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CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 SUMÁRIO DIA 1 Constituição Federal: art. 1-4 LINDB Código de Processo Civil: art. 1° - 15 Código Penal: art. 1° - 12 Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F DIA 2 Constituição Federal: art. 5 Código Civil: art. 1 - 21 Código de Processo Civil: art. 16-25 Código Penal: art. 13-19 Código de Processo Penal: art. 4-23 DIA 3 Constituição Federal: art. 6-17 Código Civil: art. 22-39 Código de Processo Civil: art. 26-69 Código Penal: art. 20-31 Código de Processo Penal: art. 24-62 DIA 4 Constituição Federal: art. 18-24 Código Civil: art. 40-69 Código de Processo Civil: art. 70-97 Código Penal: art. 32-48 Código de Processo Penal: art. 69-82 DIA 5 Constituição Federal: art. 25-36 Código Civil: art. 70-114 Código de Processo Civil: art. 98-138 Código Penal: art. 49-67 Código de Processo Penal: art. 83-94 DIA 6 Constituição Federal: art. 37-38 Código Civil: art. 115-165 Código de Processo Civil: art. 139-161 Código Penal: art. 68-76 Código de Processo Penal: art. 95-154 DIA 7 Constituição Federal: art. 39-43 Código Civil: art. 166-211 Código de Processo Civil: art. 162-187 Código Penal: art. 77-95 Código de Processo Penal: art. 155-184 DIA 8 Constituição Federal: art. 44-58 Código Civil: art. 212-232 Código de Processo Civil: art. 188-235 Código Penal: art. 96-120 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Código de Processo Penal: art. 185-196 DIA 9 Constituição Federal: art. 59-69 Código Civil: art. 233-285 Código de Processo Civil: art. 236-275 Código Penal: art. 121-137 Código de Processo Penal: art. 197-250 DIA 10 Constituição Federal: art. 70-91 Código Civil: art. 286-388 Código de Processo Civil: art. 276-310 Código Penal: art. 138-150 Código de Processo Penal: art. 251-281 DIA 11 Constituição Federal: art. 92-100 Código Civil: art. 389-420 Código de Processo Civil: art. 311-334 Código Penal: art. 151-160 Código de Processo Penal: art. 282-300 DIA 12 Constituição Federal: art. 101-110 Código Civil: art. 421-461 Código de Processo Civil: art. 335-353 Código Penal: art. 161-183 Código de Processo Penal: art. 301-316 DIA 13 Constituição Federal: art. 111-126 Código Civil: art. 462-537 Código de Processo Civil: art. 354-383 Código Penal: art. 184-226 Código de Processo Penal: art. 317-350 DIA 14 Constituição Federal: art. 127-144 Código Civil: art. 538-592 Código de Processo Civil: art. 384-449 Código Penal: art. 227-266 Código de Processo Penal: art. 351-372 DIA 15 Constituição Federal: art. 145-154 Código Civil: art. 593-652 Código de Processo Civil: art. 450-484 Código Penal: art. 267-288-A Código de Processo Penal: art. 381-405 DIA 16 Constituição Federal: art. 155-156 Código Civil: art. 653-729 Código de Processo Civil: art. 485-501 Código Penal: art. 289-311-A Código de Processo Penal: art. 406-431 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 DIA 17 Constituição Federal: art. 193-217 Código Civil: art. 730-756 Código de Processo Civil: art. 502-527 Código Penal: art. 312-337-A Código de Processo Penal: art. 432-475 DIA 18 Constituição Federal: art. 218-232 Código Civil: art. 757-817 Código de Processo Civil: art. 528-538 Código Penal: art. 337-B-359-H Código de Processo Penal: art. 476-491 DIA 19 Código Civil: art. 818-886 Código de Processo Civil: art. 771-796 Código de Processo Penal: art. 492-555 DIA 20 Código Civil: art. 887-926 Código de Processo Civil: art. 797-861 Código de Processo Penal: art. 563-592 DIA 21 Código Civil: art. 927-965 Código de Processo Civil: art. 861-925 Código de Processo Penal: art. 593-646 DIA 22 Código Civil: art. 966-1051 Código de Processo Civil: art. 926-950 Código de Processo Penal: art. 647-667/791-809 DIA 23 Código Civil: art. 1052-1195 Código de Processo Civil: art. 951-1008 DIA 24 Código Civil: art. 1196-1276 Código de Processo Civil: art. 1009-1021 DIA 25 Código Civil: art. 1277-1389 Código de Processo Civil: art. 1022-1044 DIA 26 Código Civil: art. 1390-1510-E LEI 9507/97 – Habeas Data DIA 27 Código Civil: art. 1511-1638 LEI 13300/16 – Mandado de Injunção DIA 28 Código Civil: art. 1639-1727 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 LEI 12016/09 – Mandado de Segurança DIA 29 Código Civil: art. 1728-1828 LEI 12562/11 – Representação Interventiva DIA 30 Código Civil: art. 1829-1990 LEI 9868/99 – ADI DIA 31 Código Civil: art. 1991-2027 LEI 9882/99 – ADPF DIA 32 LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO Lei 11417/06 – SV DIA 33 LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS LEI 12846/13 – ANTICORRUPÇÃO DIA 34 LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DIA 35 LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 1-19 LEI 9790/99 – OSCIP LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL DIA 36 LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 20-53 LEI 11079/04 – PPP DIA 37 LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 54-124 LEI 10520/02 – PREGÃO DIA 38 LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 60-95 DIA 39 LEI 9296/96– INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA LEI 7960/89 – PRISÃO TEMPORÁRIA LEI 9807/99 - PROTEÇÃO À TESTEMUNHA DIA 40 LEI 13869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE LEI 7716/89 - PRECONCEITO DIA 41 LEI 8069/90 - CRIMES NO ECA LEI 8078/90 - CRIMES NO CDC LEI 9503/97 – CRIMES DE TRÂNSITO LEI 9455/97 - TORTURA LEI 8072/90 – CRIMES HEDIONDOS CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 DIA 42 LEI 9613/98 - LAVAGEM DE DINHEIRO LEI 10826/03 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO DIA 43 LEI 11340/06 – MARIA DA PENHA LEI 12850/13 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA DIA 44 LEI 11343/06 - LEI DE DROGAS DIA 45 LEI 7210/84 – LEP: Art.1-104 DIA 46 LEI 7210/84 – LEP: Art.105-204 DIA 47 LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 1- 46 DIA 48 LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 47-114 DIA 49 LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 115-194 DIA 50 LEI 13146/15 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA LEI 5478/68 - ALIMENTOS DIA 51 LEI 10741/03 - ESTATUTO DO IDOSO LEI 11804/08 - ALIMENTOS GRAVÍDICOS LEI 8009/97 - BEM DE FAMÍLIA DIA 52 LEI 8245/91 - LEI DE LOCAÇÕES DL 911/69 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS DIA 53 LEI 9514/97 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS LEI 10257/01 – ESTATUTO DA CIDADE DIA 54 LEI 6766/79 – PARCELAMENTO DO SOLO LEI 13709/18 - PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS DIA 55 LEI 8112/90: arts. 1-142 DIA 56 LEI 8112/90: arts. 143-250 DIA 57 DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA LEI 4132/65 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL DECRETO-LEI 25/37 - TOMBAMENTO CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 DIA 58 LEI 13964/19 - PACOTE ANTICRIME DIA 59 ECA: 1-69/83-85/155-163 DIA 60 CDC: 1-60 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 DIA 1 Constituição Federal: art. 1-4 LINDB Código de Processo Civil: art. 1° - 15 Código Penal: art. 1° - 12 Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F CONSTITUIÇÃO FEDERAL CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO SOCIOLÓGICA - Ferdinand Lassalle Soma dos fatores reais de poder. “Mera folha de papel” Para Lassale, coexistem em um Estado duas Constituições: uma real, efetiva, correspondente à soma dos fatores reais de poder que regem este país; e outra, escrita, que consistiria apenas numa “folha de papel”. POLÍTICA - Carl Schimtt Decisão política fundamental. Diferenciava Constituição de lei constitucional. Constituição: decisão política fundamental. Lei constitucional: pode ou não representar a Constituição, não dizendo respeito à decisão política fundamental. A Constituição seria fruto da vontade do povo, titular do poder constituinte ; por isso mesmo é que essa teoria é considerada DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA. JURÍDICA - Hans Kelsen Norma hipotética fundamental. Sentido lógico-jurídico: fundamento transcendental de sua validade. Norma hipotética fundamental. Sentido jurídico-positivo: serve de fundamento para as demais normas. A Constituição é o pressuposto de validade de todas as leis. CULTURALISTA - Michele Ainis Fato cultural, tomando por base os direitos fundamentais pertinentes à cultura. A Constituição é produto da cultura. Meirelles Teixeira a partir dessa concepção cultural cria o conceito de Constituição Total, segundoo qual: "Constituição é um conjunto de normas jurídicas fundamentais, condicionadas pela cultura total, e ao mesmo tempo condicionantes desta, emanadas da vontade existencial da unidade política, e reguladoras da existência, estrutura e fins do Estado e do modo de exercício e limites do poder político" (expressão retirada do livro do professor Dirley da Cunha Júnior na página 85, o qual retirou do livro de J. H. Meirelles Teixeira página 78). https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1516539/a-constituicao-e-seus-senti dos-sociologico-politico-e-juridico#:~:text=Meirelles%20Teixeira%20a%2 0partir%20dessa,unidade%20pol%C3%ADtica%2C%20e%20reguladoras %20da ABERTA - Peter Haberle Pode ser interpretada por qualquer do povo, não só pelos juristas PLURALISTA - Gustavo Zagrebelsky Princípios universais FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO - Konrad Hesse Resposta à concepção sociológica de Lassale. A constituição escrita, por ter um elemento normativo, pode ordenar e conformar a realidade política e social, ou seja, é o resultado da realidade, mas também interage com esta, modificando-a, estando aí situada a força normativa da Constituição. Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e Livro do Pedro Lenza. 1 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES ORGÂNICO Estrutura do estado. Normas reguladoras da estrutura do Estado e do Poder LIMITATIVOS Direitos fundamentais – limitam atuação estatal (caráter negativo). SOCIOIDEOLÓGICO Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao longo da CF. Revelam a ideologia que permeia o conteúdo constitucional, podendo ser identificados nas normas que consagram os direitos sociais (Capítulo II, Título II) DE ESTABILIZAÇÃO Asseguram solução de conflitos institucionais e protegem a integridade da Constituição e do Estado FORMAIS DE APLICABILIDADE Interpretação e aplicação da Constituição. Ex: Preâmbulo. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES QUANTO AO CONTEÚDO Constituição material: possui apenas conteúdo constitucional. Constituição formal: além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos. Não importa o seu conteúdo, mas a forma por meio da qual foi aprovada. QUANTO À FORMA Constituição escrita: é um documento formal, solene. OBS: Todas as Constituições brasileiras foram escritas. Constituição não-escrita (costumeira, consuetudinária ou histórica): fruto dos costumes da sociedade. QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO Constituição dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um momento específico da história. OBS: Todas as Constituições brasileiras foram dogmáticas. Constituição histórica: fruto de uma lenta evolução histórica. QUANTO À ORIGEM Constituição promulgada (democrática ou popular): feita pelos representantes do povo. Brasil: CF-1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988. Constituição outorgada (ou carta constitucional): impostas ao povo pelo governante. Brasil: CF-1824 (Dom Pedro I), CF-1937 (Getúlio Vargas), CF-1967 (regime militar). Constituição cesarista (plebiscitária ou bonapartista): feita pelo governante e submetida a apreciação do povo mediante referendo. Constituição pactuada (contratual ou dualista): fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Ex: Constituição Francesa de 1791, Magna Carta de 1215. QUANTO À EXTENSÃO Constituição sintética (breve, sumária, sucinta, resumida, concisa): trata apenas dos temas principais. Ex: Constituição dos EUA. Constituição analítica (longa, volumosa, inchada, ampla, extensa, prolixa, desenvolvida, larga): entra em detalhes de certas instituições. Ex: CF-1988. QUANTO À IDEOLOGIA Constituição ortodoxa (ou monista): fixa uma única ideologia estatal. Ex: Constituição chinesa, Constituição da ex-URSS. Constituição eclética (ou compromissória): permite a combinação de ideologias diversas. QUANTO À FUNÇÃO - J.J.CANOTILHO Constituição garantia (negativa ou abstencionista): limita-se a fixar os direitos e 2 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 garantias fundamentais. É uma carta declaratória de direitos. Constituição dirigente (ou programática): além de prever os direitos e garantias fundamentais, fixa metas estatais. Ex: art. 196, CF; art. 205, CF; art. 7º, CF; art. 4º, parágrafo único, CF. QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO Constituição unitária (codificada, reduzida ou orgânica): formada por um único documento. Constituição variada (legal, inorgânica ou esparsa): formada por mais de um documento. Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma Constituição unitária, mas vem passando por um processo de descodificação. QUANTO AO SISTEMA Constituição principiológica: possui mais princípios do que regras. Paulo Bonavides entende que é o caso da CF/1988. Constituição preceitual: possui mais regras do que princípios. QUANTO À ESSÊNCIA (CRITÉRIO ONTOLÓGICO) - KARL LOEWENSTEIN http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_arti gos_leitura&artigo_id=7593 Constituição semântica: é a Constituição cujas normas foram elaboradas para a legitimação de práticas autoritárias de poder; geralmente decorrem da usurpação do Poder Constituinte do povo. Ex: CF-1937, CF-1967. Constituição nominal (ou nominalista): quando não há uma concordância, absoluta, entre as normas constitucionais e as exigências do processo político, estas não se adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do processo político não se adaptar às normas da Constituição, esta será nominal. É Constituição sem valor jurídico cujas normas, na maior parte, são ineficazes. Constituição normativa: são aquelas, que possuem valor jurídico, cujas normas dominam o processo político, logrando submetê-lo à observação e adaptação de seus termos; é aquela, na qual, há uma adequação entre o texto e a realidade social, o seu texto traduz os anseios de justiça dos cidadãos, sendo condutor dos processos de poder. ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a Constituição brasileira está caminhando da Constituição nominal para a normativa. Contudo, a posição majoritária é de que a constituição brasileira é normativa. QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO - JORGE MIRANDA Constituição heterônoma (ou heteroconstituição): feita em um país para vigorar em outro país. Constituição autônoma (homoconstituição ou autoconstituição): feita em um país para nele vigorar. É a regra geral. Ex: Constituição brasileira. CLASSIFICAÇÃO DE RAUL MACHADO HORTA Constituição expansiva: além de ampliar temas já tratados, trata de novos temas. Ex: CF-1988. Constituição plástica: permite sua ampliação por meio de leis infraconstitucionais (segundo a lei, nos termos da lei, etc.). Ex: CF-1988. QUANTO À ATIVIDADE LEGISLATIVA Constituição-lei: a constituição é tratada como uma lei qualquer. Dá ampla liberdade ao legislador ordinário. Constituição-fundamento (constituição total ou ubiquidade constitucional): a constituição tenta disciplinar detalhes da vida social. Dá uma pequena liberdade ao legislador ordinário. Constituição-moldura (Canotilho: Constituição-quadro): como a moldura de 3 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 um quadro, a constituição fixa os limites de atuação do legislador ordinário. CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA - MARCELO NEVES É a constituição cujo simbolismo é maior que seus efeitos práticos. Para Marcelo Neves, a CF/88 é simbólica por ter um elevado número de normas programáticas e dispositivos de alto grau de abstração. Marcelo Neves afirma que a constitucionalização simbólica tem como objetivos confirmar determinados valores sociais, desejando-se apenas uma vitória legislativa e fortalecer a confiança do cidadão no governo ou no Estado, por meio da legislação álibi, por meio da qual se esvaziam pressões políticas e apresentam o Estado como sensível a expectativas dos cidadãos, porém sem efetividade. Por fim, teria como terceiro objetivoadiar a solução de conflitos sociais, por meio de compromissos dilatórios, postergando-se a verdadeira decisão para o futuro. QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO - ANDRÉ RAMOS TAVARES Constituição liberal: possui apenas direitos individuais ou de 1a dimensão (ex: vida, liberdade, propriedade). O Estado tem o dever principal de não fazer. Ex: CF-1824, CF-1891. Constituição social: além de direitos individuais, prevê direitos sociais ou de 2a dimensão (ex: saúde, educação, moradia, alimentação). O Estado tem o dever principal de fazer. Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967, CF-1988. SEGUNDO JORGE MIRANDA Constituição provisória (ou pré-constituição): possui duração reduzida, até que seja elaborada a constituição definitiva. Constituição definitiva: possui prazo indeterminado de duração. Ex: CF-1988. CONSTITUIÇÃO BALANÇO OU REGISTRO Periodicamente elabora-se uma constituição, fazendo uma análise do avanço social ocorrido nos anos anteriores. CONSTITUIÇÃO EM BRANCO Não prevê regras e limites para o exercício do poder constituinte derivado reformador. QUANTO À RIGIDEZ OU ESTABILIDADE Constituição imutável (permanente, granítica ou intocável): não pode ser alterada, pretendendo-se eterna e fundando-se na crença de que não haveria órgão competente para proceder à sua reforma. Pode estar relacionada a fundamentos religiosos. Ex: a CF-1824 foi imutável nos primeiros 4 anos (limitação temporal). Constituição rígida: possui um processo de alteração mais rigoroso que o destinado às outras leis. Ex: CF-1988. Constituição flexível: possui o mesmo processo de alteração que o destinado às outras leis. Os países de constituição flexível não possuem o controle de constitucionalidade. Constituição transitoriamente flexível: é a Constituição flexível por algum período, findo o qual se torna uma Constituição rígida. Constituição semirrígida (ou semiflexível): parte dela é rígida e parte é flexível. Constituição fixa (ou silenciosa): é aquela que nada prevê sobre sua mudança formal, sendo alterável somente pelo próprio poder originário. Constituição super-rígida: é a Constituição rígida que possui um núcleo imutável. CONSTITUIÇÃO DÚCTIL ou CONSTITUIÇÃO SUAVE - GUSTAVO ZAGREBELSKY Idealizada pelo jurista italiano Gustavo Zagrebelsky (constituzione mite). É aquela que não define ou impõe uma forma de vida, mas assegura condições possíveis para o exercício dos mais 4 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 variados projetos de vida. Reflete o pluralismo ideológico, moral, político e econômico existente na sociedade. CONSTITUIÇÃO UNITEXTUAL OU ORGÂNICA Rechaça a ideia de existência de um bloco de constitucionalidade, visto que a Constituição seria disposta em uma estrutura documental única. CONSTITUIÇÃO SUBCONSTITUCIONAL Constituição subconstitucional admite a constitucionalização de temas excessivos e o alçamento de detalhes e interesses momentâneos ao patamar constitucional. Para Uadi Lammêgo Bulos, citando Hild Krüger, as constituições só devem trazer aquilo que interessa à sociedade como um todo, sem detalhamentos inúteis. Esse excesso de temas forma as constituições substitucionais, que são normas que, mesmo elevadas formalmente ao patamar constitucional, não o são, porque encontram-se limitadas nos seus objetivos. CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU FORMAL É um "instrumento de governo definidor de competências, regulador de processos e estabelecedor de limites à acção política" (Canotilho). Seu objetivo é definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos, além de representar apenas um instrumento pelo qual se eliminam conflitos sociais. CONSTITUIÇÃO CHAPA BRANCA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y O intuito principal da Constituição é tutelar interesses e até mesmo privilégios tradicionalmente reconhecidos aos integrantes e dirigentes do setor público. A Constituição é fundamentalmente um conjunto normativo “destinado a assegurar posições de poder a corporações e organismos estatais ou paraestatais. É a visão da Constituição “chapa-branca”, no sentido de uma “Lei Maior da organização administrativa”. Apesar da retórica relacionada aos direitos fundamentais e das normas liberais e sociais, o núcleo duro do texto preserva interesses corporativos do setor público e estabelece formas de distribuição e de apropriação dos recursos públicos entre vários grupos. Leitura socialmente pessimista da Constituição que insiste na continuidade da visão estatalista-patrimonialista da Constituição e na centralidade do Poder Executivo em detrimento tanto da promessa democrática como da tutela judicial dos direitos individuais. CONSTITUIÇÃO UBÍQUA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y Onipresença das normas e valores constitucionais no ordenamento jurídico. Parte-se da constatação de que os conflitos forenses e a doutrina jurídica foram impregnados pelo direito constitucional. A referência a normas e valores constitucionais é um elemento onipresente no direito brasileiro pós-1988. Essa “panconstitucionalização” deve-se ao caráter detalhista da Constituição, que incorporou uma infinidade de valores substanciais, princípios abstratos e normas concretas em seu programa normativo. CONSTITUIÇÃO LIBERAL-PATRIMONIALISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y Objetiva preponderantemente garantir os direitos individuais, preservando fortes garantias ao direito de propriedade e procurando limitar a intervenção estatal na economia. CONSTITUIÇÃO PRINCIPIOLÓGICA E JUDICIALISTA http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/ Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y Leitura da Constituição de 1988 com base nas seguintes características: 5 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Importância crucial dos direitos fundamentais, incluindo os sociais, sendo a Constituição de 1988 um texto denso exigente, limitando a liberdade do legislador e impondo sua implementação; Centralidade dos princípios constitucionais que se multiplicam e adquirem relevância prática e aplicabilidade imediata, desde que sejam adotados métodos de interpretação abertos, evolutivos e desvinculados da textualidade das regras, em particular a ponderação de princípios e/ou valores; Importância do Poder Judiciário que se torna protagonista da Constituição de 1988, em razão da ampliação e da intensificação do controle de constitucionalidade e da incumbência de implementar o projeto constitucional mediante aplicação de métodos “abertos” de interpretação. CONSTITUIÇÃO ORAL É “aquela em que o chefe supremo de um povo reclama, de viva voz, o conjunto de normas que deverão reger a vida em comunidade” (BULOS, 2014, p. 108). CONSTITUIÇÃO INSTRUMENTAL Para Uadi Lammêgo Bulos, “é aquela em que suas normas equivalem a leis processuais. Seu objetivo é definir competências, para limitar a ação dos Poderes Públicos” (BULOS, 2014, p. 108). TRANSCONSTITUCIONALISMO É fenômeno pelo qual diversas ordens jurídicas de um mesmo Estado, ou de Estados diferentes, se entrelaçam para resolver problemas constitucionais” (BULOS, 2014, p. 90). CONSTITUIÇÃO.COM ou “CROWDSOURCING” “É aquela cujo projeto conta a opinião maciça dos usuários da internet, que, por meio de sites de relacionamentos, externam seu pensamento a respeito dos temas a serem constitucionalizados. Foi a Islândia que, pioneiramente, no ano de 2011, fez uma ‘constituição.com’ (crowdsourcing)” (BULOS, 2014, p. 112). MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL JURÍDICO ou HERMENÊUTICO CLÁSSICO - Ernerst Fosthoff Identidade entre Constituição e Leis. Utiliza critérios de Savigny TÓPICO PROBLEMÁTICO - Theodor Viehweg Problema-norma. Estudo da norma através de um problema. HERMENÊUTICO CONCRETIZADOR - Konrad Hesse Norma-problema. Parte-se de pré-compreensões para se chegar ao sentido danorma. Interpretação concretizadora. Constituição tem força para compreender e alterar a realidade. NORMATIVO ESTRUTURANTE - Frederic Muller Parte-se do direito positivo para se chegar à norma. Colhe elementos da realidade social para se chegar à norma. CIENTÍFICO ESPIRITUAL - Ruldof Smend Não utiliza-se apenas valores consagrados na Constituição, mas também valores extra-constitucionais, como a realidade social e cultura do povo. Interpretação sistêmica. CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA - Peter Haberle Interpretação por todo o povo, não apenas pelos juristas COMPARAÇÃO - Peter Haberle Comparar com as diversas Constituições. 6 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Toda interpretação constitucional se assenta no pressuposto da superioridade jurídica da Constituição sobre os demais atos normativos no âmbito do Estado. Assim, em razão da supremacia constitucional, nenhum ato jurídico ou manifestação de vontade pode subsistir validamente se for incompatível com a Lei Fundamental. Em razão da superlegalidade formal (Constituição como fonte primária da produção normativa, identificando competências e procedimentos para a elaboração dos atos normativos inferiores) e material da Constituição (subordina o conteúdo de toda a atividade normativa estatal à conformidade com os princípios e regras da Constituição), surge o controle de constitucionalidade (judicial review), que nada mais é do que uma técnica de atuação da supremacia da Constituição. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO PODER PÚBLICO Não sendo evidente a inconstitucionalidade, havendo dúvida ou a possibilidade de razoavelmente se considerar a norma como válida, deve o órgão competente abster-se da declaração de inconstitucionalidade. Havendo alguma interpretação possível que permita afirmar-se a compatibilidade da norma com a Constituição, em meio a outras que carreavam para ela um juízo de invalidade, deve o intérprete optar pela interpretação legitimadora, mantendo o preceito em vigor. O princípio da presunção de constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (presunção juris tantum) é uma decorrência do princípio geral da separação dos Poderes e funciona como fator de autolimitação da atividade do Judiciário que, em reverência à atuação dos demais Poderes, somente deve invalidar os atos diante de casos de inconstitucionalidade flagrante e incontestável. PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas (que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir a exegese que mais se aproxime da Constituição (ainda que não seja a que mais obviamente decorra de seu texto) e, portanto, que não seja contrária ao texto constitucional. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade, como um todo, e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas. As normas deverão ser vistas como preceitos integrados (interpretação sistêmica) em um sistema unitário de regras e princípios. PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR OU DA EFICÁCIA INTEGRADORA Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política, ou seja, as normas constitucionais devem ser interpretadas com o objetivo de integrar política e socialmente o povo de um Estado Nacional. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU RAZOABILIDADE Consubstancia uma pauta de natureza axiológica que emana diretamente das ideias de justiça, equidade, bom senso, prudência, moderação, justa medida, proibição de excesso, direito justo e valores afins; precede e condiciona a positivação jurídica, inclusive de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto princípio geral do direito, serve de regra de 7 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 interpretação para todo o ordenamento jurídico. Tal princípio exige a tomada de decisões racionais, não abusivas, e que respeitem os núcleos essenciais de todos os direitos fundamentais. Como parâmetro, é possível destacar a necessidade de preenchimento de 3 importantes elementos: a) Necessidade/exigibilidade: a adoção da medida que possa restringir direitos só se legitima se indispensável para o caso concreto e não se puder substituí-la por outra menos gravosa. b) Adequação/pertinência/idoneidade: o meio escolhido deve atingir o objetivo perquirido. c) Proporcionalidade em sentido estrito: sendo a medida necessária e adequada, deve-se investigar se o ato praticado, em termos de realização do objetivo pretendido, supera a restrição a outros valores constitucionalizados. Podemos falar em máxima efetividade e mínima restrição. PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE ou DA EFICIÊNCIA ou DA INTERPRETAÇÃO EFETIVA Deve ser entendido no sentido de a norma constitucional ter a mais ampla efetividade social. PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA Os aplicadores da Constituição, entre as interpretações possíveis, devem adotar aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais, conferindo-lhes sentido prático e concretizador, em clara relação com o princípio da máxima efetividade ou eficiência. PRINCÍPIO DA JUSTEZA ou DA CONFORMIDADE (EXATIDÃO ou CORREÇÃO) FUNCIONAL O STF, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito. O seu intérprete final não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido. PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA ou HARMONIZAÇÃO Partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim, evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios. PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir de parâmetro de controle da constitucionalidade de uma norma. O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação do texto constitucional. Em termos estritamente formais, o Preâmbulo constitui-se em uma espécie de introdução ao texto constitucional, um resumo dos direitos que 8 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 permearão a textualização a seguir, apresentando o processo que resultou na elaboração da Constituição e o núcleo de valores e princípios de uma nação. O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o regime anterior e garante a instalação e asseguramento jurídico dos direitos listados em seguida e até então não dotados de força normativa constitucional suficiente para serem respeitados, sendo eles o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça. Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o preâmbulo se configura como um elemento que serve de manifesto à continuidade de todo o ordenamento jurídicoao conectar os valores do passado - a situação de início que motivou a colocação em marcha do processo legislativo - com o futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da situação que se aspira a chegar. A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força normativa, NÃO sendo norma de reprodução obrigatória na Constituição Estadual. A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88, reflete um sentimento religioso. Isso não faz, contudo, que o Brasil deixe de ser um Estado laico. O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da política e reflete a posição ideológica do constituinte. Logo, não contém relevância jurídica, não tem força normativa, sendo mero vetor interpretativo das normas constitucionais, não servindo como parâmetro para o controle de constitucionalidade (STF). Não tem força normativa, embora provenha do mesmo poder constituinte originário que elaborou toda a constituição É destituído de qualquer cogência (MS 24.645 MC/DF); NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade; Não cria direitos nem estabelece deveres; Seus princípios não prevalecem diante do texto expresso da constituição; NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA POLÍTICA, sem relevância jurídica (STF). ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não possuir força normativa, ele traz as intenções, o sentido, a origem, as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de uma Constituição, servindo de vetor interpretativo. Trata-se, assim, de um referencial interpretativo-valorativo da Constituição. TESE DA PLENA EFICÁCIA O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das normas constitucionais, sendo, porém, apresentado de forma não articulada. TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA Ponto intermediário entre as duas, já que, muito embora participe "das características jurídicas da Constituição'', não deve ser confundido com o articulado TÍTULO I Dos Princípios Fundamentais PRINCÍPIOS REGRAS Normas mais amplas, abstratas, genéricas. Normas mais específicas, delimitadas, determinadas. Alexy: princípios são MANDAMENTOS DE OTIMIZAÇÃO, que devem ser cumpridos na maior intensidade possível. Dworkin: princípios são mandamentos normativos aplicados na DIMENSÃO DE PESO ou DE IMPORTÂNCIA. Alexy: são MANDADOS DE DEFINIÇÃO. Devem ser cumpridas integralmente (all or nothing). Em caso de colisão, resolve-se pela PONDERAÇÃO. Em caso de colisão, resolve-se pela DIMENSÃO DE VALIDADE. 9 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Ex: dignidade da pessoa humana. Ex: eleição para Presidente da República. Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS (SO-CI-DI-VA-PLU): I - a SOberania; II - a CIdadania III - a DIgnidade da pessoa humana; IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o PLUralismo político. Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF PRINCÍPIO REPUBLICANO “A República” PRINCÍPIO FEDERATIVO “Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal” PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO “constitui-se em Estado Democrático de Direito” Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da República Federativa do Brasil (regra do verbo): I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária; II - GARANTIR o desenvolvimento nacional; III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e REDUZIR as desigualdades sociais e regionais; IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V - igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo político. Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. DL 4657/42 - LINDB Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada - PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA § 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois de oficialmente publicada. ENTRADA EM VIGOR BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO 45 dias, salvo disposição em contrário 3 meses § 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação. § 4o As correções a texto de lei já em vigor CONSIDERAM-SE LEI NOVA. 10 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula "entra em vigor na data de sua publicação" para as leis de pequena repercussão. § 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral. § 2º As leis que estabeleçam período de vacância deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação oficial’ Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue [PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA] § 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM MODIFICA a lei anterior. REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação REVOGAÇÃO EXPRESSA OU POR VIA DIRETA A lei nova taxativamente declara revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que pretende retirar REVOGAÇÃO TÁCITA OU POR VIA OBLÍQUA A lei posterior é incompatível com a anterior, não havendo previsão expressa no texto a respeito da sua revogação Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a vigência. (REPRISTINAÇÃO) REPRISTINAÇÃO É um fenômeno legislativo no qual há a entrada novamente em vigor de uma norma efetivamente revogada, pela revogação da norma que a revogou. A repristinação deve ser expressa dada a dicção do artigo 2º, § 3º da LICC EFEITO REPRISTINATÓRIO / REPRISTINAÇÃO OBLÍQUA OU INDIRETA É a reentrada em vigor de norma aparentemente revogada, ocorrendo quando uma norma que a revogou é declarada inconstitucional. STF: “A declaração de inconstitucionalidade em tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição deferida ao STF, consiste em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as consequências daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo ato declarado inconstitucional” *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece [PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA NORMA] CORRENTES DOUTRINÁRIAS QUE PROCURAM JUSTIFICARO CONTEÚDO DA NORMA TEORIA DA FICÇÃO LEGAL A obrigatoriedade foi instituída pelo ordenamento para a segurança jurídica TEORIA DA PRESUNÇÃO ABSOLUTA Haveria uma dedução iure et de iure de que todos conhecem as leis TEORIA DA NECESSIDADE SOCIAL Amparada, segundo Maria Helena Diniz, na premissa “de que as normas devem ser conhecidas para que 11 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 melhor sejam observadas”, a gerar o princípio da vigência sincrônica da lei Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020 Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. § 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. § 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. § 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna, chamada de filtragem constitucional. Somente é possível aplicar a lei do domicílio se houver compatibilidade com o ordenamento interno. § 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. § 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades diplomáticas ou consulares DO PAÍS DE AMBOS os nubentes. § 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do matrimônio a lei do 1° domicílio conjugal. § 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do 1° domicílio conjugal. § 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente registro. § 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da sentença, salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de 2010, que instituiu o divórcio direto, a homologação de sentença estrangeira de divórcio para alcançar eficácia plena e imediata não mais depende de decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a observância das condições gerais estabelecidas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no Regimento Interno do STJ.(SEC 4.445/EX, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em 06/05/2015, DJe 17/06/2015) *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes sob sua guarda. 12 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 § 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. Art. 8O [LEX SITUA] Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados. § 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares. § 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa apenhada. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. § 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato. § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Art. 9, LINDB Art. 435, CC A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto. norma de direito internacional privado norma de direito interno aplicado a contratos em que as partes estão em Estados diferentes aplicada às partes residentes no Brasil. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA obedece à lei do país em que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. § 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. Na forma do art. 10, §1º, da LINDB e art. 5º, XXXI, da CF88, aplicar-se-á nesse processo a norma mais benéfica, entre a brasileira e a do domicílio do de cujus, ao cônjuge ou filhos brasileiros, ou daqueles que os representem. A doutrina vem denominando esta situação de Princípio do Prélèvement. (FIGUEIREDO, Luciano e FIGUEIREDO, Roberto. Direito Civil. 6ª ed. Bahia: Juspodivm, 2016, p. 77). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br § 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DA PESSOA Começo e fim da personalidade Nome Capacidade Direitos de família Penhor LEI DO PAÍS DA SITUAÇÃO DOS BENS Qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes LEI DO PAÍS DO DOMICÍLIO DO PROPRIETÁRIO Bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares LEI DO PAÍS EM QUE SE CONSTITUÍREM Qualificar e reger as obrigações LEI DO PAÍS EM QUE DOMICILIADO O DEFUNTO OU O DESAPARECIDO Sucessão por morte ou por ausência 13 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem à lei do Estado em que se constituírem. § 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais, agências ou estabelecimentos antes de serem os atos constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro, ficando sujeitas à lei brasileira. § 2o Os Governos estrangeiros, bem como as organizações de qualquer natureza, que eles tenham constituído, dirijam ou hajam investido de funções públicas, não poderão adquirir no Brasil bens imóveis ou susceptíveis de desapropriação. § 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a propriedade dos prédios necessários à sede dos representantes diplomáticos ou dos agentes consulares. Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. § 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. § 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida pela lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira competente,observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências. Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência. Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes requisitos: a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de lei ou tratado. A lei ou tratado internacional poderá facilitar ou dispensar a homologação de sentença estrangeira ou a concessão do exequatur. Ex: a sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, independentemente de homologação pelo STJ (§ 5º do art. 961 do CPC/2015). *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO ESTRANGEIRA LINDB CPC/15 a) haver sido proferida por juiz competente; b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida; d) estar traduzida por intérprete autorizado; e) ter sido homologada pelo STJ. I - ser proferida por autoridade competente; II - ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia; III - ser eficaz no país em que foi proferida; IV - não ofender a coisa julgada brasileira; V - estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado; VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. 14 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei. A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como TEORIA DO RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma forma de interpretação de normas do Direito Internacional Privado, de forma que haja substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de modo pelo qual seja desprezado o elemento de conexão da ordenação nacional, dando preferência ao apontado pelo ordenamento jurídico alienígena. Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer problemas nas interpretações de ordem internacional, servindo como meio importante de resolução de conflitos, e sempre que for necessário que o juiz aplique direito estrangeiro. O reenvio é uma interpretação que desconsidera a norma material da regra de conexão e aplica o direito internacional privado estrangeiro para chegar à nova norma material, geralmente de âmbito nacional. O reenvio pode ser dividido em 3 graus: 1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro remete uma legislação ao segundo país, que por sua vez reenvia ao primeiro; 2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro envia sua legislação ao segundo que a reenvia ao terceiro; 3° grau: formado por quatro países, no qual o primeiro remete a legislação ao segundo, que por sua vez encaminha ao terceiro e finalmente reenvia ao quarto. Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz nacional de aplicar o reenvio, cabendo apenas a aplicação do Direito Internacional Privado brasileiro para determinar o direito material cabível, ficando a cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do reenvio. *http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1 Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes. Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado. § 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento § 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado, devidamente constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos legais. Parágrafo único. No caso em que a celebração desses atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares, com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90 dias contados da data da publicação desta lei. Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão. Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a adequação da medida imposta ou 15 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das possíveis alternativas. Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, decretar a invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa deverá indicar de modo expresso suas consequências jurídicas e administrativas. Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as condições para que a regularização ocorra de modo proporcional e equânime e sem prejuízo aos interesses gerais, não se podendo impor aos sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos. Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos dos administrados. § 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa, serão consideradas as circunstâncias práticas que houverem imposto, limitado ou condicionado a ação do agente. § 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para a administração pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes do agente. § 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em conta na dosimetria das demais sanções de mesma natureza e relativas ao mesmo fato. Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo condicionamento de direito, deverá prever regime de transição quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de direito seja cumprido de modo proporcional,equânime e eficiente e sem prejuízo aos interesses gerais. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as interpretações e especificações contidas em atos públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por prática administrativa reiterada e de amplo conhecimento público. Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou situação contenciosa na aplicação do direito público, inclusive no caso de expedição de licença, a autoridade administrativa poderá, após oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após realização de consulta pública, e presentes razões de relevante interesse geral, celebrar compromisso com os interessados, observada a legislação aplicável, o qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação oficial. § 1º O compromisso referido no caput deste artigo: I - buscará solução jurídica proporcional, equânime, eficiente e compatível com os interesses gerais; III - não poderá conferir desoneração permanente de dever ou condicionamento de direito reconhecidos por orientação geral; IV - deverá prever com clareza as obrigações das partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções aplicáveis em caso de descumprimento. Art. 27. A decisão do processo, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, poderá impor compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou da conduta dos envolvidos. 16 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 § 1º A decisão sobre a compensação será motivada, ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento, sua forma e, se for o caso, seu valor. § 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá ser celebrado compromisso processual entre os envolvidos. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos normativos por autoridade administrativa, salvo os de mera organização interna, poderá ser precedida de consulta pública para manifestação de interessados, preferencialmente por meio eletrônico, a qual será considerada na decisão § 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e fixará o prazo e demais condições da consulta pública, observadas as normas legais e regulamentares específicas, se houver. Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas. Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput deste artigo terão caráter vinculante em relação ao órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior revisão. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DEVIDO PROCESSO LEGAL Art. 5º, LIV. Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua liberdade sem que sejam respeitadas a lei e as garantias processuais inerentes ao processo. Pode ser substancial ou processual. ACESSO À JUSTIÇA Art. 5º, XXXV. A lei não pode excluir da apreciação do Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito. E o Judiciário deve responder a todos os requerimentos a ele dirigidos (ação em sentido amplo). CONTRADITÓRIO Art. 5º, LV. Deve-se dar ciência aos participantes do processo de tudo o que nele ocorre, dando-lhes oportunidade de se manifestar e de se opor aos requerimentos do adversário DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO Art. 5º, LXXVIII. Princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador, a fim de que, na edição de leis processuais, cuide para que o processo chegue ao fim almejado no menor tempo possível e com a maior economia de esforços e gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo com toda a presteza possível. ISONOMIA Art. 5º, caput e inc. I. Também dirigida ao legislador e ao juiz, exige que a lei e o Judiciário tratem igualmente os iguais e desigualmente os desiguais na medida da sua desigualdade (isonomia real). IMPARCIALIDADE DO JUIZ Art. 5º, LIII e XXXVII. Para toda causa há um juiz natural, apurado de acordo com regras previamente existentes no ordenamento jurídico. Em razão disso, é vedada a criação de juízos ou tribunais de exceção. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO Não tem previsão expressa. Conquanto não previsto, decorre implicitamente da adoção, pela CF, de um sistema de juízos e tribunais que julgam recursos contra decisões inferiores. No entanto, nada impede que, em algumas circunstâncias, não exista o duplo grau. PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS Art. 5º, LX, que atribui à lei a regulamentação dos casos de sigilo (art. 189 do CPC). 17 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 Os atos processuais são públicos, o que é necessário para assegurar a transparência da atividade jurisdicional. A Constituição atribui à lei a regulamentação dos casos de sigilo, quando a defesa da intimidade ou o interesse público ou social o exigirem. Tal regulamentação foi feita no art. 189 do CPC MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES Art. 93, IX. Também para que haja transparência da atividade judiciária, há necessidade de que todas as decisões dos juízos e tribunais sejam motivadas, para que os litigantes, os órgãos superiores e a sociedade possam conhecer a justificação para cada uma das decisões. PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO CIVIL DISPOSITIVO Não há dispositivo específico. Nos processos que versam sobre interesses disponíveis, as partes podem transigir, o autor pode renunciar ao direito e o réu pode reconhecer o pedido. Cumpre ao interessado ajuizar a demanda e definir os limites objetivos e subjetivos da lide. Mas, no que concerne à condução do processo e à produção de provas, vigora o princípio inquisitivo, por força do art. 370 do CPC, sendo supletivas as regras do ônus da prova. IMEDIAÇÃO Art. 456 do CPC. Derivado da oralidade, determina que o juiz colha diretamente a prova, sem intermediários IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ Não há dispositivo específico no CPC, mas prevalece a regra do art. 132 do CPC de 1973. O juiz que colheu prova oral em audiência fica vinculado ao julgamento do processo, desvinculando-se apenas nas hipóteses do art. 132 do CPC de 1973. CONCENTRAÇÃO Art. 365 do CPC. A audiência de instrução e julgamento é una e contínua. Caso não seja possível concluí-la no mesmo dia, o juiz designará outra data em continuação IRRECORRIBILIDADE, EM SEPARADO DAS INTERLOCUTÓRIAS Art. 1.009, § 1º, do CPC. Em regra, contra as decisões interlocutórias, o recurso cabível – o agravo – não suspenderá o processo PERSUASÃO RACIONAL Art. 371 do CPC. Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo indicar, na sentença, os motivos de sua decisão, que devem estar amparados nos elementos constantes dos autos. BOA-FÉ Art. 5º do CPC. Todos aqueles que participam do processo devem comportar-se de acordo com a boa-fé. COOPERAÇÃO Art. 6º do CPC. Exige que as partes cooperem para que o processo alcance bom resultado, em tempo razoável. Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus Vinicius Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020 PARTE GERAL LIVRO I DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS TÍTULO ÚNICO DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS CAPÍTULO I DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as disposições deste Código. FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo 18 CAIO VINICIUSXAVIER VARELLA - 39644530802 FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual fundamental pode ser regra ou princípio Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei. [PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO + PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL] Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. [PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO] § 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei. § 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. § 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição. FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução consensual de conflitos devem ser estimulados também nas instâncias recursais FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art. 513) É cabível conciliação ou mediação no processo de execução, no cumprimento de sentença e na liquidação de sentença, em que será admissível a apresentação de plano de cumprimento da prestação. FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas devem dar publicidade às hipóteses em que seus órgãos de Advocacia Pública estão autorizados a aceitar autocomposição. FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35 e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º, art. 4º, caput e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº 13.140/2015). A conciliação e a mediação são compatíveis com o processo de recuperação judicial. ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO TRANSAÇÃO ocorre por meio de transações bilaterais, ou seja, ambos renunciam a parcela de seus interesses, buscando a realização de um acordo. Pode ocorrer judicial ou extrajudicialmente. RENÚNCIA o autor abdica/renuncia integralmente de sua pretensão SUBMISSÃO o réu reconhece a procedência do pleito autoral. *Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a atividade satisfativa. [PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO] Princípios da primazia da solução integral de mérito, executividade dos provimentos jurisdicionais e duração razoável do processo. FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância recursal, impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios para examinar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar entre si; devem atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios que extingam o processo sem resolução do mérito e cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e transparência. FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício processual após a entrada em vigor do CPC de 2015 gera para o juiz o dever de oportunizar a regularização do vício, ainda que ele seja anterior. FPPC666 (arts. 4º, 139, X, 317, 488 e 932, parágrafo único; art. 5º, §3º, Lei 7.347/1985 e art. 9º da Lei de Ação Popular) O processo coletivo não deve ser extinto por falta de legitimidade quando um 19 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 legitimado adequado assumir o polo ativo ou passivo da demanda Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também deve comportar-se de acordo com a boa-fé objetiva. FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o julgador profira, sem motivar a alteração, decisões diferentes sobre uma mesma questão de direito aplicável às situações de fato análogas, ainda que em processos distintos. FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé processual orienta a interpretação da postulação e da sentença, permite a reprimenda do abuso de direito processual e das condutas dolosas de todos os sujeitos processuais e veda seus comportamentos contraditórios. JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva dispensa a comprovação do animus do sujeito processual. JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente às Leis n. 9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que não sejam incompatíveis com as regras e princípios dessas Leis. COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA SUPRESSIO (VERWIRKUNG) Supressão a um direito pelo seu não exercício. No campo processual, verifica-se na perda de um poder processual pelo seu não exercício. A chamada “nulidade de algibeira (ou de bolso) se configura quando a parte, embora tenha o direito de alegar nulidade mantém-se inerte durante longo período, deixando para realizar a alegação no momento que melhor lhe convier, não é admitida, por violar a boa-fé processual. Art. 278. A nulidade dos atos deve ser alegada na primeira oportunidade em que couber à parte falar nos autos, sob pena de preclusão. Parágrafo único. Não se aplica o disposto no caput às nulidades que o juiz deva decretar de ofício, nem prevalece a preclusão provando a parte legítimo impedimento. SURRECTIO Surgimento de um direito em razão da supressão causada pelo comportamento da parte contrária. Note-se que surrectio e supressio são dois lados da mesma moeda. EXCEPCIO DOLI Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nesse caso utilizada como defesa. No processo vem sendo entendida como a exceção que a parte tem para paralisar o comportamento de quem age dolosamente contra si. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM Proíbe a adoção de comportamento contraditório (contrariando comportamento anterior), violando os deveres de confiança e lealdade (a legítima confiança de outrem na conservação objetiva da conduta anterior). Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A vedação do comportamento contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional. 20 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 TU QUOQUE Como decorrência do princípio da boa-fé processual objetiva não pode a parte criar dolosamente situações que viciem o processo para, depois, alegar nulidade, tirando proveito da situação. Assim, veda-se o comportamento não esperado, adotado em situação de abuso. Art. 276. Quando a lei prescrever determinada forma sob pena de nulidade, a decretação desta não pode ser requerida pela parte que lhe deu causa. Aquele que despreza a norma não pode dela se aproveitar. *Informações retiradas do site https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-aspectos-parcelares-da-boa-fe-objet iva-na-jurisprudencia-do-stj/ Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação. FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo coletivo deverá respeitar as técnicas de ampliação do contraditório, como a realização de audiências públicas, a participação de amicus curiae e outros meios de participação FPPC667 (arts. 6º, 8º e 18; art. 6º, § 3º, da Lei n.º 4.717/1965) Admite-se a migração de polos nas ações coletivas, desde que compatível com o procedimento. DEVERES DE COOPERAÇÃO DO JUIZ “PECA” PREVENÇÃO: O juiz deve advertir as partes sobre os riscos e deficiências das manifestações e estratégias por elas adotadas, conclamando-as a corrigir os defeitos sempre que possível. ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz esclarecer-se quanto às manifestações das partes: questioná-las quanto a obscuridades em suas petições; pedir que esclareçam ou especifiquem requerimentos feitos em termos mais genéricos e assimpor diante. CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se reconhecer o contraditório não apenas como garantia de embate entre as partes, mas também como dever de debate do juiz com as partes AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz deve ajudar as partes, eliminando obstáculos que lhes dificultem ou impeçam o exercício das faculdades processuais. Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental produzida. FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei 12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC. FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção do processo pelo juiz deve observar a paridade de armas das partes. Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência. 21 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão “ordenamento jurídico”, empregada pelo Código de Processo Civil, contempla os precedentes vinculantes FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o julgamento de ações coletivas serão objeto da mais ampla e específica divulgação e publicidade. Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência; II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II (as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante) e III (pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa); III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa). Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício [PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva evitar decisões surpresas] Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade. Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos ou do Ministério Público. Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, PREFERENCIALMENTE, à ordem cronológica de conclusão para proferir sentença ou acórdão. § 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial de computadores. § 2o Estão excluídos da regra do caput: I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido; II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos; III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR; IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932; V - o julgamento de embargos de declaração; VI - o julgamento de agravo interno; VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo CNJ; VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal; IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. § 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências legais. § 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO ALTERA a ordem cronológica para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência. § 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na lista. § 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que: I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver necessidade de realização de diligência ou de complementação da instrução; 22 CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802 II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II (publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessária ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior). FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de competência de processos dos juizados especiais com outros procedimentos diversos, o juiz poderá organizar duas listas cronológicas autônomas, uma para os processos dos juizados especiais e outra para os demais processos. FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem cronológica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A INVALIDADE DO ATO DECISÓRIO CAPÍTULO II DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte. Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS: cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo ser regido pela lei em vigor no momento de sua prática. Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS, não é possível a lei nova retroagir para alcançar ato já praticado ou efeito dele decorrente; a lei nova só alcança os próximos atos a serem praticados no processo. Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i) princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da irretroatividade das leis. STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei processual seja aplicada imediatamente aos processos pendentes, deve-se ter conhecimento que o processo é constituído por inúmeros atos. Tal entendimento nos leva à chamada “Teoria dos Atos Processuais Isolados”, em que cada ato deve ser considerado separadamente dos demais para o fim de se determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a preclusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato processual é aquela em vigor no momento em que ele é praticado. Seria a aplicação do Princípio tempus regit actum. Com base neste princípio, temos que a lei processual atinge o processo no estágio em que ele se encontra, onde a incidência da lei nova não gera prejuízo algum às parte, respeitando-se a eficácia do ato processual já praticado. Dessa forma, a publicação e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos ainda por praticar, no caso, os processos futuros, não sendo possível falar em retroatividade da nova norma, visto que os atos anteriores de processos em curso não serão atingidos. Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código de Processo Penal, no que não forem incompatíveis com esta Lei. CÓDIGO PENAL CONCEITO DE DIREITO PENAL ASPECTO FORMAL
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