/Shutterstock.com. Durante o traçado, o ideal é tentar controlar a velocidade e o peso da mão para que as linhas fiquem com a mesma tonalidade, gerando uma hachura Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas80 DA_U2_C05.indd 80 01/12/2017 16:59:15 mais uniforme. Quanto mais peso se destinar à mão na hora de desenhar, mais fortes ficarão as linhas. Observe os exemplos da Figura 2. Figura 2. Desenho de edificação com a técnica de hachura. Ao lado, exemplos de hachuras. Fonte: Ching (2012, p. 43). Quando a intenção for deixar as arestas bem marcadas, uma maneira de fazer isso é posicionando o lápis ou a caneta nesta aresta, fazendo uma leve pressão ao iniciar a linha e, depois, traçando rapidamente. Dessa forma, a linha ficará mais forte no início e irá suavizando em direção ao final. 81Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 81 01/12/2017 16:59:16 Para ter mais informações a respeito dessas técnicas, consulte o livro Desenho para Arquitetos, de Francis D. K. Ching (2012). Hachuras cruzadas As hachuras cruzadas consistem na utilização de linhas em duas ou mais direções, sobrepostas, para criar variações de tonalidades. As linhas podem ser em direções diagonais ou ortogonais, conforme demostrado na Figura 3. Figura 3. Exemplos de aplicação de hachuras cruzadas. Nos cubos, você pode ver que a hachura cruzada gerou tons bem mais escuros, demonstrando sombreamento. Nos estudos ao lado, é possível observar hachuras cruzadas em diagonal, ortogonais e com sobreposição de direções. Fonte: Ching (2012, p. 44). Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas82 DA_U2_C05.indd 82 01/12/2017 16:59:16 As hachuras são utilizadas também nos desenhos técnicos de arquitetura, aplicadas especialmente nos cortes das edificações para demonstrar paredes e seções que estão cortadas no desenho. Este uso facilita a compreensão dos materiais e a diferenciação dos elementos que estão sendo apresentados em vista ou em corte. A principal diferença da hachura cruzada em relação à paralela é que esta permite uma variação bem maior de tonalidades, uma vez que podem ser feitas sobreposições em diversas direções e camadas, o que torna a variação de tonalidades infinita, como demonstrado na Figura 4. Figura 4. Desenho de mobiliários com sombreamento em hachuras. Fonte:Katunina/Shutterstock.com. 83Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 83 01/12/2017 16:59:17 Hachuras com movimentos circulares As hachuras circulares seguem as mesmas premissas das técnicas de hachuras apresentadas anteriormente, porém, consistem em traços mais orgânicos e aleatórios. Os traços são feitos em ondas para preencher os espaços, gerando um desenho com mais movimento. Assim como nos demais tipos de hachuras, você deve observar a pressão do lápis ou caneta no papel e a densidade das linhas, sempre cuidando para não pesar demais o desenho. Os locais com ondas mais próximas ficarão mais escuros, e ondas maiores e mais espaçadas apresentarão um efeito mais iluminado. Observe os exemplos da Figura 5. Figura 5. Alguns tipos de hachuras com movimentos circulares. Fonte: Ching (2012, p. 45). Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas84 DA_U2_C05.indd 84 01/12/2017 16:59:18 Esta técnica pode ter inúmeras aplicações na arquitetura, conforme de- monstrado na Figura 6. Nos desenhos de edificação, pode gerar um desenho bastante autoral, com variações próprias do arquiteto. Uma utilização interes- sante é para o desenho de vegetação, pois as formas das árvores ficam bem representadas usando esses tipos de hachuras orgânicas. Figura 6. Exemplos de aplicação de hachura com movimento circular na arquitetura e vegetação. Fonte: Ching (2012, p. 45). Pontilhismo O pontilhismo é uma técnica que consiste na utilização de pequenos pontos ou manchas arredondadas que, aplicadas justapostas no papel, geram um efeito visual de preenchimento. Essa técnica ficou conhecida por meio dos pintores franceses Paul Signac e Georges Seurat, no século XIX. O efeito é uma espécie de ilusão, pois o olho humano tende a fundir os pontos isolados da figura, formando um desenho único. 85Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 85 01/12/2017 16:59:18 A variação do efeito é gerada pela mudança de espessura e espaçamento dos pontos. Quanto maior for a densidade, mais escuro e fechado ficará o desenho. Em uma densidade menor de pontos, teremos um efeito mais iluminado e mais difuso. Observe essas diferenças na Figura 7. Uma opção interessante, e a mais utilizada, que o pontilhismo gera é o desenvolvimento do desenho sem a utilização de linhas de contorno. As bordas das figuras ficam definidas pela configuração dos pontos nas extremidades, delimitando as formas. Figura 7. Exemplo de aplicações do pontilhismo com variações de densidade. Fonte: Artishok/Shutterstock.com. O pontilhismo pode ser aplicado utilizando graficação na cor preta, o que gera variações simulando tons de cinza. Outra forma de aplicar a técnica é por meio do uso de cores. Os pintores impressionistas utilizavam o recurso de aplicar duas cores diferentes justapostas nos pontos, gerando, em ilusão de ótica, uma terceira cor. Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas86 DA_U2_C05.indd 86 01/12/2017 16:59:19 Assim, o espectro de cor ampliava, infinitamente, sem depender apenas dos pigmentos disponíveis. Aplicação Para iniciar a aplicação de pontilhismo nos desenhos, você pode seguir um passo a passo básico, conforme os itens a seguir: � Desenhe sobre um papel, utilizando lápis, o contorno base do objeto para servir de linha guia. O objetivo de usar lápis é para que possa ser apagado no final. � Lance pontos sobre o contorno feito a lápis, espaçados e com distância regular. Os materiais mais adequados para fazer os pontos são canetas como nanquim ou hidrocor, pois o importante é que transfira facilmente a tinta para o papel, não tornando o processo mais trabalhoso. � Avalie quais os trechos do desenho que devem receber um maior som- breamento, já pensando onde seria a posição da fonte de luz. Dessa forma, você pode estudar os locais que, sombreados ou iluminados, reforçarão a ideia de volume dos objetos. Por exemplo, em um objeto posicionado sobre uma superfície, se considerarmos que temos uma fonte de luz superior, a parte do objeto que fica próxima à superfície de apoio deverá ficar mais sombreada. Nesse caso, esses locais sombreados devem receber uma densidade bem maior de pontos do que na parte superior do objeto. � Preencha os locais que foram definidos a serem sombreados com mais pontos, escurecendo essas zonas. Aumente a densidade de pontos aos poucos, gerando, assim, as zonas escurecidas. Isso trará volumetria ao desenho. � Apague as linhas de base feitas a lápis após a secagem da tinta. � Veja um exemplo do uso da técnica de pontilhismo na Figura 8. 87Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 87 01/12/2017 16:59:19 Figura 8. Representação de cubos em pontilhismo, em que é possível avaliar como a densidade de pontos gera efeitos muito variados nas faces dos cubos, trazendo a sensação de volumetria. Fonte: Login/Shutterstock.com. Esta técnica é utilizada para criar desenhos bastante expressivos, portanto o arquiteto pode utilizar este meio para apresentar propostas impactantes e lúdicas ao cliente, conforme exemplo da Figura 9. Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas88 DA_U2_C05.indd 88 01/12/2017 16:59:20 Figura 9. Colunas de edifício com iluminação representadas em pontilhismo. Nesta ilustração, a técnica gerou um efeito quase realista. Fonte: ESB Essentials/Shutterstock.com. O pontilhismo é uma técnica bastante utilizada para a ilustração científica na biologia. Como os desenhos de animais e plantas precisam ser bastante detalhados e precisos, o pontilhismo permite que a ilustração não fique tão carregada, com linhas duras, suavizando contornos e preenchimentos, con- forme apresentado na Figura 10. 89Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 89 01/12/2017 16:59:21 Figura 10. Desenho de um peixe com a utilização da técnica de pontilhismo. Fonte: arvitalyaa/Shutterstock.com. Manchas As manchas no desenho são utilizadas basicamente para desenvolver a volumetria dos objetos na imagem. Por meio do sombreamento, você pode definir as partes da figura que estão mais profundas, mais próximas, mais escuras, etc. O sombreamento faz o desenho feito com linhas se transformar de uma figura bidimensional para uma tridimensional. A técnica para utilização de manchas é bastante variada, e pode ser feita com a utilização de lápis, de preferência com grafites macios, canetas, além de outros instrumentos. O mais importante para a aplicação da técnica, assim como nas demais técnicas de texturas, é a compreensão das zonas dos objetos que devem ser escurecidas ou mantidas claras. Em uma cena com diversos objetos, a ten- dência é que os trechos mais escuros sejam percebidos como mais distantes, e os mais claros, como mais próximos. A diferença de tonalidade é utilizada também para estabelecer limites entre uma forma e outra, criando arestas visuais. Observe exemplos de manchas na Figura 11. Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas90 DA_U2_C05.indd 90 01/12/2017 16:59:23 Figura 11. Modelagem de formas básicas por meio de sombreamento. Fonte: Ching (2012, p. 48). As manchas podem ser aplicadas em diversas direções e com diversas técnicas. Podem ser lançadas de forma mais marcada, com linhas e riscos, ou ser mais difusas. Uma forma de aplicar manchas mais difusas é com o uso de grafites macios, esfumaçando levemente com os dedos ou com o auxílio de um esfuminho. Observe os exemplos das Figuras 12 e 13 para perceber a variedade de aplicações nos desenhos de formas e arquitetura. Figura 12. Croqui de cidade com a utilização da técnica de manchas para preenchimento dos desenhos. Fonte: Canicula/Shutterstock.com. 91Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 91 01/12/2017 16:59:24 As texturas são elementos altamente recomendáveis para os desenhos, pois representam de forma expressiva a volumetria dos objetos. O ideal é descobrir a técnica com a qual você tenha mais afinidade, lembrando que a aplicação requer paciência e atenção aodesenho. Figura 13. Exemplo de desenho de rosto com e sem aplicação de textura de manchas. Neste exemplo, fica bastante clara a diferença entre o desenho somente com o traçado de linhas e após o sombreamento. A face ganhou volumetria, ressaltando os pontos iluminados e escurecendo as partes mais profundas do rosto e do tecido. Fonte: Ching (2012, p. 48). Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas92 DA_U2_C05.indd 92 01/12/2017 16:59:25 1. Observe a figura a seguir e assinale a alternativa que apresenta o tipo de técnica de texturas para desenho utilizada. Fonte: fatbob/Shutterstock.com. a) Hachuras circulares. b) Pontilhismo. c) Hachuras paralelas. d) Hachuras cruzadas. e) Manchas. 2. Nas hachuras com movimentos circulares, os desenhos são feitos utilizando-se ondas para preencher o espaço. Qual o efeito obtido por meio dessa técnica? a) Profundidade. b) Movimento. c) Densidade. d) Ondulação. e) Detalhes. 3. O pontilhismo é uma técnica que pode ser usada em desenhos arquitetônicos com o intuito de impressionar o cliente com propostas impactantes e lúdicas. Para variar o efeito de preenchimento entre mais escuro e mais difuso nessa técnica, é necessário: a) mudar a cor do grafite utilizado nos pontos. b) intensificar a pressão aplicada sobre o lápis. c) variar o espaçamento entre os pontos. d) seguir à risca o contorno inicial. e) esfumar os traços com um instrumento chamado esfuminho. 4. Para representar, de forma expressiva, a volumetria dos objetos em desenhos arquitetônicos, ressaltando os pontos iluminados e escurecendo as partes mais profundas do objeto, qual das seguintes técnicas é recomenda? a) Pontilhismo. b) Manchas. c) Hachuras paralelas e cruzadas. d) Hachuras circulares. e) Impressionismo. 5. Com a técnica de pontilhismo, é possível criar desenhos sem utilizar as linhas de contorno. Entre os materiais citados a seguir, qual é o instrumento de desenho mais indicado para graficar os pontos nesta técnica? a) Régua. b) Esfuminho. c) Caneta. d) Borracha. e) Papel. 93Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas DA_U2_C05.indd 93 01/12/2017 16:59:26 CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Leituras recomendadas ARQUITETURA E DESENHO. Aula 03: desenho de hachura e degradês - fundamentos do desenho para arquitetura e design. [S.l.]: YouTube, 2017. 1 vídeo. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=nmcMpaDjSSc>. Acesso em: 07 nov. 2017. DESENHEIROS. Hachura. [S.l.], 2013. Disponível em: <https://desenheirosofficial.wor- dpress.com/2013/07/04/hachura/>. Acesso em: 08 nov. 2017. DESIGN CULTURE. Pontilhismo: uma técnica de vários estilos. [S.l.], 2014. Disponível em: <https://designculture.com.br/pontilhismo-uma-tecnica-de-varios-estilos>. Acesso em: 10 nov. 2017. PORTAL SÃO FRANCISCO. Pontilhismo. [S.l.], c2017. Disponível em: <http://www.por- talsaofrancisco.com.br/arte/pontilhismo>. Acesso em: 10 nov. 2017. SOUSA, R. Um pouco sobre hachura. Campinas: Desenho Artístico & Arquitetura, 2014. Disponível em: <http://desenhoartisticoarquitetura.blogspot.com.br/2014/01/um- -pouco-sobre-hachura.html>. Acesso em: 06 nov. 2017. Referência Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas94 DA_U2_C05.indd 94 01/12/2017 16:59:26 https://www.youtube.com/watch?v=nmcMpaDjSSc https://desenheirosofficial.wor/ http://dpress.com/2013/07/04/hachura/ https://designculture.com.br/pontilhismo-uma-tecnica-de-varios-estilos http://www.por/ http://talsaofrancisco.com.br/arte/pontilhismo http://desenhoartisticoarquitetura.blogspot.com.br/2014/01/um- Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: DESENHO ARTÍSTICO Juliana Wagner Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147 W133d Wagner, Juliana. Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: SAGAH, 2017. 168 p. il. ; 22,5 cm ISBN 978-85-9502-241-6 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. III.Título. CDU 744.43 Revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke Arquiteta e Urbanista Mestra em Ambiente e Desenvolvimento com ênfase em Planejamento Urbano DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43 Luz e sombra Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Reconhecer o uso de luz e sombra como elemento básico para pro- duzir volumetria � Definir a fonte de luz e a luz refletida dos objetos � Aplicar as técnicas de sombra própria e sombra projetada Introdução Neste capítulo, você irá estudar o conceito e a aplicação de luz e sombra nos desenhos. Luz e sombra são os elementos básicos para gerar o efeito de volume nos objetos, sem eles não é possível representar a tridimen- sionalidade nos desenhos. A descoberta da utilização de claro e escuro na história da arte mo- dificou radicalmente os parâmetros de representação que se conheciam até então. Na arquitetura, a luz e a sombra são basicamente elementos que fazem parte de sua constituição. A correta representação desses elementos é essencial para compreensão e apresentação dos estudos arquitetônicos. Conceito de luz e sombra Para transformar um desenho linear, bidimensional, em um desenho tridimen- sional, é imprescindível que você utilize os efeitos de luz e sombra. Assim como quando observamos elementos reais, nossos olhos só conseguem distinguir as dimensões de profundidade. Caso um objeto esteja sob luz intensa por todos os lados, ficará totalmente iluminado e sem contraste, caso não esteja sob nenhuma fonte de luz, ficará completamente escuro e também não será possível perceber sua volumetria. Ao olhar para os objetos, o que você enxerga é a reflexão da luz sobre as superfícies. A reflexão pode variar conforme a fonte luminosa, o tipo de DA_U2_C06.indd 95 01/12/2017 16:59:27 material das superfícies e as interferências dos demais objetos no fluxo de luz. As sombras visíveis representam, na verdade, a ausência de luz. A utilização dos efeitos de luz e sombra foi a base que modificou radical- mente a arte na história. Na arte antiga, como a dos egípcios (veja a Figura 1), os desenhos não possuíam esses elementos na sua composição, portanto, o resultado eram desenhos sem profundidade, em duas dimensões e com aparência pouco realista. Figura 1. Ilustração egípcia em que é possível perceber a ausência de profundidade e variação de tons sombreados na técnica utilizada. Fonte: Vectomart/Shutterstock.com. No Renascimento europeu, principalmente nas obras de Leonardo da Vinci, começam a ser valorizados os efeitos de luz e sombra nas artes. Nesta época, surge o termo chiaroscuro, que significa claro e escuro em italiano. Esta geração de artes renomadas ficou marcada pela utilização da luz em suas Luz e sombra96 DA_U2_C06.indd 96 01/12/2017 16:59:27 obras. Leonardo da Vinci desenvolveu uma técnica conhecida como sfumato, que significava o tratamento das sombras sem linhas ou fronteiras, em forma de degrade e esfumaçadas. Essa técnica gerava um efeito bem mais leve das sombras na pintura e foi muito importante principalmente para as tonalidades em rostos. Você pode observar isso na Figura 2. Figura 2. Monalisa, de Leonardo da Vinci. Pintura com trabalho de sombreamento usando a técnica sfumato. Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com. Após a consolidação da importância de luz e sombra como elementos bási- cos na arte, no século XVI, alguns artistas levaram a experiência realista da luz para outro nível. Durante a época Barroca, os artistas passaram a utilizar esses efeitos para demonstrar as emoções das cenas. O uso do contraste extremo, com sombras bem escuras e os pontos claros muito iluminados, geraram
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