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Dissídios Individuais II

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Dissídios Individuais II
1. O reclamante que der causa a dois arquivamentos seguidos da RT, fica impossibilitado em exercer o direito de reclamar pelo prazo de 6 meses (art. 732, CLT) – perempção temporária, devendo pagar as custas (art. 844, parágrafos, CLT).
2. Em regra, não há indeferimento da petição inicial. Em audiência, constatando deficiência sanável, determinará a emenda no prazo de 10 dias (art. 765, CLT), redesignando a audiência. Não emendada, indeferirá a inicial.
3. Via de regra o reclamado é citado para comparecer em audiência, onde apresentará a sua defesa, com prazo mínimo de 5 dias entre os atos (art. 841, CLT), ressalvados os prazos especiais dos entes públicos e o MPT (dobro).
4. Não sendo entregue a notificação pelo correio, será determinada a notificação por Oficial de Justiça. Em Edital, devido aos custos, em última análise.
5. São modalidades de resposta do reclamado: contestação, exceção e reconvenção (art. 335, CPC).
6. A contestação é a resposta do réu com a qual insurge-se contra a pretensão deduzida pelo autor na petição inicial. A impugnação não poderá ser genérica, ante o princípio da impugnação especificada (art. 341, CPC), observando também o princípio da eventualidade (exercício da defesa por todos os meios disponíveis para a hipótese de, em não sendo aceito um deles, possa conhecer dos posteriores).
7. Não contestada a ação, ocorrerá a revelia (art. 344, CPC). Deixando o reclamado de comparecer em audiência, ocorrerá a confissão (art. 844, CLT).
8. O reclamado revel será notificado da sentença (art. 852, CLT).
9. A defesa que abordar apenas questões processuais é denominada indireta (vícios processuais, condições de constituição válida e desenvolvimento do processo), ou seja, aquela que deixar de abordar o mérito da ação.
10. As preliminares de defesa podem ser peremptórias ou dilatórias. As primeiras impõe o fim do processo e as últimas retardam o andamento do processo, aguardando a sua correção.
11. No mérito, a defesa pode ser direta ou indireta.
12. Na defesa indireta de mérito o reclamado não nega o fato constitutivo do direito, mas alega outro extintivo, impeditivo ou modificativo. Já da defesa direta de mérito ocorre a negação do fato constitutivo do direito do reclamante.
13. A compensação (art. 368, CC) somente pode ser alegada como matéria de defesa (art. 767, CLT), sob pena de preclusão, em dívidas estritamente de natureza trabalhista (Súmula 18, TST). Na rescisão, porém, poderão ser descontadas quaisquer dívidas, limitadas ao valor de um mês de remuneração, art. 477, § 5º, CLT.
14. A dedução de valores, porém, deve ser deferida pelo magistrado em relação aos títulos pleiteados pelo reclamante já pagos pelo reclamado a fim de evitar o enriquecimento sem causa, podendo ser determinada sempre e em qualquer tempo que restar demonstrada a sua quitação.
15. A retenção deverá ser requerida no prazo de defesa, sob pena de preclusão, art. 767, CLT.
16. A prescrição é a perda do exercício do direito em razão da inércia de seu titular dentro do prazo assinalado em lei. Seu reconhecimento, assim como o da decadência, importa na extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 487, II, CPC) e pode ser pronunciada de ofício pelo juiz, segundo o direito civil, porém, no processo do trabalho, em virtude do princípio da proteção, não.
17. A Súmula 153 do TST estabelece que não se conhecerá de prescrição não suscitada nas instâncias ordinárias.
18. A prescrição dos créditos trabalhistas ocorre em 5 anos até o limite de 2 anos após a extinção do contrato de trabalho. A distribuição de reclamação, mesmo que arquivada, interrompe a prescrição em relação a pedidos idênticos, conforme Súmula 268 do TST.
19. Podem ser arguidas as exceções processuais e o trâmite da ação principal será suspensa até a sua solução, cabendo recurso de sua sentença e devem ser arguidas na primeira oportunidade em que a parte falar nos autos.
20. Poderá haver reconvenção no processo do trabalho. A desistência da ação principal não importa da extinção da reconvenção. A sentença deverá julgar ambas simultaneamente. Não caberá reconvenção no processo de execução.
21. Todos os pedidos devem ter atribuídos um valor estimado, e o valor final da causa determinará o seu rito, ordinário ou sumaríssimo.
22. O objeto da prova deverá recair sobre fatos importantes, pertinentes e controvertidos, de acordo ao ônus de cada parte (art. 818, CLT), podendo ocorrer a inversão É cabível e bastante utilizada a produção antecipada de provas.
23. O direito federal deve ser conhecido pelo Juiz. O Estadual e Municipal provado, assim como o direito normativo (ACT e CCT).
24. As partes serão interrogadas por determinação de ofício (art. 848, CLT), sem prejuízo de ser apresentado requerimento, tendo por objetivo a confissão de fatos em favor da parte adversa. A empresa confessa pelo preposto. Os advogados com poderes específicos também poderão confessar, sendo que ela é indivisível (art. 395, CPC), irrevogável (art. 393, CPC), somente podendo ser anulada por outra ação judicial. O advogado não pode cumular a função de preposto.
25. Interrogadas as partes, ouvem-se as testemunhas, não valendo o aforismo de testis unus, testis nulus, e sim a qualidade de suas informações. Testemunhar é serviço público (art. 463, CPC), não se constituindo uma faculdade, mas um dever.
26. As testemunhas comparecerão independentemente de intimação (art. 825, 852-H, § 2º, CLT), e se não comparecerem podem ser conduzidas (art. 825, § único, 852-H, § 3º, CLT) e multadas (art. 730, CLT).
27. Podem depor as pessoas no exercício de suas capacidades jurídicas e mentais. Incapazes podem ser ouvidos como informantes (art. 829, CLT). A Súmula 357 do TST não impede o depoimento de testemunha que litigar contra o mesmo reclamado.
28. As testemunhas poderão ser contraditadas antes de prestar compromisso.
29. O seu número é de 3 no rito ordinário, 6 no inquérito para apuração de falta grave (art. 821, CLT) e 2 no procedimento sumaríssimo (art. 852-H, § 2º, CLT). Pode o juiz deferir ou convocar testemunhas referidas.
30. O rol, se devido, deverá ser apresentado no prazo que o juiz fixar.
31. A prova pericial consistirá em exame, vistoria ou avaliação, podendo ser determinada de ofício pelo juiz.
32. A prova emprestada é admitida largamente.
SEÇÃO II-A
Do Procedimento Sumaríssimo
(Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  Art. 852-A. Os dissídios individuais cujo valor não exceda a quarenta vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação ficam submetidos ao procedimento sumaríssimo.                (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
Parágrafo único. Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a Administração Pública direta, autárquica e fundacional.                (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-B. Nas reclamações enquadradas no procedimento sumaríssimo:                    (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
I - o pedido deverá ser certo ou determinado e indicará o valor correspondente;                     (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
II - não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado;               (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)            (Vide ADIN 2139)            (Vide ADIN 2160)  (Vide ADIN 2237)
III - a apreciação da reclamação deverá ocorrer no prazo máximo de quinze dias do seu ajuizamento, podendo constar de pauta especial, se necessário, de acordo com o movimento judiciário da Junta de Conciliação e Julgamento.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 1º O não atendimento, pelo reclamante, do disposto nos incisos I e II deste artigo importará no arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa.                     (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 2º As partes e advogados comunicarão ao juízo as mudanças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações enviadas ao local anteriormenteindicado, na ausência de comunicação.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-C. As demandas sujeitas a rito sumaríssimo serão instruídas e julgadas em audiência única, sob a direção de juiz presidente ou substituto, que poderá ser convocado para atuar simultaneamente com o titular.             (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-D. O juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar as provas a serem produzidas, considerado o ônus probatório de cada litigante, podendo limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias, bem como para apreciá-las e dar especial valor às regras de experiência comum ou técnica.                 (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-E. Aberta a sessão, o juiz esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-F. Na ata de audiência serão registrados resumidamente os atos essenciais, as afirmações fundamentais das partes e as informações úteis à solução da causa trazidas pela prova testemunhal.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
  
Art. 852-G. Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões serão decididas na sentença.                   (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
Art. 852-H. Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente.                   (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 1º Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta impossibilidade, a critério do juiz.                    (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 2º As testemunhas, até o máximo de duas para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento independentemente de intimação.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 3º Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá determinar sua imediata condução coercitiva.            (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 4º Somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto da perícia e nomear perito.                     (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 5º (VETADO)                   (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 6º As partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias.                  (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 7º Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos autos pelo juiz da causa.                   (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
Art. 852-I. A sentença mencionará os elementos de convicção do juízo, com resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório.                      (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 1º O juízo adotará em cada caso a decisão que reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as exigências do bem comum.                      (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 2º (VETADO)                    (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
§ 3º As partes serão intimadas da sentença na própria audiência em que prolatada.                       (Incluído pela Lei nº 9.957, de 2000)
SEÇÃO III
DO INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA GRAVE
  
Art. 853 - Para a instauração do inquérito para apuração de falta grave contra empregado garantido com estabilidade, o empregador apresentará reclamação por escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 (trinta) dias, contados da data da suspensão do empregado.
  
Art. 854 - O processo do inquérito perante a Junta ou Juízo obedecerá às normas estabelecidas no presente Capítulo, observadas as disposições desta Seção.
  
Art. 855 - Se tiver havido prévio reconhecimento da estabilidade do empregado, o julgamento do inquérito pela Junta ou Juízo não prejudicará a execução para pagamento dos salários devidos ao empregado, até a data da instauração do mesmo inquérito.
Seção IV
Do Incidente de Desconsideração da
Personalidade Jurídica
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  
Art. 855-A.  Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsideração da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 - Código de Processo Civil.                 (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1o do art. 893 desta Consolidação;                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de garantia do juízo;                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado originariamente no tribunal.                    (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o  A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de concessão da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei no 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil)               (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
CAPÍTULO III-A
DO PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA
PARA HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTRAJUDICIAL
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  
Art. 855-B.  O processo de homologação de acordo extrajudicial terá início por petição conjunta, sendo obrigatória a representação das partes por advogado.                (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 1o  As partes não poderão ser representadas por advogado comum.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 2o  Faculta-se ao trabalhador ser assistido pelo advogado do sindicato de sua categoria.                  (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  
Art. 855-C.  O disposto neste Capítulo não prejudica o prazo estabelecido no § 6o do art. 477 desta Consolidação e não afasta a aplicação da multa prevista no § 8o art. 477 desta Consolidação.                 (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  
Art. 855-D.  No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá sentença.                (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
  
Art. 855-E.  A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.                   (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único.  O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.                 (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

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