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Tópicos Especiais em Direito de Empresa Revisão 9 (01/12/16) Professora Bruna Campos Faculdade Universo 2016/2 Atenção: o conteúdo destas notas de aulas reflete a minha compreensão sobre o que foi ministrado em sala de aula. Assim, você estará lendo o meu entendimento e não necessariamente o que foi dito pelo professor. Ademais, as notas de aulas podem sofrer alterações na esquematização, na ordem, bem como acréscimos de outras fontes de pesquisa. Obs.: este material é gratuito, de cunho acadêmico e não comercial - André Teles Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 2 04-08-2016 Bibliografia: Ramos, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado – 4º edição, revista, atualizada e ampliada – Rio de Janeiro, Editora Forense; São Paulo, Editora MÉTODO, 2014. Negrão, Ricardo. Direito empresarial: estudo unificado - 5º edição, revisada – São Paulo, Editora Saraiva, 2014. Recomendado: André Luiz Santa cruz Ramos, Valdo Fázio Júnior, Arnaldo Rizzado. Teoria Geral dos Contratos 1. Introdução – pertence ao direito privado, mas não pode anular o interesse público. Prevalece a autonomia da vontade, sem coerção, sem imposição. Obs.: o contrato de adesão não se caracteriza como forçado, é bilateral, embora apenas uma parte seja encarregada de escrever as cláusulas do contrato. A assinatura configura adesão ao contrato, sua anuência, mesmo sendo limitado ou impossível a alteração de qualquer cláusula, há igualdade entre os contratantes. Os sujeitos contratantes, em regra, são as pessoas jurídicas na pessoa dos sócios e não as pessoas físicas. 1.1. Negócio jurídico – art. 104 CC traz os requisitos de validade do negócio jurídico. Um contrato que não cumpre todos requisitos é nulo. 1.1.1. Requisitos de validade Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. 1.1.2. Negócio jurídico empresarial – o empresário em um dos polos, quando for interempresarial há empresário nos dois polos da ação, ou seja, nenhum deles é destinatário final do produto. Atenção: a natureza jurídica pode ser civil empresarial (sem destinatário final) ou natureza jurídica consumerista (um deles é destinatário final). 1.2. Autonomia da vontade – não pode haver imposição de alguma parte. Deve haver liberdade para contratar ou distratar. 2. Conceitos/classificações importantes 2.1. Bilateralidade – necessário conectar polos, de um lado contratante e do outro contratado, é uma via de mão dupla. Não sendo consumidor, ou seja, destinatário final do produto, não há lado hipossuficiente na relação, não há vulnerabilidade jurídica no negócio. Assim, todo Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 3 contrato bilateral gera a sinalágma.1 2.2. Comutatividade – oposto de aleatoriedade, é aquele que garante a transparência contratual, nas cláusulas do contrato, que garanta o conhecimento das condições e consequências do contrato. É previsível, pois se conhece as regras. 2.3. Contratos aleatórios – No contrato aleatório, a previsão depende de um acontecimento incerto. Exemplo: contrato de seguro, no contrato interempresarial o exemplo é o contrato de safra. 2.4. Caráter sinalagmático – tem direitos e obrigações recíprocas. O direito de um gera uma obrigação para o outro. Esta característica decorre da bilateralidade. 18/08/2016 2.5. Contratos onerosos/gratuitos – relação contratual gratuita entre pessoas jurídicas é, em geral, fraude contra credores. 2.6. Contratos típicos/atípicos – típicos são os previstos ou determinados por lei. Atípicos são contratos que não estão regulamentados em seus requisitos, padrões, ou seja, não estão regulamentados por lei específica. Como fazem parte do direito privado, tudo que não for proibido é permitido. Exemplo contrato típico: Representação comercial autônomo – Lei 4.886, art. 27. Ambos os tipos podem conter cláusulas cogentes e dispositivas.2 Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: 3. Natureza Jurídica das Espécies Contratuais 3.1. Natureza civil pura – mera prestação de serviço. Exemplo: pedreiro que constrói um muro em determinado prazo. 3.2. Natureza consumerista – é um tipo de contrato civil, regido por um código que é um microssistema em si mesmo. Exemplo: alunos versos faculdade 3.3. Natureza contratual administrativa – tem características exclusivas, junção de objetivos ou princípios como supremacia do interesse público sobre o privado e indispensabilidade do interesse público. Legalidade, impessoalidade, publicidade, eficiência. 3.4. Natureza Trabalhista - CLT: Art. 3º - considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. Parágrafo único - não haverá distinções relativas à espécie de emprego e à condição 1 Sinalagmático - De origem da palavra grega "synnalagmatikos", significa uma relação de obrigação contraída entre duas partes de comum acordo de vontades. Cada parte condiciona a sua prestação a contraprestação da outra. Em direito, o melhor exemplo para a existência deste instituto é o contrato bilateral (venda e compra). http://www.direitonet.com.br/dicionario/exibir/1037/Sinalagmatico 2 Cláusulas cogentes são aquelas decorrentes de previsão legal, por isso devem ser cumpridas. Cláusulas dispositivas são aquelas que decorrem de autonomia da vontade das partes diante de uma omissão da lei. Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 4 de trabalhador, nem entre o trabalho intelectual, técnico e manual. 3.5. Contratos Interempresariais – assunto de todo semestre Contratos de Colaboração Contribuir, ajudar e solidarizar são palavras que lembram colaboração. Todavia, todos os contratos de colaboração são onerosos, com intensão de lucro para ambas as partes. As partes são chamadas de colaborado e colaborador, mas ambos contribuem para a lucratividade do outro. Obs.: o termo pejotização3 vem da sigla PJ (Pessoa Jurídica). Se trata de uma pessoa física que 3A denominação “pejotização” tem sido utilizada pela jurisprudência para se referir à contratação de serviços pessoais, exercidos por pessoas físicas, de modo subordinado, não eventual e oneroso, realizada por meio de pessoa jurídica constituída especialmente para esse fim, na tentativa de disfarçar eventuais relações de emprego que evidentemente seriam existentes, fomentando a ilegalidade e burlando direitos trabalhistas. Observe que a “pejotização” no ambiente de trabalho surge como opção aos empregadores que buscam a diminuição dos custos e encargos trabalhistas. Assim, pretende aparentar contratações lícitas para prestação de serviços subordinados, o que fere cabalmente o princípio da primazia da realidade, prejudicando a aplicabilidade dos direitos sociais garantidos aos empregados constitucionalmente. Atualmente, a Justiça do Trabalho possui corriqueiramente pedidos de reconhecimentos de vínculo de emprego entre um dos sócios de uma pessoa jurídica e seu respectivo empregador (empresa contratante), pois tais contratações, que inicialmente mantinham a aparência de relação de prestação de serviços entre pessoas jurídicas, são na verdade, fraudulentas. Isto porque, os requisitos da relação de emprego foram devidamente preenchidos e por consequência a prestação de serviços pela pessoa jurídica, era na verdade, realizada por uma pessoa física que contém todos os requisitos da relação de emprego. Ressalte-se que o direito do trabalho,apoiado nos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, do valor social do trabalho e do pleno emprego, que corroboram a justiça social, deve proteger toda a sociedade. Por tal razão, é necessário combater estas modalidades de contratação fraudulenta como forma de efetivar a Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 5 é contratada como pessoa jurídica afastando qualquer vínculo empregatício. 15/08/2016 1. Conceito – são contratos realizados entre uma pessoa jurídica (colaborado), fabricante, dono de marca e produtos e outra pessoa física ou jurídica (colaborador). O objetivo deste contrato é que o colaborador amplie os negócios do colaborado, tendo, para tanto uma lucratividade proveniente deste negócio jurídico. Nesse contrato são comuns as seguintes cláusulas: 2. Cláusulas 2.1. Exclusividade de zona/território – favorece o colaborar. Não significa que outras pessoas não possam comercializar o mesmo produto naquela região, mas que ninguém poderá adquirir o produto com as mesmas condições que o colaborador. É uma garantia contratual que o colaborador tem de que, naquela zona, apenas ele terá o contrato e as vantagens de colaborador. 2.2. Exclusividade de produtos – favorece o colaborado. Neste tipo de contrato se presume a exclusividade de zona e de produto, mas pode haver cláusula expressa proibindo ou não estabelecendo exclusividade. Obs.: mercado cinza ou zona grise, ocorre quando alguma cláusula é descumprida por uma das partes propiciando uma concorrência desleal. Sempre será comutativo e sinalagmático. 3. Espécies de contratos de colaboração 3.1. Colaboração por intermediação – entre colaborado e colaborador haverá um contrato de colaboração. R (colaborador) pode comprar de O (colaborado) para vender aos clientes. Assim, não existe relação jurídica entre O e o cliente por contrato. Claro que existe a responsabilidade por defeitos ou vícios, mas não diretamente devido ao contrato. Portanto, são dois negócios jurídicos distintos. 3.2. Colaboração por aproximação - entre colaborado (O) e colaborador (R) haverá um contrato de colaboração, porém não de compra para revenda, mas para captação de clientes. R irá visitar os clientes apresentando os produtos para que o mesmo compre os produtos diretamente do colaborado (O). Pode até mesmo fazer propostas para o cliente. Obs.: o colaborado não é obrigado a aceitar a proposta. 01/09/2016 justiça social. Katy Brianezi, http://katybrianezi.jusbrasil.com.br/artigos/121934275/pejotizacao-voce-sabe-o- que-significa acesso em 29/09/2016 Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 6 Contratos de Colaboração por Intermediação Colaborador compra produtos do colaborado para venda aos clientes, sejam estes clientes empresários ou não. Têm como características serem contratos onerosos, sinalagmáticos, comutativos, atípicos, bilaterais, podendo ser também um contrato de adesão. Há dois tipos de contrato, distinguidos pelo grau de ingerência4: 1. Distribuição por intermediação – o colaborador adquire do distribuído, produtos por este industrializado ou comercializado, dentro de determinadas condições especiais para revender ao consumidor. A entrega dos produtos aos clientes é feita pelo colaborador (distribuidor). R = distribuidor – compra do O = Distribuído 2. Concessão mercantil – em regra, são contratos atípicos, a exceção são os automobilísticos pela Lei Ferrari 6.729/79 (concessionária de carros). Alto grau de ingerência, mas se apresenta como tendo duas pessoas jurídicas. Não é uma filial, nem há ligação jurídica. R = Concessionário – compra do O = Concedente Nesse contrato específico de colaboração, um empresário, o concessionário, assume a obrigação de comercializar produtos fabricados por outro empresário, a concedente. Trata- se, em regra, de contrato atípico, com exceção da concessão comercial relativa a veículos automotores terrestres, que é disciplinada especialmente pela Lei 6.729/1979, batizada de Lei Ferrari. Assim, em regra, as partes são livres para estipular as cláusulas do contrato de concessão mercantil, salvo, frise-se, no caso da concessão relativa a veículos automotores, em que o contrato se submete ao disposto na Lei 6.729/1979. O contrato de concessão mercantil se caracteriza pelo fato de a subordinação empresarial existente entre as partes ser um pouco maior, ou seja, a concedente exerce sobre o concessionário um maior grau de ingerência na organização de sua atividade. Com efeito, como é muito comum nesses contratos que o concessionário assuma a obrigação de prestar assistência técnica aos consumidores dos produtos da concedente, por exemplo, justifica-se um maior controle da concedente sobre a atuação do concessionário. Ressalte-se, por fim, que no contrato de concessão mercantil, que se configura como um contrato de distribuição-intermediação, é comum a presença de algumas cláusulas contratuais essenciais, dentre as quais podemos destacar: (i) a de exclusividade de distribuição, que obriga o concessionário a comercializar apenas produtos fabricados pelo concedente; (si) a de exclusividade de zona (ou de territorialidade), que obriga, por outro lado, o concedente a só comercializar seus produtos na área de atuação do concessionário por intermédio deste. Sobre o contrato de concessão de veículos automotores, o STJ já decidiu, mais de uma vez, que 4 S. f. Ato ou efeito de ingerir(-se); intervenção, influência. Dicionário Aurélio Século XXI Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 7 concedente e concessionária são solidariamente responsáveis perante o consumidor. Ramos (2014, p. 521). 08/09/16 Contrato de Colaboração por Aproximação 1. Mandato mercantil (é diferente de comissão mercantil) – o mandatário capta clientes para o mandante e estes compram do mandante. Lucratividade é uma característica dos contratos mercantis, pois gratuito não faz sentido no Direito Empresarial. Mandato tem que haver procuração, e o procurador agirá em nome e por conta de quem lhe outorgou os poderes, mas a responsabilidade perante terceiros é do outorgante. Assim, qualquer dano ao cliente nesta relação jurídica, será do mandante. A lucratividade para o mandatário vem por comissão, já que não há vínculo empregatício. (Alteridade – risco do negócio é do empregador) R = Mandatário (PJ ou PF) – recebe poderes do colaborado (mandante) para apresentar os produtos. Age em nome e responsabilidade do O = Mandante (PJ) – transfere poderes ao mandatário 2. Comissão mercantil – Comissário (R) age por ordem do comitente em decorrência de um contrato, mas em seu próprio nome e responsabilidade. Em regra, o valor comissionado é maior que nos contratos mercantis, justamente por causa do risco assumido pelo comissário. Comitente (O) transfere a responsabilidade para o comissário. Obs.: comissão tem dois significados: forma de pagamento (contraprestação) e o outro como tipo de contrato de colaboração. 3. Representação comercial autônoma – há duas espécies de representação comercial: representação comercial subordinada, que gera vínculo empregatício, matéria do Direito do Trabalho e a representação comercial autônoma. É um contrato típico, Lei 4.886/65. Obs.: representante precisa estar inscrito no conselho regional de representantes comerciais. A representação comercial autônoma é modalidade especial de contrato de colaboração em que o colaborador, chamado de representante, assume a incumbência de obter pedidos de compra e venda para os produtos comercializados pelo colaborado, chamado de representado. Trata-se de contrato que possui regulamentação legal específica (Lei 4.886/1965,que sofreu relevantes alterações provocadas pela Lei 8.420/1992). Não obstante, o Código Civil também trouxe disciplina legal para esse contrato, denominando-o de contrato de agência (arts. 710 a 721), expressão que, segundo alguns autores, é mais apropriada. Embora nós tenhamos optado por considerar representação comercial e agência como uma mesma figura contratual, é importante destacar que há autores que distinguem esses contratos, entendendo que a agência seria modalidade contratual de maior amplitude, que englobaria qualquer contrato firmado com pessoa que exerça a intermediação com habitualidade. São os Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 8 casos, por exemplo, de agentes de atletas ou artistas. De acordo com o art. 1.° da Lei 4.886/1965, “exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios”. Perceba-se, pois, que a representação comercial não se confunde com o mandato, uma vez que o representante não tem poderes para concluir os negócios em nome do representado. Cabe a este, em última análise, aprovar ou não os pedidos de compra obtidos pelo representante. Não obstante tal distinção, a lei autoriza, no parágrafo único do seu art. 1. °, que a representação inclua também os poderes do mandato: “quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação comercial”. Ramos (2014, p.512) 15/09/2016 Art. 27. Do contrato de representação comercial, além dos elementos comuns e outros a juízo dos interessados, constarão obrigatoriamente: (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) a) condições e requisitos gerais da representação; b) indicação genérica ou específica dos produtos ou artigos objeto da representação; Co nt ra to s d e Co la bo ra çã o Colaboração por intermediação (Compra e venda) Distribuição por Intermediação Distribuidor e Distribuído R compra de O Baixo grau de ingerência Concessão Mercantil Concessionário e Concedente Atípico, auto grau de ingerência Colaboração por Aproximação (Captação de clientes) Mandado Mercantil Mandatário e Mandante Age em nome e responsabilidade do mandante. Procuração Comissão Mercantil Comissário e Comitente Age em nome e responsabilidade própia. Contrato Representação Comercial Representante e Representado Contrato típico, Lei 4.886/65 Dstribuição por aproximação Distribuidor e Distribuído Cliente compra de O Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 9 c) prazo certo ou indeterminado da representação d) indicação da zona ou zonas em que será exercida a representação; (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) e) garantia ou não, parcial ou total, ou por certo prazo, da exclusividade de zona ou setor de zona; - cláusula obrigatória. ATENÇÂO: existir ou não exclusividade é opcional, mas a cláusula TEM que existir. f) retribuição e época do pagamento, pelo exercício da representação, dependente da efetiva realização dos negócios, e recebimento, ou não, pelo representado, dos valores respectivos; g) os casos em que se justifique a restrição de zona concedida com exclusividade; h) obrigações e responsabilidades das partes contratantes: i) exercício exclusivo ou não da representação a favor do representado; obrigatória j) indenização devida ao representante pela rescisão do contrato fora dos casos previstos no art. 35, cujo montante não poderá ser inferior a 1/12 (um doze avos) do total da retribuição auferida durante o tempo em que exerceu a representação. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) art. 35 e 36 dispõe sobre justa causa, neste caso tem que esclarecer quem cometeu a falta grave que incidiu a justa causa. Assim, se o representante não cometeu falta grave, ele tem direito a uma indenização. § 1° Na hipótese de contrato a prazo certo, a indenização corresponderá à importância equivalente à média mensal da retribuição auferida até a data da rescisão, multiplicada pela metade dos meses resultantes do prazo contratual. (Redação dada pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992). Sendo o contrato rescindido antecipadamente § 2° O contrato com prazo determinado, uma vez prorrogado o prazo inicial, tácita ou expressamente, torna-se a prazo indeterminado. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) § 3° Considera-se por prazo indeterminado todo contrato que suceder, dentro de seis meses, a outro contrato, com ou sem determinação de prazo. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) Art. 28. O representante comercial fica obrigado a fornecer ao representado, segundo as disposições do contrato ou, sendo este omisso, quando lhe for solicitado, informações detalhadas sobre o andamento dos negócios a seu cargo, devendo dedicar-se à representação, de modo a expandir os negócios do representado e promover os seus produtos. A subordinação expressa na exigência de entrega de relatórios não implica em vínculo empregatício. Art. 29. Salvo autorização expressa, não poderá o representante conceder abatimentos, descontos ou dilações, nem agir em desacordo com as instruções do representado. Art. 33. Não sendo previstos, no contrato de representação, os prazos para recusa das propostas ou pedidos, que hajam sido entregues pelo representante, acompanhados dos Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 10 requisitos exigíveis, ficará o representado obrigado a creditar-lhe a respectiva comissão, se não manifestar a recusa, por escrito, nos prazos de 15, 30, 60 ou 120 dias, conforme se trate de comprador domiciliado, respectivamente, na mesma praça, em outra do mesmo Estado, em outro Estado ou no estrangeiro. Praça do Comprador X praça do representado. § 1º Nenhuma retribuição será devida ao representante comercial, se a falta de pagamento resultar de insolvência do comprador, bem como se o negócio vier a ser por ele desfeito ou for sustada a entrega de mercadorias devido à situação comercial do comprador, capaz de comprometer ou tornar duvidosa a liquidação. § 2º Salvo ajuste em contrário, as comissões devidas serão pagas mensalmente, expedindo o representado a conta respectiva, conforme cópias das faturas remetidas aos compradores, no respectivo período. § 3° Os valores das comissões para efeito tanto do pré-aviso como da indenização, prevista nesta lei, deverão ser corrigidos monetariamente. (Incluído pela Lei nº 8.420, de 8.5.1992) Art. 35. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo representado (colaborado para colaborador): a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato; b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado; incorre em dano moral da Pessoa Jurídica por denegrir seu nome ou imagem. Não é um dano moral subjetivo como ocorre com Pessoa Física. c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de representação comercial; d) a condenação definitiva por crime considerado infamante; e) força maior.5 Art. 36. Constituem motivos justos para rescisão do contrato de representação comercial, pelo representante (colaborador para colaborado): a) redução de esferade atividade do representante em desacordo com as cláusulas do contrato; b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato; 5 É um evento previsível ou imprevisível, porém inevitável, decorrente das forças da natureza, como o raio, a tempestade etc. No entanto, há entendimento contrário. Enquanto Sílvio de Salvo Venosa sustenta esta teoria, Caio Mário da Silva Pereira defende a ideia contrária. Caso fortuito é o evento proveniente de ato humano, imprevisível e inevitável, que impede o cumprimento de uma obrigação, tais como: a greve, a guerra etc. Não se confunde com força maior. Fundamentação: Arts. 246, 393, 399, 575, 583, 667, § 1º e 868 do CC e Art. 28, II, §§ 1º e 2º do CP http://www.direitonet.com.br/dicionario/busca?palavras=for%C3%A7a+maior acesso em 29/09/2016. Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 11 c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular; d) o não-pagamento de sua retribuição na época devida; e) força maior. Art. 37. Somente ocorrendo motivo justo para a rescisão do contrato, poderá o representado reter comissões devidas ao representante, com o fim de ressarcir-se de danos por este causados e, bem assim, nas hipóteses previstas no art. 35, a título de compensação. R = Representante – capta clientes para O = Representado Contratos de Colaboração Contrato R colaborador O colaborado Características CONTRATO DE COLABORAÇÃO POR INTERMEDIAÇÃO Compra e venda Distribuição por intermediação Distribuidor Distribuído R compra de O Baixo grau de ingerência Concessão mercantil Concessionário Concedente Atípicos. Alto grau de ingerência CONTRATO DE COLABORAÇÃO POR APROXIMAÇÃO Captação de clientes Mandato mercantil Mandatário (PJ ou PF) Mandante (PJ) Age em nome e responsabilidade do O. Procuração Comissão mercantil Comissário Comitente Age em nome e responsabilidade própria. Contrato Representação comercial autônoma Representante Representado Contrato típico, Lei 4.886/65 Distribuição por aproximação Distribuidor Distribuído Cliente compra de O 4. Distribuição por aproximação Distribuidor capta clientes, o cliente compra do colaborado (distribuído), mas o distribuído encaminha os produtos para o distribuidor (colaborador) para entregar ao cliente. É comum haver contrato de seguro de transporte. ATENÇÂO: nos contratos de distribuição por intermediação o colaborador também entrega aos clientes, porém os produtos são dele, pois comprou do colaborado. R = Distribuidor por aproximação O = Distribuído por Aproximação Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 12 Dono do produto ou fabricante é o colaborado, quem leva o produto ao público é o colaborador. 13/10/2016 Início da V2 Franquia 1. Introdução O dono da marca já tem um certo tamanho no mercado, assim, o contrato não traz como premissa a expansão do negócio. É um contrato típico, bilateral e de adesão, tendo como fundamento a Lei 8.955/15/12/94 Art. 1º Os contratos de franquia empresarial são disciplinados por esta lei. 2. Objetivos Essencialmente, o contrato de franquia envolve prestação de serviços, distribuição de produtos, cessão de uso de marcas e/ou patentes, bem como prestação sucessiva, continuada desses recursos. Negrão (2014, p. 132) 3. Legislação Com o incrível crescimento do número de franquias verificado a partir de 1990, o legislador sentiu a necessidade de regulamentar minimamente o contrato de franquia, fazendo-o por meio da edição da Lei 8.955/1994, já mencionada. Ressalte-se que essa lei não disciplinou detalhadamente o contrato de franquia, mas apenas regulou alguns aspectos essenciais de sua formação, no intuito de conferir maior transparência a essa modalidade de contratação entre empresários. Ramos (2014, p.523) 4. Contrato de franquia Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 13 4.1. Sujeitos - Franqueado é uma PJ, mesmo que seja EIRELI, que recebe autorização para uso da marca ou patente podendo estar atrelado ao sistema operacional. Franqueador é o dono da marca ou patente cedida que autoriza o franqueado. 4.2. Conceito - Art. 2º Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. 4.3. Características do contrato - É contrato bilateral: um dos contratantes obriga-se a fornecer produtos, uso de tecnologia, uso de marcas e patentes e prestação de serviços; cabe ao outro contratante pagar remuneração por esses direitos, cessões e serviços. Para a formação do contrato de franquia exige-se: a) a presença de dois contratantes, de um lado o franqueador, ou concedente, empresário que detém a fabricação, distribuição ou licenciamento do produto ou marca e, de outro, o franqueado, empresário que se dispõe a distribuí-los no mercado; b) obrigação de o franqueador fornecer uma Circular de Oferta de Franquia ao interessado em tornar-se franqueado, por escrito e em linguagem clara e acessível, dez dias antes da assinatura do contrato, ou pré-contrato, ou, ainda, do pagamento de qualquer tipo de taxa, contendo as informações previstas no art. 3º da LFE, fazendo acompanhar modelo de contrato- padrão. Negrão (2014, p. 132) Obs.: a doutrina majoritária diz ser um contrato típico por ser baseado em lei. A doutrina mais moderna diz ser um contrato atípico, pois a lei não fala exatamente sobre o contrato, mas da oferta de franquia, que é semelhante a um pré-contrato. 4.4. COF – Circular de Oferta de Franquia – é uma série de requisitos a serem cumpridos para celebrar o contrato de franquia. Traz também as imposições legais a serem cumpridas pelo próprio franqueador, demonstrando a situação financeira e contábil para o franqueado. Falando de modo popular, é uma proposta para celebrar o contrato de franquia, contendo valor da taxa de franquia, regras que devem ser cumpridas pelo franqueado, etc. Art. 3º Sempre que o franqueador tiver interesse na implantação de sistema de franquia empresarial, deverá fornecer ao interessado em tornar-se franqueado uma circular de oferta de franquia, por escrito e em linguagem clara e acessível, contendo obrigatoriamente as seguintes informações: I - histórico resumido, forma societária e nome completo ou razão social do franqueador e de todas as empresas a que esteja diretamente ligado, bem como os respectivos nomes de fantasia e endereços; II - balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 14 exercícios; III - indicação precisa de todas as pendências judiciais em que estejam envolvidos o franqueador, as empresas controladoras e titulares de marcas, patentes e direitos autorais relativos à operação, e seus subfranqueadores, questionando especificamente o sistema da franquia ou que possam diretamente vir a impossibilitar o funcionamento da franquia; IV - descrição detalhada da franquia, descrição geral do negócio e das atividades que serão desempenhadas pelo franqueado; V - perfil do franqueado ideal no que se refere a experiência anterior, nível de escolaridade e outras características que deve ter, obrigatória ou preferencialmente;VI - requisitos quanto ao envolvimento direto do franqueado na operação e na administração do negócio; VII - especificações quanto ao: a) total estimado do investimento inicial necessário à aquisição, implantação e entrada em operação da franquia; b) valor da taxa inicial de filiação ou taxa de franquia e de caução; e c) valor estimado das instalações, equipamentos e do estoque inicial e suas condições de pagamento; VIII - informações claras quanto a taxas periódicas e outros valores a serem pagos pelo franqueado ao franqueador ou a terceiros por este indicados, detalhando as respectivas bases de cálculo e o que as mesmas remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, especificamente, o seguinte: a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da marca ou em troca dos serviços efetivamente prestados pelo franqueador ao franqueado (royalties); b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial; c) taxa de publicidade ou semelhante; d) seguro mínimo; e e) outros valores devidos ao franqueador ou a terceiros que a ele sejam ligados; IX - relação completa de todos os franqueados, subfranqueados e subfranqueadores da rede, bem como dos que se desligaram nos últimos doze meses, com nome, endereço e telefone; X - em relação ao território, deve ser especificado o seguinte: a) se é garantida ao franqueado exclusividade ou preferência sobre determinado território de atuação e, caso positivo, em que condições o faz; e Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 15 b) possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território ou realizar exportações; XI - informações claras e detalhadas quanto à obrigação do franqueado de adquirir quaisquer bens, serviços ou insumos necessários à implantação, operação ou administração de sua franquia, apenas de fornecedores indicados e aprovados pelo franqueador, oferecendo ao franqueado relação completa desses fornecedores; XII - indicação do que é efetivamente oferecido ao franqueado pelo franqueador, no que se refere a: a) supervisão de rede; b) serviços de orientação e outros prestados ao franqueado; c) treinamento do franqueado, especificando duração, conteúdo e custos; d) treinamento dos funcionários do franqueado; e) manuais de franquia; f) auxílio na análise e escolha do ponto onde será instalada a franquia; e g) layout e padrões arquitetônicos nas instalações do franqueado; XIII - situação perante o Instituto Nacional de Propriedade Industrial - (INPI) das marcas ou patentes cujo uso estará sendo autorizado pelo franqueador; XIV - situação do franqueado, após a expiração do contrato de franquia, em relação a: a) know how ou segredo de indústria a que venha a ter acesso em função da franquia; e b) implantação de atividade concorrente da atividade do franqueador; XV - modelo do contrato-padrão e, se for o caso, também do pré-contrato-padrão de franquia adotado pelo franqueador, com texto completo, inclusive dos respectivos anexos e prazo de validade. 4.5. Formalidade - De acordo com o art. 4° da mesma lei, “a circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este”. A exigência de que a COF seja enviada ao potencial franqueado tem a finalidade clara de lhe permitir conhecer com detalhes os termos do contrato e analisar a viabilidade econômica do negócio. Ramos (2014, p. 525) Art. 4º A circular oferta de franquia deverá ser entregue ao candidato a franqueado no mínimo 10 (dez) dias antes da assinatura do contrato ou pré-contrato de franquia ou ainda do Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 16 pagamento de qualquer tipo de taxa pelo franqueado ao franqueador ou a empresa ou pessoa ligada a este. 03/11/2016 A lei deu tanta importância ao assunto que o parágrafo único do dispositivo em questão estabelece que “na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá arguir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos”. No mesmo sentido é a regra do art. 7° da lei em análise, segundo o qual “a sanção prevista no parágrafo único do art. 4° desta lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis”. Não basta, pois, enviar a COF no prazo legal: é fundamental que a COF contemple informações verdadeiras sobre o negócio oferecido. Ramos (2014, p. 525) Parágrafo único. Na hipótese do não cumprimento do disposto no caput deste artigo, o franqueado poderá arguir a anulabilidade do contrato e exigir devolução de todas as quantias que já houver pago ao franqueador ou a terceiros por ele indicados, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas, pela variação da remuneração básica dos depósitos de poupança mais perdas e danos. Art. 5º (VETADO). O art. 6° da Lei 8.955/1994, por sua vez, estabelece que “o contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público”. Não obstante, o art. 211 da LPI determina que os contratos de franquia devem ser registrados no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), nos seguintes termos: “o INPI fará o registro dos contratos que impliquem transferência de tecnologia, contratos de franquia e similares para produzirem efeitos em relação a terceiros”. Como conjugar, então, as duas regras? Ora, uma trata da validade do contrato, e a outra da sua eficácia perante terceiros. Assim, a ausência de registro da franquia no INPI não invalida o contrato, mas nesse caso ele só produzirá efeitos perante as partes contratantes – franqueador e franqueado –, não sendo oponível perante terceiros. Ramos (2014, p. 525) Art. 6º O contrato de franquia deve ser sempre escrito e assinado na presença de 2 (duas) testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. Art. 7º A sanção prevista no parágrafo único do art. 4º desta lei aplica-se, também, ao franqueador que veicular informações falsas na sua circular de oferta de franquia, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. Art. 8º O disposto nesta lei aplica-se aos sistemas de franquia instalados e operados no Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 17 território nacional. Art. 9º Para os fins desta lei, o termo franqueador, quando utilizado em qualquer de seus dispositivos, serve também para designar o subfranqueador, da mesma forma que as disposições que se refiram ao franqueado aplicam-se ao subfranqueado. Art. 10. Esta lei entra em vigor 60 (sessenta) dias após sua publicação. Art. 11. Revogam-se as disposições em contrário. Leasing- Arrendamento Mercantil 1. introdução Lei 8.245/91 – direito de renovação automática versos direitos de retomada (art. 52). Contrato misto, complexo, de locação atrelado a uma opção de compra unilateral por parte de quem está alugando o imóvel. A opção de compra é unilateral, do locatário. Súmula 263 (cancelada) e 293 do STJ 2. Conceito Locação mais opção de compra 3. Sujeitos - Arrendador – pessoa jurídica, instituição financeira com autorização específica do BCN para funcionar como arrendador - Arrendatário – PF ou PJ 4. Opções de contrato - ao final o arrendatário pode: - Renovar a locação Tópicos Especiaisem Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 18 - Encerrar o contrato devolvendo o bem - Comprar o bem – pagando o valor residual, VRG (valor residual de garantia). Numa locação pura a única vantagem que o locatário tem é a preferência, caso o locador venha a vender o bem. Enquanto que no leasing o locatário é quem decide se quer o bem ou não, esta escolha é unilateral. 5. Objeto - Bens móveis - Bens imóveis 10/11/2016 6. Modalidades (espécies) 6.1. Leasing operacional - Principal característica: o bem é, originariamente, de propriedade do arrendador. Arrendador não terá muitas despesas no início do contrato, pois ele já é o proprietário do bem. A vantagem é poder estabelecer um VRG alto, em regra, doutrinariamente, 25% do valor do bem. Obs.: é possível adicionar um serviço a este contrato, serviço de assistência técnica, ou seja, o arrendador se compromete a prestar assistência ao bem durante o tempo de vigência do contrato. 6.2 Leasing Financeiro – arrendador não é o proprietário originário o e VRG é baixo. O bem é indicado pelo arrendatário 17/11/2016 6.3 Leasing Back ou de retorno – o proprietário originário, pessoa física ou jurídica, passa a ser arrendatário do bem, isto é, ele vende o bem para a instituição financeira e, em ato contínuo, faz um contrato de leasing. O comprador do bem se torna o arrendador e o vendedor se torna o arrendatário, tendo este, total expectativa de ter novamente a propriedade do bem. Obs.: alguns doutrinadores estabelecem um prazo mínimo para contratos de arrendamento mercantil (duração do contrato): Leasing operacional – prazo mínimo de 90 dias Leasing financeiro – prazo mínimo de depende da vida útil do bem. Se a vida útil do bem não superar 5 anos, a duração mínima deste contrato será de 2 anos. Se a vida útil for maior que 5 anos, o prazo mínimo será de 3 anos. Quando o bem for equipamentos agrícolas é possível que as parcelas sejam anuais. Alienação Fiduciária em Garantia Mutuo (empréstimo) – garantia Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 19 Mutuante – fiduciário - quem Mutuário (devedor) – fiduciante (permanece na posse e propriedade do bem). Compra e venda ≠ contrato de fornecimento 24/11/2016 – ausente (anotações de Alex Freitas, com edição) Compra e Venda (Contrato Interempresarial) Em regra, não cabe direito de arrependimento em contratos interempresariais, salvo se tiver sido pactuado em contrato pelas partes. Art. 49 CDC Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de recebimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio. Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente atualizados. 1. Fornecimento A explicação começa com um caso concreto em que 3 vezes por semana em x quantidade durante o mês com x quantidade de entregas. É escolhido um contrato de compra e venda no lugar de contratos separados de compra e venda para cada item. Um contrato para cada fornecedor. O contrato de compra e venda facilita a vida do empresário evitando uma quantidade grande de contratos para cada caso ou produto. Assim, o principal objetivo é fazer substituir diversos contratos de compra e venda por um contrato de fornecimento. Se o fornecedor tem a obrigação de disponibilizar o estoque com a quantidade e periodicidade pactuada, o cliente comprador tem a obrigação de receber a mercadoria, ou seja, de adquiri-los. Pacta sunt servanda - (do Latin Literal "Servo quem assume pacto"): é um brocardo latino que significa "os pactos assumidos devem ser respeitados" ou mesmo "os contratos assinados devem ser cumpridos". Exceptio non adimpleti contractus - se uma parte não cumprir a obrigação, não pode exigir que a outra parte cumpra Não se trata de uma relação de consumo em virtude da ausência do destinatário final, não se deve pensar no CDC, pois ele é membro da cadeia produtiva. Qualquer conflito será regido pelo Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 20 CC que trata as partes igualmente. O direito de arrependimento não pode ser invocado nesta modalidade de fornecimento, conforme o art. 49 do CDC que dá um prazo de 7 dias para o direito de arrependimento de vendas realizadas à distância. Atenção: pessoa jurídica também pode ser consumidor final, art. 3°. Não se exclui o consumidor somente por ser PJ, mas isso não ocorre neste caso, pois essa modalidade de fornecimento visa auferir lucro para ambas as partes, ou seja, o comprador não é o destinatário final. Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. 2. Princípio da equivalência funcional As mesmas funções ou finalidades alcançadas pelo contrato físico (papel), é possível atingir no contrato por meio eletrônico. O Direito precisa equilibrar as relações em ambas as formas de contrato. No Direito Empresarial, os efeitos jurídicos de um contrato eletrônico são idênticos aos efeitos de um contrato material. Contrato P (promessa) ~ (equivalente) ao contrato E 3. Contrato de promessa de compra e venda Promitente vendedor e promitente comprador se não for cumprido o contrato existirão punições contratuais. Isto significa que ao “abrir o computador” e firmar um compromisso poderá considerar que há vinculação? NÃO! porque depois desta etapa ainda haverá a parte do pagamento. A constatação do pagamento é que trará vinculação para entrega do produto, estará feito o negócio jurídico. CUIDADO NA PROVA! Ler e concordar não tem natureza de promessa de compra e venda. 4. Direito de arrependimento O STJ tem tido diversos entendimentos jurisprudenciais acerca dos negócios jurídicos processados por meio eletrônico dando pareceres que não cabe direito potestativo pelo CDC de arrependimento para quem está em casa, no conforto, efetuando negócio jurídico. Agora, se o vendedor disponibilizar a possibilidade de arrependimento em determinado prazo (07 dias). O CDC protege o arrependimento diante de uma possibilidade de decidir pela compra de forma tranquila sem pressão!!! Não trazendo a transparência contratual com os detalhes pertinentes Tópicos Especiais em Direito de Empresa – Professora Bruna Campos – 2016/2 Notas de aulas André Teles 21 (vantagens e características). Efeitos jurídicos decorrente de uma falta de cumprimento contratual - fazer cumprir a própria multa prevista no contrato. Geralmente o fornecedor aplica contratos de adesão recheados de cláusulas leoninas, mas o art. 186 e 927 CC "Aquele que causar dano a outrem é obrigado a reparar". pode ocorrer danos patrimoniais, morais, dano emergente e lucro cessante. Obs.: duplicata é um título de crédito causal que só pode ser emitido nas hipóteses previstas em lei. Não é possível presentear alguém com duplicata. A duplicata é utilizada para realização de compra e venda mercantil. Lei 5.474 de 68. Cheque é um título não causal. CUIDADO!!! Nem tudo é dano moral. Atividade para ser entregue no dia da prova:trabalho manuscrito com 02 folhas sobre FACTORING incluindo conceito, sujeito, característica e espécies (maturity factoring e conventional). Obs.: este assunto não será incluído na prova.
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