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CÁLCULO INTEGRAL CÁLCULO INTEGRAL Cálculo Integral Daniel de Freitas Barros NetoDaniel de Freitas Barros Neto GRUPO SER EDUCACIONAL gente criando o futuro Nos primórdios da história humana, a Geometria trazia consigo a contemplação hu- mana pelas formas da natureza. Pouco mais adiante, com o surgimento da Álgebra, quanti� cou-se com mais precisão a natureza e as formas, bem como foram encontra- das maneiras de realizar novas representações matemáticas, dotadas agora de um novo alfabeto numérico. No entanto, apenas com o pai da Matemática, René Descar- tes, em 1637, ela ganhou os contornos modernos que tem hoje. A matemática, abandonada à questão contemplativa inicial, tampouco preocupava- -se em quanti� car os objetos, bens do mundo material humano. A matemática era, desse modo, instrumento de decodi� cação e decodi� cava a natureza. Suas formas passaram não apenas a serem contempladas, mas representadas de forma � dedigna e entendidas pelo ser humano. Entende-se, assim, o que é uma função. Pautados nos avanços de Descartes, Newton e Leibniz se apoiaram nos ombros do gigante que os antecedeu e deram novos contornos a essa codi� cação da natureza. Aliaram a essa nova matemática ideias que sempre a assombravam, a noção de zero e in� nito. A partir desses entendimentos, a disciplina mensura áreas, volumes, pe- rímetros e outros elementos que auxiliam um maior entendimento da natureza que nos cerca. © Ser Educacional 2019 Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro Recife-PE – CEP 50100-160 *Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência. Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização. A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal. Imagens de ícones/capa: © Shutterstock Presidente do Conselho de Administração Diretor-presidente Diretoria Executiva de Ensino Diretoria Executiva de Serviços Corporativos Diretoria de Ensino a Distância Autoria Projeto Gráfico e Capa Janguiê Diniz Jânyo Diniz Adriano Azevedo Joaldo Diniz Enzo Moreira Daniel de Freitas Barros Neto DP Content DADOS DO FORNECEDOR Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão. SER_CALINTE_UNID1.indd 2 27/09/2019 17:22:32 Boxes ASSISTA Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple- mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado. CITANDO Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa relevante para o estudo do conteúdo abordado. CONTEXTUALIZANDO Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato; demonstra-se a situação histórica do assunto. CURIOSIDADE Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto tratado. DICA Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado. EXEMPLIFICANDO Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto. EXPLICANDO Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da área de conhecimento trabalhada. SER_CALINTE_UNID1.indd 3 27/09/2019 17:22:33 Unidade 1 - Funções algébricas e não algébricas: definições e aplicações Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12 Funções explícitas, implícitas e transcendentes .......................................................... 13 Funções explícitas e implícitas: definição e reescrita .............................................. 13 Funções transcendentes ................................................................................................ 16 7ª operação em matemática: a logaritmação ................................................................. 19 Logaritmação .................................................................................................................. 19 Aplicações ........................................................................................................................ 24 Limite fundamental exponencial e sistema neperiano: definições e aplicações ... 25 Limite fundamental exponencial e sistema neperiano ............................................. 26 Aplicações ........................................................................................................................ 32 Derivada da função exponencial, logarítmica e geral ................................................. 35 Derivadas explícitas e implícitas ................................................................................. 36 Derivada da função logarítmica e exponencial ......................................................... 41 Sintetizando ........................................................................................................................... 44 Referências bibliográficas ................................................................................................. 45 Sumário SER_CALINTE_UNID1.indd 4 27/09/2019 17:22:33 Sumário Unidade 2 - Integrais, limite e derivadas trigonométricas Objetivos da unidade ........................................................................................................... 47 Limite fundamental trigonométrico, derivadas e L’Hôpital .......................................... 48 O limite fundamental trigonométrico ............................................................................ 48 Derivada das funções circulares diretas e inversas ................................................. 57 Regra de L’Hôpital ............................................................................................................ 63 Integral: considerações, definições e exemplos ........................................................... 68 Integral indefinida .......................................................................................................... 70 Sintetizando ........................................................................................................................... 76 Referências bibliográficas ................................................................................................. 77 CÁLCULO INTEGRAL 5 SER_CALINTE_UNID1.indd 5 27/09/2019 17:22:33 Sumário Unidade 3 - Integrais indefinidas e definidas Objetivos da unidade ........................................................................................................... 79 A integral da função logarítmica e da função exponencial ........................................ 80 Função logarítmica .......................................................................................................... 80 Função exponencial ........................................................................................................ 85 Integral das funções trigonométricas e suas inversas ................................................. 88 Funções trigonométricas ............................................................................................... 88 Funções trigonométricas inversas ............................................................................... 93 Integral definida, integral de Riemann e generalidades .............................................. 96 Integral definida e integral de Riemann ...................................................................... 96 Definições, propriedades e exemplos ......................................................................... 98 Sintetizando ......................................................................................................................... 106 Referências bibliográficas ............................................................................................... 107 CÁLCULO INTEGRAL 6 SER_CALINTE_UNID1.indd 6 27/09/201917:22:33 Sumário Unidade 4 - Integração: métodos e aplicações Objetivos da unidade ......................................................................................................... 109 Técnicas de integração..................................................................................................... 110 Integração por partes ................................................................................................. 110 Integração por substituições trigonométricas ....................................................... 115 Integração por frações parciais ............................................................................... 119 Integração por substituições: u du em diferentes casos ..................................... 123 Aplicações da integral definida ...................................................................................... 127 Áreas ............................................................................................................................. 128 Volumes......................................................................................................................... 130 Comprimento do arco de uma curva ........................................................................ 132 Sintetizando ......................................................................................................................... 135 Referências bibliográficas ............................................................................................... 136 CÁLCULO INTEGRAL 7 SER_CALINTE_UNID1.indd 7 27/09/2019 17:22:33 CÁLCULO INTEGRAL 8 SER_CALINTE_UNID1.indd 8 27/09/2019 17:22:33 Nos primórdios da história humana, a Geometria trazia consigo a contem- plação humana pelas formas da natureza. Pouco mais adiante, com o surgi- mento da Álgebra, quantifi cou-se com mais precisão a natureza e as formas, bem como foram encontradas maneiras de realizar novas representações ma- temáticas, dotadas agora de um novo alfabeto numérico. No entanto, apenas com o pai da Matemática, René Descartes, em 1637, ela ganhou os contornos modernos que tem hoje. A Matemática, abandonada à questão contemplativa inicial, tampouco preocupava-se em quantifi car os objetos, bens do mundo material humano. A matemática era, desse modo, instrumento de decodifi cação e decodifi cava a natureza. Suas formas passaram não apenas a serem contempladas, mas representadas de forma fi dedigna e entendidas pelo ser humano. Entende-se, assim, o que é uma função. Pautados nos avanços de Descartes, Newton e Leibniz se apoiaram nos om- bros do gigante que os antecedeu e deram novos contornos a essa codifi cação da natureza. Aliaram a essa nova Matemática ideias que sempre a assombra- vam, a noção de zero e infi nito. A partir desses entendimentos, a disciplina mensura áreas, volumes, perímetros e outros elementos que auxiliam um maior entendimento da natureza que nos cerca. Convido-os, portanto, para o estudo desta disciplina fantástica! CÁLCULO INTEGRAL 9 Apresentação SER_CALINTE_UNID1.indd 9 27/09/2019 17:22:33 A todos aqueles que, ao meu lado, se empenham em cultivar o melhor todos os dias. Amores, famílias e amigos: não sou nada sem vocês. O professor Daniel de Freitas Barros Neto é bacharel em Ciência e Tecnolo- gia pela Universidade Federal do ABC (UFABC) (2018). Trabalha em pesquisas na área do Ensino de Astronomia, Ensi- no de Estatística, Ensino de Matemáti- ca e Inferência Causal. Foi pesquisador bolsista da UFABC pelo programa de mestrado em Ensino e História de Ciên- cias e Matemática. Trabalha com desen- volvimento de materiais didáticos para cursos de exatas na modalidade EAD. Faz parte do grupo de estudos em Edu- cação Estatística e Matemática (GEEM) e possui publicações nacionais e interna- cionais acerca da formação de professo- res de Ciências e Matemática. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0390781136043856 CÁLCULO INTEGRAL 10 O autor SER_CALINTE_UNID1.indd 10 27/09/2019 17:22:34 FUNÇÕES ALGÉBRICAS E NÃO ALGÉBRICAS: DEFINIÇÕES E APLICAÇÕES 1 UNIDADE SER_CALINTE_UNID1.indd 11 27/09/2019 17:22:58 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Identificar os diferentes tipos de funções: algébricas e não algébricas; Compreender as definições e as especificidades dos logaritmos e do sistema neperiano; Capacitar o aluno a manipular algebricamente essas funções objetivando o cálculo de suas derivadas e possíveis aplicações; Compreender como o estudo desses tópicos é relevante para a vida de um profissional de exatas. Funções explícitas, implícitas e transcendentes Funções explícitas e implícitas: definição e reescrita Funções transcendentes 7ª operação em matemática: a logaritmação Logaritmação Aplicações Limite fundamental exponen- cial e sistema neperiano: defini- ções e aplicações Limite fundamental exponen- cial e sistema neperiano Aplicações Derivada da função exponen- cial, logarítmica e geral Derivadas explícitas e implícitas Derivada da função logarítmica e exponencial CÁLCULO INTEGRAL 12 SER_CALINTE_UNID1.indd 12 27/09/2019 17:22:58 Funções explícitas, implícitas e transcendentes A partir de agora, trabalharemos a diferenciação entre algumas categori- zações de funções. Essas categorizações são importantes para determinados tópicos da Matemática, dentre eles o cálculo, que dá um tratamento distinto a categorias distintas de funções. O cálculo integral e diferencial fundamenta seu desenvolvimento teóri- co por meio da Álgebra e da Geometria. Transforma inúmeras representações geométricas em algébricas, dando uma nova interpretação a elas e, muitas ve- zes, extraindo novos sentidos epistêmicos. A Álgebra preocupa-se com representações e manipulações de equações, expressões, estruturas algébricas, polinômios e monômios. Essas representa- ções podem, por exemplo, referir-se a elementos geométricos. Desse modo, explicita-se que há uma interseção entre Álgebra e Geometria. Algumas categorizações que serão discutidas levarão em conta o as- pecto eminentemente algébrico, ou seja, distinguirão expressões algébri- cas de não algébricas, mais precisamente, distinguirão funções algébricas de não algébricas. Outra distinção que será trabalhada será a distinção entre funções explícitas e implícitas. Essa distinção é relevante para o cálculo e para a aplicação de métodos de derivação e integração. Funções explícitas e implícitas: definição e reescrita Em um curso de cálculo, é fundamental que haja a compreensão das di- versas funções que podem ser diferenciadas. O primeiro grupo de funções a ser estudado é o referente às funções explícitas. Essas funções referem-se à expressão de uma variável em termo de outra variável, ou seja, são funções em que é possível deixar o y isolado de um dos lados. Seguem alguns exemplos de funções explícitas: a) y = cos(x) b) y = 2x - 1 c) y = x2 + 8x + 2 d) y = ln (x) CÁLCULO INTEGRAL 13 SER_CALINTE_UNID1.indd 13 27/09/2019 17:22:58 Todas as funções supracitadas apresentam a variável y em função de uma va- riável x. Reescrevendo essa afirmação em uma linguagem funcional, pode-se dizer que uma função explícita é aquela que pode ser escrita na forma y = f(x). Partindo dessa afirmação, pode-se conceber o que seriam as funções implícitas. As funções implícitas, diferentemente das explícitas, apresentam a variá- vel y não isolada das outras variáveis. Em outras palavras, não há uma igual- dade estabelecida entre y e a outra variável. Portanto, não está explícito o valor de y. Seguem alguns exemplos de funções implícitas: f) -2x + y = -1 g) x2 + y2 = 1 h) -x2 - 8x + y = 2 i) x2 + y2 - 7 = 0 EXPLICANDO Apesar serem chamadas de funções implícitas, elas não são necessa- riamente funções, uma vez que algumas não passam pelo teste da reta vertical. Entende-se por funções implícitas as representações algébricas que não apresentam a variável de forma explícita.Entende-se que existe nessas representações uma função não evidente, ou seja, implícita. Uma vez apresentadas as definições das funções explícitas e implícitas, cons- tata-se que o fator principal a ser observado é o isolamento ou não da variável y. Desse modo, pode-se conceber uma transição de uma função para outra. Em ou- tras palavras, concebe-se que seja possível transformar uma função implícita em explícita. Toma-se como exemplo a equação I na tentativa de isolar a variável y: -2x + y = -1 y = 2x + 1 Ao considerar a função f e isolar o y, constatou-se que a função inicialmente implícita deu origem a uma função explícita, semelhante a função b). Portanto, é possível em alguns casos que, a partir de uma representação algébrica implí- cita, atinja-se uma representação algébrica explícita. Verifica-se mais um caso partindo da função h): -x2 - 8x + y = 2 -x2 + y = 2 + 8x y = x2 + 8x + 2 CÁLCULO INTEGRAL 14 SER_CALINTE_UNID1.indd 14 27/09/2019 17:22:58 De modo análogo ao anterior, encontrou-se uma função explícita a partir de uma função implícita. A função h, quando reescrita de forma explícita, re- velou ser semelhante à função c. Evidentemente, a recíproca para esses casos é verdadeira, ou seja, se essas funções implícitas foram reescritas em funções explícitas, essas podem ser reescritas em funções implícitas. Apesar da possibilidade de algumas funções implícitas serem reescritas como funções explícitas de forma simples, essa situação não acaba sendo uma regra geral. Para elucidar o entendimento dessa situação, considera-se a fun- ção g com x ∈ [-1; 1]: x2 + y2 = 1 Ao considerar essa função, o primeiro passo a ser executado é isolar a va- riável y: y2 = 1 - x² y = ±√1 - x² Ao se constatar o valor de y, nota-se uma possibilidade dual, em que y pode ser positivo ou negativo. Portanto, ao se tentar reescrever a função implícita g) na forma explícita, ela foi transformada em outras duas funções f1 e f2 que seguem: f1(x) = -√1 - x² e f2 (x) = √1 - x² A diferença entre as representações pode ser notada quando ambas são plotadas em um gráfico, tal como apresenta a Figura 1. yy x y x x x2 + y2 = 1 y = 1 - x2 y = - 1 - x2 Figura 1. Representação gráfica das funções explícitas e implícita. Fonte: ANTON, 1998, p. 246. (Adaptado). CÁLCULO INTEGRAL 15 SER_CALINTE_UNID1.indd 15 27/09/2019 17:22:58 Nesse exemplo, ressaltou-se, tam- bém, a questão prática de reescrever uma função implícita como explícita. Em alguns casos, essa fragmentação em outras funções pode se tornar algo cada vez menos prático, exigindo uma manipulação algébrica muito avança- da para que isso ocorra. Existem ca- sos, porém, que essa transformação da forma implícita para explícita é quase impossível, tal como é possível ver a seguir: y + xcos(y) = 1 DICA Quando a função a ser representada difi cilmente pode ser escrita na for- ma explícita, há uma difi culdade inerente para sua representação gráfi ca. Para esses casos, é interessante o uso de softwares que realizem a plota- gem do gráfi co a partir da forma implícita. Por fi m, o estudo dessa representatividade múltipla de funções é funda- mental para o estudo do cálculo, pois existem métodos algébricos que não se aplicam a um tipo de representação. Por exemplo, no estudo sobre derivadas, é necessário que seja desenvolvido um método específi co para a representa- ção implícita, conhecido como diferenciação implícita. Funções transcendentes Um grupo de funções importantes a ser estudado é o grupo das fun- ções transcendentes. As funções recebem esse nome por não serem constituídas de funções algébricas, ou seja, são funções que não podem ser construídas meramente pelo uso das operações algébricas usuais, tais como adição, subtração, multiplicação e divisão. Apresenta-se, a seguir, exemplos de funções algébricas: a) x + 3y = 2 b) f(x) = x + 1x - 1 c) x2 y2 - x2 - 1 = 0 CÁLCULO INTEGRAL 16 SER_CALINTE_UNID1.indd 16 27/09/2019 17:23:00 Em uma perspectiva algébrica, por não serem representadas apenas com as operações algébricas básicas, as funções transcendentes, de certo modo, transcendem a álgebra. As funções transcendentes importantes que podem ser destacadas são as funções trigonométricas, as inversas trigonométri- cas, as exponenciais e as logarítmicas. Similarmente, é possível ver alguns exemplos dessas funções: d) f(x) = log10x e) f(x) = 2 cos(x) f) f(x) = sen(x) g) f(x) = ex h) f(x) = arcsen(x) As funções e) e f) referem-se às funções trigonométricas, chamadas tam- bém de funções circulares, pois estão relacionadas ao círculo trigonométrico. Elas também são chamadas de funções periódicas, pois repetem um determi- nado comportamento; no caso da função seno, esse comportamento é repeti- do a partir de 2π. Observe o gráfico dessa função na Figura 2. y π π π 3 2 2 -1 1 xx x y’ x’ sen(x) 0 M A Figura 2. Gráfico da função seno. Fonte: GOUVEIA, 2017. Acesso em: 05/09/2019. (Adaptado). A função g) refere-se à função exponencial, em que a variável a ser estuda- da encontra-se no expoente e a base é sempre maior do que zero e diferente de um. No exemplo dado em g), utilizou-se a função exponencial natural que considera como base o número de Euler e, no entanto, uma função exponencial pode ter outras bases. As funções a seguir são, também, funções exponenciais: CÁLCULO INTEGRAL 17 SER_CALINTE_UNID1.indd 17 27/09/2019 17:23:00 i) f(x) = 2x j) f(x) = (0,22)x A função referida em d) é chamada de função logarítmica ou função in- versa da exponencial. Por fim, a função referida em h) recebe o nome de fun- ção trigonométrica inversa, nesse caso a inversa da função seno. Existem ou- tras funções trigonométricas inversas: k) Inversa da tangente: f(x) = tan-1(x) ou f(x) = arctan(x) l) Inversa do cosseno: f(x) = cos-1(x) ou f(x) = arccos(x) m) Inversa da secante: f(x) = sec-1(x) ou f(x)= arcsec(x) n) Inversa da cossecante: f(x) = cossec-1(x) ou f(x) = arccossec(x) o) Inversa da cotangente: f(x) = cotg-1(x) ou f(x) = arccotg(x) Nota-se que as funções trigonométricas inversas podem ser escritas de duas formas: utilizando o nome da função original e colocando o -1 no expoen- te, ou escrevendo “arc” e adicionando o nome da função trigonométrica abre- viada. É importante ressaltar alguns pontos sobre essas distintas notações do mesmo objeto matemático. A utilização do -1 no expoente remete à ideia de inversa, pois quando se observa uma expressão algébrica da forma a-1, é possível transformá-la em 1a , e a isso comumente se dá o nome de inversão. Entretanto, ao escrever o -1 no expoente das funções para indicar que elas são inversas, não é a mesma ideia que se quer trabalhar. Deve-se ter em mente que, por exemplo: sen-1(x) ≠ 1sen(x) , Quando, na verdade: sen(x)-1 ≠ 1sen(x) A posição do -1 pode indicar coisas diferentes, fique atento(a)! Em um aspecto geral, vale notar que o fato de uma função ser transcenden- te não exclui a possibilidade dela ser explícita ou implícita. A explicitude de uma função não está no fato de o objeto matemático ser ou não algébrico, mas sim CÁLCULO INTEGRAL 18 SER_CALINTE_UNID1.indd 18 27/09/2019 17:23:00 na possibilidade de isolamento das variáveis. A representação p, por exemplo, refere-se a uma função transcendente explícita, já a função q refere-se a uma transcendente implícita: p) y = cos(2x) q) y + xcos(y) = 1 Por fi m, é importante ter o conhecimento sobre a existência desses tipos de funções (transcendentes), pois no estudo do Cálculo Integral elas terão um tratamento diferenciado nas suas derivações e integrações, uma vez que não são algébricas. Portanto, apresentá-las de maneira segmentada e explicitada facilita o concatenamento e entendimento do conteúdo desse tema de estudo. 7ª operação em matemática: a logaritmação Estudou-se até aqui categorizações de funções, sendo elas explícitas ou implícitas, algébricas ou não algébricas.Destacou- -se que aquele grupo de funções não algébricas recebem o nome de funções transcendentes. Entre essas funções estão as funções logarítmi- cas, exponenciais, trigonométricas e inversas trigonométricas. Cada uma delas possui sua particularidade e importância para o estudo do cálculo. A fi m de entender as particularidades e a importância de cada uma delas, deve-se estudá-las separadamente. Tendo isso em mente, estudaremos a fun- ção logarítmica, de modo a explicitar sua defi nição, algumas de suas proprie- dades e apresentar algumas aplicações que a envolve. Entender como se estrutura um logaritmo e algumas relações que o envol- vem é fundamental para o estudo do cálculo, principalmente para a aplicação de limites e logaritmos de outras bases, a se destacar os logaritmos de base e, contendo inúmeras aplicações físicas. Logaritmação Prosseguindo no estudo de funções, retoma-se a função logarítmica. Tal função é categorizada como uma função transcendente, ou seja, uma função que não pode ser construída pelo uso de operações algébricas usuais, como adição, subtração, multiplicação e divisão. CÁLCULO INTEGRAL 19 SER_CALINTE_UNID1.indd 19 27/09/2019 17:23:00 A função logarítmica está pautada na potenciação e exponenciação. Essa função é definida em termos de um logaritmo de um número qualquer, sendo que esse logaritmo pode ser definido da seguinte forma: logab = x Refere-se ao número a como a base do logaritmo. Essa base possui restri- ções em seu valor: a > 0 e a ≠ 1 ∈ ℝ Já o número b refere-se ao logaritmando, que tem, também, algumas res- trições em seu valor: b > 0 ∈ R Por fim, o número x, pertencente ao conjunto dos reais, e recebe o nome de logaritmo. Destaca-se alguns exemplos de logaritmos: a) log28 = 3 b) log39 = 2 c) log 10000 = 4 d) ln e = 1 Dentre os casos supracitados, destacam-se os exemplos c) e d). Em am- bos os exemplos não há a representação do número da base dos logaritmos. Quando a representação da base do logaritmo está omitida e a operação a ser realizada está sendo representada apenas por “log”, o valor da base é 10. Caso o leitor se depare com uma representação igual ao exemplo c), a seguinte igual- dade deve ser levada em consideração: log 10000 = 4 = log10 10000 De modo análogo, há uma omissão na base do logaritmo apresentado no exemplo d). Nesse caso, porém, quando há a omissão do valor da base do loga- ritmo e a operação a ser realizada está sendo representada por ln, o valor omi- tido pela base é o número e, conhecido como número de Euler. Esse logaritmo recebe o nome de logaritmo neperiano, em homenagem a um matemático chamado John Napier, ou logaritmo natural. Para a representação desse logaritmo, deve-se considerar a seguinte igualdade: ln e = 1 = logee A base 10, 2 e e são bases bastante usuais no cálculo integral, o conhecimen- to acerca delas é essencial. O Gráfico 1 de funções logarítmicas mostra a curva de cada uma dessas bases. CÁLCULO INTEGRAL 20 SER_CALINTE_UNID1.indd 20 27/09/2019 17:23:00 log2 (x) In (x) log (x) 4 y x x = 0 4 5 6 7 8 9 10 11 3 3 2 2 1 1 0 -1 -1 -1 -1 GRÁFICO 1. FUNÇÕES LOGARÍTMICAS MAIS USUAIS Uma vez explicitada a forma de representação de um logaritmo, resta saber qual sua relação exponenciação. Essa relação é definida a partir da seguinte equivalência: loga b = x ⇔ ax = b Tendo em vista essa equivalência, é possível efetuar o cálculo de alguns logaritmos, transformando a escrita deles em exponenciação: Expressão: log2(4) = x Resolução: 4 = 2x 22 = 2x x = 2 Observou-se que, para a resolução de uma expressão logarítmica por meio da reescrita como expressão exponencial, é necessário, em dado momento, fazer com que as bases exponenciais que estão sendo comparadas sejam as mesmas para, a partir desse ponto, estabelecer-se uma comparação com os expoentes. Desse modo, estabelece-se uma relação clara entre o logaritmo e a expo- nenciação, sendo eles antagônicos. Essa equivalência auxilia, também, no en- tendimento de uma restrição definida para a base do logaritmo. CÁLCULO INTEGRAL 21 SER_CALINTE_UNID1.indd 21 27/09/2019 17:23:00 Defi niu-se que a base do logaritmo deve ser, além de positiva, a≠1. Quando se tem em mente que os logaritmos podem ser reescritos como exponenciais, pode-se tentar escrever um logaritmo com a base sendo 1 e verifi car as impli- cações disso: log1b = x 1x = b Sabendo-se que b é um número real positivo, e que o número 1 elevado a qualquer potência sempre resultará em 1, não há número positivo que satisfaça essa equação. Portanto, descarta-se a = 1 dos valores possíveis que a possa assumir. Além da defi nição que relaciona logaritmação e exponenciação, existem ou- tras defi nições importantes a serem consideradas: I. alogab = b II. loga1 = 0 III. logaa = 1 A defi nição II parte do pressuposto de que todo número elevado a 0 resulta em 1. Em outras palavras, a0 = 1, o que torna verdadeira essa afi rmação. De modo análogo, a afi rmação III parte do pressuposto de que qualquer número elevado a 1 resultará nele próprio, ou seja, nesse caso a1 = a, o que validaria a afi rmação III. Somadas a essas defi nições, existem propriedades inerentes aos logarit- mos. As principais propriedades estão elencadas no Quadro 1. NOMES DA PROPRIEDADE IGUALDADES RESTRIÇÕES Logaritmo de um produto loga(b · c) = logab + logab 1 ≠ a > 0 e b > 0 Logaritmo de uma raiz Logaritmo de uma potência Logaritmo de um quociente loga( n√b) = loga b loga( ) = loga b - loga c logab c = c · loga b 1 ≠ a > 0, b > 0 e 1 < n ∈ ℕ 1 ≠ a > 0, b > 0 e c ∈ ℝ 1 ≠ a > 0 e b, c > 0 loga b 1 b n c = 1 n QUADRO 1. PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS Logaritmo de um produtoLogaritmo de um produtoLogaritmo de um produtoLogaritmo de um produto Logaritmo de uma raiz Logaritmo de um produto Logaritmo de uma raiz Logaritmo de um produto Logaritmo de uma raiz Logaritmo de um produto Logaritmo de uma raiz Logaritmo de uma Logaritmo de uma raiz Logaritmo de uma Logaritmo de uma raiz Logaritmo de uma potência Logaritmo de um log Logaritmo de uma raiz Logaritmo de uma potência Logaritmo de um loga(b · c Logaritmo de uma Logaritmo de um quociente b · c) = Logaritmo de um quociente log ) = log Logaritmo de um quociente a( n√b) = logab √b) = log log logab b log 1 1 log b = log log = c · b n ) log loga b c log loga b loga b - 1 ≠ log a > a c 1 ≠ e b > a > 0, b > > 0, > 0 e 1 < 1 ≠ > 0 e 1 < > 0, > 0 e 1 < > 0, b ∈ ℕ > 0 e 1 ≠ > 0 e c > 0 e ∈ ℝ > 0 e , c > 0 > 0 CÁLCULO INTEGRAL 22 SER_CALINTE_UNID1.indd 22 27/09/2019 17:23:01 A seguir serão apresentados alguns exemplos de aplicações dessas proprie- dades logarítmicas, a fim de capacitar o leitor para a resolução de problemas que tenham essas expressões. No exemplo, aplicaremos a propriedade do pro- duto logarítmico: Expressão: log2 (4 · 8) = ? Resolução: log2 (4 · 8) = log2 4 + log2 8 = 2 + 3 = 5 Aplicando o logaritmo de uma raiz: Expressão: log10( 11 √10) = ? Resolução: log10( 11 √10) = log10 10 log10 10 (1) = = = 1 1 1 11 11 11 1 11 Para o logaritmo de uma potência, tem-se: Expressão: log3(27 2) = ? Resolução: log3(27 2) = 2 · log3(27) = 2 · log3(3 3) = 2 · 3 · log3(3) =6 · log3( 3) =6 · (1) = 6 Por fim, para a aplicação da propriedade logarítmica do quociente, consi- dera-se: Expressão: log5( 25) = ? Resolução: log5( 25) = log5(25) - log5(5) 3 - 1 2 5 5 = = Observou-se como essas propriedades auxiliam para o cálculo de expres- sões logarítmicas. Ainda assim, existem situações nas quais outros tipos de manipulações devem ser realizados. Uma manipulação muito utilizada é a mu- dança de base logarítmica. CÁLCULO INTEGRAL 23 SER_CALINTE_UNID1.indd 23 27/09/2019 17:23:01 Defi ne-se a mudança de base da seguinte forma,para um a ≠ 1 e d ≠ 1: logab = logdb logaa Aplica-se a mudança de base no seguinte exemplo: Expressão: log9(27) = ? Resolução: log9(27) = log3 27 log3 9 2 3= Explicitadas as defi nições, propriedades e possíveis manipulações envol- vendo os logaritmos, resta entender um pouco mais sobre suas aplicações em problemas contextualizados no cotidiano profi ssional. Aplicações Apesar do caráter eminentemente algébrico explorado até agora, os loga- ritmos possuem diversas aplicações práticas, seja no cotidiano de um cidadão comum ou no cotidiano de um profi ssional de exatas, tal como o engenheiro. Uma aplicação muito conhecida dos logaritmos refere-se à Escala Richter. A Escala Richter é uma escala utilizada para mensurar a magnitude de terremotos, associando essa magnitude a níveis de destruição e efeitos causados por eles. Essa escala utiliza logaritmos na base 10 para efetuar esse tipo de medição. Tendo isso em mente, será desenvolvida uma situação utilizando os logarit- mos em uma aplicação prática. Considere a seguinte problemática: Um profi ssional responsável pela engenharia produtiva de sua companhia deve aplicar um novo plano de ação toda vez que a demanda por seus produtos dobrar. Ele observou, ao longo do tempo, que a demanda por seus produtos tem aumentado 30% ao ano. Ele quer estipular quando ele deve aplicar o novo plano de ação na companhia com base nessas estimativas, e o problema acaba se traduzindo na seguinte pergun- ta: quantos anos ele demorará para que a demanda por seus produtos dobre? Para responder a essa questão, é importante considerar uma linha cronológica de acontecimen- tos estabelecida pelo Quadro 2. CÁLCULO INTEGRAL 24 SER_CALINTE_UNID1.indd 24 27/09/2019 17:23:01 QUADRO 2. TOTAL DE DEMANDAS AO LONGO DO TEMPO TEMPO TOTAL DE DEMANDAS Situação inicial D0 1 ano D1 = D0 · (1,3) 2 ano D2 = (D0 · (1,3)) · 1,3 = D0 · (1,3) 2 3 anos D2 = D0 · (1,3) 3 X anos Dx = D0 · (1,3) x Situação inicialSituação inicialSituação inicialSituação inicial 1 ano Situação inicial 1 ano 2 ano2 ano 3 anos3 anos3 anos X anosX anos D D 0 1 = (D D 0 · (1,3)) · 1,3 = · (1,3) · (1,3)) · 1,3 = · (1,3) · (1,3)) · 1,3 = D · (1,3)) · 1,3 = D 0 · (1,3) · (1,3) x = · (1,3) · (1,3)3 D0 · (1,3)· (1,3) Limite fundamental exponencial e sistema neperiano: definições e aplicações Uma vez compreendido o conceito de logaritmo, sua estruturação e sua manipulação, estuda-se outro tipo de logaritmo, defi nido em na base referente a constante e, referida como Número de Euler. Essa constante pode ser defi nida por meio de uma noção intuitiva de aproximação, seguida da aplicação do conceito de limite, defi nindo-se, assim, o limite fundamental exponencial. Representando a situação na qual a demanda hipoteticamente dobra no fu- turo, tem-se a seguinte igualdade estabelecida: Dx = 2 · D0 Porém, sabe-se que Dx = D0 · (1,3) x, e, portanto: D0 · (1,3) x = 2 · D0 (1,3)x = 2 Para resolver essa expressão, pode-se optar por reescrevê-la com logaritmo. Dessa forma: (1,3)x = 2 log1,32 = x x = 2,6 anos Portanto, se a sua companhia mantiver a mesma taxa de aumento de deman- da, em pouco mais de dois anos e meio esse profi ssional deverá realizar um novo plano de ação para sua linha produtiva. CÁLCULO INTEGRAL 25 SER_CALINTE_UNID1.indd 25 27/09/2019 17:23:01 A partir da defi nição e do entendimento acerca desse limite fundamental exponencial e a consequente defi nição do Número de Euler, será defi nida a base para o sistema neperiano, de modo a defi nir algumas de suas propriedades e possíveis manipulações. Entender como se fundamenta o sistema neperiano é fundamental para a defi nição de alguns limites, derivadas e integrais. Além disso, ao estudar o sistema neperiano, observa-se suas inúmeras aplicações em situações reais. Por fi m, é importante discutir algumas dessas aplicações sobre os tópicos tratados, de modo a trabalhar a noção conceitual que está envolvida no siste- ma neperiano e aperfeiçoar a operacionalidade matemática desses conceitos. Limite fundamental exponencial e sistema neperiano O sistema neperiano tem como sua base o número irracional e. Esse núme- ro pode ser determinado através do seguinte limite, chamado de limite funda- mental exponencial: 1 x(1 + ) x = elimx→∞ Pode-se observar que essa expressão se aproxima quando x→∞: X 1 ≈ 2 10 ≈ 2,5937 100 ≈ 2,7048 1.000 ≈ 2,7169 100.000 ≈ 2,7182 1.000.000 ≈ 2,7182 1.000.000.000 ≈ 2,7182 (1 + )x1x QUADRO 3. APROXIMAÇÃO DO VALOR E CÁLCULO INTEGRAL 26 SER_CALINTE_UNID1.indd 26 27/09/2019 17:23:01 Nota-se que o valor que a expressão se aproxima é ≈ 2,7182. Portanto, de uma maneira aproximada, pode-se dizer que o valor de e ≈ 2,7182. Ressalta-se que, apenas observando essa convergência com o exemplo do Quadro 3, não há garantia de que o valor de e seja realmente esse. Para demonstrar se o limite supracitado realmente equivale a e, é necessária a utilização de conheci- mentos sobre sequências e séries. Esse limite recebe o nome de fundamental, pois ele desempenha um pa- pel fundamental para o cálculo de outros limites. Analisa-se alguns casos que corroboram essa afirmação, fazendo uso do limite fundamental exponencial: lim 1 x(1 + ) 3x = ?x→+∞Calcule: lim lim1 1 x x(1 + ) 3x = [(1 + )x]3x→+∞ x→+ ∞Resolução: [lim 1 x(1 + ) x ]3 =x→+∞ , aplicando o limite fundamental = [e] 3= = e3 Nesse exemplo, foi utilizada uma técnica muito comum para a resolução de alguns limites exponenciais. O expoente que acompanhava a expressão algé- brica, na qual seria aplicado o limite, foi exteriorizado dessa expressão passo a passo. Isso é possível porque esse expoente é uma constante; portanto, pode ser colocado fora do limite. Analisa-se, agora, mais um exemplo: = redefine-se o limite, se x→+∞ então u→+∞, assim lim 7 x(1 + ) x = ?x→+∞Calcule: Resolução: lim 7 x(1 + ) x = = 7 x 1 ux→+∞ realiza-se a substituição , tem-se que 7u = x lim 1 u(1 + ) 7uu→+ ∞= lim 1 u[(1 + ) u]7u→+∞= [lim 1 u(1 + ) u]7u→+∞= , e a aplicando o limite fundamental = [e]7 = e7 CÁLCULO INTEGRAL 27 SER_CALINTE_UNID1.indd 27 27/09/2019 17:23:01 Utilizou-se, nesse exemplo, uma nova técnica de resolução de limites expo- nenciais: aplicou-se uma substituição no limite inicial para que fosse possível aplicar o limite fundamental exponencial. Essa técnica de substituição também é muito comum na resolução desse tipo de exercícios. Analisando mais um exemplo: u→+∞ = redefine-se o limite, se x→-∞ então u→-∞, assim lim 7 2x(1 + ) x = ?x→+∞Calcule: Resolução: lim 7 2x(1 + ) x = = 1 2x 1 2u u x→+∞ realiza-se a substituição , tem-se que = x lim 1 2 u u (1 + )= 2 1 lim 1 u[(1 + ) u]u→+∞= 2 1 [lim 1 u(1 + ) u]u→+∞= , e a aplicando o limite fundamental 2 1 = [e] 2 1 = e É possível, também, encontrar outro limite que define o valor de e a partir do limite fundamental exponencial. Para isso, utiliza-se tal limite como ponto de partida: lim 1 x(1 + ) x = ex→∞ Aplicando uma substituição simples em que: 1 x = h Tem-se também: 1 h = x Como 1h = x, uma vez que x → ∞ , tem-se que h → 0. A partir disso, reescreve- -se o limite anterior: lim (1 + h) = e 1 h h→0 CÁLCULO INTEGRAL 28 SER_CALINTE_UNID1.indd 28 27/09/2019 17:23:02 Essa é apenas uma expressão alternativa para o valor de e. Tem-se, agora, duas expres- sões para a determinação do valor de e: uma delas trabalha com um limite que ten- de ao infinito e a outra trabalha com o limite tendendo a zero. Existem formas gerais para reescrever esses dois limites, tornando suas respectivas resoluções mais fáceis. As formas gerais desses limites são: lim lim I. II. d x(1 + ) ax = eda (1 + dh) = eda a h x→∞ h→0 Caso fossem utilizadas essas formas gerais, os limites calculados seriam resolvidos de forma instantânea. Existem outros limitesexponenciais im- portantes que não caberiam na presente discussão, uma vez que o enfoque é centrado nos limites que envolvem a definição do número de Euler. Uma vez explicitado o limite que gera o número de Euler, resta entender sua relação com os logaritmos (principalmente na base 10), sua importância e funcionalidade matemática. Para isso, define-se um logaritmo natural (ou logaritmo neperiano) quando se tem uma base a = e e um logaritmando b > 0 ∈ ℝ, de tal forma que: loga(b) = x ⟹ loge(b) = x EXPLICANDO A igualdade semântica entre o logaritmo natural e o logaritmo nepe- riano não é consensual entre os matemáticos. Ao avaliar a história dos logaritmos, sabe-se que John Napier definiu o logaritmo neperiano como sendo aquele logaritmo de base 1e , e não e. Todavia, essa distin- ção semântica não está usualmente presente nos livros didáticos tanto de nível médio quanto de nível superior, e os termos acabaram obtendo o mesmo significado. Portanto, optou-se pela equivalência semântica dos termos, ou seja, ambos irão se referir ao mesmo objeto matemáti- co: o logaritmo na base e. CÁLCULO INTEGRAL 29 SER_CALINTE_UNID1.indd 29 27/09/2019 17:23:02 Existe, porém, uma forma mais usual de escrever o logaritmo neperiano, ocultando-se a base e substituindo a escrita de “log” para “ln”: loge(b) = x ⟹ ln (b) = x Pode-se escrever o logaritmo natural, também, na forma de exponencial: loge(b) = x ⇔ ex = b Uma vez dada essa relação com a exponencial, é possível efetuar os cálcu- los de alguns logaritmos naturais, dado um valor aproximado de e. Vejamos os exemplos demonstrados no Quadro 4, considerando e = 2,71. EXPRESSÃO: ln (x + 3) = 2 RESOLUÇÃO: ln (x + 3) = 2 eln (x + 3) = e2 x + 3 = e2 x = e2 - 3 x = (2,71)2 - 3 x = 7,34 - 3 x = 4,34 (elevando e nos dois lados da igualdade) (aplicando a definição eIn (a) = a) EXPRESSÃO: ln (3x + 1) = 1 RESOLUÇÃO: ln (3x + 1) = 1 eln (3x + 1) = e1 3x + 1 = e1 3x = e1 - 1 3x = 2,71 - 1 3x = 1,71 x = 1,71 3 x = 0,57 (elevando e nos dois lados da igualdade) (aplicando a definição eIn (a) = a) QUADRO 4. CÁLCULO DE LOGARITMO NATURAL CÁLCULO INTEGRAL 30 SER_CALINTE_UNID1.indd 30 27/09/2019 17:23:02 EXPRESSÃO: ln (2x + 2) = 2 RESOLUÇÃO: ln (2x - 2) = 2 eln (2x - 2)= e2 2x - 2 = e2 2x = e2 + 2 2x = (2,71)2 + 2 2x = 7,34 + 2 2x = 9,34 x = 9,34 2 x = 4,67 (elevando e nos dois lados da igualdade) (aplicando a definição eIn (a) = a) Por se tratar de um logaritmo, as propriedades gerais referentes a ele tam- bém valem para o logaritmo neperiano. Em outras palavras, vale a regra do produto, quociente, potência e raiz. QUADRO 5. PROPRIEDADES GERAIS DE UM LOGARITMO CONSIDERANDO IN NOMES DA PROPRIEDADE IGUALDADES RESTRIÇÕES Logaritmo de um produto ln (b · c) = ln b + ln b b > 0 Logaritmo de uma raiz ln(n b) = ln b = ln b b > 0 e 1 < n Logaritmo de uma potência ln bc = c · ln b b > 0 e c Logaritmo de um quociente ln ( ) = ln b - ln c b, c > 0 Э Э b c 1 n 1 n CÁLCULO INTEGRAL 31 SER_CALINTE_UNID1.indd 31 27/09/2019 17:23:02 O método de mudança de base também é válido para o logaritmo natural, portanto, a mudança de base pode ser defi nida para um a ≠ 1: loga b = ou até logeb loge b loge a loga b loga e Tendo isso em mente, é possível estabelecer uma relação entre o logaritmo de base 10 e o logaritmo natural de base e. Para isso, basta tomar como base o seguinte logaritmo sendo passado para base 10: loge a = log10 a log10 e Como o valor de log10e ≈ 0,43, então tem-se: loge a = 2,3 · log10 a In a = 2,3 · log10 a loge a = log10 a 0,43 Evidenciada a relação direta entre o logaritmo neperiano e o logaritmo de base 10, torna-se simples o cálculo de um dos dois quando se sabe o valor do outro. Essa afi rmação fi ca mais evidente ao se observar o exemplo a seguir, sabendo que log102 ≈ 0,30: In 2 = 2,3 · log10 2 In a = 2,3 · log10 a In 2 = 0,69 Evidenciadas as propriedades logarítmicas e as relações do logaritmo natu- ral com a exponenciação e o logaritmo de base 10, resta explicitar quais são as aplicações desse logaritmo neperiano, evidenciando as particularidades intrín- secas a esse objeto matemática. Aplicações Podemos perceber que há semelhanças nas propriedades de um logaritmo natural com um logaritmo de base 10 e outros logaritmos. Além disso, é possí- vel estabelecer uma relação entre esses logaritmos, ou seja, em certo sentido, In 2 = 2,3 · 0,30 CÁLCULO INTEGRAL 32 SER_CALINTE_UNID1.indd 32 27/09/2019 17:23:03 o que é atribuído a um logaritmo de base 10 pode ser convertido em um loga- ritmo de base e, chamado de logaritmo natural. A implicação disso é que boa parte das aplicações de um logaritmo natural de base 10 também se estende a um logaritmo natural, podendo variar em nível de complexidade de desenvolvimento, uma vez que algumas bases loga- rítmicas são melhores do que outras para tipos específicos de situações. O número de Euler está muito associado a crescimentos e decrescimentos constantes e é comumente encontrado em estudos estatísticos relacionados a fenômenos naturais e sociais. Por isso o logaritmo que utiliza e como base é chamado de logaritmo natural. Crescimento populacional, decaimento de compostos químicos e outros fatores naturais necessitam do número de Euler para serem representados de forma adequada. Uma aplicação de suma importância dos logaritmos naturais para a sociedade atual é a datação de carbono-14. Ela mensura a quantidade desse isótopo radioa- tivo natural em tecidos orgânicos mortos a fim de precisar a data de sua morte. Essa datação é muito utilizada em combustíveis fósseis, no corpo dos ani- mais e no corpo dos seres humanos. A quantidade desse isótopo no tecido morto diminui constantemente, por isso a relação com o número de Euler. A datação de carbono-14 é extremamente importante para sociedade, uma vez que auxilia na composição da história humana e, consequentemente, influen- cia os registros elaborados pelos historiadores. Não somente em fatores naturais o número e está presente, como também em questões financeiras envolvendo juros a uma taxa de crescimento constan- te, e até mesmo uma corrente elétrica que atravessa um circuito ao longo do tempo. Tendo isso em mente, vamos trabalhar alguns exemplos de aplicações que vão envolver o número de Euler e o logaritmo natural pautado nele. No primeiro exemplo, estudaremos o comportamento de crescimento de uma população ao longo do tempo. Observe a seguinte situação, apresentada em uma questão de vestibular para a Universidade de Brasília: Estima-se que 1.350 m² de terra sejam necessários para fornecer alimento para uma pessoa. Admite-se,também, que 30 · 1350 bilhões de m² de terra arável no mundo e que, portanto, uma população máxima de 30 bilhões de pessoas pode ser sustentada, se não forem exploradas outras fontes de ali- mento. A população mundial, no início de 1987, foi estimada em 5 bilhões de CÁLCULO INTEGRAL 33 SER_CALINTE_UNID1.indd 33 27/09/2019 17:23:03 habitantes. Considerando que a população continua a crescer, a uma taxa de 2% ao ano, e usando as aproximações ln 1,02 = 0,02, ln 2 = 0,70 e ln 3 = 1,10, de- termine em quantos anos, a partir de 1987, a Terra teria a máxima população que poderia ser sustentada. Para responder a esse problema, é necessário avaliar como a taxa de cres- cimento influencia a população a partir do momento inicial. Como a taxa é 2% ao ano e a população (em bilhões de habitantes) é 5, após 1 ano a população (P) será dada pela seguinte expressão: P1 = P0 · (1,02) Para x anos, tem-se a população sendo definida por: Px = P0 · (1,02) x Portanto, para resolução da situação, na qual o Px seria dado por 30 bilhões de habitantes, tem-se: 30 = 5 · (1,02)x In (6) = In (1,02)x In (2) + In (3) = x · 0,02 0,70 + 1,10 = x · 0,02 x = 90 6 = (1,02)x 6 (aplicando ln) In (2,3) = x · In (1,02)x (propriedade do produto de ln) Px = P0 · (1,02) x = (1,02)x 30 5 Por fim, uma aplicação muito usual de logaritmos naturais é na relação com juros compostos. A fórmula que define essa relação é a seguinte: A = Pekt A variável A refere-se ao total de dinheiro que o indivíduo terá no final do processo, a variável P refere-se ao montante inicial que será submetido aos juros compostos, a variável t refere-se ao tempo gasto no processo em questão e a variável k refere-se aos juros aplicados durante aquele deter- minado tempo. Com essas informações em mente, analisa-se a seguinte problemática: CÁLCULO INTEGRAL 34 SER_CALINTE_UNID1.indd 34 27/09/2019 17:23:03 Uma criança de 1 ano recebe de seus pais, inicialmente, uma quantia de R$ 100.000,00, que será investida em uma determinada aplicação que renderá, em juros compostos, 10% ao ano. A família dessa criança pretende utilizar esse dinheiro para comprar uma casa para ela, quando ela atingir a maioridade. Supondo que o valor da casa é de R$ 500.000,00, com quantos anos os pais conseguiriam comprar a casa para sua fi lha? Ela já teria atingido a maioridade? Dados: ln (5) ≈ 1,61 Para responder a essa pergunta, elabora-se a seguinte solução: A = Pekt 500000 = 100000(e)0,1t (aplicando ln) 500000 100000 = (e) 0,1t 5 = (e)0,1t ln (5) = ln (e)0,1t 1,61 = 0,1t · ln e t = 1,61 0,6 t ≈ 16 anos Portanto, a criança ainda não teria atingido a maioridade, uma vez que teria 17 anos no momento da compra da casa. Derivada da função exponencial, logarítmica e geral Trabalhamos, até o momento, as categorizações de algumas funções refe- rentes à sua característica algébrica ou não, ou sobre sua característica explícita. A diferenciação entre funções explícitas e implícitas se tornará relevante quando tentarmos aplicar a derivada nos dois tipos de funções. Observaremos que deve-se elaborar maneiras diferentes de derivar esses objetos matemáti- cos, e será apresentado um método de derivação implícito, aplicado na fun- ção implícita que irá diferir do método de derivação para funções explícitas. Após a explanação desses métodos e as propriedades consequentes de cada um deles, serão apresentadas as derivadas das funções exponenciais e logarítmicas. Serão trabalhados exemplos que sejam necessários à utilização dessas derivadas para suas resoluções, de modo a se trabalhar a operacionali- dade dessas derivadas. CÁLCULO INTEGRAL 35 SER_CALINTE_UNID1.indd 35 27/09/2019 17:23:03 Derivadas explícitas e implícitas Para o trabalho com as derivadas das funções explícitas e implícitas, de- vemos resgatar as defi nições que iremos utilizar para esse estudo. Defi ne-se como função explícita aquela função que pode ser escrita na forma y = f(x), ou seja, uma função em que o y pode ser escrito na forma explícita. Existem inúmeras funções que se enquadram nessa defi nição, mas serão utilizadas so- mente as funções algébricas, ou seja, que pode ser defi nida pela adição, sub- tração, multiplicação, divisão e potenciação. A derivada de uma função mensura a taxa de variação instantânea em um determinado ponto. Em outras palavras, a derivada de uma função y = f(x) caracteriza a taxa de variação instantânea da função y em determinado ponto x. Para o cálculo das derivadas algébricas explícitas supracitadas, serão apre- sentadas algumas regras derivativas, sendo desenvolvidos exemplos para al- gumas dessas regras. A derivada de uma constante é nula, pois a derivada representa uma taxa de variação e a função constante não representa variações. Logo, para uma constante c, tem-se sua derivada: d dx (c) = 0 Apresenta-se a regra para a derivada de uma potência, comumente co- nhecida como regra do tombo: d dx (xn) = n · xn-1 Verifi ca-se a aplicação de tal regra de derivação no exemplo a seguir: Um corpo percorre uma trajetória segundo a lei horária s(t) = 2t2. Encontre a derivada dessa função que, no caso, representaria a velocidade instantânea em determinado ponto t. Resolução: s(t) = 2t2 aplicando a regra do tombo ⟹ s’(t) = (2) · 2t2-1 ⟹ s’(t) = 4t CÁLCULO INTEGRAL 36 SER_CALINTE_UNID1.indd 36 27/09/2019 17:23:03 A regra de derivada da soma e subtração mostra que os termos envolvi- dos nessa operação devem ser separados e derivados individualmente. Por- tanto, é definida por: d dx dx dx du dv(u ± v) = ± Exemplifica-se a aplicação dessa regra derivativa pelo seguinte exemplo: Calcule a derivada da seguinte função: f(x) = 2x + 3x² Resolução: f(x) = 2x + 3x2 (aplicando a regra da soma) ⟹ dx dx d (2x) d (3x2)f’(x) = + (aplicando a regra do tombo) f’(x) = 2 + 6x Calcule a derivada da seguinte função: f(x) = 9x2 - 3x Resolução: f(x) = 9x2 - 3x ⟹ (aplicando a regra da subtração) ⟹ dx dx d(9x9) d(3x)f’(x) = + (aplicando a regra do tombo) ⟹ f’(x) = 18 + 3 As regras seguintes referem-se à derivada do produto, tanto para o cálculo do produto de duas funções como para o cálculo do produto entre uma função e uma constante, respectivamente. Para o produto de duas funções: d dx dx dx du dv(u · v) = v ± u A ideia é que uma função u seja derivada mantendo a outra v como constan- te e, depois, deriva-se v mantendo a outra função u como constante. Ao final, somam-se as duas. Por fim, a derivada de um produto entre uma função e uma constante é definida por: CÁLCULO INTEGRAL 37 SER_CALINTE_UNID1.indd 37 27/09/2019 17:23:03 d dx dx dv(c · v) = c Nota-se que a constante não é diferenciada pela derivada, portanto, basta pô-la para fora da derivada multiplicando e realizar a operação normalmente. Observe o exemplo a seguir para aplicação da derivada do produto: Dadas as funções f(x) = 2x + 3 e g(x) = 8x², calcule a derivada do produto dessas funções. Resolução: O produto dessas funções é escrito na forma: f(x) · g(x) ⟹ (calculando sua derivada pela regra do produto) 48x2 + 48x = =(pela regra do tombo) 8x2 · (2) + (2x + 3) · 16x = 16x2 + 32x2 48x2 dx dx df(x) dg(x)+d dx (f(x) · g(x)) = g(x) f(x) A próxima regra de derivação a ser apresentada é a derivada da divisão de duas funções. Para uma divisão entre duas funções, tem-se: d u dx v v2= v dx dx du dv-u A fim de auxiliar na aplicação dessa derivada, segue um exemplo de como aplicá-la: Dadas as funções f(x) = x2 + 1 e g(x) = 2x, calcule a derivada de g(x) f(x) Resolução: 4x2 4x2 2x2 4x2 - 2x2 + 2 2x2 + 2 x2 + 1 = = (aplicando a regra da divisão) g(x) g(x) 2 4x2 (2x) · (2x) - (x2 + 1) · (2)f(x) = = = g(x) f(x) dx dx d(f(x)) d(g(x))- d dx g(x) g(x)2x 2x f(x) f(x)x2 + 1 x2 + 1 = = d d dx dx Por fim, apresenta-se a derivada de uma função composta, ou como é co- mumente chamada, regra da cadeia: CÁLCULOINTEGRAL 38 SER_CALINTE_UNID1.indd 38 27/09/2019 17:23:04 d dx dx dx dv du(u·v) = · v)( A noção intuitiva da regra da cadeia é que se deriva primeiro o argumen- to da função mais interna e, em seguida, deriva-se a função mais externa, mantendo seu argumento constante. Ao final, realiza-se um produto com todas as derivações. Verifique o exemplo a seguir para elucidar o entendi- mento desse tópico: Encontre a derivada de: f(x) = (x + 2)27. Resolução: f(x) = (x + 2)27 ⟹ considerando g(u(x)) = (u(x))27 e u(x) = x + 2 ⟹ pela regra da cadeia ⟹ dx d d du (u(x)) 27 · (x + 2) 26 · (1) = 27 · (x + 2)26(u(x)27) Nos casos das funções implícitas, nem sempre é possível passá-las para forma explícita a fim de utilizar uma das regras supracitadas para encontrar as derivadas de uma função. Por conta desse fator, deve-se derivar essas funções de uma outra maneira. Essa maneira particular de derivá-las é chamada de diferenciação implícita. Para que se possa compreender esse tipo de derivação é necessário, de antemão, ter em mente a regra da cadeia sob a ótica da notação de Leibniz: dx dx dy dy du= du Essa notação nos diz que caso se queira derivar uma função y em relação a x, pode-se primeiro derivá-la em relação a outra variável u qualquer e, em seguida, derivar essa variável u em função de x. Vejamos o seguinte exemplo: Calcule dx df dado f(y) = y3. Resolução: f(y) = y³ ⟹ utilizando a regra da cadeia pela notação de Leibniz com dx dx dx df df dfd(y3)df dy dy dy dx dx dxdy dy = = =u = y 3y2 Tendo em vista a notação de Leibniz para regra da cadeia, é possível conce- ber uma maneira de derivar as funções implícitas. Para encontrar a derivada de uma função implícita, basta aplicar a derivada desejada em ambos os lados da igualdade. Calcule dx dy da seguinte função implícita: x2 + y2 = 25. Resolução: CÁLCULO INTEGRAL 39 SER_CALINTE_UNID1.indd 39 27/09/2019 17:23:05 x2 + y2 = 25 ⟹ aplica-se a derivada d dx em ambos os lados da igualdade regras de derivações d d dx dx [x2 + y2 ] = [25] dy dx2x + 2y = 0 dy dx2y = -2x dy -x dx y = dy -2x dx 2y = Percebe-se, por esse exemplo, que em dado momento são utilizadas as re- gras de derivações vistas para funções explícitas. Um exemplo disso é quando se efetua o cálculo de dx d [x2 + y2], que é resolvido pela aplicação da derivada da soma de duas funções. Quando dx d é aplicado em y2, usa-se a notação de Leibniz para regra da cadeia, a fim de delimitar qual é essa derivada. Calcule dx dy da seguinte função implícita: x3 + 2y2 = 0. Resolução: x3 + 2y2 = 0 ⟹ aplica-se a derivada ddx em ambos os lados da igualdade regras de derivações d d dx dx [x3 + 2y2 ] = [0] dy dx3x 2 + 4y = 0 dy dx4y = -3x2 dy -3x2 dx 4y = CÁLCULO INTEGRAL 40 SER_CALINTE_UNID1.indd 40 27/09/2019 17:23:06 Derivada da função exponencial e logarítmica A função exponencial é defi nida a partir de uma base a > 0 e a ≠ 0 ∈ , de tal modo que: f(x) = ax Sua derivada é determinada de modo genérico por: f’(x) = ax logea Para aplicar essa formula para o cálculo de derivadas exponenciais, basta apenas identifi car quem é o valor a no problema a ser trabalhado. Calcula-se, portanto, a derivada de algumas funções exponenciais: Encontre a derivada de: f(x) = (3)x. Resolução: f(x) = (3)x como a = 3 ⟹ aplica-se f’(x) = ax logea ⟹ f’(x) = 3x loge3 Encontre a derivada de: f(x) = 4 · (3)x. Resolução: f(x) = 4 · (3)x como a = 3 ⟹ aplica-se f’(x) = ax logea ⟹ f’(x) = 4 · 3x loge3 Agora que é possível calcular as derivadas das funções exponenciais, pode- -se calcular a derivada de uma função exponencial específi ca que muito inte- ressa a esse estudo: a função exponencial de base e. Encontre a derivada de: f(x) = (e)x. Resolução: f(x) = (e)x ⟹ como a = e ⟹ aplica-se f’(x) = ax logea ⟹ f’(x) = ex logee ⟹ f’(x) = ex CÁLCULO INTEGRAL 41 SER_CALINTE_UNID1.indd 41 27/09/2019 17:23:06 Identifica-se algo interessante, que só acontece com essa função. A derivada dela é a própria função. Portanto, a taxa de variação dessa função em qual- quer ponto x é dada pela própria função aplicada a aquele ponto. Por fim, delimita-se o estudo das derivadas de fun- ções logarítmicas. Retomando o conceito de logaritmo, ressalta-se que ele pode ser definido como: logab = x Nessa representação, tem-se uma base a > 0 e a ≠ 1 ∈ e um logaritmando b > 0 ∈ . Para uma função logarítmica f(x) = logax, sua derivada é determinada de maneira genérica da seguinte forma: 1 xf’(x) = loga e Tendo em vista como encontrar a derivada de uma função logarítmica, res- ta aplicá-la nos seguintes exemplos: Encontre a derivada de: f(x) = 3log2x Resolução: f(x) = 3log2x ⟹ como a = 2 ⟹ 1 xaplica-se f’(x) = loga e 1 x f’(x) = 3 loga e Encontre a derivada de: f(x) = 9log10x. Resolução: f(x) = 3log2x ⟹ como a = 10 ⟹ 1 1 x x aplica-se f’(x) = f’(x) = 9 loga e log10 e Por fim, calcula-se a derivada de uma função logarítmica muito discutida nessa seção: f(x) = ln (x). Seguem os cálculos a seguir: Encontre a derivada de: f(x) = ln (x) = loge (x). Resolução: CÁLCULO INTEGRAL 42 SER_CALINTE_UNID1.indd 42 27/09/2019 17:23:06 f(x) = loge (x) ⟹ como a = e ⟹ 1 xaplica-se f’(x) = loga e 1 x f’(x) = loge e 1 x f’(x) = CÁLCULO INTEGRAL 43 SER_CALINTE_UNID1.indd 43 27/09/2019 17:23:06 Sintetizando Esta unidade objetivou identificar os diferentes tipos de funções sobre sua característica algébrica, compreender as definições e especificidades dos loga- ritmos e do sistema neperiano, capacitar o aluno a manipular algebricamente essas funções, objetivando o cálculo de suas derivadas e possíveis aplicações e compreender como o estudo desses tópicos é relevante para a vida de um profissional de exatas. O primeiro objetivo citado foi alcançado com o desenvolvimento do primei- ro tópico, no qual os diferentes tipos de funções foram explicitados e trabalha- dos por exemplos, de modo a desenvolver no aluno a habilidade de diferencia- ção dessas funções. Em seguida, buscamos definir os logaritmos e a base utilizada para o siste- ma neperiano. Somado a isso, foram apresentadas as propriedades de cada um deles, ressaltando suas especificidades. Depois, exploramos as derivadas das funções tratadas anteriormente, apresentando definições e exemplos que as utilizassem. Por fim, apresentamos ds aplicações e discutimos a importância de cada um dos tópicos para o cálculo (ferramenta essencial para o profissional de exa- tas) e para determinadas áreas do conhecimento. CÁLCULO INTEGRAL 44 SER_CALINTE_UNID1.indd 44 27/09/2019 17:23:07 Referências bibliográficas ANTON, H. Calculus: a New Horizon. New Jersey: Wiley, 1998. GOUVEIA, R. Funções trigonométricas. Toda Matéria, 28 fev. 2017. Disponível em: <https://www.todamateria.com.br/funcoes-trigonometricas/>. Acesso em: 10 ago. 2019. LUMEN. Characteristics of Graphs of Logarithmic Functions. College Algebra, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: <https://courses.lumenlearning.com/waymakercollegealge- bra/chapter/characteristics-of-logarithmic-functions/>. Acesso em: 10 ago. 2019. CÁLCULO INTEGRAL 45 SER_CALINTE_UNID1.indd 45 27/09/2019 17:23:07 INTEGRAIS, LIMITE E DERIVADAS TRIGONOMÉTRICAS 2 UNIDADE SER_CALINTE_UNID2.indd 46 27/09/2019 17:23:55 Objetivos da unidade Tópicos de estudo Compreender a relação do limite e da derivada; Manipular algebricamente essas funções, objetivando o cálculo de suas derivadas, limites e integrais; Compreender os principais elementos do cálculo: derivada, integral e limites. Limite fundamental trigono- métrico, derivadas e L’Hôpital O limite fundamental trigono- métrico Derivada das funções circulares diretas e inversas Regra de L’Hôpital Integral: considerações, defini- ções e exemplos Integral indefinida CÁLCULO INTEGRAL 47 SER_CALINTE_UNID2.indd 47 27/09/2019 17:23:55 Limite fundamental trigonométrico,derivadas e L’Hôpital Para o estudo do Cálculo Integral, é fundamental o conhecimento sobre as funções e suas categorias, tal como uma classe específi ca de funções transcendentes: as funções trigonométricas. Essas funções são chamadas também de funções circulares diretas. Tendo isso em mente, construiremos algumas funções trigonométricas a partir do círculo trigonométrico de raio 1. As funções trigonométricas apre- sentadas serão as funções diretas e inversas. A partir dessas construções, serão apresentadas algumas propriedades e possíveis relações estabeleci- das entre essas funções. A partir desse ponto, será analisada uma situação algébrica que envolve algumas funções circulares e, a partir dessa situação, utilizar-se-á o concei- to de limite, a ponto de delimitar o limite fundamental trigonométrico. Tal limite permite resolver algumas indeterminações advindas de funções trigonométricas. Somado a isso, serão delimitadas as derivadas dessas funções com base no limite fundamental trigonométrico e se apresentarão algumas proprie- dades dessas derivadas, além de serem trabalhadas de modo operacionali- zado ao longo da unidade. Por fi m, será apresentado um método que elimina certos tipos de inde- terminações advindas de limites, de modo a auxiliar a o cálculo, e operacio- nalização de alguns limites. O limite fundamental trigonométrico Estudar o conceito de limite implica em um entendimento mais amplo do que algumas funções podem assumir, principalmente em situações inde- terminadas. O limite é um conceito imprescindível para o Cálculo, com ele as bases de todo o Cálculo Integral e Diferencial são estruturadas. Eles são utilizados nas defi nições de derivadas e integrais, além de tratar da continuidade de funções, tal como determinar valores para funções em certos pontos que estão, a princípio, indefi nidos. CÁLCULO INTEGRAL 48 SER_CALINTE_UNID2.indd 48 27/09/2019 17:23:55 Essa determinação de valores é extremamente importante em inúme- ras situações. O conceito de limite auxilia, por exemplo, na determinação da constante e, conhecida como número de Euler. Essa definição da constante é dada por um limite, chamado de limite fundamental exponencial. Quando se estuda funções trigonométricas (seno, cosseno, tangente), o conceito de limite também desempenha um papel extremamente importan- te. Inúmeras relações e representações trigonométricas apresentam alguns obstáculos intransponíveis para o cálculo que não utiliza o conceito de limite. A fim de se entender a importância do conceito para as funções trigono- métricas e efetuar o cálculo de seu limite fundamental, deve-se retomar a representação geométrica dessas funções no círculo trigonométrico e enten- der algumas relações que podem surgir a partir dessa representação e sua devida algebrização. A C x se n (x ) B D E cos (x)0 Figura 1. Círculo trigonométrico unitário. Em um círculo trigonométrico unitário (Figura 1), são estabelecidas as fun- ções trigonométricas, dado um arco de comprimento x medido em radianos. Define-se como cos x o comprimento referente a BC e sen x o comprimento referente ao segmento CA. Como o círculo trigonométrico contém raio unitá- rio, BA = 1. CÁLCULO INTEGRAL 49 SER_CALINTE_UNID2.indd 49 27/09/2019 17:23:55 ASSISTA Os ângulos podem ser medidos de diversas maneiras, dentre elas as mais comuns são graus e radianos. Cada representação de ângulo pode ser mais ou menos válida para seu determinado fim. É possível se fazer a transfor- mação de uma medida para a outra, e tudo isso pode ser visto no vídeo Ângulos em graus e em radianos. Obtém-se, aplicando o Teorema de Pitágoras no triângulo ∆BCA, a seguinte relação fundamental da trigonometria: cos² x + sen² x = 1 Portanto, a partir da construção do círculo trigonométrico de raio 1 e da de- finição das funções circulares seno e cosseno, estabeleceu-se uma relação en- tre tais funções. Da mesma maneira, pode-se conceber a função tangente, que é representada pelo comprimento referente ao segmento de reta ED (Figura 2). A C x se n (x ) B D E tg (x) cos (x)0 Figura 2. Círculo trigonométrico com a tangente. No entanto, é importante não apenas compreender a tangente como um segmento de reta referente a um arco em radianos, mas também estabelecer uma relação entre ela e as outras funções já definidas. Para construir a tangen- te com base nas outras funções, basta estabelecer uma relação geométrica entre elas. CÁLCULO INTEGRAL 50 SER_CALINTE_UNID2.indd 50 27/09/2019 17:23:55 A partir da Figura 2, pode-se observar a existência de inúmeros triângu- los delimitados pelos pontos. Considere apenas o triângulo retângulo ∆BCA e o triângulo retângulo ∆BDE (Figura 3) e observe todos os segmentos pertencentes a cada uma dessas representações geométricas. cos (x) sen (x) B B C A ED tg (x) 1 1 Figura 3. Triângulos do círculo trigonométrico. Ao se estabelecer uma comparação entre os dois triângulos ∆BCA e ∆BDE pela lei de semelhança de triângulos, estabelece-se uma relação entre os lados de cada um deles. A partir disso, obtém-se: tg x tg x sen x sen x 1 cos x cos x = = Portanto, define-se a tangente em relação às funções circulares seno e cosseno. Compreender que a tangente pode ser escrita dessa forma auxilia a enunciar o problema a ser resolvido por limite. Todavia, antes de seguir adian- te, realizaremos alguns exercícios para o entender o algoritmo da tangente, atribuindo seus valores através de valores conhecidos de senos e cossenos. Para isso, deve-se recordar de antemão os valores que assumem sen x e cos x, conforme mostra o Quadro 1. CÁLCULO INTEGRAL 51 SER_CALINTE_UNID2.indd 51 27/09/2019 17:23:55 QUADRO 1. VALORES DE SENO E COSSENO Tendo em vista os valores assumidos por sen x e cos x, calcula-se valores referentes a tg x, conforme mostra exemplo a seguir: Encontre: tg (x), dado que x = π 4 . Resolução: tg (x) = 1 = 1 tg (x) sen x 1 √3cos x 2 2 = = Prossegue-se com a exemplifi cação: Encontre: tg (x), dado que x = π 6 . X EM RADIANOS SENO X COSSENO X 0 0 1 π 6 1 2 √3 2 π 4 √2 3 √2 2 π 3 √3 2 1 2 π 2 1 0 π 0 -1 3π 2 -1 0 2π 0 1 0 π 4 0 π 1 3 2 √2 3 1 √3 √3 2 √3 1 √2 2 1 2 0 π 3π 2 2π -1 0 -1 0 1 CÁLCULO INTEGRAL 52 SER_CALINTE_UNID2.indd 52 27/09/2019 17:23:56 Resolução: tg (x) = √3 3 = √33 tg (x) sen x √2 √2 cos x 2 2 = = Por fi m, encontre: tg (x), dado que x = π. Resolução: tg (x) = 0 = 0 tg (x) sen x -1cos x 0 = = Uma vez elucidado o funcionamento do algoritmo da tangente e tendo em vista que seus valores são determinados pela relação entre a tangente, o seno e cosseno, pode-se analisar uma determinada relação de ordem entre os obje- tos matemáticos representados na Figura 2. Observa-se a seguinte relação de ordem: tg x > x > sen x Essa relação estabelece uma ordenação entre os valores da tg x de x e do sen x. Em outras palavras, o que essa relação representa é a comparação de três segmentos importantes. Quando o valor de x diminui, ou seja, a abertura entre BE e BD diminui, os valores supracitados começam a se alterar, fi cando cada vez mais parecidos. Para se mensurar essa variação, reescreve-se algebricamente a relação de ordenação supracitada, tendo como base o valor da tangente em relação ao seno e cosseno: sen x sen x cos x > >x Multiplica-se por 1 sen x para fi ns algébricos, e obtém-se: 1 sen xcos x x > > 1 CÁLCULO INTEGRAL 53 SER_CALINTE_UNID2.indd 53 27/09/2019 17:23:56 Para um valor arbitrariamente pequeno de x, tem-se algo parecido com: 1 00,999 ... 0 > > 1 Percebe-se que em x sen x , conforme x diminui, sen x também diminui, le- vando essa fração a uma indeterminação, ou seja, a um tipo de cálculo que não pode ser executado, no caso a divisão de zero por zero. Para solucionar esse problema, utiliza-se o conceito de limite. Como o objetivo é entendero que acontece com essa relação quando x as- sume valores cada vez menores, ou seja, quando x se aproxima de zero, aplica- -se o limite em todos os membros da desigualdade, reescrevendo novamente a expressão algébrica: cos x sen x 1 x >lim x → 0 x → 0 x → 0 lim lim> 1 sen x x 1 x → 0 lim >> 1 Com a aplicação do limite, percebe-se que função x sen x está entre duas funções que convergem para o mesmo valor. Algebricamente, a resolução des- sa desigualdade resulta na determinação do limite fundamental trigonomé- trico, onde: sen x x x → 0 lim = 1 Escrito de outra forma diferente: sen x xx → 0 lim = 1 DICA Para resolver essa desigualdade, utiliza-se algumas outras regras diferentes das que estão aqui. O Teorema do Confronto e a utilização de limites laterais são umas dessas regras. Portanto, o que acontece intuitivamente é que conforme o valor de x tende a zero, os valores de x e sen x são os mesmos. A partir desse conhecimento, ou seja, CÁLCULO INTEGRAL 54 SER_CALINTE_UNID2.indd 54 27/09/2019 17:23:56 do limite fundamental trigonométrico, é possível calcular outras relações trigono- métricas que não poderiam ser calculadas sem a noção de limite. Vimos qual seria a relação de x com sen x conforme o valor de x tendesse a zero. Em outras palavras, se o arco da Figura 2 fosse muito pequeno, seu valor seria exa- tamente igual ao sen x. No entanto, se o tamanho desse arco x diminuísse dessa maneira, o que aconteceria com a tangente? Qual seria a relação de x com ela? Traduzindo essa pergunta para a linguagem de limite, teríamos que: Calcular: x tg x lim x → 0 Substituindo x = 0: x 0 tg x 0= ⟹ há, portanto uma indeterminação. Calculando o limite: x x tg x cos x sen x lim lim= x → 0 x → 0 x 1 cos x sen xlim= . x → 0 x 1 cos x sen xlim= . x → 0 1 cos x (Pelo limite fundamental trigonométrico)lim= . x → 0 1 cos 0= 1 1= 1 cos x lim= x → 0 x tg x lim = 1 x → 0 = 1 Portanto, a resposta para a pergunta é: tanto a tg x quanto x são iguais. Por fim, outros limites podem ser calculados a partir desse limite fundamental, tais como: Calcular: x sen2 xlim x → 0 CÁLCULO INTEGRAL 55 SER_CALINTE_UNID2.indd 55 27/09/2019 17:23:57 Substituindo x = 0: x 0 sen2 x 0= ⟹ há, portanto uma indeterminação. Calculando o limite: x x 2 sen2 x sen2 x 2lim lim= . x → 0 x → 0 2x sen2 xlim 2= .x → 0 1 . 2lim= (Pelo limite fundamental trigonométrico)x → 0 x sen2 xlim = 2 = 2 x → 0 Calcular: 2x sen xlim x → 0 Substituindo x = 0: 2x 0 sen x 0= ⟹ há, portanto uma indeterminação. Calculando o limite: x 22x sen x sen x 1lim lim= .x → 0 x → 0 2 1 = 2x 2 sen x 1lim =x → 0 2 1lim 1= . (Pelo limite fundamental trigonométrico)x → 0 Calcular: x 2sen xlim x → 0 Substituindo x = 0: x 0 2sen x 0 = ⟹ há, portanto uma indeterminação. Calculando o limite: xx 2sen x sen xlim 2lim= .x → 0 x → 0 x 2sen xlim 2=x → 0 lim 1 2= . (Pelo limite fundamental trigonométrico)x → 0 Além de conseguir auxiliar o cálculo do limite de algumas expressões algébricas, o limite fundamental trigonométrico auxilia, também, na deli- mitação das variáveis das funções trigonométricas. CÁLCULO INTEGRAL 56 SER_CALINTE_UNID2.indd 56 27/09/2019 17:23:57 Derivada das funções circulares diretas e inversas As funções circulares são aquelas defi nidas a partir do círculo unitário. Tal como foi mostrado nas Figuras 1 e 2, o seno, a tangente e o cosseno são funções circulares. O nome de funções circulares é utilizado para designar o mesmo grupo de funções, conhecidas como funções trigonométricas e suas inversas. Uma característica desse tipo de função é sua periodicidade, ou seja, em dado momento, a função passa a repetir seu padrão, sendo que o período é o nome que se dá para o valor que delimita esse limiar. Por exemplo, 2π é o pe- ríodo da função sen x, ou seja, quando a função atingir 2π, ela passará a repetir seu comportamento (Figura 4). Figura 4. Periodicidade de seno e cosseno. 2 π/3 2 π/3 2 π 2 π 2 π/3 2 π/3 4 π/3 4 π/3 5 π/3 5 π/3 7 π/3 7 π/3 8 π/3 -2 π/3 -2 π/3 π/3 π/3 π/3 Cos (x) Sen (x) π/3 π π -π/3 -π/3 0 0 CÁLCULO INTEGRAL 57 SER_CALINTE_UNID2.indd 57 27/09/2019 17:23:57 Além das funções circulares diretas, existem as funções circulares inversas. Essas funções também recebem o nome de funções inversas trigonométri- cas, tal como a função inversa do seno, a arco seno. Existem outros tipos de funções inversas trigonométricas: a) Inversa da tangente: f(x)= tg-1 (x) ou f(x)= arctg (x) b) Inversa do cosseno: f(x)= cos-1 (x) ou f(x)= arccos (x) c) Inversa da secante: f(x)= sec-1(x) ou f(x)= arcsec (x) d) Inversa da cossecante: f(x)= cossec-1 (x) ou f(x)= arccossec (x) e) Inversa da cotangente: f(x)= cotg-1(x) ou f(x)= arccotg (x) Salienta-se que as funções trigonométricas inversas podem ser escritas de diferentes formas: utilizando o nome da função original e colocando o -1 no expoente ou escrevendo ‘arc’ e adicionando o nome da função trigonométrica abreviada. É importante ressaltar alguns pontos sobre essas distintas nota- ções do mesmo objeto matemático. A utilização do -1 no expoente remete à ideia de inversa, pois quando se observa uma expressão algébrica da forma a-1, pode-se transformá-la em 1 a e a isso comumente se dá o nome de inversão. Todavia, ao escrever o -1 no expoente das funções para indicar que elas são inversas, não é a mesma ideia que se quer trabalhar. Deve-se ter em mente que, por exemplo, sen-1 (x)≠ 1 sen (x) , quando na verdade sen (x) -1 = 1sen (x) . A posição do -1 pode indicar coisas diferentes. A fi m de exemplifi car o que é uma função circular direta e sua inversa, to- memos como exemplo a função y = sen x e sua função trigonométrica inversa, dada por arc sen y = x. Elas buscam responder a diferentes questões, são dife- rentes entradas e saídas em ambas as funções. O que se espera quando se utiliza uma função trigonométrica y = sen x, é que para cada valor de um arco x seja associado a um valor de seno. Entre- tanto, na função trigonométrica inversa arc sen y = x, o que se espera é o contrário. Para cada valor de um seno de y, as- socia-se um arco. Então, uma possível leitura para arc sen y = x seria: qual o valor de um arco x dado um seno y? CÁLCULO INTEGRAL 58 SER_CALINTE_UNID2.indd 58 27/09/2019 17:23:57 Uma vez apresentadas as funções, iremos discutir importância do limite para o cálculo de suas derivadas. O limite fundamental trigonométrico auxi- lia nas defi nições das derivadas trigonométricas. Não serão exploradas as de- monstrações das derivadas das funções circulares diretas e suas inversas, pois essa abordagem matemática foge do escopo do curso. Serão abordados os as- pectos técnicos de se aplicar e manipular as derivadas. As derivadas das funções trigonométricas podem ser vistas no Quadro 2. QUADRO 2. DERIVADAS TRIGONOMÉTRICAS FUNÇÃO TRIGONOMÉTRICA DERIVADA f(x) = cos x f’ (x) = -sen x f(x) = sen x f’ (x) = cos x f(x) = tg x f’ (x) = sec2 x f(x) = cotg x f’ (x) = -cossec2 x f(x) = sec x f’ (x) = sec x.tg x f(x) = cossec x f’ (x) = -cossec x.cotg x f(x) = cos xf(x) = cos xf(x) = cos x f(x) = sen xf(x) = sen xf(x) = sen xf(x) = sen x f(x) = tg xf(x) = tg xf(x) = tg x f(x) = cotg xf(x) = cotg xf(x) = cotg xf(x) = cotg x f(x) = sec x f’ (x) = -sen x f(x) = sec x f’ (x) = -sen x f(x) = sec x f(x) = cossec x f’ (x) = -sen x f’ (x) = cos x f(x) = cossec x f’ (x) = -sen x f’ (x) = cos x f(x) = cossec x f’ (x) = cos x f(x) = cossec x f’ (x) = cos x f’ (x) = secf’ (x) = sec f’ (x) = -cossec f’ (x) = sec2f’ (x) = sec2f’ (x) = sec f’ (x) = -cossecf’ (x) = -cossecf’ (x) = -cossec f’ (x) = sec x f’ (x) = -cossec2 f’ (x) = -cossec2 f’ (x) = -cossec f’ (x) = sec xf’ (x) = sec x f’ (x) = -cossec x f’ (x) = sec x.f’ (x) = sec x.f’ (x) = sec x tg x f’ (x) = -cossec x tg x f’ (x) = -cossec xf’ (x) = -cossec xf’ (x) = -cossec x cotg xcotg x Uma vez
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