Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
8 5BIOT-MT1 Biotecnologia Profª. Drª Natássia Ribeiro Estudos Gênicos ◼Estudos gênicos e genômicos: construção de bibliotecas de DNA e cDNA; hibridização de ácidos nucleicos e sondas gênicas; amplificação de DNA por PCR; sequenciamento de DNA; sequenciamento em larga escala. ◼ Ciências genômicas e sequenciamento de genomas completos: conceitos, definições e desdobramentos; Transcriptomas e proteomas? Características. O Projeto Genoma Humano: estratégias, descobertas, aplicações, desdobramentos e questões éticas. ◼ Identificação genômica: sequências repetitivas e marcadores moleculares utilizados em testes de paternidade e em identificação humana em geral; genética forense; interpretação de resultados de testes. Estudos gênicos e genômicos ◼ Genômica é o termo atribuído a todo e qualquer estudo do genoma. ➢ O Genoma é o material genético dos seres vivos transmitido à sua prole. É constituído pelo DNA. Nos estudos de genômica se objetiva entender como os genes e a informação genética estão organizados dentro do genoma e como essa organização determina a sua função. Estudos gênicos e genômicos ◼ Dessa forma, a genômica permite o estudo de questões complexas da genética molecular como, por exemplo, a manifestação do fenótipo para características quantitativas como é o caso da maioria das características da produção de animais, por exemplo. Estudos gênicos e genômicos ◼ A Genômica Funcional utiliza os dados produzidos pelas análises genômicas para descrever funções e interações dos genes e das proteínas. ◼O foco da genômica funcional é compreender as funções do DNA através dos genes, da transcrição, da tradução, e das interações proteína-proteína. As técnicas mais usadas nessa área são a análise da expressão diferenciada (Diferencial Display – DD), a análise serial da expressão gênica (Serial Analysis of Gene Expression - SAGE) e os microarranjos de DNA (Microarrays). Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/genomica-a-ciencia-que- rompe-fronteiras-e-desafia-os-cientistas/ Estudos gênicos e genômicos ◼ Os genes controlam o desenvolvimento, o funcionamento e a manutenção das células, sendo responsáveis por expressar características que serão herdadas dos progenitores para seus filhos. ◼ Assim, as particularidades de cada organismo são conferidas por seus genes. ◼ Enquanto um irmão herda do seu pai o gene que lhe dá a cor azul do olho, o outro herda da sua mãe a cor castanha. Estudos gênicos e genômicos ◼ E, apesar de um cachorro ser muito diferente de uma aranha, um número surpreendente dos genes encontrados em seus genomas são praticamente os mesmos. ◼ Os seres humanos e os camundongos, por exemplo, são espécies muito semelhantes geneticamente, já que 99% dos genes humanos foram mapeados em camundongos. Estudos gênicos e genômicos ◼ Deste modo, ao mesmo tempo em que os genes explicam as diferenças morfológicas ou funcionais entre as espécies, eles se constituem na base comum que formula essas particularidades. ◼As diferenças entre um organismo e outro se dá pela maneira como os nucleotídeos se distribuem ao longo da molécula de DNA. Estudos gênicos e genômicos ◼ Cada indivíduo tem uma sequência, que difere significativamente de espécie para espécie – e até mesmo dentro da mesma espécie, já que os seres humanos são 99,9% idênticos (geneticamente falando), uma pequena variação de 0,1% que faz cada um ser único. Estudos gênicos e genômicos ◼ “Quando falamos em diferenças genéticas, estamos falando somente da composição da sequência de DNA comparada entre duas ou mais espécies. Estamos indicando o número de nucleotídeos que são diferentes entre uma espécie e outra. Outros fatores, como os que envolvem formação e composição das proteínas, silenciamento e ativação diferencial de genes, elementos reguladores do genoma e algumas variações estruturais, não são considerados. Todos esses fatores em conjunto levam à grande diversidade existente e influenciam diretamente nas diferenças morfológicas vistas”, Explica Tábita Hünemeier, professora do Instituto de Biologia (IB) da USP. A informação genética de cada ser vivo, contida em seu DNA, é única. A sequência completa do DNA de um organismo compõe o seu genoma. Fonte: DvComun/Esalq/USP Mutações; Sequenciamento ◼ A partir da genômica, área da ciência que estuda o genoma de um organismo, muitas informações importantes são obtidas, como a presença de mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 – genes de suscetibilidade ao câncer de mama. ◼ Para obter essas informações, pesquisadores utilizam diversas técnicas moleculares que se baseiam em extrair, amplificar, sequenciar e analisar o material genético de um determinado organismo. Mutações; Sequenciamento ◼ Inicialmente, é realizada a extração do DNA, que pode ser obtido de qualquer região do corpo, a depender sempre da pergunta que se quer responder. Após esse passo, é necessário amplificar esse DNA, para que seja aumentado o número de cópias da molécula, facilitando as análises subsequentes. ◼ Em seguida, é necessário sequenciar o genoma, que significa obter a ordem dos nucleotídeos do DNA de uma determinada espécie – no caso do ser humano, os seis bilhões de bases nitrogenadas. ◼ E por fim analisar os dados obtidos, seja com base em estudos já publicados, ou inferir resultados pioneiros. ◼As descobertas com esse tipo de estudo são variadas, incluindo pesquisas relacionadas à saúde, alimentação, extinção de espécies etc. ◼ Ao realizar a comparação genética de diferentes espécies, os cientistas descobriram, por exemplo, quando a vida surgiu na Terra – há cerca de 3,5 bilhões de anos –, além de concluírem que os genes são passados de geração a geração, e por processos evolutivos, modificações ocorridas no DNA dão origem a novas espécies. Estudos Genéticos gene dihidrofolato redutase (DHFR) Mutações; Sequenciamento ◼ Atualmente, o sequenciamento do genoma humano é considerado a parte fácil do trabalho. ◼ Enquanto o custo do primeiro genoma humano foi de quase três bilhões de dólares, hoje já é possível obtê-lo por menos de mil dólares. ◼ A parte difícil do trabalho é como desvendar o significado de uma sequência de DNA, um grande desafio para os cientistas, que encontram muita informação, a ponto de não saber o que fazer com ela. ◼ Afinal, são milhões de letras que contam sobre a vida de um organismo. Mas as histórias escritas por essas letras não são simples de serem decifradas. Mutações; Sequenciamento ◼ O sequenciamento de um DNA é só uma ponta do iceberg. Após sua obtenção, são necessárias análises computacionais árduas para identificar quais trechos da sequência correspondem a genes, comparar a sequência com indivíduos da mesma espécie e de espécies diferentes etc. ◼ Para a obtenção dessas informações, dentro da genética, há o mundo das “ômicas”, como: ◼ a genômica, ciência que estuda o genoma de uma espécie a partir da obtenção da sua sequência, com o objetivo de entender a sua estrutura, organização e função. Mutações; Sequenciamento ◼ Há também: ◼ A transcriptômica, que analisa as moléculas de RNA; ◼ A proteômica, que estuda as proteínas formadas pela expressão gênica; ◼ A metabolômica, que estuda as pequenas moléculas orgânicas, etc. A integração de todas essas ferramentas tem permitido resultados muito promissores. Mutações; Sequenciamento ◼ “A genética tem passado por várias revoluções nas últimas décadas, que foram intensificadas nos últimos 10 anos. A meu ver, a grande revolução em relação à genética médica é o Clustered Regularly Interspaced Short Palindromic Repeats (CRISPR, na sigla em inglês) – que consiste em uma técnica capaz de editar o genoma de uma determinada espécie –, pois pela primeira vez temos a oportunidade de reverter os fenótipos afetados pela edição direta das regiões que contém mutações patogênicas. Nesse contexto acho que teremos ainda mais avanços, e com eles surgirão discussões éticas a respeitodos limites para o uso dessa nova técnica” (Tábita Hünemeier, professora do Instituto de Biologia (IB) da USP). Biblioteca Genômica e de cDNA Biblioteca Genômica ◼ É uma coleção de clones que representam a totalidade do genoma de um determinado organismo Características das Bibliotecas de DNA ◼ São usadas para principalmente para procariotos ◼ Em eucariotos usa-se biblioteca genômica para estudo de regiões reguladoras ◼ Independe do tipo de célula utilizada para a obtenção do DNA Biblioteca de cDNA ◼ É o conjunto de clones das seqüências codificadoras que estão sendo expressas pela célula naquele momento, obtido através da clonagem de moléculas cópias do mRNA. ◼ É usada principalmente para células eucarióticas. ◼ Varia de acordo com o tecido utilizado. E ta p a s n a c o n s tr u ç ã o d e u m a B ib li o te c a B a c te ri ó fa g o s B a c te ri ó fa g o s C o s m íd io s ◼ É a formação de molécula fita dupla, através do pareamento de duas fitas de DNA ou uma de DNA e outra de RNA complementares, mas de origens diferentes ◼ Hibridização Renaturação HIBRIDIZAÇÃO DOS ÁCIDOS NUCLÉICOS ◼ Triagem de Bibliotecas Genômicas ◼ Diagnóstico molecular ◼ Tipagem molecular ◼ Teste de paternidade ◼ Medicina forense Aplicações Triagem de uma biblioteca Conhecer parte da seqüência do gene Seqüência completa do gene Sonda de DNA Utilizar sonda de oligonucleotídeos derivado de uma proteína Codon degenerado Conhecer cerca de 6 aa contíguos Anticorpos 1- Detecção do produto do gene pelo uso de anticorpos Marcação da Sonda de DNA •Radioativa: 32P •Não radioativa • peroxidase, • fosfatase alcalina SONDA de DNA - Seqüência de DNA Marcada Marcação da Sonda de DNA •Enzimática: peroxidase, fosfatase alcalina Desnaturação DNA DNA fita simples Ligação Fraca (DNA+ Peroxidase) Sondas Covalentemente marcada com a enzima + peroxidase complexada com polimero positivo + glutaraldeído 2- Detecção do DNA através da técnica de hibridização 1 2 3 456 Placas com Colônias contendo os plasmídeos Lise das Bactérias – Desnaturação do DNA SondaFilme de Raio - X 2- Detecção do DNA através da técnica de hibridização Caracterização da seqüência encontrada • Seqüenciamento de DNA • PCR • Expressão da seqüência codificadora Southern Blot - DNA Northern Blot - RNA Western Blot - Proteína Análise do DNA e RNA por eletroforese em gel e "blotting". ◼ Várias técnicas foram desenvolvidas baseadas nas propriedades de hibridação dos ácidos nucleicos visando a triagem e isolamento de sequências específicas destas moléculas. A maioria destas técnicas, trabalha com uma réplica do DNA de interesse imobilizado num suporte sólido tal como uma membrana de nailon ou de nitrocelulose. ◼ Um destes métodos, desenvolvido na década de 70 por E.M.Southern, tornou-se conhecido por "Southern blotting". Análise do DNA e RNA por eletroforese em gel e "blotting". ◼ Nesta técnica o DNA é digerido com uma ou mais enzimas de restrição e os fragmentos resultantes separados por eletroforese num gel de agarose. ◼ Os fragmentos de DNA dupla fita são visualizados por coloração com brometo de etídio, denaturados ‘in situ" com hidróxido de sódio e transferidos para uma membrana por capilaridade, com o auxílio de uma solução de alta concentração salina. Análise do DNA e RNA por eletroforese em gel e "blotting". ◼ Tais condições permitem que o DNA seja retido na membrana no ponto de contacto entre o gel e a membrana, criando portanto uma réplica do gel. ◼ O DNA é covalentemente ligado à membrana usando-se calor ou luz ultravioleta. ◼ Sondas de ácidos nucleicos (DNA ou RNA marcados radioativamente) podem ser utilizadas para hibridar com o DNA fixado na membrana e a posição na qual a ligação específica ocorrer pode ser detectada por autoradiografia da membrana (Figura. 31). (a) Electrophoresis of nucleic acids. (b) An agarose gel loaded with six digested DNAs and stained with ethidium bromide. The scale on the left corresponds to DNA size markers. (c) Transfer of nucleic acids to a nylon membrane by capillary action. (d) Southern blot of the agarose gel in (b) hybridized with a radio-labelled DNA probe. (The positions of the size markers are indicated.) Análise do DNA e RNA por eletroforese em gel e "blotting". ◼ O padrão de hidridação pode ser comparado diretamente com a região no gel original que contém a sequência de DNA de interesse. ◼ Southern blotting é uma técnica tão poderosa que permite que as informações obtidas sejam utilizadas para a construção de um mapa de restrição de uma determinada parte do DNA clonado, por exemplo, para identificar a região que contém o gene de interesse. ◼ Esta técnica possibilita também que as sondas de ácidos nucleicos sejam utilizadas para diagnósticos de distúrbios genéticos, ensaiando-se o DNA genômico dos indivíduos afetados e de seus familiares. • Sonda: seqüência de DNA marcada Transferência de DNA do gel para a membrana Southern Blot Análise do DNA e RNA por eletroforese em gel e "blotting". ◼ De modo análogo, moléculas de RNA também podem ser identificadas após serem separadas por eletroforese, transferidas para nitrocelulose, sofrerem hibridação com sondas de DNA ou RNA. ◼ Esta técnica de analisar RNA, por analogia ao Southern blotting, recebeu o nome de Northern blotting. ◼ Esta técnica é útil como auxiliar na análise de clones de cDNA porque, o tamanho do mRNA específico pode ser comparado com o tamanho dos cDNAs clonados, revelando a integridade dos clones. Além disto, esta técnica permite indicar em qual tecido ou tipo celular um determinado gene é expresso ou quais são os fatores que regulam a sua expressão . 4. Geração de uma sonda marcada pGEM-T dATP dGTP dTTP dCTP 1. Extração do DNA 2. Eletroforese do RNA 3. Transferência para a membrana 5. Hibridização 6. Visualização Northern Blot – RNA Método de análise de ácidos nucléicos ANÁLISE DO CLONE RECOMBINANTE ◼ Um passo crucial na Tecnologia do DNA recombinante é encontrar o clone correto na mistura de clones que foi criada durante os procedimentos da confecção da biblioteca genômica ou de cDNA. ◼ Embora seja relativamente fácil selecionar as colônias que abrigam os vetores de clonagem usando os marcadores de resistência a antibióticos que estão presentes nos vetores é muito mais difícil selecionar o clone que contenha o gene de interesse. ANÁLISE DO CLONE RECOMBINANTE ◼ Note que no caso do vetor ser um plasmídeo deverão ser examinadas milhões de colônias de bactérias crescidas em placas de petri contendo agar, para a detecção daquela(s) colônia(s) que produza(m) pequenas quantidades da proteina expressa pelo gene de interesse ou então que possua(m) o gene de interesse sem qualquer expressão proteica que o caracterize. ◼ Será discutida a situação mais comum onde a proteina não é expressa e a análise será feita através da própria presença do DNA de interesse no fago ou na bactéria. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Como pode ser detectado um gene de interesse entre as colônias da biblioteca genômica ou de cDNA, se este gene não é expresso? ◼ Quando o DNA em solução aquosa é aquecido à 100° C, ou exposto à pH alto, as bases complementares que normalmente seguram as duplas hélices juntas são dissociadas em duas fitas simples. Este processo é chamado de denaturação. ◼ Estas mesmas fitas simples poderão se reassociar se forem conservadas à 65° C, por longos períodos, num processo chamado de renaturação (ou hibridação, quando a associação ocorre entre ácidos nucleicos de diferentes origens). ◼ Reações de hibridação ocorrem entre qualquer duas cadeias de ácidos nucleicos de fita simples (DNA:DNA, RNA:DNA ou RNA:RNA) desde que tenham sequências de nucleotídeos complementares. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Esteprincípio da hibridação molecular é fundamental para caracterizar DNAs recombinantes quando o gene de interesse não é expresso. ◼ Sondas de ácidos nucleicos (fragmentos de ácido nucleico marcados radioativamente, geralmente com 32P) são utilizadas para localizar clones, numa biblioteca genômica ou de cDNA, que carreguem uma sequência de DNA de interesse. ◼ Após a confecção da biblioteca genômica (ou de cDNA) os fagos carregando DNA recombinante são espalhados juntamente com uma suspensão de bactérias numa placa de petri contendo meio de cultura sólido. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Uma vez visualisadas as placas de lise (ou as colônias, no caso do vetor ser um plasmídeo) é preparada uma réplica de cada placa de petri com uma membrana de náilon ou de nitrocelulose. Este processo permite a transferência de uma porção de fagos de cada placa de lise (ou de bactérias de cada colônia) para a membrana, de tal maneira que o padrão das placas de lise da placa de petri original seja mantido na membrana. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Para identificar qual das placas de lise porta o gene de interesse esta membrana é tratada para expor e desnaturar o DNA das colônias ali presentes e incubado com uma solução de DNA ou RNA fita simples, marcado radioativamente e complementar ao gene de interesse para permitir a hibridação. ◼ Dois polinucleotídeos simples fitas somente irão se hibridar se forem complementares. Triagem de uma biblioteca genômica ou de cDNA, construídas no fago g , com uma sonda molecular para encontrar um clone de interesse. Esta triagem é feita espalhando-se os fagos previamente incubados numa cultura de bactérias, em várias placas de agar. Depois que as placas de lise tornam-se visíveis, são feitas as réplicas em membrana de nitrocelulose, seu DNA é exposto e hibridizado com a sonda molecular. A posição do clone recombinante de interesse é identificada através de autoradiografia. O DNA é isolado dos fagos presentes na placa de lise positiva, identificada na placa de petri original e submetido à análises posteriores O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Esta sonda molecular radioativa pode ser parte de um gene já clonado para o qual se procura o gene total, pode ser o DNA de um gene vizinho ao gene de interesse, pode ser o RNA de genes que são expressos em tecidos específicos ou em estágios específicos do ciclo celular, ou mesmo o gene de uma outra espécie que codifica para a mesma proteína. ◼ Neste último caso, a reação de hibridação pode ser realizada em baixa temperatura (420C ao invés de 650C) e em baixa concentração de sal (baixa estringência) para permitir a hibridação mesmo entre DNAs que tenham algumas bases não complementares. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Genes que respondem a um mesmo mecanismo de regulação podem ser identificados numa biblioteca de cDNA por hibridação diferencial. Isto é, genes expressos em tecidos específicos, em estágios específicos do desenvolvimento ou do ciclo celular e genes regulados por fatores de crescimento são adequados para serem analisados por este tipo de abordagem. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse Para esta identificação é necessário produzir duas populações celulares (ou extrair mRNA de dois diferentes tecidos) uma na qual eles não se expressam e outra na qual eles se expressam. Suponha por exemplo, que uma biblioteca de cDNA seja preparada usando o mRNA isolado de células tratadas com fatores de crescimento. Esta biblioteca é plaqueada e transferida para dois conjuntos de membranas de nitrocelulose. Um conjunto é ensaiado com DNA marcado radioativamente preparado por transcrição reversa do RNA das células tratadas com os fatores de crescimento. O outro conjunto de filtros é hibridado com cDNA preparado de células não tratadas. Clones positivos identificados por hibridizar mais fortemente com a primeira sonda codificam mRNAs induzíveis pelos fatores de crescimento. Clonagem de genes regulados por fatores de crescimento através de hibridação diferencial. Esta estratégia é utilizada para clonar uma família de genes que são induzidas quando células quiescentes são estimuladas a crescer pela adição dos fatores de crescimento O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Quando o DNA a ser clonado expressa uma proteina cuja sequência é conhecida pode-se inferir a sequência de um trecho de DNA que lhe deu origem e sintetizar oligonucleotídeos que lhe sejam complementares para serem utilizados como sondas moleculares. ◼ Estes nucleotídeos devem ter pelo menos 17 a 20 nucleotídeos de comprimento para ser específico para a sequência procurada. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Um problema enfrentado para sintetizar estes oligonucleotídicos é a degenerecência do código genético. Alguns aminoácidos são codificados por quatro ou mesmo seis diferentes códons e portanto mesmo um pequeno polipeptídeo pode ter sido codificado por várias sequências de DNA. ◼ Para contornar este problema as sondas oligonucleotídicas são algumas vezes sintetizadas como uma mistura de todas as possíveis combinações dos códons que são traduzidas naquela sequência proteica. ◼ Uma destas sequências é correta e irá hibridar com o clone de interesse, mas a possível hibridação dos outros oligonucleotídeos com sequências sem interesse pode levar a obtenção de clones falsos positivos. O uso de sondas moleculares de ácidos nucleicos para identificar o gene de interesse ◼ Uma variação deste método é utilizar o menor número possível de oligonucleotídeos como sonda, escolhendo a região da proteina que contém o menor número possível de códons degenerados (por exemplo, metionina é somente codificada pelo códon AUG). Deve-se levar em conta também qual é o códon de uso mais frequente para cada aminoácido, na espécie que está sendo analisada Questões ENADE Biotecnologia QUESTÃO 6 (2010) ◼ Microrganismos, como a bactéria Helicobacter pylori, são usados como marcadores de migração de populações e ancestralidade de diversos povos por possuírem altas taxas de mutação em seus HouseKeeping genes (genes essenciais). O registro dessas alterações pode indicar o índice de ancestralidade e o padrão de migração de populações. A técnica de biologia molecular de maior valor científico para o reconhecimento das variações genéticas nesses microrganismos, por possibilitar a comparação entre espécies isoladas de diferentes fontes e oferecer resultados finais inequívocos, é: a) A análise de diferentes fragmentos gerados por enzimas de restrição e separados por eletroforese (RFLP). b) A amplificação de fragmentos de DNA de forma randômica (RAPD), para comparação dos segmentos produzidos ao término da reação. c) A reação em cadeia pela polimerase (PCR), que amplifica sequências passíveis de serem confrontadas entre espécies. d) O sequenciamento de DNA, que possibilita a identificação da sequência das bases nitrogenadas das moléculas, favorecendo as análises comparativas. e) A citometria de fluxo, que possibilita a separação de frações espécie- específicas, facilitando a comparação entre espécies. ◼ Nos dias de hoje, observa-se crescente preocupação com a identificação e a rotulagem de determinados materiais, tais como alimentos e subprodutos que contenham organismos geneticamente modificados (OGMs), mais pela ótica do direito do consumidor final à informação do que por uma preocupação mais específica quanto à segurança. Há que se considerar os requisitos técnicos que devem ser cumpridos pelos centros responsáveis pelo armazenamento, manutenção e distribuição de material biológico, bem como a necessidadede que os métodos e processos de medição associados às atividades de manipulação e produção sejam estabelecidos com rigor técnico. BRASIL. Ministério da Ciência e Tecnologia. Sistema de Avaliação da Conformidade de Material Biológico. Brasília, SENAI/DN, 2002, p.11 (com adaptações). Tendo como referência o texto acima, faça o que se pede nos itens a seguir: a) Em relação a possíveis impactos ambientais e efeitos sobre seres vivos, quais motivos justificam a preocupação da população com a segurança na produção e distribuição de OGMs? b) Quais os possíveis benefícios que a utilização de OGMs pode trazer à população humana? Questões ENADE Biotecnologia
Compartilhar