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Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Afeta até 50% dos pacientes que buscam atendimento de urgência; Pico de incidência: entre 55 a 69 anos; Frequência respiratória acima de 30 irpm; Saturação O2 < 90%; Instabilidade hemodinâmica; Uso de musculatura acessória, fala entrecortada, estridor, murmúrio vesicular assimétrico e com estertores difusos; Cianose e sudorese; Agitação e alteração do estado mental; Sistema cardiovascular Mais graves e com maior risco; IAM; Edema agudo pulmonar por ICC; Arritmias cardíacas; Tamponamento cardíaco; Valvopatias; Miocardites; Emergências hipertensivas; Síndrome aórtica aguda; Sistema respiratório Broncoespasmo; Embolia pulmonar; Pneumonia; Obstrução de vias aéreas; Síndrome do desconforto respiratório agudo; Derrame pleural; Doença intersticial em exacerbação; Neoplasias pulmonares; Outras causas Hipoventilação por doença neuromuscular; Intoxicações; Trauma com múltiplas fraturas de arcos cotais; Ruptura diafragmática; Acidose metabólica → taquipneia → dispneia; Choque por sepse; Perfuração de vísceras; Anemia aguda; Embolia pulmonar Diaforese e dispneia aos esforços; Dispneia súbita e dor torácica; Dispneia no repouso e taquicardia; Fatores de risco: antecedente de malignidade; cirurgia recente; terapia com estrogênio; restrição ao leito; Exames: aumento do gradiente alvéolo-arterial; alterações de repolarização; USG com TVP; D- dímeros aumentados; cintilografia V/Q ou angio TC positivas; Pneumonia Febre, tosse e dor pleurítica; Dispneia, Taquipneia, esforço ventilatório; Crepitações e diminuição dos sons pulmonares; Fatores de risco: infecção viral prévia, institucionalizados, tabagistas; Exames: RX de tórax; culturas quando apropriado; gasometria se ocorrer hipóxia; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Pneumotórax Início abrupto, dor torácica; Estase jugular, redução dos sons pulmonares, traqueia desviada, colapso cardiovascular; Pós trauma, pacientes magros do sexo masculino; Exames: RX com pneumotórax e/ou fraturas; TC quando diagnóstico difícil; Neoplasia Hemoptise; Perda de peso, disfagia (nem sempre); Fatores de risco: tabagismo; exposições ocupacionais; Exames: RC ou TC de tórax → massa adenopatia; atelectasia focal; → Hemoptise: pode ser sinal de neoplasia, tuberculose ou DPOC exacerbada; Congestão Dispneia de aparecimento gradual e dor torácica; Ortopneia, distensão jugular; presença de B3 ou B4; Fator precipitante; Exames: RX com cardiomegalia; linhas B de Kerley; derrame pleural; BNP aumentado; ECG com disfunção; → Investigar IC descompensada!! Taquicardia; Hipotensão sistólica Estase jugular; Refluxo hepatojugular; Estertores crepitante bibasais; Presença de B3; Edema de membros inferiores; RX com cardiomegalia ou sugestivo de congestão; → Quando dar O2? Paciente hipoxêmico Fisiopatologia Doenças crônicas com obstrução; o Asma → reversível; o DPOC → praticamente irreversível; Diagnóstico Espirometria → VEF1/CVF <0,7; Inflamação crônica (oscila); Hiperreatividade brônquica; Broncoespasmo → resposta inflamatória; Reversível; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Fenótipos Alérgica (>80%); Não alérgica; Início tardio; Obstrução persistente; Obesidade; → Exercício físico: broncoespasmo desencadeado principalmente em clima frio e seco → fazer aquecimento antes do exercício; usar β-2 agonista de curta duração antes de iniciar a atividade; → Asmática grávida: bem-estar fetal é diretamente proporcional ao controle da asma da mãe → mesmo TTO de uma não grávida; Fatores precipitantes de crise asmática Infecções virais (80%); Infecções bacterianas; Sinusopatias; Exposição a aeroalérgenos; Alergia alimentar; Poluição ambiental; Exercício físico Medicações (AAS e betabloqueador); Estresse emocional ou físico; Refluxo gastroesofágico; ] Quadro clinico Dispneia + opressão torácica + sibilância Dispneia; Sibilância; Tosse crônica; Desconforto torácico; Rinite; → Variáveis intermitentes; → Piores à noite; → “Gatilhos”; O que avaliar na exacerbação de asma? Realizar história e exame físico dirigidos rapidamente; Tentar estimar gravidade dos sintomas e limitações da atividade; Avaliar se existem sintomas de anafilaxia; Verificar se existem fatores preditores de exacerbação; Revisar medicações em uso; Avaliar sinais vitais, nível de consciência, presença de cianose, capacidade de falar e esforço respiratório; Verificar se existe a presença de condições complicadores (pneumonia, atelectasia, pneumotórax); Risco de evolução desfavorável História de intubação ou necessidade de UTI; História de exacerbação grave (início subido); Má percepção dos sintomas; Rápida piora clínica; Alergia alimentar; Doença psiquiátrica ou problemas psicossociais; Uso de mais de 2 frascos de beta-2-agonista; Acompanhamento ambulatorial inadequado; Presença de comorbidades (DPOC, doença cardiovascular); Hospitalização no último ano; Três ou mais visitas ao PS em menos de um ano; Diagnóstico ambulatorial Espirometria inicial: VEF1/CVF <0,7 → obstrução; o Espirometria inicial → broncodilatador de curta duração → nova espirometria (pós prova broncodilataora); o Espirometria pós broncodilatador: ↑ >12% + ↑ >200mL VEF1 → reversão; Crianças: ↑ >12% → reversão; o Se espirometria normal com forte suspeita de asma: induzir broncoespasmo; Teste provocativo (metacolina): ↓ 20% no VEF1; ] Exames complementares → Maioria das vezes não são necessários!!! Gasometria arterial: se desconforto respiratório importante, VEF1 ou PFE <50% do predito; ECG: se antecedente de doença cardíaca, DPC ou >50 anos; Eletrólitos e hemograma: se necessidade de internação; RX de tórax: suspeita de diagnóstico diferencial (pneumonia, pneumotórax); Peak flow: é ambulatorial; Tratamento de manutenção Aderência ao tratamento; Cessar tabagismo (vale para os pais de criança asmática); Vacina influenza; Atividade física; ↓ umidade e mofo; Respondem mal ao corticoide inalatório Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Corticóide inalatório (budesonida dose baixa: 200- 400µg/dia) + β2 de longa duração (formoterol); Tratamento na emergência → Nebulização ou bombinha? Teoricamente não há superioridade. → Pode associar nebulização de salbutamol ou fenoterol com brometo de ipratrópio. → Corticoide oral ou intravenoso? Não tem superioridade!! Usa IV se o paciente não tiver em condições de VO. → Sulfato de magnésio → efeito broncodilatador e anti-inflamatório → usado como complemento quando não há resposta positiva ao TTO inicial → IV, 1x. Metilxantina → risco de arritmia. Avaliar severidade da crise asmática Sinais de iminência de insuficiência ventilatória: o Cianose; o Esforço ventilatório; o Rebaixamento do sensório; o SatO2 <90% (isoladamente não); o PaCO2 >40mmHg; Se sinais de iminência de insuficiência ventilatória: o Internação hospitalar, idealmente em UTI; o SABA/ipratrópio em nebulização; o O2 para manter SatO2 entre 93-95%; o Metilpredinisolona 40-60mg IV; o Sulfato de magnésio 2g IV (infusão em 20 min); o Procurar diagnóstico alternativo (pneumonia, ICC, DPOC, obstrução de VA); → Paciente com asma/DPOC: manter SatO2 entre 88- 92; → Gestante pode necessitar de SatO2 >95%; Não tem sinais de iminência de insuficiência ventilatória → Avaliar se a asma é severa ouleve/moderada; ASMA SEVERA Fala com poucas palavras Senta-se curvado para frente Agitação FR >30 irpm FC >120 bpm SatO2 (ar ambiente) <90% PEF ≤ 50% CONDUTA SABA/ipratrópio em nebulização ou inalador 20/20min na 1ª hora Metilprednisolona 40-60mg IV ou Prednisona 60mg VO O2 → manter SatO2 93-95% Sulfato de Magnésio* 2g IV (infusão em 20min) Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 * GINA considera MgSO4 IV e/ou corticoide inalatório dose alta (prof. não falou na aula). * Considerar o corticoide inalatório depois de usar β2; * Tem CONFUSÃO MENTAL → intubação orotraqueal; ASMA LEVE/MODERADA Fala frases inteiras Prefere sentar Sem agitação FR 16 a 30 irpm FC 100 a 120 bpm (≤ 120) SatO2 >90% PEF >50% mas <80% CONDUTA INICIAL SABA (β2 de curta) ou SABA/ipratrópio em nebulização ou inalador 20/20min na 1ª hora Prednisona 40mg VO O2 → manter SatO2 >92% → Se boa resposta à conduta inicial: melhora dos sintomas; PFE >80% do predito SABA 4/4-6/6h; Prednisona 40-60mg por 5-7 dias; Educação para técnica de inaladores; Retornar ou iniciar uso de corticoide inalatório; Seguimento ambulatorial; → Se resposta incompleta: persistência da dispneia; PFE 60-80% do predito Observar por mais 1-3h: o Boa resposta: melhora dos sintomas; PFE >80% do predito; SABA 4/4-6/6h; Prednisona 40-60mg por 5-7 dias; Educação para técnica de inaladores; Retornar ou iniciar uso de corticoide inalatório; Seguimento ambulatorial; o Resposta incompleta: persistência da dispneia; PFE 60-80% do predito → INTERNAÇÃO HOSPITALAR; → Se piora: piora dos sintomas, do PFE e/ou da SatO2 Internação hospitalar, idealmente em UTI; SABA/ipratrópio em nebulização; O2 para manter SatO2 entre 93-95%; Metilpredinisolona 40-60mg IV; Sulfato de magnésio 2g IV (infusão em 20 min); Procurar diagnóstico alternativo (pneumonia, ICC, DPOC, obstrução de VA); Doença com sintomas persistentes e limitação ao fluxo aéreo, devido a alterações estruturais nas vias aéreas. → VEF1 <80% após uso de broncodilatador ou relação VEF1/CVF <70%; Exacerbação aguda da DPOC Tríade: aumento da dispneia + mudança das características do escarro + aumento do volume da expectoração; Acontece em média 2-3x/ano por paciente; Tabagismo ativo aumenta chance de exacerbação; 2/3 dos custos da doença; Principal causa de descompensação: infecção pulmonar. Fatores precipitantes da exacerbação aguda da DPOC Intrapulmonares Extrapulmonares Bronquite aguda Diminuição do drive respiratório Pneumonia Diminuição da força muscular respiratória Broncoespasmo Aumento da demanda metabólica Edema pulmonar Diminuição da tensão atmosférica de O2 Tromboembolismo pulmonar Arritmia cardíaca Hipertensão pulmonar Isquemia miocárdica Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 → Exacerbação aguda de DPOC → ATB !!! (maioria é infeciosa) Causa infecciosas Vírus (50%); Streptococcus pneumoniae (15-30%); Haemophilus influenzae (14-30%); Moraxela catarrarlis (2-7%); Pseudomonas (bronquiectasias e uso crônico de corticoides); o Pensar em pseudomonas se quadro grave com uso recente de ATB (30-90 dias); Agentes atípicos: Mycoplasma e Chlamydia pneumoniae (< 4%); Fatores de risco Tabagismo; História familiar de DPOC; Deficiência de α1-antitripsina; Sinais e sintomas Dispneia; Tosse crônica; Expectoração crônica; Taquipneia; Dificuldade de falar; Achados compatíveis com broncoespasmo (sibilos, roncos, uso de musculatura acessória); Cianose; Sinais de hipertensão pulmonar → edema periférico, estase jugular, pulso paradoxal e hepatomegalia; Alteração do estado mental → pode ser sinal de hipoxemia ou hipercapnia; Investigar Características de expectoração; Dor torácica; Sintomas constitucionais; Comorbidades; Tratamento atual; Duração e gravidade dos sinais e sintomas; Número de exacerbações prévias; Classificação → Sintomas cardinais: aumento da dispneia + mudança das características do escarro (secreção + purulenta) + aumento do volume da expectoração; Classificação Nº de sintomas cardinais Conduta Leve 1 Apenas SABA Moderada 2 SABA + ATB ± corticoide Grave 3 Hospitalização ou ins. ventilatória Diagnóstico Obstrução praticamente IRREVERSÍVEL; Espirometria inicial: VEF1/CVF <0,7 → obstrução; o Espirometria pós broncodilatador: sem melhora → irreversibilidade; GOLD: VEF1/CVF pós prova broncodilatadora → repetir exame (prof. não falou em aula, mas é critério do GOLD); Exames Exacerbação leve: apenas avaliação clínica, SatO2 e RX de tórax; o Achados RX: hiperinsuflação pulmonar; aumento do diâmetro anteroposterior do tórax e retificação da cúpula diafragmática; Nos demais: avaliar a presença de fatores precipitantes → consolidações e pneumotórax; o Hemograma completo; o Eletrólitos e função renal; o ECG → onda p pode estar aumentada → ONDA P PULMONALE; Pode haver sobrecarga de AD e VD; o TC de tórax → se dúvida diagnóstica; o Troponina; o Gasometria arterial; o Glicemia; o Peptídio natriurético cerebral (BNP) BNP asma → alterado; BNP DPOC → normal; Elevado valor preditivo negativo (98%) → se o paciente tiver dispneia e apresentar BNP normal, a causa provavelmente não é insuficiência cardíaca; Tratamento Reversão da limitação ao fluxo; Tratamento da infecção; Oxigenação adequada; Suporte ventilatório; Vacina: influenza, pneumococo, dTpa (TTO de manutenção); Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109 Oxigenoterapia Objetivo: manter SatO2 88-92% ou PaO2 de 60-65 mmHg; Cateter ou Óculos nasal → FiO2 máx 40%; o 1-8 L/min; Máscara simples ou Hudson → FiO2 máx 90%; o 4-12 L/min; o Risco de hipercapnia; Máscara facial de Venturi → FiO2 máx 50% (mais precisa); o 5-15 L/min; FiO2 = 20 + 4 x O2 ofertado Broncodilatadores Objetivo: melhorar VEF1 e CVF Agonista Beta-2-adrenérgico de curta ação: o Por nebulização ou bombinha com espaçador; o 20/20min na 1ª hora → após 1/1h; o Nebulização: Salbutamol ou fenoterol 10 gts (2,5mg) + SF 0,9% 3-5ml; o Bombinha: Salbutamol 4-8 puffs; Anticolinérgicos o Por nebulização ou bombinha com espaçador; o 20/20min na 1ª hora → após 1/1h (junto ao B2 angonista); o Nebulização: Brometo de ipratrópio 20-40 gts (250-500mcg); o Bombinha: Ipratrópio 2-4 puffs; Glicocorticoides Objetivo: melhorar fluxo aéreo, trocas gasosas e sintomas, diminuir tempo de internação e reduzir taxas de falha; Via oral → preferencial; Intravenoso → pacientes graves, sem resposta por VO ou que não conseguem tomar VO; Manter por pelo menos 5 dias; → Prednisona 40mg VO 1x/dia; → Metilprednisolona 20-60mg 6/6h ou 12/12h; → Hidrocortisona 200-300mg IV seguido de 100mg 6/6h ou 8/8h; Antibióticos Objetivo: reduzir mortalidade e tempo de ventilação mecânica; Indicação: pelo menos dois sinais cardinais; indicação de suporte ventilatório (VNI ou IOT); Duração: 5 a 10 dias; Pacientes sem fatores de risco* para Pseudomonas, VEF1 >50, sem história prévia de exacerbações Amoxicilina, amoxicilina- clavulanato, cefalosporinas de segunda geração ou quinolonas respiratórias Pacientes com fatores de risco* para Pseudomonas Quinolonas respiratórias ou combinações de antibióticos Pacientes com evidência clínica e laboratorial de infecção por Influenza que necessitem hospitalização Oseltamivir *uso de glicocorticoides, doença pulmonar estrutural, uso de antibiótico recente, VEF1 <30%, colonização por Pseudomonas. Ventilação Não invasiva: o Hipoxemia refratária à suplementação de Oxigênio;o Dispneia moderada a grave com uso de musculatura acessória sem melhora com as medidas iniciais; o Acidose respiratória pH <7,35 e PaCO2 >60 mmHg; Invasiva: o Falência na VNI ou ela é contraindicada; o Pós-PCR; o Rebaixamento do sensório; o Períodos de pausa respiratória com rebaixamento do nível de consciência; o Persistente inabilidade para remover secreções respiratórias ou aspiração; o Inabilidade hemodinâmica grave sem resposta ao cristaloide e droga vasoativa; o Graves arritmias ventriculares; Ana Luiza Spiassi Sampaio Medicina UFSM – Turma 109
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