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TEORIA DAS ESTRUTURAS I AULA 2 Profª Ana Carolina Virmond Portela Giovannetti 2 CONVERSA INICIAL Esta etapa tem início com uma revisão sobre o cálculo das reações de apoio. No tópico 2, revemos o conceito de treliça e seus principais tipos, além de aprender a calular a estaticidade e estabilidade delas. Continuando, no tópico 3 abordamos o Método dos Nós para a solução de treliças planas. Já no tópico 4, vemos o Método das Seções. Finalizando, no tópico 5, com exemplos de aprofundamento dos conhecimentos vistos. TEMA 1 – REAÇÕES DE APOIO Como visto até aqui, utilizamos apoios para manter uma estrutura estática. Para que um apoio impeça um deslocamento, ele deve apresentar uma força, reação, na direção esse deslocamento. Por outro lado, se o apoio restringe uma rotação, deve apresentar uma reação de momento. Essas reações podem ser calculadas utilizando-se as equações de equilíbrio da estática, as quais já estudamos. Elas garantem que a resultante das forças verticais e horizontais atuantes em um corpo seja nula, assim como a resultante dos momentos. 1.1 Exemplo 1 Iremos explicar o procedimento de cálculo das reações devido a cargas pontuais pela análise da viga da 3 Figura 1. A viga, de 6m de comprimento, representada pela linha horizontal, está fixada no lado esquerdo, ponto A, por um apoio do segundo gênero, 2 reações, já no lado direito, ponto B, por um apoio do primeiro gênero, 1 reação. Desta maneira, a viga é isostática, pois seu deslocamento e rotação estão impedidos por 3 reações de apoio, mesma quantidade de equações de equilíbrio. Essa estrutura está submetida por uma carga pontual, para baixo, com o valor de 18kN, posicionada a 4m da extremidade A (Garrisson, 2018). 4 Figura 1 – Exemplo de cálculo de reações em viga Devido ao equilíbrio das cargas verticais, sabemos que: RA + RB = 18kN Somente essa equação não nos fornece o valor de nenhuma das reações, assim, precisaremos utilizar outra equação de equilíbrio, a de momentos. Portanto, consideraremos que a resultante dos momentos atuantes no ponto A é nula, ou seja: ∑ 𝑀𝐴 = 0 Para essa conta, devemos lembrar que um momento é obtido pela multiplicação da força pela distância até o ponto no qual queremos calcular o momento. Sendo assim, o momento no ponto A gerado pela carda pontual é obtido multiplicando seu valor (18kN) pela sua distância até o ponto A (4m). Semelhantemente, O momento gerado pela reação em B é obtido pela multiplicação de RB pela sua distância até A (6m). A reação RA não gera momento no ponto A, pois a distância até esse ponto é zero. Além disso, iremos considerar que os momentos no sentido horário são positivos, os no sentido anti- horário são negativos, resultando em: 18𝑘𝑁 × 4𝑚 − 𝑅𝐵 × 6𝑚 = 0 Como nessa equação existe somente uma incógnita, é possível encontrar o valor de RB = 12kN. Com esse valor, voltamos à equação da somatória das forças verticais e obtemos o valor de RA. 5 RA + 12kN = 18kN RA = 6kN 1.2 Exemplo 2 Seguindo com mais um exemplo, dessa vez retirado do livro Mecânica Vetorial para Engenheiros (Beer, 2019). Um guindaste, Figura 2, está fixado no ponto A por um pino (apoio de segundo gênero) e em B por um suporte basculante (apoio de primeiro gênero). Ele apresenta uma massa de 1.000kg, centralizada em G, e suspende um caixote de 2.400kg. Determine as reações em A e B. Figura 2 – Exemplo – Guindaste Fonte: Beer (2019). Multiplicando a massa do guindaste e do caixote pela gravidade (g = 9,81m/s²) obtemos seus respectivos pesos, 9.810N (9,81kN) para o guindaste e 23.500N (23,5kN) para o caixote. A Figura 3 mostra todas as forças atuantes no corpo pelo diagrama do corpo livre. O ponto A apresenta uma reação vertical Ay e uma horizontal Ax, já o ponto B apresenta somente uma reação horizontal B. 6 Figura 3 – Diagrama do corpo livre para o guindaste Fonte: Beer (2019). Considerando que a somatória dos momentos atuando em A é zero, eliminamos da equação as reações Ax e Ay, pois suas distâncias até A são, também, zero. Considerando o sentido horário como momento positivo, temos: ∑ 𝑀𝐴 = 0 23,5𝑘𝑁 × 6𝑚 + 9,81𝑘𝑁 × 2𝑚 − 𝐵 × 1,5 = 0 B = 107,1kN ou B = 107,1kN → Sendo que B tem sinal positivo, significa que a direção adotada está correta, para a direita. Fazemos, agora, a somatória das cargas horizontais, levando em conta que as cargas para a direita são positivas e para a esquerda são negativas: ∑ 𝐹𝐻 = 0 Ax + B = 0; Ax + 107,1kN = 0; Ax = -107,1kN ou Ax = 107,1kN ← O resultado negativo indica que o sentido real é o oposto ao adotado anteriormente, sendo assim, Ax tem sentido para a esquerda. 7 Para finalizar, calculamos a somatória das forças verticais, considerando cargas para baixo como negativas e para cima como positivas: ∑ 𝐹𝑉 = 0 -23,5kN – 9,81kN + Ay = 0 Ay = 33,3kN ou Ay = 33,3kN ↑ O Sinal positivo indica que o sentido adotado no início está correto, ou seja, Ay tem sentido para cima. TEMA 2 – TRELIÇAS As treliças são feitas de barras unidas por suas extremidades de maneira que formem triângulos, resultando em elementos leves, resistentes e capazes de vencer grandes vãos, portanto, são empregadas em diversas situações como em pontes, Figura , e telhados, Erro! Fonte de referência não encontrada.. Figura 4 – Ponte em treliça Créditos: H.Kocher/Shutterstock. 8 Na treliça ilustrada na Erro! Fonte de referência não encontrada., a carga do telhado é transferia para a sua estrutura pelas terças apoiadas nos nós superiores da treliça. Figura 5 – Telhado em treliça Fonte: Hibbeler, 2013. Em uma treliça, as cargas, preferencialmente, devem ser colocadas nos nós. Além disso, nas ligações, nós, as barras devem concorrer em um único ponto. Dessa maneira, podemos considerar que os nós não transferem momento, assim, os esforços transmitidos pelas barras serão somente de tração e compressão. 2.1 Tipos A seleção do tipo da treliça é feita, principalmente, em função da inclinação, do material, do vão e da estética. De acordo com Hibeller (2013), alguns dos principais tipos de treliça estão mostrados na Figura . A treliça do tipo tesoura é empregada para telhados de pequenos vãos, a Howe e Pratt, para telhados de vãos um pouco maiores, geralmente em torno de 18m a 30m, e a de leque ou Fink para telhados de vãos maiores. 9 Figura 6 – Treliças para telhados Fonte: Onouye e Kane (2015). Segundo o mesmo autor, os principais tipos de treliça utilizados para pontes estão na Figura . A treliça Pratt, Howe e Warren são empregadas para vencer vãos de até 60m. Figura 7 – Treliças para pontes Fonte: Onouye e Kane (2015). 2.2 Estabilidade Estática Uma treliça é composta de barras de diferentes tamanhos. A ligação e posicionamento das barras são feitos de forma que germe estabilidade e deixe- as indeformáveis. A Figura a mostra uma estrutura de barras que não forma triângulos e é deformável. A Figura 8b é composta de barras ligadas por nós que formam triângulos, apresentando uma estrutura indeformável, rígida. 10 Figura 8 – Estabilidade de treliças Fonte: Onouye e Kane (2015). Sabermos se uma treliça é estável ou instável para podermos projetá-la corretamente, evitando a falta de estabilidade. Considerando m o número de barras e j o número de nós e r o número de reações externas, devemos comparar m + r com 2j. m + r < 2j a treliça é estaticamente instável m + r = 2j a treliça é estaticamente determinada m + r > 2j a treliça é estaticamente indeterminada No caso de estruturas isostáticas externamente, r=3, temos: m < 2j - 3 a treliça é instável internamente m ≥ 2j - 3 a treliça é estável internamente Além dessa consideração, os elementosdevem estar organizados de forma a gerar rigidez na treliça. Verificaremos alguns exemplos apresentados no livro Análise Estrutural (Kassimali, 2016) para esclarecer esse conceito. A Figura ilustra uma treliça com 20 barras e 12 nós, ou seja, m=20 e j=3. Assim, 2j-3 = 2(12)-3 = 21, portanto m < 2j-3, e a treliça é instável internamente. 11 Figura 9 – Exemplo 1 de instabilidade interna em treliça Fonte: Kassimali (2016). Ao adicionarmos uma barra ligando os pontos D e E, transformamos a treliça em uma estrutura rígida, estável internamente, como a Figura . Com a barra DE, aumentou-se o número de barras para 21, portanto, m ≥ 2j - 3. Figura 10 – Exemplo 1 de estabilidade interna em treliça Fonte: Kassimali (2016). Além da barra DE, podemos adicionar mais diagonais, 12 Figura 4, resultando em m=25 e mantendo o número de nós, j=12, assim, m > 2j – 3 = 21 e a treliça pode ser considerada estável internamente. 13 Figura 4 – Exemplo 1 de estabilidade interna em treliça com adição de barras Fonte: Kassimali (2016). No entanto, ao retirarmos as barras DE e BG, Figura 5, ainda temos m > 2j – 3, porém, as ligações realizadas pelas barras DG e BE, feitas por barras paralelas, não são suficientemente rígidas e o elemento é considerado instável internamente. Figura 5 – Exemplo 1 de instabilidade interna em treliça com mais barras Fonte: Kassimali (2016). Após confirmada a estabilidade e estaticidade da treliça, calcularemos as forças em cada barra. Para isso, veremos dois métodos: Método dos Nós (tópico 3) e Método das Seções (tópico 4). TEMA 3 – MÉTODO DOS NÓS O Método dos Nós se baseia na verificação do equilíbrio de cada nó. Como explicado anteriormente, os únicos esforços atuantes nas treliças são compressão e tração, não existindo momento fletor. Portanto, o equilíbrio é 14 obtido igualando-se todas as forças para cima, com todas as forças para baixo, assim como todas as forças para a direita, com todas as forças para a esquerda. Com outras palavras, a somatória das forças verticais deve ser nula, assim como a somatória das forças horizontais. Esse equilíbrio é feito em todos os nós da treliça. Importante considerar que a força em cada barra atua na direção de seu eixo, se a barra estiver inclinada, a força terá a mesma inclinação, se estiver na horizontal a força também será na horizontal e se for vertical, a força também será. Uma maneira de facilitar os cálculos é decompor todas as forças inclinadas em suas componentes verticais e horizontais. 3.1 Funcionamento do Método dos Nós Apesar de o método envolver o cálculo de todos os nós, é importante saber por onde começar. Assim, como temos somente 2 equações de equilíbrio, vertical e horizontal, devemos começar pelos nós que tenham no máximo 2 incógnitas, 2 barras as quais ainda não sabemos as forças atuantes. Outro ponto facilitador são os nós com somente barras horizontais e verticais, assim evita a necessidade de decompor a cargas. No exemplo ilustrado por Garrison (2018), Figura 6a, um nó que podemos iniciar os cálculos é o nó B, pois apresenta duas incógnitas e somente barras verticais e horizontais assim como as forças que nele atuam. Como nesse nó existe uma carga externa de 30kN para baixo, pelo equilíbrio das forças na vertical, a barra AB deve exercer uma força de 30kN para cima, Figura 6b. Da mesma maneira, existe uma força externa horizontal, para a direita com valor de 64kN, para que a somatória das forças horizontais seja zero, a força realizada pela barra BD deve ser 64kN para a esquerda, Figura 6b. Além do equilíbrio dos nós, as barras também devem estar equilibradas, assim, visto que a Barra AB possui uma força vertical para cima de 30kN, precisa ter uma força com o mesmo valor, para baixo, aplicada no nó da outra extremidade, nó A, Figura 6c. Semelhantemente, a barra BD apresenta uma força horizontal para a direita de 64kN de intensidade, portanto, existe uma força de 64kN para a esquerda na sua extremidade D, Figura 6c. Precisamos não somente saber a intensidade das forças que atuam em cada barra, mas também identificar se o esforço é de tração ou compressão. Isso pode ser feito pela observação do sentido das forças atuando nos nós, 15 quando a seta está “entrando” no nó, a força é de compressão, quando está “saindo”, é de tração, Figura 7. Figura 6 – Método dos Nós Fonte: Garrison (2018). Figura 7 – Tração ou Compressão nas barras de treliça 16 Fonte: Meriam, Kraige e Bolton (2022). Como mencionado, calcular os nós que possuem somente barras horizontais e verticais é mais fácil, porém nem sempre isso é possível. Portanto, em muitas situações é necessário fazer a decomposição das forças. 3.2 Decomposição de forças com componentes retangulares Na resolução de treliças, o mais usual é decompor um vetor de forças em suas componentes retangulares, eixos x e y, conforme Figura 8. Nessa figura, a força F foi decomposta nas forças Fx e Fy. Figura 8 – Componentes retangulares da força F Fonte: Beer (2013). Sendo Θ o ângulo entre F e o eixo x, podemos obter as componentes escalares de Fx e Fy fazendo as seguintes considerações: 17 Para obter a componente na direção de x (Fx), ou seja, a componente COlada ao ângulo Θ, utilizaremos o COsseno do ângulo: Fx = F . cos Θ (1) Já para obter a componente em y (Fy), ou seja, a componente SEparada do ângulo Θ, empregamos o SEno de Θ. Fy = F . sen Θ (2) No entanto, cada problema deve ser examinado com cuidado, pois, por exemplo, se o ângulo fornecido não for entre F e o eixo x, as equações podem resultar diferentes das apresentadas, porém ainda respeitando o macete de cateto COlado e cateto SEparado. Vamos resolver um exercício, retirado do livro Mecânica para Engenharia – Estática, Meriam, Kraige e Bolton (2022), para fixação desse conteúdo. As forças F1, F2 e F3 são aplicadas no ponto A e suas inclinações estão definidas de maneiras diferentes. Determine, para as três forças, suas componentes escalares nas direções x e y. Figura 9 – Exercício de decomposição de forças Fonte: Meriam, Kraige e Bolton (2022). 18 A decomposição da força F1 pode ser obtida diretamente pelas fórmulas 1 e 2 explicadas anteriormente. F1x = 600.cos35º = 491,49N F1y = 600.sen35º = 344,15N As componentes de F2 podem ser obtidas de maneira semelhante, porém com a obtenção do cosseno e do seno pela visualização do triângulo 3-4-5. Ou seja, para obtermos a componente horizontal (F2x), pegamos o valor horizontal do triângulo (4) e dividimos pelo valor da hipotenusa (5). Por sua vez, o valor vertical (F2y) é obtido pela divisão do valor vertical do triângulo (3), pela diagonal (5). 𝐹2𝑥 = −500. 4 5 = −400𝑁 𝐹2𝑦 = 500. 3 5 = 300𝑁 Observa-se que F2x está no sentido contrário ao eixo x, desta maneira, leva o sinal de negativo. Antes do cálculo de F3, iremos obter a sua inclinação em relação ao eixo y. Chamaremos esse ângulo de α. tan 𝛼 = 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑜𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑐𝑎𝑡𝑒𝑡𝑜 𝑎𝑑𝑗𝑎𝑐𝑒𝑛𝑡𝑒 = 0,4 − 0,2 0,1 + 0,3 = 0,2 0,4 = 0,25 𝛼 = tan−1 0,5 = 26,6º Como esse ângulo tem uma posição diferente do ângulo Θ, utilizado para a obtenção das equações 1 e 2, devemos verificar, novamente, a fórmula. Assim, a componente horizontal, SEparada do ângulo α é obtida: F3x = F3.senα = 800.sen26,6 = 358,2N Logo, a componente vertical, COlada ao ângulo α é calculada da seguinte forma: F3y = F3.cosα = -800.cos26,6 = -715,3N Como a componente vertical aponta para baixo, sentido contrário ao eixo y, leva o sinal de negativo. 19 3.3 Exemplo do Método dos Nós Exemplo 1: retirado do material de apoio ao professor do livro Estática e Mecânica dos Materiais, Beer (2013). Determine as forças nos elementos da treliça mostrada na 20 Figura 10.Utilize o Método dos Nós. 21 Figura 10 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós Fonte: Beer (2013). 1º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre: A Figura representa todas as forças e reações que atuam no corpo. Figura 18 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Diagrama do Corpo Livre Fonte: Beer (2013). Como o apoio em C é um apoio de segundo gênero, apresenta uma reação vertical (Cy) e uma horizontal (Cx), já o apoio em E, possui somente uma reação vertical (E). 22 2º - Cálculo das Reações: Com as reações e cargas identificadas, podemos calcular o equilíbrio. Adotando momento no sentido anti-horário, forças para cima e para a esquerda como positivo. ∑ 𝑀𝐶 = 0 = (10 kN)(12 m) + (5 kN)(6 m) − 𝐸(3 m) 𝐸 = 50 kN ↑ ∑ 𝐹𝑥 = 0 = 𝐶𝑥 𝐶𝑥 = 0 ∑ 𝐹𝑦 = 0 = −10 kN - 5 kN + 50 kN + 𝐶𝑦 𝐶𝑦 = 35 kN ↓ 3º Equilíbrio dos nós: Após obtermos as reações, temos que verificar o equilíbrio de cada nó. Podemos iniciar pelo nó A, pois só temos 2 forças desconhecidas, as das barras AB e AD. Além disso, sabemos que a distância horizontal entre A e D vale 3m, já a vertical vale 4m. Sempre que temos uma relação dessas, com um lado valendo 3 e outro 4, a diagonal vale 5 (Diagonal = √42 + 32 2 = 5). Portanto, podemos representar o nó A como na Figura , com a força externa de 10kN e as forças FAB e FAD. Como a soma dessas cargas deve ser zero, equilíbrio do nó, podemos fechar um triângulo com elas, Figura . Figura 19 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Nó A Fonte: Beer (2013). 23 Pela proporção do triângulo, temos que: 10 kN 4 = 𝐹𝐴𝐵 3 = 𝐹𝐴𝐷 5 𝐹𝐴𝐵 = 7.5 kN (T𝑟𝑎çã𝑜); 𝐹𝐴𝐷 = 12.5 kN (Compressão) FAB está puxando o nó, saindo dele, portanto a barra sofre tração, FAD está empurrando o nó, entrando, ou seja, a barra está sobre compressão. Na sequência, vamos para o nó D, pois com a força da barra AD determinada, existem somente duas incógnitas, as forças em DB e DE. Utilizando a mesma metodologia, o nó D está apresentado na Figura 11, assim como o seu triângulo de forças. Figura 110 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Nó D Fonte: Beer (2013). Por inspeção das cargas verticais, para que sua somatória seja zero, as componentes verticais de FDA e FDB devem ser iguais, pois são as únicas cargas atuando na vertical (FDA.4/5 = FDB.4/5), portanto: 𝐹𝐷𝐵 = 𝐹𝐷𝐴 As componentes horizontais de FDA e FDB estão indo para a direito, e ambas têm o mesmo valor. Além disso, FDE está indo para a esquerda, ou seja: 𝐹𝐷𝐸 = 2 ( 3 5 ) 𝐹𝐷𝐴 𝐹𝐷𝐵 = 12.5 kN (T) 𝐹𝐷𝐸 = 15 kN (C) 24 Seguindo o mesmo processo, vamos calcular o equilíbrio no nó B, Figura 12, supondo que as forças FBC e FBE estão saindo do nó. Figura 12 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Nó B Fonte: Beer (2013). Assim, calculamos o equilíbrio das forças verticais: ∑ 𝐹𝑦 = 0 = −5 kN − 4 5 (12.5 kN) − 4 5 𝐹𝐵𝐸 𝐹𝐵𝐸 = −18.75 kN O sinal negativo encontrado em FBE indica que o sentido adotado inicialmente, saindo do nó, deve ser invertido, portanto, FBE está entrando no nó, e a barra sofre compressão. 𝐹𝐵𝐸 = 18.75 kN (𝐶) Pelo equilíbrio das forças horizontais: ∑ 𝐹𝑥 = 0 = 𝐹𝐵𝐶 − 7.5 kN − 3 5 (12.5 kN) − 3 5 (18.75 kN) 𝐹𝐵𝐶 = +26.25 kN (C) O sinal positivo da força FBC indica que a suposição feita no início está correta, e a barra BC está sob compressão. Próximo nó escolhido é o nó E, 25 Figura 13. Cuja única força desconhecida é FEC, novamente vamos supor que ela está apontando para fora do nó. 26 Figura 13 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Nó E Fonte: Beer (2013). Pela somatória das forças horizontais, obtemos o valor de FEC: ∑ 𝐹𝑥 = 0 = 3 5 𝐹𝐸𝐶 + 15 kN + 3 5 (18.75 kN) 𝐹𝐸𝐶 = −43.75 kN Novamente obtemos um sinal de negativo indicado que, ao invés da força estar saindo, ela está entrando, e, portanto, a barra sofre compressão. 𝐹𝐸𝐶 = 43.75 kN (𝐶) 4º - Verificação: Para finalizar, podemos fazer a verificação pelo equilíbrio do nó C, Figura 14. Figura 14 – Exemplo 1 - Métodos dos Nós - Nó C Fonte: Beer (2013). 27 Como as reações já foram calculadas, podemos verificar o equilíbrio na horizontal e na vertical: ∑ 𝐹𝑥 = − 26.25 kN + 3 5 (43.75 kN) = 0 (𝑐𝑜𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒) ∑ 𝐹𝑦 = −35 kN + 4 5 (43.75 kN) = 0 (confere) Exemplo 2: retirado do material de apoio ao professor do livro Estática e Mecânica dos Materiais, Beer (2013). Utilize o Método dos Nós para calcular a força nos elementos da treliça e determinar se as barras estão sob tração ou compressão. Figura 24 – Exemplo 2 - Métodos dos Nós Fonte: Beer (2013). 1º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre: O apoio B possui duas reações (Bx e By), já o apoio C possui somente uma reação (C), 28 Figura 15. 29 Figura 15 – Exemplo 2 - Métodos dos Nós – DCL Fonte: Beer (2013). 2º - Cálculo das Reações: Considerando os momentos anti-horários, as forças para cima e para a direita como positivo. ∑ 𝐹𝑦 = 𝐵𝑦 = 0 ∑ 𝑀𝐶 = −𝐵𝑥(3,2𝑚) − 48𝑘𝑁(7,2𝑚) = 0 𝐵𝑥 = −108 kN ; 𝑂𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝐵𝑥 = 108𝑘𝑁 ← Inicialmente adotamos Bx para a direita, o sinal negativo indica que Bx é para a esquerda. ∑ 𝐹𝑥 = 𝐶 − 108𝑘𝑁 + 48𝑘𝑁 = 0 𝐶 = 60𝑘𝑁 → O sinal positivo obtido para C indica que a direção realmente é para a direita, como adotada inicialmente. 3º - Equilíbrio dos nós: 30 Iniciando pelo nó B, temos as forças aplicadas e o triângulo formado por elas na Figura 16. Figura 16 – Exemplo 2 - Métodos dos Nós – Nó B Fonte: Beer (2019). Por semelhança de triângulos, temos: 𝐹𝐴𝐵 5 = 𝐹𝐵𝐶 4 = 108𝑘𝑁 3 𝐹𝐴𝐵 = 108𝑘𝑁 × 5 3 = 180𝑘𝑁 (𝑇) 𝐹𝐵𝐶 = 108𝑘𝑁 × 4 3 = 144𝑘𝑁 (𝑇) Seguindo para o nó C, temos, na Figura 17, as forças aplicadas nos nós e o respectivo triângulo formado por elas. Dividindo 60 por 12 obtemos 5, dividindo 144 por 12, obtemos 12. Calculando a hipotenusa √52 + 122 2 = 13, assim obtemos o triângulo mostrado na Figura 17. 31 Figura 17 – Exemplo 2 - Métodos dos Nós – Nó C Fonte: Beer (2013). Por semelhança de triângulos, temos: 𝐹𝐴𝐶 13 = 𝐹𝐵𝐶 12 = 60𝑘𝑁 5 𝐹𝐴𝐶 = 60𝑘𝑁 × 13 5 = 156𝑘𝑁 (𝐶) 4º - Verificação: 𝐹𝐵𝐶 = 60𝑘𝑁 × 12 5 = 144𝑘𝑁 (𝑇) (𝑐𝑜𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒) TEMA 4 – MÉTODO DAS SEÇÕES O Método das Seções é muito útil quando não queremos calcular a treliça toda, mas somente algumas barras em específico. Esse método consiste em fazer um corte imaginário e separar a treliça em duas partes, em seguida calcular o equilíbrio de uma das partes. 3.1 Funcionamento do método das seções Ao cortar a treliça em duas partes, deve-se pensar cuidadosamente onde passar a seção. Para que a treliça se encontre em equilíbrio, todas as suas partes também devem estar em equilíbrio. Assim, o corte deve separar totalmente as partes da treliça cortando no máximo três barras que não se 32 saibam suas forças, resultando em 3 incógnitas e três equações de equilíbrio, tornando o problema possível de ser calculado somente com essas equações. Por exemplo, no caso da treliça mostrada na figura a seguir, se desejarmos saber as forças somente nas barras BD, BE e CE, poderíamos traçar uma seção como visto na mesma figura, separando a treliça em duas partes. Em seguida, escolheríamos uma das partes, preferencialmente aquela que precisará de menos cálculos para ser equilibrada. Se escolhermos a parte da direita, precisaremos calcular as forças de reação, no entanto se escolhermos a parte da esquerda, não existe apoios nela, portanto, não é necessário calculá-los. Figura 28 – Métodos das seções Fonte: Beer (2019). Assim, escolhida a parte da esquerda, nós a isolamos e desenhamos o seu diagrama de corpo livre, mantendo o carregamento externo que atua sobre ela, nesse caso,as forças P1 e P2. Além disso, adicionamos as forças das barras que foram cortadas, FBD, FBE e FCE. Com as equações de equilíbrio, é possível calcular as forças de cada barra, preferencialmente iniciando com a equação que tenha menos incógnita. No caso, poderíamos iniciar pela somatória dos momentos em B, calculando a força FCE. 33 3.2 Exemplo do Método das Seções Exemplo 1: retirado do livro Fundamentos de Estruturas, Garrison (2018). Calcule os esforços nos elementos CD, HD, e HG da estrutura mostrada na Figura . Figura 29 – Método das Seções - Exemplo 1 Fonte: Garrison (2018). 1º - Determinar o melhor lugar para traçar a seção: Nesse caso, poderíamos traçar uma seção vertical cortando os 3 elementos que desejamos calcular, como na Figura . Como qualquer um dos lados cortados possui apoio, deveremos primeiro calcular as reações de apoio 2º - Reações de apoio: Inicialmente identificamos as reações em cada apoio. Como ilustrado na Figura , o apoio A apresenta uma reação vertical (VA) e o apoio F possui duas reações, vertical (VF) e horizontal (HF). 34 Utilizando momentos no sentido horário, forças para cima e para a direita como positivo, na sequência, calcularemos a reação horizontal, por possuir somente uma incógnita na equação: ∑ 𝐹𝑥 = −15𝑘𝑁 + 𝐻𝐹 = 0 𝐻𝐹 = 15𝑘𝑁 → A partir do cálculo dos momentos no ponto A: ∑ 𝑀𝐴 = −15𝑘𝑁 × 4𝑚 + 50𝑘𝑁 × 6𝑚 + 20𝑘𝑁 × 9𝑚 − 15𝑘𝑁 × 4𝑚 − 𝑉𝐹 × 12𝑚 = 0 𝑉𝐹 = 30𝑘𝑁 Do equilíbrio das forças verticais: ∑ 𝐹𝑦 = 𝑉𝐴 − 50𝑘𝑁 − 20𝑘𝑁 + 30𝑘𝑁 = 0 𝑉𝐴 = 40𝑘𝑁 3º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre (DCL): Separando a treliça na seção definida e pegando a parte da esquerda para calcular, resultamos no DCL da Figura 18. Na qual estão presentes as forças externas (15kN para a esquerda no ponto B e 50kN para baixo no ponto H), a reação de apoio em A (40kN para cima) e as forças FCD, FHD e FHG, correspondentes a cada barra cortada e na direção delas. 35 Figura 18 – Método das Seções – DCL - Exemplo 1 Fonte: Garrison (2018). 4º - Cálculo das forças nas barras: Para o cálculo do equilíbrio das forças verticais, a única força desconhecida com componente vertical é FHD, portanto: ∑ 𝐹𝑦 = 40𝑘𝑁 − 50𝑘𝑁 + 𝐹𝐻𝐷 4 5 = 0 𝐹𝐻𝐷 = 12,5𝑘𝑁 (𝑇)→↑ No próximo passo, podemos calcular a somatória dos momentos em torno do ponto H, nossa única incógnita será FCD. ∑ 𝑀𝐻 = 40𝑘𝑁 × 6𝑚 − 15𝑘𝑁 × 4𝑚 + 𝐹𝐶𝐷 × 4𝑚 = 0 𝐹𝐶𝐷 = −45𝑘𝑁; 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝐹𝐶𝐷 = 45𝑘𝑁 (𝐶) ← Finalizando, com o equilíbrio na horizontal, conseguimos a última força FHG. ∑ 𝐹𝑥 = −15𝑘𝑁 − 45𝑘𝑁 + 12,5 3 5 + 𝐹𝐻𝐺 = 0 36 𝐹𝐻𝐺 = 52,5𝑘𝑁 (𝑇) → 5º - Verificação: Também poderíamos calcular essa força pela somatória dos momentos em torno de D, mas que esse ponto esteja fora da seção. ∑ 𝑀𝐷 = 40𝑘𝑁 × 9𝑚 − 50𝑘𝑁 × 3𝑚 + 𝐹𝐻𝐺 × 4𝑚 = 0 𝐹𝐻𝐺 = 52,5𝑘𝑁 (𝑇) → Exemplo 2: Calcule as forças atuando nas barras BD, BC e AC, da treliça a seguir. Figura 19 – Método das Seções – Exemplo 2 Fonte: Giovannetti, 2022/Ftool. 1º - Determinar o melhor lugar para traçar a seção: Para que possamos calcular as 3 barras com um único corte, passaremos uma seção cortando exatamente esses 3 elementos. Se olharmos para o trecho da esquerda, não precisaremos calcular as reações de apoio, sendo mais prático o cálculo. 2º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre (DCL): Separando a treliça na seção definida e pegando a parte da esquerda para calcular, resultamos no DCL da Figura 20. Na qual está presente somente uma força externa (7kN para cima no ponto B), sem reação de apoio, e as forças FBD, FBC e FAC, correspondentes a cada barra cortada e na direção delas. 37 Figura 20 – Método das Seções – DCL - Exemplo 2 Fonte: Giovannetti, 2022/Ftool; Paint. 3º - Cálculo das forças nas barras: A única força desconhecida com componente vertical é FAC. Portanto, podemos iniciar o cálculo com o equilíbrio das forças verticais, considerando sentido horário, para cima e para a direita como positivo: Diagonal 𝐴𝐵 𝑒 𝐵𝐶 = √12 + 12 2 = 1,41 ∑ 𝐹𝑦 = −7𝑘𝑁 − 𝐹𝐵𝐶 1 1,41 = 0 𝐹𝐵𝐶 = −9,87𝑘𝑁 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝐹𝐵𝐶 = 9,87𝑘𝑁 ↑ ← (𝐶) Sequencialmente, calculamos a somatória dos momentos em torno do ponto B, com a única incógnita sendo FAC. ∑ 𝑀𝐵 = 𝐹𝐴𝐶 × 1𝑚 = 0 𝐹𝐶𝐷 = 0 Finalizando, com o equilíbrio na horizontal, conseguimos a última força FHG. ∑ 𝐹𝑥 = −9,87 1 1,41 + 𝐹𝐵𝐷 = 0 38 𝐹𝐵𝐷 = 7𝑘𝑁 (𝑇) → 5º - Verificação: Para fazer a verificação, efetuaremos a somatória dos momentos em torno de C, mas que este ponto esteja fora da seção. ∑ 𝑀𝐶 = −7𝑘𝑁 × 1𝑚 + 7 × 1𝑚 = 0 (𝑐𝑜𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒) TEMA 5 – EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO 5.1 Reações e Estabilidade Exemplo 1, retirado do livro Análise de Estruturas Estaticamente Determinadas (Hibeller, 2013). Determine as reações sobre a viga mostrada. Figura 21 – Aprofundamento - Reações em Viga - Exemplo 1 Fonte: Hibeller (2013). Primeiro obtemos o diagrama do corpo livre, representado pela viga, pelas cargas atuantes e reações, Figura 22. A força de 270kN foi decomposta nas componentes x e y. Figura 22 – Reações em Viga - Diagrama do Corpo Livre - Exemplo 1 Fonte: Hibeller (2013). 39 Adotamos sentido positivo para a direita, para cima e sentido horário. Aplicando as Equações de Equilíbrio temos: ∑ 𝐹𝑥 = 0; 𝐴𝑥 − 270𝑐𝑜𝑠60º = 0; 𝐴𝑥 = 135𝑘𝑁 ∑ 𝑀𝐴 = 0; 67,5 + 270𝑠𝑒𝑛60º × 3 − 270𝑐𝑜𝑠60º × 0,3 − 𝐵𝑦 × 4,2 𝐵𝑦 = 173,4𝑘𝑁 ∑ 𝐹𝑦 = 0; −270𝑠𝑒𝑛60º + 173,4𝑘𝑁 + 𝐴𝑦 = 0; 𝐴𝑦 = 60,4𝑘𝑁 Exemplo 2, retirado do livro Análise de Estruturas Estaticamente Determinadas (Hibeller, 2013). Classifique a treliça quanto à estabilidade e estaticidade. Figura 23 – Exemplo para classificação da treliça Fonte: Hibeller (2013). Quanto à estabilidade, a treliça apresenta 3 reações de apoio, uma vertical no apoio da esquerda e duas, vertical e horizontal, no apoio da direita, as quais estão posicionadas de maneira a impedir a movimentação e a rotação da treliça, portanto classifica-se como estável. A treliça apresenta 19 barras, m=19, e 11 nós, j=11. Assim, m + r = 2j; 19+3 = 2(11); 22 = 22, ou seja, estaticamente determinada, além disso, visualmente percebe-se que a treliça é internamente estável. 5.2 Método dos Nós Exemplo 1: retirado do material de apoio ao professor do livro Estática e Mecânica dos Materiais, Beer (2013). 40 Utilizando o Método dos Nós, obtenha as forças em cada elemento da treliça, ilustrada na Figura 24, e determine se estão sofrendo tração ou compressão. Figura 24 – Aprofundamento - Método dos Nós - Exemplo 1 Fonte: Beer (2013). 1º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre: O apoio B possui duas reações (Bx e By), já o apoio A possui somente uma reação (A) na direção da barra AC, Figura 25. Figura 25 – Aprofundamento - Método dos Nós - DCL- Exemplo 1 Fonte: Beer (2013). 2º - Cálculo das Reações: Considerando os momentos anti-horários, as forças para cima e para a direita como positivo. Comprimento da barra AC = √62 + 4,52 2 = 7,5𝑚 41 ∑ 𝑀𝐵 = 𝐴𝑥(4,5𝑚) − 24𝑘𝑁(12𝑚) = 0 𝐴𝑥 6 = 𝐹𝐴𝐶 7,5 ; 𝐴𝑥 = 𝐹𝐴𝐶 × 6 7,5 ∑ 𝑀𝐵 = 𝐹𝐴𝐶 × 6 7,5 (4,5𝑚) − 24𝑘𝑁(12𝑚) = 0 𝐹𝐴𝐶 = 80𝑘𝑁 (𝑇) ∑ 𝐹𝑥 = 𝐵𝑥 − 80𝑘𝑁 × 6 7,5 = 0 Bx = 64kN → ∑ 𝐹𝑦 = 𝐵𝑦 + 80𝑘𝑁 × 4,5 7,5 − 24𝑘𝑁 = 0 𝐵𝑦 = 24 kN ↑ 3º - Equilíbrio dos nós: Iniciando pelo nó E, temos as forças aplicadas e o triângulo formado por elas na Figura . Figura 38 – Aprofundamento - Método dos Nós – Nó E- Exemplo 1 Fonte: Beer (2013). Sendo que o comprimento da barra DE = √62 + 3,22 2 = 6,8𝑚, por semelhança de triângulos temos: 𝐹𝐶𝐸 6 =𝐹𝐷𝐸 6,8 = 24𝑘𝑁 3,2 42 𝐹𝐶𝐸 = 24𝑘𝑁 × 6 3,2 = 45𝑘𝑁 (𝑇) 𝐹𝐷𝐸 = 24𝑘𝑁 × 6,8 3,2 = 51𝑘𝑁 (𝐶) Seguindo para o nó D, temos na Figura a ilustração das forças aplicadas no nó. Figura 39 – Aprofundamento - Método dos Nós – Nó D- Exemplo 1 Fonte: Beer (2013). Fazendo o equilíbrio das forças horizontais, considerando que FBD e FDE tem a mesma inclinação, temos: ∑ 𝐹𝑥 = 6 6,8 × 𝐹𝐵𝐷 − 6 6,8 × 51𝑘𝑁 = 0 𝐹𝐵𝐷 = 51𝑘𝑁 (𝐶) Pela somatória das forças verticais obtemos: ∑ 𝐹𝑦 = − 3,2 6,8 × 51𝑘𝑁 − 3,2 6,8 × 51𝑘𝑁 + 𝐹𝐶𝐷 = 0 𝐹𝐶𝐷 = 48𝑘𝑁 (𝑇) Finalizando no nó C, 43 Figura , temos: 44 Figura 40 – Aprofundamento - Método dos Nós – Nó C- Exemplo 1 Fonte: Beer (2013). ∑ 𝐹𝑥 = −𝐹𝐶𝐵 − 𝐹𝐴𝐶 6 7,5 + 𝐹𝐶𝐸 = 0 ∑ 𝐹𝑥 = −𝐹𝐶𝐵 − 80𝑘𝑁 6 7,5 + 45 = 0 𝐹𝐶𝐵 = 19𝑘𝑁 (𝐶) 4º - Verificação: ∑ 𝐹𝑦 = −48 + 80𝑘𝑁 4,5 7,5 = 0 (𝑐𝑜𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒) Observação: essa treliça só pode ser calculada utilizando esse método por ser estável e estaticamente determinada, m = 6; j = 5; r = 4. m + r = 2j; 6 + 4 = 2 . 5; 10 = 10, portanto a treliça é estaticamente determinada 5.3 Método das Seções Exemplo 1: calcule as forças atuantes nas barras BD, BC e AC, para isso, utilize o Método das Seções. 45 Figura 26 – Aprofundamento - Método das Seções - Exemplo 1 Fonte: Giovannetti, 2022/Ftool; Paint. 1º - Determinar o melhor lugar para traçar a seção: Poderíamos passar uma seção vertical cortando os 3 elementos BD, BC e AC que desejamos calcular, como na 46 Figura 26. Como qualquer um dos lados cortados possui apoio, deveremos primeiro calcular as reações de apoio. 2º - Reações de apoio: Primeiro devemos identificar as reações em cada apoio. O apoio A apresenta duas reações, vertical (VA) e horizontal (HA), o apoio E tem uma reação horizontal (HE). Utilizando momentos no sentido horário, forças para cima e para a direita como positivo, calcularemos a reação VA, por possuir somente uma incógnita na vertical: ∑ 𝐹𝑦 = −13𝑘𝑁 + 𝑉𝐴 = 0 𝑉𝐴 = 13𝑘𝑁 ↑ A partir do cálculo dos momentos no ponto A: ∑ 𝑀𝐴 = −6𝑘𝑁 × 1,5𝑚 + 13𝑘𝑁 × 3𝑚 − 𝐻𝐸 × 1,5𝑚 = 0 𝐻𝐸 = 20𝑘𝑁 ← Do equilíbrio das forças horizontais: ∑ 𝐹𝑥 = 𝐻𝐴 − 6𝑘𝑁 − 20𝑘𝑁 = 0 𝐻𝐴 = 26𝑘𝑁 → 3º - Desenhamos o Diagrama do Corpo Livre (DCL): Separando a treliça na seção definida e pegando a parte da esquerda para calcular, resultamos no DCL da Figura 27. Na qual estão presentes a força externa (6kN para a esquerda no ponto B), as reações de apoio em A (13kN para cima e 26kN para a direita) e as forças FBD, FBC e FAC, correspondentes a cada barra cortada e na direção delas. Figura 27 – Aprofundamento- Método das Seções – DCL - Exemplo 1 47 Fonte: Giovannetti, 2022/Ftool; Paint. 4º - Cálculo das forças nas barras: Para o cálculo do equilíbrio das forças verticais, a única força desconhecida com componente vertical é FBC, portanto: Comprimento da Diagonal 𝐵𝐶 = √22 + 1,52 2 = 2,5𝑚 ∑ 𝐹𝑦 = 13𝑘𝑁 − 𝐹𝐵𝐶 1,5 2,5 = 0 𝐹𝐵𝐶 = 21,67𝑘𝑁 (𝑇)→↓ No próximo passo, podemos calcular a somatória dos momentos em torno do ponto H, nossa única incógnita será FCD. ∑ 𝑀𝐵 = 13𝑘𝑁 × 1𝑚 − 26𝑘𝑁 × 1,5𝑚 − 𝐹𝐴𝐶 × 1,5𝑚 = 0 𝐹𝐴𝐶 = −17,3𝑘𝑁; 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝐹𝐴𝐶 = 17,3𝑘𝑁 (𝐶) ← Finalizando, com o equilíbrio na horizontal, conseguimos a última força FDB. ∑ 𝐹𝑥 = −6𝑘𝑁 + 26𝑘𝑁 − 17,3 + 21,67 2 2,5 + 𝐹𝐵𝐷 = 0 𝐹𝐵𝐷 = −20𝑘𝑁 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎 𝐹𝐵𝐷 = 20𝑘𝑁(𝐶) ← 5º - Verificação: Podemos fazer a verificação pelo cálculo dos momentos em torno de C, mesmo que este ponto esteja fora da seção. 48 ∑ 𝑀𝐶 = 13𝑘𝑁 × 3𝑚 − 6𝑘𝑁 × 1,5𝑚 − 20 × 1,5𝑚 = 0 (𝑐𝑜𝑛𝑓𝑒𝑟𝑒) FINALIZANDO Nesta etapa, revisamos alguns conteúdos muito importântes no cálculo e estruturas e que serão base para o estudo desse estudo, como o cálculo das reações de apoio. Vimos, também, sobre as Treliças, sua estabilidae e os principais métodos de calculo. 49 REFERÊNCIAS BEER, F. P. et al. Estática e Mecânica dos Materiais. Porto Alegre: Grupo A, 2013. BEER, F. Mecânica Vetorial para Engenheiros: Estática. Porto Alegre: Grupo A, 2019. GARRISON, P. Fundamentos de Estruturas. Tradução de Ronald Saraiva de Menezes; Revisão Técnica de Luttgardes de Oliveira Neto. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2018; Grupo A, 2018. HIBBELER, R. C. Análise das Estruturas. Tradução de Jorge Ritter; Revisão Técnica de Pedro Vianna. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013. KASSIMALI, A. Análise Estrutural - Tradução da 5ª edição norte-americana. São Pauolo: Cengage Learning Brasil, 2016. MERIAM, J L.; KRAIGE, L G.; BOLTON, J N. Mecânica para Engenharia: Estática. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. ONOUYE, B.; KANE, K. Estática e Resistência dos Materiais para Arquitetura e Construção de Edificações. 4. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2015.
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