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RESUMO - DIREITOS DIFUSOS E COLETIVOS Diferença entre processo coletivo e individual: Processo Individual Processo Coletivo Tratamento atômico do conflito Tratamento molecular do conflito Coletivo entre pessoas determinadas Conflitos entre pessoas indeterminadas (podem ser determináveis, algumas vezes só por grupo) Legitimação ordinária Legitimação extraordinária Coisa julgada: inter partes Possibilidade de uma coisa julgada erga omnes (ultra partes) Destinatários da indenização: vítimas ou sucessores Destinatários da indenização se divisível: vítima ou sucessores se indivisível: fundo (art. 13 LACP) Sem intervenção nas políticas públicas como regra Com intervenção nas políticas públicas como regra (significado social) Classificação - Direitos difusos: direitos transindividuais (indeterminação quanto aos titulares), de natureza divisível e que os titulares têm ligação entre si, conforme as circunstâncias de fato - Direitos coletivos em sentido estrito: Também são transindividuais e de natureza indivisível, contudo possuem titulares determináveis; podem constituir grupos; categorias; classes de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária. A relação se dá em decorrência de uma relação jurídica preexistente. - Direitos individuais homogêneos: os titulares são a princípio indeterminados, mas passíveis de serem identificados. Além disso, possuem natureza divisível, e decorrem de uma situação de fato ou de direito comum às partes. Modalidade Difusos Coletivos Individuais Homogêneos Divisibilidade do bem jurídico Indivisível Indivisível Divisível Determinação dos titulares Indeterminados e indetermináveis Indeterminados, mas determináveis Determinados ou determináveis (litisconsortes ou na execução) Existência de relação jurídica não há, os sujeitos são ligados por uma circunstância de fato sujeitos são ligados por uma relação jurídica base Irrelevante, o que importa é que sejam decorrentes de origem comum Exemplo Publicidade enganosa veiculada na televisão, em que toda a coletividade é afetada Direito contra reajuste abusivo das mensalidades escolares direitos dos indivíduos que sofreram danos em decorrência da colocação de um produto estragado no mercado Classificação do Processo Coletivo - Quanto ao sujeito: pode ser ativo e passivo - Processo coletivo ativo: É o processo tradicional, em que a coletividade é a autora. É a coletividade que está tendo o seu direito reclamado. - Processo coletivo passivo: Aquele em que a coletividade é ré, é ela quem está sendo demandada. Por isso, é também chamado de ação coletiva passiva. A grande dificuldade, deste tipo de ação, é a eleição de quem será o representante da coletividade ré. - Quanto ao objeto: pode ser especial e comum. - Objeto especial: processo coletivo especial recai sobre ações de controle abstrato de constitucionalidade das normas. ex.: ADI, ADC, ADO, ADPF - Objeto comum: refere-se às ações que tutelam os interesses e direitos metaindividuais. ex.: Ação Civil Pública; Ação Coletiva (CDC); ação popular; MS Coletivo; MI Coletivo; Microssistema coletivo É a integralização de diversas normas, quando compatíveis. Dessa forma, qualquer diploma pode tutelar direito coletivo lato sensu. Previsão nos arts. 90 CDC e art. 21, LACP. - Princípio da integração (formação do microssistema coletivo brasileiro): microssistema processual coletivo é um sistema integrativo aberto, exatamente porque existe uma série de leis esparsas que se comunicam, interagem entre si, para que se possa extrair delas a máxima efetividade da tutela coletiva. Class Actions Diferenças entre as Class Actions e o direito processual brasileiro: - Diferente do sistema norte-americano, a legitimidade não é atribuída ao cidadão para propor ação, mas apenas alguns órgãos ou entidades; - Nas class actions a coisa julgada gera efeitos “por et contra”; nas ações civis públicas, efeitos “secundum eventum litis”; - Representatividade nas class actions é verificada ope judicis; nas ACPs, ope legis - no Brasil não se permite a legitimação passiva coletiva Princípios do Processo Coletivo - Indisponibilidade mitigada: Não pode haver desistência imotivada, pois o autor coletivo não é titular do direito da coletividade. - Princípio da continuidade da demanda: Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. - Indisponibilidade da execução: objetiva evitar conluio entre executado e representante coletivo. Então, caso decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. - Extensão subjetiva da coisa julgada: os efeitos da coisa julgada não prejudicam as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução. Assim, a decisão de procedência no processo coletivo se estende erga omnes ou ultra partes para beneficiar, nunca para prejudicar. Por outro lado, a decisão de improcedência no processo coletivo não prejudica as ações individuais. obs.: na sentença de procedência coletiva, o indivíduo pode transportar para ação individual (in utilibus). Objetos da Lei de ação civil Pública - art. 1° da Lei 7.347/85 A LACP possui predominantemente natureza jurídica processual e seus objetos são: - ao meio-ambiente; - ao consumidor; - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico; - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo; - por infração da ordem econômica; - à ordem urbanística; - à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos; - ao patrimônio público e social. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente determinados. Tutelas na ACP Existem dois tipos de tutela: - Preventiva: evita a prática do ilícito, evita o dano - Reparatória: age sobre Ilícito e dano ocorridos, busca reparação - Tutela preventiva - Inibitória: tenta evitar o ilícito - Remoção do ilícito: cessar/minorar o dano - Tutela reparatória - Específica: tem preferência restabelecer o status anterior, seja através de tutela específica seja através de providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento. - Genérica: não há possibilidade de restabelecer status anterior, há então o ressarcimento em pecúnia Legitimidade ativa na ACP A definição dos legitimados é ope legis, ou seja, tem previsão na lei. Os principais players são os entes/órgãos públicos/privados/sociedade civil. Tem legitimidade para propor ação coletiva: - o Ministério Público, - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal; - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código; - As associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear. Legitimidade concorrente e disjuntiva - Concorrente: mais de um legitimado - Disjuntiva: não há ordem preferencial/cada um por si Natureza da legitimidade: - Extraordinária: o legitimado atua em nome próprio, pleiteando direito alheio - Autônoma: é própria para condução do processo (ou coletiva) Controle da legitimidade Controle da representação adequada pelo judiciário. O juiz pode analisar a legitimidade em ação coletiva no caso concreto? - Nelson Nery: não pode; controle é ope legis/legislativo - Ada Pellegrini: pode; análise de pressuposto processual Dano sociale dano moral coletivo A teoria do punitive damage, também conhecida como teoria da reparação punitiva do dano, consiste na majoração do ressarcimento a ser pago pelo ofensor. Assim, essa reparação tem duas principais finalidades: - compensar a ofensa causada à vítima; - punir o autor da lesão, de forma que não mais pratique conduta semelhante e sirva de exemplo para a sociedade; Ambos os danos causam abalo aos valores da sociedade e acarretam em perturbação à tranquilidade social, além de apresentarem caráter gravoso. No entanto, a principal diferença é que o dano social, além do elemento reparatório, temos o caráter punitivo psicológico. Esse novo elemento objetiva coibir a repetição do comportamento lesivo e serve para que a conduta do ofensor seja punida disciplinarmente, dado seu grau de reprovabilidade. Portanto, o arbitramento da indenização no dano social é majorado, em comparação ao dano coletivo, uma vez que leva em conta os fatores e objetivos acima mencionados. Ministério Público O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe: - a defesa da ordem jurídica - do regime democrático - dos interesses sociais - individuais indisponíveis
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