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UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA – UNIARA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RELATÓRIO SOBRE PERCEPÇÃO NO PARQUE ECOLÓGICO DO BASALTO NOMES: Erika de Lima Bersi – 03123-036 Grazieli Moreira Cordeiro - 03123-006 Murilo Henrique Pereira – 031223-013 Patricia Regina Alves - 031223-012 Profs. responsáveis : Prof. Me. Eduardo Donato Alvez Prof. Dr. Olavo Nardy Profa. Dra. Teresa Kazuko Muraoka Araraquara 2023 Introdução Os parques urbanos são produto da era industrial, com o processo de urbanização das cidades e a destruição das florestas, a ideia de jardins e parques veio para contrastar com o ambiente urbano na tentativa de recuperar a qualidade de vida, porém em 2000, baseado na lei n.9.985 (SNUC) a ideia de criação de parques se direciona a preservação da biodiversidade e promoção de bem-estar, assim assumindo um importante papel na busca do equilíbrio ecológico e da cidade. A criação de um parque traz inúmeros benefício à população, pois consiste na preservação de área verde, que vem sendo destruída com crescimento urbano, também ajuda amenizar o calor, contribui com a infiltração da água da chuva, diminuindo a incidência de enchentes, é muito utilizado no incentivo a educação ambiental, proporciona ar puro, lazer, refúgio de fauna, onde muitas espécies encontram abrigo e alimento, entre outro benefícios. O Parque Ecológico do Basalto, vem atendendo a todos esses requisitos, sendo um “oásis ecológico" no meio urbano, fica localizado entre os bairros Jardim Pinheiros e Parque Residencial São Paulo, na área leste de Araraquara. Foi criado no local da antiga Pedreira Santo Antônio, que fazia extração de rochas de basalto, a partir de 1938, o ano em que foi fundada. Entre 1968 e 1969 esse local ficou abandonado, pois a pedreira foi desativada, devido ao crescimento da cidade, aproximando a área urbana do local. No ano de 1996, a Universidade Uniara demonstrou interesse por essa área, que permanecia abandona até então, para a construção de um parque de uso múltiplos, uma área de mais de 64.000 m2, a Uniara obteve cessão da área pelo prazo de 20 anos, que foi oficializada no dia 5 de julho de 1998, foi criado espaço para turismo ecológico, educação ambiental, lazer e também reserva para pesquisas, e a inauguração do parque para a visitação pública ocorreu em 12 de outubro de 2000 (CUNHA, 2009), foi criado no local diferentes ecossistemas artificiais, pois era impossível uma reconstrução do ecossistema local, devido à falta de registros e também aos danos sofridos ao decorrer dos anos, criando no meio da cidade de Araraquara local importante para restituição da fauna pois passou a abrigar grande diversidade de aves, insetos, entre outras espécies, e também grande diversidade botânica com espécies nativas e exóticas. No ano de 1998 a administração do parque foi passado o para DAAE (Departamento Autônomo de Água e Esgoto), o parque passou 4 anos fechado para visitação e passou por um processo de revitalização, e o DAAE em parceria com a prefeitura de araraquara reabriram o parque dia 5 de junho de 2022, no dia do mundial do meio ambiente, o parque é aberto para visitação de terça a domingo, das 8h às 18h, e continua sendo um espaço para pesquisas, turismo, educação ambiental e lazer, enriquecendo a cidade de araraquara com sua beleza e biodiversidade. 1- Descrição sobre a saída A visita ao Parque Ecológico do Basalto ocorreu no dia 18 de março de 2023, no período da manhã iniciamos a visita às 8h e se estendeu até às 11h. Ao chegar ao parque recebemos orientações dos professores Me. Eduardo Donato Alvez, Dr. Olavo Nardy e Dra. Teresa Kazuko Muraoka, sobre cuidados na trilha, ao que ficarmos atentos durante a visita, entre outras coisas. Estávamos em grupos de três ou quatro pessoas, e fomos divididos em três grupos maiores, cada grupo ficou sob a responsabilidade de um professor, nosso grupo foi acompanhado pela Profa. Dra. Teresa Kazuko Muraoka, recebemos três pontos já georreferenciados, e fomos orientados a no decorrer da visita georreferenciar mais três pontos dos quais mais nos chamasse atenção, os dados foram coletados através de observações com relação a parte biológicas e não biológicas, interações biológicas, temperatura ambiente, som, cor, cheiro, identificando assim suas diferenças, aprendendo a observar melhor os ambientes da flora e da fauna que está sendo estudado, identificar suas peculiaridades, e notar características padrões e não padrões em cada um deles. Descrição dos 3 pontos georreferenciadas para ser observado: Ponto 1 – Parede de Basalto Geolocalização: 21°46’23.7”S 48°07’51.8”W Neste ponto encontra-se uma grande parede de rochas basalto em formato de colunas. Por entre essas rochas escorre água e possui algumas variedades de plantas, por exemplo: as samambaias. Além dessas plantas é possível notar raízes de árvores que desceram pelas rochas até o solo. O córrego possui cor marrom esverdeado e possui próximo ao córrego, pontos de alagamento. Nestes pontos algumas espécies de aves frequentam. A temperatura local possui sensação térmica próxima a temperatura prevista para aquela manhã daquele dia. E tinha um mau cheiro como de esgoto. Foto 1 – Parede de rochas basalto onde se observa o formato de colunas e várias espécies de vegetação. Foto 2 – raiz de arvore que desceu sob a rochas até o solo. Foto 3 – ponto de alagamentos frequentado por algumas espécies de aves. Ponto 2 – Local da Queimada de 27 de outubro de 2020 Geolocalização: 21°46’17.2”S 48°07’53.0”W Local bem aberto com bastante luz solar direta. Uma parte ainda permanece sem vegetação e possui o solo seco. Ainda é possível notar parte da vegetação que foi queimada por entre os bambus brasileirinhos e uma quaresmeira que não resistiu à queimada. O cheiro da queimada ainda é bem forte apesar do tempo que passou. A sensação térmica é ainda mais quente comparado com os outros pontos observados. No local foi feito um plantio de árvores para diminuir os impactos provocados pela queimada e reconstruir o ambiente de preservação. Possui um formigueiro de Saúvas, na entrada do formigueiro possui duas colorações de terras e a presença de argila indicando que esse formigueiro já alcançou uma camada mais profunda da terra. Foto 4 – tronco que restou da queimada, hoje é utilizado como ponto para fotos principalmente de crianças. Foto 5 – área de replantio, podemos observar o solo seco e o berçário de árvores recém plantadas. Ponto 3 – Ponto Geolocalização: 21°46’17.2”S 48°07’51.8”W A primeira coisa que se percebe neste ambiente é a temperatura mais fresca e o ar mais húmido comparado com os outros ambientes e com pouca luz solar direta. O som deste ambiente é construído de vários elementos como o som da água que corre pelo córrego, a dos variados pássaros, cigarras e grilos. É possível visualizar uma grande variedade de insetos como borboleta, libélulas e etc. Podemos identificar uma vegetação verde, saudável e equilibrada, e a numerosa quantidade de espécies que se beneficiam deste ambiente, como insetos que se alimentam de folhas, plantas que se desenvolveram em troncos de árvores, insetos sob a água, e também identificamos um cheiro que lembra material orgânico em decomposição. Foto 6 – local com bastante vegetação, temperatura agradável e variedades de insetos e pássaros. Foto 7 – folhas cortadas indicando que insetos se beneficiam do ambiente. 2- Descrição dos 3 pontos da escolha do grupo Ponto A - Aranhas Geolocalização: 21º46’22.79’’S48º07’47.27’’W O primeiro ponto que foi escolhido pelo grupo, trata - se de um local que possui boa iluminação, uma temperatura ambiente que no dia da visita estava ameno. Era possível observar em meio o jardim, tecimentos de teias, em sua quietude e silêncio, observamos ali uma fêmea de coloração esverdeada e preta da espécie Nephila clavipes, conhecida popularmente como aranha fio de ouro. Ao canto da teia, podíamos observar também uma outra aranha de diâmetro menor, sendo o macho da espécie.Esses invertebrados como todas as aranhas também possuem peçonha, que por sua vez não gera nenhum grande risco para o ser humano se houver uma picada. Essa espécie possui ampla distribuição na mata atlântica e pode realizar dispersão por balonismo para migração, utilizando sua seda e o ar. Suas teias possuem objetivos como ruptura de insetos, utilizando energia cinética, proteger seus ovos e fazer abrigos no alto de árvores ou arbustos. Foto 8 – Tecimento de teias da aranha fio de ouro no alto da vegetação no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. Foto 9 – Macho da espécie Nephila clavipes em sua teia no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. Foto 10 – Fêmea da espécie Nephila clavipes em sua teia no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. Ponto B - Cupinzeiros Geolocalização: 21º46’32.2’’S 48º07’47.6’’W Como segundo ponto, observamos uma árvore com muitas ramificações e folhagens, essas que faziam todo local ao redor ficar sobre uma sombra, o que ajudava a diminuir a temperatura do ambiente. O lugar tinha bastante vegetação, e nesta árvore em questão podíamos observar uma linha escura que percorria todo o seu tronco desde o chão até onde se podia ver em sua totalidade. Esse caminho de cupins era muito notável, porém não conseguimos visualizar nenhum desses animais sociais que trabalham em conjunto para formar sua moradia, os cupinzeiros, esses que são produzidos por pequenas partículas de solo e misturada à saliva do animal. Foto 11 – cupinzeiro em árvore no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. Em outros pontos observamos também a presença de cupinzeiros, porém neste em particular pelo tamanho e localização da árvore, pode se notar sua presença como uma interação biológica, que é o trabalho em equipe para construir um cupinzeiro tão extenso e grande a ponto de confundirmos com uma casa de joão de barro. Foto 12 – cupinzeiro em árvore no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. Ponto C – Lianas Geolocalização: 21º46’30.9’’S 48º07’47.4’’W Esse ponto chamou a atenção do grupo, devido ao crescimento de plantas que pareciam cipós, também chamadas de trepadeiras por sua capacidade de crescer e chegar ao topo de muitas arborizações em regiões tropicais. Foi possível observar que aquelas vegetações estavam cobrindo boa parte das árvores nativas do parque, porque elas vão crescendo até atingir o ponto mais alto e assim ter mais alcance do sol, consequentemente de sua luz. Porém, ao crescer e cobrir a copa de uma árvore com suas folhas, a liana pode ocasionar a morte da mesma, devido ao fato de dificultar a fotossíntese pela ausência da luz solar para a planta. Foto 12 – Liana em grande parte de vegetação atingindo copa de árvore no parque basalto na cidade de Araraquara - SP. O ponto que mais chamou a atenção do grupo foi a area da queimada Geolocalização:: 21º46´18.03" S 48º07'52.95" W Ao passar por uma região algo nos chamou muita a atenção, é incrivelmente perceptível, o cheiro de queimado nesta parte, folhas e plantas no solo tem cheiro e coloração diferentes das demais que não sofreram impacto, apesar do ocorrido, não ser recente, nota-se uma grande presença química ali envolvida. Podemos reparar que, o bioma em volta ainda está se recuperando, também foi feito um reflorestamento no local, que ainda é um berçário e demandará algum tempo, para que a resiliência aconteça. É nosso dever, a preservação e a salvação da vida no ecossistema. As queimadas são um grande problema e prejudicam diretamente a vida dos animais como a capivara, tatu e várias espécies de pássaros, podendo até levar algumas espécies à extinção, quando ocorrem em seu habitat natural. A questão das queimadas nos Biomas brasileiros é recorrente, por exemplo, no Pantanal, uma queimada nessa proporção é inédita. As consequências são proporcionais à extensão das áreas queimadas, o que acarreta prejuízos para o Bioma e consequentemente, para a sua biodiversidade. Após o fim das queimadas, com o trabalho intenso dos brigadistas e voluntários e também com a chegada das chuvas, o prejuízo não cessa. O solo perde boa parte da sua flora nativa; os animais que tinham mais mobilidade fogem da área, outros muitas vezes não têm a mesma sorte e morrem queimados. Os que sobreviveram, sofreram com a falta de alimento e abrigo. O equilíbrio ecológico foi afetado de forma significativa e a sua recuperação levará tempo. As cinzas depositadas no solo serão carreadas para a atmosfera e para os rios e lagos, alterando as suas características físicas e químicas e, mesmo aqueles animais que vivem na água, sofrem as consequências indiretas das queimadas. Apesar da sua resiliência, será necessário o acompanhamento da recuperação do Bioma Pantanal. Este trabalho traz uma reflexão das possíveis consequências dessa queimada e também, dos desafios que serão enfrentados pelas espécies nativas deste bioma. O aumento do desmatamento impacta diretamente na biodiversidade, e isso prejudica em escalas locais e regionais. Como algumas espécies têm distribuição muito restrita, esse processo pode até gerar a extinção de plantas e animais. É evidente que as queimadas atingem de forma prejudicial nossa atmosfera, sabendo-se que os gases liberados não desaparecem ano a ano. O monitoramento por satélite ajuda para que a queimada não seja ainda pior e mais catastrófica, assim podendo salvar parte do nosso bioma que possivelmente seria prejudicado sem esses monitoramentos. A queimada representa um grande risco à nossa saúde, especialmente aqueles que têm problemas crônicos. O reflorestamento é essencial para a preservação de nossa fauna e flora, temos o dever de proteger e preservar o nosso planeta. O reflorestamento é de grande importância no combate às mudanças climáticas. No aumento dos recursos hídricos, na redução dos prejuízos com enchentes, no aumento do estoque sustentável de madeira legal, sequestro de CO2 e redução do efeito estufa. 3- Referências bibliográficas ● Dissertação UNICAMP: “Variabilidade genética e filogeografia de Nephila clavipes (Araneae: Nephilidae)” por Bartoleti, Luiz Filipe de Macedo, ● Food resources exploited by termites (Insecta: Isoptera), Toledo Lima, Juliana e Maria Costa-Leonardo, Ana link:https://www.scielo.br/j/bn/a/P4qy6wWthZhJgNdqbT7qxtx/abstract/?la ng=pt ● Eduardo Barni, Paulo e Oliveira Wanessa da Silva, Eveline ( Universidade Estadual de Roraima/UERR) Link:https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/235 ● TP Chaves, SM Souza, AC de Freitas - Revista Sustinere, 2020 - e-publicacoes.uerj.br palavra chave: Queimadas ● PM Fearnside - Estudos Avançados, 2002 - SciELO Brasil palavra chave:: Emissão de Gases ● DC Granemann, GL Carneiro - Revista de engenharia e …, 2009 - queimadas.dgi.inpe.br palavra chave: Focos de Incêndio ● H Ribeiro, JV Assunção - Estudos avançados, 2002 - SciELO Brasil palavra chave: Efeitos da queimada na saúde humana ● JHT Rocha, AJM Santos, FA Diogo, C Backes… - Floresta e …, 2015 - SciELO Brasil palavra chave: Restauração Florestal https://www.scielo.br/j/bn/a/P4qy6wWthZhJgNdqbT7qxtx/abstract/?lang=pt https://www.scielo.br/j/bn/a/P4qy6wWthZhJgNdqbT7qxtx/abstract/?lang=pt https://periodicos.uerr.edu.br/index.php/ambiente/article/view/235
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