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CLOSTRIDIOSES São doenças infecto contagiosas causadas por bactérias anaeróbicas exotoxigênicas do gênero Clostridium sp. O que leva a doença é o conjunto de toxinas liberadas - resposta humoral. Exceto C. perfringens Os Clostrídios são bacilos Gram +, grandes, com estrutura de parede bem definida, móveis, que produzem endosporos/esporos. A forma esporulada é inativa e muito resistente, passando muito tempo no ambiente e, a forma ativa é altamente letal e precisa necessariamente de um condição de anaerobiose. O endósporo é uma estrutura dormente, dura e não reprodutiva produzida por um pequeno número de bactérias. A função primária é garantir a sobrevivência da bactéria por períodos de estresse ambiental. Eles são, portanto, resistentes à radiação ultravioleta e radiação gama, lisozima, temperatura, fome, desinfetantes químicos e ácido clorídrico. Estimula uma resposta adaptativa, por isso pode ficar no organismo por tempo prolongado. As clostridioses são difíceis de controlar devido ao formato esporulado e pouca ação de bactéria e sim de toxinas. Dessa forma, a vacinação é a forma ideal de controle (não como tratamento), uma vez que garante imunoproteção de quase 100% se a vacina for armazenada e aplicada de forma correta. A vacina estimula a produção de anticorpo contra toxinas, por isso é tão eficiente.Tem um decaimento rápido, por isso se faz necessário a reforço. Os patógenos são agrupados de acordo com o modo e o local de ação de suas toxinas e causam doenças diferentes conforme o tropismo do agrupamento com determinado sistema. São eles: ➔ Clostrídios neurotóxicos ➔ Clostridios histotóxicos ➔ Clostrídios enteropatogênicos e produtores de enterotoxina Endósporos A bactéria sofre invaginação, formando uma camada dupla de membrana para proteger seu material genético. Depois forma uma camada de peptidoglicanos entre as membranas e por fim, revestimento com citoplasma. O endósporo então está formado e pode ser liberado da célula. Pode diferenciar na coloração de Gram uma espécie de outra. ➔ Localização terminal: Isso permite que, em caso de suspeita, se faça um in print para a coloração e identificação do agente, possibilitando diagnóstico precoce de Tétano. C. tetani ➔ Localização subterminal: C. subterminale ➔ Localização central: Bacillus cereus Fatores de virulência Componente celular: esporo e cápsula (rica em antígenos; pode resistir a apoptose). Componente de secreção: neurotoxinas, enterotoxinas e endotoxinas. Classificações das infecções e intoxicações Doença neurotrópica C. botulínico e C. tetani Doença que causa mionecroses: C. chauvoei, C. septicum, C. novyi, C. sordelli e C. perfringens Enterotoxemia C. septicum, C. novyi, C. sordelli e C. perfringens Doença hepática C. haemolyticum, C. novyi e C. perfringens *C. perfringens presente em todas as doenças, exceto neurotrópica. As bactérias chegam no organismos por dois mecanismos: ➔ Forma exógena: Invasão dos tecidos na forma esporulada, através de alimentos e água contaminadas, de ferimentos de várias origens e por inalação de esporos, os quais são aspirados junto com a poeira, principalmente nos animais com baixa imunidade e/ou por debilidade orgânica ➔ Forma endógena: Ação das toxinas produzidas pelos microrganismos no organismo animal ou por toxinas pré formadas, como nos casos de uma intoxicação por C. botulinum. A toxina pode estar no ambiente sendo eliminada pelos animais que têm a doença via fezes, que contaminam o alimento, o pasto. Dessa forma, o animal pode desenvolver a doença por ingestão direta da toxina ou por toxinas armazenadas (enlatados) ou ainda pelo contato direto. *Em cavalos, fazem parte da microbiota na forma inativa, e um episódio de cólica faz anaerobiose. Se o animal ingerir o esporo, pode ou não desenvolver a doença, dependendo da condição de anaerobiose. Se ingerir a toxina pré formada, desenvolve a doença clínica. Patogenia O endósporo pode ser ingerido, uma parte é excretada pelas fezes e a outra deixa o intestino e é levada para os tecidos através da fagocitose realizada por células APC’s. Muitos deles ficam a nível de membrana e não são fagocitados, outros resistem ao sistema imune e, por meio das células chegam no local de predileção e, se encontrar meio de anaerobiose, ocorrerá germinação dos esporos e multiplicação das bactérias, as quais, liberam toxinas e geram necrose local. A liberação de toxinas é benéfica para a bactéria, uma vez que aumenta a condição de anaerobiose. Pode ocorrer nesse processos resposta humoral e celular, e, caso a célula induza apoptose, os esporos podem resistir. O que determina se ocorrerá doença é a tríade. Se o animal for vacinal é possível que a resposta humoral seja suficiente para debelar a infecção. ➔ Infecção endógena: proveniente da ativação de esporos dormentes nos músculos e no fígado. Carbúnculo sintomático, Hepatite Necrótica Infecciosa e Hemoglobinúria Bacilar. ➔ Infecção exógena: introdução de clostrídios através de feridas. Gangrena gasosa, edema maligno. Sinais clínicos generalizados de Toxemia. O tétano e o botulismo pode ser infecção de caráter endógeno ou exógeno. C. perfringens São Gram +, esporulados, imóveis, hemolíticos, encapsulados. Comum em bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos e suínos. Toxinas As toxinas são específicas porque tem o sítio de ligação para determinados receptores. ➔ C. perfringens Tipo A -alfa ➔ C. perfringens Tipo B - alfa, beta e epsilon ➔ C. perfringens Tipo C - alfa, beta ➔ C. perfringens Tipo D - alfa e epsilon ➔ C. perfringens Tipo E - alfa e iota. ● Toxina alfa: provoca hemólise e necrose. Apresenta ação de hemolisina, e fosfolipases, que aumentam a permeabilidade, levando a necrose. “A ação da toxina alfa caracteriza-se por hemólise intravascular, danos capilares, processos inflamatórios, agregação plaquetária e alterações no metabolismo, culminando com a morte celular. “ *Todas as doenças causadas por C. perfringens cursam com hemólise e necrose, uma vez que predomina-se a toxina alfa, responsável por essas alterações. ● Toxina beta: é uma desoxirribonuclease que age a nível de citoplasma. Aumenta a permeabilidade da membrana para que a toxina chegue no citoplasma da célula. “Acredita-se que sua ação é caracterizada pelo efeito citotóxico através da formação de poros , atuando nos canais seletivos para sódio e potássio, causando despolarização das membranas excitáveis e alterações na permeabilidade vascular do sistema nervoso.” ● Toxina gama: possui hialuronidase, importante para entrada no citoplasma e reconhecimento de algumas das organelas; aumenta a permeabilidade. ● Toxina delta: ação da hemolisina ● Toxina epsilon: apresenta ação dermonecrótica e letal. Causa edema no fígado, rim e sistema nervoso central. Seu mecanismo de ação envolve a ligação específica a receptores na superfície da célula do endotélio, promovendo desestabilização da membrana, permeabilidade alterada resultando em escape de líquido celular e destruição celular. ● Toxina iota: possui um mecanismo de ação que envolve a desorganização do citoesqueleto das células, através da despolimerização dos filamentos de actina e a inibiçãodas funções celulares que são dependentes do citoesqueleto. ● Enterotoxinas: a ação envolve a ligação a receptor específico na superfície das células epiteliais, no intestino, levando a formação de poros e desequilíbrio osmótico da célula, com consequente lise celular. Epidemiologia Presente no solo, trato digestivo de animais e do homem, alimentos contaminados, feridas, inalação, dieta (superalimentação e mudança brusca) e idade (predileção etária por animais jovens). Transmissão Alimentos contaminados, inalação, água, fômites, fezes, lambedura de carcaças, contato direto com a pele, feridas nas membranas mucosas (castração, vacinas, tosquias, parto), procedimentos vacinais, punção venosa, desequilíbrio da flora intestinal e ingestão excessiva de alimentos (causa compactação, fermentação - anaerobiose, e mudança de pH). Patogenia Os esporos entram por meio de áreas traumatizadas ou trato intestinal. Então uma parte dos endosporos é eliminada pelas fezes e outra é fagocitada e levada para tecido de predileção, no entanto, não ocorre ação das enzimas devido à estrutura do mesmo. Então a célula é estimulada a ativar resposta celular e, em último caso, a apoptose. O endospóro pode resistir à destruição da célula e passar a resistir em outra célula. O animal então alberga essa forma inativa e não consegue eliminá-la e, caso não encontre um ambiente de anaerobiose essa estrutura não causa doença. Caso encontre um ambiente de anaerobiose, ocorre a germinação dos esporos e multiplicação da bactéria, liberando toxinas, o que estimula resposta humoral, e podem causar destruição celular. Vale ressaltar que o que determina a ocorrência ou não de doença é a tríade, uma vez que o sistema imune pode debelar a infecção. Manifestações clínicas Odor fétido, necrose, febre, hemólise, toxemia, choque e morte. Diagnóstico Clínico - com base no histórico e dados epidemiológicos. Diagnóstico laboratorial Isolamento e identificação: coletar amostras de feridas, pus e tecidos e enviar para o laboratório fazer esfregaços. Lembrar informar ao laboratório que é suspeita de Clostridium sp para que se faça cultivo em meio anaeróbio. Inoculação em animais de laboratório. Métodos alternativos - IFI, Elisa, aglutinação e PCR. *O diagnóstico sorológico na fase de endospóro é difícil, uma vez que está ocorrendo resposta celular e não há produção de toxinas. Tratamento Debridamento cirúrgico da lesão, uso de água oxigenada nas feridas, excisão do tecido lesado, antibioticoterapia (penicilina), antitoxinas (anticorpos prontos), tratamento sintomático. Os anticorpos que são produzidos irão impedir a ação da toxina, e consequentemente, a sua ligação ao sítio da célula. Se a toxina se ligar ao sítio é irreversível. O antídoto é usado para as toxinas que ainda não se ligaram no sítio da célula, neutralizando-as toxinas e impedindo que elas se liguem, o que permite que as APC’s façam fagocitose e ativem mais resposta humoral. Prevenção e controle Limpeza precoce das feridas, antimicrobiano e vacinação (fazer periodicamente). Vacinação: os anticorpos que são produzidos irão impedir a ação da toxina, e consequentemente, a sua ligação ao sítio da célula. Se a toxina se ligar ao sítio é irreversível. O antídoto é usado para as toxinas que ainda não se ligaram no sítio da célula, neutralizando-as toxinas e impedindo que elas se liguem, o que permite que as APC’s façam fagocitose e ativem mais resposta humoral. *Não tem vacina para pequenos. Enterotoxemia Os esporos estão presentes naturalmente no intestino, quando encontram condição de anaerobiose transformam-se em bactérias e começam a se multiplicar rapidamente. Agentes etiológicos: C. perfringens (*rebanhos ovinos, caprinos e suínos), C. sordelli, C. septicum e C. novyi. Enterite hemorrágica INFECÇÃO ENDÓGENA Agentes etiológicos: C. perfringens tipo B e C. Espécies acometidas: Acomete ovinos e bovinos (com menos de 3 semanas de idade - imunidade imatura) Sinais clínicos: cólica, diarreia fétida com sangue (destruição do endotélio vascular), apatia, convulsões e morte em poucas horas. Post mortem: intestino de cor azul escura, enterite hemorrágica e áreas de descamação da mucosa do jejuno e íleo. Patogenia: Quando o animal tem baixa ingestão de imunidade passiva, a resposta celular e humoral não é suficiente para debelar a infecção. Então, ao encontrar ambiente adequado ocorre ação da bactéria produzindo e liberando toxinas, como a alfa e a beta, causando distúrbios intestinais graves. A toxina épsilon é mais letal, visto que a infecção com clostrídios do tipo B é mais rara. Doença da superalimentação ou Doença do rim polposo INFECÇÃO ENDÓGENA Agente etiológico: C. perfringens tipo D Espécie acometida: bovina (principalmente bezerros). Sinais clínicos: incoordenação motora, dificuldade de andar, opistótono, movimento de pedalagem, dispnéia e eliminação de espuma pelo nariz. Patogenia: o aumento da ingestão de carboidratos provoca proliferação de microorganismos (devido ao aumento da fermentação), e então maior produção de toxinas alfa , beta e epsilon, que, pela circulação geral, atinge órgãos como cérebro, rins, pulmões, fígado e coração, causando aumento da permeabilidade capilar com consequente edema e necrose. *Os órgãos responsáveis por desintoxicação são os mais acometidos devido a sua função sobre a toxina. Post mortem: pontos hemorrágicos e de necrose em rins, fígado, baço e outros órgãos parenquimatosos. Disenteria dos cordeiros INFECÇÃO ENDÓGENA Agente etiológico: C. perfringes tipo B Espécie acometida: ovina (recém nascidos e com menos de 3 semanas) Sinais clínicos: inapetência, abdome dilatado (ascite), diarréia, morrem em poucas horas (letalidade de 30 a 100%) enterite, hemorragia e ulceração intestinal. Contaminação: via oral (presença de forma esporulada no ambiente. toxina ou bactéria), desequilíbrio da flora intestinal, exames post mortem. Patogenia: a não ingestão de colostro permite a maior produção de toxina beta, uma vez que ele possui o fator inibidor da tripsina, o qual neutraliza a toxina beta. Essa toxina age aumentando a permeabilidade e portanto acúmulo de líquido, causando diarreia. Gangrena gasosa e Edema maligno INFECÇÃO EXÓGENA Agentes etiológicos: C. chauvoei, C. perfringens tipo A, C. sordelli, C. septicum e C. novyi O C. perfringens tipo A causa uma gangrena gasosa com aspecto crepitante e o C. septicum causa o edema maligno (edema generalizado em órgãos parenquimatosos). Patogenia: a injúria muscular serve como porta de entrada para os esporos, uma vez que a infecção é exógena. A condição de anaerobiose leva a germinação dos esporos, multiplicação da forma ativa e produção de toxinas que causam necrose tissular, edema, toxemia podendo levar a morte. Contaminação: peles feridas, feridas de mucosas (castração, tosquia, parto), procedimentos vacinais e punções venosas. Diagnóstico diferencial: carbúnculo sintomático Sinais clínicos: febre, taquicardia, anorexia, depressão, edema crepitante no músculo e tecido subcutâneo, músculos quentes e doloridos inicialmente (resposta inflamatóriae liberação de TNF alfa) e depois frios e indolores (necrose), hemorragia, necrose, toxemia e morte. Carbúnculo sintomático ou Peste da Manqueira INFECÇÃO ENDÓGENA Espécies acometidas: bovinos (jovens 3 meses a 2 anos) e ovinos Agente etiológico: C. chauvoei Patogenia: a injúria muscular serve como porta de entrada para o patógeno que fica em latência esperando condição de anaerobiose para a germinação de esporos, multiplicação da forma ativa e produção de toxinas que causam necrose tissular, toxemia e pode levar a morte. *Pode acontecer de, através de uma ferida, o animal ter contato com o esporo, mas não desenvolver a doença. A ferida então cicatriza e depois de uma outra lesão ele germina. Saí da característica exógena para endógena, uma vez que o microrganismo desenvolve uma resposta adaptativa e fica latente, talvez devido a uma carga infectante baixa. Contaminação: bovinos mais jovens, esporos latentes no ferimento ativados por lesões traumáticas. Diagnóstico diferencial: gangrena gasosa Sinais clínicos: celulite gangrenosa, miosite, massa muscular dos membros do dorso e do pescoço afetados, lesão esquelética, claudicação, edema crepitante (aumento da permeabilidade, extravasamento de líquido e acúmulo de gás com aspecto crepitante onde a bactéria coloniza), lesões nos músculos da língua e garganta podendo levar a dispnéia, lesões no miocárdios e no diafragma. Diagnóstico: Fluorescentes (Ac - Ag), hemoglobinúria, pele cianótica e icterícia. Hepatite infecciosa necrosante INFECÇÃO EXÓGENA Os esporos são ingeridos por alimentos contaminados (exógena) e atingem o fígado através da circulação portal. Nesse órgão permanecem por vários anos até encontrar condição de anaerobiose. Agente etiológico: C. perfringens tipo A e C. novyi tipo B Patogenia: quando ocorre lesão hepática os endosporos encontram condição de anaerobiose, favorecendo a germinação de esporos, multiplicação da bactéria e produção de toxina alfa (lectinase) que causa hemólise. Espécies acometidas: ovina (principalmente) e bovina Sinais clínicos: depressão, anorexia, hemoglobinúria, pele cianótica e icterícia. Post mortem: focos de necrose múltiplos no parênquima hepático e, às vezes, n o tecido subcutâneo cianótico. DD: hemoglobinúria bacilar (bovinos). Hemoglobinúria bacilar INFECÇÃO ENDÓGENA Espécies acometidas: mais em bovinos que ovinos Agente etiológico: C. haemolyticum Patogenia: os endósporos estão dormentes no fígado, provavelmente nas células de Kupffer, quando ocorre lesão hepática, ocorre germinação e multiplicação da forma ativa que libera a toxina beta, causando hemólise intravascular com necrose hepática. A hemoglobinúria é decorrente da destruição de hemácias. Neurotropismo Clostridium botulinum Receptores específicos para as terminações nervosas. Causa o Botulismo, doença infectocontagiosa de caráter zoonótico. A bactéria encontra-se no solo e em alimentos contaminados e mal conservados. Forma endosporo subterminal. Toxinas: Tipo A, B, E e F no homem e D, C, C1 e C2 no animal. As toxinas são formadas por cadeia leve, que causa toxidez, e cadeia pesada que faz a ligação da toxina com a célula, ou seja, tem ação efetora. A toxina atua na liberação do neurotransmissor, principalmente acetilcolina. Por isso que no Botulismo, a função do motora do animal é acometida. Tipos de Botulismo ➔ Botulismo alimentar: causado pela ingestão de alimentos contendo as toxinas botulínicas. ➔ Botulismo de feridas: causado pela toxina produzida numa ferida com C. botulinum. ➔ Botulismo infantil: causado pelo consumo de esporos de C. botulinum que germinam no intestino e produzem a toxina. Período de incubação: 3 a 17 dias após a ingestão da toxina. Transmissão Ingestão de carcaça, ossos porosos, ligamentos ou tendões, alimentos contaminados contendo cadáveres fornecido pelo homem, animais com deficiência de fósforo (ingestão de ossos e carcaças em decomposição) Etiopatogenia A toxina ao ser ingerida vai reconhecer as terminações nervosas colinérgicas (agindo no Sistema Nervoso Autônomo) e adentrar o neurônio se ligando às vesículas onde ficam os neurotransmissores, especialmente a acetilcolina. Ocorre então a hidrólise da acetilcolina impedindo assim a transmissão do impulso nervoso e causando paralisia flácida. Sinais clínicos Pupilas dilatadas, membrana mucosa seca, diminuição da salivação, flacidez na língua e disfagia, incoordenação e marcha rígida seguida de paralisia flácida e decúbito, a paralisia dos músculos respiratórios leva à respiração abdominal. Diagnóstico Clínico epidemiológico Laboratorial: cuidado com a manipulação das neurotoxinas. Inoculação em camundongos PCR (a nível de pesquisa) ELISA (muita reação cruzada com outros Gram + resultando em falsos positivos). Quimioluminescência (suspensa pelo Ministério da Saúde, uma vez que trabalha com material radioativo). Teste de neutralização das toxinas em camundongo Tratamento Anti-soro polivalente faz a neutralização de toxinas não ligadas. Tetratilamida e hidrocloridrato de guanidina - melhora a liberação de transmissores nas junções neuromusculares Uso de antibiótico para as bactérias que estão na forma ativa Os animais bem cuidados podem se recuperar sem tratamento Controle Bovinos - vacinação em duas doses no intervalo de 4-6 semanas Restos de comida não devem ser fornecidos Eliminar carcaças Quarentena dos animais infectados Clostridium tetani Causador do Tétano. Forma endosporo terminal. Os equídeos e humanos são os mais suscetíveis. Ruminantes e suínos moderadamente suscetíveis e carnívoros resistentes. Patogenia A bactéria também age em terminações nervosas do Sistema Nervoso Autônomo, mas diferente do que ocorre no Botulismo, o patógeno se liga a vesícula e hidrolisa o inibidor de acetilcolina, o que vai causar o acúmulo desse neurotransmissor e exacerbação na condução do impulso nervoso, causando espasmos e rigidez muscular. *Devido o sistema de feedback, o excesso de acetilcolina também neutraliza a sua ação. Então é muito comum animais que, devido o excesso da acetilcolina, acaba não havendo a ação dela sob o sítio de ligação. Como não tem há diminuição desses espasmos, começa a haver flacidez e então, observa-se um pico de rigidez. Por isso em um determinado momento não se consegue diferenciar os animais com Tétano e Botulismo. Isso é o que chamamos de anergia, isto é, o animal não consegue responder fisiologicamente, pelo excesso do neurotransmissor. Tetanospasmina - bloqueia a liberação de neurotransmissores para sinapses inibitórias (bloqueia a liberação do inibidor de acetilcolina) Tetanolisina - ação a nível de permeabilidade e indução da destruição celular. Está sorologicamente relacionada a outras hemolisinas de clostrídios e à estreptolisina. Animais que foram expostos podem ter anticorpos contra essa toxina. Transmissão Exposição a solo contaminado, a maioria dos casos está associado a traumatismo mínimo, lesão de pele por corpo estranho. Epidemiologia Encontrado em solo fértil e coloniza o trato gastrintestinal de muitos animais, incluindo humanos (forma inativa). O tétano é responsável por muitas mortes em pessoas que moram em regiões subdesenvolvidas. Sinais clínicosSinais clínicos retardo – ferida pode cicatrizar – tétano latente. Ferida na cabeça: observa-se período de incubação mais curto (devido ser próximo do sistema nervoso central, provavelmente também por ter mais quantidade de terminações nervosas) – tétano generalizado. Rigidez e espasmos de músculos – ação das toxinas nas terminações nervosas locais. Sistema nervoso autônomo (sudorese, hipertermia, arritmias cardíacas, flutuações da pressão arterial). Disfagia e expressão facial alterada. Espasmos dos músculos da mastigação podem causar trismo. Opstótono. Diagnóstico Clínico epidemiológico Laboratorial: é necessária a diferenciação da intoxicação pela estricnina, principalmente em cães; os esfregaços preparados a partir de material das lesões e corados pelo método Gram podem revelar formas em raquete; podem ser feitas culturas em anaerobiose do tecido necrótico das feridas; o soro de animais afetados pode ser usado para demonstrar, pela inoculação em camundongos, a neurotoxina circulante. *O diagnóstico de tétano e botulismo pode se confundir no início, uma vez que até que ocorra hidrólise de muitos inibidores de acetilcolina o animal pode ter uma flacidez muscular ou, o contrário, até que ocorra hidrólise de acetilcolina, o animal pode ter rigidez muscular. Isso só acontece no início do processo de liberação dessas toxinas. Tratamento Antitoxina (anticorpo pronto) deve ser administrada de imediato intravenosamente por três dias consecutivos para neutralizar toxinas não ligadas. Toxóide (é o antígeno que estimula resposta humoral) pode ser administrado subcutaneamente para promover uma resposta imunologicamente ativa igual aquela dos animais que receberam antitoxina. Grande dose de penicilina são administradas intramuscular ou endovenosa para destruir células vegetativas de C. Tetani produtoras toxinas nas lesões. Debridamento cirúrgico das feridas e remoção de corpos estranhos, seguidos por lavagem com peróxido de hidrogênio, produzem condições de aerobiose que auxiliam a inibir a replicação bacteriana no local da lesão. Fluidoterapia, sedativos, relaxantes musculares, colocar os animais em locais silenciosos e escuros. Controle Toxóide - 1 dose de reforço pode ser conveniente casa haja nova exposição Em equinos, imediato debridamento da cirúrgico Em animais não vacinados que sofreram sofrimento profundo ou cirurgia deve ser administrada antitoxina. Essa proteção permanece por 3 semanas.
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