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Análise da obra 'Dos Delitos e das Penas' de Beccaria

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Dos delitos e das penas” é uma obra surgida no contexto iluminista do século XVIII onde Beccaria ilustrou as penas, à época, colocadas como uma espécie de vingança coletiva com suas penas mais graves que os próprios delitos. A prática de torturas, penas de morte, prisões desumanas, banimentos, acusações secretas elencando algumas delas.
 E em oposição a essas situações que surgiu Beccaria na busca de se achar novos caminhos para garantir uma justiça mais igualitária.
Um príncipe que reinou há12 séculos em Constantinopla ordenou a compilação de fragmentos da legislação de um antigo povo conquistador que combinava um Conjunto das formas de pensar num calhamaço obscuro estabelecendo um acervo de opiniões velhas que dominava, em sua maioria, a Europa enalteceu com o nome de leis o preconceito da rotina, tão funesto, as regras seguidas friamente por homens que deveriam titubear quando versam sobre 
vida e fortuna dos seus concidadãos.
E é examinando na obra, da produção mais teratológicas dos séculos. O limite será o sistema excessivo e injusto perpetuado pelos responsáveis por amparar a população. 
A independência dada a Beccaria pelo governo que o permitiu investigar, com liberdade, a verdade que lhe pôs acima da ordinariedade.
Os governantes que buscam agradar seu povo, são afeitos a verdade mostrada em público por um filósofo que tem a coragem, com isenção, de enfrentar com a razão o emprego da violência e da intriga.
E por fim, examinar os abusos satirizados e vergonhosos dos séculos passados, porém não no nosso século e dos nossos legisladores.
 Antes de criticar livro de Beccaria absorva-o no que ele se propos. A obra está longe de diminuir a legitimidade das autoridades, ela visa exaltá-la e será exaltada quando a força for menor que a opinião pública e quando a misericórdia e a humanidade perdoarem o poder dos príncipes.
A obra foi atacada por críticos que a modificaram com a fúria do fanatismo e com ódio.
Três fontes alimentam os princípios da moral e da política: a revelação, a lei natural e as convenções sociais. Não podendo determinar uma comparação entre elas, pois completam-se no intuito de tornarem mais felizes as relações entre os homens.
Analisar as convenções sócias não ataca as relações ocorridas entre revelação e lei natural.
Mesmo imutáveis, os princípios divinos foram desnaturados nos espíritos corruptos pela maldade humana ou pelas falsas religiões ou pela arbitrariedade de ideias da virtude e do vício será necessário examinar os resultados das condutas humanas, condutas que sejam vantajosas para todos. As opiniões e os processos morais reunir-se-ão no ponto e jamais se elogiariam muito os elogiáveis empenhos que reconduzem os persistentes e descrentes a princípios que movem os homens a viverem em sociedade.
Distinguem-se três tipos de virtudes e vícios onde a fonte está: na lei natural, na religião e na política, pois não cabe contradição entre estes tipos; não são alcançados os mesmos resultados e não obrigados aos mesmos deveres. A exigência da lei natural é menor que da revelação e as convenções sociais exigem menos que a lei natural. Sendo assim é indispensável diferenciar bem as consequências desses acordos combinados, esses tratados expressos ou tácitos impostos pelo próprio homem, pois nisso deve achar-se o exercício legitimo da força, nas relações de homem a homem sem a exigência do compromisso especial do ser supremo.
Podemos dizer que as ideias da qualidade política são versáteis. A virtude natural seria clara e precisa se as fraquezas e as paixões humanas não ocultassem a sua pureza. As virtudes religiosas são inalteráveis pois foram estabelecidas pelo próprio Deus.
 Por nada ao que se dizer a respeito, aquele que fala das convenções sociais e dos resultados poderá ser arguido de ser contrário a revelação ou à lei natural?
O estado de guerra precede aos homens em reunião na sociedade é a ocasião compara-lo a Hobbes que não pressupõe para um ser sozinho nenhum dever, nenhuma obrigação natural? A corrupção humana e a ausência de leis são consequências e não se pode considerá-las como fato, ao contrário? Censurar um escritor observador dos efeitos dos acordos sociais por não aceitar a existência destes?
Segundo Beccaria a justiça divina e natural é, essencialmente, incessante e imutáveis, pois não se pode modificar dois objetos de natureza iguais. Porem entre a justiça humana e a justiça política há uma relação definida em conformidade com uma ação mutável da sociedade que poderá mudar de acordo com a ação propícia ou essencial ao estado social.
A natureza da justiça poderá ser determinada decompondo os vínculos complexos das variáveis combinações governantes dos homens. 
Se os princípios, fundamentalmente diversos, confundem-se já não havendo a possibilidade de razoar de maneira clara os assuntos políticos.
Aos estudiosos das religiões compete determinar os limites do que é justo e do que é injusto de acordo com a bondade e a maldade interna das ações.
Já o jornalista compete estabelecer limites em relação à política, na ótica do bem e do mal que se possa fazer à sociedade.
Todos sabemos o quanto o viés político está abaixo do da divindade. Então ele não poderá acarretar prejuízo a este.
Beccaria não queria ser julgado avesso a religião muito pelo contrario :
“Repito, pois, que, se quiserem dar ao meu livro a honra de uma crítica, não comecem
por me atribuir princípios contrários à virtude ou à religião, pois tais princípios não são os meus; em lugar de me assinalar como um ímpio ou um sedicioso, contentem-se em mostrar que sou mau lógico ou ignorante político; não tremam a cada proposição em que defendo os interesses da humanidade; verifiquem a inutilidade de minhas máximas e os perigos que podem ter minhas opiniões; façam-me ver as vantagens das práticas Recebidas."
O autor por ter exposto suas ideias e ideais em público sobre suas convicções religiosas, dispensou críticas a sua obra se pondo em silencio sobre seus censuradores que encontrará nele um homem que busca a verdade ao invés de defender seu famigerado ponto de vista e pronto a reconhecer os seus erros.
Os benefícios sociais devem ser uniformemente partidos entre todos os membros da sociedade.
Contudo, entre todos os homens percebe-se uma propensão de reunir um número menor de privilegio, de poder e de felicidade deixando a maioria a miséria e a fraqueza.
Os abusos somente serão impossibilitados com a criação de leis boas. Porém, os indivíduos põem a margem lei provisórias e a cautela do momento, o trato de regular os negócios importantes no momento em que não acreditam na descrição daquele cujo o intuito é contrapor-se as instituições melhores e às leis mais sabias.
Ademais, por terem andado por bastante tempo no meio das faltas mais funestas, logo após terem colocado à mostra a liberdade própria da existência e da liberdade os indivíduos se põem a curar os males que os perturbam.
Por conseguinte, enfim, as verdades tangíveis estão abertas aos olhos, que por simplicidade, fogem aos espíritos vulgares, sem capacidade de ponderar sobre os objetos e afeitos a obter, sem investigação, acerca da palavra de todas as evidencias que queiram dar. 
Abrindo a história poderemos ver que as leis, que o ideal é que fossem feitas por homens livres, foram instrumentos das paixões da minoria, ou produto das circunstancia ou do momento e não a obra de um atento estudioso sobre a natureza humana que tenha dirigido as ações da sociedade com a finalidade de bem estar para todos. 
Felizes as pátrias que não aguardam lentas revoluções e as eventualidades que fizessem do mal uma orientação para o bem e que diante normas sábias, precipitaram a passagem de um para o outro. É conveniente de reconhecimento o filósofo que teve coragem de lançar na sociedade as sementes improdutivas das verdades inúteis.
As filosóficas verdades, divulgadas pela imprensa, mostram relações verdadeiras que unem o déspota aos vassalos e as plebes entre si.
Com a animação do mercado houve uma guerra industrial, entre os povos, elevada a de sábios homense das nações policiadas.
Porém, mesmo com a luz do nosso século produzindo resultados estamos longe de dissipar todos os preconceitos que temos. Contra a barbarie das penas usada por nossos tribunais, ninguém foi contra, senão levemente. Nenhuma pessoa se preocupou em dar cara nova à irregularidades dos processos criminais uma parte importante de legislação que foi descuidada pela Europa. 
Esporadicamente se buscou acabar, em seus fundamentos, vários erros somados durante inúmeros séculos; e o poder sem limites foi combatido por muito poucas pessoas na tentativa de conter, através das verdades imutáveis, tais abusos de um poder ilimitado, e encerrar os exemplos, frequentes, das atrocidades dos homens que estão no poder acreditam fazer parte de seus direitos.
Contudo, os gemidos dos fracos, sacrificados pela ignorância cruel e pelos covardes, inflige, por crimes sem provas, ou por delitos fictícios, aspectos odiosos das suas cadeias e de suas masmorras, cuja a perversidade é aumentada pelo suplício, não suportado pelos infelizes, a falta de certezas; tantos métodos abomináveis soltos por toda parte, deveria despertar a atenção dos filósofos, justamente por influenciarem as opiniões humanas.
Montesquieu aborda essas matérias importantes de maneira ocasional. E seguindo os preceitos determinados por ele, tem-se apenas uma verdade espalhada por toda parte. Mas os pensantes saberão distinguir os seus passos. Seria exitoso ser objeto de reconhecimento das vozes defensoras da humanidade.
Seria, talvez, o estante oportuno de examinar e diferenciar os tipos de delitos e a forma de puni-los; mas, o quantitativo e a variedades de crimes em diferentes circunstancias de tempo e de lugar, nos colocaria num atalho extenso e cansativo. Seríamos lançados em um caminho grande e enfadonho. Inconformarei porque as convicções serão indicadas, os erros mais comuns e as faltas mais mortais, esquivando-se com igualdade de excedentes que, por um amor mal compreendido da liberdade, buscam iniciar a desorganização, dos que anseiam subjugar os homens à regularidade das celas.
Porém, como se iniciou as punições, e qual é a razão do direito de punir? Quais são as condenações aplicadas à crimes diferentes? Será que a pena de morte tem sua utilidade para a segurança da humanidade? Estarão justas as penitencias e as torturas? Conduzirão ao propósito que as leis se dispõem? Quais as melhores formas de se precaver dos crimes? As penas serão úteis em todos os tempos? Que influencia desempenham sobre os comportamentos habituais? 
Todas essas circunstancias requerem que se busque solucioná-los com exatidão geométrica que prevalece da destreza dos sofismas, das hesitações tímidas e das seduções da eloquência.
O pioneirismo de abordar o assunto de prima o fez sentir-se feliz, pois foi o primeiro que apresentou com maior clareza o que as nações incitaram a escrever e começaram a praticar.
Ao preservar os direitos dos seres humanos e da verdade insuperável, contribuiu para pisgar da morte algumas vítimas da opressão ou da falta de sabedoria, igualmente tenebrosa, as bem-aventuranças e as lágrimas de um inocente reconduzido, a alegria e a felicidade, seriam suficientes para consolá-lo do desprezo dos homens.
A moralidade política não pode propiciar à sociedade nenhum benefício duradouro, se não for estabelecida sobre sentimentos inesquecível do coração do homem.
A lei que não seja fundada sobre essa base achará uma relutância a qual será forçada a ceder. Contudo, a força menor, aplicada continuamente, corrói um corpo que aparente solidez porque lhe transpareceu um movimento violento.
Pois consultaremos o coração humano e encontraremos nele as diretrizes do direito de punir.
Nenhuma pessoa fará de graça o sacrifício de parte de sua liberdade buscando, simplesmente o bem público. Tais quimeras acharemos nos livros de romance.
O homem está ligado as diversas concordâncias políticas desta terra; e cada um anseia com a possibilidade de não estar ligado pelas obrigações convencionais de outros homens. Portanto, a proliferação do ser humano, mesmo lentificada e minimamente considerável é bastante superior as vias de natureza infértil e solitária, para a satisfação das necessidades numerosas, a cada dia e que se cruzavam de várias maneiras, os homens pioneiros, até então selvagens, reuniram-se forçosamente. 
Com as sociedades formadas se estabeleceram novas que resistiram as primeiras e, portanto, assim as hordas viveram igual aos homens, num continuado estado de guerra entre si.
As condições que reuniram os indivíduos foram as leis que a princípio independentes e isolados sobre a superfície do globo.
Exaustos da vida temerosa e cheia de inimigos, cansados da liberdade de incertezas onde sua conservação era inútil, renunciaram parte dela para aproveitar do restante com mais segurança. A somatória todas essas partes da liberdade, vitimou o bem geral, e formou a soberania das nações; e o encarregado pelas leis onde são depositadas as liberdades dos zelos administrativos foi ovacionado como soberano popular.
Não adiantava, ter constituído um depósito; foi necessário amparar opondo-se as defraudações particulares, pois há uma vertente do ser humano para o despotismo que le busca constantemente, não só para retirar do ordinário sua liberdade, mas ainda apoderar-se a dos outros.
Se fazia necessárias formas receptivas e muito valoroso para afligir o espírito despótico, que logo imbuiu a sociedade no seu longevo caos. Esses caminhos foram as punições determinadas em desfavor aos infratores das leis. 
Ele disse que essas formas de sensibilidades, pois testando o fez ver como a maioria está longeva de adquirir ditames morais de conduta. Percebe-se, nas partes no geral do mundo físico e moral, uma regra moral de dissolução, pela qual a atitude poderá ser cerceada nas suas consequências sobre a comunidade que afetam de imediato a percepção e que se firmam nos espíritos, para contrapesar impressões vivas a força das particulares paixões, quase a todo momento apostando no bem geral. Qualquer outra forma é insuficiente. Quando as afeições são abruptamente abaladas pelos presentes objetos, os discursos mais eruditos, a expressividade mais atraente, as verdades mais majestosas, não passaram, para elas, de um freio debilitado que logo se quebram.
Consequentemente, os homens cedendo uma parte de sua liberdade ficam constrangidos; resultando que cada um só permite depositar no comum a menor fração concebível dela, é exatamente o que é necessário para ocupar os outros e permanecer na posse do resto. 
A união das pequenas porções de liberdade é fundamental no direito de punição. Toda atividade de poder afastada dessa base é afronta e não é justiça, pois não é um poder de direito e sim de fato; é uma apoderação e não um poder com legitimidade.
As penas que excedem a necessidade da conservação do depósito da salvação popular são injustas por compleição; e tanto mais justas serão quanto mais hieráticas e intocáveis for a preservação e maior a liberdade que o déspota conservar os vassalos.
A consequencia inicial dos preceitos é que só as regras, digamos as leis poderam determinar penalizações de cada delito e que o atributo de conceber as leis penais não podem morar senão no legislador, que é o representante da sociedade oriunda de um contrato social. 
O magistrado, como participe da sociedade, não poderá infligir pena que não seja determinada por lei e quando este é injusto, sendo mais severo que a própria lei porque assevera outro castigo no que já havia estabelecido. O juiz não poderá, mesmo com o argumento de proteção ao bem jurídico, aumentar a pena de um cidadão que já fora pronunciada.
A consequencia secundária seria que o déspota, representante da sociedade poderá fazer leis gerais as quais são submetidas a todos não o competindo julgar se as leis foram violadas por alguém.
Contudo, numa falta, existentem duas 
A consequencia A PRIMEIRA conseqüência desses princípios é que só as leis podem fixar as penas
de cada delito e que o direito de fazer leis penaisnão pode residir senão na pessoa do
legislador, que representa toda a sociedade unida por um contrato social.

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