Buscar

PLANO POS-EDITAL ANALISTA TJDFT

Prévia do material em texto

CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
SUMÁRIO
DIA 1
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB
Código de Processo Civil: art. 1° - 15
Código Penal: art. 1° - 12
Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F
DIA 2
Constituição Federal: art. 5
Código Civil: art. 1 - 21
Código de Processo Civil: art. 16-25
Código Penal: art. 13-19
Código de Processo Penal: art. 4-23
DIA 3
Constituição Federal: art. 6-17
Código Civil: art. 22-39
Código de Processo Civil: art. 26-69
Código Penal: art. 20-31
Código de Processo Penal: art. 24-62
DIA 4
Constituição Federal: art. 18-24
Código Civil: art. 40-69
Código de Processo Civil: art. 70-97
Código Penal: art. 32-48
Código de Processo Penal: art. 69-82
DIA 5
Constituição Federal: art. 25-36
Código Civil: art. 70-114
Código de Processo Civil: art. 98-138
Código Penal: art. 49-67
Código de Processo Penal: art. 83-94
DIA 6
Constituição Federal: art. 37-38
Código Civil: art. 115-165
Código de Processo Civil: art. 139-161
Código Penal: art. 68-76
Código de Processo Penal: art. 95-154
DIA 7
Constituição Federal: art. 39-43
Código Civil: art. 166-211
Código de Processo Civil: art. 162-187
Código Penal: art. 77-95
Código de Processo Penal: art. 155-184
DIA 8
Constituição Federal: art. 44-58
Código Civil: art. 212-232
Código de Processo Civil: art. 188-235
Código Penal: art. 96-120
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Código de Processo Penal: art. 185-196
DIA 9
Constituição Federal: art. 59-69
Código Civil: art. 233-285
Código de Processo Civil: art. 236-275
Código Penal: art. 121-137
Código de Processo Penal: art. 197-250
DIA 10
Constituição Federal: art. 70-91
Código Civil: art. 286-388
Código de Processo Civil: art. 276-310
Código Penal: art. 138-150
Código de Processo Penal: art. 251-281
DIA 11
Constituição Federal: art. 92-100
Código Civil: art. 389-420
Código de Processo Civil: art. 311-334
Código Penal: art. 151-160
Código de Processo Penal: art. 282-300
DIA 12
Constituição Federal: art. 101-110
Código Civil: art. 421-461
Código de Processo Civil: art. 335-353
Código Penal: art. 161-183
Código de Processo Penal: art. 301-316
DIA 13
Constituição Federal: art. 111-126
Código Civil: art. 462-537
Código de Processo Civil: art. 354-383
Código Penal: art. 184-226
Código de Processo Penal: art. 317-350
DIA 14
Constituição Federal: art. 127-144
Código Civil: art. 538-592
Código de Processo Civil: art. 384-449
Código Penal: art. 227-266
Código de Processo Penal: art. 351-372
DIA 15
Constituição Federal: art. 145-154
Código Civil: art. 593-652
Código de Processo Civil: art. 450-484
Código Penal: art. 267-288-A
Código de Processo Penal: art. 381-405
DIA 16
Constituição Federal: art. 155-156
Código Civil: art. 653-729
Código de Processo Civil: art. 485-501
Código Penal: art. 289-311-A
Código de Processo Penal: art. 406-431
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
DIA 17
Constituição Federal: art. 193-217
Código Civil: art. 730-756
Código de Processo Civil: art. 502-527
Código Penal: art. 312-337-A
Código de Processo Penal: art. 432-475
DIA 18
Constituição Federal: art. 218-232
Código Civil: art. 757-817
Código de Processo Civil: art. 528-538
Código Penal: art. 337-B-359-H
Código de Processo Penal: art. 476-491
DIA 19
Código Civil: art. 818-886
Código de Processo Civil: art. 771-796
Código de Processo Penal: art. 492-555
DIA 20
Código Civil: art. 887-926
Código de Processo Civil: art. 797-861
Código de Processo Penal: art. 563-592
DIA 21
Código Civil: art. 927-965
Código de Processo Civil: art. 861-925
Código de Processo Penal: art. 593-646
DIA 22
Código Civil: art. 966-1051
Código de Processo Civil: art. 926-950
Código de Processo Penal: art. 647-667/791-809
DIA 23
Código Civil: art. 1052-1195
Código de Processo Civil: art. 951-1008
DIA 24
Código Civil: art. 1196-1276
Código de Processo Civil: art. 1009-1021
DIA 25
Código Civil: art. 1277-1389
Código de Processo Civil: art. 1022-1044
DIA 26
Código Civil: art. 1390-1510-E
LEI 9507/97 – Habeas Data
DIA 27
Código Civil: art. 1511-1638
LEI 13300/16 – Mandado de Injunção
DIA 28
Código Civil: art. 1639-1727
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
LEI 12016/09 – Mandado de Segurança
DIA 29
Código Civil: art. 1728-1828
LEI 12562/11 – Representação Interventiva
DIA 30
Código Civil: art. 1829-1990
LEI 9868/99 – ADI
DIA 31
Código Civil: art. 1991-2027
LEI 9882/99 – ADPF
DIA 32
LEI 9784/99 - PROCESSO ADMINISTRATIVO
Lei 11417/06 – SV
DIA 33
LEI 8987/95 - SERVIÇOS PÚBLICOS
LEI 12846/13 – ANTICORRUPÇÃO
DIA 34
LEI 8429/92 - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
DIA 35
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 1-19
LEI 9790/99 – OSCIP
LEI 9637/98 - ORGANIZAÇÃO SOCIAL
DIA 36
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 20-53
LEI 11079/04 – PPP
DIA 37
LEI 8666/93 - Licitações e Contratos: Art. 54-124
LEI 10520/02 – PREGÃO
DIA 38
LEI 9099/95 - JECCrim: Art. 60-95
DIA 39
LEI 9296/96– INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA
LEI 7960/89 – PRISÃO TEMPORÁRIA
LEI 9807/99 - PROTEÇÃO À TESTEMUNHA
DIA 40
LEI 13869/19 – ABUSO DE AUTORIDADE
LEI 7716/89 - PRECONCEITO
DIA 41
LEI 8069/90 - CRIMES NO ECA
LEI 8078/90 - CRIMES NO CDC
LEI 9503/97 – CRIMES DE TRÂNSITO
LEI 9455/97 - TORTURA
LEI 8072/90 – CRIMES HEDIONDOS
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
DIA 42
LEI 9613/98 - LAVAGEM DE DINHEIRO
LEI 10826/03 – ESTATUTO DO DESARMAMENTO
DIA 43
LEI 11340/06 – MARIA DA PENHA
LEI 12850/13 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
DIA 44
LEI 11343/06 - LEI DE DROGAS
DIA 45
LEI 7210/84 – LEP: Art.1-104
DIA 46
LEI 7210/84 – LEP: Art.105-204
DIA 47
LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 1- 46
DIA 48
LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 47-114
DIA 49
LEI 14133/21 – NOVA LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS: arts. 115-194
DIA 50
LEI 13146/15 – ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA
LEI 5478/68 - ALIMENTOS
DIA 51
LEI 10741/03 - ESTATUTO DO IDOSO
LEI 11804/08 - ALIMENTOS GRAVÍDICOS
LEI 8009/97 - BEM DE FAMÍLIA
DIA 52
LEI 8245/91 - LEI DE LOCAÇÕES
DL 911/69 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS MÓVEIS
DIA 53
LEI 9514/97 - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE BENS IMÓVEIS
LEI 10257/01 – ESTATUTO DA CIDADE
DIA 54
LEI 6766/79 – PARCELAMENTO DO SOLO
LEI 13709/18 - PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS
DIA 55
LEI 8112/90: arts. 1-142
DIA 56
LEI 8112/90: arts. 143-250
DIA 57
DECRETO-LEI 3365/41 – DESAPROPRIAÇÃO POR UTILIDADE PÚBLICA
LEI 4132/65 – DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL
DECRETO-LEI 25/37 - TOMBAMENTO
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
DIA 58
LEI 13964/19 - PACOTE ANTICRIME
DIA 59
ECA: 1-69/83-85/155-163
DIA 60
CDC: 1-60
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
DIA 1
Constituição Federal: art. 1-4
LINDB
Código de Processo Civil: art. 1° - 15
Código Penal: art. 1° - 12
Código de Processo Penal: art. 1° - 3-F
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
CONCEPÇÕES DE CONSTITUIÇÃO
SOCIOLÓGICA - Ferdinand Lassalle
Soma dos fatores reais de poder.
“Mera folha de papel”
Para Lassale, coexistem em um Estado duas
Constituições: uma real, efetiva,
correspondente à soma dos fatores reais de
poder que regem este país; e outra, escrita,
que consistiria apenas numa “folha de
papel”.
POLÍTICA - Carl Schimtt
Decisão política fundamental.
Diferenciava Constituição de lei
constitucional.
Constituição: decisão política fundamental.
Lei constitucional: pode ou não representar
a Constituição, não dizendo respeito à
decisão política fundamental.
A Constituição seria fruto da vontade do
povo, titular do poder constituinte ; por isso
mesmo é que essa teoria é considerada
DECISIONISTA ou VOLUNTARISTA.
JURÍDICA - Hans Kelsen
Norma hipotética fundamental.
Sentido lógico-jurídico: fundamento
transcendental de sua validade. Norma
hipotética fundamental.
Sentido jurídico-positivo: serve de
fundamento para as demais normas. A
Constituição é o pressuposto de validade
de todas as leis.
CULTURALISTA - Michele Ainis
Fato cultural, tomando por base os direitos
fundamentais pertinentes à cultura.
A Constituição é produto da cultura.
Meirelles Teixeira a partir dessa concepção
cultural cria o conceito de Constituição
Total, segundoo qual: "Constituição é um
conjunto de normas jurídicas fundamentais,
condicionadas pela cultura total, e ao mesmo
tempo condicionantes desta, emanadas da
vontade existencial da unidade política, e
reguladoras da existência, estrutura e fins do
Estado e do modo de exercício e limites do
poder político" (expressão retirada do livro
do professor Dirley da Cunha Júnior na
página 85, o qual retirou do livro de J. H.
Meirelles Teixeira página 78).
https://lfg.jusbrasil.com.br/noticias/1516539/a-constituicao-e-seus-senti
dos-sociologico-politico-e-juridico#:~:text=Meirelles%20Teixeira%20a%2
0partir%20dessa,unidade%20pol%C3%ADtica%2C%20e%20reguladoras
%20da
ABERTA - Peter Haberle
Pode ser interpretada por qualquer do povo,
não só pelos juristas
PLURALISTA - Gustavo Zagrebelsky
Princípios universais
FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO - Konrad
Hesse
Resposta à concepção sociológica de Lassale.
A constituição escrita, por ter um elemento
normativo, pode ordenar e conformar a
realidade política e social, ou seja, é o
resultado da realidade, mas também
interage com esta, modificando-a, estando aí
situada a força normativa da Constituição.
Tabelas feitas com base nas aulas do professor Marcello Novelino e
Livro do Pedro Lenza.
1
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
ELEMENTOS DAS CONSTITUIÇÕES
ORGÂNICO
Estrutura do estado.
Normas reguladoras da estrutura do Estado e do
Poder
LIMITATIVOS
Direitos fundamentais – limitam atuação estatal
(caráter negativo).
SOCIOIDEOLÓGICO
Equilíbrio entre ideias liberais e sociais ao longo da
CF.
Revelam a ideologia que permeia o conteúdo
constitucional, podendo ser identificados nas normas
que consagram os direitos sociais (Capítulo II, Título
II)
DE ESTABILIZAÇÃO
Asseguram solução de conflitos institucionais e
protegem a integridade da Constituição e do Estado
FORMAIS DE APLICABILIDADE
Interpretação e aplicação da Constituição. Ex:
Preâmbulo.
CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
QUANTO AO CONTEÚDO
Constituição material: possui apenas
conteúdo constitucional.
Constituição formal: além de possuir matéria
constitucional, possui outros assuntos. Não
importa o seu conteúdo, mas a forma por
meio da qual foi aprovada.
QUANTO À FORMA
Constituição escrita: é um documento
formal, solene. OBS: Todas as Constituições
brasileiras foram escritas.
Constituição não-escrita (costumeira,
consuetudinária ou histórica): fruto dos
costumes da sociedade.
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO
Constituição dogmática: fruto de um
trabalho legislativo específico. Reflete os
dogmas de um momento específico da
história. OBS: Todas as Constituições
brasileiras foram dogmáticas.
Constituição histórica: fruto de uma lenta
evolução histórica.
QUANTO À ORIGEM
Constituição promulgada (democrática ou
popular): feita pelos representantes do povo.
Brasil: CF-1891, CF-1934, CF-1946 e CF-1988.
Constituição outorgada (ou carta
constitucional): impostas ao povo pelo
governante. Brasil: CF-1824 (Dom Pedro I),
CF-1937 (Getúlio Vargas), CF-1967 (regime
militar).
Constituição cesarista (plebiscitária ou
bonapartista): feita pelo governante e
submetida a apreciação do povo mediante
referendo.
Constituição pactuada (contratual ou
dualista): fruto do acordo entre duas forças
políticas de um país. Ex: Constituição Francesa
de 1791, Magna Carta de 1215.
QUANTO À EXTENSÃO
Constituição sintética (breve, sumária,
sucinta, resumida, concisa): trata apenas
dos temas principais. Ex: Constituição dos
EUA.
Constituição analítica (longa, volumosa,
inchada, ampla, extensa, prolixa,
desenvolvida, larga): entra em detalhes de
certas instituições. Ex: CF-1988.
QUANTO À IDEOLOGIA
Constituição ortodoxa (ou monista): fixa
uma única ideologia estatal. Ex: Constituição
chinesa, Constituição da ex-URSS.
Constituição eclética (ou compromissória):
permite a combinação de ideologias diversas.
QUANTO À FUNÇÃO - J.J.CANOTILHO
Constituição garantia (negativa ou
abstencionista): limita-se a fixar os direitos e
2
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
garantias fundamentais. É uma carta
declaratória de direitos.
Constituição dirigente (ou programática):
além de prever os direitos e garantias
fundamentais, fixa metas estatais. Ex: art. 196,
CF; art. 205, CF; art. 7º, CF; art. 4º, parágrafo
único, CF.
QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO
Constituição unitária (codificada, reduzida
ou orgânica): formada por um único
documento.
Constituição variada (legal, inorgânica ou
esparsa): formada por mais de um
documento.
Art. 5º, § 3º, CF: Os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que
forem aprovados, em cada Casa do Congresso
Nacional, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos
respectivos membros, serão equivalentes às
emendas constitucionais.
ATENÇÃO: A CF/88 nasce como uma
Constituição unitária, mas vem passando por
um processo de descodificação.
QUANTO AO SISTEMA
Constituição principiológica: possui mais
princípios do que regras. Paulo Bonavides
entende que é o caso da CF/1988.
Constituição preceitual: possui mais regras
do que princípios.
QUANTO À ESSÊNCIA (CRITÉRIO ONTOLÓGICO) -
KARL LOEWENSTEIN
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_arti
gos_leitura&artigo_id=7593
Constituição semântica: é a Constituição
cujas normas foram elaboradas para a
legitimação de práticas autoritárias de poder;
geralmente decorrem da usurpação do Poder
Constituinte do povo. Ex: CF-1937, CF-1967.
Constituição nominal (ou nominalista):
quando não há uma concordância, absoluta,
entre as normas constitucionais e as
exigências do processo político, estas não se
adaptando àquelas, isto é, se a dinâmica do
processo político não se adaptar às normas da
Constituição, esta será nominal. É Constituição
sem valor jurídico cujas normas, na maior
parte, são ineficazes.
Constituição normativa: são aquelas, que
possuem valor jurídico, cujas normas
dominam o processo político, logrando
submetê-lo à observação e adaptação de seus
termos; é aquela, na qual, há uma adequação
entre o texto e a realidade social, o seu texto
traduz os anseios de justiça dos cidadãos,
sendo condutor dos processos de poder.
ATENÇÃO: Pedro Lenza afirma que a
Constituição brasileira está caminhando da
Constituição nominal para a normativa.
Contudo, a posição majoritária é de que a
constituição brasileira é normativa.
QUANTO À ORIGEM DE SUA DECRETAÇÃO - JORGE
MIRANDA
Constituição heterônoma (ou
heteroconstituição): feita em um país para
vigorar em outro país.
Constituição autônoma (homoconstituição
ou autoconstituição): feita em um país para
nele vigorar. É a regra geral. Ex: Constituição
brasileira.
CLASSIFICAÇÃO DE RAUL MACHADO HORTA
Constituição expansiva: além de ampliar
temas já tratados, trata de novos temas. Ex:
CF-1988.
Constituição plástica: permite sua ampliação
por meio de leis infraconstitucionais (segundo
a lei, nos termos da lei, etc.). Ex: CF-1988.
QUANTO À ATIVIDADE LEGISLATIVA
Constituição-lei: a constituição é tratada
como uma lei qualquer. Dá ampla liberdade
ao legislador ordinário.
Constituição-fundamento (constituição
total ou ubiquidade constitucional): a
constituição tenta disciplinar detalhes da vida
social. Dá uma pequena liberdade ao
legislador ordinário.
Constituição-moldura (Canotilho:
Constituição-quadro): como a moldura de
3
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
um quadro, a constituição fixa os limites de
atuação do legislador ordinário.
CONSTITUIÇÃO SIMBÓLICA - MARCELO NEVES
É a constituição cujo simbolismo é maior que
seus efeitos práticos. Para Marcelo Neves, a
CF/88 é simbólica por ter um elevado número
de normas programáticas e dispositivos de
alto grau de abstração.
Marcelo Neves afirma que a
constitucionalização simbólica tem como
objetivos confirmar determinados valores
sociais, desejando-se apenas uma vitória
legislativa e fortalecer a confiança do cidadão
no governo ou no Estado, por meio da
legislação álibi, por meio da qual se esvaziam
pressões políticas e apresentam o Estado
como sensível a expectativas dos cidadãos,
porém sem efetividade. Por fim, teria como
terceiro objetivoadiar a solução de conflitos
sociais, por meio de compromissos
dilatórios, postergando-se a verdadeira
decisão para o futuro.
QUANTO AO CONTEÚDO IDEOLÓGICO - ANDRÉ
RAMOS TAVARES
Constituição liberal: possui apenas direitos
individuais ou de 1a dimensão (ex: vida,
liberdade, propriedade). O Estado tem o dever
principal de não fazer. Ex: CF-1824, CF-1891.
Constituição social: além de direitos
individuais, prevê direitos sociais ou de 2a
dimensão (ex: saúde, educação, moradia,
alimentação). O Estado tem o dever principal
de fazer. Ex: CF-1934, CF-1946, CF-1967,
CF-1988.
SEGUNDO JORGE MIRANDA
Constituição provisória (ou
pré-constituição): possui duração reduzida,
até que seja elaborada a constituição
definitiva.
Constituição definitiva: possui prazo
indeterminado de duração. Ex: CF-1988.
CONSTITUIÇÃO BALANÇO OU REGISTRO
Periodicamente elabora-se uma constituição,
fazendo uma análise do avanço social
ocorrido nos anos anteriores.
CONSTITUIÇÃO EM BRANCO
Não prevê regras e limites para o exercício
do poder constituinte derivado
reformador.
QUANTO À RIGIDEZ OU ESTABILIDADE
Constituição imutável (permanente,
granítica ou intocável): não pode ser
alterada, pretendendo-se eterna e
fundando-se na crença de que não haveria
órgão competente para proceder à sua
reforma. Pode estar relacionada a
fundamentos religiosos. Ex: a CF-1824 foi
imutável nos primeiros 4 anos (limitação
temporal).
Constituição rígida: possui um processo de
alteração mais rigoroso que o destinado às
outras leis. Ex: CF-1988.
Constituição flexível: possui o mesmo
processo de alteração que o destinado às
outras leis. Os países de constituição flexível
não possuem o controle de
constitucionalidade.
Constituição transitoriamente flexível: é a
Constituição flexível por algum período, findo
o qual se torna uma Constituição rígida.
Constituição semirrígida (ou semiflexível):
parte dela é rígida e parte é flexível.
Constituição fixa (ou silenciosa): é aquela
que nada prevê sobre sua mudança formal,
sendo alterável somente pelo próprio poder
originário.
Constituição super-rígida: é a Constituição
rígida que possui um núcleo imutável.
CONSTITUIÇÃO DÚCTIL ou CONSTITUIÇÃO SUAVE -
GUSTAVO ZAGREBELSKY
Idealizada pelo jurista italiano Gustavo
Zagrebelsky (constituzione mite).
É aquela que não define ou impõe uma
forma de vida, mas assegura condições
possíveis para o exercício dos mais
4
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
variados projetos de vida. Reflete o
pluralismo ideológico, moral, político e
econômico existente na sociedade.
CONSTITUIÇÃO UNITEXTUAL OU ORGÂNICA
Rechaça a ideia de existência de um bloco de
constitucionalidade, visto que a Constituição
seria disposta em uma estrutura documental
única.
CONSTITUIÇÃO SUBCONSTITUCIONAL
Constituição subconstitucional admite a
constitucionalização de temas excessivos e
o alçamento de detalhes e interesses
momentâneos ao patamar constitucional.
Para Uadi Lammêgo Bulos, citando Hild
Krüger, as constituições só devem trazer
aquilo que interessa à sociedade como um
todo, sem detalhamentos inúteis. Esse
excesso de temas forma as constituições
substitucionais, que são normas que, mesmo
elevadas formalmente ao patamar
constitucional, não o são, porque
encontram-se limitadas nos seus objetivos.
CONSTITUIÇÃO PROCESSUAL, INSTRUMENTAL OU
FORMAL
É um "instrumento de governo definidor de
competências, regulador de processos e
estabelecedor de limites à acção política"
(Canotilho). Seu objetivo é definir
competências, para limitar a ação dos
Poderes Públicos, além de representar
apenas um instrumento pelo qual se eliminam
conflitos sociais.
CONSTITUIÇÃO CHAPA BRANCA
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y
O intuito principal da Constituição é tutelar
interesses e até mesmo privilégios
tradicionalmente reconhecidos aos
integrantes e dirigentes do setor público.
A Constituição é fundamentalmente um
conjunto normativo “destinado a assegurar
posições de poder a corporações e
organismos estatais ou paraestatais. É a visão
da Constituição “chapa-branca”, no sentido de
uma “Lei Maior da organização
administrativa”. Apesar da retórica
relacionada aos direitos fundamentais e das
normas liberais e sociais, o núcleo duro do
texto preserva interesses corporativos do
setor público e estabelece formas de
distribuição e de apropriação dos recursos
públicos entre vários grupos.
Leitura socialmente pessimista da
Constituição que insiste na continuidade da
visão estatalista-patrimonialista da
Constituição e na centralidade do Poder
Executivo em detrimento tanto da
promessa democrática como da tutela
judicial dos direitos individuais.
CONSTITUIÇÃO UBÍQUA
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y
Onipresença das normas e valores
constitucionais no ordenamento jurídico.
Parte-se da constatação de que os conflitos
forenses e a doutrina jurídica foram
impregnados pelo direito constitucional. A
referência a normas e valores constitucionais
é um elemento onipresente no direito
brasileiro pós-1988. Essa
“panconstitucionalização” deve-se ao caráter
detalhista da Constituição, que incorporou
uma infinidade de valores substanciais,
princípios abstratos e normas concretas em
seu programa normativo.
CONSTITUIÇÃO LIBERAL-PATRIMONIALISTA
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y
Objetiva preponderantemente garantir os
direitos individuais, preservando fortes
garantias ao direito de propriedade e
procurando limitar a intervenção estatal na
economia.
CONSTITUIÇÃO PRINCIPIOLÓGICA E JUDICIALISTA
http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/10959/
Resiliencia_constitucional.pdf?sequence=3&isAllowed=y
Leitura da Constituição de 1988 com base nas
seguintes características:
5
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Importância crucial dos direitos fundamentais,
incluindo os sociais, sendo a Constituição de
1988 um texto denso exigente, limitando a
liberdade do legislador e impondo sua
implementação;
Centralidade dos princípios constitucionais
que se multiplicam e adquirem relevância
prática e aplicabilidade imediata, desde
que sejam adotados métodos de
interpretação abertos, evolutivos e
desvinculados da textualidade das regras, em
particular a ponderação de princípios e/ou
valores;
Importância do Poder Judiciário que se torna
protagonista da Constituição de 1988, em
razão da ampliação e da intensificação do
controle de constitucionalidade e da
incumbência de implementar o projeto
constitucional mediante aplicação de métodos
“abertos” de interpretação.
CONSTITUIÇÃO ORAL
É “aquela em que o chefe supremo de um
povo reclama, de viva voz, o conjunto de
normas que deverão reger a vida em
comunidade” (BULOS, 2014, p. 108).
CONSTITUIÇÃO INSTRUMENTAL
Para Uadi Lammêgo Bulos, “é aquela em que
suas normas equivalem a leis processuais. Seu
objetivo é definir competências, para limitar a
ação dos Poderes Públicos” (BULOS, 2014, p.
108).
TRANSCONSTITUCIONALISMO
É fenômeno pelo qual diversas ordens
jurídicas de um mesmo Estado, ou de Estados
diferentes, se entrelaçam para resolver
problemas constitucionais” (BULOS, 2014, p.
90).
CONSTITUIÇÃO.COM ou “CROWDSOURCING”
“É aquela cujo projeto conta a opinião maciça
dos usuários da internet, que, por meio de
sites de relacionamentos, externam seu
pensamento a respeito dos temas a serem
constitucionalizados. Foi a Islândia que,
pioneiramente, no ano de 2011, fez uma
‘constituição.com’ (crowdsourcing)” (BULOS,
2014, p. 112).
MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
JURÍDICO ou HERMENÊUTICO CLÁSSICO - Ernerst
Fosthoff
Identidade entre Constituição e Leis.
Utiliza critérios de Savigny
TÓPICO PROBLEMÁTICO - Theodor Viehweg
Problema-norma.
Estudo da norma através de um problema.
HERMENÊUTICO CONCRETIZADOR - Konrad Hesse
Norma-problema.
Parte-se de pré-compreensões para se
chegar ao sentido danorma.
Interpretação concretizadora.
Constituição tem força para compreender e
alterar a realidade.
NORMATIVO ESTRUTURANTE - Frederic Muller
Parte-se do direito positivo para se chegar à
norma.
Colhe elementos da realidade social para
se chegar à norma.
CIENTÍFICO ESPIRITUAL - Ruldof Smend
Não utiliza-se apenas valores consagrados na
Constituição, mas também valores
extra-constitucionais, como a realidade
social e cultura do povo.
Interpretação sistêmica.
CONCRETISTA DA CONSTITUIÇÃO ABERTA - Peter
Haberle
Interpretação por todo o povo, não apenas
pelos juristas
COMPARAÇÃO - Peter Haberle
Comparar com as diversas Constituições.
6
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
PRINCÍPIOS DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL
PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO
Toda interpretação constitucional se assenta
no pressuposto da superioridade jurídica da
Constituição sobre os demais atos
normativos no âmbito do Estado. Assim, em
razão da supremacia constitucional,
nenhum ato jurídico ou manifestação de
vontade pode subsistir validamente se for
incompatível com a Lei Fundamental.
Em razão da superlegalidade formal
(Constituição como fonte primária da
produção normativa, identificando
competências e procedimentos para a
elaboração dos atos normativos inferiores) e
material da Constituição (subordina o
conteúdo de toda a atividade normativa
estatal à conformidade com os princípios e
regras da Constituição), surge o controle de
constitucionalidade (judicial review), que nada
mais é do que uma técnica de atuação da
supremacia da Constituição.
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE
CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS DO
PODER PÚBLICO
Não sendo evidente a inconstitucionalidade,
havendo dúvida ou a possibilidade de
razoavelmente se considerar a norma
como válida, deve o órgão competente
abster-se da declaração de
inconstitucionalidade.
Havendo alguma interpretação possível que
permita afirmar-se a compatibilidade da
norma com a Constituição, em meio a outras
que carreavam para ela um juízo de
invalidade, deve o intérprete optar pela
interpretação legitimadora, mantendo o
preceito em vigor.
O princípio da presunção de
constitucionalidade das leis e dos atos do
Poder Público (presunção juris tantum) é uma
decorrência do princípio geral da separação
dos Poderes e funciona como fator de
autolimitação da atividade do Judiciário que,
em reverência à atuação dos demais Poderes,
somente deve invalidar os atos diante de
casos de inconstitucionalidade flagrante e
incontestável.
PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A
CONSTITUIÇÃO
Diante de normas plurissignificativas ou
polissêmicas (que possuem mais de uma
interpretação), deve-se preferir a exegese que
mais se aproxime da Constituição (ainda que
não seja a que mais obviamente decorra de
seu texto) e, portanto, que não seja contrária
ao texto constitucional.
PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO
A Constituição deve ser sempre interpretada
em sua globalidade, como um todo, e, assim,
as aparentes antinomias deverão ser
afastadas.
As normas deverão ser vistas como preceitos
integrados (interpretação sistêmica) em um
sistema unitário de regras e princípios.
PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR OU DA
EFICÁCIA INTEGRADORA
Na resolução dos problemas
jurídico-constitucionais deve dar-se primazia
aos critérios ou pontos de vista que
favoreçam a integração política e social e o
reforço da unidade política, ou seja, as
normas constitucionais devem ser
interpretadas com o objetivo de integrar
política e socialmente o povo de um Estado
Nacional.
PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE OU
RAZOABILIDADE
Consubstancia uma pauta de natureza
axiológica que emana diretamente das ideias
de justiça, equidade, bom senso, prudência,
moderação, justa medida, proibição de
excesso, direito justo e valores afins; precede
e condiciona a positivação jurídica, inclusive
de âmbito constitucional; e, ainda, enquanto
princípio geral do direito, serve de regra de
7
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
interpretação para todo o ordenamento
jurídico.
Tal princípio exige a tomada de decisões
racionais, não abusivas, e que respeitem os
núcleos essenciais de todos os direitos
fundamentais. Como parâmetro, é possível
destacar a necessidade de preenchimento de
3 importantes elementos:
a) Necessidade/exigibilidade: a adoção da
medida que possa restringir direitos só se
legitima se indispensável para o caso concreto
e não se puder substituí-la por outra menos
gravosa.
b) Adequação/pertinência/idoneidade: o
meio escolhido deve atingir o objetivo
perquirido.
c) Proporcionalidade em sentido estrito:
sendo a medida necessária e adequada,
deve-se investigar se o ato praticado, em
termos de realização do objetivo pretendido,
supera a restrição a outros valores
constitucionalizados. Podemos falar em
máxima efetividade e mínima restrição.
PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE ou DA
EFICIÊNCIA ou DA INTERPRETAÇÃO EFETIVA
Deve ser entendido no sentido de a norma
constitucional ter a mais ampla efetividade
social.
PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA
Os aplicadores da Constituição, entre as
interpretações possíveis, devem adotar aquela
que garanta maior eficácia, aplicabilidade e
permanência das normas constitucionais,
conferindo-lhes sentido prático e
concretizador, em clara relação com o
princípio da máxima efetividade ou eficiência.
PRINCÍPIO DA JUSTEZA ou DA CONFORMIDADE
(EXATIDÃO ou CORREÇÃO) FUNCIONAL
O STF, ao concretizar a norma constitucional,
será responsável por estabelecer a força
normativa da Constituição, não podendo
alterar a repartição de funções
constitucionalmente estabelecidas pelo
constituinte originário, como é o caso da
separação de poderes, no sentido de
preservação do Estado de Direito.
O seu intérprete final não pode chegar a um
resultado que subverta ou perturbe o
esquema organizatório-funcional
constitucionalmente estabelecido.
PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA ou
HARMONIZAÇÃO
Partindo da ideia de unidade da Constituição,
os bens jurídicos constitucionalizados
deverão coexistir de forma harmônica na
hipótese de eventual conflito ou
concorrência entre eles, buscando, assim,
evitar o sacrifício (total) de um princípio em
relação a outro em choque. O fundamento da
ideia de concordância decorre da inexistência
de hierarquia entre os princípios.
PREÂMBULO
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em
Assembleia Nacional Constituinte para instituir um
Estado Democrático, destinado a assegurar o
exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça como
valores supremos de uma sociedade fraterna,
pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia
social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a solução pacífica das
controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus,
a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL.
O preâmbulo da CR/88 NÃO PODE, por si só, servir
de parâmetro de controle da constitucionalidade
de uma norma.
O preâmbulo traz em seu bojo os valores, os
fundamentos filosóficos, ideológicos, sociais e
econômicos e, dessa forma, norteia a interpretação
do texto constitucional.
Em termos estritamente formais, o Preâmbulo
constitui-se em uma espécie de introdução ao texto
constitucional, um resumo dos direitos que
8
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
permearão a textualização a seguir, apresentando o
processo que resultou na elaboração da Constituição
e o núcleo de valores e princípios de uma nação.
O termo "assegurar" constante no Preâmbulo da
CF/88 constitui-se no marco da ruptura com o
regime anterior e garante a instalação e
asseguramento jurídico dos direitos listados em
seguida e até então não dotados de força normativa
constitucional suficiente para serem respeitados,
sendo eles o exercício dos direitos sociais e
individuais, a liberdade, a segurança, o bem estar, o
desenvolvimento, a igualdade e a justiça.
Nos moldes jurídicos adotados pela CF/88, o
preâmbulo se configura como um elemento que serve
de manifesto à continuidade de todo o
ordenamento jurídicoao conectar os valores do
passado - a situação de início que motivou a
colocação em marcha do processo legislativo - com o
futuro - a exposição dos fins a alcançar -, descrição da
situação que se aspira a chegar.
A invocação à proteção de Deus NÃO TEM força
normativa, NÃO sendo norma de reprodução
obrigatória na Constituição Estadual.
A invocação a Deus, presente no preâmbulo da CF/88,
reflete um sentimento religioso. Isso não faz,
contudo, que o Brasil deixe de ser um Estado laico.
O preâmbulo constitucional situa-se no domínio da
política e reflete a posição ideológica do
constituinte. Logo, não contém relevância jurídica,
não tem força normativa, sendo mero vetor
interpretativo das normas constitucionais, não
servindo como parâmetro para o controle de
constitucionalidade (STF).
Não tem força normativa, embora provenha do
mesmo poder constituinte originário que elaborou
toda a constituição
É destituído de qualquer cogência (MS 24.645
MC/DF);
NÃO INTEGRA o bloco de constitucionalidade;
Não cria direitos nem estabelece deveres;
Seus princípios não prevalecem diante do texto
expresso da constituição;
NATUREZA JURÍDICA DO PREÂMBULO
TESE DA IRRELEVÂNCIA JURÍDICA
O preâmbulo situa-se no DOMÍNIO DA POLÍTICA,
sem relevância jurídica (STF).
ATENÇÃO: apesar de o preâmbulo não possuir força
normativa, ele traz as intenções, o sentido, a origem,
as justificativas, os objetivos, os valores e os ideais de
uma Constituição, servindo de vetor interpretativo.
Trata-se, assim, de um referencial
interpretativo-valorativo da Constituição.
TESE DA PLENA EFICÁCIA
O preâmbulo tem a mesma eficácia jurídica das
normas constitucionais, sendo, porém, apresentado
de forma não articulada.
TESE DA RELEVÂNCIA JURÍDICA INDIRETA
Ponto intermediário entre as duas, já que, muito
embora participe "das características jurídicas da
Constituição'', não deve ser confundido com o
articulado
TÍTULO I
Dos Princípios Fundamentais
PRINCÍPIOS REGRAS
Normas mais amplas,
abstratas, genéricas.
Normas mais específicas,
delimitadas,
determinadas.
Alexy: princípios são
MANDAMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO, que devem
ser cumpridos na maior
intensidade possível.
Dworkin: princípios são
mandamentos normativos
aplicados na DIMENSÃO
DE PESO ou DE
IMPORTÂNCIA.
Alexy: são MANDADOS
DE DEFINIÇÃO.
Devem ser cumpridas
integralmente (all or
nothing).
Em caso de colisão,
resolve-se pela
PONDERAÇÃO.
Em caso de colisão,
resolve-se pela
DIMENSÃO DE
VALIDADE.
9
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Ex: dignidade da pessoa
humana.
Ex: eleição para
Presidente da República.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado
Democrático de Direito e tem como FUNDAMENTOS
(SO-CI-DI-VA-PLU):
I - a SOberania;
II - a CIdadania
III - a DIgnidade da pessoa humana;
IV - os VAlores sociais do trabalho e da livre
iniciativa;
V - o PLUralismo político.
Parágrafo único. TODO O PODER EMANA DO POVO,
que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES – art. 1°, CF
PRINCÍPIO REPUBLICANO
“A República”
PRINCÍPIO FEDERATIVO
“Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel
dos Estados e Municípios e do Distrito Federal”
PRINCÍPIO DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO
“constitui-se em Estado Democrático de Direito”
Art. 2º São Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.
Art. 3º Constituem OBJETIVOS fundamentais da
República Federativa do Brasil (regra do verbo):
I - CONSTRUIR uma sociedade livre, justa e solidária;
II - GARANTIR o desenvolvimento nacional;
III - ERRADICAR a pobreza e a marginalização e
REDUZIR as desigualdades sociais e regionais;
IV - PROMOVER o bem de todos, sem preconceitos de
origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas
relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil
buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de
nações.
DL 4657/42 - LINDB
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a
vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente
publicada - PRINCÍPIO DA VIGÊNCIA SINCRÔNICA
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da
lei brasileira, quando admitida, se inicia 3 meses depois
de oficialmente publicada.
ENTRADA EM VIGOR
BRASIL ESTADO ESTRANGEIRO
45 dias, salvo disposição
em contrário
3 meses
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova
publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo
deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a
correr da nova publicação.
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor
CONSIDERAM-SE LEI NOVA.
10
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
LC 95/98. Art. 8º A vigência da lei será indicada de
forma expressa e de modo a contemplar prazo
razoável para que dela se tenha amplo conhecimento,
reservada a cláusula "entra em vigor na data de
sua publicação" para as leis de pequena
repercussão.
§ 1º A contagem do prazo para entrada em vigor das
leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com
a inclusão da data da publicação e do último dia do
prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua
consumação integral.
§ 2º As leis que estabeleçam período de vacância
deverão utilizar a cláusula ‘esta lei entra em vigor após
decorridos (o número de) dias de sua publicação
oficial’
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a
lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue
[PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE OU PERMANÊNCIA]
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando
expressamente o declare, quando seja com ela
incompatível ou quando regule inteiramente a
matéria de que tratava a lei anterior.
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou
especiais a par das já existentes, NÃO REVOGA NEM
MODIFICA a lei anterior.
REVOGAÇÃO TOTAL Ab-rogação
REVOGAÇÃO PARCIAL Derrogação
REVOGAÇÃO EXPRESSA
OU POR VIA DIRETA
A lei nova taxativamente
declara revogada a lei
anterior ou aponta os
dispositivos que pretende
retirar
REVOGAÇÃO TÁCITA OU
POR VIA OBLÍQUA
A lei posterior é
incompatível com a
anterior, não havendo
previsão expressa no
texto a respeito da sua
revogação
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada
NÃO SE RESTAURA por ter a lei revogadora perdido a
vigência. (REPRISTINAÇÃO)
REPRISTINAÇÃO
É um fenômeno legislativo no qual há a entrada
novamente em vigor de uma norma efetivamente
revogada, pela revogação da norma que a revogou.
A repristinação deve ser expressa dada a dicção do
artigo 2º, § 3º da LICC
EFEITO REPRISTINATÓRIO / REPRISTINAÇÃO
OBLÍQUA OU INDIRETA
É a reentrada em vigor de norma aparentemente
revogada, ocorrendo quando uma norma que a
revogou é declarada inconstitucional.
STF: “A declaração de inconstitucionalidade em
tese encerra um juízo de exclusão, que, fundado
numa competência de rejeição deferida ao STF,
consiste em remover do ordenamento positivo a
manifestação estatal inválida e desconforme ao
modelo plasmado na Carta Política, com todas as
consequências daí decorrentes, inclusive a plena
restauração de eficácia das leis e das normas
afetadas pelo ato declarado inconstitucional”
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando
que não a conhece [PRINCÍPIO DA
OBRIGATORIEDADE DA NORMA]
CORRENTES DOUTRINÁRIAS QUE PROCURAM
JUSTIFICARO CONTEÚDO DA NORMA
TEORIA DA FICÇÃO
LEGAL
A obrigatoriedade foi
instituída pelo ordenamento
para a segurança jurídica
TEORIA DA
PRESUNÇÃO
ABSOLUTA
Haveria uma dedução iure et
de iure de que todos
conhecem as leis
TEORIA DA
NECESSIDADE SOCIAL
Amparada, segundo Maria
Helena Diniz, na premissa
“de que as normas devem
ser conhecidas para que
11
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
melhor sejam observadas”, a
gerar o princípio da vigência
sincrônica da lei
Tartuce, Flávio. Manual de direito civil: volume único / Flávio Tartuce. – 10. ed. – Rio de
Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2020
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso
de acordo com a analogia, os costumes e os
princípios gerais de direito.
Art. 5o Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem
comum.
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral,
respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e
a coisa julgada.
§ 1º Reputa-se ATO JURÍDICO PERFEITO o já
consumado segundo a lei vigente ao tempo em que
se efetuou.
§ 2º Consideram-se ADQUIRIDOS assim os direitos que
o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer,
como aqueles cujo começo do exercício tenha termo
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a
arbítrio de outrem.
§ 3º Chama-se COISA JULGADA ou caso julgado a
decisão judicial de que já não caiba recurso.
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa
determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos
de família
Estatuto pessoal: Pressupõe compatibilidade interna,
chamada de filtragem constitucional. Somente é
possível aplicar a lei do domicílio se houver
compatibilidade com o ordenamento interno.
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será
aplicada a lei brasileira quanto aos impedimentos
dirimentes e às formalidades da celebração.
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se
perante autoridades diplomáticas ou consulares DO
PAÍS DE AMBOS os nubentes.
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os
casos de invalidade do matrimônio a lei do 1°
domicílio conjugal.
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece
à lei do país em que tiverem os nubentes domicílio,
e, se este for diverso, a do 1° domicílio conjugal.
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar
brasileiro, pode, mediante expressa anuência de seu
cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto
de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do
regime de comunhão parcial de bens, respeitados os
direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente
registro.
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou
ambos os cônjuges forem brasileiros, só será
reconhecido no Brasil depois de 1 ano da data da
sentença, salvo se houver sido antecedida de
separação judicial por igual prazo, caso em que a
homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as
condições estabelecidas para a eficácia das sentenças
estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na
forma de seu regimento interno, poderá reexaminar, a
requerimento do interessado, decisões já proferidas em
pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de
divórcio de brasileiros, a fim de que passem a produzir
todos os efeitos legais.
Com a Emenda Constitucional 66, de 13 de julho de
2010, que instituiu o divórcio direto, a homologação
de sentença estrangeira de divórcio para alcançar
eficácia plena e imediata não mais depende de
decurso de prazo, seja de um ou três anos, bastando a
observância das condições gerais estabelecidas na Lei
de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)
e no Regimento Interno do STJ.(SEC 4.445/EX, Rel.
Ministro RAUL ARAÚJO, CORTE ESPECIAL, julgado em
06/05/2015, DJe 17/06/2015)
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da
família estende-se ao outro cônjuge e aos filhos não
emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes
sob sua guarda.
12
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio,
considerar-se-á domiciliada no lugar de sua
residência ou naquele em que se encontre.
Art. 8O [LEX SITUA] Para qualificar os bens e regular as
relações a eles concernentes, aplicar-se-á a lei do país
em que estiverem situados.
§ 1o Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado
o proprietário, quanto aos bens móveis que ele
trouxer ou se destinarem a transporte para outros
lugares.
§ 2o O penhor regula-se pela lei do domicílio que
tiver a pessoa, em cuja posse se encontre a coisa
apenhada.
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações,
aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no
Brasil e dependendo de forma essencial, será esta
observada, admitidas as peculiaridades da lei
estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do
ato.
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se
constituída no lugar em que residir o proponente.
Art. 9, LINDB Art. 435, CC
A obrigação resultante do
contrato reputa-se
constituída no lugar em
que residir o
proponente.
Reputar-se-á celebrado o
contrato no lugar em que
foi proposto.
norma de direito
internacional privado
norma de direito interno
aplicado a contratos em
que as partes estão em
Estados diferentes
aplicada às partes
residentes no Brasil.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 10. A SUCESSÃO POR MORTE OU POR AUSÊNCIA
obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a
situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no
País, será regulada pela lei brasileira em benefício
do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os
represente, sempre que não lhes seja mais
favorável a lei pessoal do de cujus.
Na forma do art. 10, §1º, da LINDB e art. 5º, XXXI, da
CF88, aplicar-se-á nesse processo a norma mais
benéfica, entre a brasileira e a do domicílio do de
cujus, ao cônjuge ou filhos brasileiros, ou daqueles
que os representem. A doutrina vem denominando
esta situação de Princípio do Prélèvement.
(FIGUEIREDO, Luciano e FIGUEIREDO, Roberto. Direito
Civil. 6ª ed. Bahia: Juspodivm, 2016, p. 77).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário
regula a capacidade para suceder.
LEI DO PAÍS DO
DOMICÍLIO DA PESSOA
Começo e fim da
personalidade
Nome
Capacidade
Direitos de família
Penhor
LEI DO PAÍS DA
SITUAÇÃO DOS BENS
Qualificar os bens e regular
as relações a eles
concernentes
LEI DO PAÍS DO
DOMICÍLIO DO
PROPRIETÁRIO
Bens móveis que ele
trouxer ou se destinarem a
transporte para outros
lugares
LEI DO PAÍS EM QUE SE
CONSTITUÍREM
Qualificar e reger as
obrigações
LEI DO PAÍS EM QUE
DOMICILIADO O
DEFUNTO
OU O DESAPARECIDO
Sucessão por morte ou por
ausência
13
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Art. 11. As organizações destinadas a fins de interesse
coletivo, como as sociedades e as fundações, obedecem
à lei do Estado em que se constituírem.
§ 1o Não poderão, entretanto, ter no Brasil filiais,
agências ou estabelecimentos antes de serem os atos
constitutivos aprovados pelo Governo brasileiro,
ficando sujeitas à lei brasileira.
§ 2o Os Governos estrangeiros, bem como as
organizações de qualquer natureza, que eles tenham
constituído, dirijam ou hajam investido de funções
públicas, não poderão adquirir no Brasil bens
imóveis ou susceptíveis de desapropriação.
§ 3o Os Governos estrangeiros podem adquirir a
propriedade dos prédios necessários à sede dos
representantes diplomáticos ou dos agentes
consulares.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária
brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou
aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete
conhecer das ações relativas a imóveis situados no
Brasil.
§ 2o A autoridade judiciária brasileira cumprirá,
concedido o exequatur e segundo a forma estabelecida
pela lei brasileira, as diligências deprecadas por
autoridade estrangeira competente,observando a lei
desta, quanto ao objeto das diligências.
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país
estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os
tribunais brasileiros provas que a lei brasileira
desconheça.
Art. 376. A parte que alegar direito municipal,
estadual, estrangeiro ou consuetudinário
provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz
determinar.
Art. 14. Não conhecendo a lei estrangeira, poderá o juiz
exigir de quem a invoca prova do texto e da vigência.
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença
proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes
requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se
legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das
formalidades necessárias para a execução no lugar em
que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo STJ.
Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia
no Brasil após a homologação de sentença
estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas
rogatórias, salvo disposição em sentido contrário de
lei ou tratado.
A lei ou tratado internacional poderá facilitar ou
dispensar a homologação de sentença estrangeira ou
a concessão do exequatur. Ex: a sentença estrangeira
de divórcio consensual produz efeitos no Brasil,
independentemente de homologação pelo STJ (§ 5º do
art. 961 do CPC/2015).
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO
ESTRANGEIRA
LINDB CPC/15
a) haver sido proferida
por juiz competente;
b) terem sido as partes
citadas ou haver-se
legalmente verificado à
revelia;
c) ter passado em julgado
e estar revestida das
formalidades necessárias
para a execução no lugar
em que foi proferida;
d) estar traduzida por
intérprete autorizado;
e) ter sido homologada
pelo STJ.
I - ser proferida por
autoridade competente;
II - ser precedida de
citação regular, ainda que
verificada a revelia;
III - ser eficaz no país em
que foi proferida;
IV - não ofender a coisa
julgada brasileira;
V - estar acompanhada de
tradução oficial, salvo
disposição que a dispense
prevista em tratado;
VI - não conter
manifesta ofensa à
ordem pública.
14
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Art. 16. Quando, nos termos dos artigos precedentes,
se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-á em
vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer
remissão por ela feita a outra lei.
A TEORIA DO REENVIO, também conhecida como
TEORIA DO RETORNO ou DA DEVOLUÇÃO é uma
forma de interpretação de normas do Direito
Internacional Privado, de forma que haja
substituição da lei nacional pela lei estrangeira, de
modo pelo qual seja desprezado o elemento de
conexão da ordenação nacional, dando preferência ao
apontado pelo ordenamento jurídico alienígena.
Esse instituto é utilizado sempre que ocorrer
problemas nas interpretações de ordem
internacional, servindo como meio importante de
resolução de conflitos, e sempre que for necessário
que o juiz aplique direito estrangeiro.
O reenvio é uma interpretação que desconsidera a
norma material da regra de conexão e aplica o direito
internacional privado estrangeiro para chegar à nova
norma material, geralmente de âmbito nacional.
O reenvio pode ser dividido em 3 graus:
1° grau: consiste em dois países, onde o primeiro
remete uma legislação ao segundo país, que por sua
vez reenvia ao primeiro;
2° grau: compõe-se por três países, onde o primeiro
envia sua legislação ao segundo que a reenvia ao
terceiro;
3° grau: formado por quatro países, no qual o
primeiro remete a legislação ao segundo, que por sua
vez encaminha ao terceiro e finalmente reenvia ao
quarto.
Nesse sentido, o artigo 16 da LINDB proíbe o juiz
nacional de aplicar o reenvio, cabendo apenas a
aplicação do Direito Internacional Privado brasileiro
para determinar o direito material cabível, ficando a
cargo de estrangeiro, se houver, a aplicação do
reenvio.
*http://sabendoodireito.blogspot.com/2013/12/reenvio-artigo-16.html?m=1
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem
como quaisquer declarações de vontade, não terão
eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania
nacional, a ordem pública e os bons costumes.
Art. 18. Tratando-se de brasileiros, são competentes as
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o
casamento e os mais atos de Registro Civil e de
tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de
óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascido no
país da sede do Consulado.
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também
poderão celebrar a separação consensual e o divórcio
consensual de brasileiros, não havendo filhos
menores ou incapazes do casal e observados os
requisitos legais quanto aos prazos, devendo constar
da respectiva escritura pública as disposições relativas à
descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo
cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do
nome adotado quando se deu o casamento
§ 2o É INDISPENSÁVEL a assistência de advogado,
devidamente constituído, que se dará mediante a
subscrição de petição, juntamente com ambas as
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra
constitua advogado próprio, não se fazendo necessário
que a assinatura do advogado conste da escritura
pública.
Art. 19. Reputam-se válidos todos os atos indicados no
artigo anterior e celebrados pelos cônsules brasileiros
na vigência do Decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro
de 1942, desde que satisfaçam todos os requisitos
legais.
Parágrafo único. No caso em que a celebração desses
atos tiver sido recusada pelas autoridades consulares,
com fundamento no artigo 18 do mesmo Decreto-lei, ao
interessado é facultado renovar o pedido dentro em 90
dias contados da data da publicação desta lei.
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e
judicial, não se decidirá com base em valores
jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as
consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a
necessidade e a adequação da medida imposta ou
15
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou
norma administrativa, inclusive em face das possíveis
alternativas.
Art. 21. A decisão que, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, decretar a invalidação de
ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
deverá indicar de modo expresso suas
consequências jurídicas e administrativas.
Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput
deste artigo deverá, quando for o caso, indicar as
condições para que a regularização ocorra de modo
proporcional e equânime e sem prejuízo aos
interesses gerais, não se podendo impor aos
sujeitos atingidos ônus ou perdas que, em função das
peculiaridades do caso, sejam anormais ou excessivos.
Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão
pública, serão considerados os obstáculos e as
dificuldades reais do gestor e as exigências das
políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos
direitos dos administrados.
§ 1º Em decisão sobre regularidade de conduta ou
validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa, serão consideradas as circunstâncias
práticas que houverem imposto, limitado ou
condicionado a ação do agente.
§ 2º Na aplicação de sanções, serão consideradas a
natureza e a gravidade da infração cometida, os
danos que dela provierem para a administração
pública, as circunstâncias agravantes ou atenuantes
e os antecedentes do agente.
§ 3º As sanções aplicadas ao agente serão levadas em
conta na dosimetria das demais sanções de mesma
natureza e relativas ao mesmo fato.
Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou
judicial que estabelecer interpretação ou orientação
nova sobre norma de conteúdo indeterminado,
impondo novo dever ou novo condicionamento de
direito, deverá prever regime de transição quando
indispensável para que o novo dever ou
condicionamento de direito seja cumprido de modo
proporcional,equânime e eficiente e sem prejuízo
aos interesses gerais.
Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa,
controladora ou judicial, quanto à validade de ato,
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa
cuja produção já se houver completado levará em
conta as orientações gerais da época, sendo vedado
que, com base em mudança posterior de orientação
geral, se declarem inválidas situações plenamente
constituídas.
Parágrafo único. Consideram-se orientações gerais as
interpretações e especificações contidas em atos
públicos de caráter geral ou em jurisprudência judicial
ou administrativa majoritária, e ainda as adotadas por
prática administrativa reiterada e de amplo
conhecimento público.
Art. 26. Para eliminar irregularidade, incerteza
jurídica ou situação contenciosa na aplicação do
direito público, inclusive no caso de expedição de
licença, a autoridade administrativa poderá, após
oitiva do órgão jurídico e, quando for o caso, após
realização de consulta pública, e presentes razões de
relevante interesse geral, celebrar compromisso com
os interessados, observada a legislação aplicável, o
qual só produzirá efeitos a partir de sua publicação
oficial.
§ 1º O compromisso referido no caput deste artigo:
I - buscará solução jurídica proporcional, equânime,
eficiente e compatível com os interesses gerais;
III - não poderá conferir desoneração permanente de
dever ou condicionamento de direito reconhecidos por
orientação geral;
IV - deverá prever com clareza as obrigações das
partes, o prazo para seu cumprimento e as sanções
aplicáveis em caso de descumprimento.
Art. 27. A decisão do processo, nas esferas
administrativa, controladora ou judicial, poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos
anormais ou injustos resultantes do processo ou da
conduta dos envolvidos.
16
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
§ 1º A decisão sobre a compensação será motivada,
ouvidas previamente as partes sobre seu cabimento,
sua forma e, se for o caso, seu valor.
§ 2º Para prevenir ou regular a compensação, poderá
ser celebrado compromisso processual entre os
envolvidos.
Art. 28. O agente público responderá pessoalmente
por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo
ou erro grosseiro.
Art. 29. Em qualquer órgão ou Poder, a edição de atos
normativos por autoridade administrativa, salvo os de
mera organização interna, poderá ser precedida de
consulta pública para manifestação de interessados,
preferencialmente por meio eletrônico, a qual será
considerada na decisão
§ 1º A convocação conterá a minuta do ato normativo e
fixará o prazo e demais condições da consulta pública,
observadas as normas legais e regulamentares
específicas, se houver.
Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para
aumentar a segurança jurídica na aplicação das
normas, inclusive por meio de regulamentos, súmulas
administrativas e respostas a consultas.
Parágrafo único. Os instrumentos previstos no caput
deste artigo terão caráter vinculante em relação ao
órgão ou entidade a que se destinam, até ulterior
revisão.
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
DEVIDO PROCESSO LEGAL
Art. 5º, LIV.
Assegura que ninguém perca os seus bens ou a sua
liberdade sem que sejam respeitadas a lei e as
garantias processuais inerentes ao processo. Pode ser
substancial ou processual.
ACESSO À JUSTIÇA
Art. 5º, XXXV.
A lei não pode excluir da apreciação do Judiciário
nenhuma lesão ou ameaça de lesão a direito. E o
Judiciário deve responder a todos os requerimentos a
ele dirigidos (ação em sentido amplo).
CONTRADITÓRIO
Art. 5º, LV.
Deve-se dar ciência aos participantes do processo de
tudo o que nele ocorre, dando-lhes oportunidade de
se manifestar e de se opor aos requerimentos do
adversário
DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO
Art. 5º, LXXVIII.
Princípio dirigido ao legislador e ao juiz. Ao legislador,
a fim de que, na edição de leis processuais, cuide para
que o processo chegue ao fim almejado no menor
tempo possível e com a maior economia de esforços e
gastos. Ao juiz, a fim de que conduza o processo com
toda a presteza possível.
ISONOMIA
Art. 5º, caput e inc. I.
Também dirigida ao legislador e ao juiz, exige que a lei
e o Judiciário tratem igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais na medida da sua
desigualdade (isonomia real).
IMPARCIALIDADE DO JUIZ
Art. 5º, LIII e XXXVII.
Para toda causa há um juiz natural, apurado de
acordo com regras previamente existentes no
ordenamento jurídico. Em razão disso, é vedada a
criação de juízos ou tribunais de exceção.
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Não tem previsão expressa.
Conquanto não previsto, decorre implicitamente da
adoção, pela CF, de um sistema de juízos e tribunais
que julgam recursos contra decisões inferiores. No
entanto, nada impede que, em algumas
circunstâncias, não exista o duplo grau.
PUBLICIDADE DOS ATOS PROCESSUAIS
Art. 5º, LX, que atribui à lei a regulamentação dos
casos de sigilo (art. 189 do CPC).
17
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
Os atos processuais são públicos, o que é necessário
para assegurar a transparência da atividade
jurisdicional. A Constituição atribui à lei a
regulamentação dos casos de
sigilo, quando a defesa da intimidade ou o interesse
público ou social o exigirem. Tal regulamentação foi
feita no art. 189 do CPC
MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES
Art. 93, IX.
Também para que haja transparência da atividade
judiciária, há necessidade de que todas as decisões
dos juízos e tribunais sejam motivadas, para que os
litigantes, os órgãos superiores e a sociedade possam
conhecer a justificação para cada uma das decisões.
PRINCÍPIOS INFRACONSTITUCIONAIS DO PROCESSO
CIVIL
DISPOSITIVO
Não há dispositivo específico.
Nos processos que versam sobre interesses
disponíveis, as partes podem transigir, o autor pode
renunciar ao direito e o réu pode reconhecer o
pedido. Cumpre ao interessado ajuizar a demanda e
definir os limites objetivos e subjetivos da lide. Mas,
no que concerne à condução do processo e à
produção de provas, vigora o princípio inquisitivo, por
força do art. 370 do CPC, sendo supletivas as regras
do ônus da prova.
IMEDIAÇÃO
Art. 456 do CPC.
Derivado da oralidade, determina que o juiz colha
diretamente a prova, sem intermediários
IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
Não há dispositivo específico no CPC, mas prevalece a
regra do art. 132 do CPC de 1973.
O juiz que colheu prova oral em audiência fica
vinculado ao julgamento do processo,
desvinculando-se apenas nas hipóteses do art. 132 do
CPC de 1973.
CONCENTRAÇÃO
Art. 365 do CPC.
A audiência de instrução e julgamento é una e
contínua. Caso não seja possível concluí-la no mesmo
dia, o juiz designará outra data em continuação
IRRECORRIBILIDADE, EM SEPARADO DAS
INTERLOCUTÓRIAS
Art. 1.009, § 1º, do CPC.
Em regra, contra as decisões interlocutórias, o recurso
cabível – o agravo – não suspenderá o processo
PERSUASÃO RACIONAL
Art. 371 do CPC.
Cabe ao juiz apreciar livremente as provas, devendo
indicar, na sentença, os motivos de sua decisão, que
devem estar amparados nos elementos constantes
dos autos.
BOA-FÉ
Art. 5º do CPC.
Todos aqueles que participam do processo devem
comportar-se de acordo com a boa-fé.
COOPERAÇÃO
Art. 6º do CPC.
Exige que as partes cooperem para que o processo
alcance bom resultado, em tempo razoável.
Gonçalves, Marcus Vinicius Rios. Direito processual civil / Pedro Lenza ; Marcus Vinicius
Rios Gonçalves. – Esquematizado® – 11. ed. – São Paulo : Saraiva Educação, 2020
PARTE GERAL
LIVRO I
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS
NORMAS PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL
Art. 1o O processo civil será ordenado, disciplinado e
interpretado conforme os valores e as normas
fundamentais estabelecidos na Constituição da
República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
FPPC369. (arts. 1º a 12) O rol de normas
fundamentais previsto no Capítulo I do Título Único
do Livro I da Parte Geral do CPC não é exaustivo
18
CAIO VINICIUSXAVIER VARELLA - 39644530802
FPPC370. (arts. 1º a 12) Norma processual
fundamental pode ser regra ou princípio
Art. 2o O processo começa por iniciativa da parte e se
desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções
previstas em lei. [PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
+ PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL]
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional
ameaça ou lesão a direito. [PRINCÍPIO DA
INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO]
§ 1o É PERMITIDA A ARBITRAGEM, na forma da lei.
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a
solução consensual dos conflitos.
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de
solução consensual de conflitos deverão ser
estimulados por juízes, advogados, defensores
públicos e membros do Ministério Público, inclusive
no curso do processo judicial.
Súmula 485-STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos
contratos que contenham cláusula arbitral, ainda que
celebrados antes da sua edição.
FPPC371. (arts. 3, §3º, e 165). Os métodos de solução
consensual de conflitos devem ser estimulados
também nas instâncias recursais
FPPC485. (art. 3º, §§ 2º e 3º; art. 139, V; art. 509; art.
513) É cabível conciliação ou mediação no processo
de execução, no cumprimento de sentença e na
liquidação de sentença, em que será admissível
a apresentação de plano de cumprimento da
prestação.
FPPC573. (arts.3º,§§2ºe3º;334) As Fazendas Públicas
devem dar publicidade às hipóteses em que seus
órgãos de Advocacia Pública estão autorizados a
aceitar autocomposição.
FPPC618. (arts.3º, §§ 2º e 3º, 139, V, 166 e 168; arts. 35
e 47 da Lei nº 11.101/2005; art. 3º, caput, e §§ 1º e 2º,
art. 4º, caput e §1º, e art. 16, caput, da Lei nº
13.140/2015). A conciliação e a mediação são
compatíveis com o processo de recuperação
judicial.
ESPÉCIES DE AUTOCOMPOSIÇÃO
TRANSAÇÃO
ocorre por meio de transações
bilaterais, ou seja, ambos
renunciam a parcela de seus
interesses, buscando a realização
de um acordo. Pode ocorrer judicial
ou extrajudicialmente.
RENÚNCIA
o autor abdica/renuncia
integralmente de sua pretensão
SUBMISSÃO
o réu reconhece a procedência do
pleito autoral.
*Informações retiradas do site www.dizerodireito.com.br
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo
razoável a solução integral do mérito, incluída a
atividade satisfativa. [PRINCÍPIO DA DURAÇÃO
RAZOÁVEL DO PROCESSO]
Princípios da primazia da solução integral de mérito,
executividade dos provimentos jurisdicionais e
duração razoável do processo.
FPPC372. (art. 4º) O art. 4º tem aplicação em todas as
fases e em todos os tipos de procedimento, inclusive
em incidentes processuais e na instância recursal,
impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o
saneamento de vícios para examinar o mérito,
sempre que seja possível a sua correção.
FPPC373. (arts. 4º e 6º) As partes devem cooperar
entre si; devem atuar com ética e lealdade, agindo
de modo a evitar a ocorrência de vícios que
extingam o processo sem resolução do mérito e
cumprindo com deveres mútuos de esclarecimento e
transparência.
FPPC574. (arts.4º; 8º) A identificação de vício
processual após a entrada em vigor do CPC de 2015
gera para o juiz o dever de oportunizar a
regularização do vício, ainda que ele seja anterior.
FPPC666 (arts. 4º, 139, X, 317, 488 e 932, parágrafo
único; art. 5º, §3º, Lei 7.347/1985 e art. 9º da Lei de
Ação Popular) O processo coletivo não deve ser
extinto por falta de legitimidade quando um
19
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
legitimado adequado assumir o polo ativo ou
passivo da demanda
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do
processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
FPPC374. (art. 5º) O art. 5º prevê a boa-fé objetiva
FPPC375. (art. 5º) O órgão jurisdicional também
deve comportar-se de acordo com a boa-fé
objetiva.
FPPC376. (art. 5º) A vedação do comportamento
contraditório aplica-se ao órgão jurisdicional.
FPPC377. (art. 5º) A boa-fé objetiva impede que o
julgador profira, sem motivar a alteração, decisões
diferentes sobre uma mesma questão de direito
aplicável às situações de fato análogas, ainda que
em processos distintos.
FPPC378. (arts. 5º, 6º, 322, §2º, e 489, §3º) A boa fé
processual orienta a interpretação da postulação e
da sentença, permite a reprimenda do abuso de
direito processual e das condutas dolosas de todos os
sujeitos processuais e veda seus comportamentos
contraditórios.
JDPC1 A verificação da violação à boa-fé objetiva
dispensa a comprovação do animus do sujeito
processual.
JDPC2 As disposições do Código de Processo Civil
aplicam-se supletiva e subsidiariamente às Leis n.
9.099/1995, 10.259/2001 e 12.153/2009, desde que
não sejam incompatíveis com as regras e princípios
dessas Leis.
COROLÁRIOS DA BOA-FÉ OBJETIVA
SUPRESSIO
(VERWIRKUNG)
Supressão a um direito pelo seu
não exercício. No campo
processual, verifica-se na perda
de um poder processual pelo
seu não exercício.
A chamada “nulidade de
algibeira (ou de bolso) se
configura quando a parte,
embora tenha o direito de
alegar nulidade mantém-se
inerte durante longo período,
deixando para realizar a
alegação no momento que
melhor lhe convier, não é
admitida, por violar a boa-fé
processual.
Art. 278. A nulidade dos atos deve
ser alegada na primeira
oportunidade em que couber à
parte falar nos autos, sob pena de
preclusão. Parágrafo único. Não se
aplica o disposto no caput às
nulidades que o juiz deva decretar
de ofício, nem prevalece a
preclusão provando a parte
legítimo impedimento.
SURRECTIO
Surgimento de um direito em
razão da supressão causada pelo
comportamento da parte
contrária. Note-se que surrectio e
supressio são dois lados da mesma
moeda.
EXCEPCIO DOLI
Defesa da parte contra ações
dolosas da parte contrária,
sendo a boa-fé nesse caso
utilizada como defesa. No
processo vem sendo entendida
como a exceção que a parte tem
para paralisar o comportamento
de quem age dolosamente contra
si.
VENIRE CONTRA
FACTUM
PROPRIUM
Proíbe a adoção de
comportamento contraditório
(contrariando comportamento
anterior), violando os deveres
de confiança e lealdade (a
legítima confiança de outrem na
conservação objetiva da conduta
anterior).
Art. 1.000. A parte que aceitar
expressa ou tacitamente a
decisão não poderá recorrer.
Enunciado FPPC 376. (Art. 5º): A
vedação do comportamento
contraditório aplica-se ao órgão
jurisdicional.
20
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
TU QUOQUE
Como decorrência do princípio da
boa-fé processual objetiva não
pode a parte criar dolosamente
situações que viciem o processo
para, depois, alegar nulidade,
tirando proveito da situação.
Assim, veda-se o
comportamento não esperado,
adotado em situação de abuso.
Art. 276. Quando a lei prescrever
determinada forma sob pena de
nulidade, a decretação desta não
pode ser requerida pela parte que
lhe deu causa.
Aquele que despreza a norma
não pode dela se aproveitar.
*Informações retiradas do site
https://blog.ebeji.com.br/funcoes-reativas-ou-aspectos-parcelares-da-boa-fe-objet
iva-na-jurisprudencia-do-stj/
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar
entre si para que se obtenha, em tempo razoável,
decisão de mérito justa e efetiva.
FPPC6. (arts. 5º, 6º e 190) O negócio jurídico
processual não pode afastar os deveres inerentes à
boa-fé e à cooperação.
FPPC619. (arts.6º, 138, 982, II, 983, §1º) O processo
coletivo deverá respeitar as técnicas de ampliação
do contraditório, como a realização de audiências
públicas, a participação de amicus curiae e outros
meios de participação
FPPC667 (arts. 6º, 8º e 18; art. 6º, § 3º, da Lei n.º
4.717/1965) Admite-se a migração de polos nas ações
coletivas, desde que compatível com o
procedimento.
DEVERES DE
COOPERAÇÃO
DO JUIZ
“PECA”
PREVENÇÃO: O juiz deve advertir
as partes sobre os riscos e
deficiências das manifestações e
estratégias por elas adotadas,
conclamando-as a corrigir os
defeitos sempre que possível.
ESCLARECIMENTO: Cumpre ao juiz
esclarecer-se quanto às
manifestações das partes:
questioná-las quanto a
obscuridades em suas petições;
pedir que esclareçam ou
especifiquem requerimentos feitos
em termos mais genéricos e assimpor diante.
CONSULTA (DIÁLOGO): Impõe-se
reconhecer o contraditório não
apenas como garantia de embate
entre as partes, mas também
como dever de debate do juiz
com as partes
AUXÍLIO (ADEQUAÇÃO): o juiz
deve ajudar as partes,
eliminando obstáculos que lhes
dificultem ou impeçam o
exercício das faculdades
processuais.
Art. 7o É assegurada às partes paridade de
tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus,
aos deveres e à aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
FPPC107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de
ofício, dilatar o prazo para a parte se manifestar
sobre a prova documental produzida.
FPPC235. (arts. 7º, 9º e 10, CPC; arts. 6º, 7º e 12 da Lei
12.016/2009) Aplicam-se ao procedimento do
mandado de segurança os arts. 7º, 9º e 10 do CPC.
FPPC379. (art. 7º) O exercício dos poderes de direção
do processo pelo juiz deve observar a paridade de
armas das partes.
Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem
comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade,
a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a
eficiência.
21
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
FPPC380. (arts. 8º, 926, 927) A expressão
“ordenamento jurídico”, empregada pelo Código de
Processo Civil, contempla os precedentes
vinculantes
FPPC620. (arts.8º, 11, 554, §3º) O ajuizamento e o
julgamento de ações coletivas serão objeto da mais
ampla e específica divulgação e publicidade.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das
partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no
art. 311, incisos II (as alegações de fato puderem ser
comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
em súmula vinculante) e III (pedido reipersecutório
fundado em prova documental adequada do
contrato de depósito, caso em que será decretada a
ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação
de multa);
III - à decisão prevista no art. 701 (sendo evidente o
direito do autor, o juiz deferirá a expedição de
mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para
execução de obrigação de fazer ou de não fazer,
concedendo ao réu prazo de 15 dias para o
cumprimento e o pagamento de honorários
advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à
causa).
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de
jurisdição, com base em fundamento a respeito do
qual não se tenha dado às partes oportunidade de
se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a
qual deva decidir de ofício [PRINCÍPIO DO
CONTRADITÓRIO SUBSTANCIAL - objetiva evitar
decisões surpresas]
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça,
pode ser autorizada a presença somente das partes, de
seus advogados, de defensores públicos ou do
Ministério Público.
Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão,
PREFERENCIALMENTE, à ordem cronológica de
conclusão para proferir sentença ou acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá
estar permanentemente à disposição para consulta
pública em cartório e na rede mundial de
computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência,
homologatórias de acordo ou de improcedência
liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação
de tese jurídica firmada em julgamento de casos
repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de IRDR;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas
pelo CNJ;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais
que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim
reconhecida por decisão fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a
ordem cronológica das conclusões entre as
preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o
§ 1o, o requerimento formulado pela parte NÃO
ALTERA a ordem cronológica para a decisão, exceto
quando implicar a reabertura da instrução ou a
conversão do julgamento em diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o
processo retornará à mesma posição em que
anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o
ou, conforme o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo
quando houver necessidade de realização de diligência
ou de complementação da instrução;
22
CAIO VINICIUS XAVIER VARELLA - 39644530802
II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II
(publicado o acórdão paradigma o órgão que proferiu o
acórdão recorrido, na origem, reexaminará o processo
de competência originária, a remessa necessária ou o
recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido
contrariar a orientação do tribunal superior).
FPPC382. (art. 12) No juízo onde houver cumulação de
competência de processos dos juizados especiais com
outros procedimentos diversos, o juiz poderá
organizar duas listas cronológicas autônomas, uma
para os processos dos juizados especiais e outra para
os demais processos.
FPPC486. (art. 12; art. 489) A inobservância da ordem
cronológica dos julgamentos NÃO IMPLICA, POR SI, A
INVALIDADE DO ATO DECISÓRIO
CAPÍTULO II
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas
processuais brasileiras, ressalvadas as disposições
específicas previstas em tratados, convenções ou
acordos internacionais de que o Brasil seja parte.
Art. 14. A norma processual NÃO RETROAGIRÁ e será
aplicável imediatamente aos processos em curso,
respeitados os atos processuais praticados e as
situações jurídicas consolidadas sob a vigência da
norma revogada
SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS PROCESSUAIS:
cada ato deve ser considerado isoladamente, devendo
ser regido pela lei em vigor no momento de sua
prática.
Pelo SISTEMA DE ISOLAMENTO DOS ATOS
PROCESSUAIS, não é possível a lei nova retroagir
para alcançar ato já praticado ou efeito dele
decorrente; a lei nova só alcança os próximos atos
a serem praticados no processo.
Fundamentos constitucionais para tal sistema: (i)
princípio da segurança jurídica e a (ii) regra da
irretroatividade das leis.
STJ, REsp 1.404.79/SP: Ocorre que, por mais que a lei
processual seja aplicada imediatamente aos processos
pendentes, deve-se ter conhecimento que o processo
é constituído por inúmeros atos. Tal entendimento
nos leva à chamada “Teoria dos Atos Processuais
Isolados”, em que cada ato deve ser considerado
separadamente dos demais para o fim de se
determinar qual a lei que o rege, recaindo sobre ele a
preclusão consumativa, ou seja, a lei que rege o ato
processual é aquela em vigor no momento em que ele
é praticado. Seria a aplicação do Princípio tempus
regit actum. Com base neste princípio, temos que a
lei processual atinge o processo no estágio em que ele
se encontra, onde a incidência da lei nova não gera
prejuízo algum às parte, respeitando-se a eficácia do
ato processual já praticado. Dessa forma, a publicação
e entrada em vigor de nova lei só atingem os atos
ainda por praticar, no caso, os processos futuros, não
sendo possível falar em retroatividade da nova norma,
visto que os atos anteriores de processos em curso
não serão atingidos.
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos
eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as
disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva
e subsidiariamente.
JDPC3 As disposições do Código de Processo Civil
aplicam-se supletiva e subsidiariamente ao Código
de Processo Penal, no que não forem incompatíveis
com esta Lei.
CÓDIGO PENAL
CONCEITO DE DIREITO PENAL
ASPECTO FORMAL

Continue navegando