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04 Educação em saúde bucal

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Semana 04
Educação em Saúde Bucal
Pré-aula
A história da Educação em Saúde Bucal no Brasil
As ações de Educação para a saúde são fundamentais para o exercício da Saúde Coletiva e para isso é necessário entender seu histórico e como a Educação e a Saúde se misturam para que seja possível transformar a realidade da população.
Segundo Solha (2014), Educar para a saúde é auxiliar na construção de um indivíduo autônomo capaz de tomar decisões em relação à sua saúde, de sua família e comunidade. E para entender a Educação em Saúde de hoje, é necessário mergulhar um pouco na história do nosso país.
A educação em saúde por muito tempo foi chamada de Educação Sanitária, ela ganhou espaço no Brasil a partir da necessidade do Governo de controlar as numerosas epidemias de doenças infectocontagiosas que ameaçavam a economia agroexportadora do país durante a República Velha, no começo do século XX, já que naquela época os mais afetados eram homens em idade produtiva, ou seja, os que mais ocupavam postos de trabalho. Nesse período a população brasileira era atingida por doenças como a varíola, febre amarela, tuberculose e sífilis, que estavam relacionadas às péssimas condições sanitárias e socioeconômicas em que o povo vivia.
Nessa época, o governo não considerava a realidade da população e seguia o modelo campanhista, trabalhando em cima de cada epidemia que ia aparecendo ou reaparecendo. Este modelo foi concebido dentro de uma visão militar no qual o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação.
Como resultado das campanhas sanitárias que eram compostas por vacina obrigatória, vistoria nas casas, internações forçadas, interdição, despejos e informações sobre higiene e a forma de contágio das doenças abordadas de forma muito técnica houve um levante da população, que ficou conhecido com Revolta da Vacina. Já que durante esse momento a população não era persuadida ou sensibilizada sobre os benefícios da vacina ou sobre higiene, ela tinha que acatar as ordens. Os lares e os corpos eram violados para se fazer a vacina obrigatória, sem respeito aos valores de ordem moral da população. Os meios de atingir a população com as campanhas sanitárias precisaram ser revistos.
Seguindo as teorias de Paulo Freire, o objetivo da educação em saúde não é formar sujeitos conscientes, que bebam água fervida, mas ajudar as classes mais humildes na conquista de sua autonomia e de seus direitos. Para tanto, a Educação em Saúde é pautada no diálogo e na troca de saberes entre o educador e educando, em que o saber popular é valorizado e o alvo do Movimento Popular em Saúde está nas discussões sobre temas vivenciados pela comunidade que levem a mobilização social para uma vida melhor.
Considerando uma das conquistas do movimento sanitário, que é a participação popular e a mudança de paradigmas na saúde, saindo de uma saúde curativista e assistencialista e passando a uma saúde baseada em prevenção de doenças e promoção de saúde, é fundamental na rotina dos serviços de saúde a realização das atividades educativas. E Para a realização dessas atividades é preciso ouvir o conhecimento que a comunidade tem sobre os assuntos e partindo daí compartilhar o seu conhecimento a fim de amadurecer a consciência sanitária e minimizar o processo de adoecimento da população.
A importância da saúde bucal no Brasil
Ao longo da sua história, o Brasil viveu um período de grandes transformações. Com o fim da escravidão, desenvolvimento da indústria e do comércio, e a entrada dos imigrantes no país, houve um crescimento desordenado e sem uma real preocupação com a infraestrutura mínima necessária para garantir saúde à população. Muitas condições sanitárias muito precárias e surtos epidêmicos acabaram acontecendo e prejudicando o desenvolvimento econômico do país. À medida que os anos iam passando, práticas sanitárias iam se desenvolvendo na perspectiva de manter a saúde da população, principalmente das classes sociais menos favorecidas (LOPES, PERREIRA, MOREL, 2020). 
A educação em saúde é uma ferramenta fundamental que as equipes de Odontologia possuem para auxiliar na conscientização da população sobre os cuidados com a saúde bucal. E segundo Garbin e colaboradores (2009), o empenho da odontologia encontra-se voltado, principalmente, para a prevenção das doenças bucais, o que representa um mecanismo mais simples, barato e inteligente de atenção à saúde.
 “Ainda que a cárie dentária e as doenças periodontais, as duas doenças mais prevalentes em odontologia, sejam preveníveis ou passíveis de controle e as medidas necessárias sejam relativamente simples, verifica-se que os objetivos de uma melhor saúde bucal, em nível populacional, não são alcançados. E isso porque a prevalência e a incidência dessas patologias vêm associadas a condições sociais, econômicas, políticas e educacionais e não apenas como resultado de interações biológicas na placa bacteriana dentária.” (UNFER; SALIBA, 2000).
 O Relatório da I Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em 1986, enfatiza a saúde bucal como parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo, estando ela diretamente relacionada com as condições de alimentação, moradia, trabalho, renda, meio ambiente, transporte, lazer, liberdade, acesso à terra e posse dela, acesso aos serviços de saúde e à informação.
Diante dos novos paradigmas em saúde, as atividades voltadas para a promoção da saúde e prevenção de doenças são peças-chave para melhorar a qualidade de vida, pois melhorar a saúde das pessoas a partir da educação em saúde tem baixo custo, diminui as demandas clínicas e aumenta a sensação de bem-estar. Inserida em um conceito amplo de saúde, a promoção da saúde bucal transcende a dimensão técnica da prática odontológica, sendo a saúde bucal integrada às demais práticas de saúde coletiva. As ações de promoção e proteção à saúde visam à redução de fatores de risco, que constituem uma ameaça à saúde das pessoas, podendo provocar-lhes incapacidade e doenças (BRASIL, 2004).
Aula
A odontologia só foi integrada ao Programa Saúde da Família em 2004, o que acarretou em muitas demandas de problema bucal até hoje.
Histórico
· Educação em saúde tradicional = educação sanitária;
· Controle das epidemias infectocontagiosas: varíola, febre amarela, sífilis e tuberculose;
· Séc. XX (República Velha);
· Campanhas sanitárias;
· Vacinas, internações forçadas; vistorias nas casas;
· Revolta das vacinas – varíolas.
Era Vargas
· Centros de saúde (1930);
· Difusão de noções de higiene e controle das doenças infectocontagiosas;
· Assistência médica individual X Saúde pública;
· Programas de educação em saúde = população de baixa renda.
Ditadura Militar
· Repressão;
· Degradação maior da saúde da população;
· Maior morbidade, mortalidade e acidentes de trabalho;
· Tuberculose, malária, doenças de morte.
Movimento popular em saúde
· Educação popular em saúde;
· Profissionais de saúde;
· Década de 70;
· Dinâmicas e realidades das classes sociais;
· Teoria a partir da prática;
· Camadas populares: autonomia e direitos.
Mudança do modelo
· Reforma sanitárias;
· SUS;
· Novo modelo de atenção (prevenção e integralidade; diálogo profissional e comunidade).
Educação em saúde
· Mudanças de comportamento individual;
· Identificação do problema;
· Resultado esperado;
· Adequação do conteúdo ao nível da população dos meios utilizados;
· Adequação para o grupo específico.
Como planejar uma atividade educativa
Problema: identificar quais os principais problemas da comunidade;
Público alvo: abordar toda a comunidade ou um grupo específico;
Tempo: duração da atividade proposta;
Recursos: o material disponível para a realização;
Metodologia: forma como a atividade será realizada.
Gestantes/ lactantes/ bebês
Hábitos saudáveis;
Higiene bucal do bebê mesmo antes do 1º dente;
Amamentação e desenvolvimento orofacial;
Transmissão vertical da microbiota;
Aumento do risco de doenças periodontais na gestação;
Hiperemese (bochechos com flúor).
Temas a serem trabalhados:
Higiene oral do bebê;
Aleitamento materno;Conytaminaçãp e transmissiobilidade;
Saúde bucal na gestaao;
Pr-e-natal dontológi
Alimentação saudável.
Crianças
Grupos: 4 a 6 anos, 6 a 9 anos, 9 a 12 anos;
Alto risco de cárie;
Cronologia de erupção
Traumas dento-alveolares;
Estímulo ao autocuidado;
Temas a serem trabalhados
Higiene oral;
Prevenção de cárie;
Alimentação saudável.
Adolescentes
Alto risco de doença periodontal;
Diminuição do risco de cárie;
Negligência do autocuidado;
Preocupação com a aparência.
Temas a serem trabalhados
Higiene oral;
Prevenção de cárie e doença periodontal;
Alimentação saudável.
Adultos
Alto risco de doença periodontal;
Xerostomia ou hipossalivação;
Alto risco de lesões em tecido mole e câncer;
Alto cosumo de álcool e tabaco;
Perda dentária.
Temas a serem trabalhados
Higiene oral;
Prevenção de câncer bucal (autoexame);
Prevenção de cárie e doença periodontal;
Cuidados com as próteses;
Alimentação saudável.
Idosos
Xerostomia;
Perda dentária;
Perda da autonomia;
Uso e necessidade de prótese;
Alto risco de lesões de tecido mole e câncer;
Condição sistêmica
Temas a serem trabalhados
Higiene oral;
Prevenção de câncer bucal;
Cuidado com as próteses;
Alimentação saudável.

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