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Trabaho de Prática Simulada Constitucional - Rafael Lacerda - 202303936303

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO RIO DE JANEIRO
1. Preâmbulo
SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO ESTADO Y, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o nº ..., com sede na rua ..., bairro., cidade ..., estado ...., vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por seu advogado constituído pelo instrumento de procuração anexo e que recebe intimações de foro geral em seu endereço profissional sito na rua ..., com escritório situado na ...., bairro ..., na cidade de ..., com fundamento no art. 5º, LXX da Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei n. 12.016 de 2009, impetrar o presente
 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO COM PEDIDO LIMINAR
em face do Ilustríssimo Senhor SECRETÁRIO ESTADUAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ESTADO Y, o qual é vinculado à pessoa jurídica do Estado Y, pelos motivos que passará a expor.
2. Dos Fatos
A autoridade coatora, visando a incentivar o aprimoramento profissional a certa categoria de servidores públicos, criou por meio de lei específica, uma tabela de referências salariais que previa o incremento de 10% entre as categorias, estando à mudança de referência baseada em critérios de antiguidade e merecimento.
Foi definido que o pagamento do mencionado percentual seria feito em seis parcelas mensais e sucessivas, sendo certo de que todos os servidores que adquiriram todas as condições para o posicionamento na referência salarial subsequente já haviam recebido o pagamento de três parcelas quando sobreveio a edição de medida provisória revogando a sistemática estabelecida na lei.
Em decorrência dessa revogação, no mês seguinte à edição da medida, o valor correspondente à quarta parcela foi indevidamente excluído da folha de pagamento, fazendo com que os servidores, então, requeressem à Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão a respectiva inserção na folha de pagamento, sob pena de submeter a questão ao Poder Judiciário. Instado a se manifestar, o secretário indeferiu o pedido, fundado nos seguintes argumentos:
a) Em razão da revogação da lei, promovida por medida provisória, os servidores não mais teriam direito ao recebimento do percentual;
b) Seria possível a alteração do regime remuneratório, em face da ausência de direito adquirido a regime jurídico, conforme já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal;
c) Os servidores teria, na hipótese, mera expectativa de direito, e não, direito adquirido;
d) Não cabe ao Poder Judiciário atuar em área própria do Poder Executivo e conceder o reajuste pleiteado, sob pena de ofensa ao princípio constitucional da separação dos poderes.
Diante da conduta ilegal da Autoridade Coatora, resta demonstrada a violação do direito líquido e certo da categoria de servidores, ora representada pelo Impetrante, que por isso vem ao Judiciário buscar a tutela de seus direitos.
3. Do Direito
Como é sabido, o mandado de segurança coletivo impetrado por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída, é destinado à “defesa dos interesses de seus membros ou associados”, a teor do que informa o art. 5º, LXX da Constituição Federal.
A disponibilização de procedimento específico, com ênfase na celeridade, exige seleção dos processos a serem legitimamente definidos através do preenchimento de determinadas condições como, por exemplo, a existência de direito líquido e certo, a subsidiariedade, caracterizada pela impossibilidade de utilização do habeas corpus e habeas data, bem como a ilegalidade ou abuso de poder atribuídos à Administração.
Não pode o Judiciário se eximir de apreciar ameaça ou lesão a direito, como preceitua a Carta Magna no seu art. 5º, XXXV, vez que não estará intervindo no mérito administrativo, e sim apreciando se, no mérito, a Administração respeitou princípios a ela impostos pelo art. 37 da CF/98.
Desse modo, não há dúvidas de que as alegações da autoridade coatora apresentadas como justificativa para negar o pagamento do restante das parcelas viola o direito líquido e certo dos servidores públicos, seja porque já haviam preenchido todas as condições para recebimento do percentual quando da revogação da lei, seja porque não existia mera expectativa de direito, mas sim direito adquirido à percepção da referida verba.
É notório que apenas aqueles que não tenham atingido todas as condições de incremento de 10% quando da revogação da lei é que poderia, serem alcançados pela medida provisória, já que, neste caso sim, poderia se falar em mera expectativa de direito de que trata a jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal.
Nos termos do art. 5º, XXXVI da Constituição Federal, “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”.
Analisando os fatos da causa, é incontroversa a violação do direito adquirido dos servidores, que cumpriras as condições legais e fizeram jus ao incremento salarial. Prova incontestável desse fato está consubstanciada no recebimento pelos servidores de três das seis parcelas ajustadas para o pagamento. Assim, o que houve foi à incorporação do direito ao percentual, durante o período de vigência da lei, rendo sido apenas acordado o parcelamento da verba.
De se ter em conta que a medida viola igualmente princípio da irredutibilidade dos subsídios disposto no art. 37, XV da Constituição:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
XV - o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, §4º, 150, II, 153, III, e 153, §2º, I;
Dessa forma, resta evidente o direito líquido e certo dos servidores ao recebimento das três últimas parcelas fixadas para o pagamento da tabela de referências salariais com incremento de 10% entre uma e outra referência.
4. Do Pedido Liminar
Conforme o art. 7º, III da Lei n. 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida.
Diante do exposto, vê-se que o fundamento da presente impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição, mais precisamente, no direito adquirido dos servidores de receber o restante das parcelas acordadas, tudo a justificar a plausibilidade do direito invocado e, por consequência, do requisito do fumus boni iuris.
De igual modo, há periculum in mora no fato de que as parcelas representam verba de natureza alimentar, fonte única de subsistência dos servidores públicos.
Assim, presentes os requisitos, pode a Vossa Excelência que, LIMINARMENTE, assegure à categoria de servidores representada pelo Impetrante o direito ao recebimento das três últimas parcelas fixadas para o pagamento da tabela de referências salariais com incremento de 10% entre uma e outra referência.
5. Do Pedido
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:
a) conceder a medida liminar a fim de assegurar à categoria de servidores representada pelo Impetrante o direito ao recebimento das três últimas parcelas fixadas para o pagamento da tabela de referências salariais com incremento de 10% entre uma e outra referência, conforme artigo 7º, III da Lei n. 12.016/09;
b) notificar a autoridade coatora do conteúdo da presente petição inicial, nos termos do artigo 7º, I da Lei n. 12.016/09;
c) dar ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, conforme o artigo 7º, II da Lei n. 12.016/09;
d) intimar o Mistério Público para apresentação de parecer, na qualidade de custos legis, conforme o art. 12 da Lei n. 12.016/09;
e) conceder a segurança, tornando definitiva a medida liminar com a obrigação do pagamento das três últimas parcelas fixadas para o pagamento da tabela de referências salariais.
6. Valorda causa
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais).
Termos em que, pede deferimento. 
Rio de Janeiro, 25/04/2023.
ADVOGADO
OABRJ.

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