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AOL 2 - Tópicos Avançados da Teoria Literária Leia com atenção O Corvo e a Raposa (Christiane Angelotti, adaptação da fábula do Esopo) Um corvo pousou em uma árvore, com um bom pedaço de queijo no bico. Atraída pelo cheiro do queijo, aproximou-se da árvore uma raposa. Com muita vontade de comer aquele queijo, e sem condições de subir na árvore, afinal, não tinha asas, a raposa resolveu usar sua inteligência em benefício próprio. - Bom dia amigo Corvo!- disse bem matreira a raposa. O corvo olhou-a e fez uma saudação balançando a cabeça. - Ouvi falar que o rouxinol tem o canto mais belo de toda a floresta. Mas eu aposto que você, meu amigo, acaso cantasse, o faria melhor que qualquer outro animal. Sentindo-se desafiado e querendo provar seu valor, o corvo abriu o bico para cantar. Foi quando o queijo caiu-lhe da boca e foi direto ao chão. A raposa apanhou o queijo e agradeceu ao corvo: - Da próxima vez amigo, desconfie das bajulações! O texto acima nitidamente um texto em prosa. Sobre os gêneros em prosa é correto afirmar, exceto Um romance sempre deve ter um par romântico. Leia com atenção o texto abaixo e responda o que se pede O lobo e o leão (autor desconhecido) Um Lobo, que acabara de roubar uma ovelha, depois de refletir por um instante, chegou à conclusão que o melhor seria levá-la para longe do curral, para que enfim fosse capaz de servir-se daquela merecida refeição, sem o indesejado risco de ser interrompido por alguém. No entanto, contrariando a sua vontade, seus planos bruscamente mudaram de rumo, quando, no caminho, ele cruzou com um poderoso Leão, que sem muita conversa, de um só bote, lhe tomou a ovelha. O Lobo, contrariado, mas sempre mantendo uma distância segura do seu oponente, disse em tom injuriado, com uma certa dose de ironia: "Você não tem o direito de tomar para si aquilo que por direito me pertence!" O Leão, sentindo-se um tanto ultrajado pela audácia do seu concorrente, olhou em volta, mas como o Lobo estava longe demais e não valia a pena o inconveniente de persegui-lo apenas para lhe dar uma merecida lição, disse com desprezo: "Como pertence a você? Você por acaso a comprou ou, por acaso, terá o pastor lhe dado como presente? Por favor, me diga, como você a conseguiu?" Trata-se o texto acima de um gênero Gênero narrativo. Leia e em seguida responda Silêncio (Clarice Lispector) É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouví-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembranças de palavras. Se és morte, como te alcançar. É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível – sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Ou neve. Que é muda mas deixa rastro – tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: sentiu o silêncio desta noite? Quem ouviu não diz. A noite desce com suas pequenas alegrias de quem acende lâmpadas com o cansaço que tanto justifica o dia. As crianças de Berna adormecem, fecham-se as últimas portas. As ruas brilham nas pedras do chão e brilham já vazias. E afinal apagam-se as luzes as mais distantes. Mas este primeiro silêncio ainda não é o silêncio. Que se espere, pois as folhas das árvores ainda se ajeitarão melhor, algum passo tardio talvez se ouça com esperança pelas escadas. Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece. (LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 2006.) O texto lido é: Conto. Carlos Drummond de Andrade chegou a dizer certa vez que: “Entendo que poesia é negócio de grande responsabilidade, e não considero honesto rotular-se de poeta quem apenas verseje por dor-de-cotovelo, falta de dinheiro ou momentânea tomada de contato com as forças líricas do mundo, sem se entregar aos trabalhos cotidianos e secretos da técnica, da leitura, da contemplação e mesmo da ação. Até os poetas se armam, e um poeta desarmado é, mesmo, um ser à mercê de inspirações fáceis, dócil às modas e compromissos. ” (ANDRADE, 1973). Sobre os gêneros lírico, épico e dramático podemos dizer, exceto: Até os dias de hoje são gêneros muito vivos em nosso meio principalmente do século XVIII. Para Carl Gustav Jung, estudando de forma psicanalítica o teor dos sonhos, este por seu turno, entendeu que os sonhos tinham semelhança narrativa tal como o que entendemos como drama. Perpassando o conceito aristotélico de drama, Jung confirmou que alguns sonhos, apresentavam essa estrutura. São termos da estrutura de Jung, exceto: Retorno. Segundo BREMOND (1966) apud ADAM (1985) o processo narrativo seria apresentado ao interlocutor pela relação feita a partir da configuração vítima - agressor - ajudante, organizados segundo o seguinte encadeamento, exceto por: Regeneração. Os gêneros literários são uma evolução natural dos antigos moldes constituídos, tornando-se padrões estéticos em prol da criação artística. Qual dessas afirmações é falsa? Marque: No gênero lírico, a tendência do escritor é abordar os grandes feitos heroicos. Leia com atenção a citação a seguir, em seguida responda como se pede: Na serra de Ibiapaba, numa de suas encostas mais altas, encontrei um jegue. Estava voltado para o lado e me pareceu que descortinava o panorama. Mas quando me aproximei, percebi que era cego.” (Oswaldo França Júnior, em As Laranjas Iguais). O trecho é um exemplo claro de que do gênero? Assinale a alternativa correta. Narrativo. As frases abaixo são todas de autoria de Mikhail Bakhtin, porém uma delas encontra uma incongruência. Ante aos estudos por nós conferidos nesta unidade, qual destas frases é a incongruente. Um discurso só pode ser realmente interpretado se for proferido na variante padrão da língua. Leia e em seguida responda como se pede. “O emprego da língua efetua-se em forma de enunciados (orais e escritos) concretos e únicos, proferidos pelos integrantes desse ou daquele campo de atividade humana. Esses enunciados refletem as condições específicas e as finalidades de cada referido campo não só por seu conteúdo (temático) e pelo estilo da linguagem, ou seja, pela seleção dos recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais da língua, mas, acima de tudo, por sua construção composicional. [...] Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada campo de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos gêneros do discurso”. (BAKHTIN, em Estética da Criação Verbal) Sobre a caracterização de um gênero discursivo, deve-se observar essencialmente: A forma como se emprega os recursos linguísticos específicos assim como a fixação dos enunciados orais e escritos. Mikhail Mikhailovich Bakhtin foi um filósofo russo, em seus estudos ele conseguiu ampliar com maestria os conceitos levantados por Saussure. Em sua obra, relações sociais que compõem o enunciado. Sobre os estudos de Bakhtin marque a alternativa correta. Enunciar é um ato que cria um vínculo entre o sistema linguístico e o sistema concreto de relações sociais, que se materializam em nossa consciência através dos enunciados. Leia com atenção e responda como se pede Toda palavra usada na fala real possui não apenas tema e significação no sentido objetivo, de conteúdo, desses termos, mas tambémum acento de valor ou apreciativo, isto é, quando um conteúdo objetivo é expresso (dito ou escrito) pela fala viva, ele é sempre acompanhado por um acento apreciativo determinado. Sem acento apreciativo, não há palavra (In: BAKHTIN, Marxismo e Filosofia da Linguagem: problemas fundamentais do Método Sociológico na Ciência da Linguagem. Tradução de Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. São Paulo: Editora Hucitec, 1995, p. 132) É correto afirmar sobre as teorias de Bakthin, exceto: A dimensão nunca emerge de um tom emocional-volitivo. TODOROV (1973) chamará estas funções ou eventos de sequência Narrativa Todorov, todavia sem inovar tanto nos termos trazidos até aqui. Ele fundará sua divisão da sequência narrativa num número de cinco macro proposições. São elas, exceto: Inovação. São José de Anchieta foi um padre católico que fez uso usou um subgênero dramático para narrar sua campanha catequista, no Brasil do século XVI. São sub-gêneros da poesia dramática, exceto: Novela. Leia com atenção. “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói, e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; É um andar solitário entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É um cuidar que se ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?” Luís de Camões De acordo com o que estudamos este famoso soneto pertence ao gênero Lírico. Os contextos e meios de uso fazem muitas vezes que uma palavra de significação negativa no dicionário contraia sentidos positivos. Ou seja, tudo irá depender_____De um terceiro._____ Marque a alternativa ERRADA Erico Veríssimo em INCIDENTE EM ANTARES, promove uma nota um tanto quanto inusitada vejamos: Neste romance, as personagens e localidades imaginárias aparecem disfarçadas sob nomes fictícios, ao passo que as pessoas e os lugares que realmente existem ou existiram são designados pelos seus nomes verdadeiros. Nessa Nota, o autor Quer negar, usando da ironia, a mescla entre ficção e realidade no romance. Leia com atenção esse trecho de um soneto de Vinícius de Moraes e responda “De repente do riso fez-se o pranto Silencioso e branco como a bruma E das bocas unidas fez-se a espuma E das mãos espalmadas fez-se o espanto” Pelos versos mostrados estamos diante de um gênero poético: Lírico. Ferdinand de Saussure “foi um linguista e filósofo suíço, cujas elaborações teóricas propiciaram o desenvolvimento da linguística enquanto ciência autônoma. Seu pensamento exerceu grande influência sobre o campo da teoria da literatura e dos estudos culturais”. (In: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ferdinand_de_Saussure Acesso em 02/03/20). Certa vez, em suas aulas, assim professou: “Sem a linguagem, o pensamento é uma nebulosa vaga, inexplorada”. Sobre os estudos deste ilustre acadêmico, é CORRETO AFIRMAR O signo é composto segundo Ferdinand Saussure por dois elementos, quais sejam, o significado e o significante. “Os signos estão sujeitos aos critérios de avaliação ideológica, coincidindo o seu domínio com o da ideologia e, por conseguinte, todo produto ideológico tem valor semiótico”. (SOBRAL, 1999). Acerca das teorias de Bakthin é CORRETO AFIRMAR. Um sentido linguístico tanto pode ser manifestado como única frase, como pode ser um compêndio de frases unidas ideologicamente formando também um texto. Paul Ricœur que se opunha aos modelos de eventos defendidos por vários autores e teóricos uma vez que estes colocavam a narrativa numa propositura linear. Sobre os trabalhos de Ricœur é correto afirmar, exceto: Ele não ponderava questões relativas ao tempo da obra. Propp (1928/1983) propôs-se a fazer uma espécie de morfologia dos contos de fada, também maravilhosos. Assim como na morfologia linguística, o autor descreveu os contos consoante as suas partes constitutivas, bem como estas em suas relações entre si e com o conjunto. Qual das funções abaixo não estão nos eventos narrativos de Propp O herói é morto e ressuscitado. “Já se disse que o poeta é o homem que vê o mundo com os olhos de criança, quer dizer: o homem que olha as coisas como se as visse pela primeira vez; que as percepciona em sua perene virgindade” (Manoel Bandeira). São gêneros poéticos, exceto: Conto. Segundo BREMOND (1966) apud ADAM (1985) o processo narrativo seria apresentado ao interlocutor pela relação feita a partir da configuração vítima - agressor - ajudante, organizados segundo o seguinte encadeamento, exceto por: Regeneração.
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