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DESENHO ARTISTICO

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DESENHO 
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43
Luz e sombra
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o uso de luz e sombra como elemento básico para pro-
duzir volumetria
 � Definir a fonte de luz e a luz refletida dos objetos
 � Aplicar as técnicas de sombra própria e sombra projetada
Introdução
Neste capítulo, você irá estudar o conceito e a aplicação de luz e sombra 
nos desenhos. Luz e sombra são os elementos básicos para gerar o efeito 
de volume nos objetos, sem eles não é possível representar a tridimen-
sionalidade nos desenhos. 
A descoberta da utilização de claro e escuro na história da arte mo-
dificou radicalmente os parâmetros de representação que se conheciam 
até então. Na arquitetura, a luz e a sombra são basicamente elementos 
que fazem parte de sua constituição. A correta representação desses 
elementos é essencial para compreensão e apresentação dos estudos 
arquitetônicos.
Conceito de luz e sombra
Para transformar um desenho linear, bidimensional, em um desenho tridimen-
sional, é imprescindível que você utilize os efeitos de luz e sombra. Assim como 
quando observamos elementos reais, nossos olhos só conseguem distinguir 
as dimensões de profundidade. 
Caso um objeto esteja sob luz intensa por todos os lados, ficará totalmente 
iluminado e sem contraste, caso não esteja sob nenhuma fonte de luz, ficará 
completamente escuro e também não será possível perceber sua volumetria.
Ao olhar para os objetos, o que você enxerga é a reflexão da luz sobre 
as superfícies. A reflexão pode variar conforme a fonte luminosa, o tipo de 
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material das superfícies e as interferências dos demais objetos no fluxo de luz. 
As sombras visíveis representam, na verdade, a ausência de luz.
A utilização dos efeitos de luz e sombra foi a base que modificou radical-
mente a arte na história. Na arte antiga, como a dos egípcios (veja a Figura 
1), os desenhos não possuíam esses elementos na sua composição, portanto, 
o resultado eram desenhos sem profundidade, em duas dimensões e com
aparência pouco realista.
Figura 1. Ilustração egípcia em que é possível perceber a ausência de profundidade e 
variação de tons sombreados na técnica utilizada.
Fonte: Vectomart/Shutterstock.com.
No Renascimento europeu, principalmente nas obras de Leonardo da 
Vinci, começam a ser valorizados os efeitos de luz e sombra nas artes. Nesta 
época, surge o termo chiaroscuro, que significa claro e escuro em italiano. 
Esta geração de artes renomadas ficou marcada pela utilização da luz em suas 
Luz e sombra96
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obras. Leonardo da Vinci desenvolveu uma técnica conhecida como sfumato, 
que significava o tratamento das sombras sem linhas ou fronteiras, em forma 
de degrade e esfumaçadas. Essa técnica gerava um efeito bem mais leve das 
sombras na pintura e foi muito importante principalmente para as tonalidades 
em rostos. Você pode observar isso na Figura 2.
Figura 2. Monalisa, de Leonardo da Vinci. Pintura com trabalho de sombreamento usando 
a técnica sfumato.
Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com. 
Após a consolidação da importância de luz e sombra como elementos bási-
cos na arte, no século XVI, alguns artistas levaram a experiência realista da luz 
para outro nível. Durante a época Barroca, os artistas passaram a utilizar esses 
efeitos para demonstrar as emoções das cenas. O uso do contraste extremo, 
com sombras bem escuras e os pontos claros muito iluminados, geraram cenas 
97Luz e sombra
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muito expressivas. Essa tendência foi chamada de “Tenebrismo”. Observe o 
uso de luz e sombra como expressão de sentimentos de forma dramática na 
Figura 3.
Figura 3. Madona de Loreto, arte de Caravaggio (1604).
Fonte: Renata Sedmakova/Shutterstock.com.
Assim como ocorreu ao longo da história da arte, o importante ao realizar 
um desenho é buscar o equilíbrio entre os contrastes, procurando atribuir a 
volumetria real dos objetos, mas sem pesar demais. 
Luz
O primeiro passo para iniciar o trabalho de iluminação no desenho é a defini-
ção da fonte de luz. Em termos gerais, podemos considerar como fonte a luz 
Luz e sombra98
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natural (sol) ou a luz artificial (luminárias). É possível também utilizar uma 
combinação dos dois tipos de fontes, vindas de direções variadas.
Conforme o tipo e a posição da fonte de luz, as áreas claras e as sombras 
ficarão adequadas para cada situação específica. No caso de optar pelo uso 
de iluminação natural, você deve atentar para gerar uma luz mais difusa no 
ambiente, pois o índice de reflexão será maior. Excetua-se dessa situação 
casos em que a luz natural esteja adentrando o ambiente por um orifício muito 
pequeno, o que deixará a luz focada internamente. Na Figura 4 você pode 
observar exemplos de luz forte e luz difusa.
Figura 4. Demonstração dos efeitos com luz forte e luz difusa sobre os objetos.
Fonte: Ching (2012, p. 52).
A luz natural vinda do alto cria sombras paralelas aos objetos; já a luz 
artificial, que ilumina de forma focada e limitada, cria sombras divergentes. 
A observação de objetos reais sob a incidência de diversas posições e tipos de 
luz é fundamental para a compreensão e melhor aplicação desses conceitos. 
Na Figura 5 são apresentados diferentes exemplos da incidência da luz sobre 
objetos.
99Luz e sombra
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Figura 5. Exemplos de direcionamento da fonte de luz sobre os objetos.
Fonte: Ching (2012, p. 53).
Em termos gráficos, a incidência de luz é a ausência de preenchimento, ou seja, é 
importante que, quanto maior for o contraste entre as faces adjacentes no desenho, 
mais iluminada seja a parte clara. 
Luz e sombra100
DA_U2_C06.indd 100 01/12/2017 16:59:31
Neste momento do desenho, a orientação é demarcar a posição da fonte de 
luz, o tipo de fonte que será utilizada e traçar suavemente no desenho a direção 
que ela fará sobre os objetos. Após este lançamento, é possível avaliar os trechos 
que deverão ficar sem preenchimento, nos quais a luz incidirá diretamente. 
Já devem ser avaliados, também, os locais onde o desenho ficará sombreado. 
Além da ausência de preenchimento, é indicado utilizar a borracha para 
valorizar ainda mais as áreas claras, gerando mais contraste. No desenho, a 
borracha é tão importante quanto o lápis. Observe a iluminação da Figura 6.
Figura 6. Desenho de cena interna com iluminação artificial. Observe os trechos mais 
claros próximos às luminárias, além do formato de sombreamento resultante deste tipo 
de iluminação.
Fonte: Doyle (2002, p. 122).
101Luz e sombra
DA_U2_C06.indd 101 01/12/2017 16:59:33
Quando um objeto está sobre uma superfície, deve-se analisar os efeitos de reflexão 
gerados por essa superfície de apoio. O trecho do objeto que estiver próximo à super-
fície terá uma área iluminada, mesmo que seja na zona de sombreamento, em razão 
da reflexão. No exemplo da Figura 7, você pode ver que a parte inferior da esfera está 
iluminada por um degrade feito com lápis.
Figura 7. Esfera sobre superfície. A fonte de luz está posicionada em um ponto superior 
e à esquerda do objeto. 
Fonte: Egle Lipeikaite/Shutterstock.com.
Sombras
As sombrassão a representação do efeito que a iluminação gera sobre os 
objetos. Elas são fundamentais pelo delineado das formas e a representação 
de profundidade.
Existem basicamente dois tipos de sombras: as sombras próprias e as 
sombras projetadas. As sombras próprias são aquelas geradas nas próprias 
faces do objeto, seja por ausência de luz ou por interferência de outros objetos. 
As sombras projetadas consistem naquelas que o objeto produz sobre outras 
faces, como superfícies de apoio ou objetos adjacentes.
Além desses dois tipos de sombra, temos também outros elementos, como 
reflexos, luz plena e meia sombra. Os reflexos são produzidos pela incidência 
de luz em objetos ou superfícies vizinhas e tornam a sombra da face que recebe 
a luz mais clara, portanto, devem ser considerados no desenho. 
Luz e sombra102
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Já as zonas de transição entre as áreas de sombra e a as áreas iluminadas 
são chamadas de meia sombra ou meio tom. No desenho a meia sombra, esta 
deve ser representada com menos intensidade, gerando um degrade entre a 
zona clara e a sombra própria do objeto.
A presença ou não destes elementos varia muito conforme o tipo de cena, 
os objetos existentes e o tipo de iluminação. Por isso, as sombras devem ser 
avaliadas e desenvolvidas em cada situação específica. Na Figura 8 você pode 
ver exemplos de luz e sombra.
Figura 8. Ilustração que demonstra os efeitos de luz e sombra no objeto (sugestão de 
desenho para reprodução).
Para iniciar o trabalho de sombreamento, a sugestão é lançar formas ge-
ométricas simples em um papel, preferencialmente mais espesso e poroso. 
Utilize um lápis macio, o grafite 4B, por exemplo, para facilitar a graficação 
das sombras.
103Luz e sombra
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Após desenhar as formas básicas e definir o posicionamento e a direção 
da fonte de luz, você deve estudar o formato que as sombras terão nos objetos 
e as sombras projetadas. A melhor forma de compreender o funcionamento 
das sombras é iniciando com desenhos de observação, no qual o desenho será 
uma reprodução da realidade. Pratique esse exercício com os mesmos objetos 
e a fonte de luz posicionada em locais diferentes, pois, assim, será possível 
analisar o impacto que a luz gera no conjunto de objetos.
As sombras podem ser lançadas com o uso da técnica de hachuras paralelas 
e cruzadas, nas quais o escurecimento é feito utilizando linhas. Podem também 
ser feitas com movimentos circulares contínuos. 
Outra técnica bastante utilizada é o sombreamento misto, no qual se aplicam 
rabiscos de grafite sobre o papel e, em seguida, os esfumaça, utilizando os 
dedos, um papel macio ou com o auxílio de esfuminho. A ideia de esfumar 
auxilia no desenvolvimento do degrade entre as tonalidades. Caso utilize 
algum método com tracejado de linhas, elas devem ser espaçadas ao longo 
da sombra, para suavizar até chegar ao ponto de claridade total.
Você precisa estar atento para não pesar demais nas sombras, deixando o 
desenho desequilibrado. O ideal é trabalhar lentamente, sobrepondo as man-
chas para escurecer aos poucos, evitando os excessos. As sombras próprias 
tendem a ser mais claras que as projetadas, porém isso não é uma regra e deve 
ser avaliada em cada caso. Observe, a seguir, os exemplos apresentados nas 
Figuras 9, 10 e 11.
Figura 9. Desenho de figuras geométricas. Observar os pontos de claridade, sombra 
própria e sombra projetada. As sombras, especialmente as projetadas, foram esfumadas 
para uma maior uniformidade. 
Fonte: Oana_Unciuleanu/Shuterstock.com.
Luz e sombra104
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Você pode perceber, na Figura 9, que os trechos imediatos onde os objetos 
encontram na superfície de apoio possuem uma linha bem intensa de sombra, 
pois é um local que praticamente não recebe incidência de luz.
Figura 10. Cubo cujo sombreamento próprio e projetado foi feito utilizando a técnica de 
hachuras.
Fonte: Risovanna/Shutterstock.com. 
Figura 11. Croqui feito com grande contraste entre claro e escuro, gerando um desenho 
bastante expressivo. 
Fonte: Rana Hasanova/Shutterstock.com.
105Luz e sombra
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A utilização de luz e sombra nos desenhos de arquitetura é indispensável, 
pois são fundamentais para a compreensão das volumetrias e profundidades, 
além da relação entre elementos das edificações. As técnicas citadas servem 
como exercícios iniciais para o treinamento da percepção das relações entre 
claro e escuro e para desenvolver os métodos de desenho que serão mais 
adequados para cada um.
Luz e sombra106
DA_U2_C06.indd 106 01/12/2017 16:59:38
CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisa-
gistas e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
Leituras recomendadas
CORTOPASSI, L. Claro-escuro. [S.l.]: Tudo sobre Pintura, 2012. Disponível em: <http://
lucianocortopassipordentrodapintura.blogspot.com.br/2012/11/claro-escuro-luciano-
-cortopassi.html>. Acesso em: 11 nov. 2017.
PORTO, G. Tenebrismo. [S.l.]: InfoEscola, c2006-2017. Disponível em: <https://www.
infoescola.com/movimentos-artisticos/tenebrismo/>. Acesso em: 12 nov. 2017.
WIKIPÉDIA. Sfumato. [S.l.: s.n.], 2017. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/
Sfumato>. Acesso em: 12 nov. 2017. 
Conteúdo:
DESENHO 
ARTÍSTICO
Diana Lemos
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43
Desenho de observação 
e de memória
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Descrever as técnicas de desenho de linhas a mão livre com grafite,
dos elementos da forma de objetos e da arquitetura.
 � Identificar as técnicas de proporções de desenho de observação e
a mão livre.
 � Listar as aplicações dos métodos de projeções cônica e paralela.
Introdução
O desenho a mão livre é uma ferramenta valiosa para os arquitetos ur-
banistas, pois permite expressar a maioria das suas ideias rapidamente 
e de forma eficaz. Algumas pessoas criativas possuem essa habilidade, 
outras, contudo, podem desenvolvê-la. O desenho de observação e de 
memória é uma forma extraordinária de expandir essa habilidade, pois 
fortalecer a capacidade de ver e de representar, como você irá perceber. 
Neste texto, você irá assimilar as técnicas de desenho de linhas, for-
matos e proporções e os métodos de projeção, para esboçar a figura 
humana e os elementos naturais e arquitetônicos.
Técnicas de desenho de linhas e de formatos
A vantagem do desenho a mão livre é que você vai precisar de poucos ins-
trumentos (papel, lápis grafite e borracha). Objetivos mais elaborados podem 
requerer de você outras técnicas, como a utilização do carvão vegetal e dos 
creions. Contudo, aprender a desenhar uma variedade de técnicas mecânicas 
e suas teorias não é uma tarefa simples. Portanto, para começar, neste tópico, 
você vai aprender a técnica do lápis grafite e os elementos da forma e do 
espaço, apresentados não como um fim em si mesmo, mas como significado 
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para trazer subsídios para o desenho da observação, conforme a estrutura de 
conhecimento a seguir:
1. Escolher o tipo de lápis, borracha e papel para atender aos seus objetivos.
2. Aprender a desenharlinhas a mão livre.
3. Identificar os elementos da forma.
Tipos de lápis, borracha e papel
“A efetividade geral de um desenho é determinada, acima de tudo, pela quali-
dade, variedade e sensibilidade dos traços que o compõem.” (CURTIS, 2015, 
p. 3). Esta qualidade está diretamente relacionada à escolha do lápis e do papel
e em como você aplica as técnicas de desenho de observação.
Os grafites de lápis e de lapiseiras são classificados como dura, média e 
macia e suas aplicações podem ser observadas na Tabela 1.
Fonte: Adaptada de Giesecke et al. (2002).
Classificação Grafite Quando aplicar
Dura 9H/8H/7H/6H/5H/4H/ Usar quando for necessária extrema 
precisão em desenhos técnicos, pois 
as linhas tendem a ser muito claras.
Média 3H/2H/H/F/HB/B/ Usar para esboços técnicos 
e letreiros. HB e B são usados 
para desenhos a mão livre, 
para desenhar linhas finas. 
Macia 2B/3B/4B/5B/6B/7B/ Usar, essencialmente, para 
desenhos a mão livre, trabalhos 
artísticos de vários tipos e para 
detalhes em tamanho natural 
do desenho arquitetônico. 
Tabela 1. Classificação dos grafites.
As lapiseiras automáticas são fabricadas para grafites de 0,3 mm, 0,5 mm, 
0,7 mm e 0,9 mm. A primeira é adequada ao desenho técnico fino; a segunda, 
para escrever e traçar linhas finas no desenho técnico e a mão livre; a terceira, 
para uso geral no desenho a mão livre; e a de 0,9 mm, para executar linhas 
Desenho de observação e de memória50
DA_U1_C03.indd 50 01/12/2017 16:51:46
grossas. Associado ao lápis, você vai precisar de uma borracha macia, que é 
a borracha plástica. Por deixar muitos resíduos, você poderá precisar de um 
bigode, espanador especial para desenho, para limpar a sua superfície.
Você vai encontrar uma grande variedade de tamanhos, pesos e superfícies 
de papel. O tamanho varia segundo os formatos técnicos (A4, A3, A2, A1 e 
A0), podendo ser folhas soltas ou blocos de desenho, inclusive quadriculados. 
Você pode até mesmo criar as folhas com moldes ou grades no AutoCad e 
colocar embaixo do seu desenho, para facilitar no processo de aprendizado. 
O peso do papel está relacionado a sua constituição, por exemplo, cartolina, 
papel duplex ou tríplex, entre outros. A sua superfície perpassa do liso ao 
extremamente áspero (mais granulado), abrangendo muitas variações. Você 
deve usar a superfície lisa para o lápis grafite e a mais granulada para técnicas 
que utilizem tinta, pastel e carvão vegetal. Uma visita à papelaria pode ser 
mais elucidativa do que qualquer outra fonte de conhecimento sobre assunto.
No desenho de observação, o ideal é investir em um cavalete de artista 
durável, ainda que nem sempre seja possível carregá-lo. A correta posição 
para o desenho de observação é 90º, com o observador em pé. 
Com uma simples alteração na sua posição em relação ao objeto, você pode renovar 
o seu olhar e descansar um pouco, mas é preciso retornar à posição original, ao voltar 
a desenhar.
Desenho de linhas a mão livre
Segundo Curtis (2015), uma linha pode variar entre grossa e fina, clara e escura, 
angular e orgânica, de contornos duros e suaves, gerando uma centelha de 
energia a um desenho realizado com sensibilidade. Assim, um desenho esbo-
çado a mão livre, além de expressar um sentimento, também deve demostrar 
preocupação com a clareza e a espessura correta das linhas. 
Para esboçar linhas longas, marque suas extremidades e desenhe a linha 
mantendo o olhar na direção da marca para a qual você está movendo o lá-
pis. Repita vários traços até encontrar a precisão da linha. Se a linha estiver 
ondulada demais, você pode estar empunhando de forma equivocada o lápis 
ou estar segurando-o com muita força. Contudo, são permitidas pequenas 
51Desenho de observação e de memória
DA_U1_C03.indd 51 01/12/2017 16:51:46
ondulações e eventuais intervalos, desde que a linha fique em um traçado reto, 
mas não precisamente reto como no AutoCAD. Desenhe sempre as linhas 
horizontais da esquerda da direita, com um movimento natural do pulso e do 
braço e nas linhas verticais, de cima para baixo com movimentos do dedo e 
do pulso (CURTIS, 2015). 
A variação da espessura da linha representa um assunto chave no desenho 
de observação. Dada à timidez do traçado no início do aprendizado, você pode 
se esquivar de variar mais a sua espessura, mas é muito importante desenhar 
com variedade e liberdade, conforme as orientações a seguir. 
Você deve utilizar linhas finas quando forem:
 � Linhas de construção: estas devem ser muito claras, de modo que
fiquem pouco visíveis.
 � Linhas de centro: estas devem ser nítidas.
 � Linhas de prolongamento de um objeto: estas devem ser nítidas e
escuras.
Você pode aumentar a espessura da linha, quando:
 � estiver comparativamente muito mais próxima do observador;
 � estiver embaixo do objeto, para indicar peso.
“Os contornos dominam a nossa percepção do mundo visual. [...] Algumas 
destas arestas são claras, outras se perdem no plano de fundo, conforme mudam 
de cor ou de tonalidade. [...] No processo de observação, a mente acentua estas 
arestas e as vê como contornos.” (CHING, 2012, p. 17).
Você vai tender a variar a espessura da linha do contorno, mas tente ter 
em mente que seu desenho com uma linha grossa deve ser utilizado no caso 
de incidência de sombra, ou quando representa a aresta de um objeto que se 
sobrepõe a outro ou quando as arestas do objeto, de fato, variam em espessura. 
Em geral, a linha do contorno deve variar de forma uniforme em relação a 
todo desenho. Definir de três a quatro variações de linha no desenho poderá 
ajudar você a manter o equilíbrio na intensidade de utilização das linhas.
Desenho de observação e de memória52
DA_U1_C03.indd 52 01/12/2017 16:51:46
No capítulo “A mecânica de desenhar”, do livro Desenho de Observação, de Curtis 
(2015), você pode aprender mais sobre as técnicas de empunhadura de desenho e 
de variação de traço.
Elementos da forma de objetos e da arquitetura
Os elementos da forma são o ponto, a linha, o plano e o volume. O ponto, o 
primeiro gerador da forma, indica uma posição no espaço, e você pode adotá-
-lo para estabilizar, dominar e organizar os elementos ao seu redor, quando 
este for o elemento central da composição. Quando localizado fora do centro, 
transmite agressividade e sugere um eixo para organizar formas construídas 
por meio do estabelecimento de dois pontos (CHING, 1979).
Segundo os conceitos de Ching (1979), enquanto o ponto é estático, a linha 
descreve o caminho de um ponto em movimento, expressando uma direção ou 
um crescimento. Permite unir, circundar ou descrever arestas. A linha vertical 
expressa um estado de equilíbrio, com a força da gravidade; a linha horizontal 
representa estabilidade, o horizonte ou um corpo que repousa; e linha oblíqua 
expressa dinamismo ou uma atividade visual, como um nascer do sol. 
Ainda que o espaço arquitetônico disponha de quatro dimensões, sua 
forma tridimensional e a experiência da arquitetura, segundo o conceito de 
Zevi (1996), a sua forma pode ser linear, quando acomoda um movimento 
de percurso, como nas pontes. Elementos verticais lineares, como colunas, 
obeliscos e torres vêm sendo utilizados em larga escala na história grega, 
romana e, mais recentemente, no neoclassicismo, para comemorar eventos, 
por exemplo. 
A sua percepção do plano é sempre distorcida pela perspectiva cônica. A 
definição dos limites e as fronteiras de um volume é função do plano, sendo 
este um elemento chave no vocabulário arquitetônico, pois seu tamanho, 
sua forma, sua cor, sua textura e a relação espacial entre eles determinam 
as propriedades visuais da forma e a qualidade do espaço que ele encerra. 
Um elemento de desenho pode ser neutro ou visualmente ativo, opaco ou 
transparente e fonte de luz e de observação. Portanto, a forma da edificação 
pode ser planar, pela diferenciação dos planos verticais e horizontais, como 
projetado na Casa da Cascata de Frank Lloyd Wright, ou com variações no 
material, na cor e na textura (CHING, 1979).53Desenho de observação e de memória
DA_U1_C03.indd 53 01/12/2017 16:51:46
Um plano estendido ou a adição de planos compreende um volume, ele-
mento tridimensional do vocabulário arquitetônico, cujas propriedades são 
comprimento, largura e profundidade. Os principais volumes do vocabulário 
arquitetônico são a esfera, o cilindro, o cone, a pirâmide e o cubo. 
A esfera representa uma forma centralizada, concentrada e estável. O 
cilindro pode ser facilmente estendido através do seu eixo e assume uma forma 
estável, se repousa sobre uma de suas faces circulares, mas pode, também, 
se tornar instável, quando seu eixo central é inclinado. O cone, assim como 
o cilindro, é estável se apoiado sobre sua face circular e instável quando seu
eixo é descolado. Pode indicar balanço, se apoiado sobre o seu eixo vertical. A
pirâmide possui propriedades de estabilidade e de balanço como a do cilindro,
porém é estável se apoiada sobre qualquer uma de suas faces. Por fim, o cubo
dispõe de seis faces quadradas iguais, representando uma forma estática sem
aparente direção (CHING, 1979).
Para compreender seu significado na prática, busque objetos reais forma-
dos por esses elementos, buscando perceber os significados de estabilidade, 
instabilidade e balanço enunciados por Ching (1979). 
Acessando o link ou o código a seguir, do site Ar-
chDaily (FRACALOSSI, 2012, você pode visualizar 
as imagens da Casa da Cascata, de Frank Lloyd 
Wright.
https://goo.gl/LtkNhV
Desenho de observação e de memória54
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https://goo.gl/LtkNhV
Veja na Figura 1 três exemplos da aplicação do volume em projetos e obras arquite-
tônicas com a utilização da esfera, do cilindro e do cone.
Figura 1. Utilização da esfera, do cilindro e do cone na arquitetura.
Fonte: Ching (1979, p. 60).
Técnicas de proporções
A proporção é a relação do tamanho relativo, utilizada para comparar as di-
mensões de largura e de altura. Observar as proporções dos objetos cotidianos 
é a melhor forma de começar a desenvolver a sensibilidade à proporção. “A 
regra mais importante no desenho de observação é manter as suas proporções.” 
(GIESECKE et al., 2002, p. 60). 
Você pode desenhar a mão livre circunferências, com base em técnicas 
de proporções, apresentadas na Figura 2. Os desenhos de arcos e de elipses 
são similares ao desenho de circunferências, e o uso de gabaritos facilita o 
desenho de circunferências, arcos e de elipses de tamanhos variados. 
Você deve usar, no desenho de observação, um objeto com arestas retas e 
paralelas (uma régua ou, ainda um lápis), também chamado de instrumento 
mondriano, para estabelecer uma unidade básica de medida e uma grade 
perceptual, aproximando-se do objeto para verificar as proporções, quando 
55Desenho de observação e de memória
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necessário. Uma vez estabelecida esta unidade, você pode girar o instrumento 
em 90°, mantendo-o perpendicular a sua linha de visão e exatamente na mesma 
distância dos olhos (CURTIS, 2015).
Se preferir, você pode utilizar o objeto mondriano como mira. A tendên-
cia de você alinhar a orientação dos objetos do campo de visão pelos eixos 
cartesianos (x e y) por meio da mira é tão forte, no desenho de observação, 
que você deve alinhar seu instrumento em frente a uma parede vazia, para 
não perder o prumo. Ao realinha-lo, você evita que as suas percepções diretas 
sejam influenciadas pelo conhecimento da sua mente (CURTIS, 2015).
Figura 2. Três técnicas para desenhar circunferências.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 60).
Enquanto as técnicas de proporção são estimadas pelo seu campo de visão, 
as técnicas do sistema de medição modular vêm evoluindo ao longo dos sé-
culos, até se tornarem o sistema de medida métrico com o módulo de 10 cm, 
utilizado hoje como o principal sistema de medição mundial. Esse sistema foi 
adotado pela maioria dos países, já no final do século XX.
Desenho de observação e de memória56
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O sistema de escala teve origem no dimensionamento modular grego e 
romano. As formas geométricas de Platão e Virtrúvio (o círculo, o triângulo e 
o quadrado) eram, em tempos remotos, um sistema de medição que auxiliava
medir outras formas poligonais. Apesar de terem tido pouca aplicação para
projeto e construção, a partir deles foi desenvolvida a dimensão do pentágono
ideal, que embasou a relação matemática “áurea”. Posteriormente, o arquiteto Le
Corbusier desenvolveu uma teoria das proporções do corpo humano baseado nas
dimensões estéticas da relação “áurea”. O raio, a corda e a altura do triângulo
compuseram, também, um sistema geométrico de medição utilizado para a
construção de edificações redondas no período romano (NEUFERT, 2004).
Um dos principais desafios que você vai enfrentar é o esboço da figura 
humana completa. Ao compreender as relações da teoria de Le Corbusier sobre 
as proporções do corpo humano, você poderá se beneficiar delas na elaboração 
de croquis. Você pode utilizar, também, o cânone grego de proporções que 
subdivide o corpo em oito cabeças.
No século XX, com a industrialização, os arquitetos desenvolveram estudos 
de coordenação modular para auxiliar na construção pré-fabricada. O módulo 
era um sistema de medição para reger as superfícies e os volumes. Em 1932, 
Walter Groupius projetou uma casa modular cuja planta podia crescer por adição 
de novos volumes. A França, a partir de 1942, passou a adotar o módulo-base 
de 10 cm, ao passo que a Inglaterra, por exemplo, passou a adotar o sistema 
de quatro polegadas, a partir de 1966 (SOUSA, 2011).
Ainda que técnicas de proporção e do sistema de escala estejam intrin-
sicamente relacionadas, é importante que você consiga, a partir desse breve 
histórico, isolar o sistema de escala no momento do desenho de observação. 
O arquiteto tende a usar o conhecimento disponível na memória para sua 
elaboração, mas é preciso lembrar que no desenho de observação, você precisa 
registrar a proporção que vê, e não a que sabe. O uso constante do instrumento 
ajuda a preservar a precisão das proporções percebidas, com base no sistema 
cartesiano.
As dimensões que você sabe de memória, pode aplicar em esboços de 
projeção paralela, conforme apresentado no próximo tópico, embora não 
representem a realidade observada.
Métodos de projeção cônica e paralela
O método de projeção envolve os olhos do observador ou o ponto de vista, o 
objeto, o plano de projeção e as projetantes, também chamadas de raios visuais 
57Desenho de observação e de memória
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ou linhas de visada. Existem dois métodos de projeção: a projeção cônica e a 
paralela, e suas respectivas perspectivas e vistas você pode observar na Tabela 2.
Fonte: adaptada de Giesecke et al. (2002).
Projeção Perspectiva
Cônica Linear
Com 1 ponto de fuga
Com 2 pontos de fuga
Com 3 pontos de fuga
Aérea
Paralela
Ortogonal
1) Axonométrica Isométrica: todos os eixos se reduzem igualmente
Dimétrica: dois eixos se reduzem igualmente
Trimétrica: todos os três eixos se reduzem diferentemente
2) Oblíqua Cavaleira
Cabinet
Tabela 2. Classificação das projeções.
Nas vistas ortográficas (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si 
e perpendiculares ao plano de projeção (GIESECKE et al., 2002). Você pode 
utilizá-las para desenhar fachadas em esboços arquitetônicos a mão livre. 
Na projeção axonométrica (Figura 3), os raios visuais também são paralelos 
entre si e perpendiculares ao plano de projeção. Quando uma superfície é 
inclinada, em relação ao plano de projeção, aparecendo reduzida nas vistas 
principais, a perspectiva é isométrica. Nessa perspectiva, você precisa manter 
todo o desenho em proporção, mas não precisa trazer as medidas de forma 
precisa para localizar cada elemento do desenho (GIESECKE et al., 2002).
Na projeção oblíqua (Figura 3), os raios visuais são paralelos entre si e 
oblíquos ao plano de projeção. Na perspectiva cavaleira, a vista frontal doDesenho de observação e de memória58
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objeto (largura e altura) é apresentada em verdadeira grandeza, porém as 
outras superfícies aparecem em tamanho reduzido, sendo fáceis para elaborar 
esboços de objetos e de arquitetura (GIESECKE et al., 2002). “Quando as 
linhas fugantes são desenhadas com metade do seu tamanho, a perspectiva 
cavaleira há a comumente conhecida como projeção cabinet (gabinete).” 
(GIESECKE et al., 2002, p. 168).
Figura 3. Quatro tipos de representação por projeção.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 157).
Você vai utilizar, no desenho de observação, a perspectiva cônica (Figura 
3), cujos raios visuais convergem para o observador. Porém, você pode adotar 
a estrutura da projeção paralela em esboços a mão livre da arquitetura para 
transmitir ideias ou para transmitir eventos específicos relacionados à ela, 
como detalhes de telhados, de escadas e de esquadrias, pois refletem de forma 
proporcional suas características. São muito utilizadas em relatórios técnicos, 
para transmitir desenhos de formatos, de danos, para apoiar relatórios fotográ-
ficos, entre outros. Como você vai utilizar as técnicas de observação na sua 
59Desenho de observação e de memória
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elaboração para diferenciar do desenho de observação conceitual, você deve 
chamar os esboços pelo seu nome técnico (por exemplo, fachada ou detalhe de 
esquadria) e deve acrescentar o tipo de projeção adotada (vista ortográfica ou 
perspectiva isométrica), para caracterizar de forma adequada o seu desenho.
No Capítulo 6 de Comunicação gráfica moderna, de Giesecke et al. (2002), você pode 
aprender mais sobre as técnicas de desenho das perspectivas isométricas, cabinet e 
cavaleira.
Perspectiva cônica
Os pontos de fuga das perspectivas cônicas dependem da posição do objeto 
em relação ao plano de projeção, segundo Giesecke et al. (2002, p. 173):
Se o objeto está com uma face paralela ao plano de projeção, é necessário 
somente um ponto de fuga. [...] Se o objeto está formando um ângulo 
com o plano da perspectiva, mas com arestas verticais paralelas ao plano 
da perspectiva, são necessários dois pontos de fuga [...]. Este é o tipo mais 
comum de perspectiva cônica. Se o objeto está colocado de forma que 
nenhum sistema de arestas paralelas seja paralelo ao plano do desenho, 
são necessários três pontos de fuga. 
A Figura 4 ilustra passo a passo como fazer uma perspectiva cônica com 
um ponto de fuga, e a Figura 5 demonstra como realizar uma perspectiva 
cônica com dois pontos de fuga. 
Desenho de observação e de memória60
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Figura 4. Passo a passo para a perspectiva cônica com um ponto de fuga.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 173).
Figura 5. Passo a passo para a perspectiva cônica com dois pontos de fuga.
Fonte: Giesecke et al. (2002, p. 175).
61Desenho de observação e de memória
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Para aperfeiçoar seus conhecimentos sobre as perspectivas cônicas com um e dois 
pontos de fuga, leia o Capítulo 15 de Desenho de observação, de Curtis (2015).
1. Os elementos da forma – ponto, 
linha, plano e volume – constituem 
o alfabeto arquitetônico. 
Analogamente, precisam ser 
compreendidos, antes da palavra 
ser formada ou de um vocabulário 
desenvolvido. Seus significados 
contêm soluções para os problemas 
de função, de propósito e de 
contexto a serem resolvidos no 
partido arquitetônico. Assinale a 
alternativa que apresenta a definição 
e a expressão correta de cada um 
destes elementos. 
a) O “ponto” indica uma posição 
no espaço, podendo expressar 
estabilidade, domínio e 
papel de organizador dos 
elementos ao seu redor.
b) A definição de “linha” é um 
ponto estendido, a linha defini 
os limites e as fronteiras de 
um volume e expressa um 
estado de desequilíbrio.
c) A “linha” não representa um 
formato arquitetônico, porque 
a arquitetura é constituída 
de quatro dimensões, sua 
forma tridimensional (largura, 
altura, profundidade) e a 
experiência arquitetônica.
d) As propriedades do “plano” 
são o comprimento, a largura 
e a profundidade, e ele 
determina como os elementos 
visuais externos ou internos 
à edificação podem ser 
observados ou apreendidos.
e) O “volume” é constituído por um 
plano estendido ou pela adição 
de mais de um plano, consiste 
em um elemento bidimensional 
do vocabulário arquitetônico e 
expressa estabilidade quando 
está apoiado sobre uma de 
suas faces, não podendo 
expressar instabilidade.
2. Um desenho esboçado a mão livre 
deve mostrar preocupação com 
proporções, clareza e espessura 
correta das linhas. Assinale a 
alternativa apresenta o momento 
em que você deve aumentar a 
espessura e a intensidade da linha no 
desenho de observação. 
a) Quando representa uma 
linha de construção.
b) Quando uma linha é 
feita embaixo do objeto, 
para indicar peso.
c) Quando representa uma 
linha de centro do objeto.
d) Quando representa uma linha de 
prolongamento de um objeto.
e) Quando representa uma linha 
de contorno do objeto.
Desenho de observação e de memória62
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3. Os desenhos de observação e os 
esboços a mão livre elaborados com 
as técnicas de proporções ajudam a 
organizar pensamentos e a registrar 
ideias. Desde os gregos, o diâmetro 
era utilizado com unidade básica 
das dimensões. Assinale a alternativa 
na qual estão apresentadas as 
técnicas corretas de proporção e 
as técnicas do sistema de medição 
modular de um objeto. 
a) A proporção é baseada nas 
formas geométricas, o círculo, 
o triângulo e o quadrado e 
no sistema de medição, você 
pode comparar várias distâncias 
usando o lápis como mira.
b) A proporção é medida 
por raio, corda e altura do 
triângulo, e o sistema de 
medição modular é baseado 
no instrumento mondriano.
c) A proporção está baseada 
nas normas de coordenação 
modular de 4 polegadas, e 
a escala pode ser estimada 
pelo nosso campo de visão.
d) A proporção é o módulo 
base de 10 cm, e o sistema 
de medição por escala pode 
ser realizado por qualquer 
instrumento reto segurado.
e) A proporção está baseada na 
referência dos eixos cartesianos 
x/y, e o sistema de medição 
por escala está baseado no 
sistema de medida métrico, 
com o módulo de 10 cm.
4. Os desenhos de perspectiva 
podem ser criados usando tanto a 
projeção cônica como a paralela. 
Assinale a alternativa que apresenta 
o tipo de perspectiva adotada 
neste esboço arquitetônico.
a) Perspectiva cavaleira.
b) Perspectiva aérea.
c) Perspectiva isométrica.
d) Perspectiva cônica com 
um ponto de fuga.
e) Perspectiva cônica com 
dois pontos de fuga.
5. Desenhos com vistas ortográficas 
tornam possível representar objetos 
complexos com precisão. Desenhos
de perspectiva são usados para 
comunicar suas ideias, podendo ser 
usados em catálogos, publicações 
e em projetos de arquitetura. 
Assinale a alternativa que apresenta 
a definição correta de cada um 
destes métodos de projeção.
a) As vistas ortográficas são 
tipos de perspectivas, já que 
mostram vários lados dos 
objetos em uma única vista.
b) Na projeção axonométrica, os 
raios visuais são paralelos entre si 
e oblíquos ao plano de projeção.
c) Na perspectiva isométrica, as 
superfícies de um objeto tem 
um tamanho reduzido, porque 
as projeções são oblíquas.
d) Somente na projeção cônica as 
retas projetantes convergem 
para um ou mais pontos de fuga, 
já a vista ortográfica, a projeção 
axonométrica e a projeção 
oblíqua usam projeção paralela.
e) Na projeção oblíqua, os raios 
visuais convergem para um 
ou mais pontos de fuga, 
para gerar a visão oblíqua.
63Desenho de observação e de memória
DA_U1_C03.indd 63 01/12/2017 16:52:00
CHING, F. Architecture: form, space and order. New York: Van Nostrand Reinhold, 1979.
CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. 
CURTIS, B. Desenho de observação. 2. ed. Porto Alegre: McGraw-Hill, 2015.
FRACALOSSI, I. Clássicos da arquitetura:Casa da Cascata / Frank Lloyd Wright. Santiago: 
ArchDaily, 2012. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-53156/classicos-
-da-arquitetura-casa-da-cascata-frank-lloyd-wright>. Acesso em: 29 out. 2017.
GIESECKE, F. E. et al. Comunicação gráfica moderna. Porto Alegre: Bookman, 2002.
NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura: princípios, normas, regulamentos sobre 
projeto, construção, forma, necessidades e relações espaciais, dimensões de edifícios, 
ambientes, mobiliário, objetos. 17. ed. Barcelona: Gustavo Gili, 2004.
SOUSA, V. H. B. de. Arquitectura, sustentabilidade e coordenação modular: desen-
volvimento de sistema construtivo modular. 2011. Dissertação (Mestrado em 
Engenharia Civil e Arquitetura)–Universidade da Beira Interior, Covilhã, 2011. Dis-
ponível em: <https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2251/2/Vitor%20Sousa_
Disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 09 set. 2017.
ZEVI, B. Saber ver a arquitetura. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
Desenho de observação e de memória64
DA_U1_C03.indd 64 01/12/2017 16:52:00
http://www.archdaily.com.br/br/01-53156/classicos-
https://ubibliorum.ubi.pt/bitstream/10400.6/2251/2/Vitor%20Sousa_
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DESENHO 
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43
Croquis – técnicas e 
materiais diversos
Introdução
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Aplicar proporções e componentes para as cenas.
 � Praticar a técnica de croqui em perspectivas com pontos de fuga.
 � Identificar os materiais mais adequados para a produção de croquis.
Introdução
Neste capítulo, você irá estudar sobre técnicas e materiais para a produção 
de croquis.
A palavra croqui, do francês croquis, significa esboço. Os croquis são 
uma forma de desenho muito utilizadas pelos arquitetos, pois tratam-se 
de formas rápidas de desenho para representar ideias gerais sobre algum 
conceito de projeto. São desenhos normalmente com bastante expressão 
e pouco refinamento, apesar de alguns serem extremamente detalhados.
O principal objetivo é utilizar-se da liberdade do desenho à mão 
para gerar formas que, futuramente, serão desenvolvidas de maneira 
mais técnica.
São muito úteis para expor propostas de conceito para aprovação do 
cliente, para posteriormente seguir aos detalhamentos. Nessas situações, 
são muito importantes em razão de sua característica visual e por ser de 
fácil entendimento para maioria das pessoas.
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Proporções e componentes
Os croquis são desenhos de expressão livre, que servem para representar 
ideias. Para a correta compreensão do desenho, é importante você considerar 
alguns elementos que compõem a cena. Além disso, existem pontos a avaliar 
na hora de produzir o desenho para que ele seja harmônico e equilibrado. 
Proporção
É imprescindível que o desenho tenha proporções adequadas, mesmo que a 
produção do croqui seja feita sem a utilização de uma escala e medidas exatas. 
Para isso, é importante estabelecer a proporção entre os volumes da cena, de 
forma a não prejudicar o entendimento do conjunto.
Uma maneira bastante simples de fazer isso é definindo uma medida 
base, logo no início do desenho, que será replicada em todo o restante. Por 
exemplo, marcar um ponto que você deseja que represente 1 metro de altura. 
Se o volume a ser representado tiver uma altura de 3 metros, você replicará 3 
vezes este mesmo trecho de marcação estipulado. Na largura, faça o mesmo 
procedimento, por exemplo, se a parede tiver 4 metros, replique 4 vezes a 
marcação. Veja um exemplo desse conceito de proporção na Figura 1.
A proporção no desenho é essencial para que seja o mais semelhante possível ao que 
será desenvolvido no projeto detalhado, mantendo assim uma coerência com entre 
o croqui e o projeto final.
Croquis – técnicas e materiais diversos66
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Figura 1. Exemplo de marcação simulada de medidas – 3 na altura e 4 na largura.
Componentes
Os componentes especiais da cena também são uma maneira de representar 
a proporção do conjunto. Esses componentes podem se tratar de mobiliários 
urbanos, pessoas, carros, árvores, etc. 
Esses elementos servem de referência para as dimensões das edificações 
representadas. Como croquis possuem pouco detalhamento, é importante 
inserir componentes de conhecimento comum.
Por exemplo, se temos um volume de um prédio graficado da mesma forma 
em dois desenhos distintos, a maneira mais simples de compreender o quanto 
esse prédio impacta no espaço urbano é utilizando a inserção de pessoas, 
árvores e carros, entre outros, conforme você pode observar na Figura 2.
67Croquis – técnicas e materiais diversos
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Figura 2. Exemplo de dois prédios desenhados de forma similar; o que difere a proporção 
entre eles são as árvores e a escala humana do croqui.
A escala humana no croqui auxilia em outras questões. Quando tratamos 
de desenho urbano, o posicionamento das pessoas na cena demonstra os 
locais de público e circulações, por exemplo, conforme apresentado na 
Figura 3.
Figura 3. Croqui com elementos de paisagismo e componentes, auxiliando na percepção 
do espaço.
Fonte: Leggitt (2004, p. 13).
Croquis – técnicas e materiais diversos68
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Ao incluir vegetação em seus croquis, tome cuidado para que as árvores não cubram 
as edificações (a não ser que seja esta sua intenção). Quando o objetivo é valorizar 
os prédios que estão por trás, o ideal é desenhar as árvores de modo que fiquem o 
mais “transparentes” possível. Uma maneira de fazer isso é desenhando a copa com 
folhagem rala, trabalhando mais o tronco e os galhos. Pode ser feito também somente 
o contorno da copa, deixando a parte central sem preenchimento. No caso de colorir, 
a sugestão é utilizar canetas hidrocor que fiquem translúcidas.
Perspectiva com pontos de fuga
Existem diversas técnicas para desenhar um croqui em perspectiva. Na técnica 
que utiliza pontos de fuga, é possível usar um, dois, três ou até mais pontos de 
fuga. Para iniciantes, entretanto, é recomendado começar pela utilização de 
apenas um ponto, até dominar bem a técnica. Você pode começar a praticar 
com base nos seguintes passos:
 � Definir a linha do horizonte: um dos primeiros passos é definir a li-
nha base do horizonte, conforme Figura 4. Esta linha será a base de 
referência do desenho.
Figura 4. Definição da linha do horizonte do desenho.
69Croquis – técnicas e materiais diversos
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 � Marcar a altura do observador e o ponto de fuga: a altura do observador 
se trata do alinhamento que será a visualização do desenho, a altura
que estamos enxergando a cena. Pode ficar sobre a linha do horizonte. 
 � O próximo passo é escolher o local do ponto de fuga. Esse ponto é
fundamental, pois será o local para onde todas as linhas da perspectiva 
irão convergir. Caso o ponto fique centralizado no desenho, ambos os 
lados da perspectiva terão a mesma visualização, observe a Figura 5. 
Caso você posicione mais para algum dos lados, a lateral mais próxima 
ao ponto de fuga ficará mais acumulada na perspectiva,e a outra terá 
melhor visualização. Esta escolha depende do que se deseja valorizar 
no croqui.
Figura 5. Definição da altura do observador e do ponto de fuga.
 � Traçar as linhas de perspectiva: uma maneira simples de iniciar o de-
senho é traçando as linhas bases da perspectiva, todas migrando para o 
ponto de fuga, conforme demonstrado na Figura 6. Conforme o número 
de elementos que tiver na cena, podem ser utilizadas inúmeras linhas 
de apoio.
Croquis – técnicas e materiais diversos70
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Figura 6. Traçado base das linhas iniciais de perspectiva.
 � Lançar as linhas do croqui: após o lançamento das linhas base, você
pode iniciar o traçado dos elementos do desenho. O importante é sem-
pre analisar se as faces serão paralelas ou perpendiculares à linha do 
horizonte. No caso das faces paralelas, elas devem ser desenhadas 
sempre horizontalmente ao papel, sem levar em direção ao ponto de 
fuga. Já as faces perpendiculares devem ser desenhadas com as linhas 
convergindo e encontrando o ponto de fuga.
Siga esta diretriz até completar as volumetrias do desenho. Após isso, 
finalize o desenho como desejar. Observe o exemplo nas Figuras 7 e 8.
71Croquis – técnicas e materiais diversos
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Figura 7. Traçado dos elementos a serem representados no croqui, observando as faces 
paralelas e perpendiculares à linha do horizonte.
Figura 8. Finalização do croqui.
Croquis – técnicas e materiais diversos72
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Materiais para croqui
Os croquis são desenhos livres e com expressão própria de cada arquiteto. A 
abstração necessária para desenvolver esse tipo de desenho também reflete 
na escolha de materiais. Conforme o tipo de impressão que o arquiteto deseja 
expor no trabalho, ele deve optar por determinado material que atenda a 
essas necessidades. O croqui pode ser feito tanto em um guardanapo como 
em um papel nobre. O que importa, na realidade, é que o desenho transmita 
a informação almejada.
Um material de graficação que é muito utilizado para fazer croquis é o 
lápis. Sua diversidade de graduações de grafite varia conforme a maciez. 
Outros materiais adequados para este uso são as canetas nanquim, de várias 
espessuras, e o carvão comprimido.
Em algumas situações, a intenção do arquiteto é fazer um lançamento 
inicial de volumetria, rápido, sem preocupações com detalhamentos. Neste 
caso, o recomendado é utilizar lápis mais macios, como 6B ou 8B, por exemplo, 
ou então os blocos de carvão comprimido. Observe um exemplo de croqui 
rápido na Figura 9.
Figura 9. Exemplo de croqui rápido para demonstrar volumetria da casa.
Fonte: Slavo Valigursky/Shutterstock.com. 
Neste tipo de desenho, que requer menos refinamento, a opção de papel 
a ser utilizado é muito ampla. Pode ser realizado em papel jornal, sulfite, 
73Croquis – técnicas e materiais diversos
DA_U2_C04.indd 73 01/12/2017 16:52:07
canson ou até mesmo papel manteiga. Sempre lembrando que os papéis finos 
são mais frágeis, rasgam com mais facilidade e o desenho fica com uma 
aparência mais simples.
Se você for colorir um desenho feito desta forma, deverá ter mais cuidado 
na escolha do papel. Normalmente, os arquitetos, neste tipo de croqui rápido, 
quando é o caso de colorir, optam por pincelar cores em apenas alguns pontos 
de realce do desenho. Para isso, podem ser utilizadas as canetas hidrocor, que 
dão um efeito translúcido se passadas levemente sobre o papel. Outra opção é 
trabalhar com focos de aquarela no croqui, que podem ser gerados utilizando 
lápis aquarelável. 
Nestes dois casos de desenho a cores, o mais indicado é utilizar um papel 
com maior capacidade de absorção de tinta, como o canson. Se o objetivo é um 
desenho em papel manteiga ou vegetal, a caneta hidrocor pode ser aplicada no 
verso da folha, gerando um efeito interessante ao desenho. Veja um exemplo 
de croqui colorido na Figura 10.
Figura 10. Exemplo de croqui com traços e coloração simplificada.
Fonte: Mike Demidov/Shutterstock.com. 
Croquis – técnicas e materiais diversos74
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Já em um croqui mais detalhado, o mais adequado é utilizar grafites um 
pouco menos macios ou então caneta nanquim, que são muito usadas nessas 
situações. A importância de ter uma ponta mais firme se deve à precisão neces-
sária para trabalhar nos detalhes, conforme você pode observar na Figura 11. 
Figura 11. Exemplo de croqui com bastante detalhamento.
Fonte: Doyle (2002, p. 44)
Neste tipo de desenho, quando colorido, o efeito também pode ser mais 
trabalhado. A utilização de lápis de cor sempre é uma boa opção, pois possui 
uma variedade muito grande de cores permite pintar elementos menores, como 
você pode ver na Figura 12. As canetas hidrocor também são adequadas, porém 
como muitas vezes possuem pontas mais largas, deve-se ter mais cuidado na 
hora de preencher o desenho.
Sobre o papel, o ideal é utilizar um material mais resistente, como um sulfite 
de maior gramatura ou papel canson. Existem também outras variações de 
papéis especiais para desenho e aquarela, de diversas composições e valores.
75Croquis – técnicas e materiais diversos
DA_U2_C04.indd 75 01/12/2017 16:52:10
Figura 12. Croqui à lápis com valorização da área a ser reformada da fachada.
Fonte: Doyle (2002, p. 44)
Confira mais informações sobre técnicas de desenho a cores no livro Desenho a Cores 
(DOYLE, 2002).
Os croquis são ferramentas essenciais para testar soluções de projeto e 
apresentar propostas aos clientes. Eles representam uma expressão muito 
particular do arquiteto, portanto, o resultado final varia muito de pessoa para 
pessoa. Os materiais a serem utilizados também dependem totalmente da 
impressão que o desenho pretende passar, além da afinidade que o arquiteto 
possui com os materiais escolhidos.
A dica é testar técnicas e materiais para encontrar o que funciona melhor 
para você, em cada situação. Pratique bastante!
Croquis – técnicas e materiais diversos76
DA_U2_C04.indd 76 01/12/2017 16:52:13
1. Os croquis representam:
a) a versão final do projeto, 
contendo bastante expressão 
e precisão métrica.
b) a escala humana a partir 
do qual formulamos toda 
proporção urbana.
c) o partido geral do projeto, 
em que o objetivo é gerar 
a representação inicial 
das ideias dentro das 
proporções adequadas.
d) um esboço feito em 
três dimensões, sem as 
proporções exatas, utilizando
softwares como Autocad.
e) a linha horizontal que simula 
todas as medidas a partir do 
qual o desenho é feito.
2. Podemos considerar que a proporção 
e os componentes juntos compõem:
a) os elementos básicos que 
queremos representar no croqui.
b) elementos inseridos 
exclusivamente por programas 
de projeção em três 
dimensões, inseridos somente 
na finalização do projeto.
c) a representação de tamanho 
das edificações em relação aos 
demais componentes urbanos.
d) as linhas base a partir do 
qual podemos fazer todos 
os elementos do croqui.
e) um conjunto opcional de 
objetos utilizados com o 
objetivo de adornar o croqui.
3. Sobre como os croquis são criados, 
assinale a alternativa correta. 
a) Com o auxílio de instrumentos 
de desenho técnico, que depois 
irá compor a edificação com 
elementos que representem 
as devidas dimensões 
da edificação criada.
b) Com objetivo único de esboçar o 
entorno a volta do qual a futura 
edificação será construída.
c) Quando é necessário fazer um 
levantamento dos modelos 
de edificação que teremos a 
volta do local onde a futura 
edificação será construída.
d) Quando o projeto ainda não 
está em fase de execução 
e queremos acompanhar a 
evolução da edificação.
e) À mão livre, quando é necessário 
representar as ideias iniciais 
dentro da proporcionalidade 
adequada da futura edificação 
em relação ao ambiente 
onde será alocada.
4. Complete a frase 
___________________ 
são considerados modos de 
________________. Assinale
a alternativa que apresenta 
a resposta correta.a) Crianças e árvores – auxiliar no 
entendimento da proporção 
das edificações em relação 
aos demais objetos presentes 
no espaço urbano.
b) Carros e nuvens – complementar 
os espaços livres do projeto.
c) Pessoas e animais – deixar a 
representação gráfica correta 
aos olhos dos profissionais 
da área de arquitetura.
d) Semáforos e animais – 
representar o impacto que 
77Croquis – técnicas e materiais diversos
DA_U2_C04.indd 77 01/12/2017 16:52:21
uma edificação tem no 
trânsito e na natureza.
e) Crianças e árvores – deixar a 
representação gráfica mais 
próxima dos parâmetros 
estéticos preconizados a partir 
da técnica de ornamentação.
5. Quando falamos em ponto de fuga 
em um croqui, é preciso lembrar que:
a) é importante que, no croqui, 
pelo menos um ponto de fuga 
seja inserido, pois desse modo 
é possível inserir o desenho 
na perspectiva correta.
b) é necessário inserir, no mínimo, 
três pontos de fuga para 
que o desenho apresente 
representação adequadas 
dos elementos criados.
c) deve ser sempre a primeira 
linha desenhada, pois é 
ela que delimita a 
visão horizontal.
d) é a representação final 
do vetor das oito linhas 
que sempre devem ser 
traçadas quando precisamos 
centralizar o desenho.
e) só é necessário inseri-la 
quando estamos 
representando edificações
de grande porte.
DOYLE, M. E. Desenho a cores: técnicas de desenho de projeto para arquitetos, paisa-
gistas e designers de interiores. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.
LEGGITT, J. Desenho de arquitetura: técnicas e atalhos que usam tecnologia. Porto 
Alegre: Bookman, 2004.
Leituras recomendadas
GOUVEIA, A. P. S. O croqui do arquiteto e o ensino do desenho. 1998. Tese (Doutorado)–
Universidade de São Paulo, São Paulo, 1998.
PAIXÃO, L. 10 dicas para criar bons croquis. [S.l.: s.n.], 2017. Disponível em: <https://
www.aarquiteta.com.br/blog/desenhos/10-dicas-para-criar-bons-croquis/>. Acesso 
em: 20 out 2017.
PEREIRA, A. P. M.; GOMES, M.; FONSECA, G. A. O croqui e suas técnicas. In: INTERNA-
TIONAL CONFERENCE ON GRAPHICS ENGINEERING FOR ARTS AND DESIGN, 6., 2005, 
Recife. Anais... Recife: ABEG, 2005. Disponível em: <http://www.lematec.net.br/CDS/
GRAPHICA05/artigos/pereiragomesfonseca.pdf>. Acesso em: 18 out. 2017. 
Croquis – técnicas e materiais diversos78
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http://www.aarquiteta.com.br/blog/desenhos/10-dicas-para-criar-bons-croquis/
http://www.lematec.net.br/CDS/
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DESENHO 
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
DA_Impressa.indd 2 01/12/2017 10:39:43
Texturas – hachuras, 
pontilhismo, manchas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Aplicar hachuras para preenchimento de desenhos.
 � Praticar o pontilhismo como técnica de desenho.
 � Utilizar manchas para realçar volumes e formas.
Introdução
Neste capítulo, você irá estudar a utilização de técnicas de desenho 
chamadas de texturas. As texturas servem para trazer mais expressão ao 
desenho. Podem gerar efeitos de volumetria, sombreamento e acaba-
mentos variados no desenho. Ao traçarmos as linhas bases do desenho, 
gerarmos os contornos das formas, contudo, mesmo existindo técnicas 
que tornam o desenho mais interessante nos contornos, o preenchimento 
é muito importante para o efeito de percepção geral dos elementos. 
A variação de tonalidades comunica luz e sombra, além de realçar 
as formas. Portanto, você verá algumas das técnicas de combinação de 
traços que atribuem essa aparência tátil, que conhecemos como textura.
Hachuras
As hachuras são uma técnica de desenho utilizada para realçar volumes e 
sombras dos objetos, mas também podem ser usadas para criar diferentes 
tonalidades entre as faces. A aplicação é baseada em linhas paralelas ou 
cruzadas, que são desenhadas com distâncias, direções e espessuras variadas. 
Além disso, você pode trabalhar com hachuras de movimentos circulares.
O conceito da hachura é o de trabalhar na variação de espessura, quantidade 
e espaçamento das linhas que, dependendo de como forem lançadas, resultarão 
DA_U2_C05.indd 79 01/12/2017 16:59:14
em diferentes efeitos de tonalidade e sombras, enfatizando partes específicas 
das formas. As linhas devem seguir o formato do objeto para limitar a forma. 
Hachuras paralelas
As hachuras paralelas consistem em linhas traçadas em uma direção constante, 
buscando o paralelismo entre as linhas. Os traços podem ser muito variados, 
sendo curtos ou longos, mais espessos ou finos, feitos à mão ou com o auxílio 
de uma régua, conforme você pode observar na Figura 1. O desenho pode 
ser feito utilizando lápis ou canetas, como a nanquim por exemplo. Os papéis 
podem ser tanto os mais lisos (sulfite e manteiga) como os mais ásperos, 
gerando efeitos diferentes.
Figura 1. Exemplos de hachuras paralelas em diferentes direções, densidades e espessuras.
Fonte: stasia_ch/Shutterstock.com.
Durante o traçado, o ideal é tentar controlar a velocidade e o peso da mão 
para que as linhas fiquem com a mesma tonalidade, gerando uma hachura 
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas80
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mais uniforme. Quanto mais peso se destinar à mão na hora de desenhar, mais 
fortes ficarão as linhas. Observe os exemplos da Figura 2.
Figura 2. Desenho de edificação com a técnica de hachura. Ao lado, exemplos de hachuras.
Fonte: Ching (2012, p. 43).
Quando a intenção for deixar as arestas bem marcadas, uma maneira de 
fazer isso é posicionando o lápis ou a caneta nesta aresta, fazendo uma leve 
pressão ao iniciar a linha e, depois, traçando rapidamente. Dessa forma, a linha 
ficará mais forte no início e irá suavizando em direção ao final.
81Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 81 01/12/2017 16:59:16
Para ter mais informações a respeito dessas técnicas, consulte o livro Desenho para 
Arquitetos, de Francis D. K. Ching (2012).
Hachuras cruzadas
As hachuras cruzadas consistem na utilização de linhas em duas ou mais 
direções, sobrepostas, para criar variações de tonalidades. As linhas podem 
ser em direções diagonais ou ortogonais, conforme demostrado na Figura 3.
Figura 3. Exemplos de aplicação de hachuras cruzadas. Nos cubos, você pode ver que 
a hachura cruzada gerou tons bem mais escuros, demonstrando sombreamento. Nos 
estudos ao lado, é possível observar hachuras cruzadas em diagonal, ortogonais e com 
sobreposição de direções.
Fonte: Ching (2012, p. 44).
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas82
DA_U2_C05.indd 82 01/12/2017 16:59:16
As hachuras são utilizadas também nos desenhos técnicos de arquitetura, aplicadas 
especialmente nos cortes das edificações para demonstrar paredes e seções que estão 
cortadas no desenho. Este uso facilita a compreensão dos materiais e a diferenciação 
dos elementos que estão sendo apresentados em vista ou em corte.
A principal diferença da hachura cruzada em relação à paralela é que esta 
permite uma variação bem maior de tonalidades, uma vez que podem ser 
feitas sobreposições em diversas direções e camadas, o que torna a variação 
de tonalidades infinita, como demonstrado na Figura 4.
Figura 4. Desenho de mobiliários com sombreamento em hachuras. 
Fonte:Katunina/Shutterstock.com.
83Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 83 01/12/2017 16:59:17
Hachuras com movimentos circulares
As hachuras circulares seguem as mesmas premissas das técnicas de hachuras 
apresentadas anteriormente, porém, consistem em traços mais orgânicos e 
aleatórios. Os traços são feitos em ondas para preencher os espaços, gerando 
um desenho com mais movimento.
Assim como nos demais tipos de hachuras, você deve observar a pressão 
do lápis ou caneta no papel e a densidade das linhas, sempre cuidando para 
não pesar demais o desenho. Os locais com ondas mais próximas ficarão 
mais escuros, e ondas maiores e mais espaçadas apresentarão um efeito mais 
iluminado. Observe os exemplos da Figura 5.
Figura 5. Alguns tipos de hachuras com movimentos circulares.
Fonte: Ching (2012, p. 45).
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas84
DA_U2_C05.indd 84 01/12/2017 16:59:18
Esta técnica pode ter inúmeras aplicações na arquitetura, conforme de-
monstrado na Figura 6. Nos desenhos de edificação, pode gerar um desenho 
bastante autoral, com variações próprias do arquiteto. Uma utilização interes-
sante é para o desenho de vegetação, pois as formas das árvores ficam bem 
representadas usando esses tipos de hachuras orgânicas.
Figura 6. Exemplos de aplicação de hachura com movimento circular na arquitetura e 
vegetação.
Fonte: Ching (2012, p. 45).
Pontilhismo
O pontilhismo é uma técnica que consiste na utilização de pequenos pontos ou 
manchas arredondadas que, aplicadas justapostas no papel, geram um efeito 
visual de preenchimento. Essa técnica ficou conhecida por meio dos pintores 
franceses Paul Signac e Georges Seurat, no século XIX.
O efeito é uma espécie de ilusão, pois o olho humano tende a fundir os 
pontos isolados da figura, formando um desenho único.
85Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 85 01/12/2017 16:59:18
A variação do efeito é gerada pela mudança de espessura e espaçamento dos 
pontos. Quanto maior for a densidade, mais escuro e fechado ficará o desenho. 
Em uma densidade menor de pontos, teremos um efeito mais iluminado e mais 
difuso. Observe essas diferenças na Figura 7.
Uma opção interessante, e a mais utilizada, que o pontilhismo gera é o 
desenvolvimento do desenho sem a utilização de linhas de contorno. As bordas 
das figuras ficam definidas pela configuração dos pontos nas extremidades, 
delimitando as formas.
Figura 7. Exemplo de aplicações do pontilhismo com variações de densidade.
Fonte: Artishok/Shutterstock.com.
O pontilhismo pode ser aplicado utilizando graficação na cor preta, o que 
gera variações simulando tons de cinza. Outra forma de aplicar a técnica é 
por meio do uso de cores. Os pintores impressionistas utilizavam o recurso 
de aplicar duas cores diferentes justapostas nos pontos, gerando, em ilusão 
de ótica, uma terceira cor. 
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas86
DA_U2_C05.indd 86 01/12/2017 16:59:19
Assim, o espectro de cor ampliava, infinitamente, sem depender apenas 
dos pigmentos disponíveis.
Aplicação
Para iniciar a aplicação de pontilhismo nos desenhos, você pode seguir um 
passo a passo básico, conforme os itens a seguir:
 � Desenhe sobre um papel, utilizando lápis, o contorno base do objeto
para servir de linha guia. O objetivo de usar lápis é para que possa ser
apagado no final.
 � Lance pontos sobre o contorno feito a lápis, espaçados e com distância
regular. Os materiais mais adequados para fazer os pontos são canetas
como nanquim ou hidrocor, pois o importante é que transfira facilmente 
a tinta para o papel, não tornando o processo mais trabalhoso.
 � Avalie quais os trechos do desenho que devem receber um maior som-
breamento, já pensando onde seria a posição da fonte de luz. Dessa
forma, você pode estudar os locais que, sombreados ou iluminados, 
reforçarão a ideia de volume dos objetos. Por exemplo, em um objeto 
posicionado sobre uma superfície, se considerarmos que temos uma 
fonte de luz superior, a parte do objeto que fica próxima à superfície de 
apoio deverá ficar mais sombreada. Nesse caso, esses locais sombreados 
devem receber uma densidade bem maior de pontos do que na parte 
superior do objeto.
 � Preencha os locais que foram definidos a serem sombreados com mais
pontos, escurecendo essas zonas. Aumente a densidade de pontos aos
poucos, gerando, assim, as zonas escurecidas. Isso trará volumetria 
ao desenho. 
 � Apague as linhas de base feitas a lápis após a secagem da tinta.
 � Veja um exemplo do uso da técnica de pontilhismo na Figura 8.
87Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 87 01/12/2017 16:59:19
Figura 8. Representação de cubos em pontilhismo, em que é possível avaliar como a 
densidade de pontos gera efeitos muito variados nas faces dos cubos, trazendo a sensação 
de volumetria.
Fonte: Login/Shutterstock.com.
Esta técnica é utilizada para criar desenhos bastante expressivos, portanto 
o arquiteto pode utilizar este meio para apresentar propostas impactantes e 
lúdicas ao cliente, conforme exemplo da Figura 9.
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas88
DA_U2_C05.indd 88 01/12/2017 16:59:20
Figura 9. Colunas de edifício com iluminação representadas em pontilhismo. Nesta ilustração, 
a técnica gerou um efeito quase realista.
Fonte: ESB Essentials/Shutterstock.com.
O pontilhismo é uma técnica bastante utilizada para a ilustração científica 
na biologia. Como os desenhos de animais e plantas precisam ser bastante 
detalhados e precisos, o pontilhismo permite que a ilustração não fique tão 
carregada, com linhas duras, suavizando contornos e preenchimentos, con-
forme apresentado na Figura 10.
89Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 89 01/12/2017 16:59:21
Figura 10. Desenho de um peixe com a utilização da técnica de pontilhismo.
Fonte: arvitalyaa/Shutterstock.com. 
Manchas
As manchas no desenho são utilizadas basicamente para desenvolver a 
volumetria dos objetos na imagem. Por meio do sombreamento, você pode 
definir as partes da figura que estão mais profundas, mais próximas, mais 
escuras, etc.
O sombreamento faz o desenho feito com linhas se transformar de uma 
figura bidimensional para uma tridimensional. A técnica para utilização de 
manchas é bastante variada, e pode ser feita com a utilização de lápis, de 
preferência com grafites macios, canetas, além de outros instrumentos. 
O mais importante para a aplicação da técnica, assim como nas demais 
técnicas de texturas, é a compreensão das zonas dos objetos que devem ser 
escurecidas ou mantidas claras. Em uma cena com diversos objetos, a ten-
dência é que os trechos mais escuros sejam percebidos como mais distantes, 
e os mais claros, como mais próximos. A diferença de tonalidade é utilizada 
também para estabelecer limites entre uma forma e outra, criando arestas 
visuais. Observe exemplos de manchas na Figura 11.
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas90
DA_U2_C05.indd 90 01/12/2017 16:59:23
Figura 11. Modelagem de formas básicas por meio de sombreamento.
Fonte: Ching (2012, p. 48).
As manchas podem ser aplicadas em diversas direções e com diversas 
técnicas. Podem ser lançadas de forma mais marcada, com linhas e riscos, 
ou ser mais difusas. Uma forma de aplicar manchas mais difusas é com o uso 
de grafites macios, esfumaçando levemente com os dedos ou com o auxílio 
de um esfuminho. 
Observe os exemplos das Figuras 12 e 13 para perceber a variedade de 
aplicações nos desenhos de formas e arquitetura. 
Figura 12. Croqui de cidade com a utilização da técnica de manchas para preenchimento 
dos desenhos.
Fonte: Canicula/Shutterstock.com. 
91Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 91 01/12/2017 16:59:24
As texturas são elementos altamente recomendáveis para os desenhos, pois 
representam de forma expressiva a volumetria dos objetos. O ideal é descobrir 
a técnica com a qual você tenha mais afinidade, lembrando que a aplicação 
requer paciência e atenção aodesenho. 
Figura 13. Exemplo de desenho de rosto com e sem aplicação de textura de manchas. 
Neste exemplo, fica bastante clara a diferença entre o desenho somente com o traçado de 
linhas e após o sombreamento. A face ganhou volumetria, ressaltando os pontos iluminados 
e escurecendo as partes mais profundas do rosto e do tecido.
Fonte: Ching (2012, p. 48).
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas92
DA_U2_C05.indd 92 01/12/2017 16:59:25
1. Observe a figura a seguir e assinale 
a alternativa que apresenta 
o tipo de técnica de texturas 
para desenho utilizada.
Fonte: fatbob/Shutterstock.com.
a) Hachuras circulares.
b) Pontilhismo.
c) Hachuras paralelas.
d) Hachuras cruzadas.
e) Manchas.
2. Nas hachuras com movimentos 
circulares, os desenhos são feitos 
utilizando-se ondas para preencher 
o espaço. Qual o efeito obtido por 
meio dessa técnica? 
a) Profundidade.
b) Movimento.
c) Densidade.
d) Ondulação.
e) Detalhes.
3. O pontilhismo é uma técnica que 
pode ser usada em desenhos 
arquitetônicos com o intuito 
de impressionar o cliente 
com propostas impactantes 
e lúdicas. Para variar o efeito 
de preenchimento entre mais 
escuro e mais difuso nessa 
técnica, é necessário:
a) mudar a cor do grafite 
utilizado nos pontos.
b) intensificar a pressão 
aplicada sobre o lápis.
c) variar o espaçamento 
entre os pontos. 
d) seguir à risca o contorno 
inicial.
e) esfumar os traços 
com um instrumento 
chamado esfuminho.
4. Para representar, de forma 
expressiva, a volumetria 
dos objetos em desenhos 
arquitetônicos, ressaltando os 
pontos iluminados e escurecendo 
as partes mais profundas do 
objeto, qual das seguintes 
técnicas é recomenda? 
a) Pontilhismo.
b) Manchas.
c) Hachuras paralelas e 
cruzadas.
d) Hachuras circulares.
e) Impressionismo.
5. Com a técnica de pontilhismo, 
é possível criar desenhos sem 
utilizar as linhas de contorno. 
Entre os materiais citados a 
seguir, qual é o instrumento 
de desenho mais indicado para 
graficar os pontos nesta 
técnica?
a) Régua.
b) Esfuminho.
c) Caneta.
d) Borracha.
e) Papel.
93Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas
DA_U2_C05.indd 93 01/12/2017 16:59:26
CHING, F. Desenho para arquitetos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
Leituras recomendadas
ARQUITETURA E DESENHO. Aula 03: desenho de hachura e degradês - fundamentos 
do desenho para arquitetura e design. [S.l.]: YouTube, 2017. 1 vídeo. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=nmcMpaDjSSc>. Acesso em: 07 nov. 2017.
DESENHEIROS. Hachura. [S.l.], 2013. Disponível em: <https://desenheirosofficial.wor-
dpress.com/2013/07/04/hachura/>. Acesso em: 08 nov. 2017.
DESIGN CULTURE. Pontilhismo: uma técnica de vários estilos. [S.l.], 2014. Disponível 
em: <https://designculture.com.br/pontilhismo-uma-tecnica-de-varios-estilos>. 
Acesso em: 10 nov. 2017.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Pontilhismo. [S.l.], c2017. Disponível em: <http://www.por-
talsaofrancisco.com.br/arte/pontilhismo>. Acesso em: 10 nov. 2017.
SOUSA, R. Um pouco sobre hachura. Campinas: Desenho Artístico & Arquitetura, 2014. 
Disponível em: <http://desenhoartisticoarquitetura.blogspot.com.br/2014/01/um-
-pouco-sobre-hachura.html>. Acesso em: 06 nov. 2017.
Referência
Texturas – hachuras, pontilhismo, manchas94
DA_U2_C05.indd 94 01/12/2017 16:59:26
https://www.youtube.com/watch?v=nmcMpaDjSSc
https://desenheirosofficial.wor/
http://dpress.com/2013/07/04/hachura/
https://designculture.com.br/pontilhismo-uma-tecnica-de-varios-estilos
http://www.por/
http://talsaofrancisco.com.br/arte/pontilhismo
http://desenhoartisticoarquitetura.blogspot.com.br/2014/01/um-
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para 
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual 
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
Conteúdo:
DESENHO 
ARTÍSTICO
Juliana Wagner
Catalogação na publicação: Karin Lorien Menoncin CRB-10/2147
W133d Wagner, Juliana.
 Desenho artístico / Juliana Wagner, Carla Andrea Lopes
 Allegretti, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva Lemos; 
 [revisão técnica: Sabrina Assmann Lücke]. – Porto Alegre: 
 SAGAH, 2017.
 168 p. il. ; 22,5 cm
 ISBN 978-85-9502-241-6
 1. Arquitetura – Desenhos. I. Alegretti, Carla Andrea
 Lopes. II. Lemos, Diana Scabelo da Costa Pereira da Silva. 
 III.Título.
CDU 744.43
Revisão técnica:
Sabrina Assmann Lücke
Arquiteta e Urbanista 
Mestra em Ambiente e Desenvolvimento 
com ênfase em Planejamento Urbano
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Luz e sombra
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Reconhecer o uso de luz e sombra como elemento básico para pro-
duzir volumetria
 � Definir a fonte de luz e a luz refletida dos objetos
 � Aplicar as técnicas de sombra própria e sombra projetada
Introdução
Neste capítulo, você irá estudar o conceito e a aplicação de luz e sombra 
nos desenhos. Luz e sombra são os elementos básicos para gerar o efeito 
de volume nos objetos, sem eles não é possível representar a tridimen-
sionalidade nos desenhos. 
A descoberta da utilização de claro e escuro na história da arte mo-
dificou radicalmente os parâmetros de representação que se conheciam 
até então. Na arquitetura, a luz e a sombra são basicamente elementos 
que fazem parte de sua constituição. A correta representação desses 
elementos é essencial para compreensão e apresentação dos estudos 
arquitetônicos.
Conceito de luz e sombra
Para transformar um desenho linear, bidimensional, em um desenho tridimen-
sional, é imprescindível que você utilize os efeitos de luz e sombra. Assim como 
quando observamos elementos reais, nossos olhos só conseguem distinguir 
as dimensões de profundidade. 
Caso um objeto esteja sob luz intensa por todos os lados, ficará totalmente 
iluminado e sem contraste, caso não esteja sob nenhuma fonte de luz, ficará 
completamente escuro e também não será possível perceber sua volumetria.
Ao olhar para os objetos, o que você enxerga é a reflexão da luz sobre 
as superfícies. A reflexão pode variar conforme a fonte luminosa, o tipo de 
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material das superfícies e as interferências dos demais objetos no fluxo de luz. 
As sombras visíveis representam, na verdade, a ausência de luz.
A utilização dos efeitos de luz e sombra foi a base que modificou radical-
mente a arte na história. Na arte antiga, como a dos egípcios (veja a Figura 
1), os desenhos não possuíam esses elementos na sua composição, portanto, 
o resultado eram desenhos sem profundidade, em duas dimensões e com
aparência pouco realista.
Figura 1. Ilustração egípcia em que é possível perceber a ausência de profundidade e 
variação de tons sombreados na técnica utilizada.
Fonte: Vectomart/Shutterstock.com.
No Renascimento europeu, principalmente nas obras de Leonardo da 
Vinci, começam a ser valorizados os efeitos de luz e sombra nas artes. Nesta 
época, surge o termo chiaroscuro, que significa claro e escuro em italiano. 
Esta geração de artes renomadas ficou marcada pela utilização da luz em suas 
Luz e sombra96
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obras. Leonardo da Vinci desenvolveu uma técnica conhecida como sfumato, 
que significava o tratamento das sombras sem linhas ou fronteiras, em forma 
de degrade e esfumaçadas. Essa técnica gerava um efeito bem mais leve das 
sombras na pintura e foi muito importante principalmente para as tonalidades 
em rostos. Você pode observar isso na Figura 2.
Figura 2. Monalisa, de Leonardo da Vinci. Pintura com trabalho de sombreamento usando 
a técnica sfumato.
Fonte: Oleg Golovnev/Shutterstock.com. 
Após a consolidação da importância de luz e sombra como elementos bási-
cos na arte, no século XVI, alguns artistas levaram a experiência realista da luz 
para outro nível. Durante a época Barroca, os artistas passaram a utilizar esses 
efeitos para demonstrar as emoções das cenas. O uso do contraste extremo, 
com sombras bem escuras e os pontos claros muito iluminados, geraram

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