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WBA0865_v1.0 APRENDIZAGEM EM FOCO PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE 2 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior Olá, aluno (a)! Torço para que você esteja animado (a) para começar a estudar mais essa disciplina em seu curso. O que falaremos durante as próximas aulas é sobre a Proteção do Meio Ambiente. Quando pensamos em meio ambiente, logo lembramos das florestas, rios, nascentes, poluição do ar, fauna e flora. Entretanto, é preciso lembrar também que o meio ambiente pode ser aquele construído, como, por exemplo, nossas casas, ambiente de trabalho, cidade etc. É muito importante que, durante esta disciplina, você leve isso em consideração, certo? Você poderá aprender sobre como a proteção do meio ambiente é importante e fundamental nos dias de hoje. Como as empresas podem avaliar seus riscos ambientais por meio de documentações, observação, análises quantitativas e qualitativas. Como o descarte de resíduos sólidos, correta destinação e tratamento de efluentes líquidos e a avaliação e controle de poluentes atmosféricos é muito importante. Por fim, veremos como elaborar documentos ambientais, como o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), além de visualizar exemplos práticos de documentações importantes, como o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Plano de Controle Ambiental (PCA). Que este breve resumo seja animador a você! Caso nunca tenha trabalhado com questões ambientais, é importante reforçar que, em muitas empresas, os setores de Segurança do Trabalho e Meio Ambiente formam uma equipe, que trabalha, principalmente, para garantir a segurança do trabalhador e a proteção do meio ambiente. 3 É desejado que sua jornada nesta disciplina seja repleta de informações relevantes, que tragam muito conhecimento para enriquecer ainda mais sua vida profissional. Bons estudos! INTRODUÇÃO Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática profissional. Vem conosco! Gerenciamento e técnicas aplicadas para riscos ambientais ______________________________________________________________ Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior TEMA 1 5 DIRETO AO PONTO A proteção ambiental consiste na preservação do ambiente natural, tanto para que o mundo que conhecemos hoje seja o mesmo para as gerações posteriores, quanto para a própria saúde e bem-estar dos seres humanos. O crescimento da urbanização e a industrialização, principalmente após a segunda Revolução Industrial, trouxe um conceito de crescimento econômico e consumo desenfreado, sem pensar na preservação dos recursos naturais. O reconhecimento internacional da necessidade da preservação do meio ambiente natural ficou evidenciado somente em 1972, com a Declaração sobre o Ambiente Humano na Conferência de Estocolmo, e foi quando se instituiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Somente vinte anos após, aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (ECO-92), cujo principal objetivo foi debater os problemas ambientais mundiais, produzindo a Agenda 21. Diante desse contexto internacional, na participação de muitos países quanto ao reconhecimento da importância da preservação ambiental, e no estabelecimento de metas de redução de impacto, é importante ressaltar não somente a participação do governo, mas também das organizações e dos cidadãos. A proteção ambiental só é eficaz se o tripé funcionar em harmonia: legislação ambiental, ética no governo e organizações, e a educação da população. Para que a proteção do meio ambiente se torne realidade, essas áreas devem se desenvolver em conjunto, só assim alcançaremos o desenvolvimento sustentável. A forma mais usual de promover a segurança em um ambiente de trabalho é por meio do gerenciamento de risco, que foca na prevenção de acidentes e danos à saúde e ao meio ambiente. 6 Esta metodologia visa identificar todos os riscos (físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes) existentes em cada setor da organização, por meio de metodologia qualitativa (visitas in loco, vídeos e fotos) e/ou quantitativas (medições, amostras e análises), visando a eliminação ou minimização dos riscos para controle e acompanhamento de situações prováveis de acidentes. Atualmente, uma nova classificação de risco pode ser incorporada, os riscos ecológicos. O roteiro de atividades para identificação de riscos ambientais está exemplificado na Figura 1. Figura 1 – Roteiro de atividades para identificação de riscos ambientais Fonte: adaptado de Barbosa Filho (2019). 7 Como ponto de partida, Barbosa Filho (2019, p.102) enfatiza que deverão ser identificadas toda e qualquer possibilidade de risco. Após essa identificação, todo risco deverá ser avaliado quanto a sua potencialidade danosa e chances de ocorrência, podendo ser por meio de avaliações qualitativas (verificando o risco sem realizar medições para comprovação) e/ou quantitativas (atribuindo um valor para a exposição do colaborador ao risco). Na sequência, Barbosa Filho (2019, p.104) afirma que o gestor terá as ferramentas necessárias para priorizar intervenções, no intuito de proteger as pessoas expostas a estes e a possíveis danos ambientais. Deverá buscar, preferencialmente, a eliminação das fontes desses riscos e, se verificada a impossibilidade de tal realização por critérios técnicos ou até mesmo econômicos, deverá proceder com a minimização do risco. O mapeamento de riscos ocupacionais faz parte do Programa de Gerenciamento de Risco (PGR), constante na Norma Regulamentadora 1 (NR-1) (BRASIL, 2020). Cabe, então, ao gestor de cada área, implementar as medidas necessárias para possíveis riscos em seu setor. Se tratando do ambiente natural, os riscos de acidentes ambientais podem acarretar impactos ambientais negativos e que podem afetar toda a biota e seres humanos. Se não mapeados e estabelecidos planos de contingência, os acidentes ambientais podem causar também a morte de seres humanos e impactos irreversíveis ao meio ambiente, assim como aconteceu no Brasil nos municípios de Mariana (2015) e Brumadinho (2019). Referências bibliográficas BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-01 - Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, 2020. BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2010. 8 PARA SABER MAIS A Curva FN e os Contornos iso-risco são algumas das técnicas mais utilizadas para estimativa e avaliação de riscos. Usualmente, a Curva FN é associada ao risco social, enquanto a curva de Iso-risco, à risco individual. A Curva FN é representada por um gráfico, realizada para um agrupamento de pessoas que podem estar presentes ao entorno de um perigo, por um período definido. A letra F representa a frequência de ocorrência, plotada no eixo y, e o N são os números de vítimas em cada cenário, plotada no eixo x. Usualmente, o número de vítimas é determinado a partir da distribuição espacial da população local e da probabilidade de acidentes, podendo ser levada em consideração a população de interesse, a distribuição populacional para períodos diurnos e noturnos, e a probabilidade de fatalidades das pessoas expostas em função dos mecanismos de proteção adotados (OLIVEIRA, 2014, p.11). A curva FN de tolerabilidade para risco social possui as zonas negligenciáveis, região As low as reasonably practicable (ALARP), onde apesar de serem menores, devem ser reduzidas, e a zona intolerável. A Curva de Iso-risco (ou contornos de risco individual) considera a natureza do dano e o período (tempo) que pode ocorrer. Esse tipo de gráfico permite visualizar geograficamente as regiões.Deve- se analisar se as curvas do iso-risco atingem alguma área com população existente e se essas áreas estão dentro do limite tolerável para o risco individual (OLIVEIRA, 2014, p.11). Se aplicarmos essa metodologia para uma indústria de produtos químicos, podemos realizar uma abordagem para a quantificação, além dos riscos convencionais (químicos, físicos, biológicos, 9 ergonômico e de acidente), também os riscos ecológicos, que simulam probabilidades de extinção de espécies, ou declínios populacionais. Vale ressaltar que a maior parte dos estudos de análise de riscos ecológicos focam em eventos que ocorrerão (como, por exemplo, se lançarmos pesticidas não regulamentados, teremos contaminação de solo) e não em eventos com menor probabilidade de ocorrência (DUARTE, 2011). Referências bibliográficas DUARTE, H. de O. Uma abordagem para a quantificação de riscos ecológicos inerentes a acidentes industriais com substâncias tóxicas. In: Simpósio Brasileiro De Pesquisa Operacional, Anais..., p. 363-374. Ubatuba: Sbpo, 2011. OLIVEIRA, L. F. S. de. Importância do Critério de Aceitabilidade na Análise de Risco. São Paulo: Abrisco, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Você, como um (a) profissional de segurança do trabalho e meio ambiente, é responsável pelo gerenciamento de resíduos da empresa onde trabalha, cuja principal atividade gera resíduos químicos altamente poluentes para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores da organização. A alta direção de sua empresa não se preocupa com os riscos de acidentes, caso o gerenciamento dos resíduos não aconteça de forma correta. Reflita sobre os limites de seu trabalho como profissional, ou seja, o que pode comprometer a execução do trabalho para o qual foi contratado (a). Como você lidaria com a falta de apoio da gerência/ direção de sua organização? Como conscientizaria seus colegas de trabalho para que obter colaboração no gerenciamento dos resíduos? 10 Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Esta obra apresenta os principais desafios na segurança do trabalho, voltados para o meio ambiente. É de suma importância, e muito discutido nos dias de hoje, como a segurança pode promover um meio ambiente equilibrado e o desenvolvimento sustentável. De forma clara e objetiva, este livro discorre os principais pontos de Indicações de leitura 11 atenção para a temática, com ótimos exemplos pertinentes a este curso. BARBOSA FILHO, A. N. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2010. Indicação 2 Este trabalho apresenta, na prática, como podemos executar uma metodologia de análise de risco voltada para a gestão ambiental. São evidenciadas as importâncias de se averiguar também os riscos que levam à contaminação ambiental. Apesar de ser aplicado para dutovias de petróleo e derivados, a mesma metodologia pode ser aplicada para todas as organizações, visto que toda e qualquer indústria pode gerar impactos ambientais se seus processos não forem gerenciados de forma adequada. VIANA, V. C. Desenvolvimento de Metodologia de Análise Quantitativa de Risco para Dutovias de Petróleo e Derivados. Dissertação (Doutorado) , curso de Engenharia de Produção, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/ bitstream/123456789/5387/1/arquivo509_1.pdf. Acesso em: 01 jul. 2021. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 12 1. A avaliação dos riscos ambientais busca mapear todos os setores da empresa, a fim de promover a integridade, saúde e segurança do trabalhador, além da proteção ao meio ambiente natural. Assinale a alternativa correta acerca dos riscos ambientais em um ambiente natural. a. Os riscos para o meio ambiente não devem ser considerados, pois somente os riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes estão presentes no PGR. b. É importante identificar os riscos ambientais de todas as atividades, pois, assim, é possível prevenir danos e diminuir impactos. c. Avaliar os riscos ambientais é importante somente se a alta administração da organização estiver interessante e disposta a identificar possíveis falhas. d. Os riscos ambientais se referem somente ao meio ambiente construído, e não leva em consideração o meio ambiente natural (solo, água, resíduos). e. Não é possível identificar os riscos ambientais para todas as organizações, pois as metodologias para avaliação de risco existem somente para determinadas empresas. 2. Sabemos que as atividades laborais podem gerar riscos, que estão muito atrelados à atividade que a empresa exerce. Os riscos podem ser físicos, químicos, biológicos, ergonômicos ou de acidente. É muito importante que as organizações gerenciem estes riscos, pois afeta diretamente na saúde e segurança do trabalhador e do meio ambiente. Sobre as metodologias para avaliação de riscos ambientais, é incorreto afirmar que: 13 a. As metodologias para avaliação de riscos ambientais são interdisciplinares e podem ser aplicadas para todos os tipos de organizações. b. A avaliação de riscos ambientais só é completa se aplicadas metodologias qualitativas e quantitativas de análise, que as tornam confiáveis e que expressem a realidade da organização. c. A metodologia de análise de risco social pode ser feita por meio da Curva Iso-risco, enquanto a risco individual pode ser realizada por meio da Curva FN. d. As metodologias para análise de riscos ambientais são similares às análises que envolvem riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidente. e. É necessário aplicar metodologias de análise de risco ambiental tanto para o meio ambiente natural quanto para o construído. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: É fundamental identificar os riscos ambientais, tanto no ambiente construído quando no ambiente natural. Só assim é possível prevenir acidentes e informar os colaboradores os riscos da sua atividade laboral. Além dos riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, avaliar riscos ecológicos. O fato da alta administração não compactuar com a necessidade de avaliar riscos ambientais, não faz sua importância diminuída, e as metodologias existentes podem ser aplicadas para todos os seguimentos das empresas, pois são moldáveis. 14 Questão 2 - Resposta C Resolução: A metodologia de análise de risco social é realizada por meio da Curva FN, enquanto a análise de risco individual é realizada por meio da iso-risco. Avaliação e gerenciamento de resíduos sólidos ______________________________________________________________ Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior TEMA 2 16 DIRETO AO PONTO Os resíduossólidos estão presentes no nosso dia a dia, geramos a todo momento, dentro de nossas casas, no nosso ambiente de trabalho, nas diferentes etapas produtivas em uma indústria, no comércio, nos serviços etc. Sabemos, ainda, que quanto mais produzimos e quanto mais a nossa economia avança, mais utilizamos recursos naturais, produtos e matérias-primas que, em algum momento, também se tornam resíduos. Juntamente a isso, existe também a obsolescência programada, a facilidade em comprar algo novo sem real necessidade, e o avanço da tecnologia. Esses resíduos gerados, se não gerenciados de forma correta, podem causar uma série de impactos ao meio ambiente, podendo ser impactos sociais, econômicos e ambientais. Os resíduos sólidos, estabelecido por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n. 12.305/2010, são aqueles resultantes de atividades industriais, domésticas, hospitalares, agrícolas, de serviços e de varrição, ou seja, é todo material e objeto a ser descartado, resultante de atividades humanas em sociedade (BRASIL, 2010). Toda essa variedade de atividades geradoras de resíduos resulta em diferentes tipos de resíduos, que podem ser classificados de acordo com sua origem ou periculosidade. Quando nos referimos aos resíduos industriais, a forma mais usual de classificação é por meio do seu grau de risco ao meio ambiente (periculosidade), e a ABNT NBR 10.004 (ABNT, 2004) classifica como: resíduos Classe I (perigosos); resíduos Classe II A (não inertes, não perigosos); resíduos Classe II B (inertes, não perigosos). Os resíduos Classe I têm características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade. Apresentam 17 riscos à saúde e ao meio ambiente, se não gerenciados ou gerenciados de forma incorreta. Estão incluídos nessa classificação as pilhas, baterias, óleos de motor, restos de produtos químicos, embalagens contaminadas com produtos químicos, lâmpadas fluorescentes, entre outros. A destinação final ambientalmente adequada para essa classe de resíduos é fundamental, pois o impacto ao meio ambiente pode ser significativo e de difícil mitigação. Os resíduos Classe II, em geral, podem ser recicláveis, salvo exceções onde a reciclagem não é economicamente viável. São os que apresentam maior quantidade de geração e, ao mesmo tempo, maior interesse econômico para a reciclagem. Devido ao grande volume gerado diariamente (cerca de 62,78 milhões de toneladas em 2018 somente no Brasil), o gerenciamento e a destinação correta também se tornam fundamentais. Esses resíduos podem atrair vetores e causar doenças, além de contaminar o solo, corpos hídricos, fauna e flora, além da poluição visual. A Norma regulamentadora n. 25 (BRASIL, 2011) estabelece a obrigatoriedade do gerenciamento de resíduos industriais, e a necessidade na busca de redução na geração de resíduos, por meio da melhoria de processos e tecnologias disponíveis. Ainda, exalta que todos devem ser coletados, acondicionados, armazenados, tratados e encaminhados à destinação final ambientalmente correta pela empresa, sendo proibido o lançamento ou liberação destes no ambiente de trabalho e/ou no meio ambiente. Uma forma de mapear os resíduos gerados pela empresa e estabelecer os critérios para seu gerenciamento, é por meio do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). Este plano auxilia na criação de metas para minimização na geração de resíduos, garante que a destinação final seja ambientalmente 18 correta, e toda a organização tenha ciência dos riscos à saúde do trabalhador e ao meio ambiente. As práticas de gerenciamento (que envolvem as etapas de coleta, acondicionamento, armazenamento, tratamento e destinação final) é de responsabilidade de cada um dos trabalhadores da organização e terceirizados envolvidos. É a chamada responsabilidade compartilhada, estabelecida pela PNRS (BRASIL, 2010), onde todos são responsáveis pelo ciclo de vida do produto, desde seu desenvolvimento até seu descarte final. Com isso, a formação de hábitos, cultura organizacional, conscientização e participação de todos os envolvidos é fundamental para um gerenciamento eficaz. Ações de educação/ sensibilização ambiental corporativa é o primeiro passo para que a consciência da importância do gerenciamento na proteção do meio ambiente esteja presente dentro da organização. Essas ações de educação ambiental devem ser recorrentes e envolver toda a empresa, buscando informar, alertar e dar as diretrizes e treinamentos necessários para que o meio ambiente e a saúde do trabalhador sejam asseguradas. Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10.004. Resíduos sólidos - Classificação. Rio de Janeiro, 2004. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Brasília, 2010. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-25: Resíduos Industriais. Brasília, 2019. 19 PARA SABER MAIS Você já estudou sobre a importância do gerenciamento dos resíduos sólidos para a proteção do meio ambiente e saúde e segurança do trabalhador. Entretanto, você sabe a quantidade de resíduos gerados em nosso país e o porquê os dados nos mostram que o gerenciamento é tão importante? Todos os anos, a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE) lança o Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. Em 2020, por meio de dados obtidos junto aos municípios, a Associação trouxe uma retrospectiva dos dados da última década e uma análise história setorial acerca da geração e destinação principalmente dos resíduos sólidos urbanos (RSU), aqueles resíduos que geramos em nossas casas ou por empresas consideradas pequenos geradores (aqueles que geram até 120 litros/dia) e que são recolhidos pelas prefeituras. De 2010 a 2019, a geração de RSU em nosso país passou de 67 para 79 milhões de toneladas, aumentando de 348 para 379 kg/ ano/pessoa, a geração per capta. Felizmente, a quantidade de RSU coletados também aumentou, de 59 milhões para 72,7 milhões no mesmo período. Percebe-se, por meio desses dados, que nem todo o resíduo gerado foi coletado. A cobertura da coleta passou de 88% para 92%. O estado com maior cobertura de coleta foi São Paulo (99,6%) e o menor foi o Maranhão (63,9%). Já a coleta seletiva, que é a modalidade onde o resíduo é coletado pela prefeitura de forma separada (orgânico, rejeito, reciclável) estava presente em 3.152 municípios, em 2010, passando para 4.700, em 2019. Sobre a disposição final de RSU, em 2019, a maior parte seguiu para aterros sanitários, considerada a forma mais adequada de destinação final (59,5%), enquanto o restante foi destinado para aterro controlado (23%) e lixões (17,5%). A região 20 sudeste foi a que mais destinou corretamente, e a norte a que menos destinou. A coleta seletiva e a destinação ambientalmente correta dos resíduos está estabelecida na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n. 12.305/2010 (BRASIL, 2010), que estipulou prazos de 2021 a 2024, a depender do tamanho da população, para que todos os municípios estejam regulares perante a lei. Os recursos aplicados em coleta e limpeza urbana passaram de R$ 17,65 bilhões em 2010 para R$ 25 bilhões em 2019. Percebe-se que a quantidade de resíduos gerados em nosso país aumentou e os números da destinação final ambientalmente correta e a coleta seletiva também. Os valores gastos em investimento propiciaram a infraestrutura e foram refletidos nos dados destacados. Diante do apresentado, percebe-se o quanto o gerenciamento de resíduos é importante devido ao grande volume gerado pela população. Se os riscos ao meio ambiente e saúde não forem mapeados, os impactos ambientais causados por esse passivo podem causar inúmeros danos à saúde e ao meio ambiente. Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS DE LIMPEZA PÚBLICA E RESÍDUOS ESPECIAIS (ABRELPE). Panoramados Resíduos Sólidos no Brasil em 2020. São Paulo: ABRELPE, 2020. BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Lei n. 12.305, de 2 de agosto de 2010. Brasília, 2010. TEORIA EM PRÁTICA Os hospitais geram muitos resíduos contaminados, seja por vírus ou bactérias, com diferentes níveis de risco. Quanto maior o grau de risco, ou seja, o potencial de contaminação, maior é o custo para a destinação ambientalmente correta dos resíduos sólidos. Considere 21 que você foi contratado para gerenciar os resíduos sólidos gerados em um hospital, após a administração perceber que os funcionários não estavam segregando corretamente os resíduos na fonte, o que estava impactando diretamente no orçamento da empresa. Reflita sobre quais seriam seus primeiros passos e os principais planos a serem executados, considerando que não havia nenhum tipo de treinamento com as equipes para a gestão dos resíduos hospitalares, nem novos investimentos para o setor de meio ambiente nos últimos anos. Como você traria para a equipe técnica (médicos, enfermeiros, administradores) a importância do gerenciamento de resíduos, e a segregação deles na fonte? Como você sensibilizaria a alta administração do hospital a fazer investimentos com novas lixeiras, treinamentos, destinação final adequada? Como você lidaria com aqueles funcionários que não sabem da importância na gestão de resíduos? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Indicações de leitura 22 Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Este livro apresenta os principais pontos sobre a gestão ambiental, de forma clara e objetiva também apresenta os impactos da falta de gerenciamento ambiental, não somente dos resíduos, mas da água, solo e ar, além do correto manejo para uma gestão eficaz, visando sempre o desenvolvimento sustentável. BARBOSA, R. P.; IBRAHIN, F. I. D. Resíduos sólidos: impactos, manejo e gestão ambiental. São Paulo: Saraiva, 2014. Indicação 2 Esta cartilha, elaborada pelo Governo do Estado de São Paulo e sua Secretaria de Meio Ambiente, apresenta as principais diretrizes acerca da educação ambiental para adultos, visando a cidadania, o viver em sociedade e a conscientização. Relata formas de sensibilizar a população sobre as questões ambientais e os recursos naturais. BRASIL. Governo do Estado de São Paulo. Secretaria do Meio Ambiente. Coordenadoria de Educação Ambiental. Manual do Eco Cidadão. São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2013. 23 QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os resíduos sólidos são aqueles resultantes das atividades humanas em sociedade. Se não gerenciados de forma correta, podem ocasionar danos à saúde, segurança e ao meio ambiente. Acerca dos resíduos sólidos, é correto afirmar que: a. Os resíduos sólidos somente são classificados de acordo com a origem. b. São considerados resíduos sólidos somente os gerados pelo comércio e indústrias. c. A gestão de resíduos sólidos somente é importante para empresas de grande porte. d. Os únicos resíduos que podem causar impacto ambiental são os perigosos. e. A responsabilidade sobre a gestão de resíduos é compartilhada entre o governo, empresas e cidadãos. 24 2. Sobre a classificação dos resíduos sólidos quanto à sua periculosidade por meio da ABNT NBR 10.004/2004, é correto afirmar que: a. Os resíduos são classificados como Classe I, Classe II e Classe III. b. Os resíduos Classe I são considerados perigosos, e seu armazenamento, transporte e descarte merecem atenção e cuidado. c. Os resíduos Classe II A são as lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias. d. A classificação dos resíduos não é importante, visto que não causa impactos ambientais. e. Os resíduos Classe II B são aqueles inertes, como orgânico, gesso e plástico. GABARITO Questão 1 - Resposta E Resolução: A primeira é incorreta, pois os resíduos podem ser classificados também quanto a periculosidade. A segunda afirmativa é incorreta, pois também são considerados resíduos os domiciliares, de limpeza urbana, do serviço público do saneamento, da construção civil, do serviço de saúde e de mineração. A terceira afirmativa é incorreta, pois em empresas de pequeno e médio porte também é importante gerenciar resíduos gerados. A quarta afirmativa é incorreta, pois todas as classes de resíduos podem causar impactos se não gerenciados corretamente. A quinta afirmativa é a correta, pois a 25 responsabilidade compartilhada dos resíduos está estabelecida na Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei n. 12.305/2010. Questão 2 - Resposta B Resolução: A primeira afirmativa é incorreta, pois os resíduos são classificados como Classe I, Classe II A e Classe II B. A segunda afirmativa é correta, pois merecem atenção pelo elevado grau de risco. A terceira afirmativa é incorreta, pois as lâmpadas fluorescentes, pilhas e baterias são consideradas Classe I. A quarta afirmativa é incorreta, pois classificar os resíduos é importante para saber a destinação correta. A quinta afirmativa é incorreta, pois os exemplos apresentados são para os resíduos Classe II . Efluentes líquidos e poluição atmosférica ______________________________________________________________ Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior TEMA 3 27 DIRETO AO PONTO A preservação do meio ambiente se torna cada vez mais importante nos dias de hoje. Práticas como o descarte ambientalmente correto de resíduos, o tratamento de efluentes e dos gases liberados em atividades industriais, devem estar presentes em todos os relatórios de gerenciamento de risco. Essas práticas também devem estar integradas e fazer parte no dia a dia dos trabalhadores, buscando a coletividade. A formação de hábitos e uma cultura organizacional voltada para a proteção do meio ambiente se faz essencial, e a identificação e mitigação de possíveis passivos também. Existem relatos históricos que desde o início da civilização, de que os homens se instalavam próximos aos cursos d’água para desenvolver a agricultura e criar animais. Não se pensava em qualidade da água, padrões de lançamento, poluição hídrica e as doenças causadas por sua contaminação. Com o aumento da população e consequente incremento na utilização deste e de outros recursos naturais, a água passou a não ser somente utilizada para subsistência, mas também para exploração, lucro e lazer. Hoje em dia, o recurso hídrico ainda é extremamente importante e, cada vez mais, pesquisas e legislações são elaboradas com o intuito de preservá-los para as próximas gerações por meio da sustentabilidade. Cerca de 70% da superfície da Terra é composta por água, assim como a composição do corpo humano. Com esse número, percebe- se a dependênciada nossa subsistência a este composto. Ainda, utilizamos em nossas casas, produção de alimentos, mineração, nas indústrias, na geração de energia, entre outros. Sendo um recurso finito (não some, mas se torna imprópria), a água deve ser utilizada de forma consciente, preservada e tratada. Sua forma de captação, tratamento e distribuição devem ser gerenciadas, a fim de promover a equidade e prioridades, visando a preocupação com sua escassez. 28 A água, depois de utilizada, incorpora propriedades de seu uso por meio da inserção de outros componentes em suas características. Dá-se, então, o nome de efluente líquido ou água residuária. Os principais tipos de efluentes líquidos são os domésticos e os industriais. Assim como o nome diz, o efluente doméstico é o gerado pelas residências, que tem por principal exemplo o esgoto residencial. O efluente líquido industrial, de acordo com a ABNT NBR 9.800/1987 (ABNT, 1987), são os despejos na forma líquida proveniente de estabelecimentos industriais, que compreendem os efluentes do processo produtivo, águas de refrigeração e pluviais poluídas e o esgoto doméstico. Se pensarmos em uma organização, independentemente de seu ramo de atuação, todas geram efluentes. Nem todo efluente é líquido, também pode ser gasoso. O efluente gasoso é produzido, principalmente, por meio da queima incompleta de combustíveis fósseis e aqueles que utilizam solventes nos processos industriais e na agricultura. Dessas atividades, gases e partículas são emitidas na atmosfera, alterando sua composição natural e causando a poluição. Apesar considerada, por lei, que a poluição do ar é somente aquela advinda de atividades antrópicas, processos naturais também podem ocasionar poluição atmosférica, como as erupções vulcânicas e queimadas não intencionais. Por muitos anos, a poluição do ar estava erroneamente relacionada ao desenvolvimento econômico. A premissa básica era de que quanto mais desenvolvido era o país, mais energia consumia e mais poluentes atmosféricos gerava. Entretanto, a busca pelo desenvolvimento sustentável é crescente e, na tentativa de mitigar esse problema e diminuir passivos e gastos, as organizações vem buscando fontes alternativas, principalmente de energia, para a substituição do petróleo e seus derivados. O Brasil é um país que investe em fontes alternativas de energia, visando controle da 29 poluição, fazendo uso das hidrelétricas, eólicas e solar, além de utilizar o etanol e biodiesel como combustíveis limpos. Para os poluentes atmosféricos, as fontes de emissão podem ser classificadas como fontes fixas ou fontes móveis. As fontes fixas ou estacionárias são aquelas que têm um local definido, gerando maior possibilidade de controle das emissões. Um exemplo de fontes fixas são as indústrias. Podem ainda ser subdivididas em pontuais e difusas. As fontes fixas pontuais são emissões já previstas e determinadas, por exemplo, as chaminés, enquanto as fontes fixas difusas são aquelas que podem ocorrer por excesso produtivo ou vazamentos. Já as fontes móveis, são aquelas que possuem localização distintas e, por estarem em movimento, são mais difíceis de controlar e mensurar. O principal exemplo são os meios de transporte. Independente da fonte, do estado (sólido, líquido ou gasoso) e do grau de risco, toda e qualquer atividade de uma empresa capaz de gerar qualquer modificação no meio ambiente deve ser monitorada e controlada. Entender os riscos, gerenciá-los e buscar sempre a melhoria contínua é fundamental em organizações que entendem que suas atividades podem causar impactos ambientais. Assim como há a necessidade de se promover a saúde e segurança do trabalhador em uma organização, há também a necessidade da proteção do meio ambiente, visando a sustentabilidade (econômico, social e ambiental) e causando o menor impacto ambiental possível. Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9800 - Critérios para lançamento de efluentes líquidos industriais no sistema coletor público de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1987 30 PARA SABER MAIS A queima de resíduos sólidos urbanos a céu aberto é uma prática frequente para a eliminação de resíduos e limpeza de terrenos baldios. Nem sempre a queimada está relacionada com a deficiência da coleta seletiva municipal. Muitas vezes, é um hábito da população, que não sabe o quão prejudicial esta prática é para o meio ambiente e saúde da população que vive em locais com queimadas frequentes. A queima de resíduos libera na atmosfera uma série de gases e partículas altamente tóxicas, que, além de afetar a saúde, também impacta negativamente no meio ambiente em problemas já conhecidos, como, por exemplo no aquecimento global. Por se tratar de uma prática ilegal e um crime ambiental, seu mapeamento é difícil, e pela quantidade diferente de materiais queimados, que podem ser desde resíduos verdes (galhos, folhas) até domésticos (sofás, cobertores, recicláveis em geral, orgânicos), não se consegue identificar toda a gama de poluentes que podem ser lançados durante a queimada a céu aberto. O que se sabe, é que essa prática gera gases como os compostos orgânicos voláteis (COVs), hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e as dioxinas, e partículas muito prejudiciais ao meio ambiente e à saúde, como o material particulado e o black carbon (BC), conhecido como fuligem. O BC é uma fração do material particulado. Durante muitos anos, pensou-se que reduzir as emissões de gás carbônico (CO2) era suficiente para reduzir os efeitos do aquecimento global no planeta, porém, nos últimos anos, estudos apontam que uma nova classe de compostos é responsável igualmente por esse fenômeno, entre eles, o BC, que absorve um milhão de vezes mais energia do que o CO2, além de estar associado a efeitos adversos na saúde. Alguns países e o Brasil acrescentaram 31 o material particulado em geral em seus limites de concentração diária de emissão para as indústrias, visando a qualidade do ar, porém, para o BC, ainda não há regulamentação. O Brasil é considerado o terceiro país que mais queima resíduos no mundo, somente atrás da China e dos Estados Unidos (WIEDINMYER et al., 2014), e, mesmo assim, não somos considerados um dos países que mais emitem gases de efeito estufa pela Organização das Nações Unidas (ONU). Mesmo assim, nossa população, indústrias e governo não devem deixar de olhar com atenção para nossas emissões, pois assim que o BC passar a integrar os planos de redução de gases de efeito estufa e inventários de emissões, entraremos na lista dos que causam mais impactos, necessitando de medidas mais sérias de mitigação. Referências bibliográficas WIEDINMYER, C. et al. Global emissions of trace gases, particulate matter, and hazardous air pollutants from open burning of domestic waste. Environmental Science and Technology, v.48, n.16, p.9523-9530, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Você está em seu primeiro dia de trabalho, em seu primeiro emprego, em uma indústria metalúrgica, e foi contratado (a) para monitorar os efluentes líquidos gerados por ela. A empresa é de administração familiar, está em crescimento, e acabou de levar uma advertência do órgão estadual por não gerenciar corretamente seus efluentes líquidos. Apesar de ser seu primeiro emprego, seus gestores esperam muito que você estude os processos e a legislação vigente para este trabalhado, trazendo informações atuais, relevantes e, principalmente, reverter a possível multa ambiental. 32 Reflita sobre os limites deste trabalho, ou seja, aquilo que você não pode assumir para não comprometer a execução do trabalho. Como você responderia à solicitação de seus gestores? Quais legislações você utilizaria para embasar seus estudos? Como identificar os impactos que os efluentes líquidos podem causar ao meio ambiente? Existe alguma alternativa para reverter a advertência? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acessea videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicações de leitura 33 Indicação 1 Este livro apresenta os principais fundamentos da Engenharia Ambiental, entre eles, o gerenciamento de efluentes e de poluentes atmosféricos. É um compilado de informações importantes sobre a área ambiental e a importância da proteção do meio ambiente. FINKLER, R. et al. Fundamentos da Engenharia Ambiental. Porto Alegre: Sagah, 2018. Indicação 2 Este livro apresenta, com exemplos práticos, o tratamento de efluentes e de emissões atmosféricas. É um livro de fácil entendimento sobre o tema, que elucida conceitos importantes da prática com as normas vigentes. COELHO, L. Gestão de Efluentes e Emissões. São Paulo: Senac, 2020. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 34 1. O efluente líquido é considerado o resíduo na forma líquida proveniente dos processos produtivos, que recebe as características de sua utilização. Acerca dos efluentes líquidos, é correto afirmar que: a. Por se tratar de um resíduo não perigoso, o efluente líquido pode ser lançado nos copos hídricos. b. O efluente líquido pode ser considerado um passivo, e este deve ser gerenciamento como tal. c. No Brasil, ainda não há padrões estabelecidos para o lançamento de efluentes, sendo que estes podem ser lançados nos corpos hídricos. d. O automonitoramento dos efluentes líquidos não são importantes em uma organização, somente quando se renova a licença ambiental. e. O efluente líquido não é considerado um passivo, pois pode ser constantemente reutilizado no processo produtivo. 2. As discussões sobre a poluição do ar e seu impacto no meio ambiente, em diferentes escalas, vem sendo cada vez mais discutidas ao longo dos anos. A Organização das Nações Unidas, por meio dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS), traçou objetivos para a redução das emissões e melhoria da qualidade de vida ambiental e da população. Sobre a poluição do ar e a importância de seu controle, é correto afirmar: a. As atividades humanas causam muito impacto na qualidade do ar, mas as causas naturais, como as erupções vulcânicas, são as principais fontes da poluição do ar. b. Não há poluição do ar na zona rural, somente na zona urbana devido aos carros e indústrias. 35 c. As principais causas antrópicas da poluição do ar acontecem por meio da queima de combustíveis fósseis e biomassa. d. Assim como os outros impactos ambientais, a poluição do ar não é regulamentada no Brasil, não havendo necessidade de monitoramento. e. A poluição atmosférica pode causar poluição no meio ambiente, mas não causa efeitos comprovados na saúde da população. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: O efluente líquido é um passivo ambiental e pode conter substâncias perigosas para o meio ambiente e a saúde. Neste caso, não pode ser lançado no corpo hídrico sem tratamento adequado, nem utilizado no processo produtivo. O gerenciamento desse passivo é fundamental, e o automonitoramento é importante e necessário sempre, não somente para concessão de licença ambiental. No Brasil, os padrões de lançamento de efluentes são estabelecidos pela Resolução CONAMA n. 357/2005. Questão 2 - Resposta C Resolução: As principais causas que contribuem para a deterioração da qualidade do ar advêm de atividades antrópicas, como a queima de resíduos sólidos e de biomassa (agricultura). Há diversos estudos que comprovam os efeitos da poluição do ar no meio ambiente (aquecimento global, chuva ácida, buraco na camada de ozônio) e na saúde das pessoas (mortes prematuras, doenças respiratórias e cardiovasculares). Programas de Avaliação Ambiental ______________________________________________________________ Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior TEMA 4 37 DIRETO AO PONTO O termo impacto ambiental pode ser compreendido pelo desequilíbrio ambiental causado pelas atividades humanas em sociedade. Esses impactos podem ser diretos (resultante de ação de causa e efeito, como a redução da capacidade de permeabilidade do solo na construção de uma estrada) ou indiretos (parte de uma cadeia de reações, como a geração de conflitos em processos de licenciamento ambiental), podendo afetar a saúde e segurança da população e o meio ambiente. Os planos de gerenciamento de risco são uma das ferramentas capazes de mapear o impacto ambiental causado pelas atividades e setores de uma organização. Por meio dele, a empresa e os trabalhadores têm a consciência do potencial poluidor que o empreendimento tem para o meio ambiente, os riscos aos quais o trabalhado está exposto e as medidas de controle, mitigação e compensação que podem e devem ser tomadas sempre que necessário, não só em caso de acidentes, mas para a melhoria contínua. As diretrizes e ações que norteiam esses planos devem estar perfeitamente alinhadas com os objetivos da empresa e seus demais planos. Sem a participação de todos os setores, colaboradores, alta administração, terceirizados e fornecedores, os objetivos e metas se tornam ineficientes e difíceis de perseguir. O papel de todos os envolvidos em busca de um objetivo em comum (preservação da saúde, segurança e meio ambiente) pode se dar por meio da formação de hábitos, conscientização e engajamento. No entanto, somente a identificação de possíveis impactos não é o ideal. Espera-se que, juntamente com isso, a avaliação e monitoramento também aconteça de forma recorrente, e por 38 meio de análises que possibilitem estudos de fatores pré-definidos (significância, amplitude, valoração, ganhos sociais e econômicos) com equipes multidisciplinares, poderes públicos e consulta à população civil. Uma das formas de avaliar os impactos, tanto no meio ambiente quanto na saúde e segurança dos colaboradores, e de garantir que ações de monitoramento e avaliação também ocorram, é por meio de programas de avaliação. Pode-se destacar, neste ponto, o Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR), estabelecido pelas NR-9 (BRASIL, 2020) e NR-18 (BRASIL, 2021). Este programa visa a gestão integrada e objetiva a identificação de riscos e medidas de controle. A NR-9 (BRASIL, 2020) busca, principalmente, estabelecer medidas para avaliar e controlar as exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, em prol da preservação ambiental e da saúde e segurança do colaborador. A norma estabelece que essa avaliação deve ser incorporada ao PGR da organização, sempre que houver exposição do trabalhador os agentes ocupacionais citados. Após a atualização desta NR, passou a não ser mais obrigatório o Programa de Prevenção a Riscos Ambientais (PPRA). Já a NR-18 (BRASIL, 2021) fala sobre as Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria daConstrução. Também aborda o PGR como seu principal documento de avaliação. Apesar de estabelecer as diretrizes acerca das condições de segurança e saúde no trabalho na indústria da construção civil, é também uma norma de aplicação. Apresenta as principais diretrizes acerca dos possíveis impactos ao meio ambiente (natural e construído) que a atividade da construção civil pode ocasionar, apresentando os limites e normas de execução. O PGR substituiu, em 2020, o Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho (PCMAT). 39 Ambas as NRs, obrigatórias e essenciais para empresas de diferentes ramos e finalidades, possuem um objeto em comum: a proteção do meio ambiente e da saúde e segurança do trabalhador. A identificação, a prevenção e mitigação de riscos correspondem a um ponto importantíssimo para o sucesso de uma organização nesses quesitos, além de garantir ganhos financeiros, sociais e ambientais na busca do desenvolvimento sustentável. Referências bibliográficas BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR-09: Avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. Brasília, 2020. BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência Social. NR 20 - Segurança e saúde no trabalho com inflamáveis e combustíveis. Brasília, 2021. PARA SABER MAIS Uma outra forma de avaliação ambiental é por meio da Avaliação Ambiental Estratégica (AAE), instrumento que objetiva avaliar os impactos ambientais por meio de uma visão estratégica para a subsidiar a tomada de decisão. Busca auxiliar os tomadores de decisão na identificação e avaliação dos impactos que uma determinada decisão estratégica poderia exercer no meio ambiente. A AAE é muito utilizada como instrumento para a formulação de políticas, planos e programas (PPPs), tanto para os órgãos públicos quanto privados, associados a busca pelo desenvolvimento sustentável (BARBOSA, 2014). Esse modelo de avaliação adota procedimentos contínuos para a avaliação da qualidade do meio ambiente por meio de procedimento sistemático, buscando alternativas de desenvolvimento com a elaboração de diagnóstico de referência, diferentes cenários 40 tendenciais e propositivos e buscando sempre considerar estratégias e alternativas para atingir os objetivos propostos. Embora a AAE ainda não tenha seu uso regulamentado no Brasil, muitos países desenvolvidos e empresas multinacionais adotam essa metodologia de avaliação. No nosso país, a discussão sobre sua eficácia não é recente, mas embasa muitas discussões. Essas discussões são, principalmente, movidas a referencias mundiais da eficácia como instrumento de política ambiental e por auxiliar, antecipadamente, os tomadores de decisões a identificar impactos e efeitos. Ainda, o AAE pode ser instrumento das atividades de planejamento ambiental e desenvolvimento dos setores econômicos, instituindo visão estratégica na elaboração de projetos, estudos ambientais, processos de licenciamento ambiental, de ordenamento territorial, político institucionais, entre outros (OPPERMANN; MALVESTIO; MONTAÑO, 2014). Diferente da AAE, a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é o principal instrumento para a gestão ambiental utilizada em nosso país. Entretanto, é uma forma de avaliação realizada para projetos individuais, e não leva em consideração as estratégias de planejamento, sendo um dos principais documentos para o Licenciamento Ambiental. A AAE, também alinhada com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), busca abranger mais pontos de avaliação e não impede a visão do planejamento como um todo, diferenciando-se da AIA à medida que propõe as discussões para o campo estratégico (OPPERMANN; MALVESTIO; MONTAÑO, 2014). Para que a AAE passe a compor a PNMA, a formalização desta metodologia se faz necessária, do ponto de vista operacional e metodológico. A falta de informações legais torna o instrumento vulnerável a interpretações, porém, as lacunas encontradas na AIA e outros documentos contidos no quadro da PNMA são inegáveis (OPPERMANN; MALVESTIO; MONTAÑO, 2014). Dessa forma, a 41 visão estratégica contida nos documentos ambientais se torna interessante e relevante para auxiliar empresas e gestores públicos na tomada de decisão, podendo ter, inclusive, esses mesmos conceitos incorporados ao AIA ou qualquer outro documento de gestão. Referências bibliográficas BARBOSA, R. P. Avaliação de Risco e Impacto Ambiental. São Paulo: Saraiva Educação, 2014. OPPERMANN, P.; MALVESTIO, A. C.; MONTAÑO, M. Avaliação Ambiental Estratégica como instrumento de política ambiental no brasil. In: Semana de pós-graduação em Ciência Política, p. 1-18. São Carlos: UFSCAR, 2014. TEORIA EM PRÁTICA Você, como responsável pelos setores de segurança do trabalho e meio ambiente de uma organização, é responsável pela avaliação e controle das exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos, de acordo com a Norma Regulamentadora n. 09 (NR- 09) e, para isso, precisa da colaboração de toda a empresa e da alta administração para auxiliar na verificação dos processos e na verba necessária para medidas de mitigação e controle. Reflita sobre como você pode incluir essa avaliação no PGR da organização, de forma eficiente, e quais apoios você mais precisa. Como faria para promover a prevenção, mitigação, recuperação e compensação dos impactos ambientais causados pela empresa em que trabalha? Quais ações seriam necessárias caso o engajamento dos colaboradores, parte fundamental do processo, não fosse da forma como se espera? 42 Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Este livro apresenta os principais pontos de atenção na dupla ação da segurança do trabalho e do meio ambiente nas organizações. De fácil compreensão, o livro mostra como a segurança do trabalho e o meio ambiente devem ter conceitos alinhados, e como essa interdisciplinaridade pode ser benéfica para as organizações. Indicações de leitura 43 SILVA, A.; REZENDE, M.; TAVEIRA, P. Segurança do Trabalho e Meio Ambiente: o diferencial da dupla ação. São Paulo: Saraiva, 2019. Indicação 2 Este livro discorre sobre os desafios da sustentabilidade na construção civil. Considerada um dos setores que mais podem causar mais impactos ambientais, esta obra mostra como a construção civil pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor, orientando profissionais e fornecendo embasamento visando a preservação proteção do meio ambiente. AGOPYAN, V.; JOHN, V. O desafio da sustentabilidade na construção civil: v. 5., Série Sustentabilidade. São Paulo: Edgard Blücher, 2016. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. O impacto ambiental é definido por meio da ResoluçãoCONAMA n. 001/86, como sendo quaisquer alterações nas propriedades físicas, químicas ou biológicas do meio ambiente, causado por atividades humanas. Sobre os 44 impactos ambientais causados pelas organizações, é correto afirmar que: a. Somente algumas empresas causam impacto ambiental, a depender do ramo de atividade da organização. b. As ações naturais causam mais impactos ambientais do que as antrópicas. c. A ordem de prioridade para as medidas de controle de impacto ambiental são: prevenção, mitigação, recuperação/ compensação. d. Não há necessidade de monitorar o impacto ambiental de uma organização, somente de identificá-los. e. A avaliação e os estudos ambientais não têm relação com o impacto ambiental. 2. O Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (PGR), estabelecido pelas NR-9 e NR-18, é ferramenta importante na identificação e análise de riscos ambientais e da saúde e segurança do trabalhador. Acerca desse programa, é correto afirmar: a. O PGR é facultativo, ou seja, não existe a obrigatoriedade das empresas de realizarem esse programa. b. O PGR para ambas as NRs, subsidia informações que auxiliam na tomada de decisão dos gestores acerca do que fazer, como fazer e quando fazer. c. O PGR é um programa de gestão, e não de aplicação. d. Nenhum desses programas estabelece o monitoramento dos riscos. e. O PGR visa somente a proteção do meio ambiente, não englobando em suas diretrizes a saúde e segurança do trabalhador. 45 GABARITO Questão 1 - Resposta C Resolução: Toda e qualquer organização gera impacto ambiental, por menor que seja, existindo, então, a necessidade de monitorar esses impactos, e não somente de identificá-los. A avaliação e os estudos ambientais são uma forma de verificar e monitorar os impactos ambientais de uma organização, sendo que a ordem de prioridade deve ser a prevenção, mitigação, recuperação/ compensação. Levando em consideração todo impacto que o ser humano causa ao meio ambiente, as ações naturais causam menos impactos do que as antrópicas. Questão 2 - Resposta B Resolução: Para as NR-9 e NR-18, o PGR é documento obrigatório para as organizações, auxilia nas metodologias para obtenção de informações que auxiliam na tomada de decisão dos gestores, além do monitoramento dos riscos presentes em uma organização. Leva em conta a proteção do meio ambiente natural e construído. O PGR, depois de sua atualização em 2020, passou a ser um programa de aplicação ao invés de ser de gestão. Os Estudos ambientais ______________________________________________________________ Autoria: Caroline Hatada Lima Bomfim Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior TEMA 5 47 DIRETO AO PONTO As atividades industriais, em geral, têm grande potencial poluidor para o meio ambiente. O crescimento econômico é essencial para o desenvolvimento industrial e a realização dos anseios do ser humano, e não há como alcançar objetivos de melhorias tecnológicas, sociais, culturais, sem a utilização de recursos naturais, seja como matéria-prima ou uso energético. Dessa forma, o que deve ser feito é alinhar esse desenvolvimento com as questões ambientais, entendendo como esses recursos podem ser mais bem utilizados e com o menor impacto ambiental possível. Uma das formas de alinhar essas expectativas de desenvolvimento, justamente com o mapeamento dos impactos e gerenciamento de riscos é por meio da realização de estudos ambientais (STEIN et al., 2018). Os estudos ambientais visam relatar a situação atual de uma organização, e contêm informações da empresa, seus processos, impactos gerados em cada setor produtivo, as medidas mitigatórias, os programas ambientais a serem aplicados para diminuição dos impactos e os programas de monitoramento. Tudo isso visando auxiliar as empresas e o governo do potencial poluidor que a empresa tem, caso seus processos não sejam gerenciados corretamente. Quando se realiza qualquer estudo ambiental em uma empresa, o ideal é que seja realizado desde o momento da concepção/ construção da empresa, e que perdure por toda o período em que se encontrar em atividade. Os fatores sociais e econômicos também devem ser levados em consideração, não somente o ambiental. Foi somente com o surgimento e globalização do conceito de desenvolvimento sustentável, que se entendeu a necessidade de alinhar o tripé econômico, social e ambiental (STEIN et al., 2018). 48 Conforme os estudos ambientais são desenvolvidos e aplicados, uma gama de dados e informações são obtidas pelos técnicos e responsáveis pela organização, auxiliando na tomada de decisão, na proposição de medidas mitigatórias e na implantação de programas ambientais. São exemplos de estudos ambientais: o Estudo de Impacto Ambiental (EIA), a Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), o Plano de Controle Ambiental (PCA) e o Sistema de Gestão Ambiental (SGA), por meio da Norma ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015). O EIA é uma das principais ferramentas para a avaliação das atividades que impactam o meio ambiente. Deve ser desenvolvido levando em consideração os aspectos ecológicos, econômicos, sociais e éticos de cada organização. Os aspectos ecológicos são parte essencial para compreender as ações antrópicas e os danos que acarreta ao meio ambiente. É preciso englobar a atmosfera, hidrosfera, litosfera, biosfera e demais componentes que podem sofrer algum impacto decorrente de atividades antrópicas. Já os aspectos econômicos e sociais, têm como finalidade agregar valores como a responsabilidade social. No aspecto da ética, os agentes envolvidos nos estudos ambientais devem estar de acordo com o EIA e comprometidos para o êxito daquilo que se propõe, e entender que só é possível mediante moral e ética enraizada em sua personalidade. A AIA é um instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), cujo principal objetivo é a prevenção dos impactos negativos ao meio ambiente. Com essa Avaliação, é possível entender a importância do controle de riscos nos empreendimentos e servem, principalmente, para proporcionar suporte técnico, administrativo, operacional e legal para a gestão ambiental. A AIA verifica antecipadamente os possíveis impactos ambientais 49 de uma organização, e pode contar com alguns instrumentos de análise, o EIA e o RIMA. Resumidamente, o EIA é uma ferramenta complementar do AIA, e o RIMA é a conclusão dos estudos (STEIN et al., 2018). O RIMA nada mais é do que um relatório resumido do observado no EIA, escrito de maneira informal e que pode ser mais facilmente entendido pela população leiga. Na prática, um EIA sempre precede o RIMA, sendo na literatura, encontrado como EIA/RIMA. Usualmente, a mesma equipe multidisciplinar é responsável pela elaboração de ambas as documentações. O SGA, estabelecido por meio da ABNT NBR ISO 14.001 (BRASIL, 2015), é o sistema de gestão ambiental mais reconhecido no mundo. Busca a melhoria contínua por meio do ciclo PDCA (plan- do-check-act, em inglês, planejar, fazer, checar e agir). A implantação de um SGA, em uma organização, possibilita a análise de ciclo de vida do produto, desde a origem da matéria-prima até a destinação final ambientalmente correta ou a logística reversa, fornecendo informações e auxiliando na tomada de decisão para o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, analisar as atividades da organização e seu potencial poluidor, traçando planos de mitigação, minimização e/ou compensação dos impactos ambientais positivos e negativos, é uma forma de gerenciamento de risco extremamente inteligente e usual nas empresas. Por meio das metodologias de avaliação e planejamento citadas, as organizações contam com respaldo técnico para auxiliá-los na tomada de decisão e no entendimento dos efeitos do não gerenciamento de suas atividades produtivas. 50 Referências bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 14.001:2015 - Sistemas de gestão ambiental- Requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro, 2021. STEIN, R. et al. Avaliação de Impactos Ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018. PARA SABER MAIS É muito importante entender quais metodologias são capazes de utilizar, a favor da organização, as informações observadas em uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A seguir, veremos alguns dos principais métodos para avaliação dos impactos ambientais. Lembrando que se deve adotar o que melhor se encaixar em cada processo, podendo ser adotado um método único ou vários modelos a depender do que melhor se encaixar. • Ad hoc: significa, para isto ou para aquilo, e funciona como um bate papo entre os técnicos que, baseado em seus conhecimentos, apresentam estimativas subjetivas dos impactos ambientais. É muito utilizado em casos que exigem rapidez e objetividade na tomada de decisão, podendo apresentar avaliações por meio de tabelas e matrizes. • Checklists: forma preliminar de avaliação de impactos, onde são listados todos os processos e verificado, um a um, se o requisito é cumprido ou não, se há melhorias e as oportunidades. • Matrizes de interação: são listagens de controle bidimensionais (semelhantes a uma planilha de cálculo), que associam os fatores ambientais e as ações do projeto. Em cada célula, os dados representam a relação de causa e efeito do impacto ocorrido. Conferem meios de qualificar os impactos, mas não projetam cenários futuros. 51 • Redes de interação: utilizadas para estabelecer a relação de causa-condição-efeito dos impactos, apresentadas por meio de representações gráficas e identificado o conjunto de ações que desencadearam o impacto ambiental. • Métodos de simulação: há, aqui, uma predominância na valoração quantitativa e qualitativa dos dados. São baseados em modelos matemáticos de avaliação, podendo criar cenários futuros e a integração entre diferentes impactos. • Combinação de métodos: é a ação mais interessante, pois possibilita adaptar diferentes metodologias e aplicar para diferentes finalidades de acordo com os pontos positivos e negativos de cada método. Sendo o AIA um procedimento que busca avaliar os impactos ambientais causados pelo empreendimento, deve apresentar procedimentos que busquem estimar a probabilidade de um evento de impacto ambiental ocorrer, bem como identificar, por meio de metodologias sistêmicas, o potencial poluidor do empreendimento. Dessa forma, a combinação de diferentes métodos no AIA se torna o mais interessante, pois pode-se aplicar, caso a caso, diferentes formas de avaliação e controle, visando a proteção do meio ambiente e a saúde e segurança do trabalhador. Referências bibliográficas STEIN, R. et al. Avaliação de Impactos Ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018. TEORIA EM PRÁTICA Sua empresa de consultoria ambiental foi contratada para realizar alguns estudos ambientais para uma grande indústria farmacêutica. 52 Na primeira reunião, após o fechamento da parceira, um grupo de leigos e o setor do meio ambiente da organização discutia sobre possíveis impactos ambientais causados por ela, e como era o método atual de atuação no caso de danos ao meio ambiente. Reflita sobre os limites do trabalho da sua empresa de consultoria, e como você poderia atuar diretamente nesta organização. Como você lidaria com os profissionais da área ambiental, leigos e colaboradores, em geral, para que entendessem a importância dos estudos ambientais? Por onde você começaria o seu trabalho? Quem faria parte da sua equipe? Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de aprendizagem. LEITURA FUNDAMENTAL Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na construção da sua carreira profissional. Indicações de leitura 53 Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso! Indicação 1 Esta obra apresenta as principais características de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). A teoria é apresentada de forma simples e de fácil entendimento, e situações do dia a dia são apresentadas no final de cada capítulo. Vale a pena conferir. STEIN, R. et al. Avaliação de Impactos Ambientais. Porto Alegre: Sagah, 2018. Indicação 2 Esta obra apresenta uma introdução à gestão socioambiental corporativa. É apresentado como as organizações podem se alinhar com o tripé do desenvolvimento sustentável (social, ambiental e econômico) e como a visão dos projetos e planos ambientais se modificou ao longo dos anos. ALENCASTRO, M. S. C. Empresas, ambiente e sociedade: introdução à gestão socioambiental corporativa. São Paulo: Ibpex, 2012. QUIZ Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste Aprendizagem em Foco. Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 54 e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de questões de interpretação com embasamento no cabeçalho da questão. 1. Os estudos ambientais são importantes ferramentas para a análise de risco das organizações, visando, principalmente, mapear os riscos ambientais e alternativas para eliminação/ mitigação. Sobre os estudos ambientais, é corretor afirmar: a. Os estudos ambientais devem ser realizados somente por organizações com alto potencial poluidor, como as indústrias químicas, por exemplo. b. Os estudos ambientais devem ser realizados por todas as organizações que causam impactos ambientais. c. Os estudos ambientais devem ser realizados somente para cumprir prerrogativas legais. d. Os estudos ambientais devem ser realizados somente por empresas que estão na fase de instalação. e. Os estudos ambientais devem ser de conhecimento somente pelo setor de meio ambiente da organização. 2. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) visa avaliar as atividades que podem impactar o meio ambiente em uma organização. De acordo com o EIA, é correto afirmar que: a. O EIA deve estabelecer uma ligação entre a situação atual da organização e as soluções para os impactos ambientais por ela causados. b. O EIA é um documento padrão, igual para todo e qualquer empreendimento. c. O EIA pode ser substituído pelo AIA por ser mais completo. d. O EIA deve ficar disponível para consulta pública. 55 e. O EIA é realizado somente por organizações de altíssimo impacto ambiental. GABARITO Questão 1 - Resposta B Resolução: Os estudos ambientais devem ser realizados por toda organização que tem potencial poluidor, e devem percorrer toda a organização em todas as fases, desde sua instalação até quando estiver em pleno funcionamento. Deve ser de conhecimento de toda a organização e pautada na política ambiental da empresa. Os estudos ambientais devem ser feitos por equipe multidisciplinar, sendo pelos próprios funcionários ou por empresas terceirizadas. Questão 2 - Resposta A Resolução: O EIA deve ser realizado por toda e qualquer organização que pode vir a causar impacto ambiental. É um estudo que identifica a situação atual da empresa e propõe soluções para a mitigação/ minimização de impactos ambientais, e varia de empreendimento para empreendimento, de acordo com a localização, ramo de atividade, o que há noentorno, produção etc. É um documento técnico, sendo que seu relatório, o RIMA, deve ser disponibilizado para consulta pública e elaborado com linguagem informal. BONS ESTUDOS! Apresentação da disciplina Introdução TEMA 1 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 2 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 3 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito TEMA 4 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Quiz Gabarito TEMA 5 Direto ao ponto Para saber mais Teoria em prática Leitura fundamental Quiz Gabarito Inicio 2: Botão TEMA 25: Botão TEMA 4: Botão TEMA 1: Botão TEMA 2: Botão TEMA 3: Botão TEMA 23: Botão TEMA 9: Inicio : Botão TEMA 21: Botão TEMA 19: Botão TEMA 5: Botão TEMA 6: Botão TEMA 7: Botão TEMA 8: Inicio 2: Botão TEMA 17:
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