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ESTUDO DOS CASOS CLÍNICOS - CAC I 1) LESÕES DO PLEXO BRAQUIAL: Como um nervo pode ser lesado - ruptura total das fibras (trauma), compressão, distensão ou estiramento (trauma sem descontinuar as fibras), toxicidade (drogas podem interferir em sua função), patologias específicas (ex. hanseníase), distúrbios vasculares (afeta o suprimento nervoso e sua função) Sintomatologia - depende do tipo de nervo lesado -motor: paralisa a parte inervada por ele, com atrofia subsequente -sensitivo: perda da sensibilidade da regiao (área afetada sempre menor do que a distribuição anatômica) – misto: perdas sensitivas e motoras Causalgia - é uma sensação de queimação intensa, seguida de alterações tróficas e aumento da temperatura local. Lesões Superiores do Plexo Braquial – C5 e C6 - A paralisia de Erb-Duchene é a forma mais comum de lesão; - Músculos inervados por essas raízes, como: deltóide, braquial, braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso e bíceps (devido ao comprometimento dos nn. axilar, musculocutâneo, supra-escapular e fibras do radial); - Se os músculos rombóides, elevador da escápula e serrátil anterior estiverem envolvidos é mau sinal de prognóstico,pois saem diretamente das raízes nervosas - Membro superior encontra-se hipotônico, pendente ao lado do corpo em adução, rodado medialmente, com o antebraço pronado e estendido. A função da mão encontra-se preservada. O reflexo bicipital é perdido. A perda sensitiva é mínima. - As causas mais comuns são tração da cabeça ou ombros, quedas contra a cabeça do úmero e injúrias obstétricas. Lesões Inferiores do Plexo Braquial – C8 e T1 - A paralisia de Klumpke ocorre com menor freqüência - lesão de nn. Mediano e Ulnar no nível da mão - músculos afetados são os flexor ulnar do carpo e os flexores dos dedos e os músculos intrínsecos da mão (região tenar e hipotenar e mm interósseos) - perda da flexão do punho e dos dedos, e perda também da capacidade de realizar movimentos finos com as mãos, além de trofismo das eminências tenar e hipotenar. - O déficit sensitivo é na porção medial do antebraço (acometimento do n. cutâneo medial do antebraço) - motricidade do braço e antebraço é mantida. - causas: tumores ou outra patologia na região do ápice pulmonar, fratura da clavícula, síndrome da costela cervical, aneurisma do arco da aorta,ato de puxar o braco subitamente (principalmente em RN e crianças menores), metástases malignas para linfonodos cervicais, queda de altura com tentativa de paralisacao com os bracos… Lesão do Plexo total – C5 a T1 A paralisia de Erb-Klumpke é a lesão total do plexo braquial. É rara e com difícil determinação da localização exata da lesão anatômica. A lesão afetará todo o braço, que se encontra completamente flácido. Manifestações clínicas como atrofia, hipomobilidade, edemas, e hematomas são indicativos. Lesão do n. Torácico Longo (C5 a C7) = escápula em asa ou alada - Há perda da função do m. Serrátil Anterior, ficando comprometido o movimento de abdução do braço acima de 90º, movimento que acentua a aparência em asa da escápula. - As causas mais comuns derivam de impactos ou pressão no triângulo posterior do pescoço , lesões iatrogênicas (lesões que decorrem de um procedimento médico), como a de uma mastectomia radical (retirada total de mama) e carregar objetos pesados sobre o ombro. Lesão do n. Axilar (C5 e C6) - atrofia do m. deltóide , perda de sensibilidade da porção lateral superior do braço e diminuição do poder de abdução do braço até 90º (não esquecer, que a abdução do braço é realizada também pelo m. supraespinhal) - causas mais comuns decorrem de compressão da axila para cima , por ex. do uso de muletas, e t raumas ou fraturas que desloquem a cabeça do úmero da cavidade glenóide, uma vez que o n. axilar passa entre o colo cirúrgico e a cabeça do úmero Lesão do n. Musculocutâneo (C5 a C7) - Uma das causas de lesão deste são os ferimentos cortantes ao nível do braço na porção anterior ( porém é raro devido sua localizacao) - Ocorre comprometimento dos mm bíceps braquial, coracobraquial e braquial, assim a flexão do antebraço é perdida quase em sua totalidade e a flexão do braço fica comprometida. Lesão de n. Radial (C5 a T1) - é misto! MÃO CAÍDA - O nervo radial pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e a deformidade da mão conhecida como “mão caída”. - Acomete a musculatura extensora do punho e da mão. Além do movimento de extensão, a supinação também é prejudicada. - As fraturas do úmero são uma das principais causas da lesão nervosa. É causada também por cortes, ferimentos por projeteis de arma de fogo , formação de calo ósseo após fratura do úmero e pressão de muletas. Lesão do n. Ulnar (C7 a T1) - misto - MÃO EM GARRA - O nervo ulnar pode ser lesado em qualquer região de seu trajeto e então há perda da sensibilidade da sua região de inervação e a deformidade da mão conhecida como “mão em garra”. - fisiopatologia é demarcada pela abdução da mão, punho extendido, extensão das falanges distais e proximais e flexão das médias - Lesões agudas ou decorrentes de pequenos e repetidos traumas no cotovelo e punho, lesões cortantes, fibrose e aderências após cirurgias sobre o epicôndilo medial. - Curiosidade: quando a lesão ocorre no nível do cotovelo, o começo do tratamento exacerba a manifestação clínica (garra mais pronunciada). Lesão de n. Mediano (C5 a T1) - MÃO SIMIESCA - Inerva a porção lateral do flexor profundo dos dedos, o m. flexor longo do polegar e o músculo pronador quadrado, bifurca para ir para o punho até o túnel carpal e divide dnv - Confere motricidade a parte da musculatura intrínseca lateral da mão e sensibilidade da palma da mão , porção lateral do 4º dedo e de todos 3º e 2º dedos. - Em lesões acima da bifurcação pode haver impossibilidade de fletir a interfalangeana do polegar e a interfalangeana distal do indicador, assim como perda de força para pronação do antebraço, além de atrofia da musculatura tenar - acomete a função dos mm. por ele inervados (porção lateral do flexor profundo dos dedos, flexor radial do carpo, flexor longo do polegar, flexor curto do polegar, oponenente - Comumente mais lesionado no nível do punho, que geralmente acarreta em Síndrome do túnel do Carpo , caracterizada pela impossibilidade de oponência e abdução do polegar, alteração na sensibilidade, presença de dor e atrofia da eminência tenar. CASO 2: Fortalecimento dos estabilizadores da cintura escapular na dor no ombro . Fatores como flexão ou abdução dos ombros por tempo prolongado, vibrações, postura estática ou carga no membro superior, posturas incorretas, uso excessivo do membro superior, práticas de esportes de impacto e alterações anatômicas preexistentes aumentam a probabilidade para que o indivíduo desenvolva dor no ombro. . causas de dor no ombro, destaca- -se a fraqueza e incoordenação dos músculos estabilizadores da cintura escapular. . Dentre os músculos estabilizadores, destacam-se manguito rotador, trapézio inferior e trapézio médio OBJETIVO: desteestudo foi realizar uma revisão sistemática para investigar a efetividade do fortalecimento da musculatura estabilizadora da cintura escapular na diminuição da dor e melhora da função da articulação do ombro em adultos . mostraram redução da dor para o grupo que utilizou os exercícios de estabilização . ESTUDO 1 : Ginn et al. (25), não houve apresentação numérica dos resultados, mas os autores concluíram que ocorreu redução significativa da dor e aumento da independência com cuidados pessoais diários nos indivíduos que realizaram o tratamento durante 30 dias .Senbursa et al. (21), ambos os grupos apresentaram redução da dor; porém, o grupo que realizou terapia manual associada a alongamentos, fortalecimentos da musculatura estabilizadora da escápula e crioterapia (GTM) os resultados evidenciaram maior nível de redução média (70,1%) no quadro doloroso do que no grupo que realizou fortalecimento associados com alongamentos (54,5%). . Wang e Trudelle-Jackson (22), não houve diferença significativa, após 8 semanas de tratamento, na redução da dor entre os grupos .Maior redução da dor foi observada no estudo conduzido por Ginn e Cohen (24 . No grupo que realizou exercícios, houve uma redução de 80% após cinco semanas, no grupo injeção uma redução de 89% e no grupo que realizou diversas modalidades terapêuticas houve uma redução de 61% . A injeção de corticosteroide apresenta os mesmos benefícios dos exercícios de estabilização, mas exercícios fisioterápicos parecem ser a melhor opção para os indivíduos tanto a curto como a longo prazo . A associação do fortalecimento com técnicas de terapia manual, aplicação de gelo e mobilizações realizadas por um fisioterapeuta na clínica reduziram significativamente a dor e foram superiores ao fortalecimento associado ao alongamento . Há evidências de que a estabilização associada ao alongamento reduz a dor (21–25), entretanto, evidências para associação de outras técnicas com a estabilização, como eletroterapia (24), mobilizações com aplicação de gelo (21), não podem ser sugeridas devido à baixa qualidade metodológica e o número reduzido de estudos. . Exercícios mobilizações com aplicação de gelo (21) se mostram eficazes na melhora da função do ombro; porém, essas técnicas não se mostram superiores a exercícios de estabilização associados apenas com alongamentos. Assim como na dor, a realização de exercícios específicos para os estabilizadores da cintura escapular parece não exercer influência na melhora da função estabilização e alongamentos associados ao uso de eletroterapia (24) e também a mobilizações com aplicação de gelo (21) se mostram eficazes na melhora da função do ombro; porém, essas técnicas não se mostram superiores a exercícios de estabilização associados apenas com alongamentos. Assim como na dor, a realização de exercícios específicos para os estabilizadores da cintura escapular parece não exercer influência na melhora da função .Dois estudos apresentaram resultados em relação à amplitude de movimento (22, 25). O estudo conduzido por Wang e Trudelle-Jackson (22) observou aumento médio de 16,1° no movimento de abdução e Ginn et al. (25) relataram aumento médio de 16° na ADM sem dor para o movimento de flexão e 22° para o movimento de abdução. CASO 3: Transposição da veia braquial como acesso para hemodiálise: uma alternativa ao uso de prótese sintética - A maior perviedade, a menor taxa de infecção e a menor morbimortalidade fazem da fístula arteriovenosa autógena com veias superficiais em antebraço a primeira escolha entre os acessos para hemodiálise; - Nas últimas duas décadas, observou-se um aumento de três vezes no número de paciente em hemodiálise no Brasil, com 120 mil pacientes em 2016. Observa-se uma mortalidade anual de até 20%, associada principalmente aos eventos cardiovasculares e à sepse. - A sepse está relacionada com infecção ao cateter e próteses sintéticas, por isso o aumento de estratégias para o uso de veias autólogas para confecção de fístulas arteriovenosas p/ hemodiálise; - Os acessos com veias autógenas superficiais apresentam menores taxas de complicações e maior perviedade em longo prazo; - Uso da veia braquial transposta é bastante utilizado; - objetivo: avaliar a perviedade e complicações da transposição da veia braquial em comparação aos outros acessos autógenos como veias superficiais regulares e apresentá-la como alternativa a prótese sintética; - Método: caso-controle retrospectivo em um período de agosto de 2012 e maio de 2014; - Esses pacientes foram divididos em dois grupos, a saber: Grupo A: transposição da veia braquial (grupo caso); e grupo B: demais tipos de acessos (grupo controle, todos foram submetidos a eco-doppler para mapeamento pré-operatório); - Diversas variáveis foram levadas em conta, idade/genero/commorbidades… - Os pacientes foram acompanhados 7,30,60 dias. Hematomas, infecção ou isquemia foram analisados, e a perviedade foi estabelecida por meio da palpação do frêmito no trajeto da fístula - Os dados foram apresentados como média e as variáveis foram avaliadas por meio do teste t Student, como a média de idade. Foi usado o teste U de Mann-Whitney para a comparação do diâmetro arterial e venoso, número de cirurgias prévias e pressão sistólica no membro operado; - Variáveis categóricas (perviedade aos 7, 30 e 60 dias) foram estudadas por meio do teste do qui-quadrado com a correção de Yates ou teste de Fischer, quando apropriado. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Toda a análise estatística foi realizada por meio do software Prism 8 para IOS versão 8.0.1 - RESULTADOS: foram alocados 43 pacientes com um total de 45 procedimentos. Os pacientes foram divididos em dois grupos, a saber: Grupo A: transposição da veia braquial com 10 procedimentos; e Grupo B: demais tipos de acessos, com 35 procedimentos. - Não houve diferença relacionada à anatomia ou exame clínico, não houve diferença quanto a pervidade aos 7 dias. Houve diferença quanto ao número de fístulas prévias e a presença de edema em membro superior aos 7 dias ( MTO MAIOR NO A). Porém o edema foi restrito ao antebraço e sumiu aos 30 dias; - A veia doadora com um diâmetro menor que 3 mm foi o maior preditor de falência precoce . - a anatomia fixa da v. braquial juntamente com sua estrutura delicada e irregular a torna suscetível a lesões durante transposição
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