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Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN PRINCÍPIOS BIOMECÂMICOS EM PPR • Importância da biomecânica = auxilia no estudo e planejamento do desenho da estrutura da PPR para tentar neutralizar os movimentos de rotação e translação ocasionados pela prótese no momento de sua dinâmica de uso. - Na PPR há uma forte relação entre os componentes biológicos e mecânicos (fatores mecânicos atuando forças/impactos sobre os fatores biológicos) para permitir a atuação da prótese em boca. . FATORES BIOLÓGICOS FATORES MECÂNICOS Mucosa, língua, fibromucosa; dentes, articulação., musculatura, periodonto como um todo A prótese como um todo (grampos, apoios e nichos, conectores, sela, etc) Uma PPR em função deve respeitar três princípios biomecânicos: - O tempo todo a PPR está sofrendo micromovimentos na cavidade bucal (rotação, translação, aproximação e afastamento), e o que faz essa prótese não se desprender, apresentar retenção, suporte e estabilidade, são os seus componentes. 1 . RETENÇÃO - Se trata da resistência às forças que atuam sobre uma prótese no sentido cérvico-oclusal, durante a mastigação de alimentos pegajosos. - Os componentes da prótese que garantem a retenção são os grampos (mais especificadamente o braço de retenção junto ao braço de oposição) . - Esses grampos são responsáveis pelo não deslocamento da prótese no sentido cérvico-oclusal, durante a função mastigatória. 2 . SUPORTE - É a resistência às forças que atuam sobre uma prótese no sentido ocluso cervical, durante a mastigação de alimentos duros. - O componente da PPR mais importante na garantia do suporte é o apoio associado ao nicho. - Os apoios podem estar situados na PPR sobre as superfícies oclusal, lingual/palatina ou incisal dos elementos dentários, e apresentam a finalidade de transferir as forças ao longo eixo dos dentes pilares (garantida saúde periodontal) e impedir o deslocamento ocluso-cervical da prótese em funcionalidade. - Caso os apoios não existissem, a PPR iria estrangular gengiva, assoalho de língua, área de fibromucosa, além de impor muita força sobre os dentes e gerar possível mobilidade. 3 . ESTABILIDADE - Se trata da resistência às forças que atuam sobre uma prótese nos planos horizontal, decorrentes de contatos oclusais em planos inclinados. - Na PPR os responsáveis pela estabilidade são os retentores indiretos e o conector maior; - Impedem os movimentos látero-laterais e ântero- posterior; - Os retentores diretos garantem a estabilidade da PPR, diminuindo ou eliminando os movimentos que ocorrem durante a função. Micromovimentos - A PPR fica o tempo todo em boca passível a micro movimentos. Durante a mastigação, inserção ou remoção tanto elas quanto as selas sofrem dois movimentos: rotação e translação. Reabilitação Oral Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN - Esses movimentos são controlados devido a presença dos componentes protéticos. 1 . ROTAÇÃO - Movimento de um corpo em torno de um dos seus eixos. 2 . TRANSLAÇÃO - Movimento de deslizamento de todas as partes de um corpo. • Esses movimentos acontecem simultaneamente em três planos (antero-posterior, látero-lateral e sagital), e a partir de um planejamento adequado, estes serão impedidos. Vetor de força - Durante o planejamento da PPR é necessário considerar que sempre existirá um vetor de força física sobre os dentes pilares (que apresentam grampos)/capacidade do dente de suportar essas forças. - Por esse motivo, deve-se planejar a localização desse grampo de forma que essa força seja disposta paralela sobre o longo eixo do dente, caso contrário, o dente não irá suportar a força e implicará em quadro de mobilidade dentária. Via de transmissão de força mastigatória • Em uma área edêntulas intercalada (classe III de Kenedy) haverá principalmente uma transmissão de força v ia dental - Grande parte das forças são impostas sobre os dentes e voltam para a PPR em relação ao dente, de modo que, a área de fibromucosa será poupada do impacto. ; • Em casos de áreas de extremidade livre a transmissão acontece v ia dento mucosa ; - Nesse tipo de transmissão, serão impostas forças tanto sobre os dentes pilares quanto sobre os dentes artificiais e área de fibromucosa. - Isso gera uma alavanca, e a depender das características dessa área edêntulas (maior área e reabsorção do osso), essa alavanca será maior ou menor. - Nesse caso se enquadram as classes I (extremidade livre bilateral) e II (extremidade livre unilateral) de Kenedy, além disso, correspondem aos piores prognósticos de PPR, apresentando uma alavanca muito forte. Linha de fulcro • Toda PPR apresenta uma linha de fulcro – linhas imaginárias que tendem a movimentar a prótese. • Apesar de ser imaginária, essa linha existe na PPR. • Essa linha imaginária passa pelos apoios mais distais ou posteriores do arco, representando uma zona de instabilidade através de um braço de resistência voltado para região dentada e um braço de potência voltado para a área edêntula.. • Funciona como ponto de apoio/base, em uma alavanca é o elemento correspondente ao seu ponto de apoio, sempre teremos o ponto de fulcro e uma resistência a rotação. - A PPR pode ser compara a base de uma gangorra quanto a sua funcionalidade (para a garantia do equilíbrio). Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN - Durante o planejamento da PPR deve-se levar em consideração a linha de fulcro, para que a prótese apresente equilíbrio. CLASSES E LOCALIZAÇÃO DA LINHA DE FULCRO • Classe I – está localizada nos apoios oclusais mesiais dos dois dentes vizinhos à extremidade livre. - Nessa classe haverá rotação, translação e grande alavanca. - Voltado para a área dentada está o braço de resistência, e a área desdentada corresponde ao braço de potência. - Nesse caso, o braço de potência será mais forte que o de resistência, assim, se o planejamento da prótese não for correto, a chance desta rotacionar é muito grande. - Para vencer essa rotação, os componentes da PPR devem ser bem escolhidos, selecionando o melhor conector, grampo e apoio/nicho. - Apesar de tudo, os movimentos de alavanca sempre irão acontecer, cabe ao profissional apenas tentar diminuir essa alavanca. • Classe I I – passa pelo apoio mesial do dente vizinho à extremidade livre e pelo último apoio planejado no lado dentado. - A intenção é sempre tornar o braço de resistência maior que o braço de potência, para garantir mais equilíbrio e estabilidade da prótese, consequentemente, minimizar os movimentos de alavanca. - Quanto mais distante o retentor indireto estiver da área edêntulas, maior será o braço de resistência. • Classe III – nessa classe, a área de fulcro passará pelos apoios oclusais dos dois dentes vizinhos ao espaço protético. - Onde tiver apoios, haverá encontro de fulcros. • Classe IV – a linha de fulcro passa pelos apoios dos dentes vizinhos ao espaço protético. - Geralmente apresenta um bom prognóstico, a não ser que apresente uma área edêntulas muito grande. Movimentos de aproximação dos tecidos - Em próteses de extremidade livre (Classe I e II de Kennedy) existem os movimentos de aproximação e afastamento dos tecidos. Braço de resistência (BR) Braço de potência (BP) BP BR BP BR BP BR Isabela Alves P5 – ODONTOLOGIA UNINASSAU/RN - Em prótese classe IV, esses micro-movimentos acontecem no sentido vestíbulo-lingual. . • O movimento de aproximação é causado por forças que tendem a aproximar a sela ao rebordo. Os fatores que diminuem esse tipo de movimento são: qualidade do rebordo, adaptação da sela e intensidade da força. 1 . Qual idade do rebordo = rebordo reabsorvido, com fibromucosa densae firmemente aderida, irá permitir um menor movimento de aproximação quando comparado a um rebordo reabsorvido revestido de fibromucosa flácida resiliente. 2 . Adaptação da sela ao rebordo = para isso é necessário uma boa moldagem, a fim de adquirir uma sela bem adaptada ao rebordo, com menor espaço entre eles e menor movimento de aproximação. 3 . Intens idade da força = adequado ajuste oclusal, montagem dos dentes artificiais até o 1° molar e correta extensão da sela irão resultar em forças menos intensas e mais distribuídas, reduzindo o movimento de aproximação. Movimentos de afastamento dos tecidos • É causado por forças que tendem a afastar a sela do rebordo (ex: alimentos pegajosos). - Para tentar diminuir esse movimento deve-se utilizar um retentor indireto. Alavanca • Ocorre principalmente em próteses mucodentossuportada, sempre apresentando um eixo de rotação neste caso, pois só conseguimos minimizar essa tendência a rotação. • Já na PPR dentosssuportada, é possível eliminar por completo o eixo de rotação. • Componentes da alavanca: 1- Ponto fixo = Linha de Fulcro: 2- Força/braço Potente 3- Força/braço Resistente. Comprimento do espaço protético - Quanto maior o espaço edêntulo, maior a base da prótese e maior a força de alavanca transmitida aos dentes pilares; - É de suma importância a preservação do pilar posterior na fase de planejamento, ou seja, tentar preservar um dente posterior para evitar uma extremidade livre, que é desfavorável.
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