Buscar

Ensaio de Resistência ao impacto

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
ENSAIO DE IMPACTO EM AMOSTRAS
DE POLIETILENO COM CASCA DE ARROZ
Caio Kawamura Gonçalves - 118006.
Gabriel Dainez Aquotti – 120220.
Mariana de Oliveira Dalberto – 118096.
Resumo: O presente relatório apresenta os resultados obtidos experimentalmente no ensaio de impacto do compósito de
polietileno com casca de arroz, tendo como objetivo analisar a resistência do material ao impacto. Este é um ensaio dinâmico
que avalia fraturas frágeis em materiais e fornece dados da energia absorvida por este ao se aplicar uma carga através da
ação do martelo incorporado ao pêndulo. O ensaio pode ser realizado de duas maneiras diferentes e com entalhes que
funcionam como concentradores de tensão entalhados no corpo de prova em diferentes formatos, a depender dos objetivos do
experimento. Para o caso detalhado a seguir, usou-se o ensaio do tipo Izod, onde os corpos de prova, com entalhe em formato
de V, são fixados na vertical e o entalhe fica posicionado na região de impacto do martelo.
Palavras-chave: ensaio, Impacto, Polietileno, reciclado, Casca de arroz.
1. INTRODUÇÃO
Dentro da Engenharia, antes de se executar um projeto, é essencial fazer estudos, ensaios e levantamentos a respeito dos
aspectos funcionais, geométricos e do material a ser utilizado. Em relação ao material, segundo Garcia (2012), ao longo da
Segunda Guerra Mundial, foram identificadas rachaduras nas estruturas de tanques e cascos de navios. Com isso, grupos de
pesquisas foram realizados para identificar as causas desses problemas. Nos estudos, constataram que a fratura frágil que estava
ocorrendo nos navios e nos tanques se davam por três fatores: A existência de trincas e entalhes na estrutura geram estados de
tensões que se propagam rapidamente; as baixas temperaturas fazem um material, relativamente dúctil à temperatura ambiente,
se comportarem como frágil e, por último, as altas velocidades de deformação geradas por altas cargas aplicadas. Desse modo,
além dos ensaios de tração, passaram a realizar os ensaios de impacto para verificar os dois possíveis modos de falha: frágil ou
dúctil dos materiais.
Para o ensaio de impacto, dois tipos de ensaios foram padronizados e são os mais utilizados hoje em dia: O Charpy e o
Izod. Em ambos os métodos, os corpos de prova são barras de seções transversais retangulares, com entalhes feitos em sua
superfície, podendo ser feitos em variados formatos. A diferença entre eles está no posicionamento do corpo de prova, assim
como na posição do entalhe em relação ao martelo de impacto. No ensaio Charpy a barra retangular fica na posição horizontal e
seu entalhe voltado para trás da região de impacto, enquanto que, no Izod, o corpo de prova fica na vertical, com o seu entalhe
voltado para a região de impacto.
Neste estudo, foi utilizado o ensaio do tipo Izod em um corpo de prova de Polietileno (PE) com adição de 60% de casca
de arroz, com o objetivo de analisar a resistência ao impacto do material (com e sem correção de energia) e fazer as devidas
comparações com um material puro de Polietileno de alta densidade (PEAD).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização do ensaio, foram utilizados: Um paquímetro; uma máquina de impacto, marca CEAST® (Figura 1); cinco
corpos de prova de Polietileno com casca de arroz e uma entalhadeira (Figura 2). A norma seguida neste estudo, tanto para os
cálculos, quanto para as especificações geométricas do corpo de de prova, foi a ASTM D256-10.
1
Figura 1: Máquina de impacto Figura 2: Entalhadeira
Fonte: Autor (2023) Fonte: Autor (2023)
Primeiramente, preparam-se as amostras a serem ensaiadas fazendo medições da sua espessura e o entalhamento, em “V”, de
2 mm, utilizando a entalhadeira. Após isso, a máquina de ensaio é preparada, colocando o martelo no pêndulo e adequando a base
de fixação para o tipo Izod. Antes de iniciar o ensaio, o pêndulo é solto de maneira livre, obtendo a sua energia de oscilação livre na
tela do equipamento. Feito isso, o primeiro corpo de prova é posicionado na base de fixação, o martelo é elevado até certa altura e,
então, o pêndulo é solto e choca-se contra o material, fraturando-o. Após o impacto, o valor da energia que aparece no Display da
máquina é anotado. O procedimento é repetido para todos os corpos de prova. Feito isso, com todos os valores anotados, foi possível
calcular os ângulos ( e ), a energia total corrigida ( ) e as resistências ao impacto ( e ). Logo em seguida, a partir daβ β
𝑚á𝑥
𝐸
𝑡
𝐼 𝐼
𝑠
literatura, comparou-se a resistência do PE com adição da casca de arroz com o PEAD puro.
2.1 Modelos Matemáticos
Máximo ângulo final do pêndulo em oscilação livre (β
𝑚á𝑥
)
[rad]β
𝑚á𝑥
= 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠[1 − (
ℎ
𝑚
𝐿 ) * (1 −
𝐸
𝑎
𝐸
𝑚
)]
(1)
onde
= altura de queda do centro de percussão do pêndulo (cm),ℎ
𝑚
= comprimento efetivo do pêndulo (cm),𝐿
= Energia lida em oscilação livre (J) e𝐸
𝑎
= Energia nominal do pêndulo (J)𝐸
𝑚
Ângulo atingido pelo pêndulo após a quebra do corpo de prova β( )
[rad]β = 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠[1 − (
ℎ
𝑚
𝐿 ) * (1 −
𝐸
𝑠
𝐸
𝑚
)]
(2)
onde
= Energia lida (J)𝐸
𝑠
Correção total de energia 𝐸
𝑡( )
[J] (3)𝐸
𝑡
= [
𝐸
𝑎
−
𝐸
𝑏
2
β
𝑚á𝑥
] * β +
𝐸
𝑏
2
onde
= Energia lida em oscilação livre (J)𝐸
𝑏
2
Resistência ao impacto corrigida 𝐼( )
[J/m] (4)𝐼 =
𝐸
𝑠
−𝐸
𝑡
𝑡
onde
= Espessura (m)𝑡
Resistência ao impacto sem correção 𝐼
𝑠( )
[J/m] (5)𝐼
𝑠
=
𝐸
𝑠
𝑡
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Primeiramente, o martelo foi soltado sem colocar os corpos de prova para definir os valores de energia livre para a
oscilação livre desse objeto. Após realizar duas medições para os valores de Ea e Eb, foi possível calcular o ângulo máximo que o
pêndulo atinge quando não encontra obstáculos durante seu curso, dado pela equação (1).
Ea = 0,022 J
Eb = 0,022 J
β
𝑚á𝑥
= 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠[1 − (
ℎ
𝑚
𝐿 ) * (1 −
𝐸
𝑎
𝐸
𝑚
)]
β
𝑚á𝑥
= 𝑎𝑟𝑐𝑐𝑜𝑠[1 − ( 64,532,5 ) * (1 −
0,022
2,75 )] = 2, 891 𝑟𝑎𝑑
Em seguida, foi realizado o ensaio para os corpos de prova e coletados os valores de energia exibidos pela máquina. Com
isso, foi possível calcular inicialmente o ângulo beta do pêndulo, dado pela equação (2) necessária para obter a energia corrigida.
Posteriormente, as resistências de impacto de cada amostra considerando a correção de energia ou não são obtidas a partir das
equações (4 e 5). Os resultados foram organizados na tabela 1.
Tabela 1. resultados obtidos do ensaio
CP Energia lida
(J)
Beta
(rad)
Correção de
energia (J)
Resistência ao impacto
com correção (J/m)
Resistência ao impacto
sem correção (J/m)
1 0,099 2,7218 0,0605 12,8257 33,0000
2 0,094 2,7307 0,0607 9,9446 28,0597
3 0,107 2,7078 0,0603 14,1609 32,4242
4 0,104 2,7130 0,0604 13,2232 31,5152
5 0,105 2,7113 0,0603 13,3338 31,3433
Média 0,102 2,7169 0,0604 12,6977 31,2685
Fonte: Autor (2023)
Pode-se ver que os valores de resistência ao impacto são muito menores se é considerada a correção de energia, o que é
esperado sabendo que esse valor considera que uma parte da energia medida do pêndulo é dissipada para o ambiente ao realizar
uma oscilação.
Além do mais, é importante comparar os resultados obtidos de resistência ao impacto para o compósito com a do
Polietileno puro, cujo módulo é de 40 J/m. A fim de relacionar a mudança na composição do material com os resultados
encontrados de resistência, calculamos a razão dessa grandeza para obter um valor de redução percentual dessa propriedade.
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = 𝐼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜−𝐼𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜𝐼𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 * 100 
3
𝑅𝑒𝑑𝑢çã𝑜 𝑝𝑒𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡𝑢𝑎𝑙 = 40−12,697740 * 100 = 68, 2557% 
A partir desse dado, podemos concluir que há uma perda considerável da grandeza em questão, sendo assim, deve-se
considerar se há uma melhora no preço ou em outras propriedades desse material que justifiquem a adição de casca de arroz na
composição química do compósito. Ainda, analisando a fratura de cada corpo de prova, é notável pelas fig.3-7, que não houve
deformação plástica visível, corroborando com as reduzidas energias de impacto, caracterizadas pela propagação da trinca de
forma frágil.
Figura 3 - Corpo de prova 1
Fonte: Autor (2023)
Figura 4 - Corpo de prova 2
Fonte: Autor (2023)
Figura 5 - Corpo de prova 3
Fonte: Autor (2023)
Figura 6 - Corpo de prova 4
4
Fonte: Autor (2023)
Figura 7 - Corpo de prova 5
Fonte: Autor (2023)
4. CONCLUSÃO
Analisando os resultados obtidos em comparação ao que se conhece do polietileno puro, observa-se a grande perda
de capacidade de absorção de energia do material ao sofrer impacto, demonstrando que a adição de casca de arroz faz com
que a propagação de trincas ocorre de forma mais frágil no compósito, o que também é observado nos corpos de prova que
não apresentam deformação plástica. Esse resultado pode ser explicado pelo aumento da resistência do material, já que
materiais com maior resistência tendem a ter uma energia de impacto menor.
5. REFERÊNCIAS
Garcia, A., Spim, J. A., Santos, C. d. (2012). Ensaios dos Materiais, 2ª edição.
American Society for Testing and Materials (ASTM) D256-10. Standard Test Methods for Determining the Izod Pendulum Impact
Resistance of Plastics.
5

Outros materiais